Você está na página 1de 8

TEORIA DO DESIGN 1

Curso de Tecnologia em Design de Interiores – Dom Bosco – 2009.2

AULA 11: BAUHAUS: CONCEITOS E IDEOLOGIAS


BÜRDEK, Bernhard E. História, teoria e prática do Design de produtos. São
Paulo: Blüdek, 2006.

11.1 A BAUHAUS

Em 1902, Henry van de Velde fundou em Weimar um seminário de artes


aplicadas que, sob sua orientação, transformou-se em 1906 em uma escola de artes
aplicadas. Na sua fusão com a escola de artes plásticas sob a direção de Walter
Gropius, formou-se a Staatliche Bauhaus Weimar (Casa da Construção Estatal de
Weimar), que veio a ser o ponto central de partida do grande desenvolvimento do
design.

Com a exceção do escultor Gerhard Marcks, foram escolhidos por Gropius


somente artistas abstratos ou da pintura cubista como professores da Bauhaus.
Entre eles:
• Wassily Kandisky,
• Paul Klee,
• Lyonel Feininger,
• Oskar Schlemmer,
• Johannes Itten,
• Georg Muche
• László Moholy-Nagy.

Por causa do avanço dos meios da produção industrial no século 19, a ainda
existente unidade entre projeto e produção estava diluída. A idéia fundamental de
Gropius era a de que, na Bauhaus, a arte e a técnica deveriam tornar-se uma nova e
moderna unidade. A técnica não necessita da arte, mas a arte necessita muito da
técnica, era a frase-emblema. Se fossem unidas, haveria uma noção de princípio
social: consolidar a arte no povo.

A Bauhaus ligava-se ao pensamento do movimento da reforma da vida na


virada do século 19 para o 20, que se separava especialmente da cultura da
habitação. O bolor do século 19 com seus móveis pesados em quartos escuros seria
substituído por uma nova forma de morar. Em ambientes claros, as pessoas
modernas do século 20 desenvolveriam novas formas de vida .

11.2 O CURSO BÁSICO

O elemento de sustento do ensino na Bauhaus era o curso básico, que


Johannes Itten introduziu em 1919/20 como parte importante do currículo e que era
obrigatório para qualquer aluno. Este curso básico era o cerme de formação básica
artístico-politécnica na Bauhaus.

Ele tinha, por um lado, a auto-experimentação e auto-averiguação bem


como aprovar a própria capacidade dos alunos como objetivo; e perseguia, por
outro, a intercomunicação de conhecimentos básicos de configuração no sentido de
um aprendizado efetivo da matéria.

Prof arquiteta Solange Irene Smolarek Dias - doutoranda


TEORIA DO DESIGN 2
Curso de Tecnologia em Design de Interiores – Dom Bosco – 2009.2

O curso básico foi continuado por László Moholy-Nagy e mais tarde por
Josef Albers. Suas metas eram: "Inventar construindo e reparar descobrindo".Tanto
Albers quanto Itten metodologicamente eram indutivos na configuração. Isto quer
dizer que deixavam os alunos procurar, provar e experimentar. A capacidade
cognitiva era, desta forma, indiretamente estimulada. Apesar de a teoria não ser
privilegiada, da análise e da discussão de experimentos eram tiradas conclusões
que então se concentravam em uma "Teoria Geral da Configuração".

A sede da Bauhaus, era a partir de 1919, Weimar. Em 1925 mudou-se para


o novo prédio em Dessau, projetado por Gropius, no qual se trabalhou durante sete
anos. Sob pressão dos Nacional - Socialistas (Nazistas) a Bauhaus em Dessau foi
fechada, mas um pequeno grupo de professores e de alunos continuou ativo,
mesmo que com muita dificuldade em Berlim, durante os anos de 1932 e 1933.
Tratava-se de uma iniciativa privada de Mies van der Rohe, que fechou as portas
definitivamente no verão de 1933.

11.3 FASES DE DESENVOLVIMENTO

Tomando como base o conteúdo podemos identificar, segundo Rainer Wick,


três fases do tempo da Bauhaus:

11.3.1 A fase da fundação 1919 -1923

O principal elemento pedagógico era o já mencionado curso básico. Após


serem aprovados, os estudantes poderiam decidir-se por oficinas/laboratórios
especiais, como por exemplo:
• Gráfica,
• Cerâmica,
• Metal,
• Pintura Mural,
• Pintura em Vidro,
• Marcenaria,
• Oficina de Palco,
• Têxtil,
• Encadernação,
• Escultura em Madeira.

Cada oficina tinha dois líderes:


• um "Mestre da Forma" (artista)
• e um "Mestre Artesão".

Por este meio, queria-se fomentar e desenvolver as capacidades artísticas e


manuais dos alunos de forma equilibrada. Na prática, entretanto percebia-se logo
que o Mestre Artesão acabava se submetendo ao mestre da Forma. Por isto
surgiram muitos conflitos e tensões sociais nas quais, também na Bauhaus, o artista
autônomo estava no foco. Nesta fase em que no design foram concebidos produtos
únicos, saíram as primeiras experiências na direção de estabelecer uma estética dos
produtos.

11.3.2 A fase da Consolidação 1923 - 1928

Prof arquiteta Solange Irene Smolarek Dias - doutoranda


TEORIA DO DESIGN 3
Curso de Tecnologia em Design de Interiores – Dom Bosco – 2009.2

A Bauhaus foi tornando-se mais e mais uma instituição de ensino e de


produção de protótipos industriais. Estes, se por um lado, deveriam ser orientados
para a realidade da produção industrial, por outro eram dirigidos para atender as
necessidades sociais de uma camada mais ampla da população.

As mais influentes oficinas da Bauhaus, até hoje, eram as de metal e de


marcenaria. Marcel Breuer, desde 1920, era aluno na Bauhaus, e se tornou em 1925
mestre da oficina de metal. Com o desenvolvimento do mobiliário em tubo metálico,
ele conseguiu a ruptura na direção do mobiliário funcional, além da produção em
massa dos produtos. Provavelmente inspirado na construção curvada do guidão de
sua bicicleta, Breuer começou a estabelecer relações com as cadeiras Thonet.

A vantagem da maior resistência do tubo de aço foi unida a material


tensionado (trançado, tecido, couro). Com isto conseguiu desenvolver um tipo
totalmente novo de assento, cujo princípio foi logo aplicado a mesas, armários,
estantes, escrivaninhas, camas ou a outros móveis combinados.

A meta da atividade de projeto na Bauhaus era a de criar produtos para


camadas mais amplas da população, que fossem acessíveis e tivessem alto grau de
funcionalidade.

Na segunda fase foi desenvolvido o termo funcional em teoria e prática. Isto


continha continuamente uma orientação social: "o domínio das necessidades da vida
e do trabalho" (Moholy Nagy) e levar a sério as "questões do consumo de massa".

Função significava sempre a ligação de duas suposições: a de que é válido,


no design, combinar harmonicamente as condições da produção industrial (técnica,
construção, material) com as condições sociais, o que significava condicionar as
necessidades da população às exigências do planejamento social.

Nesta segunda fase da Bauhaus, a arte-artesanal não aplicada seria


reduzida em favor de se privilegiar as tarefas de configuração. Em parte, pelas
tarefas de design solicitadas pela indústria a Bauhaus transforma-se em uma
"Hochschule für Gestaltung" (Escola Superior da Forma). Tipificação, normalização,
fabricação em série, produção em massa viraram padrão nos trabalhos na Bauhaus.

Para este desenvolvimento foi responsável particularmente o arquiteto suíço


Hannes Meyer, que em 1927 passou a ser chefe do departamento de Arquitetura.
Ele fundamentou uma formação sistemática e científica para a Arquitetura.

11.3.3 A fase da desintegração 1928 - 1933

Em 1928, Hannes Meyer foi nomeado diretor da Bauhaus e nesta época


foram introduzidas novas disciplinas e oficinas na escola, entre elas:
• Fotografia,
• Plástica,
• Psicologia
• e outras.

Prof arquiteta Solange Irene Smolarek Dias - doutoranda


TEORIA DO DESIGN 4
Curso de Tecnologia em Design de Interiores – Dom Bosco – 2009.2

Meyer sempre defendeu veementemente um engajamento social dos


arquitetos e designers.

O Designer deve servir ao povo, isto é, satisfazer suas necessidades


elementares no âmbito da habitação com produtos adequados. Com isto, o conceito
inicial de uma escola superior de arte foi definitivamente liquidado. Muitos artistas
deixaram a Bauhaus, entre eles Schlemmer, Klee, Moholy-Nagy. Meyer também
deixou a Bauhaus em 1930, debaixo da pressão política eclodida na Alemanha e
emigrou com 12 alunos para Moscou.

Mies van der Rohe foi indicado como novo diretor, porém em 1932 os
nacional-socialistas fecham a Bauhaus em Dessau e Mies procura continuar a
Bauhaus em Berlim como uma entidade independente e privada. Em 20 de Julho
1933, apenas alguns meses após a "captura do poder" por Adolf Hitler seguia-se a
autodissolução da Bauhaus.

11.4 METAS DA BAUHAUS

A Bauhaus tinha em resumo duas metas centrais:


• Por um lado deveria atingir, pela integração de todas as artes e as
manufaturas debaixo do primado da arquitetura, uma nova síntese
estética.
• Pelo outro deveria atingir, pela execução de produção estética, as
necessidades das camadas mais amplas da população, obtendo uma
síntese social.

Estas duas metas se tornaram no decorrer das décadas seguintes os


aspectos centrais da atividade configurativa.

Do outro lado, a simples contribuição pedagógica fez da Bauhaus uma


"Escola da Vida", o que quer dizer que se praticava, por docentes e estudantes, uma
filosofia de vida construtiva em comum que, como definiu Moholy-Nagy na fase de
Weimar, igualou-se a uma espécie de vida comunitária integral.

Esta identidade comum era certamente decisiva para o quase fervor


missionário com que as idéias da Bauhaus eram difundidas pelo mundo afora.
Aspectos semelhantes podem ser observados novamente após a Segunda Guerra
Mundial em relação à HfG Ulm. Estes aspectos até agora pouco claros foram
mencionados em uma volumosa publicação de Fiedler/Feierhabend (1999), que em
curto espaço de tempo se tornou, após "Wingler", a segunda obra mais importante
sobre o tema Bauhaus.

11.5 CONSEQÜÊNCIAS PRODUTO-CULTURAIS DA BAUHAUS

Com o postulado de Walter Gropius "Arte e Técnica - uma nova unidade", foi
criado um novo tipo de profissional para a indústria, alguém que domine igualmente
a moderna técnica e a respectiva linguagem formal. Gropius criou com isso os
fundamentos para a mudança da prática profissional do tradicional artista/artesão no
designer industrial como conhecido atualmente.

Prof arquiteta Solange Irene Smolarek Dias - doutoranda


TEORIA DO DESIGN 5
Curso de Tecnologia em Design de Interiores – Dom Bosco – 2009.2

Com os métodos da "pesquisa do comportamento" e da "análise funcional"


assim como com uma "ciência da configuração" que se desenvolvia, deveriam ser
clareadas as condições objetivas do projeto. Gropius formulou isto em 1926 da
seguinte forma:

"Um objeto é determinado pela sua 'essência'. Para ser


projetado de forma que funcione corretamente - um vaso, uma
cadeira, uma casa - sua essência precisa ser pesquisada; pois
ele necessita cumprir corretamente sua finalidade, preencher
suas funções práticas, ser durável, barato e bonito" (Eckstein,
1985).

Nesta tradição foi cunhado o termo "dados essenciais" (no original


Wesenanzeichen) que determinam que cada produto tem informações típicas e
funções práticas de visualização a orientar sua classe de produtos.

A atitude social fica evidente no trabalho do aluno da Bauhaus, Wilhelm


Wagenfeld. Ele era convencido de que produtos de massa deveriam ser baratos,
mas ao mesmo tempo bem desenhados e produzidos. Seus projetos para a
Lausitzer Glasvverke ou para a WMF Nürttembergische Mettalvvarenfabrik (marca e
produtos conhecidos até os dias atuais eram trabalhados de tal forma a ponto de
pertencerem à cultura diária como se fossem de design anônimo, já que Wagenfeld
abdicava da autoria de seus produtos.

É preciso, entretanto, que se registre que os projetos da Bauhaus, nos anos


30, não tinham nenhuma influência na cultura de massa da época. Os compradores
dos produtos da Bauhaus pertenciam a círculos intelectuais, que eram abertos a
novos conceitos de projeto. Apesar disso podemos hoje, em retrospectiva, falar de
um estilo bauhausiano que foi decisivo para o design no século 20.

11.6 O PARTICULAR SIGNIFICADO DA BAUHAUS PARA O DESIGN DE


MOBILIÁRIO

O design na Bauhaus foi essencialmente cunhado por um grupo de jovens


arquitetos, cujo interesse central era a função dos produtos e os ambientes dos
usuários. Com uma ruptura radical com o século 19, onde se valorizava a decoração
e a pelúcia nas casas burguesas, se dirigiam agora os designers para as questões
tecnológicas.

A fascinação pelos novos métodos de construção se traduzia em "móveis


tipo", que exploravam todas as novas possibilidades funcionais. Na época,
entretanto esta fascinação se desenvolvia em uma simbologia própria. O tubo de
aço virado se tornou um sinal de "vanguarda" intelectual. As chances de mercado
deste mobiliário foram captadas, primeiro nos anos 60, por exemplo, pelos
fabricantes italianos, como a firma Cassina.

11.7 AS CONSEQÜÊNCIAS PEDAGÓGICAS DA BAUHAUS

Prof arquiteta Solange Irene Smolarek Dias - doutoranda


TEORIA DO DESIGN 6
Curso de Tecnologia em Design de Interiores – Dom Bosco – 2009.2

A emigração política dos estudantes e docentes da Bauhaus conduziu a um


desenvolvimento de pesquisa, ensino e prática deste conceito inovador pelo mundo
afora:
• Em 1926, Johannes Itten fundou uma escola de arte privada em Berlim.
• Em 1928, foi fundada em Budapeste, sob direção de Sandor Bortnik, a
chamada Bauhaus de Budapeste ("Muhely").
• Em 1933, Josef Albers foi chamado para lecionar no Black Mountain
College, EUA, onde permaneceu até 1949.
• Em 1937, foi fundada em Chicago a The Nevv Bauhaus com Moholy-
Nagy como diretor.
• Também em 1937, Walter Gropius foi nomeado diretor do Departamento
de Arquitetura da Harvard Graduate School for Design.
• Mareei Breuer também lecionou aí até 1946.
• Em 1938, Ludwig Mies van der Rohe foi indicado diretor do
Departamento de Arquitetura do Armour Institute of Technology em
Chicago, EUA, o qual em um processo de fusão de 1940 deu origem ao
importante Illinois Institute of Technology.
• Em 1939, foi fundada em Chicago, por Moholy-Nagy, a School of
Design, que em 1944 foi renomeada Institute of Design, com status de
college (3° grau).
• Em 1949, no mandato do sucessor de Moholy -Nagy, Serge Chermayeff,
o Institute of Design foi incorporado ao IlIinois Institute of Technology com
status de universidade. Sob a direção de Chermayeff foram criados os
departamentos de Design Visual, Design de Produtos, Arquitetura e
Fotografia. Esta divisão foi a mais utilizada em outras escolas pelo
mundo afora.
• De 1950 a 1959, Albers lecionou na Universidade de Yale, em New
Haven, em Connecticut. Lá realizou seu célebre estudo sobre a cor,
"Interaction of Color", que é utilizado especialmente para a formação
básica de designers nos cursos sobre cor, até os dias atuais.

11.8 BAUHAUS: PIONEIRISMO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL

Deutscher Akademischer Austausch Dienst Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico


Newsletter. NÚMERO 59, JUNHO DE 2009. Disponível em: rio.daad.de/download/2009-
06_bauhausJubileum.pdf

A Bauhaus está completando 90 anos de sua criação. A revolucionária


escola de design idealizada pelo alemão Walter Gropius permaneceu em atividade
duranteapenas 14 anos, de 1919 a 1933, em Weimar e Dessau.

Mas esse curto período foi suficiente para fazê-la entrar para a história da
cultura, da arquitetura, do design e das artes. Neste ano de comemorações, um
novo aspecto da Bauhaus vem à tona: seu pioneirismo na área de comunicação
social, mais precisamente no segmento de relações públicas e assessoria de
imprensa, conforme pesquisa de uma equipe coordenada pelo professor e
pesquisador de comunicação social Patrick Rössler, da Universidade de Erfurt.

O resultado do estudo será divulgado nos dias 18 e 19 deste mês em


simpósio no Museu Nacional Goethe, em Weimar. Rössler concluiu que, ainda no

Prof arquiteta Solange Irene Smolarek Dias - doutoranda


TEORIA DO DESIGN 7
Curso de Tecnologia em Design de Interiores – Dom Bosco – 2009.2

começo dos anos 1920, Gropius elaborou tanto uma missão quanto uma identidade
corporativa para a Bauhaus, quando esses conceitos de marketing ainda nem
existiam.

Além disso, a Bauhaus desenvolveu, segundo o professor, “medidas


inovadoras de comunicação interna e externa”, sobretudo para enfrentar as críticas a
sua concepção artística e pedagógica e não deixar que elas desestimulassem
docentes e estudantes. Em sua estratégia, Gropius mantinha contatos intensos com
pessoas influentes, dos meios político, artístico e industrial, bem como formadores
de opinião em veículos de comunicação, sem esquecer seus próprios estudantes e
opinião pública local.

Ferramenta fundamental no trabalho de comunicação foi um serviço hoje


imprescindível em qualquer assessoria de imprensa: o clipping, ou seja, a coleta de
reportagens e artigos publicados em jornais e revistas da época sobre a Bauhaus.

Esta medida incomum na década de 1920, ainda mais para uma escola de
arte, ajudou Gropius a ter um panorama da opinião pública e planejar objetivamente
a divulgação de comunicados à imprensa (press-releases) e a publicação de artigos
próprios.

Em 1922, Gropius dizia que a imprensa de Weimar era tola e


declaradamente inimiga da Bauhaus. Porém, a análise inédita realizada pela equipe
da Universidade de Erfurt apontou algo inesperado: “Gropius tinha razão em relação
à imprensa weimariana, mas a repercussão da Bauhaus em toda a Alemanha era
preponderantemente positiva”, afirma Rössler.

A Bauhaus também trilhou caminhos pioneiros em outras práticas comuns


hoje na área de comunicação, marketing e relações públicas de empresas e
instituições públicas. Criou publicações próprias (revistas e séries de livros) e
organizava eventos, como festas e exposições, com o objetivo de promover sua
imagem.

A exposição Bauhaus de 1923 e a inauguração do prédio da escola em


Dessau foram organizados como grandes eventos para a mídia, tendo até mesmo
cobertura jornalística internacional.

11.9 UM POUCO SOBRE A BAUHAUS

Considerada uma das primeiras escolas de design do mundo, a Bauhaus


destacou-se por explorar conceitos que valorizavam a simplicidade, a forma e a
função.

Nos primeiros seis anos, a escola manteve-se em Weimar, dirigida por


Gropius. Expulsa pelo governo, mudou-se para Dessau. É lá que ainda se encontra
a sede projetada por Gropius, atualmente considerada Patrimônio da
Humanidade.

Prof arquiteta Solange Irene Smolarek Dias - doutoranda


TEORIA DO DESIGN 8
Curso de Tecnologia em Design de Interiores – Dom Bosco – 2009.2

Em Dessau, a Bauhaus foi dirigida por Hannes Meyer e por Ludwig Mies van
der Rohe. Enquanto em Weimar a escola vivera uma fase expressionista, em
Dessau enveredou pelo formalismo construtivista.

A curta terceira fase, de apenas um ano, em Berlim, foi marcada pelo


racionalismo radical com ênfase na produção arquitetônica.

A escola manteve-se atuante até 1933, quando, devido a pressões do


governo de Hitler, optou por fechar as portas. Bauhaus deixou então de ser uma
escola, no sentido de espaço físico, consagrando-se como um conceito de arte,
design, arquitetura e pedagogia.

Ela representa a modernização radical da vida em bases racionalistas.


Recursos usados atualmente, como fachadas envidraçadas que facilitam a entrada
de luz natural ou janelas projetadas de forma a melhor aproveitar a ventilação, têm
forte inspiração na Bauhaus.

Muitos dos professores e alunos da Bauhaus deixaram a Alemanha no


período do nazismo e levaram consigo para outros países as ideias da Bauhaus,
especialmente para os Estados Unidos.

Em 1951, o ex-estudante da Bauhaus Max Bill expôs na Bienal de Arte de


São Paulo, sendo premiado. No mesmo ano, Bill fundou e tornou-se reitor da Escola
Superior de Design de Ulm, inspirado na Bauhaus. No ano seguinte, voltou ao Brasil
para palestras e para ser jurado do Grande Prêmio de Arquitetura de São Paulo.

Em 1995, o nome Bauhaus voltou a estar relacionado oficialmente a uma


instituição de ensino superior alemã, a Universidade de Weimar, com três
faculdades (arquitetura, design e engenharia civil), às quais se somou no ano
seguinte a nova, de comunicação.

Ao adotar o título de Bauhaus-Universität, a instituição propôs-se a, inspirada


no conceito de unidade entre arte e técnica de Gropius, incluir a formação artística
em seus cursos de engenharia.

Prof arquiteta Solange Irene Smolarek Dias - doutoranda

Você também pode gostar