Educação Física Escolar: na direção da Construção de uma
Nova Síntese
Tomando como referência a história recente da Educação Física
brasileira, a década de 80 aponta os primeiros elementos de uma crítica a sua função sócio-política conservadora no interior da escola.
As idéias iniciais, as mudanças, ampliações e aprofundamentos
críticos dos movimentos divergentes gestados no âmbito da Educação Física escolar serão aqui recuperados num esforço de síntese superadora.
O objetivo é oferecer aos professores de Educação Física um
referencial teórico capaz de orientar uma prática docente comprometida com o processo de transformação social.
Neste capítulo são brevemente abordadas questões terminológicas
e conceituais, bem como tendências dominantes na Educação Física brasileira.
1 A Respeito da Pergunta: O Que é Educação Física?
O conhecimento tratado na escola é colocado dentro de um quadro
de referências filosóficas, científicas, políticas e culturais. A essa construção teórica dá-se o nome de paradigma. De diferentes paradigmas, portanto, resultarão diferentes práticas pedagógicas.
Perguntar o que é Educação Física só faz sentido, quando a
preocupação é compreender essa prática para transformá-la.
Diferentes respostas têm sido historicamente construídas sem,
contudo, contribuírem substancialmente para a superação da prática conservadora existente.
Algumas respostas carecem de uma teorização mais ampla sobre os
fundamentos da Educação Física escolar, como por exemplo: a) Educação Física é educação por meio das atividades corporais; b) Educação Física é educação pelo movimento; c) Educação Física é esporte de rendimento; d) Educação Física é educação do movimento; e) Educação Física é educação sobre o movimento.
No presente trabalho, provisoriamente, diremos que a Educação
Física é uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: jogo, esporte, dança, ginástica, formas estas que configuram uma área de conhecimento que podemos chamar de cultura corporal.1