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HOSPITALARES
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO....................................................................................................................................................................................... 5
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................................................. 8
UNIDADE I
ENGENHARIA CLÍNICA....................................................................................................................................................................................................... 11
CAPÍTULO 1
PRÁTICA DA ENGENHARIA CLÍNICA............................................................................................................................................................. 11
CAPÍTULO 2
AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS, DOAÇÃO E SUBSTITUIÇÃO........................................................................................................... 19
CAPÍTULO 3
LEGISLAÇÃO APLICADA AOS EQUIPAMENTOS MÉDICOS HOSPITALARES............................................................................. 28
UNIDADE II
EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO........................................................................................................................ 35
CAPÍTULO 1
EQUIPAMENTOS ELETROCIRÚRGICOS...................................................................................................................................................... 35
CAPÍTULO 2
CARRINHOS DE ANESTESIA........................................................................................................................................................................... 44
CAPÍTULO 3
AUTOCLAVES E LAVADORAS.......................................................................................................................................................................... 56
UNIDADE III
GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR................................................................................................................................................ 70
CAPÍTULO 1
GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS EXTERNOS........................................................................................................................................ 70
CAPÍTULO 2
QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDORES.......................................................................................................................................................... 76
CAPÍTULO 3
INDICADORES....................................................................................................................................................................................................... 85
UNIDADE IV
GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES....................................................................... 92
CAPÍTULO 1
PRÁTICAS DE GERENCIAMENTO DE TECNOLOGIAS........................................................................................................................... 92
CAPÍTULO 2
MANUTENÇÃO E REPARO DE EQUIPAMENTOS E DISPOSITIVOS MÉDICO-HOSPITALARES.......................................... 104
CAPÍTULO 3
FALHAS MAIS FREQUENTES E ANÁLISE DE DEFEITOS DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES................... 115
UNIDADE V
SEGURANÇA EM EQUIPAMENTOS ELETROMÉDICOS...................................................................................................................................... 120
CAPÍTULO 1
GERENCIAMENTO DE RISCO........................................................................................................................................................................ 120
CAPÍTULO 2
INTERFERÊNCIA ELETROMAGNÉTICA NO HOSPITAL...................................................................................................................... 127
CAPÍTULO 3
PLANO DE DESASTRE...................................................................................................................................................................................... 133
UNIDADE VI
PADRÕES E REGULAMENTOS INTERNACIONAIS DE DISPOSITIVOS MÉDICOS................................................................................... 139
CAPÍTULO 1
PADRÕES E REGULAMENTOS INTERNACIONAIS............................................................................................................................... 139
CAPÍTULO 2
ACREDITAÇÃO HOSPITALAR........................................................................................................................................................................ 145
CAPÍTULO 3
QUALIDADE............................................................................................................................................................................................................ 151
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................................................................... 158
APRESENTAÇÃO
Caro aluno
Conselho Editorial
5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO
DE ESTUDOS E PESQUISA
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto
antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para
o autor conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma
pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em
seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas
experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para
a construção de suas conclusões.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam
para a síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/
conclusões sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando
o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
7
INTRODUÇÃO
Este material foi divido em seis unidades, na primeira unidade será apresentada a
engenharia clínica no Brasil e serão apresentadas práticas e legislações aplicadas para os
equipamentos médicos hospitalares, na aquisição de equipamento, doação e substituição.
8
Na penúltima unidade serão apresentados os requisitos de segurança para a utilização dos
equipamentos eletromédicos, como é realizado o gerenciamento de risco nas instituições
de saúde. A interferência eletromagnética no hospital, as principais fontes, o efeito das
interferências no dispositivo médico e como esse problema pode ser prevenido. Nesta
unidade será abordado o plano de desastre em caso de diversas catástrofes.
Objetivos
» Apresentar, discutir e contextualizar a prática da engenharia clínica.
CAPÍTULO 1
Prática da engenharia clínica
Ao descrever a atual prática da engenharia clínica no Brasil, é útil ter algumas informações,
como a demografia e geografia do Brasil, pois é um país com população de mais de 169
milhões de habitantes distribuídos por uma área de mais de 8,5 milhões de quilômetros
quadrados. Isso resulta em uma densidade populacional de 19,9 habitantes/m². Em 1980,
a taxa de mortalidade infantil foi de 68 por 1000 nascimentos. Em 2018, esse índice
caiu para 34. Adultos estão vivendo mais. A expectativa de vida hoje no Brasil é de 78
anos. Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o
crescimento populacional está em queda e que a migração para fora do país aumenta
constantemente. Novas oportunidades econômicas aparecem constantemente em
todo o país, mas a desigualdade social continua. O Brasil tem 26 estados e um distrito
federal onde fica Brasília, que é a capital do Brasil. O número total de hospitais públicos
e privados no Brasil sofreu decréscimo, passando de 6.907 para 6.642 hospitais. No
entanto, a redução ocorreu exclusivamente no setor privado, enquanto na esfera pública
houve o aumento no número de hospitais. Os hospitais privados sofreram a redução
de 126 instituições de saúde sem fins lucrativos e 503 hospitais com fins lucrativos
(CARVALHO et al, 2020).
11
Unidade I | ENGENHARIA CLÍNICA
» 39,7% eram pequenas em tamanho, 45,5% eram médias e 14,8% eram grandes.
Em 2017, 93,9% das vendas eram internas, e o restante eram exportações. Em 2013,
a ABIMO tinha 430 membros. Atualmente, conta com 243 membros. Eles compõem
80% do mercado nacional. A ABIMO teve participação na fabricação de 85% dos
equipamentos médicos hospitalares em todo Brasil. No ano de 2010, a ABIMO
apresentou os seguintes números:
» 28% das empresas eram pequenas; 68,7% eram médias; e 3,3% eram grandes.
12
ENGENHARIA CLÍNICA | Unidade I
» A ABIMO gerou 37.679 empregos diretos, dos quais 21,4% foram para
profissionais com faculdade, 48,2% foram para aqueles com ensino médio;
e 30,3% foram para aqueles com outras qualificações (DYRO, 2004).
Problemas
13
Unidade I | ENGENHARIA CLÍNICA
» Qual deve ser quantidade de dinheiro que um país deve investir em tecnologia
de saúde?
14
ENGENHARIA CLÍNICA | Unidade I
Washington nos Estados Unidos da América. No mesmo ano, foi criada a Faculdade de
Tecnologia no Brasil com um programa de 3 anos que capacita profissionais chamados
de “tecnólogos de saúde”, os quais são capazes de operar e manter equipamentos
médicos. Desde 1994, essa faculdade treinou aproximadamente 28 novos tecnólogos
em saúde a cada semestre.
15
Unidade I | ENGENHARIA CLÍNICA
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) foi criada pela Lei n. 9.782 em
26 de janeiro de 1999. É uma agência reguladora caracterizada pela independência
administrativa, estabilidade no emprego para seus gestores e com autonomia financeira.
Na estrutura da administração Federal é vinculada ao Ministério da Saúde. A ANVISA
começou um intensivo programa para desenvolver agentes especializados em vigilância
sanitária para trabalhar na avaliação dos dispositivos e equipamentos médicos. Muitos
desses agentes eram engenheiros e possuem formação ou especialização em engenharia
clínica.
Emprego
O Brasil, atualmente, está mais bem preparado do que há 20 anos atrás. Hoje, o mercado
de trabalho dos engenheiros clínicos brasileiros é amplo e diversificado.
Hospitais
16
ENGENHARIA CLÍNICA | Unidade I
Indústria
Universidades
Consultoria
Empresas
17
Unidade I | ENGENHARIA CLÍNICA
Venda
18
CAPÍTULO 2
Aquisição de equipamentos, doação e
substituição
19
Unidade I | ENGENHARIA CLÍNICA
Solicitação de aquisição
Levantamento dos
Informações equipamentos disponíveis
no mercado
Substituição
Tecnologia nova
ou substituição?
Nova
Preparação da
especificação do sistema
Seleção do fornecedor
Emissão de contratos ou
ordem de compra
Recebimento do equipamento
Instalação do equipamento
20
ENGENHARIA CLÍNICA | Unidade I
A lista gerada no final da pesquisa de preço serve como base para realizar a compra,
pois nesse relatório estarão contidas as informações sobre o melhor produto com o
21
Unidade I | ENGENHARIA CLÍNICA
Licitação
Uma vez definido o objeto que se quer contratar, é necessário estimar o valor total da
obra, do serviço ou do bem a ser licitado, mediante realização de pesquisa de mercado. É
necessário, ainda, verificar se há previsão de recursos orçamentários para o pagamento
da despesa e se ela está em conformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal. Após
apuração da estimativa, deve ser adotada a modalidade de licitação adequada, com
prioridade especial para o pregão, quando o objeto pretendido se referir a bens e
serviços comuns listados no Decreto n. 3.555/2000, o qual regulamenta tal modalidade
(CALIL, 2002).
22
ENGENHARIA CLÍNICA | Unidade I
Modalidades de licitações
Existindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite realizado
para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um
interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações.
Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for
impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos, essas circunstâncias
deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.
23
Unidade I | ENGENHARIA CLÍNICA
Solicitação de propostas
24
ENGENHARIA CLÍNICA | Unidade I
Seleção do fornecedor
Recebimento do equipamento
25
Unidade I | ENGENHARIA CLÍNICA
pelo fabricante, esse processo é importante para sanar as dúvidas durante a operação
do dispositivo e evitar danos e problemas com o equipamento. Esse procedimento é
conhecido como pré-instalação.
Pré-instalação
Físicas Rota de passagem para levar o equipamento, sem danificar, ao local de instalação.
Resistência do piso no local de instalação ou rota de passagem.
Necessidade de construção de base ou suporte para o equipamento.
Elétrica.
Hidráulica.
Alimentação
Gases.
Sistema de estabilização eletrônica de tensão.
Sistema de aterramento.
Sistema de radioproteção.
Proteção e normativas Sistema de proteção contra descargas elétricas.
Compatibilidade eletromagnética.
Sistema de alimentação de emergência.
Controle de ventilação.
Ambientais Controle de umidade.
Controle da temperatura.
Instalação do equipamento
26
ENGENHARIA CLÍNICA | Unidade I
A instalação deve ser realizada pelo próprio fabricante e ser acompanhada por um
responsável pelo equipamento para emitir o parecer sobre a pré-instalação, com
a finalidade de não reduzir o tempo de garantia do equipamento, caso ocorra a
instalação em condições que diferem das exigidas pelo fabricante. Quando os critérios
preestabelecidos atendem às necessidades de pré-instalação, é efetivada a instalação
do dispositivo, conforme o cronograma estabelecido com o fornecedor. Nessa etapa é
importante que ocorra o acompanhamento da equipe técnica, pois é uma oportunidade
de aprendizado sobre o funcionamento.
No final da instalação deve ser realizado o teste de segurança radiológica, elétrica etc.,
conforme o tipo de equipamento, com a finalidade de realizar a aprovação técnica
e início dos testes clínicos, antes de se dar o aceite final e consequente liberação do
pagamento. A área técnica e clínica, conforme o funcionamento do aparelho, deve
elaborar um parecer final para autorizar o pagamento, conforme as condições e prazos
estabelecidos no contrato de fornecimento. No período de garantia é recomendado
que seja efetuado o treinamento técnico para toda a equipe multiprofissional (CALIL,
2002).
27
CAPÍTULO 3
Legislação aplicada aos equipamentos
médicos hospitalares
Os equipamentos médicos fazem parte da categoria de produtos que estão voltados para
a saúde, antigamente esses insumos eram correlatados em conjunto com outros materiais
de saúde, como exemplo: órtese, prótese, cateter, entre outros. Os equipamentos
médicos podem ser classificados como produtos médicos não implantáveis, ativos
e implantáveis. Mas, no entanto, existem dispositivos médicos não ativos como as
macas, cadeiras de rodas, mesas cirúrgicas, camas hospitalares, cadeira para exames
etc. (ANVISA, 2018).
O não atendimento das determinações que estão previstas na legislação sanitária são
caracterizadas como infração à Legislação Sanitária Federal; a empresa infratora está
sujeita às penalidades previstas na Lei n. 6.437, que foi criada em 20 de agosto de
1977, e não possui prejuízo das sanções de natureza penal ou civil cabíveis na esfera
administrativa. No âmbito da esfera jurídica, os profissionais que respondem pelas
infrações praticadas são os responsáveis técnicos e legais, conforme as sanções e
28
ENGENHARIA CLÍNICA | Unidade I
infrações previstas no art. 273, as quais estão inserias no decreto Lei n. 2.848, de 07
de dezembro de 1940 (Código Penal capítulo III, que versa sobre os Crimes contra a
Saúde Pública).
Aspectos históricos
Nos últimos anos, a metrologia apresentou grandes avanços, o que permitiu que
fossem criados aparelhos médicos voltados para a indústria, a ciência e a saúde. Esses
instrumentos que aferem os sinais e parâmetros fisiológicos com exatidão e baixa
escala de erros, são utilizados na realização de diagnósticos para prevenir e tratar
enfermidades com maior precisão e acurácia (ANVISA, 2018).
29
Unidade I | ENGENHARIA CLÍNICA
No ano de 1999, na 21ª CGPM (conférence générale des poids et mesures), destacou-se
a necessidade de criação de um parâmetro de medida internacional para a calibração
de equipamentos médicos, o qual pudesse ser utilizado e comparado em vários países
do mundo. Neste ano, foi criada no Brasil a Anvisa, que foi vinculada ao Ministério
da Saúde, a qual recebeu a responsabilidade de garantir a segurança sanitária dos
equipamentos médicos (ANVISA, 2018).
30
ENGENHARIA CLÍNICA | Unidade I
» Invasivos: Artigos 5, 6, 7 e 8.
» Gerenciamento de riscos.
31
Unidade I | ENGENHARIA CLÍNICA
» Controle de embalagem.
Vale afirmar que o cumprimento das boas práticas na fabricação de qualquer dispositivo
hospitalar é uma necessidade para manter o padrão de qualidade da instituição de
saúde. Embora não seja um processo obrigatório para o funcionamento, demonstra
o comprometimento da empresa com a qualidade do produto.
O registro do equipamento médico passa por um processo extenso, composto por várias
etapas, como: a regularização da empresa junto à vigilância sanitária, identificação
sanitária do equipamento, peticionamento eletrônico, erros, incerteza e necessidade
de calibração de equipamentos médicos.
32
ENGENHARIA CLÍNICA | Unidade I
As principais resoluções que são aplicadas pelas normativas da ANVISA são as seguintes:
33
Unidade I | ENGENHARIA CLÍNICA
34
EQUIPAMENTOS DE
ESTERILIZAÇÃO E UNIDADE II
CENTRO CIRÚRGICO
CAPÍTULO 1
Equipamentos eletrocirúrgicos
Eletrocautério
A eletrocirurgia é a aplicação de uma polaridade alternada de alta frequência
(radiofrequência), corrente elétrica, ao tecido biológico como meio de cortar,
coagular, desidratar ou fulgurar o tecido. Seus benefícios incluem a capacidade de
fazer cortes precisos com perda de sangue limitada. Os dispositivos eletrocirúrgicos
são frequentemente usados durante as cirurgias. Nos procedimentos eletrocirúrgicos,
o tecido é aquecido por uma corrente elétrica. Embora os dispositivos elétricos que
criam uma sonda aquecida possam ser usados para a cauterização de tecidos em algumas
aplicações, a eletrocirúrgica se refere a um método diferente do eletrocautério. O
eletrocautério usa a condução de calor da sonda aquecida em alta temperatura por uma
corrente elétrica direta. Isso pode ser feito por corrente contínua de células secas em
um dispositivo do tipo lanterna (CALIL, 2002).
35
Unidade II | EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO
Cauterização
A cauterização (ou cautério) é uma prática médica ou técnica de queima para realizar
a hemostasia de qualquer parte do corpo. Durante a cauterização, ocorre a destruição
de tecidos biológicos para mitigar sangramentos, danos, remover tumores indesejados
e prevenir infecções.
36
EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO | Unidade II
História do eletrocautério
A cauterização foi utilizada como tratamento nos tempos medievais para impedir a
perda de sangue, extração dentária e tratamento de doenças mentais. Na Arábia, os
estudiosos Al-Zahrawi e Avicena escreveram sobre técnicas e instrumentos usados
na coagulação. A técnica de ligadura das artérias foi realizada como alternativa para
estancar sangramentos.
Eletrocautério
O eletrocautério produz calor de forma elétrica e cria várias formas de ondas com
potências diferentes para poder realizar a cauterização, coagulação, corte e dessecação
de estruturas morfológicas. Assim, o eletrocautério, eletrocoagulação, eletrodissecação
37
Unidade II | EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO
As células neurais e musculares são eletricamente excitáveis, isto é, podem ser estimuladas
por corrente elétrica. Nos seres humanos, essa estimulação pode causar dor aguda,
espasmos musculares e até parada cardíaca. A sensibilidade das células nervosas e
musculares ao campo elétrico ocorre devido aos canais iônicos dependentes de voltagem
presentes em suas membranas celulares. O limiar de estimulação não varia muito em
baixas frequências (o chamado nível de constante de reobase). No entanto, o limiar
começa a aumentar com a diminuição da duração do pulso ou ciclo, quando o nível
está abaixo é chamado de cronaxia (CALIL, 2002).
A corrente elétrica oscila entre o eletrodo ativo e o eletrodo dispersivo pelo corpo do
paciente. Como a concentração da corrente RF diminui com a distância do eletrodo
ativo, a densidade de corrente rapidamente diminui. Como a taxa de aquecimento dos
tecidos é proporcional ao quadrado da densidade de corrente, o aquecimento ocorre
perto do contato do eletrodo com o tecido vivo. O outro instrumento utilizado é o
bipolar, sendo caracterizado por apresentar dois eletrodos, sendo o dispersivo maior
que o ativo. Como a densidade de corrente é maior na frente do condutor menor, o
aquecimento e os efeitos dos tecidos associados ocorrem apenas na parte ativa da pinça
bipolar (CALIL, 2002).
38
EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO | Unidade II
A eletrocirurgia de alta frequência com baixa potência pode ser realizada no paciente
sem a presença do eletrodo dispersivo, isto ocorre por meio das frequências médias de
RF (geralmente 100 - 500 kHz), geradas por equipamentos de eletrocirurgia bipolar,
fazendo com que a corrente de deslocamento resultante atue como um “caminho de
completação do circuito”.
Os principais exemplos são as máquinas de hyfrecator. Esse termo começou a ser usado
em 1940 como marca de aparelhos com erradicador de alta frequência, atualmente essa
definição serve para descrever genericamente a classe geral dos bipolares, conhecidos
como máquina de eletrocirurgia com baixa potência não isolada (referenciando o fio
terra). O caminho acidental da corrente de completação do circuito por aterramento
pode gerar queimaduras no paciente. Em tal cenário, as hyfrecator não são usadas para
cortar tecido, mas para destruir lesões relativamente pequenas e também para parar
o sangramento em incisões cirúrgicas feitas por instrumentos de lâmina (PERLATO,
COELHO, 2007).
39
Unidade II | EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO
As modalidades eletrocirúrgicas
40
EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO | Unidade II
» Corte: se o nível de tensão for alto o suficiente, o calor gerado pode criar
uma bolsa de vapor. A bolsa de vapor normalmente atinge temperaturas
de aproximadamente 400 ºC, que vaporiza e explode uma pequena seção
de tecido mole, resultando em uma incisão.
As diferentes formas de onda podem ser usadas para vários procedimentos eletrocirúrgicos.
Para o corte, uma onda senoidal de frequência única contínua é frequentemente
empregada. O aquecimento rápido dos tecidos leva à vaporização explosiva do fluido
intersticial. Se a tensão for suficientemente alta (> 400 V pico a pico), a bainha de vapor
é ionizada, formando plasma condutor. A corrente elétrica continua a fluir do eletrodo
de metal por meio do gás ionizado para o tecido. O sobreaquecimento rápido do tecido
resulta na sua vaporização, fragmentação e ejecção de fragmentos, permitindo o corte
de tecidos. Nas aplicações de uma onda contínua, a difusão do calor leva tipicamente
à formação de uma zona de danos térmicos significativa nas bordas da lesão. A tensão
de circuito aberto em formas de ondas eletrocirúrgicas é tipicamente na faixa de 300-
10.000 V pico a pico (PERLATO, COELHO, 2007).
Maior precisão pode ser obtida com formas de ondas pulsadas no tecido a ser cortado,
enquanto o tamanho da zona de difusão de calor não excede a escala celular. O acúmulo
de calor durante a aplicação repetitiva deve ser evitado, se houver falha no dispositivo.
A proporção do tempo ON para o tempo OFF pode ser variada para permitir o controle
da taxa de aquecimento. O parâmetro relacionado com o ciclo de trabalho é definido
como a relação entre o tempo ON e o período (o tempo de um único ciclo ON-OFF)
(CALIL, 2002).
Unipolar
Bipolar
42
EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO | Unidade II
Para evitar queimaduras não intencionais, a pele é limpa, e um gel condutor é usado
para melhorar o contato com o eletrodo de retorno. Práticas apropriadas de aterramento
elétrico devem ser seguidas na fiação elétrica do prédio. Também é recomendado o uso
de uma unidade eletrocirúrgica moderna que inclua um sistema de monitoramento de
eletrodos de retorno que testa continuamente o contato seguro e confiável do paciente.
Esses sistemas interrogam a impedância de um eletrodo de retorno dividido ou duplo
que dispara o alarme, desabilitando a saída do gerador em caso de falha. Os geradores
anteriores contavam com eletrodos de retorno de um único bloco e, portanto, não
tinham meios de verificar a conexão segura do paciente. Os eletrodos de retorno
devem sempre ter contato total com a pele e ser colocados no mesmo lado do corpo
que o procedimento está ocorrendo (CALIL, 2002).
43
CAPÍTULO 2
Carrinhos de anestesia
O equipamento de anestesia, nos dias de hoje, recebe o nome de estação de trabalho para
anestesia, esse aparelho possui vários dispositivos integrados para administrar gases
durante o processo de anestesia inalatória. Os principais componentes de condução
de gases são: ventiladores, vaporizador, monitores, sistema de condução de gases
e de antipoluição. Esses dispositivos utilizados de forma simultânea permitem a
monitorização do fluxo de gases expirados e inspirados, com pressões, capacidades,
volumes respiratórios, corrente, amperagem e voltagem de alimentação elétrica (ARAI,
AZEVEDO, 2011).
A utilização da tecnologia nos aparelhos de anestesia nem sempre foi disponível para
todos os carrinhos de anestesia no mercado de saúde. É extremamente essencial o
conhecimento do funcionamento do dispositivo de anestesia para a utilização segura
do equipamento. O equipamento de anestesia possui o seguinte conceito: “equipamento
voltado à administração de gases anestésicos para o paciente, constituído de três
componentes básicos como: a seção de fluxo contínuo, respirador e sistema respiratório”.
Nos hospitais brasileiros são encontrados aparelhos com diferentes idades, procedências
e estágios tecnológicos, os profissionais da engenharia biomédica necessitam do
conhecimento sobre o princípio geral de funcionamento, bem como a forma de
assistência técnica utilizada em cada dispositivo. A assistência técnica utilizada deve
cumprir as determinações e critérios da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), a qual estabelece definições e termos de segurança para cada dispositivo que
será exposto (ARAI, AZEVEDO, 2011).
44
EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO | Unidade II
CIRCUITO DE BAIXA
PRESSÂO
Rede de N2O
Fluxômentros Vaporizadores
Válvula calibrados
Indicador de
unidirecional pressão de
Indicador de rede
pressão de
cilindro
Valvula de
segurança
Saída comum
Rede de O2 de gases
Rede de O2
Abastecimento de gases
45
Unidade II | EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO
Quando ocorrer falha no fornecimento de gases pela rede principal, o sistema poderá
utilizar cilindros acessórios como uma linha de segurança. Esse cilindro é alocado
geralmente na parte de trás do aparelho de anestesia e acoplado por pinos de segurança,
conforme está descrito na NBR 12510, ISO 2407. Para prevenir erros durante a
instalação do cilindro de gás, o encaixe é codificado por meio do posicionamento de
pinos com furos de segurança (ARAI, AZEVEDO, 2011).
46
EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO | Unidade II
Anel "O"
Óxido nitroso
A1
B1
A1<A2
B1>B2
Oxigênio
A2
B2
Fonte: (FONSECA, 2011).
As canalizações do aparelho
47
Unidade II | EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO
os fluxômetros. Essa forma de controle pode ser realizada de forma manual ou pré-
ajustada, conforme o fabricante. O controle é pneumático com limitador que pode ser
ajustável entre as câmaras de baixa e alta pressão (FONSECA, 2011).
Parafuso de ajuste
Diafragma
Mola
Regulador de
baixa pressão
Câmara de
baixa pressão
Válvula
de engate
Válvula
de engate
Fonte: (FONSECA, 2011).
Os fluxômetros são formados por uma válvula de selamento e outra em agulha, com
um tubo graduado e calibrado por um rotâmetro. Segundo a NBR 60601:2004, todos
os sistemas de controle de fluxo e fluxômetros devem ser independentes, únicos,
graduados em litros por minuto e possuir exatidão com um erro de até 10% do valor
mostrado. O controle de fluxo com estilo rotatório do oxigênio precisa apresentar
forma diferente dos demais gases, conforme a figura abaixo.
48
EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO | Unidade II
Os botões que ajustam o fluxo de diferentes gases devem ser redondos e possuir ranhuras
na superfície e não podem exceder 1 mm de profundidade. A norma supracitada
determina que a rotação do botão deve ser no sentido anti-horário, para aumentar o
fluxo e estar claramente identificado com nome e cor do gás (ARAI, AZEVEDO, 2011).
Fluxômetros
49
Unidade II | EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO
10 litros
8 litros
45°
6 litros
4 litros
3 litros
2 litros
1500
1000
D
800
600
1,20 D
400
200
Fonte: adaptada de Fonseca, 2011.
Oxigênio direto
Sistema de segurança
A criação dos aparelhos de anestesia deve obedecer aos critérios de segurança que
foram estabelecidos pelas Normas Técnicas Brasileiras (NBR), a qual padroniza e
previne eventos adversos durante o processo anestésico. Os alarmes são inseridos nos
aparelhos de anestesia conforme é definido pela NBR, cada alarme é utilizado para
avisar erros ou alguma prioridade (ARAI, AZEVEDO, 2011).
50
EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO | Unidade II
As prioridades são definidas como remota, média e alta, conforme o risco apresentado
pelo indivíduo. Alguns estudos recentes se preocuparam em melhorar o desempenho
dos alarmes para fornecer segurança para o paciente e operador no momento da
anestesia, foram desenvolvidos 6 tipos de alarmes com capacidades e sons diferentes
para o reconhecimento humano aos sons gerados por alarmes.
Vaporizadores
Os vaporizados são utilizados para realizar a mudança do estado líquido para vapor dos
anestésicos inalatórios, e quantificar o fluxo de gazes fornecido para o paciente durante
o procedimento anestésico. Os vaporizadores possuem vários tipos, como: borbulha,
universal, calibrado semieletrônico, calibrado pneumático, calibrado universal com
fluxômetro e calibrado eletrônico. Os dois primeiros modelos são usados em todo
território nacional, pois ambos são baratos e podem ser utilizados com diversos tipos
de anestésicos disponíveis.
Os vaporizados calibrados como o Dräger Vapor 19n ou 20n, Tec-4 eTec-5 são
categorizados como pneumáticos de Bypass variável, pois permitem que o operador
estabeleça o nível de concentração de anestésicos. Esse dispositivo usa o método
de desvio variável e arrastamento para regular a concentração. O fluxo total que é
controlado pelos fluxômetros do equipamento de anestesia passa pelo vaporizador, que
divide em duas partes, uma se dirige para a saída do vaporizador e a outra atravessa
a câmara de vaporização. O gás carreador que vai sair da câmara de vaporização está
51
Unidade II | EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO
saturado com vapor e passa por um processo de diluição variável do fluxo de gás,
que será desviado antes de sair do vaporizador. A denominação de bypass ocorre na
proporção que esse gás sofre o desvio e altera de forma manual a manipulação do dial,
como mostra a figura abaixo. Alguns fatores podem afetar o funcionamento desse
tipo de vaporizador, como a pressão barométrica, temperatura extrema, direção do
gás, efeito bombeamento, níveis do agente anestésico e composição do gás alveolar.
No momento em que a pressão transmitida é liberada, o gás que está saturado pelo
vapor anestésico é expandido para criar um sistema de vaporização de saída e entrada
que aumenta a pressão final do vapor. Alguns vaporizadores pneumáticos modernos
possuem dispositivos de segurança compostos por válvulas unidirecionais que oferecem
segurança e previnem os fenômenos de contrapressão dentro da câmera de vaporização.
Saída
Entrada
Frio Quente
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EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO | Unidade II
O desflurano passa pelo aquecimento que está acima do ponto de ebulição e o vapor
é liberado conforme a concentração preestabelecida pelo operador. No momento em
que o gás atinge o vaporizador, passa por um limitador de fluxo para criar a pressão
retrograda que depende da composição e da quantidade de gás. A pressão criada pelo
transdutor diferencial de pressão é medida pelo controle eletrônico do vaporizador,
essa pressão na unidade de processamento central do vaporizador é responsável por
regular a válvula interna do vaporizador, para que a pressão do vaporizador seja igual
à pressão de trabalho (ARAI, AZEVEDO, 2011).
53
Unidade II | EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO
Cada depósito deve ser específico para cada agente inalatório diferente, além de estar
identificado com o nome, cor e símbolo do anestésico.
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EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO | Unidade II
Válvula Entrada de
Ramo gases
inspiratório inspiratória
Canister de
absorvedor
de CO2
Peça Y
Ventilador
Ramo
expiratório
Válvula
expiratória Seletor de
Válvula
balão ou
limitadora
ventilador
pressão
Balão
reservatório
Fonte: (FONSECA, 2011).
55
CAPÍTULO 3
Autoclaves e lavadoras
História
A autoclave foi criada em 1681, por Denis Papin, com a finalidade de ser um novo
digestor ou motor para amolecer osso. O biodigestor é parecido com uma panela de
pressão que aquecia a água em temperaturas acima de 100 °C.
56
EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO | Unidade II
No ano de 1874, Louis Pasteur pediu ajuda a Charles Chamberland para que este o
auxiliasse na criação de um equipamento voltado para a eliminação de microrganismos.
Durante a década de 1875, foram realizados diversos estudos científicos, nos quais
foram observados que o calor úmido tem melhor eficácia do que o calor seco. Durante
o ano de 1884, Charles Chamberland produziu autoclaves com camisa de vapor, que,
por uma válvula, ocorreria a exaustão do vapor no final do ciclo de aquecimento
(PRADO, PERLATO, 2010).
57
Unidade II | EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO
Tipos de autoclaves
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EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO | Unidade II
Modelos de autoclave
Existem diversos modelos de autoclaves, sendo elas divididas em duas classes principais:
Esse tipo de autoclave tem tamanhos variados. Tem uma forma vertical ou horizontal
e possui um cilindro metálico resistente. É composto por uma tampa para lacrar a
autoclave, formada por parafusos de orelhas e anilha de amianto para impedir fugas
de vapor e ar. As autoclaves de paredes simples têm no seu projeto um manômetro,
torneira para descarga e válvula de segurança (PRADO, PERLATO, 2010).
Deve-se abrir com cuidado a autoclave, pois a pressão da válvula de escape varia de
121 a 134 °C, podendo ocasionar acidente com queimadura. Um ciclo de esterilização
completo é constituído basicamente por três etapas: aquecimento, esterilização e
secagem. Após a realização das três etapas, o processo de esterilização é concluído.
O projeto desse tipo de autoclave é constituído por duas câmaras, uma interna e outra
externa. O espaço disposto na câmara de pressão interna e externa tem a finalidade
de controlar a temperatura durante o processo de esterilização; além disso, é utilizado
para facilitar o processo de manutenção.
59
Unidade II | EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO
A autoclave horizontal possui bomba de vácuo para auxiliar na retirada do ar, antes
da inserção do vapor no interior da câmara, contribuindo para a secagem dos artigos
no final do processo de esterilização. A remoção do ar e a admissão do vapor são
realizadas por pulsos de ar para uniformizar a temperatura do vapor em toda a câmara
de esterilização da autoclave.
Todo vapor gerado no modelo de autoclave de paredes duplas é feito por caldeira
separada, composta de água destilada ou purificada por filtros de osmose reversa. A
tubulação hidráulica possui sistema automatizado por meio de controle computadorizado
(CLP), controlando todas as válvulas automáticas durante o ciclo de esterilização. As
etapas de cada ciclo de esterilização são gravadas e impressas, garantindo e certificando
a qualidade da operação (PRADO, PERLATO, 2010).
60
EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO | Unidade II
» Classe II: são conhecidos como Indicadores para uso em Testes Específicos.
Indicadores da classe II são utilizados para testar a bomba de vácuo da
autoclave, denominada como teste de Bowie-Dick.
Qualificação operacional
Para que o equipamento esteja em plena condição de uso, ele é submetido a diversos
testes de controle, como: alarmes, funções de monitoramento, indicadores de operação,
integridade da câmera e manutenção do aparelho. A equipe multiprofissional deve estar
qualificada e muito bem treinada para realizar os testes de validação no equipamento
de esterilização (PRADO, PERLATO, 2010).
61
Unidade II | EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO
Lavadoras
Lavadora termodesinfectadora
O aparelho de LT é composto por uma bomba de água que capta água para os circuitos
hidráulicos, a pressão exercida pela bomba movimenta as pás de lavagem, que são
responsáveis pelo processo de limpeza e enxague do material. A água utilizada na
lavagem é aquecida por resistências, que estão dispostas no interior da câmara de
lavagem, o ajuste da temperatura da água é estabelecido pelo operador (programável
em até 96°C) de forma independente, conforme a programação de cada ciclo. O motor
do tipo “siroco” em conjunto com os filtros e resistência elétrica são responsáveis pela
criação do fluxo aquecido e limpo no momento da secagem do material médico.
62
EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO | Unidade II
» ABNT NBR ISO 15883-1, diz sobre os requisitos gerais das lavadoras
desinfetadoras, ensaio e testes para lavadoras Termodesinfectadoras.
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Unidade II | EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO
A grande maioria das LTs são fabricadas com aço inoxidável AISI 304 (stainless steel).
A câmara de Lavagem é desenvolvida com aço inoxidável com isolamento térmico
e acabamento polido. Algumas LTs apresentam lâmpada de LED para iluminar o
interior da câmara de lavagem, porém esse dispositivo deve estar conforme as normas
da NBR ISO 15883. As resistências elétricas ficam alocadas dentro da câmara em um
compartimento protegido.
As LTs possuem modelos com uma ou duas portas que também são confeccionadas com
aço inoxidável, o processo de fechamento e abertura é automático em movimentação
vertical ou horizontal. As portas possuem vedação por guarnição de borracha, que
são infladas pela injeção de ar comprimido, no momento em que ocorre o fechamento
das portas. O sistema de segurança serve para impedir que ocorra abertura de forma
simultânea das portas. Nos modelos que são construídos com porta dupla é interrompida
a movimentação da porta quando ocorre o contato com algum obstáculo, para proteger
operador.
64
EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO | Unidade II
de 12 Kw, que devem ser protegidas com termostato de segurança e rearme manual
(PRADO, PERLATO, 2010).
Lavadora ultrassônica
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EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO | Unidade II
Tampa
Sistema de
irrigação Cesto
de canulados
Transdutor e gerador
Dreno
de escoamento
Normas e legislações
As orientações para a utilização das LUs devem ser fornecidas pelo fabricante, conforme
as orientações da Anvisa, a RDC n. 15 versa que todo o processo de limpeza automático
deve ser monitorado. A norma da AS 2773-1999 (Australian Standard) diz que as
LUs para unidades de saúde devem conter a capacidade da cuba de até 30 litros. O
Memorando Técnico de Saúde do reino unido recomentada que as LUs passem por
testes de verificação e validação. As indústrias seguem as regras da IEC e da NBR para
desenvolverem sistemas eletromédicos seguros para o operador.
A NBR IEC 61010-1 fala sobre os critérios de gerais de segurança para os aparelhos
de teste, equipamento elétrico de controle de processo industrial, medição elétrica e
equipamentos elétricos laboratoriais. Sobre os critérios de funcionamento, a NBR IEC
60601-1- 4 cita como deve ser o processo de fabricação de um sistema eletromédico
programável, a NBR IEC 60601-1-2 estabelece as diretrizes gerais para os ensaios
de compatibilidade eletromagnética em sistemas ou equipamentos eletromédicos
(PRADO, PERLATO, 2010).
Mecanismo de funcionamento
Fases do processo
A fase de limpeza possui três estágios, conforme a Agência de Proteção Ambiental dos
Estados Unidos da América. A primeira etapa é conhecida como “presoak”, as peças são
67
Unidade II | EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO
inseridas na solução saneante e aquecidas para remover toda a sujidade. Na segunda fase
ocorre a limpeza e fricção do material por meio do processo de cavitação. Na última
etapa ocorre o enxague do instrumental (LIMA, CARDOSO, TEIXEIRA, 2019).
Frequência
As LUs possuem frequências entre 20-30 kHz para limpar as superfícies de instrumentais
complexos e de grande porte, que apresentem dificuldade de remoção de resíduos. As
frequências de 60-80 kHz são empregadas para a limpeza de instrumentais cirúrgicos
delicados, que não possam ser desmontados. A cavitação é suficiente para remover as
partículas submicrométricas, sem danificar a superfície do material. Os equipamentos
que são compostos por um sistema de limpeza mono com baixa frequência na faixa
de 25-50 kHz são amplamente utilizados nas instituições de saúde pelo seu benefício,
custo e eficiência.
Geradores e transdutores
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EQUIPAMENTOS DE ESTERILIZAÇÃO E CENTRO CIRÚRGICO | Unidade II
Tempo
Temperatura
Cesto e tampa
O cesto é confeccionado com aço inoxidável e perfurado em até 6mm, para melhorar
a transmissão da energia ultrassônica. Na lavadora não é indicado utilizar recipientes
de plásticos e alocar instrumentos no fundo do tanque. A tampa é desenvolvida para
vedar todo o tanque, com a finalidade de diminuir a perturbação sonora criada pelo
dispositivo e impedir respingos e partículas de aerossóis (PRADO, PERLATO, 2010).
69
GESTÃO DA
TECNOLOGIA MÉDICO- UNIDADE III
HOSPITALAR
CAPÍTULO 1
Gerenciamento de serviços externos
70
GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR | Unidade III
71
Unidade III | GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR
72
GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR | Unidade III
Esse tipo de contratação engloba teste de manutenção junto com o teste de qualidade.
As informações são enviadas do equipamento por um período determinado.
73
Unidade III | GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR
estejam prontos para serem utilizados pela equipe multiprofissional, além de cumprir
todos os requisitos preestabelecidos no momento da contratação (DEL SOLAR, 2017).
Na última década, a tendência é que os hospitais dos EUA terceirizem todo o serviço
de engenharia clínica e passem a gestão de contratos para um responsável técnico do
hospital. Essa oportunidade foi excelente para os profissionais responsáveis pelo setor
de engenharia clínica. No Brasil, isso não é diferente, as instituições de saúde possuem
o setor de engenharia clínica e a manutenção da grande maioria dos equipamentos
médicos hospitalares é realizada por empresas terceirizadas, a responsabilidade pela
administração dos contratos de manutenção é do responsável técnico do setor. Alguns
departamentos de EC utilizam bancos de dados para a gestão geral dos equipamentos
hospitalares, essa ferramenta permite que as instituições gerenciem os dispositivos
desde a sua fabricação até o descarte do aparelho, esse software centralizado é capaz
de gerenciar contratos. Programas internos, como a ferramenta de banco de dados,
foram desenvolvidos por engenheiros biomédicos para realizarem a gestão efetiva do
parque tecnológico e os serviços gerais da EC.
O responsável técnico (RT) pelo setor de engenharia clínica deve tomar as principais
decisões no que se diz respeito ao serviço de EC. Para começar, o RT deve realizar uma
auditoria para determinar inventário, despesas e contratos de cobertura. Depois de
analisar os dados, ocorre a realização do planejamento para mostrar as mudanças no
serviço que poderão melhorar a gestão do parque tecnológico. O plano deve delinear
claramente os mecanismos de monitoramento, relatórios, o valor obtido, as melhorias
sobre o processo atual, o serviço de manutenção apropriado para cada dispositivo do
inventário, o tipo de serviço, tempo de resposta e de conclusão dos serviços.
74
GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR | Unidade III
Dados de gestão
A regra básica da gestão é: não se pode gerenciar o que não se pode mensurar.
Auditoria do inventário
A análise dos contratos de serviço deve ser realizada para verificar se o trabalho
contratado é desenvolvido conforme acordado previamente. A verificação avalia os
serviços, prazo de contrato, ordem de compra, custo anual, tipo de cobertura, notas
de exclusões e inclusões.
As contas a pagar são tipicamente a fonte de dados sobre os gastos com tempo e
materiais. Os bancos de dados eletrônicos são os locais onde estão arquivados tais
relatórios. Uma avaliação precisa dos custos realizados pela EC pode deixá-los menores.
75
CAPÍTULO 2
Qualificação de fornecedores
Este capítulo descreve maneiras pelas quais o engenheiro biomédico pode promover
excelentes relacionamentos com o fornecedor de dispositivos médicos. Uma boa relação
de trabalho com os fabricantes é necessária para garantir o suporte técnico pós-venda
de forma adequada, por meio de itens como documentação, serviço, fornecimento
de peças, atualizações e recalls. Por outro lado, é sábio não se limitar apenas a um
fornecedor e nem se tornar muito dependente dos fabricantes.
Este capítulo descreverá maneiras pelas quais o profissional responsável pelo serviço
de engenharia clínica pode gerenciar o serviço externo, seja o provedor de serviços,
o fornecedor original ou uma empresa terceirizada contratada. Ênfase será dada à
gestão do serviço externo para fornecer os serviços de manutenção em equipamentos
adquiridos, como vantagens e desvantagens na contratação das empresas terceirizadas,
com a finalidade de obter o melhor serviço possível com o menor custo.
76
GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR | Unidade III
77
Unidade III | GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR
78
GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR | Unidade III
O período de garantia deve começar após a compra e aceitação do contrato final pelo
departamento de engenharia clínica. Isso é particularmente importante no caso de
grandes instalações em que a implementação pode se estender por vários meses. Os
profissionais do serviço de engenharia clínica devem avaliar o serviço do fabricante,
como a instalação e o funcionamento de todos os sistemas, de acordo com especificações
previamente acordadas durante o processo de compra.
79
Unidade III | GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR
» Linha de suporte técnico: uma linha de suporte técnico precisa ser inserida
no contrato, com a indicação de horas, disponibilidade e tempo mínimo
de resposta para as consultas. Métodos de comunicação do suporte técnico
precisam ser definidos, como ligações, e-mail de comunicação ou suporte
no local (ISGH, 2020).
Inspeções recebidas
O pagamento final deve ser retido até que todas as condições sejam cumpridas de acordo
como o contrato. Os itens citados abaixo devem ser considerados durante a inspeção:
80
GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR | Unidade III
Contratos de serviços
A manutenção dos equipamentos médicos é uma grande indústria mundial. Nos Estados
Unidos, mais de US$ 2 bilhões são gastos em manutenção de equipamentos clínicos a
cada ano. Muitos hospitais gastam bastante dinheiro com serviço de manutenção em
equipamentos, que é muito oneroso, para resolver este problema ocorre a redução
de custo, o responsável pelo setor de engenharia clínica do hospital precisa negociar
para conseguir o melhor serviço com o menor custo para a entrada. Os equipamentos,
em geral, se tornaram mais confiáveis e menos propensos a falhar, requerendo menos
manutenção preventiva. Órgãos reguladores e organizações regulatórias reconheceram
que aumentou a confiabilidade, pois as exigências de manutenção continuam bem
rigorosas.
81
Unidade III | GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR
Tipos de provedores
Muitas opções estão disponíveis ao hospital para fornecer algum tipo de serviço para
suprir ou auxiliar em algum déficit das instituições de saúde, os provedores podem ser
os seguintes: fabricante e empresas prestadoras de serviços independentes e empresa
de serviços hospitalares.
São várias as opções de cobertura para o serviço hospitalar, os contratos podem ser
por horas, chamadas, manutenção preventiva com ou sem reposição de peça. Os
Contratos de serviço terceirizado de manutenção representam de 5% a 20% do custo
de aquisição de equipamentos, que podem ser comprados com contratos a curto prazo
ou por locação de aparelho.
82
GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR | Unidade III
Negociação
» Cláusula de cancelamento.
83
Unidade III | GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR
O responsável pelo setor de engenharia clínica (RSEC) começa a construir uma relação
com o fornecedor no início do processo de aquisição. Para isso, esse profissional deve ser
um participante ativo no processo de gestão, ou seja, deve estar envolvido na primeira
etapa, que é a avaliação da tecnologia. Nessa fase, o RSEC conhece todos os fornecedores
do equipamento e estabelece um bom relacionamento com os representantes. Os
representantes passarão a considerar o RSEC como o principal ponto de referência
no processo de aquisição, deve ser cordial com o fabricante.
O vendedor não deve ser alienado. Se possível, durante o processo não utilize um
único fornecedor, pois pode diminuir a competição e o produto apresentar um preço
elevado para aquisição, é melhor cultivar relações com três principais fabricantes.
Isso permitirá que a aquisição de dispositivos de diferentes fabricantes seja realizada,
mantendo a competitividade no mercado de saúde.
84
CAPÍTULO 3
Indicadores
Filosofia do departamento
A unidade de engenharia clínica deve definir sua missão, visão e metas, além de
relacioná-las entre si. A missão é utilizada para identificar o que o departamento
de engenharia clínica faz para a organização. A visão identifica a direção e o futuro
do departamento e da organização de saúde. As metas do departamento são, então,
identificadas e desenvolvidas para atender às declarações de missão e visão para o
departamento e organização. Os objetivos devem ser específicos e alcançáveis.
85
Unidade III | GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR
Os indicadores podem ser utilizados para fornecer uma medição objetiva e precisa dos
diferentes serviços prestados pelo departamento de EC. Os indicadores podem medir
parâmetros específicos de desempenho individual, de equipe e departamentos. Os
indicadores típicos podem incluir simples cálculos da quantidade ou nível de esforço
para realizar cada atividade, como exemplo: produtividade (quantificar/esforço),
percentual do tempo gasto realizando cada atividade, percentual de procedimentos
agendados (procedimentos de inspeção e manutenção preventiva) concluídos dentro
do prazo previsto, média de trabalho por atividade, trabalhos de reparo não concluídos
dentro de 30 dias, encomenda de peças por mais de 60 dias etc.
Se estiver fora dos limites aceitáveis, o indicador identificou um problema, uma análise
profunda pode ser necessária para definir a melhor solução para o problema. Os possíveis
indicadores para melhoria da qualidade podem incluir o número de reparos realizados
dentro de 24 ou 48h, ou a quantidade de retornos de chamadas para manutenção, os
86
GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR | Unidade III
Comparações externas
Informações muito importantes e úteis podem ser obtidas por meio de comparações
com departamentos de EC de outras instituições de saúde. Esse tipo de comparação
pode ser útil para melhorar o desempenho do setor e identificar áreas específicas que
precisam de melhorias. Quando for realizar a comparação deve-se ter muito cuidado,
pois o departamento de EC pode apresentar realidades distintas e apresentar resultados
enganosos ou mal interpretados (ISGH, 2020).
É importante que a definição dos indicadores específicos utilizados seja bem compreendida,
e muito cuidado para garantir que a comparação utilize informações comparáveis antes
de interpretar os dados obtidos. Não entender os detalhes e natureza da comparação
e apenas usar os números diretamente resultará em ações inadequadas por gestores
e administradores. O processo de análise e explicação das diferenças nos valores de
referência entre um departamento de engenharia clínica e um concorrente (muitas
vezes referido como análise de lacunas) pode levar à percepção sobre as operações do
departamento e áreas específicas de melhoria.
87
Unidade III | GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR
Banco de dados
Indicadores de medição
O feedback e as pesquisas realizadas com clientes podem fornecer informações que levem
ao desenvolvimento de novos indicadores. A gestão do departamento de qualidade,
normalmente, determina quais indicadores serão monitorados de forma contínua. Os
indicadores e os resultados das avaliações são devolvidos ao departamento para revisão
e melhoria de suas atividades diárias de trabalho (ISGH, 2020).
88
GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR | Unidade III
A mesma medição pode ser obtida por diferentes observadores. Este tipo de indicador
é conhecido como quantitativo, utilizado para medir dados e análise suplementar.
Os indicadores podem avaliar muitos aspectos diferentes da qualidade, o que inclui
acessibilidade, adequação, continuidade, satisfação do cliente, eficácia, eficiência,
segurança e pontualidade.
89
Unidade III | GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR
Definir o indicador
Estabelecer limiar
Indicadores de monitorização
Indicador de avaliação
90
GESTÃO DA TECNOLOGIA MÉDICO-HOSPITALAR | Unidade III
Fatores podem estar presentes para levar à variação dos dados do indicador. Esses
fatores podem incluir a falha do aparelho, a falha dos operadores para usar a tecnologia
corretamente, a falha da organização para fornecer os recursos necessários para
implementar essa tecnologia corretamente. Além disso, a análise desses fatores pode
levar a atividades de melhoria da qualidade mais tarde (DEL SOLAR, 2017).
91
GERENCIAMENTO
DE MANUTENÇÃO
DE EQUIPAMENTOS UNIDADE IV
MÉDICO-
HOSPITALARES
CAPÍTULO 1
Práticas de gerenciamento de
tecnologias
92
GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES | Unidade IV
Necessidade clínica
Suporte operacional
93
Unidade IV | GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES
Preferência de mercado
» Acesso ao cuidado.
» Aquisição de tecnologia.
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GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES | Unidade IV
Inventário de equipamentos
95
Unidade IV | GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES
Definição de inventário
96
GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES | Unidade IV
A maioria dos inventários de equipamentos médicos devem ser realizados nas unidades
de saúde. Para organizações de saúde menor, por exemplo, uma clínica local, o inventário
pode consistir em alguns itens simples e pode ser atualizado esporadicamente. Enquanto
isso, hospitais especializados podem ter milhares de itens listados no inventário, com
atualizações contínuas. Cada inventário é exclusivo e deve refletir os ativos da instalação.
97
Unidade IV | GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES
O principal ativo da tecnologia de cuidados de saúde que deve ser incluído no inventário
é o de equipamentos médicos. O departamento responsável dentro da unidade de saúde,
como um departamento de manutenção de equipamento médico ou departamento de
engenharia clínica, determina que os equipamentos devem ser incluídos no inventário.
Algumas organizações optam por incluir todos os dispositivos médicos em um inventário
único, incluindo itens pequenos, como estetoscópios e termômetros. Para organizações
maiores, no entanto, isso pode não ser prático.
98
GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES | Unidade IV
Equipamentos de alto risco, tal como um ventilador mecânico, mas que possuam
muitas unidades disponíveis, não devem ser priorizados somente pelo seu risco de
falha. Além disso, as taxas de utilização consideram como uma peça de equipamento é
usada. Por exemplo, uma peça que é usada frequentemente, mas que haja apenas uma
unidade, tem uma taxa de utilização muito mais elevada e, portanto, pode ser muito
mais importante do que uma peça de equipamento que é usada raramente ou das quais
existem várias unidades, como por exemplo, os desfibriladores. Cada Estabelecimento
Assistencial de Saúde (EAS) possui diferentes exigências para as informações sobre cada
item que precisa ser incluído em um inventário. Um inventário só é eficaz quando é
abrangente e preciso. Com o intuito de conseguir isso, o inventário é atualizado sempre
que houver qualquer alteração ou adição de informações e comentários, durante as
auditorias anuais. A gestão do inventário pode ser classificada em três fases:
99
Unidade IV | GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES
ou doação, tal item deve ser inserido no inventário antes de ser colocado
em uso. Um equipamento que é alugado ou emprestado por um período
prolongado de tempo também deve ser inserido no inventário. Registros de
equipamentos já listados no inventário devem ser atualizados para mostrar
quaisquer alterações, tais como a mudança de local ou o estado operacional,
as atualizações de software ou versão de firmware, serviço e reparo realizado
na máquina.
100
GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES | Unidade IV
Na maioria das configurações dos serviços de saúde, o pessoal do corpo clínico também
será responsável pela realização de vários graus de manutenção, incluindo a substituição
de baterias, cabos, limpeza, troca de filtros, calibração etc. Em contextos de recursos
limitados, os usuários de equipamentos também podem desempenhar um papel
maior na gestão de estoques, por isso o treinamento desse pessoal também deve ser
considerado pelo profissional responsável pela EC.
101
Unidade IV | GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES
Benéfico para todas as EAS é a avaliação das necessidades da instalação, de modo que
elas possam trabalhar para fornecer eficientemente os tratamentos e os procedimentos
definidos dentro de seu escopo. Essa avaliação normalmente inclui os tipos e as
quantidades de equipamentos necessários para realizar as intervenções de forma
eficaz. Essa lista pode, então, ser comparada com o estoque atual e, então, identificar
as deficiências e os excedentes dentro do inventário de equipamentos. Essa atitude
contribui para planejar a melhor forma de atender às necessidades da organização.
Deficiências dentro do inventário podem ser quantitativas (número necessário de
máquinas para satisfazer a procura do paciente) ou qualitativas (relativas ao desempenho,
à integridade, à fiabilidade e à funcionalidade do equipamento).
Todos os equipamentos têm uma vida útil prevista e, eventualmente, precisam ser
substituídos ou eliminados. Os históricos das Organizações de saúde (OS) associados
a itens de estoque podem ser avaliados para determinar quando o equipamento não é
mais útil, relevante, seguro ou rentável. Com o tempo, as tendências podem ajudar a
identificar a vida útil esperada do equipamento e o custo-eficácia (ou a falta disso) para
manter uma peça de equipamento em serviço. Essa informação pode ajudar a desenvolver
políticas para a substituição ou a eliminação do equipamento. Posteriormente, essa
informação pode ser usada para preparar orçamentos que visem novas compras de
equipamentos, serviços de reparação e assim por diante.
102
GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES | Unidade IV
Análise de riscos
Padronização de equipamentos
A avaliação pode mostrar que a padronização levaria a preços mais baixos de peças
de reposição, redução de custos necessários para a formação de mais pessoas em um
tipo de tecnologia, e custos mais baixos para compras de ferramentas e equipamentos.
As informações mais detalhadas sobre como planejar e equipar um workshop técnico,
determinando o pessoal necessário, podem identificar necessidades de formação,
contratos de serviço de gestão e execução de um programa médico (ISGH, 2020).
103
CAPÍTULO 2
Manutenção e reparo de equipamentos
e dispositivos médico-hospitalares
105
Unidade IV | GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES
Recursos
Recursos necessários para a manutenção são difíceis de projetar. Por isso requerem
protocolos e registro de manutenção, os cálculos de exigência para profissional
qualificado com conhecimento aplicado para um equipamento hospitalar podem
falhar. A manutenção também requer competência técnica, educação e experiência.
Fornecedores externos são necessários para a manutenção de equipamentos complexos.
A manutenção requer acesso a todos os componentes dos equipamentos, o que pode ser
difícil de obter devido às limitações de orçamento e às dificuldades de abastecimento da
peça danificada, principalmente quando ocorre a importação do componente danificado.
Para preparar a equipe para tais desafios, é importante considerar antecipadamente
os recursos financeiros, físicos e humanos necessários para executar corretamente as
atividades pretendidas (SILVA et al., 2018).
Recursos financeiros
107
Unidade IV | GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES
Recursos físicos
Área de trabalho
O local em que a manutenção será alocada deve ter um lugar estratégico bem
localizado, que deve ser considerado quando for realizado o planejamento do programa
de manutenção preventiva. Uma opção é o local habitual em que o equipamento
está inserido, ir até o equipamento é a única opção em casos de sistemas de raio-x,
analisadores de laboratório, esterilizadores e focos cirúrgicos. Nesse caso, é necessário
o planejamento para levar ferramentas essenciais e equipamentos de teste para o local
de trabalho ou equipar um espaço mais perto do equipamento.
108
GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES | Unidade IV
reparação. Ele também inclui espaço para registros e documentação, manuais de serviço
e operadoras, e acesso a quaisquer recursos é necessário para realizar a manutenção
preventiva.
A produtividade dos equipamentos biomédicos técnicos (EBT) vai ser limitada sem
ferramentas e teste adequados. Como são planejadas compras, deve-se notar que o
investimento em ferramentas utilizadas na manutenção preventiva diminui o número
de equipamentos parados e, consequentemente, irá reduzir custos com a manutenção
corretiva. Além disso, ter o conjunto de equipamentos corretos para a manutenção vai
aumentar muito a confiabilidade das leituras, a exatidão das calibrações, e a margem
de segurança para os pacientes e funcionários, bem como a eficiência da equipe para
fazer o reparo da máquina.
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Unidade IV | GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES
A vida de ferramentas e de equipamentos de teste pode ser superior a dez anos se eles
forem cuidadosamente mantidos. Normalmente, o equipamento de teste pode ser
usado por cerca de sete anos. Itens especializados, tais como software de solução de
problemas e computadores portáteis para conectar a equipamentos de laboratório ou
de imagens baseados em computador, podem ter uma vida útil mais curta porque o
laboratório e a tecnologia de imagem mudam rapidamente.
Para adquirir serviços aos novos equipamentos médicos, o hospital pode realizar
um programa de expansão de manutenção, por meio de programas de treinamentos
realizados à frente da equipe de EC responsável pela MP e MC, em que consiste
adquirir principalmente materiais de limpeza e lubrificantes em quantidades suficientes.
Os manuais de serviço dos fabricantes ressaltam as precauções para que não sejam
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Peças de reposição
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Para equipamentos doados, quando manuais não forem fornecidos devido à idade ou ao
tipo de equipamento, e seja impossível realizar o acesso a esse tipo de documentação, os
instintos e know-how da equipe serão os principais recursos. Contudo, reparo e calibração
ficam ao critério do departamento de EC, que deve considerar o desenvolvimento de
suas próprias diretrizes e enfatizar a importância de incluir os manuais dos equipamentos
doados. Os países em desenvolvimento devem trabalhar com agências doadoras
responsáveis e insistir na adesão às diretrizes apropriadas (ISGH, 2020).
Recursos
Recursos humanos
Desenvolver a área dos recursos humanos para operar um programa eficaz de manutenção
é um processo lento e constante. O primeiro passo é identificar o número e o tipo do
pessoal que uma instalação (ou grupo de instalações) exige. Por exemplo, uma instalação
pequena de cuidados de saúde pode ter um único técnico que presta serviços para um
pequeno inventário de equipamentos relativamente simples.
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Pessoal técnico
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Unidade IV | GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES
Além disso, obras de reparação de aparelhos médicos mais sofisticadas são realizadas
somente por especialistas altamente treinados que se concentram em uma única
tecnologia ou um pequeno grupo de tecnologias. Os fornecedores externos devem
operar sob a supervisão de técnicos de equipamentos biomédicos para fins de gestão de
serviços, controle de custos e a oportunidade de se tornar cada vez mais familiarizado
com outros equipamentos. Ter algum senso de gestão para realizar um trabalho menos
técnico é aceitável, mas a maior parte do pessoal de manutenção precisa ter formação
eletrônica e uma compreensão do funcionamento dos equipamentos de teste, conceitos
de calibrações eletrônicas e os princípios de funcionamento do equipamento médico,
a fim de fazer o trabalho de forma eficaz.
Além disso, investir em técnicos de nível superior pode permitir que o departamento
de EC, eventualmente, ofereça um serviço interno com um laboratório de EC capaz
de executar o serviço laboral em grande nível, conseguindo dar suporte para todos
os setores. Em geral, os trabalhos que podem ser realizados por pessoal técnico
internamente ajuda a limitar o custo total de manutenção de equipamentos médicos
do hospital (SILVA et al., 2018).
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CAPÍTULO 3
Falhas mais frequentes e análise de
defeitos de equipamentos médico-
hospitalares
Diagnóstico de falhas
O diagnóstico preciso de falhas é crítico e pode ser simples ou extremamente complicado.
Danos a um dispositivo ou falta de funcionalidade podem ser aparentes. No entanto, a
causa principal de muitas falhas não é fácil de identificar, o que requer dos profissionais
da EC habilidades e experiência para identificar com precisão a causa das falhas.
A falha pode ser ocasionada por diversos fatores, é importante manter uma visão
ampla ao tentar identificar possíveis falhas. Por exemplo, um fusível queimado pode
resultar em um problema interno, mas também pode ser o resultado de um pico
transitório na fonte de alimentação. Além disso, com a experiência profissional é capaz
de diagnosticar falhas de forma eficaz. Caso uma falha não seja prontamente aparente,
então uma estratégia precisa ser seguida. O objetivo de tal estratégia é identificar com
precisão a causa da falha no menor tempo possível para que o reparo apropriado seja
realizado (ISGH, 2020).
Se possível, a captação das informações dos usuários sobre as falhas durante a operação
dos dispositivos deve ser obtida. Esses dados podem ser comunicados diretamente
pelo usuário ou podem ser descritos em algum formulário apontando o tipo de falha.
Deve-se avaliar cuidadosamente as informações fornecidas pelo usuário, pois podem
ser inestimáveis em identificar com precisão a causa da falha, ou podem ser confusas
e incorretas, levando a equipe de reparo à direção errada.
Deve-se tentar replicar a falha se for seguro fazê-la. A culpa pode ser simples de
replicar (por exemplo, “o dispositivo não liga”) ou mais complicado (por exemplo, “o
marcapasso externo não está em sincronia com o ECG). Falhas complicadas podem ser
difíceis de identificar, pois esse tipo de falha só é notada em certas condições clínicas
ou com determinados tipos de pacientes.
No entanto, se a falha está ligada a uma leitura clínica durante o procedimento (por
exemplo, “este termômetro só apresenta altas temperaturas”), então deve-se ter cuidado,
porque o dispositivo realmente pode estar funcionando incorretamente e o corpo
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Unidade IV | GERENCIAMENTO DE MANUTENÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICO-HOSPITALARES
clínico está confiando nos parâmetros fornecidos, esse problema pode colocar em
risco a vida do paciente. Uma falha apontada pela equipe multidisciplinar nunca deve
ser desconsiderada, sem realizar nenhuma verificação, se qualquer tipo de falha não
puder ser replicado, então pode-se supor que o erro é do usuário. Algumas falhas
podem ter origem pela falta de conhecimento do usuário sobre as formas de operação
do aparelho. Para evitar que esse problema ocorra é possível realizar o treinamento
dos funcionários sobre as formas de operações dos equipamentos modernos.
Modos de falha
Embora os equipamentos médicos sejam bem projetados, além de muitas vezes seguirem
padrões rígidos na fabricação, ainda, sim, podem apresentar falhas e causar algum tipo
de dano ao paciente. Alguns tipos de falhas mais comuns:
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Dispositivos de diagnóstico
Dispositivos terapêuticos
» Treinamento inadequado.
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Responsabilidade do produto
Defeito do produto
Todos os produtos têm uma vida finita, e apesar da inspeção, teste e manutenção, um
produto pode funcionar mal por causa de uma falha no componente. Nesse caso, pode
ser difícil para estabelecer responsabilidade. No entanto, registros de manutenção pode
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Defeito de design
Um produto que não tem defeito de design é seguro para qualquer utilização, além de
atender todas as especificações e legislações aplicáveis. Antes que um defeito de design
possa ser apontado, é necessário averiguar se o produto cumpriu todas as exigências
de fabricação, industrial e governamental, e que apesar de o fabricante ter cumprido
todos esses requisitos, ocorreu o incidente prejudicial para a saúde do paciente.
Para estabelecer que existe um defeito de design, são averiguados os seguintes elementos:
Retificação de falhas
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SEGURANÇA EM
EQUIPAMENTOS UNIDADE V
ELETROMÉDICOS
CAPÍTULO 1
Gerenciamento de risco
» Risco empresarial.
» Melhoria de desempenho.
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SEGURANÇA EM EQUIPAMENTOS ELETROMÉDICOS | Unidade V
das falhas foi ocasionada por erros básicos no GR. A adesão de um processo sem teste
pode ocasionar falhas no processo de GR (DYRO, 2004).
O governo canadense definiu o risco da seguinte forma: “como qualquer coisa ou evento
que pode criar alguma dificuldade para as organizações de saúde alcançar as suas metas
e objetivos”. Assim, para essas instituições, a GR possui como foco a identificação,
avaliação, controle, e domínio de riscos. A GR em design e produção de dispositivos
médicos é composta por cinco atividades principais: planejamento, análise de riscos,
avaliação de riscos, controle de riscos e controle de pós-produção (DYRO, 2004).
Histórico da GR em saúde
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Unidade V | SEGURANÇA EM EQUIPAMENTOS ELETROMÉDICOS
» Gerenciamento do risco.
» Financiamento de risco.
» Bioética.
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SEGURANÇA EM EQUIPAMENTOS ELETROMÉDICOS | Unidade V
Identificação de risco