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3.1.

Teorias da Inspiração
3.2. Provas Internas da Inspiração

✓ Verificação de Aprendizagem

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O estudo da Bíblia tem por finalidade principal o conhecimento de
Deus. Se estudarmos o Livro e não chegamos ao conhecimento de
Deus falhamos em nosso objetivo. A pessoa que crê que a Bíblia é a
Palavra de Deus deposita nela sua confiança sem exigir provas nem
argumentos.

O que diferencia a Bíblia dos demais livros é a sua inspiração divina


(Jó 32.8; 2Tm 3.16; 2Pe 1.21). Por causa da inspiração ela é chamada “A
Palavra de Deus”.

Inspiração é o ato de trazer ar para dentro dos pulmões.


Quando o ar sai, diz-se que houve expiração. Sendo assim, no ato
de inspiração das Escrituras, Deus inspirou nos escritores o seu
Espírito. Portanto, inspiração é a influência sobrenatural do
Espírito Santo como um sopro sobre os escritores da Bíblia,
capacitando-os a receber e transmitir a mensagem divina sem
mistura de erro. A palavra grega aqui é “theopneustos”, que se
encontra em 2Timóteo 3.16, sendo esta a única vez que é
utilizada, mostrando que tal obra do Espírito Santo foi
circunscrita ao período de composição das Escrituras.

3.1. Teorias da Inspiração

Existem diversas teorias acerca da inspiração da Bíblia que devem


ser conhecidas pelo estudante bíblico. Dentre muitas citaremos as que
mais se destacam por seu alcance e ensinamento, sendo:

1. Teoria da Inspiração Natural ou Inspiração Humana

Os que adotam tal teoria negam que exista alguma ação


sobrenatural do Espírito sobre os escritores sacros e afirmam que a

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sua inspiração deve ser comparada com aquela que Sócrates,
Shakespeare, Camões e outros gênios da literatura mundial tiveram.
Dizem que Deus habita em todos os homens estando esses habilitados
a receber inspiração em graus diferentes, medidos pela capacidade
mental ou espiritual de cada um. A Bíblia, porém declara que Deus
falava através dos escritores (2Sm 23.2; At 1.16; Jr 1.9; Ed 1.1 Ez 3.16,17;
At 28.25). Considerada falaciosa.

2. Teoria da Inspiração Divina Comum

Dizem que a inspiração dos escritores era igual a que hoje nos vem
quando cantamos, oramos, ensinamos, etc. Tal teoria, portanto, deixa
a possibilidade de, no tempo de hoje, haver a produção de uma nova
Bíblia por alguns dos homens. Uma ideia que nosso próprio senso de
insuficiência nega. Tal teoria não procede, pois a inspiração dos
escritores não exigia grau. O escritor era ou não era inspirado.
Ademais, a inspiração comum pode ser permanente (1Jo 2.27) ao
passo que a dos escritores da Bíblia era temporária. Deve-se prestar
atenção na expressão “E veio a mim a palavra do Senhor...” indicando
temporalidade. Considerada falaciosa.

3. Teoria da Inspiração Parcial

Essa teoria afirma que uma parte das Escrituras é inspirada e outra
não. Que a Bíblia apenas contém a palavra de Deus, mas que não é a
Palavra de Deus. Se tal afirmação fosse verdadeira, a questão seguinte
seria descobrir as partes inspiradas e as não inspiradas. Porém, a
própria Bíblia reivindica para si a inspiração para sua totalidade (2Tm
3.16; Ap 22.18,19). Considerada falaciosa.

4. Teoria do Ditado Verbal

Segundo essa teoria, Deus inspirou apenas as palavras aos


escritores, não deixando lugar para gênero literário ou estilo do
escritor. Seguindo a ideia dessa teoria, fazemos dos escritores seres
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maquinários destituídos de ação e emoções, sem atividades e
raciocínio. Essa teoria é absurda, pois nas Escrituras vemos diferenças
de estilo, particularidades dos autores em suas terminologias, tais
como o uso de estilos de uma cultura ou outra, etc. Com essas
evidências internas na narrativa Bíblica, é impossível harmonizar essa
teoria com as Escrituras. Considerada falaciosa.

5. Teoria da Inspiração das Ideias

Tal teoria ensina que Deus inspirou apenas as ideias da Bíblia, mas
não suas palavras, as mesmas ficaram por conta dos escritores. Ora,
na lógica, uma ideia ou pensamento inspirado só pode ser expresso
por palavras inspiradas. A inspiração da Bíblia, além de ser pensada, foi
falada, isto é, Deus inspirou os homens a escreverem pela inspiração
do Espírito Santo sua ideia pensada através de suas faculdades
mentais, que registraram por estilo próprio os desígnios de Deus.
Considerada falaciosa.

6. Teoria da Inspiração Plenária

Também chamada Inspiração Verbal. Ensina que todas as partes


da Bíblia são igualmente inspiradas. Mostra os homens em
concordância com o Espírito num trabalho mútuo; que os escritores
tiveram liberdade de expressão ao usarem estilo próprio em suas
narrativas.

A inspiração plenária cessou ao ser escrito o último livro do Novo


Testamento. Considerada a mais correta.

3.2. Provas Internas da Inspiração

1. A inspiração do Antigo Testamento

a. Argumentos Bíblicos

➢ A expressão “e Deus disse” repete-se duas mil e seiscentas


vezes no Antigo Testamento;
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➢ A lei é declarada Inspiração Divina (Ex 24.4; 2Rs 17.13);

➢ A História e os Salmos do Antigo Testamento são declarados


Inspiração Divina (Is 34.16; 59.21; Zc 7.12; Sl 78.1);

➢ Cristo anunciou o Antigo Testamento, citando-o, vivendo em


harmonia com os seus ensinos e aprovando sua veracidade e
autoria (Mt 5.18; 23.1,3; 26.54; Lc 18.31-33; 24.25-27; Jo 10.35);

➢ Os apóstolos sancionaram o Antigo Testamento (Lc 3.4; Rm


3.2; 2Tm 3.16; 1Co 12.9-16; Hb 1.1; At.1.16; 3.18; 2Pe 1.20-21).

b. Argumentos Lógicos

➢ Sua Exatidão – Não se encontram nas Escrituras os absurdos


apresentados em outros livros religiosos. Nela não se encontram
extravagâncias mitológicas, ou outras. Além disso, mesmo não
sendo um livro de Ciências, é cientificamente correto. Os erros
científicos muito comuns nos livros religiosos de maneira alguma
são apresentados na Bíblia. Mesmo tratando de todos os
assuntos da humanidade, tais como: a origem da humanidade, o
pecado, a vida, a morte, a salvação, a moral, a natureza, e,
também, os assuntos relacionados a Deus, tais como: natureza,
nomes, atributos, apresenta uma exatidão perfeita.

➢ Sua Unidade – Contendo 66 livros, escritos por


aproximadamente 40 diferentes escritores e num período de
aproximadamente 1.600 anos, abrangendo, praticamente, todos
os assuntos da humanidade e de Deus, é, no entanto, uma só
unidade. Possui uma diversidade de temas, autores e tempo
como não ocorre com nenhum outro livro conhecido. As formas
literárias também são diversas, como por exemplo: poesia,
prosa, história, biografia, canto, drama, argumento, sátira,
parábola, etc. Seus escritores pertenciam às mais diversas
classes e atividades: reis, sacerdotes, profetas, príncipes,

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agricultores, pastores, estadistas, doutores, pescadores,
coletores, mestres, etc.. Mesmo com toda esta heterogeneidade
há uma homogeneidade doutrinária, ética e espiritual,
demonstrando que tinha alguém dirigindo tudo. Sua mensagem
central é Cristo. Todos os temas giram em torno dEle.

➢ Sua Profundidade – Nenhum livro da Terra demonstra tanta


profundidade moral e espiritual como a Bíblia. Até mesmo os
mais céticos e sinceros são forçados a admitirem esta verdade.

➢ Sua Mensagem é sempre renovada, atual e atrativa. Nenhum


outro livro, após ser lido dezenas de vezes, como ocorre com os
leitores da Bíblia, consegue cativar e atrair como as Escrituras.

➢ O seu Poder, encanto e frescor são perenes. Ninguém esgota


a sua mensagem e ensino. Os maiores estudantes da Bíblia são
os mais encantados com ela. Sua mensagem é viva e eficaz e não
empalidece com o seu manuseio.

➢ Sua Fidelidade – Além de sua fidelidade doutrinária, a Bíblia é,


historicamente, fiel. Não é um livro de história, mas suas
afirmações, neste campo, são fidelíssimas.

➢ Suas Profecias foram e estão sendo cumpridas fielmente.


Algumas tiveram cumprimento literal nos mais simples detalhes,
como: nome de pessoas, lugares, horas, meses, etc.

➢ Suas descrições geográficas foram cientificamente


comprovadas pela arqueologia, inclusive têm servido como
instrumento de orientação para cientistas e arqueólogos.

➢ Sua Preservação – Não obstante as muitas traduções e


versões, as Escrituras preservam a sua mensagem e formas
originais. E nenhum livro humano tem suportado essa prova de
fogo. A preservação da própria Bíblia como um livro é um

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mistério, pois as mais ferrenhas perseguições já foram movidas
contra ela. Milhares de volumes já foram destruídos, proibida sua
circulação, etc. Porém, ninguém e nada conseguiu destruí-la.

➢ Sua Perpetuidade – Como já foi dito anteriormente, 1.600


anos foram necessários para a formação das Escrituras e mais
dois mil anos já se passaram, no entanto, a Bíblia é tão atual hoje
como nos seus primeiros anos de existência. O tempo não a
afetou em nada. É, ao mesmo tempo, o livro mais antigo e o mais
moderno da Terra. As próprias Escrituras afirmam que a Palavra
de Deus permanece para sempre, conforme Salmo 19.9;
renovando-se a cada dia.

O plano de salvação do homem é tão completo que até mesmo


uma criança poderá entendê-lo, pois todo o plano é descrito de
forma absolutamente concisa.

c. Argumentos Bíblico-Científicos

➢ Os Movimentos da Terra (Is 24.19,20; Lc 17.34-37) – Ao falar


de Sua segunda vinda, Jesus indicou que seria noite numa parte
e dia em outra, implicando assim a rotação da terra sobre o seu
eixo.

➢ A Expansão Vazia do Norte do Universo (Jó 26.7) – Na metade


do século passado, o Observatório de Washington descobriu que
dentro dos céus, ao norte, há uma expansão vazia na qual não há
uma só estrela visível. Três mil anos antes a Bíblia já informava
aos homens que Deus estendeu o norte sobre o espaço vazio.

➢ A Lua Não Tem Luz Própria (Jó 25.5) – Durante muitos séculos
os homens creram e a ciência afirmou que a lua era um corpo
iluminado e não luminoso. Na religião cristã havia uma
incorreta interpretação de Gênesis 1.14-16, razão porque o erro
era, também, confirmado. Com as descobertas científicas

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modernas e uma exegese correta chegou-se à conclusão
verdadeira de que a lua é um corpo opaco, o que a Bíblia
afirmava há séculos.

➢ As Órbitas da Terra (Jó 38.5) – Este assunto está relacionado


também ao suporte gravitacional da terra. As pesquisas
espaciais modernas corrigiram a ideia errada do homem antigo,
acerca dos caminhos dos astros e planetas no espaço, e sem se
chocarem. A Bíblia, antes mesmo que o homem pudesse
imaginar, já afirmava que Deus estendeu sobre a terra o cordel.

➢ O Número das Estrelas (Gn 22.17) – Ninguém imaginaria que


por trás destas singelas palavras e promessas de Deus a
Abraão, estaria escondida uma tremenda verdade científica.
Durante muito tempo, pensava-se no número limitado de
estrelas. A ideia mais avançada foi a de Hiparco que enumerou
as estrelas em mil e duas unidades. Hoje sabemos que o
Universo se constitui de milhões de estrelas e sóis.

2. A Exatidão das Escrituras em Fatos Históricos

a. A existência e destruição de cidades – Sodoma, Gomorra,


Nínive, Petra, Babel e outras foram comprovadas pela história da
humanidade e, mais recentemente, pela Arqueologia.

b. Lugares descritos na Bíblia – Foram encontrados, e


reconstruídos lugares como o Poço de Siloé, em 1880, com as
características descritas pela Bíblia. Segundo os descobrimentos as
águas ali têm poderes medicinais.

c. A Região do Dilúvio – Foram encontrados fósseis que


testificaram que o fenômeno ocorreu como é descrito pelas Escrituras.
Também muitos povos conservaram, em forma de lendas, que se
aproximam do relato bíblico, esta tradição, comprovando a veracidade
do fato e da história bíblica.

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d. A História do Cativeiro Babilônico – Foi igualmente relatada na
história universal por Josefo e outros.

e. Há um período vago na contagem do tempo – Computadores


comprovaram que há aproximadamente quarenta e oito horas na
história do universo de um período vago. Os cientistas se voltaram
para as Escrituras e lá encontraram a explicação: são dois dias; o
primeiro é o de Josué, quando ele pede ao Senhor que faça parar o
sol, na batalha contra a cidade de Ai (Js 10.12-15). O segundo são as
horas tiradas do relógio de Acaz (Is 38.8), e o dia que Jó pede a Deus
para riscar dos anais da História (Jó 3.1-6).

f. O Cumprimento das Profecias – Profecias que se cumpriram


literalmente:

➢ O nascimento e reinado de Ciro (Is 44.28) – Nesta profecia


detalhes como o nome de Ciro e sua missão de ajuntar Israel
são mencionados cerca de 150 anos antes dos fatos.
➢ Profecia acerca do nascimento de Josias – 300 anos antes
(1Rs 14.2; 2Rs 23.15-18) e sua missão de restaurador da religião
judaica em Israel.
➢ O cativeiro babilônico – Seu início, duração e término (Jr 25.11;
29.10).

g. As Profecias Acerca de Cristo.

✓ O seu nascimento em Belém (Mq 5.2; Mt 2.1-2).


✓ Sua entrada em Jerusalém (Zc 9.9-10; Mt 21.5).
✓ Sua traição (Sl 41.9; Jo.13.18).
✓ A dispersão dos apóstolos (Zc 13.7; Mt 16.31).
✓ Sua crucificação entre os ladrões, sepultamento e sepulcro de
José de Arimateia (Is 53.9; Mt 27.38,57-60).
✓ A não quebradura de seus ossos (Sl 34.20; Jo 19.36).
✓ A rotura de suas vestes (Sl 34.20; Jo 19.36).
✓ O seu trespasse pelos soldados romanos (Sl 69.25; 109.3-9; At
1.20).
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Verificação de Aprendizagem

1. Qual é a grande diferença entre a Bíblia e os demais livros do


mundo? Explique.
2. Quantas e quais teorias sobre a inspiração da Bíblia são
apresentadas nesse estudo?
3. Qual das teorias é considerada a mais correta? Por quê?
4. No que se refere às provas internas da Inspiração da Bíblia,
explique os argumentos lógicos quanto à Unidade da Bíblia e
quanto às Profecias da Bíblia.

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