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Geografia

Hidrografia: uso e reservas de água

Objetivo
Compreender os conceitos iniciais da dinâmica hidrográfica, bem como sua influência nos princípios
climáticos e de vegetação.

Curiosidade
Artigo do Descomplica sobre a seca e queimadas no Pantanal
Artigo sobre o processo de evapotranspiração da Floresta Amazônica
Vídeo sobre a transposição do Rio São Francisco e suas implicações
Aula de Revisão e conceitos gerais – Descomplica

Teoria

Quando estudamos essa questão, uma pergunta muito comum é: a água pode acabar? Essa dúvida surge,
pois, de toda a água no mundo, apenas 3% é água doce, enquanto os 97% restantes estão nos oceanos e,
devido à salinidade, não estão disponíveis para o consumo. A dessalinização, processo físico-químico de
remoção de sais da água, pode ser uma saída para essa questão, porém, apresenta um elevado custo
econômico e energético em seu processo, o que encarece a água e pode limitar ainda mais seu acesso.
Apesar de a água se renovar através do chamado ciclo hidrológico, vem se tornando escassa, pois ocorre um
desequilíbrio entre a demanda (uso da água) e a oferta (disponibilidade de água). Esse desequilíbrio é
denominado estresse hídrico.

A gestão do uso da água


Ao redor do mundo, podem ser identificados os mais diversos usos para a água: recreação, navegação, uso
agrícola, abastecimento doméstico, geração de energia, uso industrial, pesca e aquicultura, entre outros.
Mapear e identificar esses usos é uma tarefa fundamental para um menor gasto desse recurso. No Brasil, o
setor agrícola consome 72% da água captada no país apenas para irrigação, 11% é para uso animal e 7% para
uso industrial. O consumo humano de água (urbano e rural) totaliza o valor de 10%. Conhecer esses valores
é importante para qualquer planejamento.

Conceitos importantes no estudo da hidrografia:


● Água virtual: quantificação do volume de água gasto na produção de um bem ou serviço até chegar ao
consumidor.
● Pegada hídrica: volume de água usado direta e indiretamente por um produto, pessoa ou empresa e seu
impacto no meio ambiente.

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● Bacia hidrográfica: corresponde a toda área de captação da água de um rio e seus afluentes. Num
conceito mais completo, pode ser entendida como áreas da superfície terrestre delimitadas por divisores
de água que escoam materiais como sedimentos e água para um mesmo ponto de saída.
● Aquífero: formação geológica específica que permite a infiltração de água em subsuperfície e seu
armazenamento numa escala de tempo geológica.
● Várzea: é a região imediata à beira do rio, que detêm seu leito. Nela fica a mata ciliar, a vegetação ao
redor do rio.
● Assoreamento: quando a vegetação da várzea é retirada, sedimentos podem cair na região onde o rio flui,
reduzindo sua força. Pode ser entendido enquanto um “entupimento” do canal principal do rio, pelo
acúmulo indevido de sedimentos.
● Lençol freático: limite de água infiltrada no solo.
● Foz e nascente: nascente é onde o rio nasce, frequentemente em regiões altas, de grande declividade,
com o afloramento do lençol freático. Foz é onde o rio deságua, podendo ser em outro rio, ou no mar.
Existe a foz em delta, que carrega e acumula sedimentos na saída, fazendo grandes ilhas de sedimento,
e foz em estuário, onde a passagem da água é livre.

Uma característica importante dos nossos rios é o domínio pluvial tropical: as cheias são dependentes das
chuvas (pluvial) e ocorrem no verão, com as vazantes no inverno (tropical). Outra marca relevante é o fato de
grande parte dos rios ser perene, ou seja, nunca secar totalmente, com exceções de alguns rios do Sertão
Nordestino, classificados como temporários ou intermitentes (as águas chegam a desaparecer, em períodos
de secas prolongadas). Quanto ao tipo de foz, predomina a desembocadura na forma de estuário (as águas
escoam por um único canal), com exceção dos Rios Paraíba e Paraíba do Sul, que têm foz em delta
(desembocam em vários canais), e o Amazonas, que tem foz mista (parte das águas escoa em estuário e
outra parte escoa em delta). A maioria dos rios brasileiros desloca-se por superfícies planálticas, o que traz
uma importância econômica: a presença de grande quantidade de quedas d’água, que podem ser
aproveitadas para a geração de energia. Nossos rios de planícies oferecem mais uma vantagem econômica:
a possibilidade de navegação. Em alguns casos, é a única opção de transporte.

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O Brasil e as reservas hídricas


O país possui aproximadamente 12% de toda a água doce do mundo, dividida entre a Bacia do Rio Amazonas
e os principais aquíferos brasileiros, como o Alter do Chão e o Guarani. Porém, a concentração populacional
no litoral brasileiro e a maior disponibilidade de água na Região Norte fazem com que exista um desequilíbrio
entre a oferta e a demanda desse recurso, aumentando a pressão hídrica nas áreas de maior urbanização do
país.
Vamos ver algumas bacias importantes;
Bacia Amazônica
É a maior bacia hidrográfica do mundo, estendendo-se por terras de diversos países: Bolívia, Peru, Colômbia,
Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Brasil. Forma um complexo hidroviário de 25450 km de
percurso navegável, sendo, em muitos casos, a única opção de transporte no interior da Amazônia.

Bacia do Paraná
A Bacia do Paraná drena a porção centro-meridional do país, abrangendo terras dos estados de Goiás, Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. O Rio Paraná é seu rio principal, nascido na
confluência de outros dois rios: o Paraíba, que separa Minas Gerais de Goiás, e o Rio Grande, que separa
Minas Gerais de São Paulo. Toma a direção sul e separa São Paulo de Mato Grosso do Sul. Posteriormente,
serve de limite entre Paraná e Mato Grosso do Sul. Adiante, faz a fronteira do Brasil com o Paraguai. Em
seguida, penetra em território argentino e desemboca no Rio da Prata.

Bacia do Tocantins-Araguaia
A Bacia do Tocantins-Araguaia é dividida entre dois rios: metade pertence ao Rio Tocantins e metade ao Rio
Araguaia. O Rio Tocantins nasce a cerca de 250 km de Brasília, sendo formado pela junção dos Rios Alma e
Maranhão, cujas cabeceiras estão no Brasil Central, em Goiás, e percorre 2640 km até chegar ao Golfão
Amazônico. Seu principal afluente, o Rio Araguaia, nasce em Mato Grosso, na fronteira com Goiás, circunda
a Ilha de Bananal e une-se ao Tocantins, no extremo norte do estado de mesmo nome.

Bacia do São Francisco


A Bacia do São Francisco drena terras de cinco estados: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
Faz, portanto, a ligação entre o Sudeste e o Nordeste do Brasil. O Rio São Francisco nasce na Serra da
Canastra, em Minas Gerais (região de clima tropical, chuvoso). Tomando a direção norte, atravessa o Sertão
Nordestino (clima semiárido) e desemboca no litoral oriental do Nordeste (clima tropical, bastante úmido). O
São Francisco tem 1300 km de extensão navegável, em um trecho que vai de Pirapora (MG) a Juazeiro (BA)
e Petrolina (PE), e é bastante aproveitado para projetos de irrigação nas áreas do seu vale em que o clima é
mais árido.

Para facilitar o gerenciamento dos rios brasileiros e suas águas, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos
(CNRH) criou uma divisão do país em Regiões Hidrográficas. Os limites dessas regiões geralmente coincidem
com os limites das bacias, permitindo a formulação de políticas e mecanismos administrativos para toda uma
região de forma integrada, sem se preocupar com os diferentes limites municipais e estaduais que os rios
ultrapassam. Essa regionalização tornou viável o surgimento dos Comitês de Bacia Hidrográfica,
responsáveis por planejar e fiscalizar o uso racional dos recursos hídricos de uma bacia.

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Crise hídrica no Brasil


O crescente desmatamento tem reduzido os índices de chuva e o abastecimento de importantes rios
brasileiros. Os números drásticos da redução dos rios do pantanal, a crise de chuvas que não está sendo
suficiente para o abastecimento de energia elétrica nas principais cidades são um exemplo disso. O
desmatamento da Amazônia, o crescimento urbano industrial sem um planejamento que leve em
consideração as dinâmicas ambientais, e a alta dependência do modelo de hidrelétricas para o abastecimento
energético nacional são algumas causas que devem ser citadas.

Esse desequilíbrio ocorre pela diversidade de demandas de uso e pela poluição hídrica, e é denominado
estresse hídrico. Em 2014, algumas cidades brasileiras sofreram com um estresse hídrico que passou a ser
denominado crise hídrica. São Paulo foi uma dessas cidades que, além de racionar a água, teve seu
fornecimento afetado e diversos bairros ficaram sem esse recurso por vários dias. Entre as razões para essa
crise na cidade de São Paulo, podem-se citar: variação climática, desmatamento na Amazônia, crescimento
urbano-industrial e falta de planejamento.

Represa de Jaguari, do Sistema Canteira

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/2014/08/01/politica/1406847379_070354.html

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Porém, é importante lembrar que, no território brasileiro, existe uma área que sofre com esse estresse hídrico
há muito tempo. O Sertão Nordestino é caracterizado por ser uma região de clima semiárido, marcada por
índices pluviométricos inferiores a 700 mm de chuva ao ano. O clima semiárido é definido dessa forma, pois
apresenta baixíssimos índices pluviométricos durante o ano, ao mesmo tempo que apresenta alguns meses
de precipitação. A razão dessa condição climática é a formação de uma célula de alta pressão atmosférica,
impedindo que a umidade da Amazônia e do litoral adentrem nessa área. Em anos de El Niño, essa zona de
alta pressão fica mais forte, ampliando o período de seca para dois ou três anos. Já a Lã Niña enfraquece
esses ventos de alta pressão, aumentando o índice pluviométrico no local.

Os impactos sociais dessa condição climática são muito mais políticos do que climáticos, em grande parte,
devido à concentração de terras. Tal concentração limita o acesso ao pouco de água que existe na região e
esse recurso se torna uma barganha política, oferecida em troca da manutenção das relações de poder.

Aquíferos Guarani e Alter do Chão


Os aquíferos correspondem a formações geológicas específicas que permitem o armazenamento de água
em subsuperfície ao longo do tempo. São formados por rochas sedimentares, cuja porosidade possibilita o
armazenamento de imensas quantidades de água. Esses reservatórios são abastecidos pela
infiltração/percolação de água no solo. Eventualmente, podem aflorar na superfície originando a nascente de
um rio. As camadas superiores de um aquífero, cujos poros estão saturados de água, podem ser denominadas
aquífero livre ou lençol freático. Todavia, alguns aquíferos possuem camadas mais profundas com água
armazenada entre duas camadas impermeáveis, formando, assim, um aquífero cativo.

Diferentes tipos de aquíferos

Fonte: https://mybrainsociety.blogspot.com/

São muito utilizados para o abastecimento humano, mas nem todos os aquíferos possuem água potável,
necessitando, assim, de algum tratamento, devido à elevada salinidade. No Brasil, há dois aquíferos muito
importantes. O Aquífero Alter do Chão é o maior aquífero brasileiro e está localizado na Região Norte. Sua
formação tem relação direta com o Rio Amazonas. Suas águas são pouco utilizadas devido à grande
disponibilidade hídrica existente na região. Assim, é considerado uma reserva hídrica para o futuro.

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O Aquífero Guarani também é um dos maiores aquíferos do mundo, porém, 70% dele está localizado no Brasil
e o restante se estende até o Paraguai, Argentina e Uruguai. Assim, para uma melhor gestão dessas águas, é
necessária uma integração entre todos esses países para pensarem em políticas conjuntas de
sustentabilidade. Suas águas já são utilizadas em grande quantidade, principalmente para a atividade
agrícola nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, o que gera uma preocupação devido à contaminação
por agrotóxico.
Aquíferos do Brasil

Fonte: agua-sua-linda.tumblr.com

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Exercícios de fixação

1. Qual a importância dos rios? Qual sua influência no clima?

2. Explique o processo de transposição do Rio São Francisco, colocando argumentos favoráveis e


contrários

3. Sobre hidrografia, assinale a alternativa correta


a) Bacias hidrográficas são os rios e seus afluentes, que escoam água para o mar
b) Água virtual é uma medida que leva em consideração a água gasta também no processo de
produção
c) Pegada hídrica é um termo que se refere a atuação dos indígenas na compactação na várzea dos
rios
d) Ribeirinhos são populações escravizadas que dependem do acesso gratuito a água para sobreviver

4. Cite dois aquíferos importantes no Brasil, suas respectivas regiões e possíveis conflitos de uso.

5. O Brasil vem passando por grandes ciclos de desmatamento, que já provocam desabastecimento de
chuvas em importantes setores nacionais. Explique porque o investimento em dessalinização da água
do mar não parece a solução mais condizente para a situação brasileira. Busque sugerir soluções que
dialoguem com o problema e a realidade territorial nacional.

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Exercícios de vestibulares

1. (Enem 2018 PPL) Os antigos filósofos, observando o grande volume de água de rios como o Nilo, Reno
e outros, imaginavam que as chuvas eram insuficientes para alimentar tão consideráveis massas de
água. Foi no século XVIII que Pierre Pernault mediu a quantidade de chuva durante três anos na
cabeceira do rio Sena. Também mediu o volume de água do referido rio e chegou à conclusão de que
apenas a sexta parte se escoava e o restante era evaporado.
(LEINZ, V. Geologia geral. São Paulo: Editora Nacional, 1989 - adaptado)

A investigação feita por Pierre Pernault contribuiu diretamente para a explicação científica sobre:
a) intemperismo químico.
b) rede de drenagem.
c) degelo de altitude.
d) erosão pluvial.
e) ciclo hidrológico.

2. (Enem 2003) A falta de água doce no planeta será, possivelmente, um dos mais graves problemas deste
século. Prevê-se que, nos próximos vinte anos, a quantidade de água doce disponível para cada
habitante será drasticamente reduzida. Por meio de seus diferentes usos e consumos, as atividades
humanas interferem no ciclo da água, alterando:
a) a quantidade total, mas não a qualidade da água disponível no planeta.
b) a qualidade da água e sua quantidade disponível para o consumo das populações.
c) a qualidade da água disponível, apenas no subsolo terrestre.
d) apenas a disponibilidade de água superficial existente nos rios e lagos.
e) o regime de chuvas, mas não a quantidade de água disponível no planeta.

3. (Enem 2018)

Disponível em: www.bidogiasur.org. Acesso em: 4 jul. 2015 (adaptado).


A dinâmica hidrológica expressa no gráfico demonstra que o processo de urbanização promove a
a) redução do volume dos rios.
b) expansão do lençol freático.
c) diminuição do índice de chuvas.
d) retração do nível dos reservatórios.
e) ampliação do escoamento superficial.

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4. (Enem 2003) Considerando a riqueza dos recursos hídricos brasileiros, uma grave crise de água em
nosso país poderia ser motivada por:
a) reduzida área de solos agricultáveis.
b) ausência de reservas de águas subterrâneas.
c) escassez de rios e de grandes bacias hidrográficas.
d) falta de tecnologia para retirar o sal da água do mar.
e) degradação dos mananciais e desperdício no consumo.

5. (Enem 2019)
TEXTO I
Ouve o barulho do rio, meu filho
Deixa esse som te embalar
As folhas que caem no rio, meu filho
Terminam nas águas do mar
Quando amanhã por acaso faltar
Uma alegria no seu coração
Lembra do som dessas águas de lá
Faz desse rio a sua oração.
MONTE, M. et al. O rio. In: Infinito particular. Rio de Janeiro: Sony: Universal Music, 2006 (fragmento).

TEXTO II
O atrativo ecoturístico não é somente o banho de cachoeira, sentar e caminhar pela praia, cavalgar, mas
conhecer a biodiversidade, às vezes supostamente em extinção. Observar baleias, nadar com o
golfinho, tocar em corais, sair ao encontro de dezenas de jacarés em seu hábitat natural são símbolos
que fascinam um ecoturista. A natureza é transformada em espetáculo diferente da vida urbana
moderna.
SANTANA, P. V. Ecoturismo: uma indústria sem chaminé? São Paulo: Labur Edições, 2008.

São identificadas nos textos, respectivamente, as seguintes posturas em relação à natureza:


a) Exploração e romantização.
b) Sacralização e profanação.
c) Preservação e degradação.
d) Segregação e democratização.
e) Idealização e mercantilização.

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6. (Enem 2014)

Disponível em: <www.essentiaeditora.iff.edu.br>. Acesso em: 20 jun. 2012.

Comparando o escoamento natural das águas de chuva com o escoamento em áreas urbanas, nota-se
que a urbanização promove maior
a) vazão hídrica nas estruturas artificiais construídas pelas atividades humanas.
b) armazenagem subterrânea, uma vez que, nas áreas urbanizadas, o ciclo hidrológico é alterado
pelas atividades antrópicas.
c) evapotranspiração, pois, nas áreas urbanas, a diminuição da cobertura vegetal promove aumento
no processo de transpiração.
d) transferência de descarga subterrânea, pois, ao aumentar a impermeabilização, traz-se como
consequência maior alimentação do lençol freático.
e) infiltração, pois, ao aumentar a impermeabilização, estabelece-se uma relação diretamente
proporcional desses elementos na composição do ciclo hidrológico.

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7. (Enem 2016)

EUA. Relatório da Academia Nacional de Ciências, 2008 (adaptado).

Conforme a análise do documento cartográfico, a área de concentração das usinas de dessalinização


é explicada pelo(a)
a) pioneirismo tecnológico.
b) condição hidropedológica.
c) escassez de água potável.
d) efeito das mudanças climáticas.
e) busca da sustentabilidade ambiental.

8. (Enem 2014) O uso intenso das águas subterrâneas sem planejamento tem causado sérios prejuízos à
sociedade, ao usuário e ao meio ambiente. Em várias partes do mundo, percebe-se que a exploração
de forma incorreta tem levado a perdas do próprio aquífero.
TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 2009 (adaptado).
No texto, apontam-se dificuldades associadas ao uso de um importante recurso natural. Um problema
derivado de sua utilização e uma respectiva causa para sua ocorrência são:
a) Contaminação do aquífero — Contenção imprópria do ingresso direto de água superficial.
b) Intrusão salina — Extração reduzida da água doce do subsolo.
c) Superexploração de poços — Construção ineficaz de captações subsuperficiais.
d) Rebaixamento do nível da água — Bombeamento do poço equivalente à reposição natural.
e) Encarecimento da exploração sustentável — Conservação da cobertura vegetal local.

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9. (Enem 2014)

Disponível em: <http://sys2.sbgf.org.br>. Acesso em: 13 maio 2013 (adaptado).

A preservação da sustentabilidade do recurso natural exposto pressupõe


a) impedir a perfuração de poços.
b) coibir o uso pelo setor residencial.
c) substituir as leis ambientais vigentes.
d) reduzir o contingente populacional na área.
e) introduzir a gestão participativa entre os municípios.

10. (Enem 2015) Algumas regiões do Brasil passam por uma crise de água por causa da seca. Mas, uma
região de Minas Gerais está enfrentando a falta de água no campo tanto em tempo de chuva como na
seca. As veredas estão secando no Norte e no noroeste mineiro. Ano após ano, elas vêm perdendo a
capacidade de ser a caixa-d’água do grande sertão de Minas.
VIEIRA, C. Degradação do solo causa perda de fontes de água de famílias de MG. Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso
em: 1 nov. 2014.

As veredas têm um papel fundamental no equilíbrio hidrológico dos cursos de água no ambiente do
Cerrado, pois
a) colaboram para formação de vegetação xerófila.
b) formam os leques aluviais nas planícies das bacias.
c) fornecem sumidouro para as águas de recarga da bacia.
d) contribuem para o aprofundamento dos talvegues à jusante.
e) constituem um sistema represador da água na chapada.

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Gabaritos

Exercícios de fixação
1. Os rios possuem uma importância vital no fornecimento de água para a humanidade. Dos seus diversos
usos, podemos citar o abastecimento humano, consumo industrial, a irrigação, a recreação e turismo, a
dessedentação de animais, a geração de energia elétrica, o transporte, a diluição de despejos, a
preservação da fauna e flora, a pesca e o saneamento básico. A água funciona equanto um regulador
térmico, de modo que, regiões desmatadas de floresta transpiram menos água para a atmosfera. A água
tem um comportamento térmico de absorção e devolução lenta, o que ameniza a sensação climática.
Além disso, a evaporação dos rios e corpos hídricos, e a transpiração das plantas, alimentam a atmosfera
com nuvens e chuva, o que é vital justamente para o reabastecimento das fontes hídricas e para o
cumprimento das funções citadas.

2. O plano básico é construir dois imensos canais ligando o rio São Francisco a bacias hidrográficas
menores do Nordeste, bem como aos seus açudes. A seguir, seriam construídas adutoras, com o objetivo
de efetivar a distribuição da água. De acordo com o governo federal, o projeto seria a solução para o
grave problema da seca no Nordeste, pois distribuiria água a 390 municípios dos estados de
Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte – uma população de 12 milhões de nordestinos. O
prazo para realização do projeto é de 20 anos, a um custo total estimado, até meados de 2009, em R$ 4,5
bilhões. A transposição, contudo, tem sido criticada por ambientalistas e representantes de outros
setores da sociedade, incluindo a Igreja Católica. A resposta do governo é de que o número de empregos
criados, direta e indiretamente, graças ao projeto, bem como a solução do problema da seca derrubam
toda e qualquer crítica. Além da interligação das bacias, o governo também pretende executar um projeto
de recuperação do rio São Francisco e de seus afluentes, pois vários desses rios sofrem problemas de
assoreamento, decorrentes do desmatamento para agricultura.

Prós e contras
Diante da alegação de que o projeto resolveria os problemas sociais existentes na região semiárida do
Brasil, o geógrafo Aziz Ab’Saber argumenta que “o Nordeste Seco abrange um espaço fisiográfico
socioambiental da ordem de 750.000 km2, enquanto que a área que receberá benefícios abrange dois
projetos lineares que somam apenas alguns milhares de quilômetros nas bacias do rio Jaguaribe (Ceará)
e Piranhas/Açu, no Rio Grande do Norte”.

Se a transposição pretende levar água a regiões massacradas pela seca, Aziz Ab’Sáber, olhando a
questão por outro lado, faz as seguintes ponderações: “Deve ser mantido um equilíbrio entre as águas
que seriam obrigatórias para as importantíssimas hidrelétricas já implantadas no médio/baixo vale do
rio – Paulo
Afonso, Itaparica e Xingó –, pois a energia ali produzida, e transmitida para todo o Nordeste, constitui um
tipo de planejamento da mais alta relevância para o espaço total da região”. Nesse sentido, os maiores
beneficiários serão os proprietários de terra, residentes longe, em apartamentos luxuosos em grandes
centros urbanos” Enquanto o governo reforça que as margens do rio São Francisco serão revitalizadas e
que o tratamento de água diminuirá a poluição, os ambientalistas dizem que o projeto causará danos à
fauna e à flora da região – e que serão desmatados 430 hectares.

3. B
O conceito de bacia hidrográfica é insuficiente, além de incorreto uma vez que não engloba apenas os
rios que escoam no mar. Pegada hídrica é um termo que se refere a outra medida, levando em
consideração o impacto de uso hídrico na produção e consumo das pessoas.

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4. Os dois aquíferos são o Alter do Chão, no norte do Brasil, e o Guarani, no sul, tendo seus limites
internacionais. A água é um recurso em disputa e aquíferos são formações geológicas que possuem
água acumulada, de modo que seu uso indevido pode poluir todo o corpo hídrico, além de que, a
existência deles não respeita os limites de estado ou país, sendo necessário uma gestão integrada para
seu melhor aproveitamento.

5. A dessalinização da água dos mares é um processo caro, além de envolver regiões litorâneas, muito
usadas para turismo, e impactar a vida marinha. Outro ponto é que o Brasil é muito rico em recursos
fluviais, tendo a maior bacia hidrográfica do mundo, a do Rio Amazonas. Não a toa, o clima da Amazônia
é super úmido, e a floresta evapotranspira toneladas de umidade diariamente, a ponto de alimentar
outros rios pela América do Sul. Um aproveitamento mais equilibrado dos nossos recursos, assim como
uma redução do desmatamento e projetos que conectem a eficiente ambiental com a sustentabilidade
financeira se fazem necessários, além de uma reforma na concentração de renda e recursos,
democratizando o acesso a água.

Exercícios de vestibulares
1. E
O ciclo hidrológico revela que a água é um recurso renovável, pelo ciclo de evaporação e precipitação
que alimenta os rios. No entanto, a qualidade da água e a disputa pelo recurso se agravam, de modo que
a crise hídrica já é uma realidade em larga escala.

2. B
A qualidade pode ser afetada pela poluição dos mananciais e aquíferos, o que, por sua vez, diminui a
quantidade disponível para o consumo humano. Além do consumo virtual da água, que significa toda
aquela água existente na cadeia produtiva e que não é tão evidente assim.

3. E
A impermeabilização do solo das cidades impede ou dificulta a infiltração da água, resultando em
aumento do escoamento superficial.

4. E
O Brasil é a maior reserva hidrológica do mundo, com grandes aquíferos e bacias hidrográficas. Nesse
sentido, a degradação dos mananciais, isto é, a poluição por esgoto e agrotóxico, e o desperdício são os
principais fatores que podem influenciar uma crise hídrica no Brasil.

5. E
Ao longo das revoluções industriais, a concepção do homem sobre a natureza se modificou. Se antes
ela era intrínseca a vivência humana, depois ela passa a ser entendida como meio de apropriação.
Posterior a isso, consequência da poluição urbana, a natureza passa a ser vista como moralmente boa,
como uma conexão romântica e distante. Essa ideia de que o homem seria separado da natureza fica
cada vez mais presente na modernidade.

6. A
A urbanização impede a infiltração da água, aumentando o escoamento superficial, que é direcionado
para as tubulações, promovendo, assim, uma maior vazão hídrica nos sistemas de esgoto pluvial e rios
urbanos.

7. C
As usinas foram instaladas nos países que apresentam maior dificuldade no abastecimento em
decorrência de fatores socioeconômicos ou dominância de climas áridos e semiáridos. Portanto, a

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escassez natural da água potável é um fator que, somado à maior renda per capita, definiu a localização
dessas usinas.

8. A
Muitos aquíferos podem ter suas águas contaminadas devido à infiltração de poluentes pelo solo,
principalmente agrotóxicos. A abertura incorreta de um poço pode ser vertente de contaminação pelo
ingresso direto de água superficial contaminada.

9. E
A sustentabilidade defende o uso racional dos recursos naturais, garantindo sua existência para a
geração futura. Assim, a gestão participativa entre os municípios localizados na área de recarga do
aquífero é um passo importante para a preservação desse recurso.

10. E
As veredas são conhecidas como caixa d’água do Cerrado. Ocorrem em solos hidromórficos e
constituem áreas com afloramento/represamento de água e nascentes, contribuindo para a formação
de importantes rios do Centro-Oeste.

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