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ACIONAMENTOS ELÉTRICOS:

ELEMENTOS DE PROTEÇÃO E MANOBRA DE


MOTORES ELÉTRICOS

Notas de Aula – Técnico em Automação Industrial


Prof. Thiago Morais Parreiras
Referências:
[1] FRANCHI, Claiton M. Acionamentos Elétricos. 4. ed. São Paulo: Érica, 2008. 250p.
[2] MAMEDE FILHO, João. Instalações elétricas industriais. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2010.
666 p.

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CLASSIFICAÇÃO DOS DISPOSITIVOS QUANTO A TENSÃO NOMINAL

De acordo com as normas nacionais:


• Dispositivos de Baixa Tensão (BT): empregados em circuitos cuja
tensão de linha é < 1000 V.
• Dispositivos de Alta Tensão (AT): empregados em circuitos cuja
tensão de linha é > 1000 V.
Em ambientes industriais, costuma-se utilizar a seguinte terminologia
internacional (IEC 60038):
Baixa Tensão (BT): Vnom ≤ 1000 𝑉
Média Tensão (MT): 1000 𝑉 < 𝑉𝑛𝑜𝑚 ≤ 35 𝑘𝑉
Alta Tensão (AT): 35 𝑘𝑉 < 𝑉𝑛𝑜𝑚 ≤ 230 𝑘𝑉
Extra Alta Tensão (EAT): 𝑉𝑛𝑜𝑚 > 230 𝑘𝑉
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CLASSIFICAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE BT QUANTO A FUNÇÃO

Os dispositivos de partida de motor em BT são classificados


dentro das seguintes categorias:
• Seccionamento: consiste em isolar eletricamente uma
instalação da rede que a alimenta, de acordo com os critérios
de segurança;
• Proteção contra curtos-circuitos e contra sobrecargas: para
evitar que esses incidentes causem avarias nos componentes e
perturbações na rede de alimentação;
• Comutação: consiste em estabelecer, interromper e, no caso
da variação de velocidade, regular o valor da corrente
absorvida por um motor.
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DISPOSITIVOS DE SECCIONAMENTO

Seccionadores: são constituídas


fundamentalmente por um bloco de
contatos e por um dispositivo de
comando frontal ou lateral, sendo o
fechamento e abertura comandados
manualmente.
A velocidade de fechamento e abertura
depende da ação do operador, desse
modo nunca deve ser manobrada com
carga.
Também conhecida como chave
seccionadora sem carga. Exemplo: 7,2 kV / 400 A
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DISPOSITIVOS DE SECCIONAMENTO

Interruptores: é um aparelho mecânico


de manobra capaz de estabelecer,
suportar e interromper correntes nas
condições normais do circuito e de
suportar, temporariamente, condições
anormais (como um curto-circuito).
A velocidade de fechamento e abertura
independe da velocidade do operador,
desse modo é um aparelho concebido
para ser manobrado com carga.
Também conhecida como chave
seccionadora sob carga. Exemplo: 690 V / 2500 A
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CURTO-CIRCUITO

O curto-circuito é caracterizado como


uma ligação de baixa impedância entre
duas fontes elétricas diferentes.
Em corrente alternada, pode ser entre
fases, entre fase e neutro ou entre fase e
terra.
Curtos-circuitos podem ser de
intensidade muito elevada e devem ser
controlados a tempo para evitar graves
avarias nos componentes do circuito.
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SOBRECARGA

Um motor elétrico entra em condição de sobrecarga quando a


potência mecânica em seu eixo supera a potência nominal para
a qual ele foi projetado.
A sobrecarga provoca um aumento da corrente absorvida pelo
motor e pode provocar um aquecimento perigoso nos
enrolamentos.
A sobrecarga pode ser
momentânea ou
prolongada.

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PROTEÇÕES

Para evitar que esses incidentes cause avarias nos


componentes e perturbações na rede de alimentação, os
dispositivos de partidas de motores devem ser providos de:
Proteções contra curtos-circuitos: para detectar e interromper
o mais rápido possível correntes anormais muito superiores a
corrente nominal;
Proteções contra sobrecargas: para detectar aumentos da
corrente razoavelmente superiores a corrente nominal e
interromper a partida antes que o aquecimento do motor e
dos condutores provoque deterioração dos isolantes.
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FUSÍVEIS

Fusíveis: são componentes de circuito de


alimentação que têm como função a
proteção contra curto-circuito.
Quando a corrente que percorre o fusível
é muito superior à nominal, como por
exemplo, dez vezes, o elemento fusível
(basicamente um fio ou uma lâmina de
cobre, prata, estanho, chumbo ou liga)
atinge a temperatura de fusão
rompendo, portanto, o elemento e
Exemplo:
interrompendo a circulação de corrente
500 V / 1000 A / 120 kA
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CLASSE DE FUSÍVEIS

Proteção total (g): São capazes de atuar em toda a faixa de


sobrecorrentes.
Proteção parcial (a): São capazes de atuar somente a valores elevados de
sobrecorrente.
• gL/gG: proteção total de cabos e linhas. São capazes de atuar em toda faixa de
sobrecorrente.
• aM: proteção parcial de equipamentos eletromecânicos (ex.: motores).
• aR: proteção parcial de equipamentos eletrônicos (semicondutores).
• gR: proteção total de equipamentos eletrônicos.
Na proteção de motores, geralmente se utilizam fusíveis da classe de
serviço aM, pois a característica dessa proteção é ter um efeito atrasado
já que a corrente de partida de um motor é diversas vezes a corrente
nominal.

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FUSÍVEL TIPO D (OU DIAZED)

Nº Nome
1, 4 Capa de
proteção
2 Anel de
proteção
3, 8 Bases
5, 9 Parafuso de
ajuste
6, 10 Fusíveis
7, 11 Tampa

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FUSÍVEL TIPO NH

O termo NH é de origem alemã e


significa:
2
N: Niederspannung – baixa tensão
1
H: Hochleistung – alta capacidade

3 Nº Nome
1 Fusível
2 Base
3 Punho saca
fusível
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RELÉ DE SOBRECARGA

Relés de sobrecarga são componentes de circuito de alimentação que


têm como função a proteção contra sobrecarga.
Através da dilatação de dois metais com coeficientes de dilatação
diferentes, o relé de sobrecarga pode, em determinados valores de
corrente, comutar os seus contatos auxiliares. Esses contatos são
conectados adequadamente no circuito de controle de forma a
desenergizar a bobina do contator principal de alimentação do motor.
Um relé disparado uma vez não volta à sua posição de repouso
automaticamente, devendo ser rearmado manualmente.

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CLASSES DE DESLIGAMENTO TÉRMICO DO RELÉ DE SOBRECARGA

Existem classes diferentes de


relés para, de acordo com o
caso, proteger corretamente o
motor sem um desligamento
incorreto durante a partida do
motor:
• Relé classe 10: aplicações
com tempo de partida inferior
a 10 segundos;
• Relé classe 20: aplicações Botão de reset
com tempo de partida de até
20 segundos; Botão de teste
Terminais de
• Relé classe 30: aplicações potência Contatos
com tempo de partida de até auxiliares
30 segundos.
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DISJUNTORES

Disjuntores são simultaneamente dispositivos de proteção e


seccionamento de circuito.
Disjuntores podem ser encontrados, basicamente, em três tipos:
Disjuntor magnético: atua também abrindo automaticamente o
disjuntor, somente quando da passagem de correntes muito
elevadas (proteção contra curtos-circuitos).
Disjuntor termomagnéticos: além do mecanismo de atuação
magnético, contém, um bimetálico que, semelhante ao relé térmico
de sobrecarga, protege contra sobrecargas pela abertura automática
do disjuntor.
Disjuntor-motor: Um disjuntor termomagnético dimensionado para
atender as demandas de proteção contra curto-circuito e sobrecarga
de um motor (substitui tanto o fusível quanto o relé de sobrecarga).

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CLASSIFICAÇÃO DE DISJUNTORES QUANTO A CONSTRUÇÃO

Disjuntor caixa
aberta Mini-disjuntor
220 – 1000 V 24 – 220 V
400 - 6300 A 2 - 125 A

Disjuntor caixa
moldada Disjuntor-motor
220 – 690 V 220 – 500 V
100 - 1250 A < 1A - 63 A

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DISPOSITIVOS DE COMUTAÇÃO

Conforme as necessidades, a função de comutação é assegurada


pelos seguintes componentes:
• Eletromecânicos: contatores, disjuntores-motores;
• Eletrônicos: Relés e contatores estáticos, partidas progressivas,
conversores de frequência.

Contator Relé de estado sólido Inversor de Frequência


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CONTATOR

Os contatores são os elementos principais de comandos eletromecânicos, que


permitem o controle de elevadas correntes por meio de um circuito de baixa
corrente.
O contator é constituído de uma bobina que, quando é alimentada, cria um
campo magnético no núcleo fixo que atrai o núcleo móvel que fecha o circuito.
Cessando a alimentação da bobina, é interrompido o campo magnético,
provocando o retorno do núcleo por molas.
Além da bobina, possui contatos de força com alta capacidade de condução e
interrupção de corrente e contatos auxiliares com baixa capacidade de
condução e interrupção de corrente.

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