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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................04

2 DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE CRÍTICA DA PRÁTICA OBSERVADA..................................12

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................................13

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................14
1 INTRODUÇÃO

Tai Chi Chuan, trata-se de uma arte testada pelos tempos, que exercita o corpo e a
mente com suavidade, regula o fluxo de energia e pode ser usada para beneficiar a saúde e
aumentar a longevidade, além de ser útil também para a defesa pessoal, para arejar a mente e
para o desenvolvimento espiritual, independentemente da raça, cultura religião do praticante.
Ela tem sido descrita como poesia em movimento e também, equivocadamente, como luta
contra a sombra e calistenia de baixo impacto. “Poesia em movimento é uma descrição
adequada para a beleza e a graça do Tai Chi Chuan, mas as expressões luta contra a sombra e
calistenia de baíxo impacto revelam a falta de compreensão de sua profundidade e dimensão”.
(KIT, 2007, pg.13).
O presente trabalho tem como objetivos descrever e analisar, refletir sobre os seus
benefícios e aplicações , assim como verificar se houve planejamento, comunicação, se os
objetivos foram alcançados em relação a uma prática educativa.
O grupo escolheu para fazer análise à atividade educativa do Tai Chi Chuan, que se
realiza no Centro Cultural Lindéia/Regina, ministrada pelo professor e mestre em cultura
chinesa Magno Costa, que acontece todo sábado ás 8h e toda quarta ás 20h.

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2 DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE CRÍTICA DA PRÁTICA OBSERVADA

Antes de começar a descrição da prática observada convém ressaltar um pouco da sua


história e origem
A origem lendária do tai chi é atribuído a personalidade taoista chamada Zhang San
Feng, que teria vivido na dinastia Song (1127-1279) a historia é que um dia quando ele
estava à janela de sua cabana, no monte Wu Dang, quando o barulho estridente lhe chamou a
atenção, e da janela ele viu um pássaro descer de uma arvore, para atacar uma cobra. Seguiu-
se um duelo, e o pássaro foi vencido pela cobra, que combatia com extrema agilidade e
flexibilidade. Ele então compreendeu a supremacia da agilidade sobre a rigidez, e com os seus
conhecimentos sobre: o yin e yang e Tao Te King e I Ching, elaborou então o Tai Chi Chuan.
Existem 5 estilos principais de Tai Chi: Chen, Yang, Sun, Wu, Hu.
Sendo que o estilo Chen foi o que originou os demais estilos. Dentre todos os estilos o
Yang é o mais difundido e praticado em todo o mundo. Essa forma curta, pertence ao estilo
Yang.
O patriarca do estilo Yang chama-se Yang Lu Chan (1798-1872) que aprendeu o estilo
Chen, com o Mestre Chen Chan Xing, em Chen Jia Gou. Depois disso, voltou a sua aldeia
para transmitir o Tai Chi, e logo após foi a Pequim onde ensinou no exército dos manchus e
na corte imperial, e também fundou a primeira escola de tai chi Yang. Mas a grande
propagação do estilo Yang deveu-se ao Neto deste, chamado Yang Chen Fu (1883-1936) que
percorreu toda a china, de norte a sul divulgando o Tai Chi Chuan.
O Tai Chi Chuan desde a sua criação é no seu nível mais elementar uma arte marcial
de auto defesa, entretanto desde os anos 30, que o tai chi tem sido difundido, pesquisado e
praticado tendo em vista o seu lado terapêutico.
A filosofia do Tai Chi é baseada no I Ching – Livro das Mutações - e no Tao Te King.
O processo de mutações é vivenciado em cada momento no tai chi. Um movimento surge,
cresce, se desenvolve, amadurece, envelhece, porém não morre se transforma, e cede lugar a
outro movimento que por sua vez, surge, cresce, se desenvolve, amadurece, envelhece
evoluindo assim eternamente.

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No símbolo do Tai Chi, (yin e yang) os opostos se complementam formando o
símbolo da unidade. Portanto na sua prática, os opostos não se conflitam, pelo contrário se
complementam. Assim, da serenidade nasce o movimento, e o movimento leva a serenidade,
dessa forma o movimento e a serenidade convivem harmoniosamente, presente em toda a
seqüência do tai chi.

Como o Tai Chi Chuan é ensinado no Centro Cultural/Regina?

A prática observada dessa atividade no Centro Cultural Lindéia /Regina, ministrada


pelo professor e mestre Magno Costa baseia-se nos segmentos do Tai Chi que a seguir serão
explicitados:

1º - Aquecimento = alongamento, trabalho nas articulações, dobras; proporcionando ao


praticante um corpo mais relaxado, liberando todas as tensões existentes e coordenando seus
movimentos, adquirindo maior consciência corporal.

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2º- Respirações = exercícios energéticos, harmonia dos movimentos com o controle
respiratório, que proporciona aos praticantes, maior circulação sangüínea e das energias no
corpo, maior concentração, e o relaxamento mental.

3º - A forma do Tai Chi = encadeamento dos movimentos, harmonia e total integração do ser
com o universo, a meditação através da execução dos movimentos do tai chi.

O professor acima mencionado é mestre em artes marciais chinesas, e ministra as aulas


há mais de um ano, como voluntário. È bem comunicativo, expressivo, calmo, simpático,
generoso, divide seus conhecimentos com alunos que não podem contribuir financeiramente
Há uma perfeita sintonia do professor com seus alunos. O local da prática é uma das salas
desse centro cultural, é adequada e bem arejada, possibilitando assim uma concentração,
importante para essa prática.
O público que freqüenta as aulas é bastante diversificado e aumenta a cada dia:
crianças, adolescentes, jovens, adultos, profissionais como mecânicos, assistente social,
estudantes, etc., não pagam nada pelas aulas, uma vez que são gratuitas. São assíduos, é raro
alguém que começou a aprender essa arte, faltar. A aceitação destes é em geral 80%.
Os movimentos de Tai Chi Chuan exigem uma coordenação da mente, do corpo
interno e do corpo externo, assim o mestre Magno pede a seus alunos que sejam disciplinados
e concentrados, pois a atitude mental correta para praticar é a quietude concentrada. O interior
move o exterior.
As aulas são planejadas, uma vez que os alunos que freqüentam são bem
diversificados. São executadas ao som de música suave e agradável de maneira que os
movimentos mais simples são ensinados para quem está começando e vai evoluindo e
graduando conforme o aprendizado do aluno. No decorrer da aula, o professor percorre entre
seus alunos e mais adiante faz uma divisão desses, conforme seu aprendizado: os que sabem
executar os movimentos mais avançados ficam de um lado da sala auxiliados pelo aluno que
sobressaí no ensinamento da prática, e os outros ficam do outro lado com ele, que os ensina
pacientemente. No final da aula, fazem uma roda e se concentram para uma melhor
meditação, essencial para as nossas vidas hiperagitadas e tomadas pela ansiedade.

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Os dez pontos mais importantes do Tai Chi Chuan

1. A energia no topo da cabeça deve ser leve e sensível.

Energia no topo da cabeça significa conservar a cabeça direito, para que a energia
espiritual consiga chegar ao alto. Não deve ser empregada a força muscular, pois impedira a
circulação do chi. Deve existir uma sensação de naturalidade e leveza, sem esta leveza e
energia sensível no topo da cabeça, a força vital não pode ser posta em movimento.

2. Abaixar o peito e elevar as costas

Significa recolher o peito para que o chi possa descer ao dan tian ( ou campo
abdominal de energia, cerca de seis centímetros abaixo do umbigo). Não se deve expandir o
peito, pois isso levaria o chi a acorrer para o peito, resultando em “peso na parte de cima e
leveza na parte de baixo”, com os calcanhares “flutando”. Elevar as costas significa
concentrar ali o chi. Abaixando o peito, levantamos normalmente as costas. Se for possível
elevar as costas, pode se invocar sua força interior, o que possibilita a vitória no combate.

3. Relaxar a cintura.

A cintura é a parte que controla o torso. Soltar a cintura equivale a fortalecer os pés
para estabilizar a postura. Todas as variações e ações combinadas entre “aparente” e “sólido”
são feitas a partir da cintura. È por isso que se diz: “ a força vital tem suas origens na cintura.”
Quem não consegue adquirir poder no combate deveria remediar a situação na cintura.

4. Distinguir o “cheio” do “vazio”.

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Distinguir o cheio do vazio é o primeiro princípio do tai chi chuan. Se o peso do corpo
inteiro repousa na perna direita, este estará cheia e a perna esquerda vazia. Distinguindo entre
o cheio e o vazio, nossos movimentos serão leves e sem esforço, caso contrário, nossos passos
serão pesados e desajeitados, o corpo será instável, e somos facilmente desequilibrados pelo
adversário.

5. Afundar os ombros e abaixar os cotovelos.

Afundar os ombros significa que podemos relaxá-los, deixar os ombros caírem. Se não
podemos relaxá-los e deixá-los cair, o chi elevará com eles e o corpo inteiro estará sem força.
Abaixar os cotovelos significa que os cotovelos devem relaxar e abaixar, se estiverem
levantados os ombros não poderão afundar, então não poderemos repelir o adversário para
longe. A técnica utilizada então se aproxima dos sistemas externos, que emprega a força
interior descontínua.

6. Usar a mente e não a força.

A filosofia do tai chi chuan diz: “Tudo reside no emprego do pensamento em lugar da
força”. Ao praticar o tai chi chuan, o corpo inteiro estará relaxado. Se conseguirmos eliminar
todo e qualquer desequilíbrio que cria bloqueios nos tendões, ossos e vasos sangüíneos,
nossos movimentos serão leves, rápidos, circulares e espontâneos. Alguns duvidam como
podemos ter uma força durável sem o emprego da força, mas o nosso corpo são como os rios
da terra. Quando os canais estão abertos, a água flui livremente, quando os meridianos estão
abertos, o chi circula livremente. Se o enrijecimento bloqueia os meridianos, o chi e o sangue
estarão obstruídos, e os nossos movimentos não serão rápidos e, basta puxar um fio do cabelo
para que todo o corpo o siga.
Mas, se por outro lado, não usarmos a força, mas sim a mente, onde quer que ela vá, o
chi a seguirá, deste modo, o chi sem obstrução, penetrando todas as partes do corpo sem

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interrupção, após uma longa prática, atingiremos a verdadeira força interna. E como está dito
na filosofia sobre o tai chi chuan “a agilidade e a flexibilidade extremas produzem a
resistência e a rigidez extremas.”. Aqueles que dominam as técnicas do tai chi chuan, tem os
seus braços semelhante ao ferro envolto em algodão. Quando aqueles que praticam os
sistemas externos usam força, isto se torna aparente, mas quando tem força e não aplicam, são
leves e flutuam. É obvio que a sua força é uma forma de energia superficial e externa.

7. Unir o alto e o baixo.

Unir o alto e o baixo revela-se na filosofia do tai chi chuan. “A energia enraíza-se nos
pés, estende-se pelas pernas, é controlada pela cintura e manifesta-se pelas mãos”. Dos pés até
as pernas e das pernas até a cintura, o chi deve circular continuamente. Quando os pés, cintura
e pernas movem-se, a energia espiritual dos olhos move-se em unificação. Isto pode ser
chamado de unir o alto e o baixo. Quando uma parte do corpo não se move com o resto, há
desordem e deslocamento.

8. Unir o interior e o exterior.

O trabalho do tai chi é um trabalho de energia espiritual, portanto, diz-se “A energia


espiritual lidera, o corpo está a seu comando.” Se pudermos movimentar a força vital, nossos
movimentos serão naturalmente leves e rápidos. O encadeamento dos movimentos segue o
principio do “cheio” e “vazio” de abertura e fechamento. Por abertura, não queremos dizer
apenas mãos e pés estendidos, envolve também mente e vontade. Da mesma forma entende-se
por fechamento, não significa que as mãos e pernas estão recolhidas, mas que a mente e a
vontade também estão recolhidas (ou seja, concentradas). Se o interior e o exterior estiverem
unidos em um único chi, então tudo estará em harmonia.

9. Ligar os movimentos sem interrupção.

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Nos sistemas externos, a energia é extrínseca e desajeitada; portanto a vemos
continuar e parar, começar e interromper. A força anterior é exaurida antes que a nova surja.
Neste ponto, somos facilmente derrotados. No tai chi chuan, usamos a mente e não a força.
Do começo ao fim não há interrupção. Tudo é completo e contínuo, circular e sem fim. Os
clássicos se referem a isto como um “grande rio que flui continuamente sem fim.” Ou “mover
a energia como o fio de seda que desenrolamos de um casulo. Essas comparações sugerem a
unidade em um chi.

10. Procurar a calma no movimento.

Os praticantes dos sistemas exteriores enfatizam a capacidade de correr e pular


rapidamente; gasta-se muita energia nessas atividades, o que leva os praticantes á estafa
depois do treinamento. No Tai Chi Chuan é a quietude que governa os movimentos. Quando
um praticante se move, é como se ele estivesse parado. È por isso que no Tai Chi Chuan,
quanto mais lento for o movimento, melhor. Quando eles são vagarosos, a respiração fia
profunda e longa, o chi está submerso do dan tian (campo enérgico abdominal), e
naturalmente não existe o problema de o sangue e o chi estarem ”inchados”, ou seja,
bloqueados.

È essencial que os alunos compreendam esses princípios para o seu


aperfeiçoamento no tai chi, comenta o professor mestre Magno Costa.

OS benefícios da prática do Tai Chi Chuan

Proporciona a seus praticantes, maior resistência, vigor físico e tranqüilidade; melhora


o funcionamento do coração, cérebro, vias respiratórias e da digestão; ajuda a prevenir e
apresenta ótimos resultados nos tratamentos de vários problemas de saúde como: artrites,
arteriosclerose precoce, osteoporose, pressão alta etc., distúrbios psíquicos e emocionais.

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Assim, o mestre Magno consegue atingir os seus objetivos, visto que essa arte traz uma série
de benefícios para a saúde de seus alunos que praticam de maneira correta.

Depoimentos dos alunos

O comentário geral entre os participantes é que a respiração fica mais lenta e profunda
e o apetite melhora. Respirar mais lento e profundamente é o resultado lógico do controle da
respiração durante a prática das séries ou das seqüências dos movimentos do Tai Chi Chuan.
O apetite melhora porque o fluxo harmonioso de energia obtido com essa prática harmoniza
no organismo o sistema digestivo e os demais. Uma das alunas (assistente social) disse que
deixou seu emprego com a finalidade de estudar para passar nos concursos dos tribunais de
justiça, estava muito ansiosa e deprimida, pois sofria uma pressão por parte de seu marido,
filhos, etc., por não conseguir ser classificada. Começou a praticar o Tai Chi Chuan e sentiu
melhorias em vários aspectos como concentração melhor, respiração, diminuição da
ansiedade etc., pois cada movimento dessa prática é um treinamento para a mente: quando se
faz um movimento, a mente está nesse movimento; quando se ajusta a respiração, a mente se
dedica a dirigir o fluxo do chi para o local desejado.
Outro aluno (mecânico de motos) disse que essa prática tornou flexíveis suas
articulações, melhorou sua pressão sanguínea, sono etc., está mais vigoroso do que antes.
Um portador de sofrimento mental, aluno assíduo dessa prática relatou que sente-se
mais relaxado, que seu sono é mais tranqüilo. A capacidade de relaxar é um instinto natural
humano e, quando desenvolvido, auxilia na prevenção de doenças (LIU, 1997.)
Enfim, todos os depoimentos relatados retrataram a eficiência dessa arte para a
recuperação, promoção da saúde, proporcionando um bem estar em geral a seus praticantes
contínuos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise dessa prática educativa foi extremamente importante para nós acadêmicos de
enfermagem, uma vez que permitiu uma reflexão da prática educativa e de sua execução.
Essa arte do Tai Chi Chuan pode significar para os que vivem no ritmo alucinante das
cidades industrializadas, dos estudos um fator de compensação. Ela relaxa a mente, assim
como o corpo; auxilia na digestão, acalma o sistema nervoso, é benéfica para circulação
sanguínea; mantém flexíveis as articulações. A vida moderna é cansativa e essa prática
contribui de maneira eficaz para combater o desgaste da vida cotidiana.
O Tai Chi Chuan além de manter a saúde e de curar doenças, contribuí para o
desenvolvimento mental. Não há dúvidas que o frescor e clareza da mente produzem
melhores resultados em todos os aspectos da vida, de modo que possamos aplicar os
conhecimentos adquiridos, mentais ou práticos.
A capacidade de concentração, controle e relaxamento da mente, desenvolvida com o
treinamento do Tai Chi Chuan, pode ser usada com vantagens, na vida diária.
O ponto de vista do Tai Chi Chuan é holístico, buscando não apenas a saúde física dos
seus praticantes, mas também a saúde emocional e mental, o professor e mestre Magno Costa
deixou bem claro esse aspecto. A prática dessa arte, portanto, torna a vida gratificante e
saudável.
Enfim, o aumento do nível de energia e harmonia do fluxo dessa energia, a
intensificação da saúde física, emocional e mental e a promoção de um estado de consciência
elevado são os motivos pelos quais o Tai Chi Chuan enriquece a nossa vida e também
oferecem critérios úteis para avaliar o quanto nos beneficiamos dessa arte maravilhosa.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LIU, Da. Tai Chi Chuan e I Ching: uma coreografia do corpo e da mente. 10 ed.
Tradução de Carlos A. L. Salum. São Paulo: Pensamento, 1997. 140 p.

KIT, Wong Kiew. O livro completo do Tai Chi Chuan. 4 ed. Ttradução de Afonso Teixeira
Filho. São Paulo: Pensamento, 1997. 320 p.

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