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CASO CLÍNICO
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Acta Méd Port 2004; 17: 329-334

OFTALMOPATIA ASSOCIADA À TIROIDE

JOSÉ LUÍS METELLO; MARGARITA GONZALEZ; ROSÁRIO EUSÉBIO; VÍTOR ROCHA


Serviço de Cirurgia. Hospital de São Bernardo S. A., Setubal.

RESUMO
A oftalmopatia associada à tiroide, é uma situação relativamente rara, auto-limitada,
que se caracteriza por um infiltrado inflamatório difuso da órbita, bilateral, assimétrico,
condicionando exoftalmia e edema palpebral. Em 90% dos casos surge associada a D.
Graves, mas por vezes também a hipotiroidismo ou eutiroidismo. Em cerca de 25% dos
casos surge concomitantemente com a doença tiroideia, podendo no entanto precedê-
la ou sucedê-la com anos de intervalo. Cursa habitualmente com remissões e
exacerbações espontâneas, evoluindo de forma independente relativamente à doença
da tiroide, habitualmente sem gravidade para o doente, podendo apesar de tudo originar
diplopia e cegueira em 1% dos casos. A causa é ainda pouco compreendida mas pensa-
se que resulte duma alteração do sistema imunitário que permite a produção de auto-
anticorpos, cujos alvos são principalmente os fibroblastos retro-bulbares e tiroideia. A
terapeutica é controversa, faltando ainda estabelecer com segurança um balanço entre
os beneficios e os riscos da medicação.

Palavras chave: oftalmopatia associada à tiroide; D. Graves; Revisão

SUMMARY
THYROID ASSOCIATED OPHTHALMOPATHY
Thyroid associated ophthalmopathy is an uncommon disease, characterized by a diffuse
inflammation of the orbit in a bilateral and assimetric pattern, causing proptosis and
swelling of the eyelids and conjuntiva. In 90% of the patients it is associated with
Graves’ disease, however it may occur with hipothyroidism or even without thyroid
disease. During its course spontaneous remission or exacerbations are common,
evolving independently from the thyroid disease, most often without serious
complications for the patient, being blindness the worse of them, in 1% of the cases.
The cause is still misunderstood but it is thought to be the result of an immune system
disorder with the production of auto-antibodies directed against retro-bulbar fibroblasts
and thyroid. Therapeutics is still a controversial matter. The balance between benefits
and medication adverse effects is still to be made.

Key words: Thyroid associated ophthalmopathy; Graves’ disease; Revision

Recebido para publicação: 329


JOSÉ LUÍS METELLO et al

INTRODUÇÃO Foram pedidas as provas tiroideias, verificando-se T3


A oftalmopatia associada à tiroide (OAT) é uma doença e T4 normais e TSH suprimida, compativeis com autono-
auto-imune que afecta os músculos extra-oculares e o tecido mia da função glandular em doente eutiroideia, a que se
conjuntivo da órbita1,2, sendo a forma mais comum de doença associavam niveis de anticorpos anti-peroxidase de 680
da órbita3. Surge associada em 90 % dos casos a Doença de UI/ml, anti-tiroglobulina de 3460 UI/ml e anti-receptor da
Graves com hipertiroidismo, em 5% a tiroidite de Hashimoto TSH (TRAb) de 18,4 UI/ml. Fez eco-doppler da tiroideia,
e em 5% não se encontra doença tiroideia à data do diagnós- que mostrou aumento difuso da glandula com aumento
tico, sendo que a grande maioria vem no futuro a desenvolvê- marcado da circulação. Fez TC da órbita que revelou
la4. Há uma associação temporal entre as duas alterações, em exoftalmia e espessamento dos músculos extra-oculares,
80% dos casos o hipertiroidismo e a oftalmopatia desenvol- mais marcado no terço posterior, compativel com
vem-se com 18 meses de intervalo5. Relativamente aos curso oftalmopatia associado à tiroide (Figura 1). Iniciou
natural, este está pouco documentado, melhorando habitual- terapeutica com propiltiouracilo e corticoterapia- 60 mg
mente de forma espontânea após atingir o pico1,6. É clinica- de prednisolona per os, com melhoria sintomática.
mente evidente em apenas 25-50% dos doentes com D. Gra-
ves, no entanto se recorrermos à TC este número pode subir EPIDEMIOLOGIA
para 70%4, sendo que é grave numa percentagem inferior a Trata-se de uma situação mais frequente no sexo fe-
5% dos casos. minino com incidência anual de 16/100 000 e de 2,9/100
000 no homem, com distribuição bi-modal entre os 40-
CASO CLÍNICO 44; 60-64 na mulher e 45-49; 65-69 no homem4. É habitual-
Recentemente tivemos oportunidade de observar uma mente mais grave quando a apresentação surge após os
doente de 50 anos, do sexo feminino que veio à consulta 50 anos7,8.
por oftalmopatia. Estava assintomática até há três meses De acordo com diversos estudos e apesar da causa
altura em que iniciou subitamente quadro clínico caracteri- ser ainda desconhecida, parecem estar envolvidos fac-
zado por edema peri-ocular, hiperémia conjuntival, lacrimejo, tores genéticos e ambientais. Existe uma associação en-
fotofobia e exoftalmia. Negava história de atopia- eczema, tre o HLA-DR3 e HLA-B8 em caucasianos9,10. Tanto a
rinite alérgica, asma, ou estimulos alérgicos conhecidos. duração como a quantidade dos hábitos tabágicos pare-
Negava também outros antecedentes relevantes e hábitos cem estar associados a doença mais grave em doentes
toxifilicos. Referia uma tia paterna com história de patologia com D. Graves11-13. Por outro lado a exposição a factores
tiroideia e oftalmopatia. Consultou o seu médico assistente de stress grave14,15, irradiação da tiroideia16-18 ou abla-
que suspeitou de reacção alérgica a estimulo indeterminado, ção da tiroide com iodo radioactivo parecem ser factores
medicando-a com anti-histamínicos. Por manutenção do de risco para o desenvolvimento de OAT. Só por si a
quadro vem à consulta de cirurgia. Objectivamente mostra- tirotoxicose parece ter pouca influência no processo
va retracção da pálpebra supeior, exoftalmia, quemose, in- auto-imune, o mesmo não sucedendo com o
jecção conjuntival (Figura 1). Foi observada pelo oftalmo- hipotiroidismo pós terapêutica com antitiroideus19 que
logista que não encontrou alterações quer da acuidade vi- parece agravar a situação.
sual quer da campimetria ou fundoscopia.
CURSO CLÍNICO
É importante frisar que o curso da orbitopatia e a
1 doença tiroideia progridem de forma independente3. Con-
3
6 sideram-se habitualmente duas fases, uma inflamatória
que dura 3-36 meses e outra fibrótica. Segundo alguns
5
autores4, no curso da oftalmopatia há habitualmente uma
2
fase de rápida progressão, que atinge o pico em 6-24
meses, seguido por uma fase plateau prolongada, suce-
1 - retracção da pálpebra superior; dido por uma regressão incompleta dos sintomas e si-
2 - edema peri-ocular; 3 - injecção
3 conjuntival; 4 - quemose da nais20. As alterações dos tecidos moles (quemose, edema
conjuntiva; 5 - espessamento dos da pálpebra) melhoram na maioria dos casos num perío-
músculos oculares; 6 - protusão do entre um e cinco anos. Se existir oftalmoplegia, esta
4 bilateral dos globos oculares
pode melhorar espontâneamente em 30-40%, enquanto a
Fig. 1- aspectos caracteristicos da OAT observados na doente. proptose melhora em menos de 10% dos casos. Aparen-

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OFTALMOPATIA ASSOCIADA À TIROIDE

temente não haverá correlação directa entre os niveis de da veia orbitária superior.
TRAb e a gravidade da doença3. O envolvimento dos músculos extra-oculares é fre-
quente. Recorrendo a TC ou RM é possivel mesmo assi-
FISIOPATOLOGIA nalar o seu compromisso em doentes assintomáticos. Por
Pensa-se que na génese deste processo esteja uma ordem decrescente de frequência de afectação temos os
reactividade cruzada entre antigénios orbitários e tiroi- músculo recto inferior, recto interno, recto externo e o
deus21. Por um mecanismo deconhecido, é desencadeada recto superior; sendo que os músculos oblíquos rara-
em paralelo uma alteração do sistema imunitário ao nivel mente estão envolvidos. Manifesta-se sob a forma de
de células T, e proliferação de anticorpos com reactividade miopatia restritiva.É na realidade a causa mais frequente
contra antigénios comuns à tiroideia e à órbita22, desen- de diplopia vertical na população em geral.
cadeando um processo inflamatório. Os alvos desta res- Calcula-se que 5% dos doentes com OAT vêm a de-
posta são principalmente os fibroblastos retro-bulbares senvolver neuropatia óptica e que destes, cerca de 20%
existentes no intersticio dos músculos extra-oculares que ficarão cegos3. Pensa-se que o mecanismo envolvido será
se pensa apresentarem um fenótipo que os torna distin- a compressão ou congestão venosa4. O grau de compro-
tos23,24, bem como outros elementos dos tecidos da órbi- misso não é directamente proporcional ao grau de
ta, que por acção directa de células T ou imunomediada proptose. As primeiras manifestações podem ser obser-
por citocinas são activados, proliferando, e diferencian- vadas à campimetria e fundoscopia. E as primeiras sus-
do-se em adipócitos e produzindo mucopolissacarideos peitas poderão ser evidenciadas pelo estudo dos poten-
que conduzem ao edema secundário25. Foi identificada ciais evocados do nervo óptico32, onde se pode verificar
uma proteina de membrana de 64-Kda, que parece exclusi- uma amplitude reduzida e atraso na condução.
va da tiroideia e de fibroblastos orbitários26-28, segundo Imagiologicamente (TAC ou RMN) as alterações mais
estudos recentes estará realcionada com subunidade especificas relacionam-se com alargamento dos múscu-
flavoproteica da enzima mitocondrial succinato los extra-oculares, aumento da massa de tecido adiposo
desidrogenase29. Num estudo publicado em 199530 detec- orbitária e estase venosa33.
taram-se titulos destes auto-anticorpos em 67 % de doen-
tes com OAT, em 30% em doentes com D. Graves sem TERAPÊUTICA
OAT marcada e só em 9% de individuos normais. É importante recordar que a OAT é em geral auto-limi-
tada e que em menos de 40% dos casos há um envolvi-
MANIFESTAÇÕES CLINICAS3,4,31: mento orbitário marcado que necessita de tratamento diri-
O espectro das manifestações clínicas envolve vá- gido1. Habitualmente consideram-se dois tipos de inter-
rios componentes da região peri-orbitária, podendo apre- venção diferentes, respectivamente na fase inflamatória e
sentar-se com graus de intensidade variável em diferen- fibrótica34. A cessação dos hábitos tabágicos ou ainda a
tes individuos. evicção de ambientes poluídos pelo fumo do tabaco, pa-
Ao nivel das palpebras observa-se retracção da pál- recem também beneficiar os doentes com OAT20, princi-
pebra superior que é o sintoma mais frequente, presente palmente as mulheres35. Outro aspecto frequentemente
em cerca de 75 % dos casos à data do diagnóstico, que esquecido é a vertente psicológica, de acordo com um
pode ser consequência de três mecanismos: aumento do estudo recente36 a OAT terá uma influência negativa
tónus do músculo de Muller pelo aumento das catecola- marcada na percepção da qualidade de vida dos doentes.
minas em circulação consequencia do hipertiroidismo;
inflamação e posterior fibrose do musculo elevador da Controlo da função tiroideia
pálpebra; indirectamente por proptose do globo ocular. É consensualmente aceite como a primeira medida a
A exposição da córnea pode ser responsável por tomar 37 . No doente hipertiroideu, o controlo do
queratites de repetição. hipertiroidismo por si só diminui a retracção palpebral,
Ao nivel do globo ocular o processo inflamatório através da diminuição do tónus do músculo de Muller,
pode provocar quemose, condicionando injecção consequente a queda nas catecolaminas resultantes do
conjuntival. A exoftalmia afecta cerca de 60 % dos pa- estado tirotóxico. O estado distiroideu parece estar as-
cientes com oftalmopatia é geralmente bilateral e sociado a um curso mais grave da OAT38,39, no entanto
assimétrica, originada pela proliferação de fibroblas- o que está demonstrado é que a tiroidectomia e o uso
tos e edema retro-orbitário ou pelo congestionamento indiscriminado de anti-tiroideus não influenciam o curso
venoso provocado essencialmente pela compressão da doença20,40.

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JOSÉ LUÍS METELLO et al

Medidas locais está dependente da fase aguda inflamatória e a melhoria


Destinam-se principalmente a evitar as queratites e dos sintomas surge habitualmente 1 a 2 semanas depois
consistem na administração de preparações contendo da irradiação, podendo prolongar-se por 18 meses. O seu
metilcelulose, colocação de um adesivo nas pálpebras à beneficio é semelhante ao dos corticoides, mas o seu efei-
noite44 e lentes escuras para evitar a fotofobia. Para dimi- to é mais prolongado no tempo e os seus riscos são meno-
nuir a retracção palpebral pode encarar-se o uso de res46. No entanto tal como a corticoterapia permanece a
guanetidina 2-10% tópica, apesar de associada a alta taxa duvida se terão de facto algum efeito positivo na evolu-
de irritação local e eficácia pouco previsivel. ção da doença a longo prazo, sabendo-se que em casos
graves só em pequena escala as cirurgias de descompres-
Corticoterapia são da órbita são evitadas com esta terapêutica.
É particularmente eficaz nos doentes em que a doença
orbitária tem um ínicio súbito42. Os corticóides actuam Tratamento cirúrgico
como anti-inflamatório, diminuindo a infiltração linfocitária, Vários foram os estudos que incidiram sobre a eficácia
a sua acção e a produção de mucopolissacarideos. Nem da tiroidectomia, com resultados bastante variáveis. Pare-
todos os componentes da OAT respondem da mesma for- ce consensual que será eficaz no tratamento do
ma, sendo que a eficácia é maior para o edema das partes hipertiroidismo, não estando demonstrada a sua eficácia
moles, dor e injecção conjuntival e que a resposta à no controlo da OAT4.
proptose e diplopia é menor; relativamente à neuropatia a Apesar da fase aguda ser habitualmente auto-limitada,
resposta é inconsistente. A dose inicial de prednisolona os sintomas provocados pela retracção palpebral, restri-
pode variar entre os 40-100 mg, durante 2-4 semanas, após ção da mobilidade ocular, proptose e neuropatia óptica
o qual se pode tentar reduzir lentamente, habitualmente são permanentes4. Vários procedimentos cirurgicos são
até um minimo de 30 mg. Pode suceder que após a para- utilizados no tratamento da OAT. Por ordem de frequência
gem do fármaco se verifique uma exacerbação do qua- Bartley et al47 referiram a necessidade de recorrer à cirur-
dro43. Devido aos efeitos secundários da corticoterapia gia palpebral em 12% dos doentes, à cirurgia do estrabis-
(osteopénia, ulcera gástrica, aumento de peso, diabetes) a mo em 9% e à descompressão orbitária em 7 % das situa-
longo prazo o seu risco/beneficio é altamente questionável, ções.
numa doença que na maior parte das situações é auto- A cirurgia da pálpebra é particularmente indicada no
limitada, estando pois indicada para situações particula- caso de queratite de exposição ou por aspectos cosméti-
res durante a fase aguda. As maiores taxas de resposta cos. A descompressão orbitária é realizada habitualmente
produzem-se em doentes em que é instituída uma terapêu- por proptose, inflamação orbitária grave, neuropatia ópti-
tica precoce44,45. ca ou por critérios estéticos48 habitualmente com boas
taxas de resposta, tendo como morbilidade associada ao
Imunossupressores procedimento, o estrabismo e o entropion.
Devido aos efeitos indesejáveis dos corticoides, foi
tentada terapeutica com ciclosporina, no entanto a taxa de CONCLUSÃO
resposta a este fármaco parece ser menor. Num estudo Apesar da OAT ser uma doença inflamatória da órbi-
realizado, comparando estes dois fármacos, a corticotera- ta auto-limitada pode trazer consequências graves para
pia foi eficaz em 61% comparando com 22% da ciclospori- os doentes, quer em termos estéticos, psicológicos mas
na4. Dadas as circunstâncias e os seus efeitos secundá principalmente por poder provocar cegueira. Habitual-
rios (insuficiência renal, hipertensão, aumento das enzi- mente há um distúrbio tiroideu associado que deverá ser
mas hepáticas), a ciclosporina não é um fármaco habitual- corrigido. Não está demonstrado que a correcção do
mente indicado como primeira linha de tratamento. distiroidismo por si só melhore o quadro de OAT. Neste
contexto é importante ter em atenção que medidas como
Irradiação da órbita o uso de iodo radioactivo ou o hipotiroidismo por anti-
Dado o elevado indicie mitótico dos linfócitos na OAT, tiroideus poderem agravar a doença orbitária. A sua abor-
a irradiação da órbita com doses baixas permite diminuir a dagem terapêutica está longe de ser consensual. Um es-
população destes, diminuindo por consequência a tudo Europeu demonstrou não existir consenso relativa-
estimulação de fibroblastos e o edema. Utiliza-se habitual- mente à abordagem terâpeutica desta patologia49.Apesar
mente um protocolo que inclui dez sessões de 2 Gy duran- do tratamento, mais de 1/3 mantém-se insatisfeitos com
te duas semanas3. Tal como os corticoides a sua eficácia os seu aspecto final, sendo que os aspectos psicológi-

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OFTALMOPATIA ASSOCIADA À TIROIDE

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