PAIXÃO, Alessandro Ezequiel da. Sociologia Geral.

Curitiba: Editora Ibpex, 2012,

p.113-136.

Em Max Weber e a racionalidade, no capítulo IV do livro Sociologia Geral,

o autor Alessandro Ezequiel da Paixão começa trazendo uma diferença fundamental
entre o modo de pensar do sociólogo alemão Max Weber dos outros dois sociólogos
anteriores tratados nesse mesmo livro: Karl Marx e Émile Durkheim; Max Weber ao
invés de tomar o coletivo como ponto de partida da sua análise ele tomava o
individuo, dessa forma trazendo uma nova perspectiva.
Dando continuidade o autor, para trazer um maior contexto ao leitor,
expõe um pouco da história de Weber, mostrando suas origens e seu lado
intelectual precoce, acerca também de sua família, que lhe fornecia um ambiente
estimulante de estudos.
Logo em seguida é mais aprofundado o pensamento de Weber: para ele o
individuo é sempre portador de uma intencionalidade, desta forma, examinando o
individuo e sua intencionalidade, é possível compreender o todo, ou seja, as
instituições, os grupos e os comportamentos. Contudo, apesar de toda essa
preferência de Weber em indivíduos, o autor deixa claro que ele não tinha desprezo
pela esfera social.
Outro conceito muito importante de Weber apresentado nesse capítulo é o
de ação social, que por sua vez é considerado o cerne de sua sociologia. É evidente
que para Weber a sociedade não é superior ao individuo, e não existe uma lei geral
que orienta as interações sociais, segundo ele o que o sociólogo pode estudar é o
sentido que esses indivíduos conferem à ação que empreendem, sentidos esses
que são praticamente infinitos dados às ações, Weber, portanto pensava que o era
impossível para sociólogo compreender toda a completude e descobrir uma lei geral.
Mais adiante Weber propõe uma tipologia, ou classificação das ações
sociais; segundo ele, existem diferentes tipos de ações sociais, sendo elas:
Racional com relação a fins, Racional com relação a valores, Afetiva (Pode ser
considerada irracional) e Tradicional.
O autor então segue e exemplifica cada uma delas, nesse ponto, é muito
importante comentar que o professor Alessandro Ezequiel faz um excelente trabalho
exemplificando e destrinchando cada um dos conceitos de forma didática e intuitiva.
E isso é um mérito presente ao decorrer de todo o livro.
Prosseguindo nos pensamentos de Weber, as sociedades estariam
passando por um processo de racionalização, que ele também chama de
desencantamento do mundo ou secularização. Ele percebe que a racionalização faz
com que o individuo crie as normas, e ao passar do tempo os próprios indivíduos
acabam também virando produto delas, e no final das contas acaba sendo um
processo prejudicial.
Outro conceito importante de Weber é apresentado, que são as maneiras
de agir, ele divide em: o agir em comunidade e agir em sociedade; basicamente, o
agir em comunidade tem foco no outro, agir de certa forma esperando que o outro se
comporte de uma determinada forma, enquanto que o agir em sociedade é um agir
que tem expectativas que se baseiam nos regulamentos ou leis.
Finalizando o capítulo, o a autor traz a visão de Weber sobre a ética
protestante e o espirito do capitalismo, que inclusive é titulo de uma de suas obras.
Nessa parte é mostrada uma grande diferença da visão de capitalismo de Weber
para Marx. E Por último, como em todos os capítulos de Sociologia Geral, é
apresentada uma síntese que de forma rápida faz a revisão.
Ao ler todo o capítulo, fica clara que a intenção principal do autor é
informar o leitor, para prover a ele uma fundamentação básica em sociologia, isso se
utilizando principalmente de citações bibliográficas do próprio sociólogo, de outros
autores e de exemplos simples/cotidianos; isso tudo corrobora no entendimento que
a obra possui um caráter mais didático.