Você está na página 1de 34

Plano de Recuperação de Área Degradada - PRAD

BARRAGEM DE SERRO AZUL

RESTAURAÇÃO FLORESTAL DE 4,14 HA DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO


PERMANENTE – APP DA BARRAGEM DE SERRO AZUL, PALMARES - PE

Companhia Pernambucana de Saneamento

Recife, AGOSTO de 2019.


SUMÁRIO

1. FICHA DE IDENTIFICAÇÃO....................................................................................... 03
1.1 Identificação e qualificação do interessado................................................................. 03
1.2 Identificação do Técnico responsável pela elaboração do PRAD................................03
2. JUSTIFICATIVA..............................................................................................................04
3. OBJETIVOS.....................................................................................................................04
4. CONTEXTUALIZAÇÃO.................................................................................................04
5. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA OBJETO......................................................06
5.1 Caracterização Geral da Área.......................................................................................06
5.2 Características da Área de Intervenção........................................................................08
6. AÇÕES OPERACIONAIS DE RESTAURAÇÃO FLORESTAL...................................10
6.1 Cartografia.....................................................................................................................10
6.2 Pré-Plantio......................................................................................................................12
7. METODOLOGIA DE RESTAURAÇÃO FLORESTAL..................................................15
8. EQUIPE MÍNIMA SUGERIDA.......................................................................................18
9. MEDIDAS ESPECÍFICAS PARA RESTAURAÇÃO FLORESTAL..............................18
9.1 Informações sobre as etapas e medidas.........................................................................18
8.2 Detalhamento das Medidas de Controle associadas ao Programa.................................19
10. CRONOGRAMAS DE EXECUÇÃO DO PROGRAMA................................................29
11. RELATÓRIOS DE EXECUÇÃO.....................................................................................30
12. REFERÊNCIAS................................................................................................................31
13. ANEXOS...........................................................................................................................32

2
1. FICHA DE IDENTIFICAÇÃO

1.1. Identificação e qualificação do interessado

Nome/Razão Social: Companhia Pernambucana de Saneamento - Compesa.


CNPJ 09.769.035/0001-64 Inscrição Estadual: 18.1.001.0014398-2
Endereço: Av. Cruz Cabugá CEP: 50.040 – 905
Nº: 1387 Complemento Bairro: Santo Amaro Cidade: Recife
Fone: 3412-9554
Representante: Luís Henrique Oliveira
Cargo/Função: Gerente de Programas Especiais - GPS
E-mail: luisoliveira@compesa.com.br
Assinatura do Interessado

1.2. Identificação do Técnico responsável pela elaboração do PRAD

Nome: Lucicleiton Leandro da Silva de Melo


Formação/Especialidade: Engenheiro Florestal e de Segurança do Trabalho, Mestre em
Engenharia Ambiental
Função desempenhada na elaboração do Plano
Engenheiro Florestal
Nº do Registro Profissional: PE 57415-D
Fone: (81) 988551830
E-mail: lucicleiton@consorcioppa.com.br
Número do Registro no Cadastro Técnico Federal de
Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental CTF/IBAMA 6689802
(IBAMA)
Assinatura do profissional

3
2. JUSTIFICATIVA

A Companhia Pernambucana de Saneamento - COMPESA, entendendo ser necessário a


recuperação imediata de alguns trechos de áreas de preservação permanente ao entorno da
Barragem de Serro Azul que apresentam processos erosivos mais críticos, elaborou o presente
Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD com o propósito de mitigar o referido
passivo.
Neste sentido, é apresentado no documento a metodologia de recuperação através da
restauração florestal, que deverá ser estabelecida numa área de 4,14 ha, localizado no município
de Palmares/PE, com vistas a mitigar o impacto e restaurar os processos ecológicos das áreas de
preservação permanente selecionadas da Barragem de Serro Azul.

3. OBJETIVOS

GERAL

Realizar a recuperação de áreas degradadas no entorno da Barragem de Serro Azul, que


apresentam processos erosivos mais críticos com presença de voçorocas nas áreas de preservação
permanente, totalizando uma área de 4,14 ha.

ESPECIFICOS

Mitigar os processos erosivos em área de preservação permanente ao entorno da


barragem de Serro Azul, através de técnicas de controle de erosão;
Plantar espécies da região visando à recuperação, controle e prevenções de erosão;
Realizar o plantio de 6.900 mil mudas de diferentes espécies florestais nativas do bioma
Mata Atlântica e restabelecer os índices de diversidade florística compatíveis com o
estágio de regeneração das áreas desmatadas;
Sensibilizar a comunidade local da importância do trabalho a ser desenvolvido na área do
projeto;
Atender à legislação vigente.

4. CONTEXTUALIZAÇÃO

O presente Projeto de Recuperação de Área Degradada - PRAD foi elaborado em virtude


da necessidade de recuperação ambiental, para controle dos processos erosivos mais críticos da
barragem através da restauração florestal de parte das áreas de preservação permanentes no
entorno da Barragem e Serro Azul, Palmares/PE, em conformidade com a legislação ambiental
vigente.

4
A Barragem de Serro Azul foi projetada para controlar a vazão do rio Una em eventos
pluviométricos mais fortes, o processo de licenciamento ambiental da Barragem foi elaborado
em 2011, com a utilização de um Estudo de Impacto Ambiental – EIA/RIMA, foram estudados a
fundo os efeitos da barragem nos meios físico, biótico e socioeconômico.

Tendo em vista a lacuna temporal para mitigação dos impactos, e que algumas das ações
previstas nas exigências do licenciamento ambiental ainda estão em realização, fez-se necessária
à atualização dos dados que embasaram o referido PRAD, visando representar as modificações
in loco que ocorreram na paisagem desde então.

Estas atualizações podem levar a mudanças e ajustes nas metodologias inicialmente


propostas. A partir do mapeamento nas áreas destinadas à restauração florestal na Áreas de
Preservação Permanente da barragem, foi identificado há predominância de áreas sem uso ativo
do solo, oriundas de um histórico de uso do solo para fins de monocultivo de cana-de-açúcar.
Além de pontos com a predominância de atividades agropecuárias sem ou com baixa
regeneração natural, circundadas por um entorno formado por um mosaico de fragmentos
florestais em diversos níveis sucessionais. Essas observações possibilitaram a definição mais
apropriada do método de recuperação florestal de forma que os passivos legais de restauração
sejam cumpridos com sucesso e os benefícios à biodiversidade e seu funcionamento
ecossistêmico sejam mantidos e conservados de forma longeva, em consonância com os padrões
de restauração florestal vigentes.

Neste sentido, o entorno da Barragem Serro Azul, numa faixa de 100 metros a partir da
cota 203, representa a APP do presente reservatório, totalizando 366,20 ha, devendo, portanto,
estar florestada e protegida para que atinja sua funcionalidade plena. Entretanto, o presente
projeto de restauração florestal se concentra, nessa primeira fase, nas áreas com solo exposto e
em estágio inicial de degradação ambiental, totalizando 4,14 ha de área de preservação
permanente da barragem de Serro Azul.

As áreas previstas no presente estudo estão distribuídas no município de Palmares - PE,


Zona da Mata Sul Pernambucana, situada na bacia hidrográfica do Una. As áreas estão inseridas
sobre o domínio Mata Atlântica e fitofisionomia predominante de florestal ombrófila densa.

A análise de ecologia da paisagem das Áreas Preservação Permanente – APP da


Barragem Serro Azul é composta predominantemente por áreas sem uso ativo do solo não
isoladas na paisagem, com diferentes níveis de regeneração natural, além de machas de
vegetação próximas das áreas (entorno de 1 km). O isolamento destas áreas é um importante
contribuinte para o potencial de regeneração natural da área. Pois, a chuva de sementes,
proveniente dos fragmentos florestais vizinhos, permite o uso de técnicas passivas de
restauração, a partir da condução da regeneração.

As diversas situações ambientais encontradas na APP ocorrem em uma região


historicamente explorada com a finalidade de implantar monoculturas de cana-de-açúcar. Muitas

5
destas áreas tiveram esse uso do solo desmobilizado e hoje se encontram em algum estágio de
regeneração natural. A área também apresenta histórico de ocupação por grandes propriedades
rurais e pequenos produtores de culturas de subsistências, havendo ainda algumas áreas de uso
agropecuário sem ou com baixa regeneração identificadas.

5. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ÁREA OBJETO

5.1. Caracterização Geral da Área

6.1.1 Aspectos do Meio Físico

As informações aqui apresentadas sobre o meio físico da área onde será implantado o
presente estudo teve como foco as questões mais diretamente relacionadas às peculiaridades da
região com o objetivo de delinear a melhor metodologia a ser aplicada para implantação do
projeto.

- Solo
A área apresenta características de embasamento cristalino, representado por rochas
ígneas e metamórficas (RIMA, 2011). Os solos são caracterizados como predominantemente
argilosos, característica que favorece o surgimento de processos erosivos, devido à alta
capacidade de retenção de água e baixa permeabilidade; sem presença de pedregulhos e com
perfis topográficos íngremes (SOUZA, 2017).

Os solos dessa unidade geoambiental são representados pelos Latossolos nas superfícies
suave onduladas a onduladas, sendo profundos e bem drenados, ácidos a moderadamente ácidos
e fertilidade natural média; e pelos Podzólicos nas vertentes íngremes, sendo pouco a
mediamente profundos, textura argilosa, com e fertilidade natural média a alta (CPRM, 2005).

Em termo de geomorfologia o munícipio apresenta um relevo geralmente movimentado,


com vales profundos e estreitos dissecados. À fertilidade dos solos é bastante variada, com certa
predominância de média para alta (CPRM, 2005).

- Clima
O clima é do tipo Tropical Chuvoso com verão seco. O período chuvoso começa em
outubro/inverno com término em setembro. O clima da região é classificado em Af segundo a
Köppen e Geiger. A precipitação média anual é de 7.205 mm de forma geral para o munícipio de
Palmares (CPRM, 2005).

De forma geral, precipitação média de 1800 mm/ano, na bacia, sendo mais pronunciada
nos meses de junho e julho (LAMEPE/ITEP, 2008), variando de 800 mm no setor oeste a 2200
mm no setor leste. A estação chuvosa, ou seja, de maior precipitação, corresponde ao período de
abril a julho. Ainda de acordo com o Rima da Barragem Serro Azul, no município de Palmares,
os valores médios de temperatura correspondem a 25,09 °C.
6
- Relevo

De acordo com o Serviço Geológico do Brasil – CPRM (2005), no contexto da


geomorfologia regional, o município de Palamres faz parte do Província da Borborema, com
altitude variando entre 125 metros. Em sua quase totalidade, é moldado em rochas do pré-
cambriano, predominantemente granito, gnaisses e xistos. No que concerne a área sedimentar,
são representadas por argilas variegadas, arenitos e cascalhos. Predomina o latossolo vermelho-
amarelo. A vegetação da região é caracterizada predominantemente do tipo Floresta
Subperenifólia, com partes de Floresta Hipoxerófila.

- Geologia

O município de Palmares encontra-se inserido, geologicamente, na Província Borborema,


sendo constituído pelos litotipos dos complexos Cabrobó e Belém do São Francisco e das suítes
Leucocrática Peraluminosa e Calcialcalina de Médio a Alto Potássio Itaporanga (CPRM, 2005).

- Hidrografia

O município de Palmares está inserido nos domínios das Bacias Hidrográficas dos Rios
Una. Seus principais tributários são: o Rio Una e Piranji, e os riachos: Limão e da Prata. O
principal corpo de acumulação é a Barragem da Usina Serro Azul. Os principais cursos d’água
do município têm regime de escoamento perene e o padrão de drenagem é o dendrítico.

6.1.2 Aspectos do Meio Biótico

- Flora

A Barragem Serro Azul está localizada entre os municípios de Palmares, Bonito e


Catende, na Zona da Mata do Estado de Pernambuco e está inserida em uma região altamente
estratégica e prioritária para a restauração, devido ao seu potencial de exercer uma barreira
contra a expansão dos processos de desertificação no semiárido pernambucano, favorecimento à
conectividade estrutural da paisagem e extenso passivo legal de restauração (CEPAM, 2018).

Com uma flora composta por restos da vegetação primitiva da Mata Atlântica, o
município de Palmares, apresenta algumas espécies arbóreas de alto valor econômico, sendo
testemunhas vegetacionais de uma florestal nativa passada. Entre outras, pode-se detectar a
presença da Laurus nobilis, Handroanthus serratifolius, Bowdichia virgilioides, Machaerium
vestitum, etc.

A Mata Atlântica, pouco conservado/preservada se distribuí de forma fragmentada por


vários Estados Brasileiros. Como estratégia de manter esse bioma vivo, a floresta remanescente
sobrevive em unidades de conservação e, principalmente, propriedades rurais como reserva legal
e áreas de preservação permanentes. A fragmentação do bioma ainda tem contribuído para

7
conservação da biodiversidade, o abrigo de espécies endêmicas e a sustentação do alto grau de
heterogeneidade biológica do bioma.

Quanto a vegetação do Bioma Mata Atlântica, é classificada como floresta ombrófila


densa, mista e aberta, e florestal estacional semidecídua e decídua. Entretanto, a paisagem é
bastante diversa, com regiões distintas, cujas diferenças se devem à pluviometria, fertilidade e
tipos de solo e relevo. Assim, as variadas formações estão associadas a fatores edafoclimáticos
tropicais da região.

A região de implantação do presente PRAD é caracterizada pela presença de solo exposto e


processo erosivos em estágio moderado a alto de evolução, com regeneração florestal moderada
e vegetação arbórea, o solo apresenta compactação moderada, com pouco indivíduos isolados e a
presença considerável de ervas daninhas e matocompetição. A área também apresenta indivíduos
florestais da mata atlântica em estágio inicial e avançado de regeneração natural, baixa
diversidade de espécies florestais, provavelmente associado a ação antrópica de área
agricultáveis praticadas as margens da barragem de Serro Azul, afetando diretamente a
diversidade de espécies.

5.2. Características da Área de Intervenção

Na área como todo, foram identificadas quatro situações ambientais na Área de Preservação
Permanente da barragem, classificadas como áreas passíveis de ações de restauração florestal
(Tabela 1). Com o recorte de situações ambientais realizada, foram identificados 4,14 hectares
passíveis de ações de restauração imediata, representando cerca de 1,13% da área total de 366,20
hectares de APP de toda barragem de Serro Azul.

Tabela 1. Síntese das situações ambientais passíveis de restauração ambiental na APP da Barragem Serro Azul – PE.
Uso e Cobertura do Solo na APP Área (ha)
Área sem uso ativo do solo, com moderada/alta regeneração natural, não isolada na paisagem 0,638
Área sem uso ativo do solo, sem ou com baixa regeneração natural, não isolada na paisagem. 2,611
Solo exposto não isolado na paisagem 0,841
Área de solo com Erosão exposta 0,049
Total 4,14

Para tanto, segue uma caracterização ambiental (e suas variações) encontrada na área de
restauração florestal da área de preservação permanente da Barragem e Serro Azul, susceptíveis
a ações de recomposição florestal:

Áreas sem uso ativo do solo, com baixa ou alta regeneração natural, isoladas ou não
na paisagem

A vegetação de mata atlântica identificada na APP da barragem de Serro Azul, apresenta


resquício de área marcada pelas atividades agropecuárias que causaram impacto característico
em ao longo do tempo. É notório a presença de espécies exóticas invasoras, como gramíneas, e
8
outras espécies oportunistas resistentes às altas incidências de luz plena sobre o solo. Além disso,
apresenta solo com baixa capacidade de resiliência, devido à ausência de práticas de conservação
de solo, ou a compactação por meio do pisoteio de animais pastejantes. Na paisagem em que a
Barragem Serro Azul está inserida, a maior parte das áreas sem uso ativo do solo, apresenta um
histórico de uso da terra por monocultivos de cana-de-açúcar.

A maioria das áreas sem uso ativo do solo, tem característica na paisagem do entorno que
favorecem a regeneração natural, ou seja, presença de espécies arbustivas e arbóreas ao longo da
paisagem com densidade e/ou estrutura que indicam potencial de auto recuperação do banco
autóctone. Além de pequenos fragmentos florestais próximos, viabilizando a chegada de
propágulos, fauna e a condução da regeneração natural.

Em alguns trechos a APP apresenta, sem ou baixa regeneração natural. Nessas áreas a
uma densa ocupação de espécies exóticas invasoras, como a gramínea Brachiaria sp., inibindo
diretamente o banco de sementes de espécies nativas, dificultando a regeneração natural.

Área em uso agropecuário sem ou com baixa regeneração natural, não isolado na
paisagem

Área de uso agropecuário, principalmente não intensivo, os quais apresentaram baixo


potencial de regeneração natural, uma vez que são manejados para receber apenas o cultivar
produzido. Este tipo de uso de solo foi observado em alguns trechos da APP da Barragem Serro
Azul, tanto em contexto isolado de outros remanescentes florestais, como próximos a
remanescentes (maior parte), sendo identificados principalmente plantios de bananeiras e
mandioca.

Solo exposto isolado ou não isolado na paisagem

As manchas de solo exposto identificadas na APP da Barragem Serro Azul são


caracterizadas principalmente por áreas utilizadas para preparação/instalação do barramento,
bem como por áreas em processo erosivo em decorrência de práticas inadequadas de manejo do
solo.

Outros fatores de degradação identificados deverão ser controlados ou isolados nas áreas
indicadas para restauração. São eles:

Presença de animais pastejantes/ruminantes, tornando o cercamento essencial para evitar a


entrada de animais que podem ocasionar o pisoteio e consequente compactação do solo;
Processos erosivos decorrentes do manejo inadequado do solo, onde será adotado ações de
boas práticas agrícolas nas áreas do entorno e ações de conservação do solo;
Retirada seletiva de madeira para lenha ou cerca, as quais podem reduzir a diversidade
encontrada nas áreas em processo de regeneração natural, podendo ser mitigadas por meio de
fiscalização e instalação de sinalização/placas de advertência ao longa da área de restauração

9
florestal, com os dizeres: área de preservação permanente; proibido a caça, queima e extração
de madeira; área protegida por lei e etc., conforme padrão visual da Compesa;
Presença de infraestrutura urbana (estradas), fator que potencializa as ações antrópicas nas
áreas, sendo importante evitar a expansão nas Áreas Diretamente Afetadas da Barragem
Serro Azul, na medida do possível, aquelas já existentes deverão ser abandonadas ao longo
do tempo e substituídas por vegetação natural.

6. AÇÕES OPERACIONAIS DE RESTAURAÇÃO FLORESTAL

Serão descritas as ações operacionais de restauração florestal no contexto do bioma Mata


Atlântica, sendo um mix de diretrizes para a realização das atividades de pré e pós-plantio, de
forma a direcionar a seleção do método de restauração mais adequado para as situações
ambientais encontradas na APP da Barragem Serro Azul.
Para tanto, todas as atividades operacionais devem adotar como prática sine qua mon ao
desenvolvimento das mesmas, o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e cuidados
necessários para garantir a segurança de todas as pessoas envolvidas nas operações aqui
descritas. Cada atividade exigirá a utilização de EPI específicos, com botas resistentes, luvas,
perneiras, óculos de segurança e chapéu árabe, protetor solar, vestimenta adequada para
aplicação de produtos químicos e demais equipamentos específicos para as atividades em
questão.

6.1. Cartografia
Compatibilização de Altitudes entre o projeto da barragem e os valores vinculados ao Sistema
Geodésico Brasileiro (SGB)

Para esta etapa, foi necessária a compatibilização entre as altitudes (cotas) obtidas no projeto da
Barragem de Serro Azul e os valores reais vinculados ao Sistema Geodésico Brasileiro,
utilizando como referencial o marco geodésico instalado próximo à casa de operação da
Barragem de Serro Azul.

Figura 01. Marco geodésico utilizado como referencial.

10
Para tal, foi identificado que a cota do marco no projeto tinha valor 205 metros, e seu valor
obtido vinculado ao SGB era 204,26. Assim, foram compatibilizados os valores de cotas da
barragem para os cálculos das áreas de APP.

Tabela 01. Cálculos para identificação da diferença a ser utilizada na compatibilização.


Fonte Cota
Projeto 205,00
HB Studio 204,26
Diferença - 0,74

Tabela 02. Compatibilização das cotas da barragem ao SGB.


Cota Valor de Projeto Valor Compatibilizado
Máxima 203,00 202,26
Normal 181,00 180,26
Mínima 151,00 150,26
Atual 157,90 157,16

6.2. Pré-Plantio

6.2.1. Isolamento da área e retirada dos fatores de degradação

Essa ação de restauração florestal na área, se torna preponderante para alcançar o sucesso
da restauração florestal da APP, pois, o isolamento e/ou a retirada do(s) fator(es) de degradação
(fogo, invasão pelo gado, extração seletiva, desmatamento, erosão, entre outros) é de suma
importância para desenvolvimento do plantio. Considerando essa etapa como chave dentro do
processo de restauração, evita-se o desperdício de recursos, uma vez que muitas das ações
realizadas para a restauração florestal podem ser totalmente perdidas em função do grau de
perturbação ocasionado por tais fatores identificados no local. Além disso, a partir do isolamento
desses fatores, a vegetação nativa tem melhores condições para se desenvolver, aumentando a
eficiência das ações de restauração e, consequentemente, reduzindo os maximizando custos
associados a atividade.

6.2.1.1. Controle do Fogo

Para o isolamento e retirada deste fator de degradação, a principal medida que deve ser
adotada é o emprego de procedimentos de queima que impeçam que o fogo atinja as APPs, como
a construção e manutenção de aceiros, com 3 metros e largura para a prevenção de queimadas e
alastramento do fogo, bem como deve-se investir na fiscalização das áreas em processo de
intervenção.

6.2.1.2. Controle de matocompetição

Em vistoria in loco, a presença de gramíneas exóticas tem sido responsável pelo atraso ou
redução/minimização do potencial de regeneração natural, pois, as gramíneas apresentam
11
estratégias agressivas de ocupação do solo devido à capacidade de adaptação a condições
microclimáticas adversas e alta capacidade de estabelecimento em solos degradados,
competindo, portanto, com as espécies nativas e prejudicando o desenvolvimento destas.
Nas situações em que espécies de gramíneas invasoras são identificadas, como as
braquiárias (B. decumbens e B. brizantha, que apresentam processo alelopático, inibindo a
germinação e crescimento de outras espécies), o capim-colonião (Panicum sp.) e o capim-
gengibre (Paspalum maritimum), faz-se necessário o controle dessas competidoras, com o
objetivo de facilitar a trajetória natural de sucessão ecológica nas áreas com potencial de auto
recuperação. Esta ação pode ser realizada por meio de controle manual, utilizando enxadas e
semi-mecanizado, utilizando moto-roçadeiras costais.
Para espécies exóticas invasoras de porte arbóreo, recomenda-se o controle desses
indivíduos por meio de técnicas como o anelamento, ou seja, o corte e remoção de parte da casca
do caule (anelamento mecânico), na região do floema, diminuindo assim gradativamente o
transporte de seiva para as raízes da árvore, e conseguintemente sendo eliminado da área. Em
paralelamente, o indivíduo florestal servirá de poleiro natural, incrementando a regeneração
natural.

6.2.1.3. Controle de formigas cortadeiras

O controle de formigas cortadeiras, apresenta grande influência na taxa de sobrevivência


e no desenvolvimento dos indivíduos florestais regenerantes/plantados, em virtude do grande
potencial de danos aos plantios causados pelo ataque das formigas dos gêneros Atta (saúvas) e
Acromyrmex (quenquéns). Nesse sentido, e para controle desse fator de degradação, é
importante realizar uma vistoria minuciosa na área de intervenção, buscando visualizar e
identificar os olheiros, a densidade dos formigueiros e as espécies presentes. Isso irá permitir a
seleção do método mais adequado para a área.

O controle químico é normalmente realizado com iscas granuladas, soltas ou


acondicionadas na saída do formigueiro, das substâncias Sulfluramida ou Fipronil. Para realizar
o controle químico, evitar a aplicação de formicidas em dias chuvosos e/ou sobre o solo úmido,
sob o risco de redução ou anulação do efeito esperado nos formigueiros. O controle deve ser
realizado cerca de 30 dias antes das atividades, distribuindo as iscas de maneira sistemática, ou
seja, aplicar 50 g a cada 30 m² na área de restauração e de forma direta, quando forem
encontrados olheiros ativos (20 g por ponto de saída e 10 g por m² de terra solta em volta dos
formigueiros). Caso necessário, aplicação poderá ser realizada em outros estágios da restauração
de forma a prevenir perdas, até atingir um equilíbrio.

6.2.2. Preparo de solo

6.2.2.1. Abertura de berço

A abertura dos berços, deverá ser realizado empregando, sempre que possível, técnicas
que reduzam o revolvimento do solo na área a ser restaurada, bem como outras técnicas de

12
conservação de solo (plantio em nível, terraços e etc.). Para abertura dos berços pode ser
realizada de forma manual, utilizando enxadão ou cavadeira (ferramenta que auxilia na
descompactação de camadas mais profundas do solo), com dimensões de 30 cm de diâmetro x 40
cm de profundidade. Porém, em casos em que o solo seja compactado ou pedregoso, as
dimensões podem ser aumentadas para 50 cm ou outra dimensão técnica mais apropriada.

De forma a melhor desenvolvimento da abertura de berços e de acordo com as condições


estruturais do solo em campo, recomenda-se o emprego do método mecanizado (uso de
motocoveadeira), com recursos adequados e equipe capacitada. Para tanto, os perfuradores de
solo garantem um bom rendimento operacional, com baixo esforço físico, por se tratar de um
equipamento leve e de fácil operação, enquanto oferece alto rendimento (cerca de 500
berços/dia). Atenção para não utilização em solos muito pedregosos e solos muito arenosos que
não suportam a abertura mecanizada.

Como prática de contenção de erosão na execução do plantio, recomenda-se em área


inclinadas a implantação de terraceamento (ou terraço individual ou banqueta individual) para
proteger os indivíduos florestal plantado, minimizar a erosão e facilitar a infiltração controlada
da água no solo, até estabelecimento da vegetação Ciliar.

Figura 1. Esquema de terraceamento de mudas florestais

Fonte: Bertoni & Lombardi Neto, 1990.

6.2.2.2. Coroamento

Consiste na remoção manual ou química da vegetação existente num raio mínimo de 50


cm ao redor da muda ou indivíduo regenerante presente na área de restauração, de forma a
reduzir a competição radicular por água e nutrientes, e de captação de luz em suas partes aéreas.
Quando realizado de forma manual, o coroamento é normalmente feito utilizando enxada,
coroando o indivíduo com profundidade de pelo menos 5 cm no solo, facilitando a entrada de
água e retardando o crescimento de vegetação indesejada.

6.2.2.3. Adubação de profundidade

As atividades de adubação de base, sempre que possível, devem ser planejadas a partir de
uma análise prévia da fertilidade do solo, otimizando os custos e proporcionando melhores
resultados à prática realizada. Em termos gerais, a adubação se divide entre:

13
Química: O fertilizante químico deve ser misturado previamente ao solo antes do plantio,
de forma a evitar a queima do sistema radicular das mudas devido ao contato com os
grãos de fertilizante. Normalmente, são utilizados cerca de 200 g/berço do fertilizante
N:P:K 6:30:6 ou outro equivalente com elevado teor de fósforo (P). Entretanto,
recomenda-se realizar uma análise de solo (química, física e enzimática), antes de efetuar
a implantação das mudas florestais, devido a varias nutricional que o solo poder sofrer
com o intemperismos.
Orgânica: Utiliza-se 2 a 5 litros de esterco de curral bem curtido, com terra vegetal (cerca
de 1 kg), que deve ser misturado com a terra que vai preencher o berço. No caso de
utilização de esterco de granja (frango), essa dosagem deve ser reduzida a 1/3.

6.2.2.4. Tratamento de área com erosão

Nessas áreas serão empregadas técnica de bioengenharia para restauração florestal, ou


seja, um conjunto de técnicas e métodos baseados em métodos de engenharia com observância
para os fatores ecológicas e características biológicas da vegetação. Deve ser implantado as
técnicas de hidrossemeadura, canais de drenagem superficiais e paliçada na busca do
estabelecimento da cobertura vegetação a fim de se evitar a erosão superficial, de forma a
favorecer o estabelecimento da restauração florestal, conforme figura 2 abaixo.

14
7. METODOLOGIA DE RESTAURAÇÃO FLORESTAL

7.1. Condução da regeneração

A ocorrência de indivíduos juvenis de espécies arbustivo-arbóreas nativas, por meio do


banco autóctone presente em uma determinada área, deve ser conduzida de forma técnica para o
seu pleno desenvolvimento florestal. A condução da regeneração natural é uma estratégia
empregada em áreas que apresentam menor nível de perturbação, com composição florestal
adjacente capaz de servir de vetor de propágulos para área, onde os processos ecológicos ainda
estão atuantes e capazes de manter a condição de auto recuperação da área, desde que os fatores
de degradação sejam identificados e interrompidos. Com essas condições naturalmente
favoráveis in loco, é considerada uma metodologia passiva de restauração, interessante em
termos de custo-benefício por não demandar ações frequentes na área implementada.

Essa técnica de restauração florestal tem sua efetivação associada ao isolamento dos
fatores de perturbação e na adoção de ações posteriores e sequenciais de manejo para
potencializar a auto recuperação dessas áreas. Para tal, deve-se ser realizado o controle de
competidores, adubação dos indivíduos regenerantes, isolamento da área, melhorias nas
condições do solo, tutoramento dos indivíduos, controle de predadores (formigas cortadeiras),
construção de aceiros, adubação de cobertura nos indivíduos regenerantes, coroamento dos
regenerantes e cercamento das áreas para controle de entrada de animais.

Embora essa técnica seja mais simples de executar, o acompanhamento técnico se torna
essencial para o desenvolvimento e condução da regeneração natural ao longo do tempo, no
sentido de monitorar a trajetória de sucessão esperada e possíveis medidas necessárias para a
manutenção.

7.2. Adensamento

Essa ação consiste no preenchimento dos espaços vazios não ocupados naturalmente pela
regeneração natural, representando o aumento da densidade da regeneração para uma cobertura
mais homogênea de uma determinada área em restauração florestal. Nesse sentido, são utilizadas
espécies que já se expressaram na regeneração natural, ou mesmo outras espécies mais iniciais
de sucessão de forma a ocupar rapidamente toda área de restauração florestal. Essa rápida
estruturação de habitat é inibi o estabelecimento de espécies competidoras na área, favorecendo,
portanto, o surgimento de outros indivíduos do banco autóctone.

7.3. Enriquecimento

Essa técnica se aplica em área com estágio intermediário de degradação, ou seja, em área
ocupada com vegetação nativa, porém, apresenta baixa diversidade de espécies. Essas condições
adversas de baixa diversidade pode ser ocasionada por histórico de extrativismo seletivo intenso,
perturbações antrópicas, áreas com histórico de uso agrícola ou pastoril próximas a fragmentos
florestais perturbados, além ações anteriores de plantio de baixa diversidade. Devido a estas
condições de perturbação, os fragmentos podem se encontrar em processo de homogeneização
biótica da comunidade florestal, tornando-se fundamental a introdução de novas espécies nessas
áreas (enriquecimento) de forma a favorecer o restabelecimento dos processos ecológicos e,
portanto, a sua perpetuação.

O enriquecimento é usualmente implantado por meio do plantio direto de mudas, sendo


necessário conhecer a comunidade florestal in loco, compreendendo os diferentes estratos
presentes ou a ausência deles, e quais as espécies-chave que podem ser reintroduzidas para
maximizar o sucesso da restauração, biodiversidade e funcionamento do ecossistema. Para
também segue esquema sugerido de introdução das espécies nas referidas áreas (figura 01).

Figura 01. Representação esquemática de um plantio de enriquecimento, com introdução de mudas de espécies do
grupo de diversidade em área com clareira, usando espaçamento 6,0 x 3,0 m.
6m

Grupo de Diversidade

3m Vegetação existente

7.4. Plantio Total

Essa técnica será empregada em áreas cuja formação florestal original foi substituída por
alguma atividade agropastoril, que tenha solo exposto por causa de algum fator degradante
intrínseco ou extrínseco a área, comprometendo, com isso, o potencial regenerante dela. Nesse
sistema, as espécies florestais devem ser introduzidas na área selecionada em sua totalidade,
utilizando espécies nativas de ocorrência regional. As espécies devem ser combinadas de acordo
com suas características sucessionais, de forma que as espécies iniciais promovam a rápida
ocupação da área, mudando as características ambientais, criando as condições necessárias para
o estabelecimento das espécies clímax. Estas, gradualmente, vão ocupando o lugar deixado pelas
secundário iniciais e tardias no processo de sucessão ecológica. A escolha do melhor método
deve levar em conta o histórico de uso atual e pretérito, bem como características da paisagem no
entorno.
Recomenda-se o plantio sucessional em linha com várias espécies florestais, ou seja,
combinação de grupos de pioneiras e de não pioneiras, tendo como vantagem a formação de uma
floresta ciliar com maior diversidade. Neste sentido, esse modelo de restauração florestal
2
proporciona maior proteção ao solo e ao curso d'água, além de a longo prazo apresentar menor
custo de manutenção.
A distribuição das espécies pioneiras, secundárias (iniciais e tardias) e climáx devem ser
alternadas entre linhas ou dentro das linhas, ou seja, e conforme condições do ambiente in loco,
realizar o plantio em linha com espécies pioneiras, alternada com linhas de espécies não
pioneiras (secundárias). Também se recomenda o plantio de espécies pioneiras e não pioneiras
alternadas na linha de plantio, atendo-se para não coincidir espécies de um mesmo grupo
ecológico entre linhas (figura 02).

Figura 02. Representação esquemática de um plantio total, com mudas de espécies dos grupos sucessionais, usando
espaçamento 3,0 x 2,0 m.
2m
2m

Pioneiras

3m 3m
Secundárias
Iniciais e Tardias

Pioneiras

Com a combinação de várias espécies de grupos ecológicos, esse modelo de restauração


florestal, permiti adaptações, no que concerne a variação na proporção de espécies dos diferentes
grupos ecológicos e na proporção de plantas de cada espécie, conforme sua densidade em
condições naturais.
Essa técnica de restauração florestal, utiliza um maior número de pioneiras, que em
condições de solos inférteis e degradados, apresenta em termos de sobrevivência e de
crescimento inicial das mudas, bom desenvolvimento e condições ambientais favoráveis para o
crescimento das espécies secundárias. Além de proporcionar uma maior proteção ao solo. Para
tanto, e com base nas observações in loco, recomenda-se a combinação de 60% de espécies
pioneiras e 40% de não pioneiras.
Após a preparação pré-plantio, as atividades de plantio total podem ser realizadas de
forma manual ou mecanizada. No plantio manual, após a adubação de base e aplicação de
hidrogel (se necessário), a muda é inserida ao centro do berço, mantendo-se o torrão um pouco
abaixo do solo (1 cm), o qual deve ser levemente compactando com o uso de ferramenta ou
mesmo os pés. Uma vez finalizada a inserção da muda no berço, deve-se realizar uma leve
compactação ao redor da muda, fazendo pressão no solo ao redor da mesma com o pé.
Com vistas à otimização de recursos para a realização das atividades de restauração com
plantio de mudas, bem como para maximizar o sucesso das ações de restauração utilizando este
método, é recomendável que as ações executivas sejam realizadas no período chuvoso. Caso
contrário, utilizar sistema de irrigação.
Cabe salientar que as técnicas de restauração florestal mencionadas, necessariamente não
são aplicadas isoladamente, sendo possível e viável, mediante análise técnica em in loco, a
3
adoção consorciada de duas ou mais técnicas para aumentar a eficiência da restauração florestal
executada.

7.5. Bioengenharia na restauração florestal de taludes com erosão

A técnica de hidrossemeadura com leguminosas nativas, consiste na aplicação de


sementes misturadas com adubos minerais, massa orgânica e adesivos de fixação via aquosa,
através de bomba hidráulica (COUTO et al., 2010), o que requer prévia regularização manual ou
mecânica da superfície do talude a fim de eliminar os sulcos erosivos, preencher os vazios e
fazer a ancoragem dos sedimentos soltos.

A escolha das sementes se baseia em critérios de adaptabilidade edafoclimática,


rusticidade, capacidade de reprodução e perfilamento, velocidade de crescimento e facilidade de
obtenção das sementes (COUTO et al., 2010). Na área de aplicação, se efetua o
microcoveamento, ou seja, execução de pequenas covas equidistante umas das outras, com cerca
de 10 cm e com profundidade suficiente para reter os insumos.

Salienta-se que essa técnica requer um tempo para estabilização da área, ou seja, não
haverá estabilização imediata do talude, pois, a vegetação necessita de um tempo para seu
estabelecimento pleno in loco.

Para a técnica de paliçadas de madeira, os anteparos serão aplicados em locais onde


houver maior necessidade de retenção de sedimentos. São constituídas de peças de madeira
tratada enterradas lado a lado no solo verticalmente e com o travamento das peças com outras
aplicadas horizontalmente, dispostas de modo a dar estabilidade em locais de risco, com
dimensões definidas em função da necessidade do local em termos de carregamento que deverá
suportar futuramente (PEREIRA, 2001).

Na área onde os sedimentos serão alojados recomenda-se cobertura com hidrossemeadura


e plantio direto de mudas florestais, a fim de evitar fuga de sedimentos. A distância entre uma
paliçada e outra deve ser de tal forma que a altura máxima da paliçada a jusante esteja em nível
com a base da paliçada a montante, onde essa diferença fica reservada para o preenchimento com
sedimentos.
De forma a impedir o fator degradante, recomenda-se a construção de canais transversais
a linha de drenagem superficial que chega na crista do talude, de forma harmônica com as
feições do relevo e máxima eficiência no escoamento das águas pluviais (COUTO et al, 2010).
As dimensões do canal de contorno na crista da erosão devem respeitar as dimensões mínimas de
50 cm de largura com 60 cm de profundidade.
Entretanto, essas dimensões podem ser alteradas conforme a vazão e declividade do
terreno. No interior da canaleta de drenagem, deixar degraus internos para quebra de velocidade
da água e nas saídas das canaletas de drenagem, dispor rochas/pedras de todo tamanho,
arrumadas, para dissipar energia do fluxo d´água, ou sejam, umas barreiras físicas para quebra de

4
velocidade para o novo direcionamento da água, de forma a não gerar desagregação e arraste de
material, iniciando um novo processo erosivo.

5
Figura 2. Figura ilustrativa/esquemática de forma de aplicação da técnica de paliçada.
8. EQUIPE SUGERIDA

Para execução dos serviços, recomenda-se a equipe técnica conforme descrito no quadro abaixo:
PROFISSIONAL QUANTIDADE PERÍODO
Engenheiro Florestal Pleno 1 6
Auxiliar Técnico / Assistente de Engenharia
1 6
(Mensalista)
Almoxarife com Encargos Complementares 1 6
Técnico em Segurança do Trabalho com
1 6
Encargos Complementares
Servente de Obras com Encargos
5 6
Complementares

9. MEDIDAS ESPECÍFICAS PARA RESTAURAÇÃO FLORESTAL

9.1. Informações sobre as etapas e medidas


Programa PROGRAMA DE RESTAURAÇÃO FLORESTAL DE ÁREA DEGRADADA
Etapas 1- Coleta das amostras (composta) de solo e análise química e granulométrica em
laboratório;
2- Aceiros com no mínimo 3 (três) metros de largura;
3- Preparo do terreno, abertura de covas, adubação de fundação e de cobertura, cercamento;
4- Seleção das espécies;
5- Produção de mudas;
6- Plantio de enriquecimento de mudas nativas e fixação de tutor;
7- Manutenção de mudas nativas plantadas, replantio e controle de pragas.

Com o objetivo de determinar o método ideal para a implantação do programa de


Metodologia compensação, foram realizadas visitas de campo para reconhecimento da área e verificação do
grau de degradação no local. Além disso, levaram-se em consideração projetos desenvolvidos
na região, revisões bibliográficas e consultas à legislação ambiental vigente, objetivando o
embasamento teórico/técnico para o bom desenvolvimento do projeto.

Portanto, o método de revegetação/restauração florestal a ser utilizado será o plantio


total. Para tanto a técnica supracitado se baseia pelo método de recuperação florestal com o
plantio aleatório e ordenado em determinados caso, podendo ser utilização mais de um método
em áreas específicas.

Situação da área Área em Método de restauração


hectares Sugestões
Área sem uso ativo do solo, com
moderada/alta regeneração 0,638 Enriquecimento/Plantio Direto
natural, não isolada na paisagem
Área sem uso ativo do solo, sem
Adensamento/Enriquecimento Plantio
ou com baixa regeneração 2,611
Direto
natural, não isolada na paisagem.
Solo exposto não isolado na
0,841 Plantio Direto
paisagem
Área de solo com Erosão exposta Plantio
0,049
Direto/Bioengenharia/Hidrossemeadura

Sendo assim, todas as espécies florestais que serão introduzidas baseiam-se na


combinação de diferentes grupos ecológicos: espécies pioneiras, secundárias, clímax ou de
preenchimento, além de plantios de árvores frutíferas visando resgatar a fauna existente na
área e garantir a restauração dos processos ecológicos. O plantio aleatório consistirá em
preencher e enriquecer os espaços vazios em toda área de forma a estabelecer uma floresta
densa e com os atributos ecológicos autorregulados.

9.2. Detalhamento das Medidas de Controle associadas à execução do Projeto


Medida 1- Coleta das amostras (composta) de solo e análise química, física,
enzimática e granulométrica em laboratório
Procedimentos Deve-se coletar a amostra do solo que representa a gleba e realizar a análise em
laboratório específico (enzimas urease, a β-glicosidase e a fosfatase ácida). A
determinação da atividade enzimática do solo será pela metodologia de
Kandeler e Gerber (1988) para uréia, a β-glicosidase de acordo com Eivazi e
tabatabai (1988) e Fosfatase ácida conforme Eivazi e Tabatabai (1977). De
acordo com o manejo empregado, o engenheiro agrônomo ou florestal
interpreta os dados obtidos na análise, e recomenda as medidas que devem ser
feitas.
Resultados Esperados Prevenir futuros problemas nutricionais que podem facilitar o aparecimento de
pragas e doenças.
Prazo execução 2 meses
Forma de comprovação da Relatório com Cronograma Físico, Atividades Realizadas, Anexos, Mapas,
realização da medida. Elementos gráficos, etc.

Medida 2- Aceiros
Procedimentos Serão efetuadas faixas ao longo das cercas cuja vegetação herbácea deverá ser
completamente removida da superfície do solo. Os aceiros deverão ter no
mínimo 3 (três) metros de largura. Quando a cerca estiver adjacente a
fragmentos e área de conservação, o mesmo será facultativo mediante parecer
técnico.
Resultados Esperados Prevenir a passagem do fogo para a área delimitada.

Prazo execução 3 meses


Forma de comprovação da Relatório com Cronograma Físico, Atividades Realizadas, Anexos, Mapas,
realização da medida. Elementos gráficos, etc.

Medida 3- A) Preparo do terreno, B) abertura de covas, C) adubação de fundação


e de cobertura, D) cercamento, E) Irrigação.
Procedimentos A) Preparo do terreno: Deverá ser restrito à vegetação herbácea e subarbustiva
(ervas daninhas), pois essas podem competir com as mudas das espécies
arbóreas em busca de luz, água e nutrientes. Sendo assim, deverá ser realizado
um coroamento, além do uso de grade de aração, se necessário.
B) Abertura de covas: As covas terão dimensões de 0,40 x 0,40 x 0,40 m, e no
caso de áreas com solos compactados ampliar as medidas para 0,50 x 0,50 x
0,50 m.
C) Adubação: A adubação do plantio será executada de acordo com a
necessidade da área, pois podem ser utilizados dois tipos de adubação: a
orgânica ou a química.

2
D) Cercamento: Com estaca de madeira de sabiá, espaçadas de 2,00 m,
espaçadas de 1,80 m, altura útil 1,60 m, com cinco fios de arame farpado e a
instalação de dois balancins entre estacadas. É importante cercar o limite entre
o fragmento a ser recuperado da área de atividade agrícola, pecuária ou
urbana.

E) Irrigação: Será empregado o sistema por gotejamento por ser mais eficiente
na entrega das quantidades ideais de água, respeitando as sazonalidades
hídricas, fases de desenvolvimento do plantio e distribuição uniforme do
bulbo molhado. A cinta de gotejamento será distribuída na área, com os
gotejadores na parede do tubo, equidistância entre 10 a 60 cm, de forma a
direcionar a saída de água para raízes das plantas. Também será instalado um
temporizador automático na perspectiva de melhor utilizar/distribuir a água
dentro do sistema de irrigação. A distribuição dos tubos gotejadores seguirá o
dimensionamento máximo de comprimento, em metros, para lateral de nível,
de forma a não superestimar ou subestimar a pressão de entrada de cada tudo
gotejador em relação a pressão versos vazão.
O manejo da água na área de reflorestamento seguirá duas fases macros, ou
seja, à aplicação de água no solo através do sistema de irrigação (gotejamento)
e o monitoramento da água no volume de solo explorado pelas raízes da
planta. Na primeira fase, no período de pré-plantio a irrigação deve ser
iniciado logo após o preparo definitivo da cova, e o transplantio das mudas só
pode será realizado, quando o bulbo ou faixa molhada estiver formado e a
matéria orgânica aplicada estiver completamente levedado. Para o período de
plantio e de desenvolvimento inicial, ou seja, os primeiros dias após o
transplante das mudas, será realizado irrigações diárias com um tempo de
irrigação de cerca de 20 a 30% do tempo máximo de rega por dia, para as
características de dimensionamento aplicado para o sistema. De forma a
otimizar, as linhas de gotejadores serão posicionadas paralelamente as plantas,
de modo que o emissor coincida com o indivíduo plantado.
Cálculo do tempo de irrigação:

Onde: Ti = tempo de irrigação por subunidade de rega (h); Ap = área de


domínio da planta (m2); C = cobertura do solo; n = número de emissores por
planta; q = vazão do emissor (L/h).

Durante o período de repouso fenológico, haverá diminuição da irrigação, de


modo que a planta continue em plena atividade fotossintética, pois, manter a
irrigação plena, pode condicionar a lixiviação de água e de nutrientes,
potencializados em solos arenosos.

Resultados Esperados A) Terreno preparado para demais etapas do programa.


B) Covas em condições para um crescimento rápido do plantio.
C) Disponibilidade de micro e macronutrientes necessários para os vegetais.
D) Fragmento isolado da entrada de animais exóticos, principalmente de
bovinos e caprinos, que causam os principais danos à vegetação.
E) Distribuição uniforme da água e bulbo úmido, racionalização do recurso
natural, desenvolvimento regular do plantio, menor mortalidade por déficit

3
hídrico.
Prazo execução 6 meses
Forma de comprovação da Relatório com Cronograma Físico, Atividades Realizadas, Anexos, Mapas,
realização da medida. Elementos gráficos, etc.

Medida 4- Seleção das espécies.


Procedimentos A escolha das espécies ocorrerá em virtude das peculiaridades ambientais da
área do projeto, selecionando espécies compatíveis com estes ambientes.
Alguns modelos de recuperação florestal baseiam-se na combinação de espécies
de diferentes grupos ecológicos (Pioneiras ou de preenchimento e não pioneiras
ou de diversidade). A forma de plantio se baseia na tolerância a sombra e
velocidade de crescimento, fornecendo assim condições ecológicas favoráveis à
sucessão.
Assim, serão adotadas as seguintes recomendações para a escolha das
espécies:
 Plantar espécies adaptadas a cada condição de umidade do solo;
 Plantar espécies nativas com ocorrência na região com altura mínima
de 0,50 cm;
 Implantar espécies pioneiras (grupo de preenchimento) de rápido
crescimento junto com espécies não pioneiras (grupo de diversidade);
 Utilizar um maior número de espécies visando gerar diversidade
florística;
 Introduzir espécies frutíferas atrativas à fauna.

As espécies indicadas para o plantio estão nos Anexos (item 3.2)


Resultados Esperados  Espécies adaptadas as condições ambientais;
 Plantio de espécies nativas de ocorrência na região;
 Boa diversidade florística e crescimento do fluxo gênico;
 Plantio livre de pragas e doenças.

Prazo execução 2 meses


Forma de comprovação da Relatório com Cronograma Físico, Atividades Realizadas, Anexos, Mapas,
realização da medida. Elementos gráficos, etc.

Medida 5- Aquisição de Mudas


Procedimentos A aquisição de mudas deverá ser de boa qualidade e dependerá da
aquisição de sementes de plantas matrizes previamente selecionadas,
observando-se certos critérios de interesse (crescimento, formato da copa e
tronco, produção de sementes, flores e frutos etc.).
Para esta restauração florestal, o número total de mudas que serão
utilizadas na recuperação da área será de 6.900 mil mudas, as quais serão
implantadas em um espaçamento de 3 m x 2 m. Neste total será acrescida uma
margem de 20% de perda para o replantio, ou seja, 1.380 mudas. Sendo assim, o
total de mudas adquiridas será de 8.280 mil mudas. Entretanto, o quantitativo de
mudas poderá ser menor de acordo com as condições de regeneração florestal da
área no momento da implantação do programa e método de restauração florestal
implantado.
Resultados Esperados Implantação de 6.899 mil indivíduos florestais com altura entre 40 cm a 1 m,
idade entre 5 e 6 meses, bom aspecto morfológico, com ausência de sintomas de
deficiência nutricional, ataque de pragas e doenças.

4
Prazo execução 2 meses
Forma de comprovação da Relatório com Cronograma Físico, Atividades Realizadas, Anexos, Mapas,
realização da medida. Elementos gráficos, etc.

Medida 6- A) Plantio de mudas nativas e B) Fixação de tutor.

Procedimentos A) Plantio de mudas nativas - Os modelos sucessionais, que utilizam espécies


pioneiras (primárias ou de preenchimento) e espécies não pioneiras
(secundárias ou de diversidade) são os que geram melhores resultados em
termos de sobrevivência e crescimento. O plantio das mudas será realizado
manualmente ou com motocoveadeira e na forma retangular com espaçamento
de 3m x 2m intercalados na área próxima de APP (4,14 ha) totalizando 6.900
mil mudas, visto que esta técnica é usada por apresentar um melhor
desenvolvimento e rápido crescimento da espécie implantada no projeto, além
de facilitar os tratos culturais necessários. O sistema utilizado será o plantio
aleatório ou também conhecido por faixas aleatórias. O plantio corresponderá
a 40% de espécies segundarias e 60% de espécies pioneiras, pode essa
proporção várias conforme condições reais in loco, no ato do plantio.
B) Fixação de tutor - Serão utilizados bambu ou madeira. Para amarrar a muda
ao tutor deverá ser utilizado, preferencialmente, sisal e fazê-lo na forma do
“oito” deitado, evitando o estrangulamento da muda.

Resultados Esperados A) Gerar melhores resultados em termos de sobrevivência e crescimento;


B) Permitir que a planta tenha um crescimento ereto, permitindo melhor
formação da copa.
Prazo execução 3 meses
Forma de comprovação da Relatório com Cronograma Físico, Atividades Realizadas, Anexos, Mapas,
realização da medida. Elementos gráficos, etc.

Medida 7- A) Manutenção de mudas nativas plantadas, B) Replantio, C) Controle


de pragas.

Procedimentos A) As operações silviculturais que sucedem à implantação ocorrem em função


das necessidades, identificadas a partir de monitoramento. As principais
práticas para a avaliação da condução do plantio serão: combate às formigas,
manutenção do coroamento ou das roçadas, eliminação das trepadeiras,
adubação e até irrigação, quando necessário em épocas secas.

B) Replantio - Deverá ser executado 60 dias após o plantio e se prolongará


pelo tempo que for necessário, nas áreas onde ocorrerem mortalidade igual ou
superior a 20%.

C) O combate de pragas deve seguir os preceitos do MIP – Manejo Integrado


de Pragas que pode ser caracterizado pela consonância dos métodos de
controle com princípios ecológicos, econômicos e sociais, visando interferir o
mínimo possível no agroecossistema, com a utilização dos vários métodos de
controle disponíveis (genético, legislativo, cultural, físico, mecânico,
biológico e químico) de forma integrada, procurando-se reduzir o emprego
desnecessário de agrotóxicos, tornando possível o controle da população de
pragas em níveis que não causem danos econômicos às culturas, e desse modo
diminuir as conseqüências negativas desses produtos, ou seja, o impacto
ambiental e os riscos à saúde do aplicador e do consumidor.

5
A Manutenção posterior a implantação da área de compensação, será realizada
pelo operador administrativo e logístico da Barragem de Serro Azul.

Resultados Esperados A) Permitir bons resultados em relação aos índices utilizados no monitoramento:
mortalidade, porcentagem de cobertura do solo das espécies, regeneração
natural, principais ameaças (perturbações), abundância e freqüência das
espécies, desenvolvimento do plantio, crescimento em altura e verificação da
eficiência dos métodos de condução.

B) Manter a densidade adequada de indivíduos.

C) Dificultar o crescimento populacional das pragas e manter o plantio


saudável.

Prazo execução 36 meses


Forma de comprovação da Relatório com Cronograma Físico, Atividades Realizadas, Anexos, Mapas,
realização da medida. Elementos gráficos, etc.

9.3. Detalhamento das Medidas de Monitoramento associadas ao Programa

Medida Monitoramento do plantio - Mortalidade

Parâmetro Para uma mortalidade igual ou superior a 20%, o replantio será


executado.
O replantio deverá ser executado 60 dias após o plantio e se prolongará
pelo tempo que for necessário, nas áreas onde ocorrerem mortalidade igual ou
superior a 20%.

DESENHO AMOSTRAL
Procedimentos
O Desenho Amostral para a coleta de dados será a amostragem sistemática -
O processo de amostragem sistemática consiste em estabelecer a
aleatoriedade apenas da primeira unidade amostral, sendo que,
posteriormente, as demais unidades amostrais serão locadas segundo um
padrão sistemático de distribuição espacial.

MÉTODOS DE COLETA E ANÁLISE DE AMOSTRAS

Serão implantadas parcelas de 10 m x 10 m de forma sistemática, e


monitoradas trimestralmente para verificação da mortalidade das espécies.

Análise de amostras – Serão analisadas através do percentual de indivíduos


mortos.

MÉTODO UTILIZADO PARA PROCESSAMENTO DAS


INFORMAÇÕES
- Utilização do Microsoft Excel ou programa estatístico.
Resultados Esperados Diminuição de clareiras devido a mortalidade de indivíduos florestais ao
longo do processo de restauração ecológica.
Aumento da probabilidade de sucesso no restabelecimento de funções
ecossistêmico da área.
Colete e monitoramento dos indivíduos regenerantes.
O plantio se prolongará pelo tempo que for necessário, nas áreas onde

6
ocorrerem mortalidade igual ou superior a 20%.

Prazo execução 36 meses

Medida Monitoramento do plantio - regeneração natural

Parâmetro A regeneração pode ser avaliada por meio da frequência, da densidade e das
categorias de tamanho (indivíduos são avaliados por classes de tamanho),
sendo considerado que quanto maior for o indivíduo, maior também será sua
possibilidade de permanecer na área.

Procedimentos DESENHO AMOSTRAL

O Desenho Amostral para a coleta de dados será a amostragem sistemática -


O processo de amostragem sistemática consiste em estabelecer a
aleatoriedade apenas da primeira unidade amostral, sendo que,
posteriormente, as demais unidades amostrais serão locadas segundo um
padrão sistemático de distribuição espacial.

MÉTODOS DE COLETA E ANÁLISE DE AMOSTRAS

A avaliação da regeneração será por meio da frequência, da densidade e das


categorias de tamanho (indivíduos são avaliados por classes de tamanho).

PERIODICIDADE DA AMOSTRAGEM – Semestral

MÉTODO UTILIZADO PARA PROCESSAMENTO DAS


INFORMAÇÕES
- Utilização do Microsoft Excel ou programas estatísticos.

Resultados Esperados Adequação do parâmetro ambiental aos identificados na bibliografia de


trabalhos em ecossistemas similares.

Prazo execução 36 meses

Medida Monitoramento do plantio - principais ameaças (perturbações)

Parâmetro - Acesso dos animais exóticos, principalmente de bovinos, que causam os


principais danos à vegetação;
- Sintomas de deficiência nutricional nas mudas, o ataque de pragas e doenças;
- Vegetação herbácea e subarbustiva (ervas daninhas), pois essas podem
competir com as mudas das espécies arbóreas em busca de luz, água e
nutrientes;
- Processo de erosão;
- Passagem do fogo para a área delimitada para plantio;
- Meses com pouca precipitação pluviométrica;
- Mortalidade das mudas superior a 20%.

7
Procedimentos - Impedimento de acesso dos animais exóticos por meio do cercamento;
- Realização da análise de solos (se necessária, a correção), para evitar
deficiência nutricional nas mudas, e seguindo a metodologia do Manejo
Integrado de Pragas, evitar o ataque de pragas e doenças;
- Combate a vegetação herbácea e subarbustiva (ervas daninhas), pois essas
podem competir com as mudas das espécies arbóreas em busca de luz, água e
nutrientes;
- Minimização do processo de erosão;
- Impedimento da passagem do fogo para a área delimitada para plantio;
- Irrigação nos meses com pouca precipitação pluviométrica;
- Realização do replantio. Caso ocorra mortalidade das mudas superior a 20%.

PERIODICIDADE DA AMOSTRAGEM – Semestral

MÉTODO UTILIZADO PARA PROCESSAMENTO DAS


INFORMAÇÕES
- Utilização do Microsoft Excel
Resultados Esperados - Área de plantio livre de animais exóticos indesejáveis;
- Indivíduos do plantio sem apresentar sintomas de deficiência nutricional, e
sem sofrer ataque de pragas e doenças;
- Plantio com controle da vegetação herbácea e subarbustiva (ervas daninhas);
- Área de plantio com controle do processo de erosão;
- Plantio com área controlada em relação à passagem do fogo em caso de
incêndios;
- Indivíduos sem apresentar estresse hídrico mesmo nos meses com pouca
precipitação pluviométrica;
- Plantio com baixo percentual de mortalidade.

Prazo execução 36 meses

Medida ABUNDÂNCIA E FREQUÊNCIA DAS ESPÉCIES VEGETAIS

Parâmetro A abundância se refere ao número de indivíduos de cada espécie em relação


a uma unidade de área. A frequência se relaciona com a regularidade da
distribuição horizontal de cada espécie sobre o terreno por meio da indicação
da ocorrência de um táxon nas unidades amostrais.

Procedimentos DESENHO AMOSTRAL

O Desenho Amostral para a coleta de dados será a amostragem sistemática -


O processo de amostragem sistemática consiste em estabelecer a
aleatoriedade apenas da primeira unidade amostral, sendo que,
posteriormente, as demais unidades amostrais serão locadas segundo um
padrão sistemático de distribuição espacial.

MÉTODOS DE COLETA E ANÁLISE DE AMOSTRAS

Abundância
Abundância absoluta: relação do número total de indivíduos de uma espécie
por área, obtida pela divisão do número total de indivíduos da espécie (ni)
encontrados na área amostral (A), por unidade de área (1 ha).

AbAbsi = ni x 1ha/A

Abundância relativa: porcentagem com que uma espécie i aparece na


amostragem em relação ao total de indivíduos do componente amostrado
(N).
8
AbReli = (ni/N) x 100

Frequência
Freqüência Absoluta (FrAb): porcentagem de amostras em que foi registrado
um dado táxon i, ou a probabilidade de uma parcela aleatoriamente sorteada
conter o táxon i. Expressa pela porcentagem do número de unidades
amostrais em que i ocorre (Oci) dividido pelo número total de unidades
amostrais:

FrAb = (Oci/UA) x 100

Freqüência Relativa (FrRel): relação em porcentagem da ocorrência do táxon


i pela somatória de ocorrências para todos os táxons do componente
analisado.

FrRel = (Oci/∑ Oc) x 100

PERIODICIDADE DA AMOSTRAGEM – Semestral

MÉTODO UTILIZADO PARA PROCESSAMENTO DAS


INFORMAÇÕES
- Utilização do Microsoft Excel
Resultados Esperados Adequação do parâmetro ambiental à frequência e abundância no período do
plantio inicial das espécies e informações bibliográficas em ecossistemas
similares.

Prazo execução 36 meses

Medida DIVERSIDADE FLORÍSTICA

Parâmetro A diversidade compõe-se de dois elementos principais: o número ou a


variabilidade de espécies e a abundância relativa dos indivíduos. A
diversidade é representada através de índices de diversidade. Citam-se as
fórmulas de SHANNON e de SIMPSON. Eles estão entre os índices mais
freqüentemente citados na bibliografia especializada.

Procedimentos DESENHO AMOSTRAL

O Desenho Amostral para a coleta de dados será a amostragem sistemática -


O processo de amostragem sistemática consiste em estabelecer a
aleatoriedade apenas da primeira unidade amostral, sendo que,
posteriormente, as demais unidades amostrais serão locadas segundo um
padrão sistemático de distribuição espacial.

MÉTODOS DE COLETA E ANÁLISE DE AMOSTRAS

– Índice de Shannon
Fórmula: H'= −Σ pi ln pi
onde:
pi = ni/N, ou seja, densidade relativa da i-ésima espécie por área
ni = número de indivíduos da espécie i
N = número total de indivíduos

– Índice de Simpson
Fórmula: D= Σ ni (ni – 1)

9
-----------------
N (N – 1)
onde:
ni = número de indivíduos da espécie i
N = número total de indivíduos

PERIODICIDADE DA AMOSTRAGEM – Semestral

MÉTODO UTILIZADO PARA PROCESSAMENTO DAS


INFORMAÇÕES
- Utilização do Microsoft Excel

Resultados Esperados - Adequação do parâmetro ambiental aos identificados na bibliografia de


trabalhos em ecossistemas similares.
- Restabelecimento da diversidade florística compatível com o índice de
diversidade de Shannon-Weaver.

Prazo execução 36 meses

Medida DESENVOLVIMENTO DO PLANTIO (ALTURA; DIÂMETRO)

Parâmetro O desenvolvimento das mudas plantadas pode ser monitorado por meio de
medições do crescimento em altura e em diâmetro.

Procedimentos DESENHO AMOSTRAL


O Desenho Amostral para a coleta de dados será a amostragem sistemática -
O processo de amostragem sistemática consiste em estabelecer a
aleatoriedade apenas da primeira unidade amostral, sendo que,
posteriormente, as demais unidades amostrais serão locadas segundo um
padrão sistemático de distribuição espacial

MÉTODOS DE COLETA E ANÁLISE DE AMOSTRAS


A medição do diâmetro para os indivíduos com DNS (diâmetro do caule ao
nível do solo) entre 0,96 e 4,77 cm será realizada nos indivíduos menores e a
medição do diâmetro para os indivíduos maiores será realizada a altura de
1,30 m do solo (DAP). A altura dos indivíduos da amostra também será
medida e registrada para monitoramento do desenvolvimento do plantio.

PERIODICIDADE DA AMOSTRAGEM – Semestral

MÉTODO UTILIZADO PARA PROCESSAMENTO DAS


INFORMAÇÕES
- Utilização do Microsoft Excel

Resultados Esperados Adequação do parâmetro ambiental aos identificados na bibliografia de


trabalhos em ecossistemas similares.

Prazo execução 36 meses

10
10. CRONOGRAMAS DE EXECUÇÃO DO PROGRAMA

Quadro 03. Cronograma de Execução do Programa

2021 2022 2023/2024


Período de Execução (PSA IPOJUCA) Período de manutenção com o ESTADO Período de manutenção com o ESTADO
ETAPA MEDIDA
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Análises de solo
1
2 Aceiros
A) Preparo do terreno
B) Abertura de covas
3 C) Adubação
D) Cercamento
E) Irrigação
4 Seleção das espécies
5 Aquisição de mudas
6 Plantio de mudas nativas
A) Manutenção
7 B) Replantio
C) Controle de pragas

18
11. RELATÓRIOS DE EXECUÇÃO

Quadro 04. Periodicidade de entrega dos Relatórios de Execução das medidas

2021 2022 2023/2024

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

ENTREGA DOS
RELATÓRIOS

2
12. REFERÊNCIAS

ARAUJO FILHO, J.C. Agência de Informação Embrapa: uma aplicação para a organização da
informação e gestão do conhecimento. Árvore do Conhecimento (AC) Território da Mata Sul
Pernambucana. 2013.

BERTONI, J. & LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. Ícone Editora, São Paulo, 1990. p.248-267.

BOARETTO, M.A.C. Manejo Integrado de Pragas. Vitória da Conquista: UESB. 2000.

Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan). Avaliação das Oportunidades de Restauração de


Paisagens Florestais para o Estado de Pernambuco. Recife: Editora Cepan. 2018. Disponível em:
https://cepan.org.br/wp-content/themes/moblive-theme/assets/file/avaliacao-de-oportunidades.pdf.

COUTO et al. Técnicas de Bioengenharia para revegetação de Taludes no Brasil – boletim técnico CBCN
n001 – centro brasileiro de conservação da natureza e desenvolvimento sustentável – Viçosa/MG, 2010.

CPRM - Serviço Geológico do Brasil - Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água
subterrânea. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea. Diagnóstico do município
de Palmares, estado de Pernambuco / Organizado [por] João de Castro Mascarenhas, Breno Augusto
Beltrão, Luiz Carlos de Souza Junior, Manoel Julio da Trindade G. Galvão, Simeones Neri Pereira, Jorge
Luiz Fortunato de Miranda. Recife: CPRM/PRODEEM, 2005. 11 p.

IBGE. 2012. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Série Manuais Técnicos em Geociências 1, 2ª
edição revista e ampliada. IBGE, Rio de Janeiro.

Instituto de Tecnologia de Pernambuco (ITEP). Relatório de Impacto Ambiental – RIMA. Sistema de


controle de cheias da bacia do Rio Una – Barragem de Serro Azul. 41p. 2011. Disponível em:
http://www.cprh.pe.gov.br/ARQUIVOS_ANEXO/Rima%20Serro%20Azul;2803;20111020.pdf.

Mistério do Meio Ambiente – MMA. Caatinga. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/biomas/caatinga>,


acessado em: 26/11/2018.

PEREIRA, A. R. Controle e recuperação de processos erosivos com técnicas de bioengenharia. Belo


Horizonte: VII Simpósio Nacional de Controle de Erosão – Goiânia(GO), 03 a 06 de maio de 2001.

RODRIGUES R. R.; GANDOLFI S. Conceitos, Tendências e Ações para a Recuperação de Florestas


Ciliares in: (R.R. Rodrigues, H. F. Leitão-Filho, eds.). Edusp/Fapesp, São Paulo. Matas Ciliares:
Conservação e Recuperação, pp.235-247, 2004.

SOUZA et al. (2017). Análise dos processos erosivos em áreas suscetíveis a instabilidade de encostas na
barragem de Serro Azul, Palmares – Pernambuco. Disponível em:
https://periodicos.ufpe.br/revistas/rbgfe/article/view/233896.
13. ANEXOS

Anexo 1 - Mapa de Uso do Solo Geral


Anexo 2 - Mapa de Uso do Solo Detalhado
Anexo 3 - Lista de Espécies

Você também pode gostar