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Influência dos coeficientes convectivos no cálculo do coeficiente global de transferência de calor dos

trocadores de calor de um chiller de absorção de simples efeito que utiliza o par BrLi - H2O

Ochoa, A. A. V.1, Charamba, J. C. D.2, Henríquez, J. R. G.3


1
Instituto Federal de Tecnologia de Pernambuco, Av. Prof Luiz Freire, 500 - Recife/PE - CEP: 50740-540
2,3
Universidade Federal de Pernambuco, Av. Prof. Moraes Rego, 1235 - Recife - PE - CEP: 50670-901
1
e-mail: ochoaalvaro@hotmail.com
2
e-mail: charamba@gmail.com
3
e-mail: rjorge@ufpe.br

RESUMEN
Uns dos fatores que influenciam o comportamento dos sistemas de absorção são os coeficientes de transmissão
de calor, já que neles, encontra-se a forma transferência de calor entre os fluidos, neste caso, água e solução
BrLi. Deve-se lembrar que os sistemas de absorção possuem basicamente, quatro circuitos de fluidos, três
externos: água quente, fria e gelada; e um interno: refrigerante – solução. A ideia deste trabalho é verificar e
analisar as diferentes correlações existentes na literatura sobre coeficientes convectivos e a influência da
temperatura, pressão, concentração e vazão no cálculo do coeficiente global de transferência de calor dos
trocadores de calor que compõem um chiller de refrigeração por absorção comercial que utiliza o par de BrLi -
H2O. O trabalho mostra uma comparação entre os coeficientes globais de transferência de calor calculados
através das correlações constitutivas e segundo os dados do fabricante. Os resultados mostraram um erro
mínimo de 3% e um máximo de 11%, para o condensador e gerador, respectivamente.
PALABRAS CLAVES: Coeficientes convectivos, Coeficiente global, Chiller de absorção.

ABSTRACT
One of the factors that influence the behavior of absorption systems are coefficients of heat transfer, because in
them, it is the way to transfer the heat between the hot and cold fluids, in this case , water and bromide lithium
solution. It should be remembered that the absorption systems basically have four circuits of fluids, three
external: hot, cold and chilled water; and one internal: LiBr-H2O solution. The idea of this work is to identify
and analyze the different correlations in the literature on convective coefficients and the influence of
temperature, pressure , concentration and flow rate in the calculation of the overall heat transfer coefficient of
heat exchangers that form a commercial refrigeration absorption chiller that uses the pair of LiBr - H2O. This
papers shows a comparison between the overall heat transfer coefficients calculated from the constitutive
correlations and according to the manufacturer's data. The results showed a minimum error of 3 % and a
maximum of 11 % for the condenser and generator, respectively.
KEY WORDS: Convectives Coefficients, Overall Coefficients, Absorption Chiller.

1. INTRODUÇÃO
Uma forma de caracterizar os trocadores de calor é mediante o coeficiente global de transmissão de calor, já
que estes parâmetros identificam a quantidade e a forma de como o fluxo de calor é transmitido entre os fluidos
quente e frio do processo. Estes parâmetros são caracterizados pelos coeficientes convectivos internos e
externos, fatores de inscrutações, e o material que visa o coeficiente de condução de calor. Os sistemas de
absorção são caracterizados por quatro componentes principais; evaporador, condensador, gerador e
absorvedor, os quais tem a peculiaridade de transferir calor entre o fluido quente e/ou frio, com o objetivo de
produzir água gelada a partir da queima direta de um combustível (chiller de tipo direto) ou a través do
fornecimento de energia em forma de água quente e/ou vapor (chiller do tipo indireto - cogeração), para o
acionamento do mesmo. Estes chillers precisam de trocadores de calor que possuam uma boa eficiência, já
que todo o processo de refrigeração por absorção depende da eficiência no aproveitamento do calor e o par de
mistura utilizado. Na literatura pertinente pode-se encontrar numerosos trabalhos com os coeficientes
convectivos utilizados na determinação dos coeficientes globais que permitam caracterizar os componentes do
chiller, a partir de correlações empíricas e analíticas que governam o fenômeno da absorção, condensação e
dessorção, aplicados a sistemas de refrigeração [1-8]. Porém, ainda não foi realizado um estudo geral sobre as
diferentes correlações existentes na literatura e a possibilidade de utilização na determinação dos coeficientes
globais de transferência de calor direcionada aos componentes do chiller de absorção.

1
Para a análise dos chillers de absorção do tipo comercial, são necessários conhecimentos específicos tais como
dados de operação e de comportamento, que na maioria das vezes, não são fornecidos pelos fabricantes. Uma
metodologia utilizada na literatura para analisar este tipo de equipamentos comerciais, é a chamada equação
característica, que foi desenvolvida a partir da aproximação do comportamento de chiller de absorção mediante
o uso de regressões multilineares utilizando dados experimentais e/ou do fabricante [9-11].
A literatura mostra vários trabalhos que analisam os sistemas de absorção de simples efeito em regime
permanente. [1, 7, 11 - 15]. Porém, na parte dinâmica são poucos os trabalhos desenvolvidos [16-21], e quando
tal parte dinâmica é estudada são introduzidas varias simplificações para análise e implementação da mesma,
devido à complexidade do fenômeno de absorção relacionado à análise dinâmica.
A proposta deste trabalho é análise das diferentes correlações de coeficientes convectivos (equações
constitutivas), que possam ser utilizados na determinação dos coeficientes globais de transferência de calor do
gerador, condensador, evaporador e absorvedor que compõem um chiller de absorção, visando neste caso o
comportamento do chiller comercial tipo WFC-SC10 que utiliza o par BrLi - H2O [22].

2. EQUAÇÕES CONSTITUTIVAS - CORRELAÇÕES EMPÍRICAS


O funcionamento do chiller de absorção depende fundamentalmente da troca de calor em cada componente do
chiller. No gerador por exemplo, o calor trocado vem da energia que entra no componente através da queima
direta ou indireta (água quente obtida de rejeitos térmicos) de um combustível, que é transferida para a solução
no interior do gerador, possibilitando a vaporização da água existente na mistura da solução BrLi – H2O, para
iniciar o ciclo de refrigeração. Esta energia é transferida por convecção entre o fluido quente e a parede interna
dos tubos do trocador, e pelo mesmo mecanismo é transferida para a solução através da parede externa.
Portanto, para analisar cada componente do chiller de absorção é necessária a determinação do coeficiente
global de transmissão de calor, que é função dos coeficientes convectivos internos e externos.
O coeficiente global é o parâmetro mais importante da equação do trocador de calor, pois essa equação permite
predizer se a troca de calor esperada entre dois fluidos é possível. Desta maneira, buscaram-se na literatura as
equações para o cálculo dos números de Nusselt (Nu), tanto para os escoamentos no interior dos tubos, quanto
para o exterior onde aparecem fenômenos de ebulição ou condensação.
Na Tabela 1 apresenta-se uma série de correlações empíricas, encontradas na literatura, que possibilitaram a
escolha dos coeficientes convectivos (𝛼) mais apropriados para determinar o coeficiente global de transferência
de calor (U) dos trocadores do chiller de refrigeração por absorção.

Tabela 1: Correlações analisadas dos coeficientes convectivos para a determinação dos coeficientes globais de
transferência de calor dos trocadores do chiller de absorção BrLi - H2O.
Correlação Condições Referências
Nome
Escoamento Interno
𝑓 8 𝑅𝑒𝐷 ∙ 𝑃𝑟
𝑁𝑢𝐷 = 104 < 𝑅𝑒𝐷 < 5 ∙ 106 ;
Petukhov - 𝐾1 + 𝐾2 ∙ 𝑓 8 0,5 ∙ 𝑃𝑟 2 3 − 1
0,5 < 𝑃𝑟 < 2000; [2]
Popov 𝑓 = 1,82 ∙ log10 𝑅𝑒𝐷 − 1,64 2
T m ;
𝐾1 = 1 + 3,4𝑓 e 𝐾2 = 11,7 + 1,8 𝑃𝑟 1 3
𝑓 8 𝑅𝑒𝐷 − 1000 𝑃𝑟 104 < 𝑅𝑒𝐷 < 5 ∙ 106
Gnielinski 𝑁𝑢𝐷 = 0,5 < 𝑃𝑟 < 2000 [5]
1 + 12,7 ∙ 𝑓 8 0,5 ∙ 𝑃𝑟 2 3 − 1 Tm;
𝑅𝑒 > 10000;
0,7 ≤ Pr ≤ 160;
Dittus – 𝐿 ≥ 10; [5]
𝑁𝑢𝐷 = 0,023 ∙ 𝑅𝑒 0,8 ∙ 𝑃𝑟 𝑛 𝐷
Boelter
n = 0,4 aquecimento;
n = 0,3 resfriamento;
Escoamento Externo
Gerador
0,5 3
𝜇𝑙 ∙ 𝑕𝑓𝑔 𝑔 𝜌𝑙 − 𝜌𝑔 𝑐𝑝𝑙 ∙ ∆𝑇𝑒𝑥𝑐 Csf = 0,0132;
Rohsenow 𝛼= [5]
∆𝑇𝑒 𝜎 𝐶𝑠𝑓 ∙ 𝑕𝑓𝑔 ∙ 𝑃𝑟𝑙𝑛 n =0,33;
Mistura de BrLi - H2O;
Wang [23] 𝛼𝑒𝑥𝑡 = 5554,3 ∙ Γ0,236 Ebulição Nucleada; [7]
Dessorção;
Condensador

2
0,25
𝑔𝜌𝑙 𝜌𝑙 − 𝜌𝑣 𝑕𝑓𝑔 𝑘𝑙 3 𝑇𝑚 ;
Ozisik 𝛼𝑒𝑥𝑡 = 0,725 [24]
𝜇𝑙 𝑇𝑣 − 𝑇𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 𝐷𝑒𝑥𝑡 𝑃𝑟 > 0,5;
1 4
𝑔 ∙ 𝜌𝑙2 ∙ 𝑕𝑓𝑔 ∙ 𝐷3
Adams e Marto 𝑁𝑢 = 0,728 Filme Laminar; [3]
𝜇𝑙 ∙ 𝑘𝑙 𝑇𝑠𝑎𝑡 − 𝑇𝑠
1 4 𝑕𝑓𝑔 = 𝑕𝑓𝑔 +
𝑔 ∙ 𝜌𝑙 𝜌𝑙 − 𝜌𝑣 𝑘𝑙3 𝑕𝑓𝑔 3
Holman [25]
𝛼𝐷 = 0,729
𝜇𝑙 𝑇𝑠𝑎𝑡 − 𝑇𝑠 𝐷 4 𝑐𝑝𝑙 𝑇𝑠𝑎𝑡 − 𝑇𝑠 ;
𝑃𝑟 > 0,5;
Absorvedor
0,53
𝑘𝑠𝑜𝑙 4∙Γ 0,344 3∙𝜇 ∙Γ 1 3
Wilke 𝛼𝑠𝑜𝑙 = 0,029 𝑃𝑟𝑠𝑜𝑙 𝛿= ; [1]
𝛿 𝜇 𝜌 2 ∙𝑔
1 3
𝛼 𝑠𝑜𝑙 𝜈2 7 ≥ 𝑅𝑒 ≥ 70;
Park 𝑁𝑢 = e 𝑁𝑢 = 0,024 ∙ 𝑅𝑒Γ0,688 1 + 𝑚 𝑠𝑜𝑙 ,𝑒𝑛 2 [26]
𝑘 𝑔
Γ= ;
𝜀∙106𝑑0,107 𝐿

3 2
3 𝑘𝑠𝑜𝑙 ∙ 𝑔 ∙ 𝜌𝑠𝑜𝑙
Alberts 𝛼𝑓𝑖𝑙𝑚𝑒 = Filme descendente; [27]
3 ∙ Γ ∙ 𝜇𝑠𝑜𝑙
Evaporador
Ebulição de bancos de
Chen [28] 𝛼 = 𝑆 ∙ 𝛼𝑛𝑢 + 𝐹 ∙ 𝛼𝑐𝑜 [8]
tubos;
0,5
𝜇𝑙 ∙ 𝑕𝑓𝑔 𝑔 𝜌𝑙 − 𝜌𝑔 𝑐𝑝𝑙 ∙ ∆𝑇𝑒 Transformação de fase;
Rohsenow 𝛼=
∆𝑇𝑒𝑥𝑐 𝜎 𝐶𝑠𝑓 ∙ 𝑕𝑓𝑔 ∙ 𝑃𝑟𝑙𝑛 𝐶𝑠𝑓 , 𝑚, 𝑛, 𝜏, equivalem
modificada 𝜏 3
[30-31]
𝑝𝑎𝑡𝑚 𝑚 𝐴𝑏𝑎𝑠𝑒 a 0,0132; 0,293; 1 e
[29]
∙ ∙ 0,0984;
𝑝 𝐴𝑚𝑜𝑙 𝑕𝑎𝑑𝑎

3. ANÁLISE E DISCUSSÃO DAS EQUAÇÕES CONSTITUTIVAS


3.1. Parte interna dos tubos dos trocadores de calor
Neste seção, é apresentada uma análise do comportamento das diferentes correlações existentes na literatura
para o cálculo do número de Nusselt, para o escoamento no interior e sobre as superfícies externas dos tubos
dos trocadores de calor. As correlações escolhidas para cada componente possibilitaram comparações entre os
coeficientes globais de transmissão de calor dos trocadores do equipamento segundo os dados de
funcionamento extraído dos manuais do usuário e os obtidos através das correlações para o chiller operando
em regime permanente, e submetidos a vários regimes de carga térmica.
A Tabela 2 mostra os valores das áreas internas e externas, do chiller de absorção WFC-10 – YAZAKI extraída
em [27, 32]. Nestes trabalhos os autores trabalharam com um chiller de absorção YAZAKI WFC - 10, que
possui a mesma capacidade ao estudado neste trabalho. A única diferença, é que este chiller, não possui bomba
de circulação mecânica da solução, operando através de um gerador de termossifão.

Tabela 2: Áreas internas e externas do trocadores de calor do chiller WFC- SC10. [27,32]
Áreas (m2) Gerador Absorvedor Evaporador Condensador
Interna 5,4 3,6 2,8 3,1
Externa 4,7 4,3 3,4 3,6

Inicialmente, foram variados três parâmetros em comum com as três correlações citadas no item 2, diâmetro,
temperatura e vazão do fluido que escoa pela parte interna dos tubos dos trocadores de calor do chiller. Os
valores selecionados para a simulação encontram-se dentro da faixa de operação do chiller em estudo. As
figuras 1 e 2 mostram os resultados desta simulação.

3
1200 12

1000 10

 [kW/m2-K]
 [kW/m2-K]

800 Dittus _ Boelter 8


Petukhov - Popov 6
600
Gnielinski Dittus _ Boelter
400 4 Petukhov - Popov
200 2 Gnielinski

0 0
00,02 0,04 0,06 0 50 100
Diâmetro [m] Temperatura de mistura do fluido [°C]
Figura 1: a. Comparações dos coeficientes convectivos da parte interna dos tubos dos trocadores em função do
diâmetro da tubulação, considerando a temperatura de mistura de 50°C, e vazão de 4 kg/s. b) Figura 6.2.
Comparações dos coeficientes convectivos da parte interna dos tubos dos trocadores em função da temperatura
de mistura do fluido, diâmetro de 5 cm, e vazão de 4 kg/s.

A diferença entre os valores gerados pelas correlações PETUKHOV - POPOV e GNIELINSKI e a equação de
DITTUS - BOELTER, esta no fato que as duas primeiras foram obtidas para dados de uma maior faixa do
números de Reynolds, inclusive para a região de transição. Acrescente-se a isto, a inclusão do fator de atrito na
parede dos tubos que é levado em consideração pelas duas primeiras. É importante ressaltar, que a utilização da
correlação de DITTUS - BOELTER implica em erros de 25%, quando comparados com resultados medidos
experimentalmente. [5]. A consideração desse fenômeno na sua formulação, capturou alterações nas taxas de
variação da velocidade e da temperatura perto da parede que a de DITTUS - BOELTER não conseguiu. Essas
duas equações apresentam uma diminuição do erro nos cálculos dos coeficientes de convecção, chegando a
erros percentuais menores que 10% [5].

3.2. Parte externa dos tubos do condensador


Uma segunda etapa, e a análise das correlações que determinam os coeficientes convectivos pela parte externa
dos tubos do condensador (onde escoa refrigerante). O fluido de trabalho deste componente é água (vapor -
líquido). Foram variados a pressão e temperatura de mistura, dentro das faixas utilizáveis pelo chiller de
absorção WFC SC10 - YAZAKI, para verificar a influência nos valores dos coeficientes convectivos. As
Figuras 2a e 2b mostram as comparações entre as correlações estudadas para a parte externa dos tubos do
condensador.

8
7,8 Oziski 10 Oziski
7,6 9,5
Holman 9 Holman
 [kW/m2-K]

7,4
 [kW/m2-K]

Adams 8,5 Adams


7,2 8
7 7,5
7
6,8 6,5
6,6 6
6,4 5,5
5
6,2 4,5
6 4
0 5 10 15 20 0 10 20 30 40
P [kPa] T [°C]
Figura 2: a) Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos tubos do condensador em função
da pressão. b) Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos tubos do condensador em função
da temperatura.

Na Figura 2a observa-se que os coeficientes de convecção variam inversamente com o aumento da pressão.
Deve-se chamar a atenção que em grande parte das aplicações em engenharia, os coeficientes de convecção na
condensação são normalmente muito maiores que os coeficientes onde não tem mudanças de fase. Isto não
acontece nesse caso quando se comparam os valores obtidos pelas correlações de OZISIK, HOLMAN e

4
ADAMS, com os coeficientes obtidos para os escoamentos internos, onde não tem mudança de fase. A
explicação para esse fenômeno está vinculado a que este fenômeno ocorre em baixas pressões (vácuo entre 0,5
a 10 kPa). A baixa pressão existente no exterior do condensador, implica numa temperatura de saturação mais
baixa, já que a diferença entre a temperatura da superfície de contato e a temperatura de saturação diminui
ocasionando um decréscimo do valor médio final do coeficiente, e aumento na temperatura da superfície
aumenta a diferença entre a temperatura de saturação incrementando o valor médio do coeficiente convectivo.
Por outro lado, na Figura 3b os coeficientes de convecção variam proporcionalmente com o aumento da
temperatura. A condensação tem uma relação de proporcionalidade com a diferença de densidade do fluido
afastado da parede dos tubos, mais quente, e a densidade do fluido em contato com parede que está mais fria.
Isto explica esse comportamento. Variando-se só a temperatura as três correlações geram valores praticamente
idênticos para os coeficientes de convecção. Apesar da forte dependência destes parâmetros (temperatura e
pressão), o aumento e diminuição dos valores numéricos encontrados, oscilam da mesma ordem de grandeza,
para a faixa estudada, que correspondem aos valores utilizados no chiller de absorção em estudo.

3.3. Parte externa dos tubos do evaporador


Esta seção analisa os coeficientes convectivos da parte externa dos tubos do evaporador. Para modelar a troca
de calor por convecção com ebulição entre as paredes dos tubos do evaporador e o refrigerante à baixa pressão,
foram avaliadas as correlações de ROHSENOW e o modelo de CHEN, por serem as mais usadas em
modelagens de escoamento interno e externo para cálculo do coeficiente de convecção com ebulição em
evaporadores [1, 7]. Esta última correlação, é baseada no princípio da superposição dos efeitos da convecção
forçada e da ebulição nucleada.
No fenômeno de ebulição no evaporador, os parâmetros mais importantes são a temperatura média do
refrigerante, a temperatura média das paredes dos tubos, e a pressão. Na Figura 3 mostra-se a comparação do
coeficiente convectivo da parte externa dos tubos do evaporador, considerando a temperatura do fluido.
Na Figura 3 pode-se observar no comportamento das duas correlações, que há uma diferença considerável
entre os coeficientes gerados pelas duas correlações, que atinge um valor máximo para a menor temperatura
média do refrigerante, e vai diminuindo até atingir a diferença mínima para a maior temperatura do referido
fluido. Apesar da resistência de convecção externa ser muito pequena em ambos os casos, e sendo o coeficiente
global de transferência de calor praticamente governado pela resistência interna, o fluxo de calor será
aproximadamente igual com os coeficientes externos das duas correlações.

800
700
 [kW/m2-K]

600
500
400 Chen
300 Rohsenow
200
2 4 6 8 10 12
T [°C]
Figura 3: Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos tubos do evaporador em função da
temperatura.

Comparando-se as duas equações, a correlação de Rohsenow [30], apresenta um maior número de dados de
entrada, que são difíceis de determinar, como a área efetiva molhada e de base, o que dificulta sua utilização,
principalmente se for utilizada numa ferramenta computacional para dimensionamento do evaporador. Por
outro lado, a correlação de CHEN, diferentemente da apresentada por ROHSENAW, leva em consideração
todo o processo de transferência de calor desde o título zero até quase o título unitário [33], prediz com mais
acurácia os valores para o coeficiente de convecção em toda a sua faixa de validade, e gerando-os com uma
quase uniformidade em relação à variação da temperatura anteriormente citada.

3.4. Parte externa dos tubos do absorvedor

5
No processo de absorção existem dois fenômenos, a transferência de massa do vapor para a solução através da
fronteira entre ambos, e a mudança de estado do vapor para líquido, com liberação de calor, num processo
similar ao de condensação de uma substância pura numa superfície. Esta seção apresenta uma análise de três
correlações citadas na literatura, (WILKE apud: [1]), (PARK et al., 2003) e [26-27] para cálculo dos
coeficientes convectivos na parte externa dos tubos do absorvedor para solução BrLi - H2O, para calcular a
transferência de calor entre a solução e a parede externa do tubo. A correlação de Wilke foi desenvolvida o
processo de absorção do vapor por uma película descente da solução forte de BrLi-H2O, que escoa sobre tubos
verticais. Apesar disto, esta equação também pode ser utilizada para tubos horizontais [1, 34]. Dita equação,
correlaciona o número de Nusselt com os números de Reynolds e Prandtl, utilizando nos números
adimensionais, os parâmetros termofísicos da solução, além da vazão mássica e a espessura da película.
De modo a definir a melhor correlação para predizer a transferência de calor no absorvedor, comparam-se
valores gerados para os coeficientes de transferência de calor das três equações citadas na Tabela 1, utilizando-
se valores intervalares da concentração da solução e de temperatura da solução, com faixas que variam dentro
dos valores utilizáveis pelo chiller de absorção WFC-SC10 - YAZAKI.
Nas Figuras 4a e 4b pode-se observar no comportamento das duas correlações, que há uma diferença
considerável entre os coeficientes gerados pelas duas correlações, que atinge um valor máximo para a menor
temperatura média do refrigerante, e vai diminuindo até atingir a diferença mínima para a maior temperatura
do referido fluido. Apesar da resistência de convecção externa ser muito pequena em ambos os casos, e sendo
o coeficiente global de transferência de calor praticamente governado pela resistência interna, o fluxo de calor
será aproximadamente igual com os coeficientes externos das duas correlações.

6 7
5 Wilke 6 Wilke
Park Park
 [kW/m2-K]

 [kW/m2-K]

4 5 filme
Filme
4
3
3
2 2
1 1
0 0
20 30 T [°C] 40 50 45 50 55 60 65
Concentração [%]
Figura 4: a) Comparações dos coeficientes convectivos da parte externa dos tubos do absorvedor em função da
temperatura, considerando concentração de 60%, vazão de 0,22 kg/s, e comprimento de 1 m. b) Comparações
dos coeficientes convectivos da parte externa dos tubos do absorvedor em função da concentração,
considerando comprimento de 1 m, vazão de 0,22 kg/s, e temperatura da solução de 40°C.

Observando-se na Figura 4a, nota-se que, mantidos constante a temperatura da solução, a equação de Park
conseguiu capturar o efeito do aumento da concentração no coeficiente de convecção, gerando coeficientes
menores para concentrações maiores. Entretanto há uma discrepância entre os resultados de Park e os
fornecidos pela correlação de Wilke e de Filme relativamente grande para concentrações baixas (50 - 55%),
que tende a diminuir com o aumento da concentração, que é função do numero de Reynolds. Concentrações
menores, Figura 5b, implicam numa absorção maior, o que se traduz numa geração de calor maior que por sua
vez tem uma curva de variação da temperatura na camada limite com um gradiente maior, implicando em um
coeficiente de transferência de calor maior. Portanto a variação crescente da concentração implica num
coeficiente convectivo decrescente.

3.5. Parte externa dos tubos do gerador


O objetivo desta seção, é a análise das correlações encontradas na literatura para a determinação dos
coeficientes convectivos para o processo de ebulição que ocorre na parte externa da serpentina do gerador. O
calor que é fornecido ao gerador aquece a solução até atingir a temperatura de saturação, e fornece o calor da
vaporização, que corresponde ao calor de vaporização da água pura, refrigerante da solução. Os geradores
construtivamente são de dois tipos, do tipo onde os tubos ficam cobertos pela solução, e aquele onde a solução
escoa vertical e transversalmente aos tubos. Um parâmetro importante no processo de ebulição é o excesso de

6
temperatura (ΔTe), que mede a diferença da temperatura da superfície de contato (Ts) com a temperatura de
saturação da solução em ebulição (Tsat). De modo a escolher uma correlação para compor o modelo de
simulação do chiller na predição do coeficiente convectivo da solução BrLi – H2O, e devido à carência de
correlações na literatura escolheu-se duas correlações. A Correlação de desenvolvida por Rohsenow [5], que é
definida para ebulição nucleada de um fluido qualquer. Porém, apesar da solução do sistema de absorção
possuir uma mistura de BrLi - H2O, o único fluido que sofre mudança de fase (ebulição), é água, devido às
condições de temperatura (inferiores a 80°C) e pressão de vácuo no gerador do chiller de absorção. A outra
correlação escolhida foi a de [7], desenvolvida para geradores de calor casco e tubos utilizados em chillers de
absorção com tubos horizontais. Para tal, utilizou dados experimentais de WANG, [7]. Analisando-se as
equações acima mencionadas se percebem que por elas terem sido desenvolvidas, uma para ebulição em
piscina, solução parada, e a outra por ebulição com escoamento vertical, e transversal sobre o banco de tubos
não se tem parâmetros comuns para compará-las, sendo examinado o comportamento físico de cada correlação.
No gráfico da Figura 5 pode-se ver que o aumento da temperatura da superfície (Ts), que corresponde a um
aumento de ΔTe, que por sua vez, provoca um aumento quase linear do coeficiente de convecção. A
implementação da equação de BAKHTIARI, é mais simples, e não envolve parâmetros como a tensão
superficial da solução, e propriedades termofísicas na parede e afastada da parede.

3500 3500
3000 3000
 [kW/m2-K]
 [kW/m2-K]

2500 2500
2000 2000
1500 1500
1000 1000
500 500
0 0
0 0,2 0,4 0,6 45 50 55 60
vazão [kg/s] Ts [°C]
Figura 5: a) Variação do coeficiente convectivo da parte externa dos tubos do gerador em função da vazão. b)
Variação do coeficiente convectivo da parte externa dos tubos do gerador em função da temperatura da
superfície de contato. [5].

3.6. Seleção dos coeficientes convectivos utilizados para determinar o coeficientes global de transferência de
calor dos trocadores de calor do chiller de absorção WFC-SC10.
Perante a análise realizada das diferentes correlações encontradas dos coeficientes convectivos na parte interna
e externa de trocadores de calor que compõem o chiller de absorção, foram tomadas alguns decisões na escolha
das mais influentes no cálculo dos coeficientes globais de transferência de calor do processo de refrigeração
por absorção. Neste contexto, na parte interna dos tubos dos trocadores de calor do chiller, optou-se por
escolher a correlação de GNIELINSKI. É importante destacar, que os valores encontrados dos coeficientes
convectivos internos encontram-se dentro da faixa convecção forçada para líquidos (como neste caso água
pura), de 2000 a 18000 W/m2-K [5]. Por outro lado, na parte externa dos tubos dos trocadores de calor do
chiller (gerador, absorvedor, evaporador e condensador), foi realizada a mesma análise. No caso do
condensador, foi selecionada a correlação de OZISIK. O motivo desta escolha, fundamenta-se nos resultados
encontrados, mostrados no item 3.4, já que estes valores obtidos são muito parecidos em termos de grandeza.
No caso do condensador, a correlação de CHEN foi selecionada, já que esta, envolve uma metodologia mais
conservadora, e que leva todo o efeito de transferência de calor do processo de refrigeração por absorção [7]. O
absorvedor, destaca-se a escolha da correlação de Wilke na determinação do coeficiente convectivo, por ser
uma correlação mais conservadora, e finalmente no gerador, a implementação da equação de BAKHTIARI, é
mais simples, e não envolve parâmetros como a tensão superficial da solução, e propriedades termofísica na
parede e afastada da parede. Portanto escolheu-se a correlação de BAKHTIARI. A Tabela 3 mostra as escolhas
dos coeficientes convectivos internos e externos do processo de absorção a partir da análise individual das
correlações encontradas na literatura.

7
Tabela 3: Correlações dos coeficientes convectivos internos e externos selecionados para a determinação dos
coeficientes globais de transferência de calor do chiller de absorção.
Correlação Componente Razões
GNIELINSKI Parte interna das tubulações • Equação mais completa;
• Maior faixa de Re;
• Erros percentuais menores;
OZISIK Parte externa dos tubos do condensador • Mais conservadora;
CHEN Parte externa dos tubos do evaporador • Levar todo o efeito de
(modelo de transferência de calor;
Superposição)
WILKE Parte externa dos tubos do absorvedor • Fortemente utilizada na
literatura;
• Comportamento mais
uniforme;
WANG Parte externa dos tubos do gerador • Determinada
experimentalmente para a
solução BrLi – H2O;
• Mais simples na
implementação

3.7. Comparação dos coeficientes globais do fabricante e calculados segundo as correlações dos coeficientes
convectivos para as condições de operação do chiller
A taxa de transferência de calor, que é trocado através de um recuperador ou trocador de calor, é uma função
do coeficiente global de transferência de calor (U), da área (A) e da diferença média logarítmica das
temperaturas (∆𝑇𝑙𝑚 ) dos terminais quente e frio do componente. Esta taxa de calor se ajusta em função das
condições as quais esta submetida.

𝑄 = 𝑈 ∙ 𝐴 ∙ ∆𝑇𝑙𝑚 (1)

Para a determinação dos coeficientes globais de transferência de calor do fabricante, foram utilizados os dados
apresentados na Tabela 4, ou seja, temperaturas e fluxos de calor, e com estes, através da utilização da equação
características dos trocadores, Equação 20, e foram determinados os coeficientes globais de transferência de
calor por unidade de área (UA).

Tabela 4. Dados utilizados na determinação dos coeficientes globais por unidade de área do chiller de absorção
WFS - SC10. [22]
Parâmetros Valores
Fluxo de Calor do gerador [kW] 50,2
Fluxo de Calor do evaporador [kW] 35,2
Fluxo de Calor do condensador [kW] 39,1
Fluxo de Calor do Absorvedor [kW] 46,3
Temperatura da água quente de entrada [°C] 88,0
Temperatura da água quente de saída [°C] 83,0
Temperatura da solução forte do gerador [°C] 82,0
Temperatura da solução fraca do gerador [°C] 80,0
Temperatura da água fria de entrada do absorvedor [°C] 31,0
Temperatura da água fria de saída do absorvedor [°C] 33,0
Temperatura da solução forte do absorvedor [°C] 46,0
Temperatura da solução fraca do absorvedor [°C] 34,5
Temperatura da água gelada de entrada [°C] 7,0
Temperatura da água gelada de saída [°C] 12,5
Temperatura interna do evaporador [°C] 3,9
Temperatura interna do condensador [°C] 36
Temperatura da água fria de saída do condensador [°C] 35

8
Na determinação dos coeficientes globais de transferência de calor dos trocadores de calor do chiller de
absorção, foi utilizada a correlação para tubulações circulares, considerando os fluxos em contato e o material
da tubulação, expresso em função dos coeficientes convectivos interno (𝛼𝑖𝑛𝑡 ) e externo (𝛼𝑒𝑥𝑡 ) à tubulação, e os
fatores de incrustações interno (𝐹𝑖𝑛𝑡 ) e externo (𝐹𝑒𝑥𝑡 ), considerados com valores iguais 0,09 m2K/kW [1], e a
resistência de condução térmica (𝑘𝑡𝑢𝑏𝑜 ), expresso como:
1
𝑈= 1 1 𝐷 𝐷 1 𝐷 𝑖𝑛𝑡 (2)
+𝐹𝑖𝑛𝑡 + ∙𝐷 𝑖𝑛𝑡 ∙ln 𝑒𝑥𝑡 + 𝐹𝑒𝑥𝑡 ∙ 𝑖𝑛𝑡 + ∙
𝛼 𝑖𝑛𝑡 2∙𝑘 𝑡𝑢𝑏𝑜 𝐷 𝑖𝑛𝑡 𝐷 𝑒𝑥𝑡 𝛼 𝑒𝑥𝑡 𝐷 𝑒𝑥𝑡

Toda a análise feita até aqui teve o objetivo de mostrar que em operação, em função de variação nos principais
parâmetros de entrada, o coeficiente global de transferência de calor varia linearmente e tenta demonstrar a
importância da variação destes coeficientes ao longo do ciclo de refrigeração por absorção, e
consequentemente, na capacidade de refrigeração. Na Tabela 5 apresenta-se a comparação entre os valores dos
coeficientes globais de transferência de calor calculados pelas correlações dos coeficientes convectivos
selecionados, e os calculados com os dados fornecidos pelo fabricante, para a condição específica, descrita na
Tabela 4. Pode-se perceber, segundo a Tabela 5, que os valores obtidos através das correlações dos coeficientes
convectivos, apresentam erro máxima de 10,75 % quando comparados com os fornecidos pelo fabricante.

Tabela 5: Comparação dos coeficientes globais fornecidos pelo fabricante e simulados pelas correlações.
Fabricante [kW/ K] Simulados [kW/ K] Erro
Componentes
[22] (Correlações) Relativo (%)
Evaporador 6,517 7,0616 -8,3601
Condensador 10,500 10,8153 -3,0024
Gerador 13,79 15,2731 -10,7550
Absorvedor 7,879 7,5202 4,5539

Esta ampla faixa, de 9,33% a - 10,75% é devido a diversos fatores tais como, erros implícitos das correlações
empíricas específicas para o chiller em estudo, na aproximação do coeficiente de incrustação [1], erros
aleatórios nas medições do fabricante, não especificados, e dados operacionais internos da solução e o
refrigerante. Porém, esta faixa de erro é pequena, quando se sabe que algumas correlações têm uma imprecisão
muito maior. As correlações escolhidas, permitem simular os coeficientes globais do chiller de absorção, sendo
os mesmos capazes de serem atualizados ao longo do processo transitório, já que na realidade a área de cada
componente é fixa, e o coeficiente global (U) é variável para o processo, ajustando-se, segundo às condições
que lhe forem impostas.

4. CONCLUSÕES
 As correlações selecionadas para a determinação dos coeficientes convectivos no interior das
tubulações da serpentina dos trocadores de calor, (Dittus – Boelter; Petukhov – Popov e Gnielinski),
forneceram resultados muito similares, mantendo a ordem de grandeza quando variados parâmetros
como temperatura, diâmetro e vazão. Porém a equação de GNIELINSKI– apresenta resultados mais
conservadores;
 As pequenas diferenças encontradas entre as correlações de OZISIK, ADAMS com a correlação de
HOLMAN, foram devido á inclusão do efeito de advecção térmica. [5, 25];
 Considerando a faixa de temperatura do fluido do evaporador, é importante ressaltar que a ordem de
grandeza de ambas as correlações forem similares, e que ambas podem ser utilizadas na determinação
do coeficiente convectivo na parte externa dos tubos do evaporador. Porém, a correlação de CHEN,
leva em consideração todo o processo de transferência de calor;
 Para as correlações utilizadas na determinação dos coeficientes convectivos na parte externa do
absorvedor [1, 26-27], as maiores divergências dos resultados foram encontradas com a concentração
(aproximadamente de 50%) e temperatura do fluido (aproximadamente de 45°C);
 Para o gerador, apesar de que as correlações utilizadas forem escolhidas para processos diferentes, já
que a correlação definida por [23], foi determinada experimentalmente considerando ebulição

9
nucleada para soluções de BrLi - H2O, e já a correlação definida em [5], é definida para ebulição
nucleada de um fluido qualquer. Porém, apesar da solução do sistema de absorção possuir uma
mistura de BrLi - H2O, o único fluido que sofre mudança de fase (ebulição), é água, devido às
condições de temperatura e pressão de vácuo no gerador do chiller de absorção.
 Os coeficientes convectivos que governam o processo de transferência de calor no gerador,
condensador e evaporador, foram os coeficientes internos, ou seja, coeficientes relacionados ao
circuito de água quente, fria e gelada, sendo determinados pela equação GNIELINSKI. Porém, no
absorvedor ocorreu o processo inverso, o coeficiente da solução governa o processo, sendo este efeito
relacionado às concentrações e vazões da solução BrLi - H2O. Este efeito foi verificado nos trabalhos
apresentados por [34-35];
 Apesar de encontrar uma diferença, aproximadamente de 11 % entre os coeficientes globais de
transferência de calor fornecidos pelo fabricante e os calculados pelas correlações, esta metodologia
pode ser utilizada, já que esta divergência foi devido a fatores de erros implícitos das correlações
empíricas, aproximação do coeficiente de incrustação [1], e correlações específicas para o chiller em
estudo. Porém, estas correlações permitem simular os coeficientes globais do chiller de absorção.

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SOBRE OS AUTORES
Alvaro Antonio Ochoa Villa.
Possui graduação em Engenharia Mecânica - La Universidad Del Zulia (2001), mestrado em Engenharia
Mecânica pela Universidade Federal de Pernambuco (2010) na área de sistemas térmicos e doutorado na área
de Energia em Engenharia Mecânica na Universidade Federal de Pernambuco (2014). Atualmente é professor
do curso de refrigeração e climatização do Instituto Federal de Tecnologia de Pernambuco. Tem experiência na
área de manutenção, análise econômica, engenharia de produção, simulação numérica na área de cogeração e
sistemas de refrigeração por absorção.
José Carlos Charamba Dutra.
Possui graduação em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Pernambuco (1975), mestrado em
Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina (1978) e doutorado em Engenharia
Mecânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997). Atualmente é professor Associado I da UFPE.
Tem experiência na área de Engenharia Mecânica, com ênfase em Mecânica dos Fluídos, atuando
principalmente nos seguintes temas: simulação, secagem, recuperador de calor compacto, micro-cogeração e
modelo matemático.
Jorge Recarte Henríquez Guerrero.
Possui graduação em Engenharia Mecânica pela Unicamp (1992), mestrado em Engenharia Mecânica pela
Universidade Estadual de Campinas (1996) e doutorado em Engenharia Mecânica pela Universidade Estadual
de Campinas (2002). Atualmente é professor associado I da UFPE. Tem experiência na área de Engenharia
Mecânica, com ênfase em Aproveitamento da Energia, Simulação Numérica e Análise experimental, atuando
principalmente nos seguintes temas: Armazenamento de Energia Térmica, Sistemas de Cogeração,
Resfriamento de componentes eletrônicos, Biodiesel e Transferência de calor com mudança de fase.

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