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Universidade Estadual de Maringá

Centro de Ciências Humanas Letras e


Artes
Departamento de Geografia
Pós-Graduação em Geografia (Ms. Dr.)

NEMO – Núcleo de Estudos de Mobilidade e Mobilização

A PROPAGAÇÃO DAS DOENÇAS ENDÊMICAS: ANÁLISE MULTICAUSAL, SOB


O ENFOQUE SOCIOAMBIENTAL, ECONÔMICO E CLIMÁTICO.

RESUMO

A dengue constitui-se numa das enfermidades virais transmissíveis por artrópodes mais preocupantes
no momento atual, haja vista o aumento expressivo dos casos, especialmente nas áreas de clima
tropical, dado que o mesmo apresenta características ambientais, climáticas e sociais que são
potencializadas pela manutenção dos criadouros nas cidades. A transmissão do vírus foi intensificada
em função da interligação e circulação de pessoas na rede urbana, pois a mesma possibilita a dispersão
dos casos e, desse modo, muitos são contaminados pelo vírus. Assim, e está vinculado à Geografia da
Saúde. Dessa forma, pela abrangência do tema estudado, a análise é multicausal, e envolve questões
econômicas, sociais e ambientais. Pode-se comprovar mediante análise que os fatores multicausais
foram responsáveis pelas epidemias de dengue nos anos citados, pois as variáveis climáticas
favoreceram no aumento dos casos, confirmando-se a sazonalidade da dengue nas estações de verão e
outono. Contudo, as referidas epidemias também podem ser agravadas devido ao modo de vida da
população em se tratando do descarte inadequado dos resíduos sólidos urbanos a céu aberto. Assim
sendo, afirma-se a necessidade constante quanto ao planejamento das ações governamentais, como
pesquisas, campanhas de prevenção e monitoramento no que diz respeito a este vetor, entretanto, a
sociedade de forma geral, deve ter preocupação com os ambientes domiciliares, especialmente aqueles
com maior adensamento de população, haja vista a dispersão rápida e a transmissão do mosquito da
dengue.

Palavras-chave: Dengue; Epidemia; Geografia da Saúde.

ABSTRACT: Nowadays, dengue fever is one of the most worrying viral illness transmitted by
arthropods, considering the expressive increase in cases of the fever, especially in tropical regions,
since they have climate, environmental and social characteristics that favor the creation and
maintenance of mosquito housings in urban centers. The transmission of the virus was intensified due
to the interconnection and circulation of people in urban areas, what causes an increase in the cases
and, therefore, an increase in contamination. That’s why the theme of this research is relevant, this
study is related to Health Geography. From the analysis, it was proved that the multiple triggers were
responsible for the dengue fever epidemies during the studied period, since the climate changes
favored the increase in cases, confirming the seasonality of the fever in summer and autumn seasons.
Besides that, these epidemies can be aggravated due to the way the population discards of solid urban
residues, something that is usually done inappropriately and in the open air. Therefore, it is important
to reaffirm the constant necessity of governmental action planning regarding this vector, such as
researches, prevention campaigns and monitoring. However, society as a whole must be concerned
with home environments, especially those with higher populational density, since dengue fever is
rapidly spread and transmitted in these places.

Keywords: Dengue, Epidemy, Health Geography.

INTRODUÇÃO

A preocupação com a distribuição geográfica das doenças não é tema recente, vem
ganhando cada vez mais destaque, especialmente nas últimas décadas, mediante “a
emergência do mundo urbano-industrial que provocou a rápida disseminação de doenças
transmissíveis” (GUIMARÃES, 2015, p. 23). Assim, é importante considerar as abordagens
segundo os novos temas ecológicos, políticos, econômicos, demográficos e sociais, em
discussão, nos quais o problema das doenças emergentes e reemergentes se torna importante.
Nesse contexto, a dengue, que se sobressai como doença reemergente no Brasil, por sua
rápida extensão e aumento relativo quanto ao número de casos notificados e também
confirmados (TORRES, 2005). Nesse sentido, faz-se relevante, empreender estudos que
abordem o tema, por se tratar de um dos principais problemas relacionados à saúde pública da
atualidade, especialmente num país de grande extensão territorial como o caso do Brasil, e
que o vírus da dengue já se instalou.
Por esse viés, a compreensão do processo de saúde-doença deve ser aprofundada, tanto
por estudiosos da área de Geografia da Saúde, e áreas afins, para que possam contribuir
especialmente com as doenças endêmicas, que vêm causando ao longo da história problemas
à sociedade, de maneira especial quando há epidemias e, consequentemente, perdas sociais.
Assim, tornam-se relevantes as pesquisas referentes à distribuição têmporo-espacial, visando
identificar o âmbito das ocorrências no espaço geográfico e aquelas doenças que são
consideradas potencialmente, as de maior risco para a população.
Muitas endemias, como a malária e a leishmaniose, e epidemias ou surtos recorrentes de
cólera ou dengue foram relativamente controladas por meio do avanço da medicina,
tecnologias aplicadas na área da saúde e também do saneamento básico, com o surgimento de
novos medicamentos e vacinas diversas. Porém, muitas doenças ainda causam preocupação
aos governantes e à população, especialmente quando se tratam daquelas reemergentes, a
exemplo da dengue que tem como agente transmissor o mosquito Aedes aegypti. O mesmo
mosquito é responsável ainda pela transmissão da Febre Chikungunya e do Zika Vírus.
A partir do exposto, é conveniente citar as contribuições do geógrafo Maximiliano
Sorre (1984), representante da Geografia Humana e citado até os dias atuais, concebia a
Geografia Médica a partir de três pilares fundamentais: “o ecúmeno (meio natural), os seres
vivos (vírus, bactérias, animais, etc. – meio vivo) e as diferentes sociedades (meio social)
compreende-se a problemática da dengue como um Complexo Patogênico”. Sorre contribuiu
grandemente com a ciência geográfica, especialmente quanto à abordagem médica, de modo
especial quanto “a aplicação do método da Geografia regional ao estudo das doenças. A
região, nesse caso, era o complexo patogênico, compreendido mediante a integração analítica
de dados físicos e humanos” (GUIMARÃES, 2015, p. 23).
Nesse entendimento, há conexão entre a abordagem física e humana da Geografia, que
é estabelecida por meio de uma abordagem integralizante entre os hospedeiros e os vetores,
onde o homem ocupa papel principal, o de agente transformador na produção e reprodução
dos espaços urbanos desiguais. Esses espaços desiguais refletem as vulnerabilidades
socioambientais, e consequentemente, riscos à saúde humana, de modo especial quando há
maior densidade populacional, irregularidades quanto ao uso do solo urbano, saneamento
precário, cultura de armazenamento de água da chuva, e também por conta da circulação de
pessoas, em território nacional e internacional contribui com a disseminação de vetores,
notadamente daqueles transmissores de endemias. Nessa pesquisa, o mosquito transmissor da
dengue – o Aedes aegypti.
Em função das considerações a propósito da temática, entende-se a relevância de se
levar em conta fatores multicausais como os de ordem econômica, ambiental e cultural para
que haja melhor entendimento acerca da enfermidade em foco. Contemplando os fatores
ambientais, o clima e seus atributos influenciam quanto ao aumento do número de casos de
dengue, especialmente a temperatura do ar, a precipitação e a umidade relativa do ar, sendo
necessária, portanto, a compreensão da dinâmica do tempo atmosférico que se dá por meio
dos mecanismos de sucessão dos diferentes tipos de tempo, como também a caracterização
entomológica, como a distribuição geográfica dos casos de dengue, os índices de infestação e
depósitos predominantes na área urbana (BUSQUIN, 2013).
O aumento, e consecutivamente a dispersão dos casos de dengue pode ser atribuída
aos movimentos migratórios da população que ocorreu em alguns momentos da história do
país, especialmente por motivos empregatícios, mas também em razão das políticas públicas
que foram gestadas ao longo da história em curto prazo, não atendendo aos objetivos na área
em saúde pública, dentre outros fatores responsáveis pela disseminação da dengue na maior
parte do país. Outra característica seria a sazonalidade da doença, pois quando a população é
contaminada, fica imune a certo tipo de sorotipo, seja do DEN1, DEN2, DEN3 ou DEN4. No
entanto, em média de dois a três anos, caso circule novo vírus por algum país, a população
fica susceptível a um novo sorotipo, sendo que o mesmo pode agir no organismo de forma
mais invasiva.
Salienta-se que além do mosquito Aedes aegypti (fêmea) ser responsável pela
transmissão do vírus da dengue é responsável também pela transmissão da febre Chikungunya
e o Zika Vírus, doenças epidêmicas que têm aumentado consideravelmente em todo o país,
tanto em cidades de grande porte quanto de pequeno, não poupando nem os habitantes das
áreas rurais, em função da motivação das mesmas, especialmente os relacionados à saúde e à
educação.
Assim, o objetivo do artigo é avaliar a distribuição e a temporalidade dos casos
confirmados de dengue, autóctones e importados e correlacionar as ocorrências segundo a
sazonalidade, no período de 2005 a 2013, verificando em quais anos houve surtos e epidemias
de dengue e correlacioná-los com os índices térmicos e pluviométricos e com a sucessão dos
tipos de tempo no município de Campo Mourão.

1. A INFLUÊNCIA DE FATORES MULTICAUSAIS SOBRE A PROPAGAÇÃO DA


DENGUE.

Ao tratar de questões relacionadas ao “meio ambiente”, Pessoa (1983) diz que, “o meio
físico exerce efeitos gerais sobre a multiplicação do germe, não só devido à temperatura,
umidade, radiações, dentre outros fatores, bem como quanto ao ciclo do parasita no vetor”.
(PESSOA, 1983, p. 130).

A importância socioeconômica e biológica do meio é tão grande que


só pode ser melhor analisada nos casos particulares das diversas
doenças estudadas. De uma maneira geral, é o meio biológico –
hospedeiros e vetores – que determinam a fórmula epidemiológica, ou
se quiserem a história natural das doenças. Como o meio biológico
depende do físico, muitas doenças apresentam distribuição limitada a
áreas do globo e estações do ano, em que as condições climáticas são
favoráveis à presença, multiplicação dos hospedeiros e dos vetores
bem como do germe no seu organismo. A ecologia dos hospedeiros e
dos vetores, as condições climáticas e microclimáticas, que exigem,
correspondem ao estudo mais importante que visa a Geografia Médica
(PESSOA, 1983, p. 131).
Compreende-se desse modo, a influência do meio físico sobre a ecologia dos hospedeiros
e dos vetores, de maneira especial, as zonas climáticas, pois as mesmas exercem influência
sobre a distribuição geográfica das doenças, sendo tema de estudo da Geografia da Saúde.
As características das áreas tropicais despertaram interesses da chamada sociedade
urbano-industrial, especialmente a partir do século XX em diante, e originou “um novo tipo
de relação entre o homem e a natureza, tendendo, muito mais, para uma postura dilapidadora
do que preservacionista” (CONTI, 1997, p. 19). Nessas áreas, concentram elevado número e
diversidade populacional e riquezas ambientais, características que geraram disputas e
interesses da sociedade, em diferentes momentos da história.
Conforme a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, dentre os vários
tipos de ambientes, os que mais sofreram, em função dos impactos humanos foram os
Tropicais (EMBRAPA, 2000). Os climas tropicais são constituídos por florestas densas e com
muitas riquezas naturais, a exemplo da flora, que desperta grande interesse de vários setores,
especialmente voltados à economia, desde o madeireiro, o biológico, o fármaco, e outros.
Essas áreas cobrem grandes extensões do planeta, e nelas, as florestas tropicais participam do
equilíbrio da atmosfera, seja através da evapotranspiração, seja na manutenção das
temperaturas e da umidade. Contudo, em função da substituição gradativa das florestas, o
clima regional, especialmente as temperaturas e a pluviosidade, em longo prazo, poderá sofrer
alterações (CONTI; FURLAN, 1998).
Muitas doenças as quais conhecemos nos dias de hoje fizeram parte da história da
humanidade, especialmente as doenças infecciosas1, como a Peste negra, a cólera, a varíola, a
malária e outras que dizimaram milhões de pessoas. Foi a partir do século XX, por meio do
avanço da medicina e áreas afins, com a descoberta de vacinas e antibióticos que essas
doenças foram sendo controladas e erradicadas, e as taxas de mortalidade, diminuídas.
Contudo, nas últimas décadas, deste século (XXI), algumas doenças ressurgiram, de modo
especial nos países tropicais, a exemplo do Ebola que voltou a atingir os países africanos;
casos de dengue e de malária aumentaram tanto numericamente, quanto geograficamente
pelos países tropicais, e inseridos neste, nas regiões de clima quente e úmidas do Brasil
(MORAES, 2008).
Tais colocações são pertinentes, e cabe a Geografia da Saúde e áreas afins, estudos que
tratam dessas áreas. De Martonne considerou o referido tipo climático como, “regiões
quentes e úmidas”, ou sentido “histórico e geopolítico”, na interpretação de sociólogos, bem
1
Doença do homem, ou dos animais, resultante de uma infecção (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1977, p.
29).
como no plano cultural. Nesse sentido, “o trópico não é somente uma categoria geográfica”
(CONTI, 1997, p. 11). Como observado por De Martonne, o trópico tem visões múltiplas,
dependendo do foco do autor, ou do entendimento e área do conhecimento em que é estudado.
Em se tratando das características naturais, e designadamente a sua posição no planeta, o
trópico “[...] tem uma identidade muito forte. Sua posição privilegiada em relação ao
recebimento da radiação solar faz acumular o calor nessas latitudes, dotando-as de um
excelente energético muito significativo sobre o restante do planeta” (CONTI, 1997, p. 11).
Essa posição latitudinal possibilitou o desenvolvimento pleno do Aedes aegypti, pois o
mesmo é considerado um mosquito tropical ou subtropical pela incapacidade de suportar
invernos rigorosos, desse modo, a distribuição do mosquito a nível global, é limitado pela
latitude. “Em geral, raras vezes encontram-se fora das latitudes entre 45º N e 45º S. Estes
limites de latitude parecem estar diretamente relacionados com a temperatura” (TORRES,
2005, p. 53).
Desse modo, a temática sobre as áreas tropicais despertam interesse da comunidade
científica e do poder público, seja em diferentes temas, ou escalas geográficas. Assim, sob o
viés epidemiológico, requer atenção, pois se trata de áreas que favorecem a ocorrência e
manutenção de várias doenças, como, a malária, a febre amarela e a dengue, enfermidades,
que acometem especialmente a população que vivem nas cidades, e em condições precárias de
saneamento. Sobre as enfermidades citadas, Moraes (2008) acrescenta:
Dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde mostram que
essas doenças têm origem ou se expandem rapidamente nas
populações de países com precárias condições socioeconômicas. Os
108 países localizados totalmente ou em parte nas áreas tropicais do
planeta, com exceção da Austrália, enquadram-se nessa situação,
devido aos seus processos históricos e políticos, tornando-se cenários
perfeitos para a ocorrência de grandes epidemias [...] (MORAES,
2008, p. 20).
Como afere o autor citado, as populações que vivem nas áreas em desenvolvimento são as
que mais sofrem com a ocorrência de epidemias. “El nivel socioeconómico de las familias,
que se correlaciona com otros diversos factores, ejerce influencia em las muchas
enfermidades” (ROJAS, 1974, p. 17). Nesse sentido, vale salientar algumas características das
regiões tropicais. Assim sendo, ressaltam-se as caraterísticas das mesmas, ao mencionar as
“florestas tropicais que se encontram ao longo de uma faixa que compreende as regiões
próximas da linha do Equador na África, na Ásia, em numerosas ilhas do oceano Pacífico, na
América do Sul e na América Central” (FURLAN; NUCCI, 2005, p. 13).
Em função disso, vale ressaltar que, quanto às várias características atribuídas às florestas
tropicais, o clima exerce fator controlador quanto à distribuição das mesmas. Estas áreas se
encontram em regiões de clima quente e úmido e apresentam precipitações e umidade
regulares ao longo do ano ou não. A floresta Amazônia se enquadra na primeira, e a floresta
de monção na segunda, a qual possui uma estação chuvosa e outra seca (FURLAN; NUCCI,
2005).
Junqueira (2009) contribui ao dizer que a Geografia Médica passou a fazer parte do ensino
de medicina no momento em que os pacientes iam sendo indagados a respeito do local que
viviam informações utilizadas posteriormente, na elaboração de diagnósticos, tratamentos,
bem como de mudança no estilo de vida da população. Outra iniciativa em torno dessa
ciência, e elaborada por diversos médicos, ocorreu durante os séculos XVI e XVII, em
viagens para as colônias da Ásia, África e América, os quais descreviam informações a
propósito dos países, cidades e distritos visitados, priorizando as pessoas e os lugares, as
doenças que os afligiam, as formas de tratamento e a crença sobre a causa das doenças. A
figura 1 mostra as áreas de risco de transmissão da dengue, em 2004, destacando o caráter
intertropical e subtropical da enfermidade.
Os relatos realizados pelos médicos ficaram conhecidos como um levantamento médico-
geográfico, no entanto, não possuíam uma exatidão quanto à localização e temporalidade dos
eventos. Apesar disso, em função da frequência dessas viagens, cada vez mais eram
levantadas informações referente aos colonizadores europeus, comerciantes, visitantes e,
principalmente do exército. A propósito das informações relativas ao período citado
(Junqueira, 2009), contribui ao dizer:
[...] nesse período desenvolveu-se a chamada Geografia Colonial em
função da necessidade de utilizar a Geografia como instrumento de
conquista. Ela é herdeira de trabalhos produzidos nos séculos XVI,
XVII e XVIII pelos exploradores e naturalistas. Essa mesma análise
pode ser feita para a Geografia Médica, pois seu maior
desenvolvimento ocorreu com a penetração dos países imperialistas
nos trópicos, como se pode observar nos Atlas de Geografia Médica
produzidos nessa época, com informações preventivas a serem
tomadas pelos exércitos europeus em caso de ocupação militar dos
territórios do mundo tropical (JUNQUEIRA, 2009, p. 02).
Figura 01: Áreas com maior incidência de transmissão de dengue no mundo.
Fonte: OMS, 2004.

As afirmações, de Junqueira corroboram no sentido de que as doenças ‘tropicais’ muitas


vezes foram introduzidas ou disseminadas pelo colonizador, seja a partir da chegada dos
exploradores portugueses e espanhóis, e também da mão-de-obra escrava, introduzida nas
colônias. Esse período foi caracterizado por estudos descritivos, e baseados nas teorias de
Ratzel e La Blache, cujo enfoque principal e responsável pela ocorrência das doenças, era das
condições climáticas. Afirmação também constatada por Ferreira (2009), ao descrever sobre
as doenças tropicais:
Originalmente, o termo “doenças tropicais” foi utilizado para se referir
a doenças dos trópicos úmidos, valorizando os aspectos climáticos
[...]. Colonizadores europeus procuravam passar o verão nas “serras”
da América tropical, nas montanhas do norte da Índia ou nas terras
mais elevadas dos planaltos da África tropical, para fugir do calor e
das doenças. No Brasil, o imperador instalava-se em Petrópolis
durante o verão (FERREIRA, 2009, p, 180).

Ainda no entendimento de Ferreira (2003) há grande semelhança quanto às relações entre


o clima tropical e a saúde:

[...] uma das formas mais tradicionais de abordar a questão é quanto às


denominadas “doenças tropicais”. Levanta-se a questão climática,
valorizando os aspectos do ambiente como temperatura e umidade, e a
questão socioeconômica [...]. Uma terceira posição procura reunir os
dois critérios, valorizando os aspectos geográficos regionais, como
sendo o que ocorre em países que ocupam a faixa intertropical da
Terra, abrangendo tanto as doenças cuja ocorrência depende de certas
condições climáticas como aquelas ligadas à pobreza e à deficiência
da infraestrutura de saneamento e de atendimento à saúde
(FERREIRA, 2003, p. 78).

Coaduna-se com essas reflexões, o autor Ayoade, quando ressalta que a saúde humana
também pode ser influenciada pelas condições do tempo meteorológico, haja vista algumas
doenças se associarem a certas zonas climáticas, como a malária, a febre amarela e a dengue
“porque os germes causadores dessas doenças são transmitidos por espécies de mosquitos que
proliferam em climas tropicais” (AYOADE, 1986, p. 291). Assim, “os elementos do clima
que afetam diretamente as funções fisiológicas do homem incluem radiação (insolação),
temperatura, umidade, vento e pressão atmosférica” (AYOADE, 1986, p. 289).
Estas se relacionam diretamente “ao crescimento, a propagação e a difusão de alguns
organismos patogênicos ou de seus hospedeiros” (AYOADE, 1986, p. 291).
Com opinião análoga aos autores citados, Aquino Junior (2012), demonstra em seu artigo:
A problemática da dengue em Maringá-PR: uma abordagem socioambiental a partir da
epidemia de 2007, publicado na Revista Hygeia, que há relação entre os elementos climáticos,
temperatura e precipitação com o aumento dos casos de dengue, ao dizer:
[...] as temperaturas médias e máximas são favoráveis à elevação dos
casos e à formação do pico epidemiológico, já as temperaturas
mínimas criaram um ambiente limitante à reprodução do mosquito.
Outro elemento climático que serviu como um ótimo parâmetro no
estudo dos condicionantes da doença foi a precipitação pluviométrica,
esta apresenta influência direta sobre o mosquito (AQUINO JUNIOR,
2012, p. 11).

Murray et al. (2013), tece opinião que vai em direção a opinião de Aquino e Ayoade,
quando salientam:
Temperature is known to play a role in adult vector survival, viral
replication, and infective periods. Increases of temperature may result
in increased survival and or migration of vectors into previously non-
endemic geographic areas outside the tropics. As the proliferation
of Aedes mosquitoes is climate dependent, climate or meteorological
factors can potentially provide useful information in predictive models
(MURRAY et al., 2013, 305).

Em se tratando das “doenças tropicais”, além do atributo climático e biogeográfico, os


fatores culturais, sociais e econômicos são de grande relevância. Sendo que, a associação de
tais fatores pode contribuir para a proliferação e agravamento de enfermidades, que haviam
sido controladas há muitas décadas, especialmente nos países em desenvolvimento, como o
caso do Brasil, onde muitas doenças reemergiram.
Para Ferreira (2003), geógrafa e pesquisadora em temáticas que abrangem a Geografia da
Saúde, como: a malária, a leishmaniose tegumentar e outras doenças, depreende-se que, no
Brasil, a Geografia Médica esteve quase sempre a serviço de interesses colonialistas ou
desenvolvimentistas, de base capitalista. Hoje, dos estudos que tratam das relações entre o
clima e saúde, muitos enfatizam a corrente ambientalista natural, pois para esta corrente, a
tropicalidade climática está diretamente associada às doenças ditas parasitárias, ou seja,
aquelas que são “transmitidas por vetores como a malária, a febre amarela, a leishmaniose
tegumentar americana, a esquistossomose, a leishmaniose, as arboviroses e as febres
hemorrágicas, incluindo, mais recentemente, a dengue” (FERREIRA, 2003, p. 181).

2. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO VETOR – AEDES AEGYPTI


“A dengue é um exemplo de virose de grande importância epidemiológica
intermediada por mosquitos vetores” (DONALÍSIO, 1999, p. 59). Assim, para melhor
entendimento da enfermidade e seu processo de dispersão no Brasil reportar-se-á de forma
breve, na história do vírus, pois “os agentes etiológicos da febre amarela e da dengue foram os
primeiros microorganismos a serem denominados vírus, em 1902 e 1907, respectivamente,
descritos como agentes filtráveis e submicroscópicos” Timerman (2012, p. 11). Sobre o vírus
da dengue, o autor afirma que:
[...] o isolamento da do vírus da dengue só ocorreu na década de 1940,
por Kimura em 1943 e Hotta em 1944, tendo se denominado
Mochizuki a essa cepa. Sabin e Schlesinger, em 1945, isolaram a cepa
Havaí. Sabin, neste mesmo ano, ao identificar outro vírus em Nova
Guiné, observou que as cepas tinham características antigênicas
diferentes e passou a considerar que eram sorotipos do mesmo vírus.
Às primeiras cepas, ele denominou sorotipo 1, e a da Nova Guiné,
sorotipo 2. Em 1956, no curso da epidemia de dengue hemorrágica no
sudeste asiático, foram isolados os sorotipos 3 e 4. A partir de então, o
complexo dengue passou a ser formado por quatro sorotipos,
atualmente designados como DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4,
que pertencem à família Flaviviridae (TIMERMAN et al. 2012, p. 11).

No Brasil, conforme Timerman et al., (2012, p. 18), o Aedes aegypti é o único


transmissor deste vírus com importância epidemiológica. Embora os casos de dengue tenham
sido detectados desde o século XIX, a primeira grande epidemia de dengue ocorreu no ano de
1982, “onde em Roraima, levou ao registro de aproximadamente 11 mil casos. Anualmente o
vírus é transmitido pelos vetores provocando epidemias principalmente no verão,
sazonalidade altamente propícia a proliferação do Aedes. (TIMERMAN, 2012, p. 39 - 40)”.
Fato explicado em função das condições de tempo favorável a reprodução e ao
desenvolvimento do vetor. O mesmo se constitui numa doença infecciosa reemergente, pois
especialmente na segunda metade da década de 1970, o DENV-1 foi reintroduzido nas
Américas, e desde então as epidemias são cada vez mais recorrentes apresentando tendência
de ascensão tanto nos países da América do Norte, do Sul, Caribe, com destaque para o
Brasil.
A reemergência tanto da dengue, quanto de outras doenças infecciosas, tem ligação
com fatores estruturais e conjunturais dos países acometidos pelo vírus e seus vetores. Nesse
sentido, “a dengue se caracteriza como uma doença febril, que tem como agente, um
arbovírus do gênero Flavivírus da família Flaviviridae, do qual existem quatro sorotipos:
Den-1, Den-2, Den-3 e Den-4” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014, p. 09). Quanto aos
sorotipos, quando o ser humano é acometido por um deles sua imunidade será conferida para
aquele tipo, e será parcial quanto aos demais sorotipos. Os vetores são mosquitos do gênero
Aedes, e nas Américas é denominado de, Aedes aegypti (KOCH, 1997).
Assim, em se tratando dos vetores, Catão (2011) considera que o mosquito precisa de
uma pessoa ou um primata, para que infecte. Nesse sentido, salienta-se a necessidade da
compreensão e dinâmica da dengue no espaço geográfico, contudo, essa compreensão
perpassa “as características biológicas, ecológicas, culturais e sociais envolvidas no ciclo de
vida e nos habitats preferenciais; quais são os fatores propícios e os limitantes para sua
existência; e as razões de seu sucesso como vetor” (CATÃO, 2011, p. 21). Assim, “a
ocorrência endêmico-epidêmica, certamente depende de condições ecológicas para viabilizar
a reprodução dos vetores, sua longevidade e sobrevivência” (DONALÍSIO, 1999, p. 59).
Por se tratar de uma doença que tem relação direta com o espaço urbano, “é um
mosquito predominantemente urbano e com acentuada predileção pelo sangue humano
(antropofílico), ele é adaptado ao espaço geográfico, aos objetos geográficos e aos fluxos de
pessoas e materiais” (CATÃO, 2012, p. 23).
O arbovírus se constitui de um grupo heterogêneo, ou seja, “de mais de duzentos vírus,
que apresenta a característica comum de ser transmitido por artrópodes hematófagos. Estes os
recebem ao sugar sangue de vertebrados, durante a fase virêmica” (LACAZ, 1972, p. 353).
As febres hemorrágicas virais são doenças infecciosas virais
caracterizadas por início repentino dos sintomas, como febre, cefaleia
(dor de cabeça), mialgias (dores musculares), conjuntivites, prostração
severa e, em casos mais graves, hemorragias de graus variados, devido
à permeabilidade capilar aumentada (diminuição de resistência das
paredes dos capilares à pressão sanguínea), leucopenia (diminuição
dos glóbulos brancos) e trombocitopenia (diminuição das plaquetas,
responsáveis pela coagulação sanguínea) (LACAZ, 1972, p. 353).

Segundo ao Ministério da Saúde (2004), essa enfermidade é relativa das áreas


tropicais e subtropicais, e se reproduzem em ambientes favoráveis ao desenvolvimento. No
Brasil das várias espécies de vetor do mosquito do gênero Aedes, as maiores responsáveis pela
transmissão do vírus da dengue é a do Aedes aegypti.
Assim, com base nas Cartilhas do Ministério da Saúde, o mosquito Aedes aegypti se
desenvolve através de metamorfose, e o ciclo de vida se dá em quatro fases, ovos, larvas,
pupas e adultos. Os ovos são depositados nas paredes de depósitos que acumulem água, e são
postos pela fêmea um a um, e próximos da superfície da lâmina de água do recipiente.
Do ovo à forma adulta, o ciclo de vida do A. aegypti varia de acordo
com a temperatura, disponibilidade de alimentos e quantidade de
larvas existentes no mesmo criadouro, uma vez que a competição de
larvas por alimento (em um mesmo criadouro com pouca água)
consiste em um obstáculo ao amadurecimento do inseto para a fase
adulta. Em condições ambientais favoráveis, após a eclosão do ovo, o
desenvolvimento do mosquito até a forma adulta pode levar um
período de 10 dias (INSTITUTO OSWALDO CRUZ, 2015, s/p).

Em condições favoráveis, especialmente de umidade e temperatura, o embrião se


desenvolve em 48 horas (Figura 2), e são capazes de permanecer nas superfícies as quais
foram depositados por mais de um ano (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).

Figura 2: Ovos e larvas do Aedes aegypti.


Fonte: Instituto Oswaldo Cruz, 2015.

Em se tratando do ciclo de reprodução do vetor, o Instituto Oswaldo Cruz, o Aedes é


considerado um mosquito domiciliar por viver próximo ou no interior das residências e
também em outros ambientes, como em áreas comerciais, escolas, e outros ambientes que
possibilitem criadouros, disponibilidade de alimentos e maior quantidade de larvas. No
entanto, quando há interrupção do ciclo, especialmente por eliminação dos criadouros a cada
uma semana.
A fase de reprodução do mosquito (fêmea) ocorre três dias depois a ingestão de
sangue, o qual procura local para a postura dos ovos, que nos criadouros são depositados nas
paredes ou próximo a superfície dos mesmos que podem permanecer grudados por até um
ano, e quando estão espalhados no ambiente urbano facilitam a dispersão e manutenção e
contaminação da população pelo vetor.
Em se tratando do vetor, a prevenção se torna fundamental, pois o controle não ocorre
por completo, como, o fumacê, o biológico, e a vacina que ainda não é acessível a toda
população, enquanto isso a sociedade e órgãos competentes se engajam quanto ao controle
clínico da enfermidade estudada. Além disso, estudiosos de áreas afins, e da área em
vigilância epidemiológica conta com ferramentas cartográficas modernas, fazendo o
mapeamento dos focos.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Averiguou-se que o controle clínico da enfermidade estudada ainda é incipiente, assim
a prevenção quanto aos aspectos ambientais, onde está inserido o ser humano, se torna
fundamental. Por meio de uma visão multicausal podem-se evidenciar nesta pesquisa, alguns
condicionantes que foram responsáveis para que houvesse o aumento dos focos de dengue, no
município de Campo Mourão, especialmente nos anos estudados, e que ocorreram epidemias.
Dentre os quais se destacam os elementos climáticos, como a temperatura a umidade relativa
do ar e a precipitação, que somados a disposição de dejetos domiciliares, propiciaram
ambientes favoráveis à formação de criadouros, e a possível dispersão dos mosquitos na área
de estudo.
Assim, considera-se que a proliferação da dengue decorre por diferentes fatores, dentre
as quais, estão principalmente os depósitos domiciliares que abastecidos com água encanada
das residências, e especialmente da pluviosidade de forma periódicas, associada às
temperaturas e umidade relativa do ar elevadas favorecem o ciclo de reprodução do Aedes
aegypti. Certamente os motivos nominados auxiliaram quanto ao desenvolvimento larval do
mosquito, desde a postura dos ovos, a eclosão e a dispersão do vetor e, consequentemente na
transmissão e continuidade do ciclo no ambiente estudado.
Conclui-se desse modo na pesquisa, que o aumento ou diminuição dos casos
confirmados de dengue estão diretamente relacionados aos fatores multicausais, fatores que
envolvem o vetor/ambiente, a sociedade e as políticas públicas. Assim, perpassa pelos
elementos climáticos, áreas adensadas e com disposição de dejetos domiciliares, por
campanhas de sensibilização junto à comunidade, fiscalização do ambiente urbano,
pulverização em áreas com presença de focos, entre outras ações que visam o controle desta
enfermidade, já que a mesma apresenta danos à saúde.

4. RERERÊNCIAS

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