Você está na página 1de 5

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE

DIREITO DA XXX VARA CÍVEL DA COMARCA DE XXXXX

ASSOCIAÇÃO ALFA, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ nº 123.123.456/0001-00, com sede à
município Beta, neste ato representada por seu presidente
FULANO DE TAL, por seu advogado que esta subscreve, com
procuração e endereço anexo, para onde devem ser remetidas
as intimações, respeitosamente, perante Vossa Excelência, com
fundamento no artigo 129, Parágrafo 1º da CRFB/88, com
fundamento nos artigos 1º e 5º da Lei 7.347/85, propor:

AÇÃO CIVIL PÚBLICA, Pelo rito comum em face do


MUNICÍPIO BETA, pessoa jurídica de direito público, com
sede e seu governo na Prefeitura situada à Rua BATISTINA, nº
1118, Bairro, CENTRO, CEP 987654321, pelos relevantes
motivos de fato e de direito seguintes:

DOS FATOS

A autora mostrou-se inconformada com a negativa do


Posto de Saúde Gama, gerido pelo réu, de oferecer atendimento
laboratorial adequado aos idosos que procuram esse serviço.  O
argumento das autoridades era o de que não havia profissionais
capacitados e medicamentos disponíveis em quantitativo
suficiente. 

Em razão desse estado de coisas e do elevado número de


idosos correndo risco de morte, a autora resolveu peticionar
ao secretário municipal de Saúde, requerendo providências
imediatas para a regularização do serviço público de Saúde do
município.

O Secretário respondeu que a situação da Saúde é


realmente precária e que a comunidade precisa ter paciência e
esperar a disponibilização de repasse dos recursos públicos
federais, já que a receita prevista no orçamento municipal não
fora integralmente realizada. Reiterou, ao final e pelas razões já
aventadas, a negativa de atendimento laboratorial aos idosos. 
Apesar disso, as obras públicas da área de lazer do bairro em
que está situado o Posto de Saúde Gama, nos quais eram
utilizados exclusivamente recursos públicos do réu,
continuaram a ser realizadas. 

Diante do exposto, só resta à autora, a propositura da


presente ação civil pública, com pedido liminar, para o
enfrentamento do problema, de modo que seja oferecido
atendimento adequado a todos os idosos que venham a utilizar
os serviços do Posto de Saúde.  

II- DOS FUNDAMENTOS

Nos termos do artigo 1º. da Lei 7.347/85, é cabível o


ajuizamento da ação civil pública para prevenir ou reprimir
danos morais ou materiais causados ao meio ambiente, bem
como a outros interesses difusos da coletividade.

O que se verifica, na hipótese, é a necessidade de defesa do


direito à vida e à saúde dos idosos que procuram os serviços do
Posto de Saúde Gama, bem como de sua dignidade e,
amparados pelo Art. 1º, inciso III, pelo Art. 5º, caput, pelo
Art. 6º e pelo Art. 196, todos da CRFB/88.

O Município tem o dever de assegurar o direito à saúde dos


idosos e de cumprir a competência constitucional conferida
para fins de prestação do serviço público de saúde (Art. 30,
inciso VII, Art. 196 e Art. 230, todos da CRFB/88).

Art. 25 da Declaração Universal do Direitos do Homem (ONU),


subscrita pelo Brasil, reconhece a saúde como direito
fundamental ao asseverar que ela é condição necessária à vida
digna.

Acaso restasse alguma dúvida sobre ser a saúde um direito


fundamental do homem, bastaria a simples leitura do disposto
no Art. 2o da Lei Federal no 8080/90 para dirimi-la: “A saúde
é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado
prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício”.
Sendo fundamental ao homem o direito à saúde, ele é
autoaplicável, conforme expressa previsão do Art. 5o,
parágrafo 1o, da CF: “As normas definidoras dos direitos e
garantias fundamentais têm aplicação imediata”.

DA MEDIDA LIMINAR

No presente caso, como ficou amplamente demonstrado o réu


não está ofertando atendimento laboratorial adequado aos
idosos da municipalidade, colocando em risco a própria vida, a
saúde e agindo com indignidade a esta população que possui
especial proteção do Estado, deixando de cumprir seu dever
constitucional com a saúde, corroborando a relevância dos
fundamentos, demonstrando-se a fumaça do bom direito. Além
disso, caso não seja concedida a liminar para que seja oferecido
atendimento adequado a todos os idosos que venham a utilizar
os serviços do Posto de Saúde, estará se colocando em risco a
vida de um número imensurável de idosos que necessitam dos
serviços públicos de saúde, para a concretização do direito à
vida, saúde e do fundamento republicano da dignidade da
pessoa humana, demonstrando-se, no caso, o perigo de dano
irreparável. Comprovada a fumaça do bom direito e o perigo de
dano irreparável, infere-se a liminar na presente ação civil
pública, sem justificação prévia, nos termos no Art 12, da Lei nº
7.347/85, a fim de que o município Beta ofereça imediatamente
atendimento adequado a todos os idosos que venham a utilizar
os serviços do Posto de Saúde Gama, sob pena de multa diária a
ser fixada por esse juízo, conforme o previsto no Art. 11 da Lei
nº 7.347/85.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer: 


 
I) A concessão da medida liminar, uma vez preenchidos os
requisitos legais, a fim de que o município Beta ofereça
imediatamente atendimento adequado a todos os idosos que
venham a utilizar os serviços do Posto de Saúde Gama, sob pena
de multa diária a ser fixada por esse juízo
II) A citação do réu, por intermédio de sua representação
judicial, para, querendo, apresentar defesa no prazo legal sob
pena de revelia; 

III) Seja intimado o representante do Ministério


Público; 

IV) A procedência do pedido, confirmando-se a liminar


em seus termos, para que o réu proporcione atendimento
adequado a todos os idosos que venham a utilizar os serviços do
Posto de Saúde Gama, garantindo-lhes o direito à vida e à saúde
com dignidade;

V) Seja procedida à juntada da prova documental; 

VI) A produção de todas as provas admitidas em direito;

VII) A designação da audiência prévia de mediação ou


conciliação a ser marcada por esse juízo;

VIII) A condenação dos réus ao pagamento dos


honorários advocatícios e custas processuais;

IX) A prioridade de tramitação processual, uma vez


envolver direito fundamental de idoso, nos termos do art. 71 da
Lei nº 10.741/2003.

DAS PROVAS

Requer a produção de todos os meios de prova em direitos


admitidos, em especial documental e testemunhal.
DO VALOR DA CAUSA

Dá-se a causa o valor de R$ 2.000.000,00

Nestes termos,

Pede deferimento.

Município Beta

02 de Dezembro de 2021.

_________________________________

Advogados

MATEUS JUAN BARRETO DA COSTA- OAB nº00011

JOÃO VICTOR MONTEIRO DE SALLES-OAB nº11100

Você também pode gostar