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EEMTI PADRE LUIS FILGUEIRAS – NOVA OLINDA – CE

Língua Portuguesa – LITERATURA


Versos íntimos: Como Augusto dos Anjos enxergava a vida

Vês! Ninguém assistiu ao formidável(A)


Enterro de tua última quimera.(B)
Somente a Ingratidão — esta pantera -(B)
Foi tua companheira inseparável!(A)

Acostuma-te à lama que te espera!(B)


O Homem, que, nesta terra miserável,(A)
Mora, entre feras, sente inevitável(A)
Necessidade de também ser fera.(B)

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!(C)


O beijo, amigo, é a véspera do escarro,(C)
A mão que afaga é a mesma que apedreja.(D)

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,(E)


Apedreja essa mão vil que te afaga,(E)
Escarra nessa boca que te beija!(D)

Versos íntimos é um soneto que Augusto dos Anjos escreveu e o publicou em seu primeiro e


único livro ‘Eu’ de 1912 aos 28 anos — 2 anos antes de sua morte em 1914 
01. Quem é o interlocutor do eu lírico no poema?
A. a pessoa amada
B. um amigo
C. o leitor      
D. uma fera        
   
02. Em “Vês! Ninguém assistiu ao formidável/ Enterro de tua última quimera”, os versos exprimem
A. uma hipótese   
B. uma solução     
C. um questionamento      
D. uma constatação    

03. De acordo com a primeira estrofe do poema


A. o ser humano é solidário nos momentos difíceis.
B. o ser humano abandona os outros nos momentos difíceis.
C. o ser humano só pode contar com a lealdade dos animais.
D. o ser humano tem companheiros que lhe acompanham por toda vida.

04. Em “Acostuma-te à lama que te espera!”, o tom imperativo no verso expressa


A. ordem      
B. pedido           
C. conselho               
D. desejo

05. Em todo o poema, o eu-lírico retrata, principalmente, dois desvios de caráter do ser humano que são
A. egoísmo e inveja.             
B. falsidade e ingratidão.                
C. ingratidão e inveja.           
D. vaidade e falsidade.
06. Segundo o eu lírico, o beijo antecede
A. uma traição a exemplo do que ocorreu com Jesus.  
B. uma atitude de maior intimidade.
C. uma demonstração de afeto e cumplicidade.
D. um relacionamento baseado no desejo.
 
07. Percebe-se no poema, por parte do eu lírico, um sentimento de
A. angústia         
B. culpa
C. decepção              
D. inveja             

08. Na última estrofe do poema, verifica-se


A. a ideologia de retribuir com o bem aquilo que te fazem de mau.
B. um sentimento de perdão e de generosidade.
C. um desejo de vingança por causa das maldades sofridas.
D. uma espécie de recompensa antecipada da maldade que será recebida.

Assinale a alternativa que apresenta por que o poema “Versos Íntimos” pode ser classificado como pré-
modernista.
A. Esse poema é pré-modernista porque se opõe aos poemas românticos brasileiros e mantém verbos
no imperativo a fim de convencer o interlocutor a realizar tais ações.
B. poema de Augusto dos Anjos tem influência do Evolucionismo e do Cientificismo, assim como as
obras de Euclides da Cunha, que também pertencem ao Pré-Modernismo.

C. Augusto dos Anjos, assim como os demais autores pré-modernistas, sofre influência da temática
“tensão social”, da linguagem telegráfica e da dimensão surrealista.
D. O poema de Augusto dos Anjos é pré-modernista pela época em que foi lançado e porque sofreu
influência do Parnasianismo, do Simbolismo e do Expressionismo em sua composição.

10. Sobre o soneto acima, assinale o que for correto:


A. Nos versos “Toma um fósforo. / Acende teu cigarro!”, constata-se a presença da função conativa da
linguagem, já que busca convencer o leitor a fumar.
B. Por trazer palavras como “escarro”, “apedreja” e “chaga”, que não são típicas do lirismo, não é possível
considerar esse texto como exemplo de função poética da linguagem.
C. Embora predominantemente poético, é possível observar, no poema, a presença da função referencial,
pois o eu lírico está, constantemente, tentando informar, sendo bem objetivo ao descrever as decepções
nos relacionamentos.
D. Não há presença de função emotiva, uma vez que o eu lírico, em momento algum, remete aos seus
sentimentos.
E. O título do poema – Versos íntimos – tem caráter metalinguístico, pois remete ao fazer poético,
atribuindo caráter de intimidade aos versos que o seguirão.

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