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Fontes do Direito
Por “fonte do direito” designamos os processos ou meios em virtude dos quais as regras
jurídicas se positivam com legítima força obrigatória, isto é, com vigência e eficácia no contexto
de uma estrutura normativa.
Em outras palavras, as fontes do direito representam as diversas formas a partir das
quais a norma jurídica se manifesta e adquire validade (formal e material) no interior de um
sistema jurídico.
São fontes do direito: o processo legislativo (lei), o processo jurisdicional
(jurisprudência), os costumes jurídicos, o ato negocial, os princípios gerais de direito, a
analogia e a doutrina.
c) Costumes jurídicos: práticas jurídicas consagradas pelo uso, distinguem-se da lei por uma
série de características, como por a) não possuirem origem certa ou determinada, nem órgão
específico para dar-lhes vigência; b) não serem elaborados obedecendo a trâmites prefixados, ao
contrário da lei que é estabelecida de acordo com o processo legislativo; c) serem, em regra,
particulares, destinados a casos bem específicos, ao contrário da lei, que é genérica e universal
(em geral); d) em geral, não serem escritos (mas também podem sê-lo); e) tornarem-se eficazes
(aplicáveis aos casos concretos), para depois tornarem-se vigentes (quando sua validade formal
é conferida por um juiz, por exemplo), ao contrário da lei, que primeiro é posta em vigor, para
depois tornar-se (ou não) adequada e eficaz à vida social. Os costumes jurídicos aparecem como
fonte supletiva de acordo com o art. 4º. da Lei de Introdução ao Código Civil (LICC).
d) Ato negocial ou fonte negocial: corresponde às normas que resultam da celebração dos
negócios jurídicos, que obrigam às partes envolvidas; as cláusulas contratuais são exemplos de
fonte negocial, em que o direito se estabelece a partir dos interesses das partes contratantes,
desde que estes manifestem a autonomia de suas vontades em torno de um objeto lícito e sem
contrariarem a forma prevista na lei.
g) Doutrina: por fim, assinalamos a doutrina como uma das fontes de direito, na medida em que
consiste na produção de modelos jurídicos teóricos que orientam e estruturam a produção da
norma jurídica e sua respectiva interpretação. Tal percepção não é pacífica no interior do saber
jurídico, já que diversos autores (como o próprio Miguel Reale) não a consideram como fonte
do direito.
a) Tradição romanística (nações latinas e germânicas): também identificado pela expressão civil
law, corresponde ao modelo característico do ordenamento jurídico brasileiro e das demais
nações latinas ou germânicas, onde há uma prevalência do processo legislativo – das leis,
grosso modo – como fonte do direito. Neste modelo, o processo de produção do direito tem
como locus principal o Poder Legislativo, decorrendo da atividade legislativa a maior parte das
normas jurídicas.
Não é possível advogar que um dos sistemas seja mais “perfeito” em relação ao outro.
A relevância possuída pela “lei” no ordenamento jurídico brasileiro não significa que esta seja,
em geral, uma fonte “mais importante” ou “superior” a outras fontes como a “jurisprudência”,
mas apenas conseqüência de circunstâncias sociais e históricas que caracterizam nosso
ordenamento, como veremos a seguir.