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Professor Me.

Reginaldo Aparecido Carneiro


Professor Esp. Leonardo Silva Paião

III
PROGRAMAÇÃO,

UNIDADE
PLANEJAMENTO E
CONTROLE DA PRODUÇÃO

Objetivos de Aprendizagem
■■ Compreender o que é planejamento considerando os tipos de
planejamento no nível estratégico, tático e operacional.
■■ Entender o planejamento estratégico da produção e sua aplicação.
■■ Entender o planejamento mestre da produção e sua aplicação.
■■ Entender a programação da produção e sua aplicação.
■■ Apresentar e analisar a importância em realizar controles de produção.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ O que é planejamento e seus tipos
■■ Planejamento estratégico da produção
■■ Planejamento mestre da produção
■■ Programação e controle da produção
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INTRODUÇÃO

Prezado(a) acadêmico(a), iniciaremos mais uma unidade juntos, essa será nossa
terceira unidade intitulada Programação, planejamento e controle da produ-
ção e é com grande satisfação que trazemos esse conhecimento para você, uma
área que eu, particularmente, gosto muito.
Ao pensar em programação, planejamento e controle da produção, isso nos
remete a um determinado setor dentro das empresas, que é o PCP - planejamento
e controle da produção. É o setor responsável por toda área produtiva de alguma
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empresa, se você, na sua futura profissão, for atuar em alguma indústria, mais
cedo ou mais tarde terá contato com esse setor ou fará parte dele.
Tivemos o cuidado, no início desta unidade, de trazer ou relembrar o con-
ceito de planejamento e seus tipos, pois entendemos que o planejamento é uma
ferramenta que deve ser utilizada em qualquer organização para uma gestão
eficiente, ainda mais na área produtiva, que é o foco dos nossos estudos. Sem
planejamento, qualquer lugar, ou nenhum, servem.
Será apresentado uma visão geral do PCP, como ele deve ser estruturado
em nível de tempo e atividades, que vai desde o planejamento estratégico da
produção até o plano mestre de produção, executando-se na programação e no
controle da produção.
No planejamento estratégico da produção, ocorrem decisões macros, como
algo que a empresa almeja da área produtiva em longo prazo, por exemplo, ins-
talar um novo parque fabril, realizar a aquisição de um grande equipamento, por
exemplo. O interessante é que esse planejamento estratégico da produção esteja
alinhado com o planejamento estratégico da empresa.
Seguindo, apresentar-se-á o plano mestre da produção, o qual ocorre em
médio prazo, pois já se tem uma previsibilidade do que será produzido e o que
será necessário para realizar essa produção. O momento é descobrir possíveis
empecilhos produtivos para se cumprir o plano estratégico da produção. E, por
fim, tudo o que foi planejado será executado na programação de controle da
produção. O tempo de reação já é curto, pois, nesse momento, serão emitidas as
ordens de compra, ordens de montagem e ordens de produção. Aqui, que se gera
o produto, a palavra chave durante esse processo é controle e acompanhamento.

Introdução
130 UNIDADE III

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O QUE É PLANEJAMENTO E SEUS TIPOS

O planejamento faz parte do nosso cotidiano, principalmente, em ações impor-


tantes nas quais queremos um resultado positivo e que nos traga benefícios. O
ato de planejar visa minimizar qualquer tipo de risco ou falha que pode ocorrer
para alcançar um determinado objetivo. Sair de um ponto A e ir para o ponto B
com eficiência é realizar um bom planejamento, ou seja, planejar todos os recur-
sos necessários para chegar ao novo ponto. Um exemplo, caro(a) acadêmico(a),
é quando você decidiu em realizar um curso de graduação na modalidade EAD,
um mínimo de planejamento você realizou? Estou certo?! Vamos relembrar, você
se planejou para assistir as aulas ao vivo, você se planejou em sua casa para rea-
lizar o seu autoestudo e as atividades, você se planejou financeiramente, você se
planejou para ir até ao polo e realizar as provas, e tantos outras ações que vie-
ram de algo planejado, tudo isso para alcançar algo maior que é a sua titulação
nesse curso de graduação.
Percebe-se a importância do planejamento, ele é um “norte”, um caminho
pensado para ser seguido. O planejamento está atrelado ao tempo futuro a algo
que está para acontecer, pois não se planeja para o passado, o que aconteceu,
aconteceu, mas o que está por vir terá consequências das ações de hoje.

PROGRAMAÇÃO, PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO


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O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às implicações fu-


turas de decisões presentes.
(Peter Drucker)

Agora, trazendo para dentro das organizações, em especial, as empresas. É pos-


sível uma empresa sobreviver no mercado sem planejamento? Provavelmente,
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não. Pois, se uma empresa não planeja, é uma empresa que não sabe onde quer
chegar e quando não sabemos onde queremos chegar, qualquer lugar serve.
Saber onde se quer chegar e como chegar lá, passa por um bom planeja-
mento e esse planejamento é cada vez mais comum dentro das organizações. O
planejamento dentro das empresas é um processo administrativo que prepara
a empresa para um futuro desejado. Vejamos o conceito de planejamento tra-
zido por alguns autores:
Penof e Melo (2013, p. 79) citam:
O planejamento é uma formalização daquilo que se pretende que acon-
teça em determinado momento no futuro. A elaboração de um plano
não garante que um evento vá realmente ocorrer; é uma declaração de
intenção de que ocorra. Na administração geral, declara-se que plane-
jamento é o ato de determinar objetivos, traçar metas e políticas.

Para Oliveira (2013, p. 5):


O propósito do planejamento pode ser definido como o desenvolvimen-
to de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcio-
nam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões
presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada
de decisão no futuro, de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz.

O que é Planejamento e seus Tipos


132 UNIDADE III

É possível compreender, por meio dos conceitos dos autores, que o planejamento
não é uma ciência exata, mas que é um processo administrativo para alcançar
um objetivo futuro com eficiência.
Para começar um planejamento, traremos algumas perguntas que poderão
ser respondidas e irá te auxiliar na elaboração de seu planejamento, seja qual
for o seu tipo:
■■ O que fazer?
■■ Como fazer?

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■■ Quando fazer?
■■ Quanto investir?
■■ Onde fazer?
■■ Para quem fazer?

■■ Por que fazer?

Você já deve ter ouvido, ou ouvirá, em sua carreira profissional, que esse é o nosso
planejamento financeiro para o ano tal, esse é o nosso planejamento comercial
para aumentar as vendas e esse é o nosso planejamento de produção para aten-
der a demanda. Realizar cada um desses planejamentos passa pela definição de
recursos, ou seja, quais recursos necessários para alcançar o objetivo, que vai desde
recursos humanos, recursos de materiais, recursos de equipamentos, recursos
financeiros até recurso tecnológicos. Isso faz você lembrar de algo? Na Unidade
1 de nosso livro, falamos dos inputs, que representam a entrada de recursos, que
deverá ser planejada. De todos esses planejamentos e outros de cada área funcio-
nal das empresas uma em especial daremos mais destaque sobre o planejamento
de produção, mas antes veremos os tipos de planejamento.

PROGRAMAÇÃO, PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO


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Às vezes, qualquer plano é melhor do que nenhum plano


Há uma famosa história que ilustra a importância de se ter algum tipo de
plano, mesmo se a prática mostrar ser um plano errado.
Durante manobras nos Alpes, um destacamento de soldados húngaros fi-
cou perdido. A temperatura era severa e a neve profunda. Nessas condições
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de congelamento, após dias vagando, os soldados perderam a esperança e


se conformaram em morrer nas montanhas congeladas.
Para satisfação de todos, um dos soldados encontrou um mapa em seu bol-
so. Muito animado por essa descoberta, os soldados puderam escapar das
montanhas. Quando retornaram em segurança ao quartel general, desco-
briram que o mapa não era dos Alpes e sim dos Pirineus. Moral da história?
Um plano (ou um mapa) pode não ser perfeito, mas dá um sentido de pro-
pósito e de direção. Se os soldados tivessem esperado pelo mapa correto,
morreriam congelados. Porém, a confiança renovada motivou-os a ir em
frente e criar oportunidades.
Fonte: Slack et al. (2013, p. 39 apud WEICK, K. E., 1990).

TIPOS DE PLANEJAMENTO

Depois de compreender o que é planejamento, iremos, agora, estudar os tipos


de planejamento que se estruturam dentro de uma empresa conforme o nível
hierárquico.
De acordo com Oliveira (2013), pode-se relacionar, de maneira genérica,
os tipos de planejamento aos níveis de decisão numa pirâmide organizacional,
conforme ilustrado na figura.

O que é Planejamento e seus Tipos


134 UNIDADE III

NÍVEL Decisões Planejamento


ESTRATÉGICO estratégicas estratégico

NÍVEL Decisões Planejamento


TÁTICO táticas tático

NÍVEL Decisões Planejamento

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OPERACIONAL operacionais operacional

Figura 1 - Tipos de planejamento


Fonte: Oliveira (2013, p. 15).

Portanto, temos três tipos de planejamento quanto à sua abrangência, que são:
planejamento estratégico, planejamento tático e planejamento operacional.
Como ilustrado na figura, temos o planejamento estratégico que, dentro da
hierarquia organizacional, está no nível estratégico em que serão tomadas as
decisões estratégicas pelo alto escalão, executivos e diretores da empresa, nor-
malmente, elas são decisões macros e em longo prazo. Alguns exemplos são:
aquisição e fusão de empresas; construção de um novo parque fabril; busca de
novos mercados; entre outros. Em Oliveira (2013), é fornecido que:
O planejamento estratégico é, normalmente, de responsabilidade dos
níveis mais altos da empresa e diz respeito tanto à formulação de obje-
tivos quanto à seleção dos cursos de ação - estratégias - a serem segui-
dos para sua consolidação, levando em conta as condições externas e
internas à empresa e sua evolução esperada (OLIVEIRA, 2013, p. 17).

Conhecer o ambiente externo e interno é essencial para a realização do plane-


jamento estratégico e qualquer outro tipo de planejamento.

PROGRAMAÇÃO, PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO


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O planejamento tático se encontra no nível tático das empresas, onde estão


os setores funcionais, como recursos humanos, financeiro, compras, comercial,
produção e outros que, com base no planejamento estratégico, planejam ações
normalmente em médio prazo, em cada um desses setores, para alcançar o plano
maior. Segundo Oliveira (2013, p. 18), “o planejamento tático é a metodologia
administrativa que tem por finalidade otimizar determinada área de resultado
e não a empresa como um todo”.
Por fim, o planejamento operacional está no nível operacional onde real-
mente as “coisas” acontecem e que se terá a execução das atividades que foram
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planejadas em cada setor. Ainda em Oliveira (2012, p. 19),


o planejamento operacional é a formalização, principalmente através
de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e im-
plementação de resultados específicos a serem alcançados pelas áreas
funcionais da empresa.

Concluindo essa etapa de nossos estudos sobre os tipos de planejamento, levando


em consideração que a Figura 2 ilustra os planejamentos interligados, vejamos:

Planejamentos
táticos

Mercadológico

Financeiro
Resultados
Planejamento Recursos Planejamento esperados Planejamentos
estratégico humanos operacionais pelas unidades operacionais
organizacionais
Produção

Organizacional

Figura 2 - Planejamento Operacional


Fonte: Oliveira (2013, p. 19).

O que é Planejamento e seus Tipos


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PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA PRODUÇÃO

O planejamento e o controle da produção (mais conhecido como PCP) significa


determinar os objetivos da produção, escolhendo os meios que serão utilizados
para alcançar esses objetivos, gerenciando as atividades de produção e realizando
o controle, de modo que a produção ocorra eficazmente e produza produtos e
serviços adequados para atender a demanda dos consumidores.
O PCP eficiente constitui um fator importante para que as empresas alcancem
seus objetivos. Conforme expõe Tubino (1999, p. 68), “[...] as atividades de PCP
são desenvolvidas por um departamento de apoio à produção, dentro da gerência
industrial, que leva seu nome”. Exercendo essa tarefa, o PCP tem como função
gerir os recursos produtivos da empresa, garantindo que a produção ocorra de
maneira eficaz, produzindo os produtos de acordo com as metas estabelecidas.
Para Vollmann et al. (2006, p. 28),
A tarefa essencial do sistema de PCP é gerenciar com eficiência o flu-
xo de material, a utilização de pessoas e equipamentos e responder às
necessidades do cliente utilizando a capacidade dos fornecedores, da
estrutura interna e, em alguns casos, dos clientes para atender a de-
manda do cliente.

PROGRAMAÇÃO, PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO


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Dessa forma, de acordo com Tubino (1999, p. 68), “[...] o PCP está encarregado da
coordenação e aplicação dos recursos produtivos, de forma a atender da melhor,
maneira possível, aos planos estabelecidos em níveis estratégico, tático e opera-
cional”. Nesse sentido, Vollmann et al. (2006, p. 29) expõem que “as atividades
de apoio ao sistema de PCP podem ser divididas em três horizontes de tempo:
longo, médio e curto prazo”. Essas atividades estão representadas na Figura 3.

Planejamento estrátégico
da produção
Departamento Plano de produção
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Avaliação de desempenho

Acompanhamento e controle da produção


de marketing
Previsão de vendas Planejamento-mestre
Pedidos em carteira da produção
Plano-mestre de produção

Programação da Produção
- Administração dos estoques
- Sequenciamento
- Emissão e leberação de ordens
Ordens Ordens Ordens
Departamento de de de
de compras compras fabricação montagem
Pedido de compras

Fornecedores Estoques Fabricação e montagem

Clientes

Figura 3 - Visão geral das atividades do PCP


Fonte: Tubino (1999, p. 68).

Como ilustra a figura, o PCP está ligado a muitos departamentos da empresa,


dos quais são coletadas as informações. Utilizando essas informações, o PCP
planeja as atividades a serem realizadas e acompanha a sua execução, para ter o
devido controle dos prazos estabelecidos para cada operação. Conforme as infor-
mações obtidas, realizam-se os planejamentos de curto, médio e longo prazo.

Planejamento Estratégico da Produção


138 UNIDADE III

No que se refere ao planejamento de longo prazo, conforme citam Vollmann


et al. (2006, p. 28),
o sistema é responsável pelo fornecimento de informações para a toma-
da de decisões sobre a quantidade apropriada de capacidade (incluindo
equipamentos, prédios, fornecedores, e assim por diante) para atingir
as demandas futuras do mercado.

De acordo com Tubino (1999, p. 68),


[...] o PCP participa da formulação do planejamento estratégico da
produção, gerando um plano de produção para determinado período

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(longo prazo), segundo as estimativas de vendas e a disponibilidade de
recursos financeiros e produtivos.

Conforme Slack et al. (1997, p. 321), “no longo prazo, os gerentes de produção
criam planos relativos ao que pretendem fazer, que recursos eles precisam e quais
objetivos eles esperam atingir”. Nesse contexto, está a previsão macro da empresa,
sem estar detalhado como será executada cada etapa, para que a empresa possa
atingir os objetivos traçados. Esse detalhamento será realizado a partir do plane-
jamento de médio prazo, que chamamos de plano mestre da produção e veremos
esse conteúdo no próximo tópico.

PROGRAMAÇÃO, PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO


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PLANEJAMENTO MESTRE DA PRODUÇÃO

O plano mestre de produção (PMP) especifica quais itens serão produzidos e


quanto de cada item será produzido, para atender a demanda do mercado, utili-
zando os recursos disponíveis da empresa. De acordo com Vollmann et al. (2006,
p. 180), “o programa mestre de produção é uma declaração de produção futura”.
Para Russomano (2000, p. 180), “o Plano Mestre da Produção é a determinação
antecipada do programa de produção a médio prazo dos vários produtos que a
empresa produz”. O plano mestre de produção constitui, na empresa, uma liga-
ção entre as necessidades do mercado e a produção a ser realizada para atender
essa demanda. Para Zaccarelli (1987, p. 125),
Essa orientação geral assume formas distintas conforme o tipo de ma-
nufatura do produto. No tipo intermitente ela consistirá em estabelecer
data para término das fases importantes de manufatura do produto. No
tipo repetitivo estabelece quantas unidades serão produzidas em cada
período para entrega no período ou para estoque.

Planejamento Mestre da Produção


140 UNIDADE III

O planejamento de médio prazo, conforme Tubino (1999, p. 69), está:


No nível tático, onde são estabelecidos os planos de médio prazo para a
produção, o PCP desenvolve o planejamento-mestre da produção, ob-
tendo o plano mestre de produção (PMP) de produtos finais, detalhado
no médio prazo, período a período, a partir do plano de produção, com
base nas previsões de vendas de médio prazo ou nos pedidos em car-
teira já confirmados.

Conforme Russomano (2000, p. 180), “o plano mestre de produção é a determi-


nação antecipada do programa de produção em médio prazo dos vários produtos
que a empresa produz”. Nessa fase, devem ser verificadas as necessidades dos

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recursos produtivos, analisando os diferentes tipos de demanda e mix de pro-
dutos que serão fabricados, com a finalidade de identificar possíveis problemas
que possam ocorrer, quanto à necessidade de colaboradores, máquinas e maté-
ria-prima a serem empregados na fabricação dos itens, em determinado período
de tempo e, com isso, tomar as medidas, visando antecipar as situações, evitando
que se possa comprometer os objetivos traçados. Conforme expõem Vollmann
et al. (2006, p. 29), “[...] no médio prazo o foco está mais em prover a capacidade
exata de produção e materiais para atender às necessidades do cliente”.
É interessante relatar que o plano mestre de produção tem relação direta
com aquilo que foi estipulado no planejamento estratégico da produção e dire-
ciona a programação da produção, como é afirmado por Tubino (2009, p. 51),
“o planejamento-mestre da produção faz a conexão, através da montagem do
plano-mestre de produção, entre o planejamento estratégico de longo prazo e
as atividades da produção”.

A melhor forma de desenvolver um relacionamento estratégico em uma ca-


deia produtiva consiste em operar sistemas e procedimentos operacionais
em conjunto com os parceiros dessa mesma cadeia. Você concorda?!

PROGRAMAÇÃO, PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO


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No planejamento de médio prazo, definir-se-ão os materiais a serem utilizados


e será informado aos fornecedores em que prazo estes deverão ser entregues
na empresa, para a sua transformação em produto acabado. De acordo com
Vollmann et al. (2006, p. 29), “outro aspecto das atividades do médio prazo é
dar aos clientes informações sobre prazos de entrega previstos, [...]”. É o prazo
em que o pedido vai ser atendido e os produtos solicitados estarão à disposição
do cliente, para a sua retirada.
O PMP também tem características diferentes, quanto ao sistema de pro-
dução. No sistema de produção JIT (Just In Time), procura-se trabalhar com
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maior flexibilidade no sistema produtivo, procurando ter o PMP fixo o menor


possível, sendo a produção puxada, para produzir o que o mercado realmente
consumirá, a fim de evitar a formação de estoques. No sistema convencional,
o PMP fixo tem um horizonte de tempo maior, pois trabalha com a demanda
prevista. Assim, no PMP, o sistema acaba produzindo itens para repor os esto-
ques da empresa, o que poderá representar aumento nos custos e diminuição da
competitividade desta empresa no mercado. Para desenvolver o PMP, a empresa
tem que analisar o ambiente em que atua, para adequar as disponibilidades de
materiais com a demanda dos produtos acabados, procurando o nivelamento
da produção à demanda.
Demanda

Demanda prevista

Demanda Real

PMP Firme PMP Flexível Tempo


Figura 4 - Dinâmica do plano mestre de produção
Fonte: Tubino (1999, p. 78).

Planejamento Mestre da Produção


142 UNIDADE III

Conforme evidencia a Figura 4, a previsão da demanda é importante para que


o PCP possa ser provido com informações de qualidade, possibilitando a uti-
lização eficiente dos recursos produtivos da empresa, tanto no atendimento
da demanda interna da empresa como da demanda externa. De acordo com o
ambiente em que a empresa atua, a demanda pode sofrer oscilações, as quais
necessitam de análise, para melhor adequação dos objetivos da empresa com as
necessidades dos clientes.
Conforme afirma Vollmann et al. (2006, p. 70), “um elemento chave para
o módulo de gerenciamento da demanda é prover a informação para ajudar a

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balancear o suprimento de produtos com a demanda”. O que consiste em obter
uma produção ajustada com as necessidades do mercado, evitando a geração de
grandes estoques de produtos acabados. O que também deve ser planejada é a
dimensão dos estoques de matéria-prima e de componentes e a reposição des-
ses estoques e componentes, para que estejam a disposição no momento de sua
utilização, evitando atrasos no processo produtivo, o que, em alguns casos, pro-
voca desperdício no processo.
De acordo com Martins e Lauggeni (2005, p. 263), “a reposição de materiais
tem início com uma demanda de um cliente. O órgão de planejamento de mate-
riais deve verificar se existe estoque do material e se o material deve ser comprado
ou fabricado”. Dessa forma, é importante para a empresa ter uma política defi-
nida para a manutenção dos estoques, os quais possuem características diferentes,
conforme o ambiente em que a empresa atua, e as estratégias adotadas por ela.

À medida que desce o horizonte de planejamento, o detalhamento da in-


formação vai aumentando, pois, em curto prazo, quanto maior esse deta-
lhamento for, mais precisa fica a quantidade produzida frente à demanda
dos produtos.

PROGRAMAÇÃO, PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO


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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

Após a compreensão do planejamento estratégico da produção e sua relação com


o plano mestre de produção, chegou o momento, caro(a) acadêmico(a), das “coi-
sas” acontecerem na produção. Realiza-se, então, a programação da produção
e o seu controle. Você se lembra de que nessa mesma unidade falamos sobre os
tipos de planejamento e conversamos sobre o planejamento operacional, por-
tanto, é nesse nível que se encontra a programação e o controle da produção.
Muitos autores trazem o termo “chão de fábrica” para nomear o local em
que se é produzido os produtos. Nesse local, nós, como futuro programadores
de produção, teremos alguns objetivos a serem cumpridos, iremos recorrer a
Moreira (2008, p. 362) para destacar esses objetivos:
a) Permitir que os produtos tenham a qualidade especificada.

b) Fazer com que máquinas e pessoas operem com os níveis desejados


de produtividade.

c) Reduzir os estoques e os custos operacionais.

d) Manter ou melhorar o nível de atendimento ao cliente.

Programação e Controle da Produção


144 UNIDADE III

Não é uma tarefa nada fácil, ainda mais que tudo isso ocorre em curto prazo,
como cita Tubino (1999, p. 69), “no nível operacional são preparados os progra-
mas de curto prazo de produção e realizado o acompanhamento dos mesmos”.
O que, de acordo com Vollmann et al. (2006, p. 28), “no curto prazo, a progra-
mação de recurso é requerida para atender as necessidades de produção”. Com
base nas informações analisadas, é definido:
■■ O que produzir e comprar.
■■ Quando produzir e comprar.

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■■ Quanto produzir e comprar.

■■ E quais os recursos que se deve utilizar na produção.

Muitas empresas, em especial as industriais, têm o setor de PCP internamente,


mas na prática exercem apenas o último P da sigla, ou seja, estão preocupadas
apenas em produzir. Deixam de lado o planejamento e o controle, é produzir,
porém produzir não importando se está sendo eficiente.
E, para atingir seus objetivos e realizar suas atividades com eficiência, o ideal
é que haja todo um planejamento da produção, como vimos nos tópicos ante-
riores sobre planejamento estratégico da produção e plano mestre da produção.
Esses planejamentos quando bem realizados nortearão e organizarão toda a pro-
gramação da produção.
Como ocorre, então, a programação da produção? Para que ela aconteça,
conforme Tubino (1999, p. 52),
[...] são dimensionadas e emitidas ordens de compra para os itens com-
prados, ordens de fabricação para os itens fabricados internamente e
ordens de montagem para as submontagens intermediárias e monta-
gem final dos produtos definidos no PMP.

PROGRAMAÇÃO, PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO


145

A execução das tarefas deve ser acompanhada para mensurar se os prazos esta-
belecidos estão sendo cumpridos, além de verificar a necessidade da realização
de ajustes ou correção, o que, de acordo com Slack et al. (1997, p. 322), “ao fazer
intervenções de curto prazo e mudança nos planos, os gerentes de produção esta-
rão tentando equilibrar a qualidade, a rapidez, a confiabilidade, a flexibilidade e
os custos das suas operações, [...]”. Para Vollmann et al. (2006, p. 29),
Enquanto as atividades diárias são realizadas, o sistema de PCP deve
acompanhar o uso de recurso e os resultados da execução para relatar
o consumo de materiais, a utilização de mão-de-obra, a utilização de
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equipamentos, o atendimento de pedidos de clientes, e outros impor-


tantes indicadores da produção.

Com as programações de produção sendo executadas, começa uma nova etapa,


o controle e o acompanhamento dessa produção.
O acompanhamento da execução do planejamento da produção permite
gerenciar, de forma eficaz, o programa de produção e identificar os problemas
que possam ocorrer, para que medidas efetivas sejam tomadas no menor tempo
possível e, com isso, minimizar o reflexo que os fatos adversos possam causar no
cumprimento do programa de produção. As mudanças que forem implemen-
tadas, no decorrer da execução da programação de produção pelo PCP, devem
ser informadas aos gerentes, aos clientes e aos fornecedores, para que todos os
envolvidos tenham ciência das decisões tomadas e quais soluções corretivas
foram realizadas, visando o cumprimento das metas estabelecidas.
Sobre o controle de produção, o apoio de um sistema de informação é muito
bem-vindo, desde que inserido corretamente as informações e no tempo que as
informações são geradas. Como é reforçado por Moreira (2002, p. 362):
Controlar a produção significa assegurar que as ordens de produção
serão cumpridas da forma certa e na data certa. Para tanto, é preciso
dispor de um sistema de informações que relate periodicamente sobre:
material em processo acumulado nos diversos centros, o estado atual
de cada ordem de produção, as quantidades produzidas de cada produ-
to, como está a utilização dos equipamentos etc.

Programação e Controle da Produção


146 UNIDADE III

O que se pode constatar é que, para realizar o planejamento da produção e


definir os objetivos, o PCP trabalha com informações vindas de vários depar-
tamentos da empresa. Da área de marketing ou do departamento comercial são
fornecidas as previsões de vendas, com base na demanda existente e nos pedidos
firmes. A engenharia fornece os roteiros de fabricação, as listas com os desenhos
e os materiais utilizados na fabricação do produto. O departamento de compras
informa a entrada dos materiais que estão disponíveis para serem utilizados e
o departamento de suprimentos informa a saída desses materiais e quais estão
disponíveis em estoque. A área de recursos humanos especifica os treinamen-

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tos a serem realizados e a disponibilidade da mão de obra. O departamento de
manutenção informa a previsão de manutenção que será realizada nos equipa-
mentos. De acordo com Martins e Lauggeni (2005, p. 137),
O PCP também é um sistema de transformação de informações, pois
recebe informações sobre estoques existentes, vendas previstas, linhas
de produtos, modo de produzir, capacidade produtiva. O PCP tem com
incumbência transformar essas informações em ordens de fabricação.

Com base nas informações recebidas de cada departamento, o PCP realiza o pla-
nejamento da produção da empresa, quanto produzir de cada produto, quando
produzir e em que ordem os produtos devem ser produzidos, bem como quais
os recursos necessários para fabricação dos produtos.
Para finalizarmos esse tópico e, consequentemente, essa unidade do nosso livro,
apresentarei a seguir um estudo de caso breve, relatando como um planejamento
realizado com excelência tem sincronia total com a programação da produção.

PROGRAMAÇÃO, PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO


147

JOHNSON CONTROLS
Todos os dias eles fazem tudo sempre igual. Às dez para sete da manhã, come-
ça o turno de trabalho na Ford, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
Simultaneamente, a 11 quilômetros dali, inicia-se também a jornada na John-
son Controls, fornecedora exclusiva de bancos para os carros da montadora.
Daí em diante, a vida das duas empresas é totalmente sincronizada, inclusive
o horário do almoço. A semelhança na programação dos relógios de ponto
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

tem uma explicação. [...] A pontualidade é o ponto forte da parceria. Da linha


de produção da Johson até a fábrica da Ford, o conjunto de bancos - os dois
dianteiros e o traseiro - pode demorar, no máximo, 120 minutos.
Tudo é minuciosamente cronometrado. Via computador, a Ford avisa quais
modelos começaram a ser produzidos em sua linha de montagem. Na fábrica
da Johnson, que fornece bancos para os modelos Fiesta, Ka e Pampa, inicia-se
a corrida contra o relógio. São 30 minutos para fabricar um lote de 48 bancos,
mais 10 minutos para transportá-lo até o sistema de embarque no caminhão,
na sequência correta: o primeiro banco produzido deve entrar por último na
carroceria, pois chegará na ordem em que será montado no automóvel. Gas-
tam-se outros 10 minutos para carregar o caminhão e emitir a nota fiscal. A
viagem entre as duas fábricas é feita em 30 minutos. Da portaria da Ford, onde
a nota fiscal é verificada, até o ponto de desembarque, são mais 20 minutos.
Os últimos 20 são gastos com a descarga e a chegada do lote no ponto exato
da montagem dos bancos na linha de produção. Toda essa operação é repeti-
da cerca de 20 vezes ao dia, com o total de 850 conjuntos.
Fonte: Martins e Laugeni (2015, p. 245).

Programação e Controle da Produção


148 UNIDADE III

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por meio da análise do que abrange o PCP, seus objetivos, características, benefí-
cios, custos e necessidades, pode-se observar que ele é identificado como elemento
central e principal na estrutura administrativa de um sistema de produção. Para
lidar com as crescentes exigências dos consumidores que, por sua vez, buscam
melhores prazos de entrega, maior qualidade dos produtos e serviços, além de
mais variedade, o PCP se torna essencial.
Justifica-se, assim, a importância de procurar maior eficiência nos sistemas

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
de programação, planejamento e controle da produção. Todas as considera-
ções acerca das vantagens e desvantagens da utilização conjunta, ou não, de
alguns sistemas de PCP devem ser consideradas. O mais importante, contudo,
é a adequação desses sistemas, com fatores, como: a estrutura organizacional
da empresa, a estratégia adotada pela empresa para conquistar o mercado a que
ela pertence, os fatores infraestruturais e as características dos produtos produ-
zidos pela empresa.
A escolha de um determinado sistema de produção não garante, por si só, o
sucesso competitivo de uma organização, entretanto, é condição necessária para
se garantir esse sucesso. É necessário, então, que se conheçam todas as implica-
ções estratégicas das decisões referentes ao tipo de sistema de produção e o seu
modo de operação.
Caro(a) acadêmico(a), quero te convidar a dar uma atenção especial a nossa
leitura complementar, pois, nela, traz-se uma metodologia para a implantação
do setor de PCP nas pequenas empresas.
Espero vê-lo(a) em nossa próxima unidade. Um forte abraço.

PROGRAMAÇÃO, PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO


149

1. Nos últimos anos, essa consciência acabou se cristalizando em um movimento


que realça uma atividade vital dentro das organizações industriais: o planeja-
mento racional das atividades de manufatura tendo em vista usá-la como uma
arma competitiva.
(MOREIRA, D. A. Administração da produção e operações. 2. ed. São Paulo:
Cengage Learning, 2013).
Estudamos, no início dessa unidade, alguns conceitos sobre planejamento e
percebemos que o planejamento faz parte do nosso cotidiano. Sobre o plane-
jamento é correto afirmar que:
a) O planejamento é uma formalização de todo o controle dentro de uma or-
ganização.
b) O planejamento é uma formalização da execução que ocorre na operação
da organização.
c) O planejamento é uma formalização daquilo que se pretende acontecer em
determinado momento no futuro.
d) O planejamento é realizado apenas para planejamento tático e operacional.
e) O planejamento é realizado apenas por diretores que formalizarão ações
que devem ser seguidas nos demais setores da organização.

2. Como departamento de apoio, o PCP é responsável pela coordenação e apli-


cação dos recursos produtivos de forma a atender da melhor maneira possível
aos planos estabelecidos nos níveis estratégico, tático e operacional.
(TUBINO, D. F. Planejamento e controle da produção: teoria e prática. São
Paulo: Atlas, 2009).
Com base no assunto, planejamento e controle da produção, leia as afirmativas
dispostas a seguir:
I. No nível operacional, preparam-se os programas de curto prazo de produ-
ção e é realizado o acompanhamento desses programas. A programação
da produção estabelece, no curto prazo, quanto e quando comprar, para se
fabricar cada item necessário à composição dos produtos finais.
II. A capacidade de produção é o fator físico que restringe o processo produti-
vo e que pode ser incrementada ou reduzida, desde que planejada a tempo,
pela adição de recursos financeiros.
150

III. Os sistemas de produção convencionais buscam, continuamente, o aumento


de flexibilidade, seja pela forma estrutural de distribuição dos recursos em uni-
dades de negócios focalizadas, seja pela diminuição dos lotes de produção.
IV. Puxar a produção significa elaborar, periodicamente, um programa de pro-
dução completo, com ordens de montagem, fabricação e compras, e trans-
miti-lo aos setores responsáveis, para que iniciem suas funções.

Com base nas afirmações supracitadas, escolha a alternativa correta:


a) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
b) Somente a afirmativa III está incorreta.
c) Somente as afirmativas III e IV estão corretas.
d) Somente a afirmativa I está correta.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

3. As atividades do PCP são exercidas nos três níveis hierárquicos de planejamen-


to e controle das atividades produtivas de um sistema de produção.
(TUBINO, D. F. Planejamento e controle da produção: teoria e prática. São
Paulo: Atlas, 2009).
O fragmento citado expõe os três níveis hierárquicos de um sistema de pro-
dução, sobre esses três níveis, associe as duas colunas, relacionando os níveis
hierárquicos de planejamento e controle das atividades produtivas com suas
respectivas características.

Níveis hierárquicos de planejamento e controle das atividades produtivas:


(1) Plano estratégico de produção.
(2) Plano mestre de produção.
(3) Programação da produção.

Características
(( ) Sistema empurrado ou sistema puxado.
(( ) Flexibilidade total.
(( ) Detalhamento do plano estratégico de produção.
(( ) Ordens de compra, fabricação e de montagem.
151

(( ) Sequenciamento do processo produtivo.


(( ) Emissão e liberação de ordens de produção.
(( ) Coordenação dos recursos produtivos.
(( ) Especificação dos itens finais para famílias de produtos.
(( ) Administração de estoque.
(( ) Flexibilidade de volume e mix.
(( ) Ausência de flexibilidade no planejamento.
(( ) Previsão de vendas, plano de produção etc.
(( ) Pedidos em carteira.

A sequência correta desta associação é:


a) 3, 1, 1, 3, 3, 3, 1, 2, 3, 2, 3, 1 e 2.
b) 3, 1, 2, 3, 3, 3, 2, 2, 3, 2, 3, 1 e 2.
c) 3, 2, 1, 3, 3, 3, 1, 2, 3, 2, 3, 1 e 2.
d) 3, 2, 1, 3, 3, 2, 1, 2, 3, 2, 3, 1 e 2.
e) 3, 2, 1, 3, 3, 3, 2, 2, 3, 2, 3, 1 e 2.

4. Ao desenvolver as suas funções, o PCP mantém uma rede de relações com as


demais áreas da empresa. As inter-relações entre o PCP e as demais áreas da
empresa se devem ao fato de que o PCP procura utilizar, racionalmente, os re-
cursos empresariais, sendo eles materiais, humanos, financeiros etc.
(CHIAVENATO, I. Administração de produção: uma abordagem introdutória.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2005).
O fragmento traz que o PCP - planejamento e controle da produção se rela-
ciona com informações de várias áreas da empresa. Sobre essas informações
pertinentes ao PCP, analise as afirmações a seguir:
I. Vendas previstas.
II. Linhas de produtos.
III. Modo de produzir.
IV. Capacidade produtiva.
V. Informações sobre estoques existentes.
152

Assinale a afirmativa que apresenta as afirmativas corretas:


a) Somente as afirmativas I e II estão corretas.
b) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas.
c) Somente as afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
d) Somente as afirmativas II, III, IV e V estão corretas.
e) Todas as afirmativas estão corretas.

5. Considere a figura a seguir:

Longo prazo Plano de produção

Planejamento-mestre da produção

PMP inicial

Médio prazo Não


Viável

Sim

PMP final

Curto prazo Programação da produção

Figura 5 - Visão geral do planejamento mestre da produção - PMP


Fonte: Tubino (2009).

A figura ilustra uma visão geral do planejamento mestre da produção, o PMP.


Pautando-se nos estudos sobre o PMP e nas informações apresentadas na fi-
gura, relate como é a relação do plano mestre de produção com o plano estra-
tégico de produção e a programação da produção.
153

6. Para produzir com eficiência e eficácia, torna-se necessário escolher e definir


um sistema de produção que seja o mais adequado ao produto/serviço que se
pretende produzir. Isso significa buscar os meios mais adequados para produzir
determinado produto ou operar determinado serviço. É o que se chama de ra-
cionalidade: buscar os meios apropriados para alcançar determinados objetivos.
(CHIAVENATO, I. Administração de produção: uma abordagem introdutória.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2005).
Para se buscar os meios mais adequados e apropriados para alcançar os ob-
jetivos da produção, é necessário conhecer seus modelos, sistemas e plane-
jamentos. Sobre esses assuntos, avalie as afirmações a seguir como (V) para
verdadeiras e (F) para falsas:
(( ) No sistema JIT de produção, a parte firme do PCP precisa ser emitida com
uma antecedência muito grande, para suportar os altos lead times, fazendo
com que a demanda usada para compor o PCP tenha forte influência da par-
te prevista.
(( ) Pode-se dizer que, na medida em que o tempo de preparação se aproxima de
zero, a situação ideal de lotes de uma unidade pode ser atingida.
(( ) Relata-se que o plano de produção, em médio prazo, ostenta uma flexibilida-
de de volume e mix de produto.
(( ) No nível estratégico, preparam-se as programações da produção, adminis-
trando estoques, sequenciando, emitindo e liberando as ordens de compra,
fabricação e montagem, bem como executar o acompanhamento e o con-
trole da produção.
(( ) Todo sistema de produção busca nivelar sua produção com a demanda de
forma a acionar seus recursos apenas na medida em que os clientes forem
solicitando os produtos.
(( ) Se o plano de produção providenciou os recursos necessários e o PCP equa-
cionou os gargalos, não deverá ocorrer problemas na execução do programa
de produção sequenciado.
(( ) O sistema de produção convencional apresenta soluções particulares para
resolver os problemas de coordenação entre os vários pontos do processo
produtivo, tais como: planejamento dos recursos produtivos, busca do tem-
po de ciclo, dinâmica no acionamento do sistema de produção etc.
(( ) O PMP tem como função desmembrar o plano tático de médio prazo em pla-
nos específicos de produtos acabados, no sentido de direcionar as etapas da
programação da produção.
154

(( ) O sistema de puxar a produção fornece, de uma forma simples, em curto pra-


zo, flexibilidade de mix ao processo produtivo, pois os recursos somente se-
rão acionados na medida em que a demanda por itens realmente se efetivar.
(( ) Com o passar do tempo e com uma definição melhor da demanda, a dinâmi-
ca do planejamento mestre da produção faz com que o PMP firme assuma
compromissos e se transforme em PMP flexível.
155

Caro(a) acadêmico(a), nesta leitura complementar, separamos um trecho do artigo de


José Roberto de Barros Filho e Dalvio Ferrari Tubino, nesse artigo, com o título “O plane-
jamento e controle da produção nas pequenas empresas - uma metodologia de implan-
tação” é fornecido uma sequência para a implementação das melhoras práticas em PCP.
Esta é uma ótima leitura e quem sabe ela seja um incentivo inicial para você implantar o
setor de PCP em sua empresa.
Metodologia para implantação do PCP em pequenas empresas
Planejar e controlar as atividades de uma empresa que produz produtos padronizados
para estoque é bastante diferente de planejar e controlar produtos sob encomenda. Da
mesma forma, o tipo de processo produtivo define a complexidade do planejamento e
controle das atividades. De uma forma geral, as atividades de planejamento e controle
da produção são simplificadas à medida que se reduz a variedade de produtos concor-
rentes por uma mesma gama de recursos. Finalmente, o fato do produto ser um bem
ou um serviço também tem seu reflexo na complexidade do sistema de planejamento
e controle da produção.
Embora óbvias estas afirmações as vezes não são de conhecimento de toda a empresa.
O aprendizado do que é a atividade de PCP, quais suas características e impactos na
fábrica, é de fundamental importância para qualquer empresa, principalmente, quando
esta é pequena e não possui pessoal dedicado para esta atividade.
No recente trabalho de Corrêa, Gianesi e Caon (Corrêa et al. 1997), o aspecto implan-
tação do sistema de PCP foi abordado, porém o foco do trabalho foi a implantação de
sistemas MRP II, para empresas já com uma estrutura considerável.
O trabalho aqui proposto busca focar a implantação do PCP em pequenas e médias
empresas (que, normalmente, não tem nada ou muito pouco), partindo desde a defini-
ção da equipe responsável pelo PCP, até a implantação de um sistema, seja ele baseado
na lógica do MRP II, JIT, ou ainda na Teoria das Restrições de Goldratt. A idéia consiste
em estruturar as atividades do PCP através do aprendizado da empresa, seguindo uma
metodologia de implantação das rotinas de PCP. As metodologias propõem dez etapas
básicas para a implementação, são elas:
1. Definição da equipe responsável pelo “Projeto PCP”.
2. Sensibilização na empresa sobre a importância do PCP.
3. Nivelamento do conhecimento na empresa em PCP.
4. Caracterização do tipo de sistema produtivo da empresa.
5. Análise das características básicas e das especiais do sistema produtivo.
6. Análise do sistema atual.
7. Sistematização e simplificação do sistema produtivo atual.
156

8. Definição e especificação dos requisitos para um sistema de PCP.


9. Seleção ou desenvolvimento do sistema.
10. Implementação do sistema.
Os três primeiros passos são os passos básicos para qualquer implementação de ino-
vação, é o início de tudo, a organização. Nesta fase, após a definição da equipe respon-
sável, busca-se o apoio de toda a empresa (sensibilização), pois o PCP, praticamente,
envolve toda a organização. Após isto, parte-se para o treinamento das pessoas, a fim de
se obter o nivelamento do conhecimento em torno do assunto PCP.
Os quatro passos seguintes são ligados ao aprendizado e treinamento. A ideia é que a
empresa aprenda com suas características, com seu tipo de produto e com seu tipo de
processo, para poder escolher quais as prática que se encaixam melhor em suas carac-
terísticas. Aqui ela vai escolher se vai usar o MRP I, o MRP II, o JIT, ou ainda compor as
técnicas. Os passos seguintes são os de melhoria do sistema atual, onde são buscadas as
simplificações na produção. Mudanças de layout, formação de células, treinamento da
mão-de-obra, terceirização da fabricação de componentes etc. podem ser algumas das
alternativas viáveis de serem implantadas.
Uma vez conhecido por completo o sistema produtivo, suas características e as neces-
sidades da empresa em termos de informação, aí sim pode-se especificar ou definir um
sistema de PCP. São os três passos finais da metodologia. Pode-se optar por uma evolu-
ção gradual, começando-se com um sistema de MRP I, desenvolvido em planilhas ele-
trônicas, e ir-se aprimorando com o passar do tempo. Estes três passos finais compõem
um ciclo de melhoria contínua das atividades do PCP, pois, com o passar do tempo, no-
vas necessidades aparecerão e um novo desenvolvimento se fará necessário, além de
uma nova implantação.
Um cuidado especial foi tomado no desenvolvimento desta metodologia, que foi o de
não se amarrar a nenhum pacote computacional específico ou prática de PCP, tipo MRP
ou JIT. É dada a liberdade para a empresa aprender com o assunto e escolher o que é
melhor para ela através de um processo de evolução e melhoria contínua.

Fonte: Barros Filho, J. R. e Tubino [s. d.].


MATERIAL COMPLEMENTAR

A Meta - um processo de melhoria contínua


Eliyahu M. Goldratt
Editora: Nobel
Sinopse: escrita em forma de romance, esta obra trata dos princípios de
funcionamento de uma indústria, questionando o porquê de ela funcionar
de determinada forma e como seria possível solucionar os problemas de
empresas que estão com atrasos na produção e baixa receita. Com resultados
alcançados na prática, o processo de melhoria contínua desenvolvido por Goldratt pode ser
aplicado em outras organizações, como bancos, hospitais, seguradoras, e até no ambiente familiar.

Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Dalvio Ferrari Tubino
Editora: Atlas
Sinopse: como é comum dentro da administração, a função de planejamento,
a programação e o controle da Produção (PCP) apresentou uma dinâmica
forte de renovação, em que muitos conceitos incipientes na década de 80
se consolidaram, alguns promissores sumiram por deficiência em sua prática
e outros tantos novos surgiram e precisam ser equacionados dentro de um modelo consistente
de PCP. Este livro apresenta um modelo de PCP com as funções de planejamento estratégico
da produção (longo prazo), planejamento-mestre da produção (médio prazo) e programação e
acompanhamento da produção (curto prazo) revistas e atualizadas. Além disso, com a experiência
de duas décadas, praticando e pesquisando as técnicas do Sistema Toyota de Produção, neste livro,
é dado um passo forte no sentido de unir os atuais conceitos de Manufatura Enxuta (lean) com os
de PCP. Outro ponto inovador nesta obra é a introdução de jogos computacionais como ferramenta
de apoio didático para o ensino das funções do PCP, de forma que, praticamente, todos os conceitos
de PCP aqui apresentados, e seus exemplos ilustrativos, podem ser praticados dentro de uma série
de jogos (LSSP_PCP) desenvolvida em banco de dados Access com programação em Visual Basic.

Material Complementar
MATERIAL COMPLEMENTAR

A Meta - The Goal Movie


Ano: 1988
Sinopse: baseado no best-seller de Eli Goldratt, conta a inspiradora história
que explica com exemplos do dia a dia e conceitos que impulsionam o
desempenho para maior produtividade.

Essa unidade foi produtiva no sentido de trazer uma visão geral de como é estruturado o PCP -
Planejamento e controle da produção. Convido você a acessar o material complementar e aprender
sobre os cuidados para integrar todos os setores ao PCP.

Web:http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/planejamento-e-controle-
devem-integrar-todos- os-setores,86ac438af1c92410VgnVCM100000b272010aR
CRD.

Estudamos, nesta unidade, que uma das atribuições principais do PCP é fazer com que aquilo que
foi planejado seja executado. A seguir trago o link de um vídeo breve que ilustra esse planejamento
e sua execução.
Web: https://www.youtube.com/watch?v=KcW4mDcKVV0.
159
REFERÊNCIAS

BARROS FILHO, J. R.; TUBINO, D. F. IETEC. Instituto de Educação Tecnológica. O pla-


nejamento e controle da produção nas pequenas empresas - uma metodologia de
implantação. Belo Horizonte: IETEC. Artigo. [S. d.]. 8 p. Disponível em: < http://www.
techoje.com.br/bolttools_techoje/files/arquivos/Planejamentoecontroledaprodu-
caonaspequenasempresas.pdf>. Acesso em: 01 mar. 2019.
MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
MOREIRA, D. A. Administração da produção e operações. 2. ed. São Paulo: Cenga-
ge Learning, 2013.
OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 31.
ed. São Paulo: Atlas, 2013.
PENOF, D. G.; MELO, E. C. Gestão de produção e logística. São Paulo: Saraiva, 2013.
RUSSOMANO, V. H. Programação e controle da produção. 6. ed. São Paulo: Pionei-
ra, 2000.
SLACK, N. et al. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 1997.
SLACK, N.; BRANDON-JONES, A.; JOHNSTON, R. Princípios de administração da
produção. São Paulo: Atlas, 2013.
SLACK et al. In: WEICK, K. E. Cartographic myths in organizations. In: HUFF, A. (Org.).
Managing strategic thought. Londres: Wiley, 1990.
TUBINO, D. F. Sistema de Produção: a produtividade no chão de fábrica. Porto Ale-
gre: Bookman, 1999.
TUBINO, D. F. Planejamento e controle da produção: teoria e prática. São Paulo:
Atlas, 2009.
VOLLMANN, T. E.; WHYBARK D. C.; JACOS, F. R.; BERRY, W. L. Sistemas de Planeja-
mento e controle da produção para gerenciamento da cadeia de suprimentos.
5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
ZACCARELLI, S. B. Programação e controle da produção. 8. ed. São Paulo: Pioneira, 1987.
GABARITO

1. C.
2. A.
3. B.
4. E.
5. A figura da visão geral do planejamento mestre da produção permite ilustrar a
relação entre o planejamento estratégico da produção e a programação da pro-
dução. Pois o PMP utiliza o que foi definido no planejamento estratégico da pro-
dução para realizar o desmembramento em planos médio, com isso a empresa
consegue definir a necessidade de colaboradores, máquinas e matérias primas
a serem empregadas na fabricação de itens, podendo se tornar viável ou não o
plano mestre de produção. Sendo viável, todas as informações definidas no PMP
são direcionadas para a etapa de programação da produção, para orientar na
execução das atividades operacionais da empresa em curto prazo.
6. F, V, V, F, F, V, F, F, V e F.

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