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SENADO FEDERAL SF - 201

SECRETARIA-GERAL DA MESA
SECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 24/05/2011

O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco/PSDB – SP) – Sr.


Presidente, pela ordem. Eu gostaria...
O SR. PRESIDENTE (José Sarney – Bloco/PMDB – AP) – V. Exª já
concluiu o seu relatório? (Pausa.)
Muito bem. O parecer preliminar do Relator Revisor, Senador Jorge
Viana, é pelo atendimento dos pressupostos constitucionais de relevância e
urgência e pela adequação financeira e orçamentária da medida provisória.
No mérito, pela aprovação da medida provisória.
Em votação os pressupostos de relevância, urgência e adequação
financeira e orçamentária (Pausa.)
Para encaminhar, tem a palavra o Senador Aloysio Nunes Ferreira,
que pediu a palavra.
Peço aos outros Senadores que desejam encaminhar que...
O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco/PSDB – SP) – Sr.
Presidente, eu gostaria de pedir esclarecimentos ao Relator.
O SR. PRESIDENTE (José Sarney – Bloco/PMDB – AP) – No final do
encaminhamento,ele que dará as informações...
O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco/PSDB – SP) – Ele
apresentou parecer e eu tenho dúvidas sobre algumas passagens. Eu gostaria de
pedir...
O SR. PRESIDENTE (José Sarney. Bloco/PMDB – AP) – Com a
aquiescência do Relator.
O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco/PSDB – SP) – Sr.
Senador, ilustre Relator, V. Exª conhece seguramente a decisão do Supremo
Tribunal Federal na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.048, que suspendeu a
vigência da Medida Provisória nº 405/2007. Essa decisão foi para afirmar que os
créditos extraordinários só podem ser abertos por medida provisória em casos de
imprevisibilidade e urgência mencionados no art. 167 da Constituição.
Nesse art. 167, excepciona-se a regra geral de não cabimento da
medida provisória para matéria orçamentária quando se tratar de créditos
extraordinários para atender às circunstâncias que são de tal maneira urgentes,
imprevisíveis, como, por exemplo, guerra, calamidade pública, ameaça de
convulsão social. Só nessas circunstâncias excepcionalíssimas. São as mesmas

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circunstâncias, aliás, nas quais a Constituição prevê a decretação de estado de


emergência e estado de sítio. Fora isso, não é possível medida provisória para
abertura de créditos extraordinários. Imprevisibilidade absoluta, como no caso de
guerras, convulsão interna, ou algo que fuja à ordem natural das coisas.
Ora, V. Exª numerou, no seu parecer, inúmeras ações que seriam
contempladas por esses créditos que fazem parte de programas do Governo,
estabelecidos há muito tempo. Por exemplo, desde o governo de Fernando
Henrique, existe o programa ProJovem. O Pronasci consta do programa de governo
do primeiro mandato do Presidente Lula. E bolsas de estudo do CNPq? O CNPq
tem 50 anos existência, Sr. Relator Jorge Viana. Medicamentos de alto custo é
também uma ação prevista na lei do SUS. Até o veículo aéreo não tripulado
constou, abundantemente, da campanha da sua candidata à Presidência da
República Dilma Rousseff, e estava previsto há muito tempo. Repasses para a
Telebrás, para implementação da infraestrutura do Programa da Banda Larga
também é algo anunciado há três anos. Cotas do Fundo Internacional para o
Desenvolvimento Agrário, que estão previstas num tratado internacional do qual o
Brasil é parte.
Onde está a imprevisibilidade? Onde estão as circunstâncias de
extrema urgência, semelhantes a guerras, convulsão social, calamidades pública,
que justificassem a edição de medida provisória para aberturas de créditos
excepcionais? E são créditos vultosos, R$ 26 bilhões, que é, na verdade, uma cesta
de créditos que foram contingenciados no Orçamento do ano passado e que são
propostos agora, mas dentro de ações de execução absolutamente previsível,
programada, está nos programas de governo, está prevista na legislação brasileira,
em tratados internacionais. Nada vezes nada justifica este abuso, esta intromissão
em algo que é absolutamente consubstancial da existência do Parlamento, que é
legislar em matéria orçamentária.
Gostaria que V. Exª me esclarecesse, por exemplo, bolsa de estudo
do CNPq. O que isso tem de imprevisível? O que é que isso tem de semelhante
àquelas circunstancias aventadas pelo art. 67 da Constituição, § 3º? Nada!
Veiculo não tripulado, previsto no Governo da Presidente Dilma?
Essas são as perguntas que faço a V. Exª.
O SR. JORGE VIANA (Bloco/PT – AC) – Sr. Presidente...

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O SR. PRESIDENTE (José Sarney. Bloco/PMDB–AP) – Antes de dar


a palavra ao Relator, eu queria registrar a presença, nas nossas galerias, dos
alunos do 9º semestre do Curso de Direito do Instituto Superior de Ensino e
Pesquisa de Ituiutaba, Minas Gerais.
Muito obrigado pela presença.
V. Exª tem a palavra, Senador Jorge Viana.
O SR. JORGE VIANA (Bloco/PT – AC) – Sr. Presidente, muito
obrigado.
Meu caro, Senador Aloysio, primeiro eu gostaria de informar a V. Exª
que a decisão a que V. Exª se refere, do ano passado, teve um posicionamento
final no voto da Ministra Ellen Gracie neste ano de 2011, o que não acata a
inconstitucionalidade levantada em cima do art. 167.
O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco/PSDB – SP) – Vamos
saber por que é imprevisível...
O SR. JORGE VIANA (Bloco/PT – AC) – Mas eu vou passar às mãos
de V. Exª e vou entrar no mérito da sua observação. Como V. Exª não estava aqui
no ano passado, e nem eu, talvez a presença dos competentes e atuantes
Senadores Demóstenes e Alvaro Dias nos ajude. A imprevisibilidade desta medida
provisória – aliás, eu queria me somar ao senhor –, esta é a maior medida
provisória da história. Então, eu não estou retirando parte do que V. Exª falou.
O SR. ALOYSIO NUNES FERREIRA (Bloco/PSDB – SP) – Vinte
bilhões.

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