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RHEALEZA
presents

Staff
Tradução: Himerus
Revisão Inicial: Hera/Diana
Revisão Final: Luma
Leitura Final: Aurora
Formatação: Cibele
Rhealeza Traduções

08/2017

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BOSS ME
Eva Grayson
SINOPSE

E se alguém conhecesse suas mais profundas e sombrias fantasias?

Admita.

Você também já fez isso.

Manteve um diário.

Escrevendo seus pensamentos mais safados, mais privados e suas fantasias.

Dizendo toda a verdade sobre alguém, e até planejando como seria se essa
pessoa quisesse você também.

A única diferença é que minha paixão secreta é meu chefe. Meu sombrio,
ardente, dominador, e totalmente fora do limite. E agora ele encontrou o meu
diário. O livro secreto onde escrevi todos os pensamentos sórdidos que já tive
sobre ele.

Mas ao invés de me demitir, ele está fazendo algo pior.

Ele está me fazendo realizar.

Toda fantasia sexual indecente que eu já tive. E acontece que ser mau nunca foi
tão bom.

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CAPÍTULO 1
Emme

Que droga! Não consigo tirá-lo da cabeça.

Eu mordisco a minha caneta e dou outra olhada furtiva para a porta onde
Dane Rossi está, provavelmente, escondido atrás de sua mesa de mogno maciça,
examinando uma pilha de papéis. Meu chefe é um perfeccionista, com um terno
cinza imaculado e cabelo castanho de corte baixo, sorriso acolhedor e reluzente
para os clientes, é claro, fabricado, mas bastante crível para aqueles que não
sabem como eu, que é tudo apenas uma máscara.

Algo sobre essa elegância fria, disfarçando algo que eu suspeito ser mais
profundo, algo que imagino que poucas pessoas chegam a ver só me faz querê-lo
ainda mais.

É ridículo o quanto o homem mexe com meu sangue. Ridículo e beirando


o embaraçoso. Mas eu não consigo parar de fantasiar sobre sentir suas mãos
grandes na minha pele nua. Sua boca quente acariciando a minha. Nenhuma vez
ele olhou para mim com uma pitada de calor em seus olhos, não que eu tenha
visto, de qualquer maneira. Essa minha paixão estúpida está ficando fora de
controle, mas eu sou impotente para parar esses sentimentos.

As luzes foram desligadas uma hora atrás, desde que a última pessoa no
edifício saiu, exceto Dane e, consequentemente, por extensão, euzinha - sua
assistente pessoal. Então, eu estou sentada na minha mesa do lado de fora do
escritório de Dane, às oito horas, em uma noite de quarta-feira, sem uma vida
social real, trabalhando com uma única lâmpada.

Em mais um esforço fútil para parar de pensar no meu chefe, eu olho


atentamente no livro aberto à minha frente, até que meus olhos quase fiquem
vesgos. Eu não posso me concentrar em meu dever de casa agora, e eu terminei
todos os meus trabalhos regulares a meia hora, então não há mais nada a fazer. O

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silêncio aqui é ensurdecedor, tão diferente de como é durante o dia. Não há
nenhum pio atrás da porta. Ele saiu escondido sem que eu soubesse?
Provavelmente não, uma vez que ainda há um brilho suave vindo da fresta
debaixo de sua porta.

Meus dedos coçam para alcançar a minha bolsa, para pegar o meu diário e
derramar todos os meus pensamentos sobre este dia. Não, não aqui, eu digo a
mim mesma. É perigoso o suficiente que eu o carregue comigo. Mas desde
criança, o diário tem sido a minha forma de aliviar o stress, resolver os meus
problemas e purificar os meus segredos. Além disso, é muito mais barato do que
terapia. E há momentos em que não posso esperar até chegar a casa à noite para
expor minha alma a alguém, algo, qualquer coisa.

Depois de mais dez minutos terem passado, com as palavras no livro ainda
borrando diante dos meus olhos, eu cedo e pego o meu diário. Eu abro o diário
em uma nova página, e escrevo a data no topo.

Hoje foi... Interessante.

Eu paro, e passo meus dedos ao longo da borda de couro da capa


desgastada e macia pelo uso contínuo. Eu continuo rabiscando no papel grosso do
diário.

Minha aula da manhã foi cancelada porque o professor ficou doente, e


não puderam encontrar um substituto a tempo, então, eu sentei no gramado com
uma xícara de café, e observei todos no campus. Todas essas moças juntas, rindo
e usando roupas apertadas para chamar a atenção. Eu não me sinto como uma
delas. Mesmo quando eu estava na graduação, eu nunca me conectei com outros
da minha idade, mas parte disso provavelmente foi por minha culpa, tenho
certeza. Principalmente por não ir a festas ou socializar fora da aula, mesmo que
eu tenha recebido alguns convites no primeiro ano. Mas eu não poderia
simplesmente abandonar meu irmão para me divertir, não é? Enfim, Robert e eu...
Bem, as coisas não são típicas em nossa vida doméstica, mas eu acho que fizemos
isso funcionar. Embora ele pudesse pensar de outra forma alguns dias - nos dias
ruins e escuros onde o passado não o deixa ir.

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De qualquer forma, quando cheguei ao trabalho e entrei em nossa
reunião diária para tomar notas, Dane ficou chateado com Carl, que não havia
completado a pesquisa de cor com um de nossos novos clientes, uma grande
corporação que nós recentemente conseguimos obter de uma enorme firma de
design - Uma enorme conquista da nossa parte. Carl é preguiçoso, e ele teria sua
bunda totalmente chutada. Eu não posso contar o número de vezes que esse
careca tentou esfregar seu trabalho na minha cara, agindo como se ele estivesse
me fazendo um favor, dando-me a “experiência real de negócios”. Muito
obrigada, idiota. Eu posso não ter sua idade, e não, eu não terminei a minha
faculdade ainda, mas eu não sou uma idiota. Eu odeio que ele me trate como
uma. Como se eu fosse uma escrava para fazer toda a merda que ele pensa estar
abaixo dele.

De qualquer forma, quando Carl admitiu gaguejando que ainda não havia
feito seu trabalho, a voz de Dane saiu como um rosnado baixo, quase inaudível. Eu
podia ver um lento latejar no pulso na lateral do pescoço dele. Seus olhos
fecharam por penas uma fração de segundos, e as narinas dele dilataram. Mas ele
não gritou com Carl, nem uma vez.

De alguma forma, o homem é muito mais... Perigoso, quando sua raiva


está silenciosamente controlada. Como se a emoção reprimida estivesse
adormecida, apenas esperando por uma oportunidade para ser liberada. Será que
ele alguma vez a libertou? Será que ele vai para casa e soca um saco de pancada,
ou corre, ou bebe? Como ele elimina o estresse do dia?

Quando ele calmamente entregou a Carl a pesquisa, eu não conseguia


parar de olhar para ele. E... Minha calcinha ficou molhada. Eu sei, é loucura, e me
sinto super envergonhada ao admitir isso. Mas é verdade. E se eu não posso lhe
dizer, meu querido diário, a quem mais posso confessar meus pecados mais
obscuros?

Eu não sei por que ele me deixa tão excitada quando está chateado assim.
Talvez seja porque há uma faísca de realidade em seus olhos sempre que ele fica
assim, não apenas aquela pessoa formal e impessoal que ele impõe ao nosso
redor, no escritório. Mas eu imagino o que sentiria se Dane descarregasse além do
ponto de ebulição e, em seguida, eliminasse toda sua frustração, batendo-me

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contra a parede da sala de reuniões e me fodendo. Golpeando-me repetidas vezes
até que eu estivesse dolorida e completamente satisfeita, implorando-lhe para
parar, mas realmente não querendo isso, é claro.

Porque se ele alguma vez me olhasse com algo mais do que cortesia
profissional, se ele alguma vez colocasse as mãos no meu corpo, eu nunca pediria
que ele parasse.

Eu paro de escrever e pressiono uma das mãos nas minhas bochechas


quentes. Bastou pensar sobre isso para fazer a pulsação abaixo do meu ventre
retornar, e eu luto para controlar a minha respiração e mantê-la em silêncio.
Morder o lábio inferior ajuda a controlar minhas emoções desenfreadas.

Esse desejo por Dane está ficando fora de controle. Eu não posso acreditar
nos sentimentos que ele tira de mim. Nenhum homem jamais me fez sofrer e
ansiar assim, como se meu corpo fosse fogo e gelo ao mesmo tempo. Apenas
estar em uma sala com ele me faz latejar por todos os lados, me faz sentir febril.
Eu tento muito manter a calma, a compostura em torno dele, assim, ele nunca
adivinhará o que eu estou pensando.

Na verdade, para ser sincera, eu não sei por que me incomodo em


esconder como me sinto. Dane não vai me notar dessa maneira – ele nunca notou
até agora. Eu não sou insanamente sexy. Eu não tenho peitos enormes, redondos
ou pernas super longas, ou cabelo brilhante, ou um estilo sedutor como algumas
das meninas que passam para chamá-lo para um encontro ou o que quer que seja.
Eu não sou espirituosa, charmosa e dinâmica.

Eu sou apenas, eu.

Não é que eu não esteja orgulhosa de quem eu sou - eu trabalho duro na


faculdade e no escritório, e sou honesta e atenciosa. Mas ele e eu estamos a
quilômetros de distância. Mundos diferentes.

E mesmo que acontecesse dele me ver como mais do que uma simples
garota, ele é meu chefe. Nada pode acontecer conosco, então, eu acho que é bom
que ele nunca me note. Mas isso não me impede de querer como se fosse o ar

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para respirar. Isso não vai me impedir de escrever todas essas fantasias, mesmo
que seja para purificá-las de mim. Talvez algum dia eu possa expuls...

Meu celular vibra, me assustando. Eu solto a caneta e luto para pegar


meu telefone, fechando o diário. O número de casa aparece no identificador de
chamadas do meu celular.

—Ei, Robert. —Digo de forma uniforme, lutando para reter minhas


emoções errantes profundamente dentro do meu coração. Meu irmão não tem
ideia do que eu sinto por Dane. Ninguém tem. E ninguém jamais terá. Eu me
levanto da minha mesa e vou para o banheiro das mulheres, onde eu posso falar
com ele em privado por um minuto. Não que eu pense que Dane escutará, mas eu
não o quero sabendo que eu estou atendendo uma chamada pessoal quando
ainda estou no trabalho, mesmo que seja apenas ele e eu aqui. Uma vez que
Robert sabe que não pode me ligar enquanto estou no escritório, algo deve estar
errado para ele fazer isso agora. —Você está bem, mano? O que está
acontecendo?

Ele exala em voz alta, e eu não posso evitar a sensação de desconforto


que se instala instantaneamente em meu peito, embora eu tente lutar contra a
fraqueza nos joelhos. —É só... É tarde, e você não está em casa ainda.

Eu engulo e torno minhas próximas palavras neutras, calmantes. —Eu


sinto muito. Eu não percebi que eu estava no trabalho há muito tempo. Dane
ainda está aqui, e você sabe que eu não posso sair até que ele se vá.

Essa era uma das regras claras quando eu fui contratada - Dane não vai
me dar nenhum minuto a mais de trabalho do que ele já dá, mas se ele estiver
aqui e eu não estiver no campus, então fico aqui também, uma vez que ele
depende imensamente da minha ajuda para ter sua vastidão de tarefas feitas. Na
maioria das vezes não ficamos até muito tarde, mas há noites ocasionais, que ele

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me mantém queimando vela 1 até meia-noite. É assim que é quando seu chefe é o
dono da empresa.

O salário é bom o suficiente para cobrir as despesas da terapia de Robert,


uma vez que o meu seguro não cobre, e seu seguro desemprego não é o
suficiente, então, eu não posso reclamar. Para não mencionar que este trabalho é
o meu sonho, decoração de interiores e renovação. Desde que comecei na Rossi
Design há seis meses, tenho estado no meu melhor comportamento, calmamente
absorvendo tudo o que posso.

—Eu estarei em casa em breve. —Eu prometo ao meu irmão, que


responde com um desapontado humff.

—Certo. Sim, tudo bem.

Talvez eu possa me aproximar de Dane apenas uma vez, e pedir para sair
mais cedo, com a promessa de não fazer disso um hábito. Eu tenho sido boa com
os seus desejos até agora. Eu posso ouvir um tom baixo na voz de Robert que faz
meu estômago revirar. Ele tem estado tão alegre ultimamente, mais parecido
com o seu antigo eu. Eu não quero que ele afunde naquela escuridão. Levou
semanas para tirá-lo da última vez.

Eu forço meu tom a soar otimista. —Ei, vou levar comida para casa. O que
você quer?

—Não estou com fome.

Eu mordo meu lábio inferior para lutar contra a onda de frustração, e


forço uma respiração lenta por minhas narinas. Seu médico me avisou sobre essas
alterações de humor, e eu preciso passar por isso. Tenho de ser paciente.
Eventualmente ele vai sair dessa. E me aborrecer com seu humor, só vai piorar as
coisas. —Me dê cinco minutos, e eu vou para casa. E vou levar pizza, sem
discussão. Você tem que comer. Além disso, você prometeu que assistiríamos ao
nosso programa esta noite. Você não pode furar comigo.

1 Expressão antiga usada quando não havia luz elétrica. As pessoas ficavam até tarde queimando vela.

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Sua voz assume um tom mais leve, embora com um pouco de má
vontade. —Bem, sim, eu me lembrei de gravar o programa para você. Parece uma
boa esta noite.

—Obrigada. Eu aprecio isso. —Entre trabalho, pós-graduação e estudar,


raramente vejo televisão. Então eu faço um esforço para assistir a shows gravados
com Robert quando eu posso. —Ok, eu vou. Vejo você em breve. Encontre seu
apetite, porque eu estou levando para casa a maior pizza que puder encontrar.
Aposto que posso comer mais fatias do que você.

Isso gera uma risada, que alivia parte daquela persistente tensão no meu
peito. —Acho que tenho que defender o meu título. Bem. Estamos combinados.

Nós desligamos, e eu guardo meu telefone no bolso da calça. Respiro


fundo para me estabilizar. Eu fui uma empregada dedicada desde que comecei.
Certamente desta vez vai ficar tudo bem, certo? Eu trabalhei duro para manter
minha vida pessoal e profissional separadas, então, ninguém sabe sobre a
condição de Robert. Deus sabe que ele não quer piedade, e eu também não. Mas
é minha responsabilidade cuidar dele, e a vida é mais do que apenas trabalho.
Meu irmão precisa de mim.

Recolho minhas coisas, pego meu casaco, e bato na porta de Dane com
minha desculpa na ponta da língua.

Nenhuma resposta para minha batida.

Ele já saiu? A luz ainda está acesa, mas talvez ele tenha esquecido se de
desligá-la. Ou talvez ele saiu quando eu estava no banheiro.

Dane costuma me dizer adeus quando sai, mas é possível que nossos
caminhos não se cruzem. Talvez ele já tenha ido embora, e eu posso ir também.
Antes que eu pense muito nisso, vou para os elevadores e aperto o botão,
deslizando no meu casaco. Depois de um momento as portas se abrem e eu
entro, enrolando meu cachecol em volta do meu pescoço.

Vou enviar-lhe um e-mail assim que eu chegar a casa, explicando que eu


tinha que ir. E caso Dane fale qualquer merda sobre eu ter saído, bem, vou

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apenas dizer-lhe que pensei que ele já tivesse ido, desde que eu bati à sua porta e
ele não respondeu. Que ele discuta comigo sobre isso. Eu ignoro o redemoinho
em meu estômago e digo que tudo vai ficar bem. Ele é um homem razoável, e eu
não tinha nada para fazer, de qualquer maneira. Por que ele iria querer me pagar
para ficar à toa?

Passei pelo estacionamento vazio, banhado pelas luzes douradas dos


postes; entro no meu pequeno carro sedan e tremo. O ar já está dando aquela
mordidinha fria de outubro, prometendo um inverno rigoroso na Nova Inglaterra.
Minha respiração sopra na frente do meu rosto enquanto coloco o carro em
marcha. Saio do estacionamento e vou para casa.

*****

—Eu vi online o que acontece no final do episódio. Apenas espere. —Meu


irmão diz com um sorriso presunçoso enquanto se afunda no canto do nosso sofá
cinzento. Com a mão direita, ele dobra outra fatia de pizza e a devora.

Eu passo as opções de menu do DVR, e seleciono o show. Passa um


comercial sobre limpeza de banheiro.

—Não se atreva a estragar isso para mim. —Eu digo com os olhos
entrecerrados e consternação fingida, dando uma enorme mordida na pizza de
queijo. —Você é muito ruim para isso. — Ainda assim, estou feliz por ver que seu
mau humor não durou muito, e parece estar diminuindo rapidamente. Talvez
tenha sido apenas uma aparição ligeira e temporária. Isso faz eu me sentir melhor
por seguir meu instinto e voltar para casa.

Antes que eu pudesse esquecer, pego meu telefone e envio a Dane um e-


mail rápido. Peço profundas desculpas, dizendo-lhe que vou estar lá amanhã bem

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cedo, e vou compensar a qualquer momento se ele achar que preciso, em
seguida, assino e envio.

Deixo o meu telefone na mesa ao lado, e enrolo os meus pés em nossa


grande e confortável poltrona, que deve ter uns bons dez anos. Nosso
apartamento não é preenchido com coisas caras, mas é acolhedor, e é um lar.
Nossa mãe fez o cobertor acolchoado verde e azul que está no meu colo antes de
morrer alguns anos atrás. Uma verdadeira relíquia de família, um tesouro. É
macio e desgastado, o último projeto que ela fez para se distrair durante uma
brutal rodada de quimioterapia.

Meu irmão se encolhe e coloca sua fatia de pizza no prato, esfregando a


parte do braço esquerdo, que foi removida logo abaixo do cotovelo.

—Você está bem? — Eu jogo o cobertor de lado e levanto. —Precisa de


remédio para a dor? Eu posso pegar.

—Está tudo bem. —Ele diz com um gemido enquanto esfrega a carne
nodosa e cicatrizada. —Tomei um ibuprofeno antes de chegar em casa. Basta um
pouco mais de tempo para melhorar.

Franzo o cenho e sento-me na poltrona.

O show volta depois de mais um minuto, e minha mente vaga enquanto


eu penso sobre todas as coisas que eu preciso fazer amanhã. Eu deveria fazer
uma lista para ir ao supermercado e pegar coisas para o jantar para o resto da
semana. Além disso, há as contas que eu não paguei ainda, e os pneus do carro
parecem estar um pouco vazios...

Pego minha bolsa ao lado da poltrona para tirar uma caneta e papel.
Então eu paro, a mão congelada no meio da bolsa.

Onde está o meu diário?

Abro a bolsa grande e reviro dentro, meu estômago em um nó apertado


de ansiedade. Oh Deus, eu não. Eu não deixei isso no trabalho. Não, eu não
poderia.

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Minha garganta fecha.

Sim, eu deixei.

Merda. Merda.

Rigidamente, coloquei minha bolsa para baixo e olhei cegamente para a


TV, não querendo que meu irmão notasse a minha preocupação. Não acredito
que fiz isso. Como eu pude ser tão estúpida?

Talvez Dane não o encontre. Ou se ele fizer talvez ele seja um cavalheiro e
não olhe. Certamente ele respeitaria minha privacidade, não é?

Além disso, ainda há a chance de que ele tenha ido antes de mim, e se eu
chegar amanhã cedo o suficiente posso recuperar meu diário antes que alguém
saiba sobre a sua existência.

Parte de mim está tentada a dirigir todo o caminho de volta apenas para
buscá-lo, mas eu me convenço a ficar. Já passa das nove horas da noite. Não há
nenhuma maneira de ele ainda estar no escritório; desde que eu comecei a
trabalhar para ele, nunca estivemos até tão tarde, já que ele muitas vezes opta
por levar o trabalho para casa com ele e terminar lá. Estou sendo paranoica. Além
disso, o meu crachá não vai funcionar para entrar depois das seis horas da tarde,
então, de qualquer maneira, eu não posso esgueirar-me.

O dado foi lançado, e eu só tenho que esperar que tudo esteja seguro.

Naquela noite na cama, fiquei acordada por horas, até que a sedutora
atração do sono finalmente me puxasse. A última coisa que vi foi o rosto de Dane.
Nojo e decepção estampavam profundamente em seus olhos pelo que ele leu em
meu diário, antes que ele me demitisse do trabalho.

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Capítulo 2
Dane

—Emme. —Eu grito enquanto carrego uma caneca cheia de café, virando
a esquina para voltar para meu escritório. —Você vai trazer as especificações para
a remodelação Sanderson? —Eu pisco quando vejo que sua mesa está vazia.

Ela saiu? Eu não disse que ela poderia ir.

Eu afasto meu súbito flash de frustração e olho para o meu relógio. Já é


bem depois das oito horas. Eu não queria ficar no trabalho por tanto tempo; o
tempo voou enquanto eu tinha a minha cabeça enterrada no trabalho de design.
Ainda assim, não é como se ela pudesse sair sem me avisar, especialmente
porque eu não a dispensei pelo dia. Talvez haja uma mensagem para mim em sua
mesa.

Meus sapatos soam através do piso quando paro em frente de sua mesa
arrumada. A lâmpada ainda está acesa, e há um livro de couro vermelho
encadernado por sobre uma pilha de papéis. Empurro-o de lado e vejo a papelada
de Sanderson bem no topo. Abaixo minha caneca de café para que eu possa
pegar os papéis.

Meus olhos se voltam para aquele livro vermelho. O que é isso? Ela
deixou alguns de seus trabalhos de casa para trás? Abro-o em uma página
aleatória.

Entrou ontem vestindo uma calça preta que moldava a sua bunda... E seu
enorme pacote. Eu não conseguia parar de olhar para ele. Pensei que ele me
pegou olhando para sua virilha na parte da tarde quando ele se levantou de sua
mesa, mas eu acho que ele não notou. Por pouco, ufa!

Eu pisco surpreso, parando. Isto é... Um diário? A inocente, doce Emme


Williams, escrevendo sobre estar olhando para o pau de algum cara? Algo sobre o

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choque dessa realização faz meu próprio pau contorcer, enquanto meu estômago
sente uma fisgada.

Eu deveria parar. Isso não é da minha conta e, claramente, é pessoal.


Alguma parte remota da minha consciência diz que eu deveria ir embora e fingir
que nunca vi esse diário.

Mas ignorar as coisas não me levou onde estou agora.

Além disso, ela o deixou em sua mesa, onde qualquer um poderia pegá-lo
e olhar. Quem é o cara de quem ela está falando? Alguém na faculdade? Poderia
muito bem ser, ou um colega de trabalho aqui.

Uma imagem mental dela curvada sobre o diário, escrevendo sobre


algum idiota do escritório, os cachos macios e marrons caindo sobre sua
sobrancelha enquanto ela coloca um fio atrás de sua orelha com seus dedos
delgados, faz meu peito apertar. Eu não deveria me importar que ela tenha uma
queda por alguém. Ela é minha assistente, porra. Ela tem apenas vinte e cinco
anos, ainda na faculdade, calma e educada, praticamente carne fresca.
Totalmente não meu tipo.

Nada disso me impede de pegar o diário e colocá-lo de volta no topo da


papelada Sanderson. Eu digo à minha consciência para ir para o inferno, e fecho a
porta do meu escritório atrás de mim.

Eu consigo me concentrar no meu trabalho por mais uma meia hora, mas
o diário vermelho continua atraindo minha atenção. Todos os seus segredos, bem
ali, ao meu dispor.

O que eu sei sobre Emme, além de ser uma trabalhadora dedicada? Ela
está cursando pós-graduação em administração de empresas, depois de obter um
Bacharelado em design de interiores. Ela é pequena e curvilínea, com cabelos
castanhos bagunçados que nunca parecem ficar arrumados. Seus lábios curvam-
se em um dos cantos de sua boca, e ela tem covinhas profundas. Ela é quieta, mas
seus olhos transmitem consideração, e eu posso dizer que ela é uma boa
aprendiz.

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E ela derramou suas entranhas em um diário que eu não consigo me
impedir de me aproximar para pegar.

Depois de um olhar furtivo à porta do meu escritório, abro o diário e


começo a ler.

Meia hora mais tarde meu pau está tão duro, que está gritando para ser
liberado de minha calça. O sangue está rugindo em minhas veias, e meu coração
não para de correr. Puta merda, a safadeza que Emme escreveu sobre mim...
Quem imaginaria? Quem imaginaria que aquela garota tranquila tem fantasias
tão intensas?

Alguém em toda a minha vida já expressou brutalmente sentimentos


angustiantes e honestos sobre mim? Com certeza a minha ex-esposa não, ou
qualquer uma dessas mulheres que eu saio em encontros. Elas são muito
parecidas comigo, sempre com o cuidado de não dar a verdade ao outro para não
baixar a guarda. Ninguém ultrapassa a nossa fachada; nada de mostrar as
vulnerabilidades. Somos suaves, educados e encantadores. Algo que sempre
elogiei.

Mas não Emme. Ela derrama seu coração nas páginas, sem medos, sem
vergonha. Apenas emoção crua, ali mesmo nas suaves curvas de sua escrita.

Eu aprendi mais sobre Emme e sua vida nestas páginas do que eu me


preocupei em aprender sobre qualquer outra mulher em anos. E as numerosas
descobertas sobre mim e as muitas falhas em meu caráter me envergonham, me
humilham.

Causa-me uma pontada de culpa.

Claro, uma pequena parte de mim se pergunta se ela deixou isso de


propósito para eu encontrar. Como se esse diário fosse uma mensagem para
mim, ou algo assim. Mas eu não penso assim, é ilógico ela fazer isso. Se ela
estivesse me enviando uma mensagem, eu não acredito que ela deixaria aqui fora
para que qualquer pessoa no escritório pudesse ver. Para não mencionar as
complicações de RH que vêm de sua entrega tão intensa, dos pensamentos

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sexuais com seu chefe. Ela não arriscaria seu trabalho desta maneira - eu sei que
não.

Sim, eu realmente não devia ter olhado, não deveria ter invadido sua
privacidade assim. Inferno, eu nunca sequer me permiti pensar nela assim -
como... Uma mulher de carne e osso. Não apenas uma funcionária. O escritório
não é um lugar para brincar; onde se ganha o pão não se come a carne. Depois de
crescer vendo o meu pai afundar o seu pau em mais secretárias do que eu
poderia contar, eu cravei esse lema no coração.

E eu nunca fui mais tentado a quebrá-lo como estou agora.

Meu olhar vai para uma escrita recente enquanto eu o releio, deixando as
palavras afundarem.

Meus dedos simplesmente não conseguem me satisfazer da maneira que


preciso. Não ajuda que quando eu estou no trabalho e vejo as mãos de Dane, eu
imagino que ele me segue para o banheiro, nos tranca em uma cabine, e empurra
suas mãos em minha calcinha enquanto eu mordo seu ombro para ficar quieta. E
ele me faz gozar e gozar por todo seu dedo, e depois os lambe.

Sou louca ou estranha por querê-lo tanto?

A coisa é... Isso não é apenas físico. Quero dizer, não me interprete mal.
Ele é tão gostoso. Mas ele é muito inteligente também, e eu acho isso tão sexy
quanto sua aparência. Ele é culto e interessante, além disso, ele tem um senso
intuitivo de design que é impecável. Todo mundo quer ser o centro de sua
atenção, o objeto de seu louvor. Quem pode culpá-los? Quando esses olhos se
concentram em você, você é engolido inteiro pela sua intensidade e inteligência.

É de se admirar que ele esteja sempre em minha mente?

O que eu não daria para que sua atenção voltasse para mim, apenas uma
vez. Para ele me dizer naquela voz baixa e sensual todas as coisas perversas que
ele faria comigo. De vê-lo, eu posso dizer muito sobre ele, como ele é completo em
tudo o que ele faz. Aposto que ele é assim como amante. Metódico. Intenso.

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Eu aposto que ele me faria sentir como a mulher que eu sou no interior,
não aquela que todo mundo vê do lado de fora.

Eu sinto sua emoção, seu desejo derramando da página, e meu coração


aperta em desconforto. É uma coisa perigosa que estou começando a pensar
aqui. Porque eu não posso estar considerando a ideia de ter relações sexuais com
Emme. De fazê-la sentir-se da maneira que ela merece sentir. Bonita. Desejada.

Nenhum homem realmente tomou tempo para dar-lhe o que ela precisa?
Que vergonha! Um crime, realmente.

Eu poderia ser um bastardo intrometido por ler este diário, mas eu sou
um bom amante, e sabendo que posso dar a Emme o que ela quer e precisa -
talvez até mais do que ela esperava, toca algo profundamente dentro do meu
peito.

—Não. —Eu digo em voz baixa, fechando o diário. De jeito nenhum. Não
vou fazer sexo com ela. É pouco profissional. É antiético. Sou o chefe dela, porra.
Eu não posso tirar proveito dela assim. Ela sabe disso, e eu sei disso. Inferno, ela
não espera que isso aconteça, e com toda a razão.

Mesmo que suas palavras estejam praticamente implorando-me para dar-


lhe tudo o que ela anseia, mostrar-lhe o quão bom é ter sexo quente e safado.
Pelo resto da minha vida, eu sei que nunca esquecerei as coisas que ela escreveu
aqui. As fantasias que ela teve sobre nós. Eu realmente deveria ser forte o
suficiente para resistir a uma tentação tão deliciosa?

É esta a luta que meu pai enfrentou? Pela primeira vez em toda a minha
vida, uma parte de mim o vê com uma luz um pouco menos desdenhosa,
perguntando-me se talvez tenhamos mais em comum do que eu pensava.

Então, me lembro do rosto manchado de lágrimas da sua última


secretária quando ele terminou com ela - e depois a despediu - e meu estômago
se agita. Mesmo que a minha mãe não soubesse a extensão de sua
promiscuidade, eu aposto que ela suspeitava. Apenas uma das razões que eu
deixei de trabalhar na sua empresa de design e comecei a minha própria há vários
anos. Eu não poderia mais ser arrastado por suas escolhas sórdidas de vida.

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Eu tomo um grande gole de café enquanto meu cérebro guerreia consigo
mesmo sobre como lidar com a situação. Meu e-mail apita e, falando do diabo, há
um e-mail de desculpas de Emme, explicando que ela teve de sair mais cedo
devido a uma situação familiar. Nenhuma menção do diário, nem sequer uma
dica, o que me faz acreditar que, deixar o diário, foi acidental.

Eu solto um grande suspiro e passo minhas mãos através de meu cabelo.


O que diabos eu vou fazer?

Um cavalheiro, um homem honrado, devolveria o diário e fingiria que


nunca o viu. Ele passaria todos os dias com ela sendo educado e distante como de
costume. Ou talvez ele a transferisse para outro departamento da empresa para
que não houvesse a tentação de quebrar todas as suas regras importantes e
impostas.

Quero ser um cavalheiro, um homem honrado.

Desligo meu computador rapidamente, saio do prédio, e vou para o


estacionamento, voando pelas ruas escuras para o meu condomínio. Todo o
tempo, as palavras perversas de Emme me perseguem. Não consigo tirar a
imagem de nós dois da minha cabeça. Dobrando-a sobre sua mesa. Fodendo sua
boca na sala de conferências, dedos cavando em seu couro cabeludo, seus cachos
entrelaçados em torno de minhas mãos. Deus, a safadeza que quero fazer agora...
Engraçado como eu nunca pensei nela até este momento, mas vendo todos os
seus pensamentos perversos no papel, abriu as comportas de meus próprios
sentimentos latentes e surpreendentes.

Não há como eu possa voltar a vê-la do jeito que eu costumava. Agora eu


sei o que passa por baixo dessa superfície serena e calma dela.

E ainda mais desconfortável, ela parece saber exatamente o que se passa


por baixo da minha, ou pelo menos tem uma pista que há mais em mim do que o
que eu mostro a todos.

*****

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Uísque não ajuda. Nenhum pouco.

Eu apoio meus pés em cima do meu estofado e tomo um grande gole do


meu copo, saboreando a queimadura enquanto desliza pela minha garganta até
meu estômago. A luz em meu escritório está apagada, e um jazz tranquilo toca ao
fundo. Minha rotina normal depois de um longo dia para relaxar e sair do
ambiente de trabalho, mas não está funcionando. Tenho ostentado uma semi-
ereção pela última hora, e não preciso dizer que não é a coisa mais confortável.

—Foda-se. —Murmuro enquanto me levanto e ajeito meu pau para o


lado, de modo que não fique apertado em minha calça. Isso é estúpido. Eu me
recuso a deixá-la sob minha pele.

Se atenha ao plano. Eu não posso me dar ao luxo de ficar distraído ou


desviar minha atenção para algo que tem o potencial de me tirar da linha. Eu não
serei como ele.

Eu coloco outro CD, um com uma batida forte, um metal pesado, e


derramo mais dois dedos de uísque no meu copo. Eu tomo um longo gole.

Isso sim. O álcool finalmente infiltra-se em meu sistema, relaxando meus


membros e entorpecendo meu cérebro. Obrigado, porra. Talvez isso vá tirar os
pensamentos da boca sexy de Emme da minha cabeça. E com isso, meu pau volta
à vida.

A tentação é demais. Depois de colocar meu copo em uma mesinha


lateral, eu abro minha calça e agarro meu pau, bombeando para cima e para
baixo. O sangue bombeia com força nas minhas veias, e minha respiração começa
a falhar. Meu estômago aperta com a necessidade. Eu me imagino prendendo-a
na parede do banheiro, exatamente como ela descreveu em seu diário. Fodendo-
a, sussurrando em seu ouvido e fazendo-a tremer. Lambendo seu gozo depois
dela explodir em minha mão. Meu pau dói e fica ainda mais duro, e aperto meus
dedos até que seja quase doloroso.

Eletricidade estala através de mim, rápida e repentina, e minhas bolas


apertam.

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Oh, as coisas que eu poderia fazer com aquela boca...

Tão malditamente perto agora. Eu paro de respirar e bombeio mais


enquanto pré-sêmen vaza no topo da minha mão, escorrendo pelo meu pau.
Penso sobre ela de joelhos, aqueles olhos enormes olhando para mim enquanto
eu penetro sua boca e esfrego a cabeça do meu pau no fundo de sua garganta, e
é isso. Eu explodo com um gemido alto, o sêmen pulverizando em um arco forte
para salpicar minhas coxas.

Demora um minuto para o meu corpo parar de tremer com a


necessidade, para a minha mão apertada soltar.

Eu me inclino para trás na cadeira, corpo cansado, mas nem perto de


estar satisfeito.

Porra. Emme pode ser um problema maior do que eu jamais teria


imaginado.

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Capítulo 3
Emme

Eu não tenho certeza se eu já estive tão nervosa em toda a minha vida.

Minha mão treme tão forte, que leva três tentativas para conseguir que o
meu crachá passe no leitor. Como meu acesso não me permitia entrar antes das
seis da manhã, tive que esperar para entrar. Dormi muito mal na noite passada e,
finalmente, me levantei pouco antes das quatro, desistindo da luta. As duas
últimas horas, basicamente, eu olhei para o relógio, torcendo para a hora passar
mais rápido. Sim, isso não é nervosismo ou nada.

Vai melhorar quando eu tomar o meu café.

O corredor está escuro quando o elevador se abre, e apenas algumas


pessoas, de olhos cansados e sonolentos, estão no escritório agora, segurando
canecas de café como se suas vidas dependessem disso. Sigo para a minha mesa,
e quando vejo o diário vermelho, meus pulmões exalam com força.

Eu quase caio de alívio. Está aqui. Está tudo bem. Os nervos que estavam
me comendo viva desaparecem, e todos os nós em minhas costas afrouxam. Meu
segredo ainda está seguro.

Depois de enfiar o diário cuidadosamente na minha bolsa e fechá-la, eu


me instalo na minha mesa e abro meu e-mail, que eu estava nervosa demais para
ler ontem à noite em casa. Dane deu a sua habitual resposta abrupta à minha
mensagem, dizendo que estava bem. Nenhuma menção ao diário. A última das
minhas tensões diminui. Para a próxima hora eu leio mais e-mails, respondendo
perguntas aleatórias dos clientes, agendando reuniões para Dane, até que ele
chega ao escritório, vestindo um terno preto que parece feito sob medida para
sua forma esbelta.

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Meu rosto explode em chamas de culpa. Não, ele pode não ter lido
minhas palavras, mas eu sei o que eu escrevi, e eu sei a maneira como meu corpo
vibra quando eu olho para ele.

—Bom dia, Dane. —Murmuro educadamente quando ele passa pela


minha mesa.

Ele me lança o mais breve dos olhares. —Bom dia, Emme. —Nada em seu
rosto ou em sua linguagem corporal indica qualquer estranheza. Ok, ele parece
um pouco mais reservado do que o habitual, mas muitas vezes é assim na manhã,
quando ele está com pressa para começar seu dia. Também poderia ser uma
pitada de irritação residual por eu ter saído ontem à noite, mesmo que ele
dissesse que estava bem.

Dane vai direto para o escritório dele sem olhar para trás, para mim, e a
porta se fecha atrás dele.

Meu coração dispara sobre uma clara demissão, e eu instantaneamente


começo a tremer com o pensamento. Só porque eu estou tendo esses
sentimentos conflituosos com ele, não significa que ele sinta algo em troca, ou
pensa sobre mim de qualquer outra forma que não relacionada ao trabalho. É
ridículo esperar o contrário.

Na verdade, é bom que ele esteja me tratando normalmente. Eu deveria


estar feliz por isso.

Eu deveria estar. Mas eu não estou. Porque lá no fundo, uma parte


pequenininha minha se perguntou sobre a possibilidade dele lendo o diário e,
talvez, sentindo algo por mim também. Dele chegando hoje e me dando todas as
coisas que eu fantasiei por seis meses.

As maneiras que eu me torturo às vezes são surpreendentes.

Eu me ocupo com mais e-mails e outros trabalhos administrativos, até


dez minutos antes da nossa reunião da manhã. Então eu recolho meu iPad para
anotar as informações, e vou para a sala de reuniões para começar. Eu arrumo o

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café e doces, creme e açúcar, guardanapos de papel e xícaras. Dane não é chato,
mas ele é muito rigoroso sobre a preparação.

E eu gosto de agradá-lo.

Uma vez que tudo está pronto, me instalo no meu assento do outro lado
da sala, e silenciosamente espero que as pessoas cheguem.

O fluxo vem lentamente. Lauren, uma das desenhistas mais jovens, entra
na sala, seu cabelo vermelho impetuoso torcido em um nó bonito na parte de trás
de sua cabeça, enquanto sua saia balança a cada passo. Ela está falando rápido
com Carl, sua mão livre acenando no ar, e sentaram-se na frente da sala.

Lauren olha para mim e me dá um sorriso amigável e educado. —Bom


dia, Emme.

—Bom dia. —Respondo com um aceno de cabeça. Parte de mim deseja


que eu fosse corajosa o suficiente para conhecê-la melhor, talvez levá-la para
tomar uma xícara de café, saber como é estar em sua posição, fazendo o que eu
espero estar fazendo depois da pós-graduação, mas eu ainda não cheguei lá. Eu
ainda sinto a diferença em nossos níveis muito agudamente para tentar agir como
se eu estivesse no mesmo nível dela. Também não ajuda que eu sou um pouco
tímida demais para chegar às pessoas - ou até mesmo falar em nossas reuniões, e
oferecer meus pensamentos sobre o assunto em questão.

A única vez que eu falei alguns meses atrás, Carl me puxou de lado depois
da reunião, e sugeriu em seu tom condescendente habitual, que eu ficasse no que
eu sou boa, que é buscar café e tomar notas. Isso me deixou louca por uns dias.
Mas isso me calou, me lembrando de que eu tenho que ganhar respeito.

O olhar de Carl se voltou para a mesa de café, então de volta para mim
com desapontamento. —Não há donuts hoje? — É claro que a falta de donuts o
deixou para baixo e, portanto, por extensão, a mim. Estou chocada.

Uma resposta sarcástica sobre isso está na ponta da minha língua, mas eu
engulo de volta, me forçando a oferecer um sorriso. —Não. Mas podemos
conseguir mais tarde esta semana, se quiser.

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Ele entendeu metade da minha resposta para ele, voltando sua atenção
para o pacote de notas na frente dele. Tanto faz. Toda empresa tem um idiota
como ele, então, é melhor eu me acostumar a lidar com ele. Ele sabendo ou não,
ele está me oferecendo valiosa experiência de vida.

Dane entra, e meu coração salta. Eu volto a minha atenção para o meu
iPad e abro o programa de notas.

—Bom dia, á todos. —Dane diz com aquela voz suave. —Vamos começar
a reunião discutindo o progresso em nossas contas correntes.

Para os próximos minutos, eu me ocupo digitando no iPad tão rápido


quanto posso. O trabalho me atrai, e acho que minha tensão anterior se esvai.
Isto é o que eu sei. Identificar as necessidades do cliente e abordá-las da melhor
maneira possível.

Dane menciona o relato de Sanderson, e como o cliente gostou do tom


informal que ele apresentou na semana passada. Quando eu termino de escrever
sua declaração, a voz de Lauren sai com uma atualização sobre o cliente que ela
está trabalhando, meus olhos são atraídos e conectam-se com os de Dane.

O jeito que ele está me olhando, como se eu fosse a única pessoa na sala,
e ele pudesse ver através de mim, em minha alma, suga o ar de meus pulmões.
Aqueles olhos castanhos como chocolate estão trancados nos meus com um olhar
de conhecimento. Agora não consigo desviar meu próprio olhar, mesmo que meu
pulso esteja rugindo em minha cabeça e minhas mãos apertem
involuntariamente.

Por que, de repente, eu sei que ele sabe.

Está bem ali no rosto, nos olhos, na pressão dos lábios e na tensão da
mandíbula. Ele leu meu diário. Ele viu meus segredos mais profundos e íntimos, e
ele está me deixando saber. E não apenas os segredos sobre ele, mas sobre o
acidente do meu irmão também, sobre a minha persistente tristeza sobre a morte
da minha mãe. A solidão. A culpa, raiva e frustração que eu sinto sobre o fardo de
ser a responsável por Robert. Todo meu coração, escancarado e colocado nas
páginas.

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Tudo lá para ele ver.

Julgar.

Minha garganta aperta tanto que dói engolir. Abaixo meu olhar de volta
para a mesa e luto para escutar a batida dolorosa do meu coração, que está
bombeando sangue para cada extremidade em uma corrida louca. Meus dedos
tremem enquanto eu digito.

Oh Deus, oh Deus, ele sabe, e eu só quero morrer. As palavras


ricocheteiam pela minha cabeça em pânico. Como vou passar o resto do dia?
Como vou passar o resto do meu emprego aqui com essa situação? Como posso
olhá-lo nos olhos de novo, sabendo que ele está ciente de todas as coisas más
que eu quero que ele me faça?

Eu nunca me senti mais envergonhada na minha vida.

—Isso é tudo, então podemos passar para os novos negócios. —Dane está
dizendo, tirando-me do ciclo de medo na minha cabeça. Nada em sua voz indica
que aquele momento aconteceu entre nós, algo que eu estou grata e também
frustrada, para ser honesta. Eu sou claramente a única pessoa abalada com isso.
Mas isso é bom, não é? Isso significa que ele não está tão horrorizado com o que
ele leu que ele não possa manter sua fria fachada.

Significa também que ele não sente nada por mim, do jeito que eu sinto
por ele.

Talvez eu tenha imaginado o momento, eu decido. Talvez o que eu tomei


como um olhar conhecedor fosse realmente ele apenas impaciente com a minha
velocidade de digitação. Ou talvez eu queira tanto que ele saiba sobre meus
sentimentos por ele, que estou começando a ter alucinações.

Estou tão confusa que nem sei como lidar com tudo isso.

Eu endureço e tento me livrar de minha tristeza pessoal, piscando as


lágrimas que ameaçam encher meus olhos. De qualquer maneira, se este vai ser o
meu último dia aqui, tenho certeza que não vou estragar essa oportunidade

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fazendo o que eu tão desesperadamente quero fazer - correr para fora do edifício
e nunca mais olhar para trás.

Eu posso fazer isso por mim, pelo menos.

Se ele leu o meu diário ou não, eu preciso manter a pose, tal como ele
parece estar fazendo.

—Dane, acho que devemos começar a perseguir peixes maiores. —Carl


diz. Ele tem aquele sorriso presunçoso em seu rosto, aquele que me faz querer
revirar os olhos. Mas, por uma vez, estou meio que feliz por estar na mesma sala
que ele, pois ele me distrai dos meus próprios problemas.

—Você tem algum peixe especifico em mente? —Dane pergunta-lhe


suavemente.

—Alguns. — Carl inclina-se para frente, os cotovelos sobre a mesa, e junta


seus dedos, franzindo os lábios. —Mas podemos levar isso de volta ao seu
escritório para discutir depois que a reunião estiver terminada. Eu adoraria
receber seu feedback pessoal.

Dane levanta uma sobrancelha, a única expressão emocional em seu


rosto. —Não é esse o objetivo desta reunião? Discutir isso aqui e agora? Com
todos os outros na sala, para que eles também possam dar o seu feedback e
opiniões? —Sim, ele totalmente vê através das besteiras de Carl. Carl só quer
fingir que é mais importante do que todos os outros na sala - tão importante que
ele exige reuniões privadas para discutir a aquisição de novos clientes.

As bochechas de Carl ficam vermelhas. —Ah, acho que sim, claro. Eu


pensei...

—Volte e discuta os detalhes concretos conosco quando estiver


preparado para isso. —Dane diz suavemente. Depois de mais vinte minutos
discutindo estratégias para aproximar-se de clientes em potencial, ele diz: — Ok,
eu acho que nós terminamos aqui. Vamos acabar com isso e voltar ao trabalho.

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Todo mundo ao meu redor levanta, algumas mãos estendendo para pegar
os doces restantes. Eu mantenho a minha atenção com cuidado no iPad, fingindo
que estou resolvendo a fome no mundo ou algo que exija cada grama do meu
foco. Estou orgulhosa de como minha respiração está firme.

Uns minutos passam desta maneira, com a multidão diminuindo e eu


digitando no tablet. Acho que vou esperar até que a sala esvazie, depois saio, com
o queixo erguido. Se Dane quiser discutir, que assim seja eu me acalmo. Eu sei
que ele não fará uma cena pública sobre isso - ele é muito profissional para isso.

—Emme. —Eu ouço sua voz dizer, e a maneira que ele diz meu nome
enviam arrepios pela minha pele. Deus é vergonhoso. Eu odeio que mesmo
sabendo que ele sabe, eu não posso parar a minha reação física ao homem. Ouço
a porta fechar e arrisco um olhar para cima.

Ele está parado na porta, olhando para mim. Não consigo ler a expressão
em seu rosto. A parede profissional erguida em torno dele.

Meu coração está martelando no meu peito. Acalme-se, eu me lembro.


Dignidade. Orgulho. Eu fico de pé e fecho meu iPad. —Eu vou à minha mesa para
passar a limpo essas notas. Vou enviá-las para você assim que terminar.

Ele suspira, e eu vejo a fachada rachar por apenas um momento. Algo


cintila em seu olhar, mas não tenho certeza do que estou vendo. —Emme. Você
precisa ser... —Ele limpa a garganta. —Por favor, seja mais cuidadosa com seus
objetos pessoais.

E aí está. Falado em voz alta.

O olhar que ele me deu durante a reunião não era a minha imaginação.

Oh meu deus!

É real. E me sinto enjoada.

Eu forço meu olhar a ficar no seu e engulo, meu rosto está tão quente
que eu tenho certeza que ele pode ver a vermelhidão em minhas bochechas,
limpo minha garganta. —Peço desculpas, Dane. Eu nunca quis que você ou

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qualquer outra pessoa lesse o que tem lá dentro. —Custa-me cada gota de
energia em meus ossos fazer as palavras seguintes saírem de minha língua. —Não
foi profissional deixá-lo em minha mesa.

Dane só olha para mim por um longo tempo, então dá passos largos em
minha direção. Eu fico congelada no lugar, incapaz de me mover. Quando ele está
apenas a alguns centímetros de mim, ele olha nos meus olhos. Seu cheiro enche
minhas narinas, e sinto o calor irradiar de sua pele. Suas sobrancelhas franzidas;
posso ver que ele quer dizer alguma coisa.

Ele está querendo que eu me desculpe pelo jeito que eu me sinto? Eu


devo?

Mesmo que eu não queira?

Eu sei que é insano e possivelmente estúpido. Eu deveria me sentir mal -


eu escrevi coisas sacanas sobre meu chefe e fui pega. Mas minha culpa vem de
ser descuidada, não de ter esses sentimentos por ele.

Não posso me desculpar se não sinto que essas emoções estão erradas,
exceto na medida em que ele se sentiu desconfortável ao vê-las. Então,
novamente, ele foi o único que mexeu em minha propriedade particular.

Como se estivesse lendo minha mente, ele murmura: — Eu devia ter


respeitado seu espaço pessoal. Peço desculpas. —As palavras são um fôlego
acariciando minha pele.

De repente, eu quero saber seus pensamentos sobre isso, apenas para


ajudar a reforçar que eu preciso parar de fantasiar sobre ele, ouvir em voz alta
que ele não é atraído por mim. Mas eu não posso perguntar.

—Você está... — Eu limpo minha garganta. —Você quer que eu me


demita?

—O que? Não! —As palavras são quase cuspidas, e eu me sinto uma


idiota em resposta. Seu corpo parece um pouco rígido, e ele dá um passo para

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trás. Sua voz é muito mais uniforme quando ele continua: — Não há necessidade
de você se demitir, Emme. Nós dois somos adultos aqui.

Eu concordo. É um alivio, pelo menos parcialmente, que eu não vou ser


demitida. Posso dizer que ele espera que trabalhemos normalmente, e estou
determinada a fazer o meu melhor. Tenho certeza que nunca mais trarei esse
diário a menos de mil metros do prédio, eu sei disso com certeza.

Eu só espero que eu possa fingir que tudo está bem, e que o enorme peso
no meu peito não me faça querer sair.

Ainda estou parcialmente em estado de choque. Ele admitiu que leu meu
diário, cheio de páginas com detalhes íntimos e atos sexuais envolvendo-o,
considerados pornográficos na melhor das hipóteses.

Não, ele não parece horrorizado ou chateado com o que ele leu. Mas ele
nunca vai esquecer o que viu nessas páginas - ou olhar para mim como antes. Isso
vai mudar nosso relacionamento.

—Há mais alguma coisa? —Pergunto.

Ele balança a cabeça.

Eu dou a volta em torno dele e saio, fechando a porta atrás de mim.


Minha cabeça dói repentinamente com o peso de tudo o que não dissemos.
Todas as emoções que eu vou ter que engarrafar e fingir que nunca estiveram em
meu coração.

Eu deslizo atrás da minha mesa e roboticamente passo a limpo as notas


da reunião. Mas eu estou pensando sobre o meu futuro - talvez eu deva começar
a pensar em um novo trabalho de qualquer maneira. Não, eu não vou ser
despedida, mas como posso enfrentá-lo todos os dias, sabendo que eu o quero - e
sabendo que ele sabe disso - mas nunca poderei tê-lo? Isso me comeria viva.

Não acho que eu possa me torturar com isso por muito mais tempo, não
importa minhas responsabilidades. Algumas coisas são demais, muito dolorosas
para atravessar. A única maneira que eu vou conseguir lidar com Dane, é

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seguindo em frente. De alguma forma, tenho que reunir minha força e coragem
para me afastar do homem que eu quero mais do que qualquer outra pessoa na
minha vida. Mas que escolha tenho? Eu não vou implorar para ele me querer
também.

Eu poderia desejá-lo, e ele poderia me fazer cega de desejo, mas eu tenho


orgulho. Pelo menos alguns pedaços dele ainda restam, de qualquer maneira.

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Capítulo 4
Dane

—Isso está muito cozido. —Jennifer diz com uma ondulação no lábio
superior, enquanto espeta o bife com o garfo. —Eu disse claramente malpassado,
e eles me deram passado, talvez até muito passado. Além disso, minha taça de
merlot não foi decantada o suficiente. Eu nunca tive um serviço tão ruim aqui
antes.

Algo sobre o lamento anasalado em sua voz soa como pregos em meus
ouvidos. Normalmente Jennifer não me incomoda nem me irrita. Sim, ela não é o
amor da minha vida ou qualquer outra coisa, mas ela é uma ótima acompanhante
em eventos sociais. Ela é experiente em política mundial, tem várias graduações,
e grandes pernas para agarrar.

Ela parece boa no papel, claro. Namorar com ela foi fácil, sem
complicações.

Mas sentado em frente a ela hoje à noite no Little Swan, uma


churrascaria ostentosa no centro de Boston, não posso deixar de me sentir...
Entediado. Sem esperanças.

—Você está me ouvindo? —Ela diz enquanto acena com a mão em minha
direção. —Olá, terra para Dane.

Volto minha atenção ao seu rosto. É bonito, mas sem graça. Seu cabelo
louro está enrolado em um coque suave, e seu vestido sem mangas é rosa pálido.
Ela é adorável, e mais de um homem no lugar tem dado olhares para ela desde
que chegamos. —Desculpa. Dia difícil no trabalho. Estou um pouco cansado. —
Digo como uma desculpa.

Claro que muito mais agora.

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Eu acho que meu pau não voltou ao normal desde que eu li o diário de
Emme. Vê-la esta manhã, o medo vulnerável em seus olhos enquanto ela
corajosamente estava lá na minha frente, sabendo que ela tinha sido pega... Era
tão difícil lutar contra o desejo de provar sua boca, porra.

Estou orgulhoso da minha contenção. Mas eu paguei por isso - minha


produtividade foi uma merda. Eu finalmente desisti e sai do trabalho mais cedo,
algo que eu nunca faço. Este encontro com Jennifer deveria servir como uma
distração para mim.

Não está funcionando. Na verdade, o contraste de alguma forma faz


Emme ganhar mais vida, enquanto Jennifer empalidece em comparação.

Jennifer me dá um sorriso que era para ser simpático, mas que não atinge
seus olhos. —Sim, você parece meio distante hoje, não como você é. —Ela olha
por sobre meu ombro e acena, e nossa garçonete aparece. —Desculpe-me, mas
meu bife está bem passado. Eu gostaria que ele estivesse malpassado, como eu
pedi.

A garçonete diz em um tom apologético. —Me desculpe. Vou me certificar


que o chefe faça seu pedido. Deseja algo enquanto espera? — Jennifer balança a
cabeça fazendo um barulho de aborrecimento, sua decepção expressa no rosto
ao dispensar a garçonete. —Por favor, vá em frente e coma. —Ela me diz com um
aceno de mão. —Não faz sentido deixar sua comida esfriar.

—O que você fez hoje? —Pergunto a Jennifer para desviar meus


pensamentos do que eu preferia estar fazendo agora.

O sorriso de Jennifer é tão educado. Seus dentes aparecem enquanto ela


fala uma ladainha interminável do que ela fez. Jennifer trabalha para a filial de
uma grande corporação de caridade. Seu trabalho é procurar e entrevistar
candidatos qualificados para doarem para a corporação. Outra coisa que a faz
parecer tão perfeita. Mas apesar de todas essas qualidades positivas, não
desperta um grama de sentimentos por ela. É como se eu estivesse jantando com
minha mãe.

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Minha mente se volta para os cachos de Emme, o quanto eu queria tocá-
los, cheirá-los. Isso faz meu coração acelerar.

—Aqui está. —A garçonete diz, dando outro sorriso de desculpa enquanto


apresenta o prato para Jennifer. —Este deve estar muito melhor. Desculpe-me
mais uma vez pela confusão. —Ela espera enquanto o meu encontro corta a carne
e dá-lhe um aceno brusco de aprovação, e a garçonete emite um suspiro, depois
sai.

—Finalmente. — Jennifer corta um pedaço delicado e morde. Eu já sei


que ela só vai comer metade da comida - ela nunca come a sua refeição. Nunca
parece saboreá-la.

Talvez isso seja parte do que está me fazendo sentir assim agora. A
certeza de que qualquer coisa física que poderia acontecer entre nós, não teria
faíscas genuínas. Jennifer é muito polida, muito perfeita; não há nada cru sobre
ela. Nada que me faça ansiar para mergulhar nela – física e emocionalmente.

Meu cérebro fodido não pode deixar de comparar ao que eu li no diário


de Emme. Eu sei que eu não deveria - elas são duas pessoas muito diferentes.
Mas essas palavras íntimas estão queimadas em meu crânio, tatuadas na minha
pele de uma maneira que eu não consigo me livrar. Jennifer e todos os seus
diplomas avançados e comportamento polido, não pode se comparar com isso.

—Talvez depois disso, você possa vir para o meu apartamento para um
drinque? —Ela me pergunta com um sorriso tímido, colocando seu garfo e faca
para baixo em seu prato, para sinalizar que ela está satisfeita. Com certeza,
metade da comida ainda está lá. Ela não é nada além de previsível.

Mas agora eu sei que há mais lá fora, e previsibilidade não parece me


satisfazer. Eu vi paixão real nas palavras de uma jovem inocente e vibrante, e
tudo foi jogado para o ar. Apesar dos meus esforços, não posso voltar a fingir que
tudo estava bem no meu mundinho. Porque não estava.

Não está há muito tempo.

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Há quanto tempo ando fingindo; fingindo ter sentimentos que eu não
tenho? Quando foi a última vez que eu me senti fortemente atraído por qualquer
coisa que não seja trabalho? E por que diabos eu tenho que ter essas grandes
realizações da vida no meio de um jantar com outra mulher?

Eu luto contra um suspiro, e dou a Jennifer o que eu espero seja um som


entediado. Eu não vou usá-la ou arrastar isso quando eu não estou sentindo nada.
A coisa cavalheiresca a fazer seria terminar com ela depois do jantar.

Eu termino a minha comida por hábito, embora eu não esteja mais com
fome, em seguida, pago a conta e adiciono uma boa gorjeta para agradecer a
garçonete pelo mal-entendido sobre a refeição. Jennifer não notou que eu ainda
estou distraído, ou se ela notou, foi muito educada para falar. Ela está fazendo
um comentário sobre um artigo que ela leu no início desta semana sobre Israel.
Em vez de soar educada, como normalmente é, é impressionante como ela se
vangloria um pouco, a forma como ela continua indicando que tem informações
privilegiadas, devido aos contatos no exterior.

Eu não posso dizer se minha nova perspectiva sobre ela é minha culpa ou
dela. Ou talvez eu sempre soubesse disso, mas agora tenho alguém real e
vibrante para compará-la, e ficar em sua companhia é insuportável.

Nós entramos no meu carro, e eu levo-a para casa. Quando eu estaciono


na frente de sua casa grande, com seu perfeito gramado e fachada de tijolos
imaculados, vejo um BMW novo estacionado na entrada de automóveis, ela se
vira e me dá um olhar expectante.

—Então, Dane... Sobre aquele drinque... — Há quase um ronronar em sua


voz, um que eu não ouvi antes. Ela me oferece um sorriso cheio de dentes. —
Tenho uma garrafa de uísque vinte anos que ainda não abri. Eu sei o quanto você
ama. —Ela diz isso como se ela tivesse notado algo intimamente pessoal sobre
mim.

Eu estendo a mão e pego a dela. O toque não agita nada no meu corpo.
—Eu apreciei nosso jantar, e sua companhia.

—Eu também. — Sua voz é suave, e seu sorriso fica maior.

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—Mas eu acho que é melhor se continuarmos amigos, então eu vou
recusar seu convite. Tenho medo de não ser a melhor companhia agora. Obrigado
por passar esta noite comigo.

Ela pisca duas vezes, olhando para mim, e seu corpo enrijece. —Espere...
O que? Então... Você está me dispensando?

—Não.

De repente, ela registra minhas palavras. —Você está terminando comigo?


—Ela indaga como se fosse a coisa mais absurda que ela poderia imaginar.

Eu luto contra a irritação refletindo em minha voz. —Não, eu não estou


dispensando você. Nós não estamos em um relacionamento exclusivo.

Seus olhos estreitam. —Eu pensei que estávamos nos movendo nessa
direção. Com certeza pareceu assim. —Ela não parece machucada. Apenas
irritada, um pouco aérea e confusa. Isso me faz imaginar se eu sou o primeiro cara
que nunca quis se comprometer com ela. Ela tira a mão da minha e empina os
ombros, seu rosto transformado em uma máscara educada mais uma vez.

—Eu entendo que você esteja frustrada. —Digo suavemente. —Mas é


melhor esclarecer as coisas entre nós agora, tenho certeza que você concorda.

Ela aperta seu casaco, pega sua bolsa aos seus pés, e desliza para fora do
carro. Antes que ela feche a porta, inclina-se e diz em um tom de falsa alegria: —
Bem. Eu vou te ver, tenho certeza.

—Eu espero que sim. —Respondo no que espero soar como um tom
gracioso. Afinal, nossas famílias correm em círculos semelhantes. Além disso, o
hábito da polidez é difícil de quebrar.

Eu espero até que ela entre antes de me afastar. O trajeto até meu
condomínio é preenchido com o silêncio - eu mantenho o rádio desligado e deixo
meus pensamentos correrem onde quer que queiram, não tentando mais os
afastar.

E eles querem correr para Emme.

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Dois dias atrás, eu nunca teria imaginado que minha assistente ficaria
presa na minha cabeça. Mas dois dias atrás, eu também nunca teria adivinhado
que por baixo dessa pessoa tranquila, havia um vulcão de emoções. Eu sinto
como se um véu fosse arrancado de meus olhos, e eu vejo tudo em torno de mim
muito mais claro agora.

É mais difícil para eu manter essa indiferença em torno dela.


Especialmente quando esta parte primordial e faminta em mim foi atacada de
uma forma tão chocante. Pela primeira vez na minha vida, imagino se eu poderia
realmente perder o controle e saciar minhas fantasias com essa mulher.

Eu deveria estar chateado. Minha vida era boa, e não havia nenhuma
dúvida no papel que desempenhei por tantos anos. Eu deveria estar chateado
que um diário bobo me fez questionar tudo.

Eu deveria estar, mas não estou.

Não, o que eu estou é malditamente excitado. Com tesão e ansiando por


Emme de uma maneira incomum. Terminei com uma linda mulher porque eu
queria ser livre.

Livre para fazer o quê?

Tudo o que sei é que quero saber mais sobre sua mente incrivelmente
nítida e sexy, entendê-la, ouvi-la falar seus pensamentos em voz alta, da mesma
forma como ela escreve naquele maldito diário dela.

Uma conexão genuína com outra pessoa, além de palavras educadas e


ações corretas. Eu quero me sentir audacioso, real e sentir como Emme. Quero
entrar em sua cabeça e ouvir mais de seus pensamentos, para entender por que
ela me quer do jeito que ela quer. Por que eu?

E mesmo que eu tenha a certeza de que não quero admitir isso, eu preciso
sentir a pele dela, saber o cheiro dela e o gosto, ouvir o grito dela de êxtase
enquanto a fodo de todas as maneiras que ela escreveu que queria ser fodida.
Quero saber mais sobre ela. O que aconteceu com sua família, o que aconteceu
em sua vida para fazê-la desta forma. Tão bloqueada e reservada no exterior,

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escurecendo o brilho radiante de que eu suspeito ser a sua verdadeira
personalidade, a que eu vislumbrei em seu diário. Uma que é esperta, engraçada,
observadora, ressonante.

Uma que me quer.

Eu entro em minha garagem e fico lá com o carro ligado. E eu sei que não
posso negar a mim mesmo o que eu realmente anseio. Nesse momento, eu não
me importo se é um maldito clichê querer a mulher que está trabalhando para
mim, mas eu quero.

Se ela e eu nos desejamos, por que não explorar esta centelha, para ver o
que acontece? Afinal, não estamos falando de —amor— ou algo assim. Essa
palavra não estava em nenhum lugar em seu diário, e eu tenho que acreditar que,
dado o quão honesta ela é sobre seus sentimentos, ela admitiria se ela me
amasse.

Talvez isso não precise ser tão complicado quanto eu temo que seja.
Apenas dois adultos que procuram a satisfação mútua, explorando algo que
poderia ser explosivo e malditamente bom.

Porque não tem como eu entrar naquele escritório todos os dias e não
pensar sobre o que ela escreveu. De jeito nenhum eu vou ser capaz de resistir a
prová-la. Eu me conheço; ela despertou algo dormente e agora não tem mais
volta.

Ela acordou a fera.

Se ela não queria isso, ela deveria ter guardado aquele diário longe do
escritório, longe da minha vista, o mais longe possível de mim.

Eu saio e tremo com o vento cortante que chicoteia ao lado do carro.


Apressando-me para a porta, eu arranco meu cachecol e casaco e penduro-os no
gancho.

39
Este condomínio é tão insuportavelmente tranquilo. Silencioso e perfeito,
e ele precisa ser abalado um pouco. Assim como minha vida. O silêncio, o vazio, o
eco.

Eu sei o que eu quero agora, o que me deixou tão excitado e insatisfeito


pelas últimas duas noites. É Emme, espalhada na minha frente, excitada e com
fome. Ela e eu podemos nos ajudar mutuamente - eu quero... Não, eu preciso
desbloquear essa sexualidade escura que está abaixo de sua superfície. Eu preciso
ser o único a fazer isso. Na verdade, posso ser o único homem vivo que pode
fazer as coisas do jeito que ela precisa.

Minhas mãos a farão gozar. Minha boca. Minhas palavras. Eu vou mostrar
a ela como é maravilhoso satisfazer essas necessidades dela.

Estou com uma ereção enorme novamente.

Agora a questão é Emme realmente pode aguentar tudo o que ela


escreveu por tanto tempo? Essas palavras são bonitas em seu diário, mas uma
coisa é escrever algo e fantasiar sobre isso. Outra coisa é tornar isso realidade. Eu
sinto a bravura nela, uma espinha dorsal de aço, e eu quero descobrir mais.
Quero que ela corra riscos comigo.

Acho que só há uma maneira de descobrir.

40
Capítulo 5
Emme

—Estou tão nervosa com esse questionário. —Confessa Sidney, a


estudante à minha direita. —Eu estudei a noite toda, mas não tenho certeza se
consigo.

Ofereço-lhe um sorriso. —Você vai se sair bem. Você já conhece essa


matéria de trás para frente. Toda vez que o professor te chama, você tem uma
resposta.

Sidney tem trinta anos, voltando à faculdade depois de mais de uma


década de intervalo. Ela ficou grávida aos dezoito anos e se casou pouco depois,
mas agora que seu filho está no colégio e está recém-divorciada, ela finalmente
conseguiu perseguir seus sonhos.

Estou um pouco surpresa por ela e eu termos nos conectados tão bem,
dado a grande diferença em nossas vidas, mas ela é tão aberta e doce, que é
difícil não gostar dela. Desde o primeiro dia de aula, ela tem sido alguém que eu
gosto de ver no campus. Sempre tem um aceno amigável quando ela me vê por
aí.

Sidney dá de ombros, mas posso dizer que meus elogios a aquecem. Os


pequeninos pés de galinha no canto de seus olhos se enrugaram. —Ah você.
Obrigada por inflar meu ego.

O nosso professor de economia dá uma volta, o cabelo grisalho penteado


à perfeição, a camisa recém passada e a calça cinza modelada na frente. Professor
McDoogle é tão elegante, e eu vi a maneira que Sidney o checa quando ela pensa
que eu não estou olhando. Não posso culpá-la - ele é um cavalheiro mais velho e
muito bonito. —Quem está pronto para o questionário? —Há alguns gemidos
baixos na sala, e ele ri de nós. —Vamos começar cedo para que vocês possam
aproveitar o resto de sua sexta-feira.

41
—É fácil para ele dizer. —Eu murmuro, ganhando uma risada baixa de
Sidney. —Ele já terminou toda a sua graduação, e seu trabalho é nos torturar
agora. —Na verdade, não é uma aula tão ruim. E depois de cada aula, dirijo-me
para o trabalho, onde me sentarei na minha mesa e tentarei não pensar em Dane
o dia inteiro.

O questionário não é ruim, pelo menos, eu não me sinto como se eu


tivesse sido bombardeada. Estou feliz por ter passado a noite anterior estudando
- ter isso para me concentrar, me ajudou a dissecar o escândalo de ontem, me
deu uma razão para me livrar das emoções que rastejavam na minha cabeça.
Difícil acreditar que a faculdade está funcionando como uma distração da minha
vida patética.

Terminamos o questionário, e McDoogle nos dispensa, dizendo que


teremos o resultado na segunda-feira. Sidney e eu saímos do prédio e pisamos na
grama fria, a luz do sol escorrendo por finas manchas de nuvens cinzentas. O
departamento de administração de empresas está localizado na orla do campus,
apenas uns dois quilômetros do lago.

—Quer tomar um café? —Sidney diz. —Nós podemos comparar nossas


respostas.

Tentador.

—Eu iria, mas preciso me apressar para trabalhar. —Digo com um sorriso
pesaroso. —Talvez possamos tentar nos reunir alguma noite, quando tivermos
bastante tempo livre para realmente sair.

—Eu gostaria muito disso. —Ela diz suavemente. —Eu realmente não
socializo muito.

—Eu também. —Admito.

Seus olhos se estreitam, e sua respiração sai em pequenos sopros. —Acho


isso estranho, na verdade, você ainda é muito jovem. Muito jovem para ser tão
séria.

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Eu aperto meu cachecol ao redor do meu pescoço quando uma explosão
de vento puxa meu cabelo. —Às vezes, a vida faz você assim, não importa
quantos anos você tenha.

—Eu entendo isso. Ficar grávida quando eu era apenas uma adolescente
me mudou. Sua vida inteira acaba escorrendo enquanto você entra no modo
mãe. —Ela suspira e dá de ombros, dando um leve sorriso. —Mas eu não
mudaria. Minha vida seguiu o caminho que era para ser, e está tudo bem.

Eu mudo meu livro no meu quadril, e continuamos a caminhar em direção


ao meio do campus. —Então, como você equilibrou tudo? Suas necessidades
versus suas responsabilidades? —Eu meio que me sinto assim para ser mais
específica, sobre o meu irmão e como o peso de ser responsável por ele está
começando a cair sobre mim muito mais do que eu gostaria, mas estou um pouco
nervosa em dar informações pessoais. Eu não quero espantar minha nova amiga
parecendo muito desesperada, ou fazê-la sentir pena de mim.

Ou, pior ainda, possivelmente me julgar por não ser tudo o que preciso
ser.

—Você nem sempre vai encontrar o equilíbrio. Às vezes, as coisas


acontecem em sua vida. —Ela admite, lançando um olhar de lado para mim. Seus
cabelos castanhos escuros brilham a luz do sol que escapa da fina camada de
nuvens. —Você apenas tem que priorizar. E você precisa se alimentar. Houve dias
em que eu não tomei banho, porque eu estava muito presa na vida de meu filho,
na limpeza da casa, no jantar e no cumprimento de todas as tarefas do meu dia a
dia. Não deixe que essas coisas consumam você. Arrume tempo para cuidar de si
mesma. As pessoas que realmente se importam com você querem que você seja
feliz também, não que apenas seja sugada por eles. —Seus lábios se franzem por
um breve momento, e eu tenho a sensação de que ela está pensando em seu ex.
— Meu filho cresceu e percebeu que a mãe é uma pessoa melhor para se estar
por perto quando eu consigo espaço para ser eu mesma. Eu sou sempre mais
amável e mais atenciosa com ele, paradoxalmente, quando eu tomo tempo para
fazer coisas que me fazem feliz.

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Suas palavras me fazem pensar. Estou me concentrando tanto nas
necessidades de Robert, que não estou sendo a melhor pessoa que posso ser para
ele e para mim mesma? Eu não tinha pensado nisso antes. Talvez não seja egoísta
querer mais tempo para mim, mesmo que seja um pouquinho, e eu preciso ser
menos dura comigo mesma.

Uma fração do peso em meu peito alivia. —Isso é verdade. Eu posso fazer
isso. Obrigada pelos seus conselhos.

Ela me empurra com o ombro. —A qualquer momento. Ok vou pegar um


café para que eu possa ficar acordada para a minha próxima aula. Tenha um bom
fim de semana!

Eu respondo. —Eu vou. Você também!

Nós nos separamos. Dirijo-me ao estacionamento enquanto ela caminha


para o enorme centro de estudantes com paredes de vidro, cheio de gente.
Quando entro no meu carro, minhas bochechas estão congeladas e meus dedos
são blocos de gelo, mas meu espírito se sente melhor. Menos culpado.

Robert não quer que eu seja infeliz. Eu sei muito sobre ele, apesar das
mudanças em sua personalidade. Sim, ele está fechado em sua dor e emoções
agora enquanto ele se cura, mas no fundo ele se importa comigo e quer o melhor
para mim. Nós sempre fomos próximos, mesmo antes de tudo acontecer para
colocar nossas vidas nesta situação.

A reabilitação física e a terapia foram boas para ele. Ele está fazendo
progresso, e ele não bebe desde o acidente de carro. Perder parte de seu braço,
sua independência, tem sido difícil para ele, mas foi um bom despertar.

Eu lidei com a morte da mamãe enterrando-me na escola. Robert tratou


disso bebendo. Mas ele está trabalhando duro para encontrar-se novamente.

Talvez eu possa parar de suportar o fardo de sua cura física e emocional


um pouco. Concentrar-me mais na minha própria cura. Alcançar as pessoas e ter
uma vida social fora do trabalho e da faculdade, iniciar um grupo de estudo.

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As possibilidades me deixam feliz, muito feliz. Talvez interagir com novas
pessoas, também me ajudará a encontrar um novo emprego e superar Dane.
Porque Deus sabe que eu não posso continuar passando por tudo isso, não posso
me agarrar a esses sentimentos por ele. Eu não serei aquela garota que anseia
eternamente por alguém que ela nunca poderá ter. Como posso me respeitar se
nem sequer tento superá-lo?

A ideia de não vê-lo todos os dias me despedaça, mas terei que aprender
a conviver com a dor.

Eu encontro uma vaga no fundo do estacionamento e paro. Fecho meus


olhos e acalmo meus nervos, estupidamente apertando as mãos. Eu vou para o
prédio, entro no elevador para o meu andar, cumprimento as pessoas quando
passo no caminho para a minha mesa.

A porta de Dane está fechada. Eu solto um suspiro nervoso e me jogo na


minha cadeira.

Faço uma pausa assim que minha bunda atinge a almofada.

Há um papel dobrado na minha mesa. Abro e vejo uma nota de Dane,


breve como de costume.

Venha me ver quando você chegar.

MERDA. Um bilhete, nem mesmo um e-mail? Por quê? O pavor desliza


sob minha pele e aperta meus pulmões. Talvez porque ele não quer um registro
por me contatar sobre o que vai acontecer? Como ele vai me demitir ou algo
assim? Talvez ele tenha mudado de ideia sobre me manter aqui.

E eu poderia culpá-lo? Olha como eu tenho lidado com a situação. Deve


ser tão desagradável para ele.

Vou sobreviver a isso, eu me lembro. Eu sobrevivi à coisa muito pior. O


abandono do meu pai. Ver minha mãe morrer. O acidente de carro quase fatal de

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meu irmão. Assim, ser despedida, se é isso que vai acontecer, não é o fim do
mundo. Pelo menos, eu digo isso para mim mesma. Porque agora, parece que
meu intestino está sendo arrancado. Eu queria ser capaz de sair por meus
próprios termos, mas parece que isso não vai acontecer.

Levanto-me e permaneço ali por um minuto, desejando que meu coração


desacelere. Eu não vou demonstrar minhas fraquezas a Dane, não mais. Eu serei
profissional e digna até o fim.

Caderno e caneta na mão, eu vou para a porta dele e bato.

—Entre. —Vem à resposta abafada.

Quando entro, fecho a porta atrás de mim e viro-me para encará-lo. Meu
coração está praticamente na minha garganta neste momento, e eu engulo várias
vezes. Afinal, eu ainda não sei o que vai acontecer. Talvez eu esteja apenas
saltando para conclusões precipitadas.

Com ele, é fácil ficar presa num turbilhão de sentimentos.

Dane sai de sua cadeira e vai para frente de sua mesa. Reclina-se contra
ela, braços e tornozelos cruzados, olhos escuros me encarando. Seu corpo é uma
linha longa, e seu rosto é ilegível, uma máscara perfeita. De certa forma, invejo
esse talento.

—Existe alguma coisa que eu possa fazer por você, Dane? —Eu pergunto
calmamente.

Ele suspira, e a máscara cai por um momento, permitindo-me ver o


conflito em seus olhos. Merda, isso é sobre mim e esse diário estúpido. Eu tinha
razão. —Emme. —Ele começa, então faz uma pausa, parecendo pesar suas
próximas palavras. —Veja. Eu tentei parar de pensar sobre o que você escreveu
naquele diário, mas eu simplesmente não posso. —Ele parece doído e um pouco
irritado.

Meu estômago afunda, e eu luto para afastar as lágrimas. Eu dou um


aceno miserável e volto minha atenção para os meus pés. —Eu entendo. Vou

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arrumar minhas coisas. Sinto muito pelo desconforto que lhe causei devido às
minhas revelações pessoais e aprecio...

Antes que eu possa terminar minha frase, suas mãos estão em meus
braços, puxando-me para seu corpo duro, e sua boca está na minha. Estou tão
chocada que mal consigo acreditar no que está acontecendo. Seu aroma quente
me envolve, e meus braços instintivamente passam ao redor de seu pescoço,
minha boca se abrindo contra seus lábios.

Seus lábios são como veludo.

Estou em choque, mas meu corpo não, meu corpo esperou muito por esse
momento, e ele responde com força ao seu toque.

—Você deve estar tentando me enlouquecer. —Ele rosna, bem antes de


mergulhar sua língua na minha boca, provando-me.

As palavras liberam uma tensão em meu peito. Meus dedos parecem


mover-se por conta própria, deslizando até sua nuca e acariciando seu cabelo
macio. Eu toco sua língua com a minha, e seu aperto fica mais forte, então seus
braços deslizam em torno de minha cintura. Meus seios incham e comprimem
contra o peito firme de Dane.

Estou quase tonta das emoções e sensações rolando através do meu


corpo.

Eu me agarro a ele como se ele fosse a única fonte de calor na terra. Ele
beija do jeito que eu imaginei que ele beijasse, habilmente, mergulha em mim e
toma tudo que tenho. Exceto que há um ligeiro toque de frenesi em seu beijo que
eu não esperava. Isso só acende meu fogo, me deixando mais quente para ele.

Este não é um beijo controlado, não. Estou vendo, saboreando, tocando,


cheirando, o verdadeiro Dane. O único que só vislumbrei anteriormente, mas
ansiava com cada fibra do meu corpo.

Meu sexo aperta, latejando, enviando ondulações para meus membros.


Agora, tudo o que posso pensar, é como eu quero tirar a camisa dele, lambê-lo

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por toda parte, esfregar minha boceta molhada contra sua coxa nua, e montar
essa fricção perto do orgasmo. Minha necessidade por ele me deixou mais
faminta do que já estive na minha vida.

Uma de suas mãos acaricia minhas costas, acariciando a carne sensível ao


longo de minha coluna enquanto viaja, e eu tremo. Oh, os dedos agarram-se ao
meu couro cabeludo, e ele puxa meu cabelo ligeiramente, fazendo meus mamilos
esticarem contra meu sutiã e meu couro cabeludo formigar. Sua boca salta da
minha e ele me encara duramente com olhos fixos nos meus; meu peito subindo
e descendo.

—O que você quer Emme? —Ele me pergunta em um tom gutural.

No começo estou confusa com a pergunta. Não está claro o que eu


quero? Apesar do fato de que nós apenas cruzamos uma linha mortal aqui, eu
não posso parecer lamentar o que aconteceu, e meu corpo está gritando para
mim para que continuemos a nos beijar... E para fazer mais. Meus dedos movem-
se até seus ombros para agarrá-lo.

—Humm. —Digo, piscando a névoa. A repentina timidez me faz gaguejar.


—Eu não tenho certeza... Eu... — As coisas que eu sinto agora estão bloqueadas
na minha garganta e não saem.

Sua testa franze, e eu posso sentir o desapontamento jorrando dele. Isso


amortece a minha excitação, faz com que minha pele coce com embaraço. Eu
sinto que eu o decepcionei. Eu me afasto de seu abraço e dou um passo para trás,
alisando minhas roupas, meus cabelos. Tentando me recompor.

Estamos no escritório no meio da manhã. A realidade me inunda com


outros detalhes sensoriais, uma cacofonia de vozes fora da sala, o barulho das
pessoas digitando, os telefones tocando, as impressoras zumbindo.

Que diabos estou fazendo? Isso é uma loucura.

—Não. —Dane suavemente solta essa palavra e puxa minha atenção de


volta para ele. —Não pense agora. Apenas sinta. Fale. Diga-me o que você quer

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Emme. Você estava completamente aberta em seu diário, mas eu preciso ouvir de
sua boca.

—Por quê? —Um rubor queima minha pele. Eu me sinto presa no lugar.
Ele leu todas as minhas palavras - por que ele precisa me ouvir falar também?
Que tipo de jogo ele está jogando aqui? É assim que ele faz, tira mulheres de sua
fortaleza tornando-as vulneráveis para ele? Ele nunca me pareceu desse tipo.

Ele rosna com frustração e passa a mão pelo cabelo, depois se afasta de
mim até que ele volta a se apoiar em sua mesa. Eu posso ver o momento que a
máscara séria encaixa no lugar, e uma bolha de raiva se instala em meu peito com
a visão.

—Você já sabe o que eu quero, e é você. —Solto sem pensar, a memória


do nosso beijo apaixonado, fazendo-me falar. —Eu quero tudo o que eu escrevi
naquele diário, e você leu todos os detalhes, então eu não sei por que você está
me pressionando assim. Você sabe que eu quero você de qualquer jeito que eu
possa ter, dentro de mim, tudo que escrevi era verdade. Cercando-me, me
devorando. —O discurso me feriu, e me sinto ofegante, meus pulmões menores
do que pequenas uvas. —Mas o que você quer? —Eu preciso desesperadamente
saber que eu não sou a única vulnerável aqui.

O que foi aquele beijo? Significa algo?

Meu corpo inteiro está gritando que significa. Eu ainda posso sentir a
minha pele queimando do toque de seus dedos através de minhas roupas. Minha
boca está inchada, e eu posso sentir o gosto do café na minha língua, sentir a
marca de seu corpo batendo contra o meu.

Ele me quer. Aquele pau duro pressionando minha pélvis não era uma
alucinação.

Dane olha para mim por um longo momento em total silêncio. Eu forço
minha coluna a se endireitar e não desvio o olhar, mesmo que eu sinta que cada
emoção que eu tenho está em exibição. Meus segredos estão revelados, então,
qual é o ponto em fingir? Por que não se sentir livre por essa recém-descoberta?
Se eu apenas pudesse.

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Dane franze os lábios por um breve momento, e ele dá um rápido aceno
de cabeça, quando a decisão foi tomada. —OK. Quero que você volte para a sua
mesa e vá trabalhar. —Ele parece com o chefe Dane, mas o contraste de fogo
aceso em seus olhos me faz sentir desconfortável, insegura de como lê-lo agora.

O que ele está me dizendo aqui? Seria esse beijo um tipo de teste
estranho de... Algo que eu não sei? Será que vai acontecer de novo? Ele está
apenas me dispensando, e agora vamos voltar ao normal?

É claro que ele não me chamou aqui para me despedir. E o orgulho me


impede de implorar para esclarecer o que está acontecendo, apesar da minha
confusão.

Dane acena para o chão, e eu olho para baixo, percebendo que devo ter
deixado cair meu caderno e caneta aos meus pés quando ele me beijou. Meu
corpo ainda crepita com o fogo aceso em minhas veias, mas meu cérebro está
girando. Eu me curvo e pego minhas coisas, então giro e saio do escritório dele.

Preciso de um minuto para pensar. Para processar o que diabos


aconteceu. Para recuperar o controle do meu corpo.

E para saborear o que pode ser o único beijo que eu já terei com Dane
Rossi. De longe, o momento mais apaixonante de toda a minha vida. Um que eu
daria qualquer coisa para repetir novamente.

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Capítulo 6
Emme

O tempo parou.

Ou assim parece, de qualquer maneira. Desde que sai do escritório de


Dane, eu fiz tudo o que podia para ficar ocupada. Eu arquivei cada papel aleatório
em minha mesa. Eu respondi a todos os meus e-mails. Eu fiz cópias extras. Eu
perguntei aos meus colegas de trabalho se eles precisavam de ajuda com
qualquer coisa.

O que fosse preciso para me fazer parar de pensar sobre esse beijo.

Não funcionou.

Dane está pensando em mim agora também? Ou ele foi capaz de me


empurrar para fora da cabeça e se concentrar em seus clientes? Talvez eu deva
pedir dicas dele sobre como fazer isso. Eu solto uma risada estranha.

Quando a hora do almoço chega, eu estou tão inquieta que não suporto
estar perto de mim. Preciso me afastar desse lugar, ter um pouco de espaço. Ou
então eu poderia simplesmente explodir. Ou marchar até seu escritório e exigir
que ele me beije novamente.

Lauren passa por minha mesa com um saco de papel marrom na mão. Por
impulso digo oi para ela.

—Ei, Emme. —Ela responde com um sorriso amigável, parando na minha


frente. Hoje ela está de calça vermelha apertada que molda a sua forma,
juntamente com uma camisa branca aberta no pescoço. Seu cabelo vermelho está
puxado para trás em um coque frouxo com mechas soltas em torno de seu rosto.
Ela está maravilhosa. —Feliz sexta-feira!

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—Você vai almoçar? Quer companhia? —Eu mal posso acreditar em
minha própria cara de pau. Talvez o desespero me torne mais social.

A surpresa em seus olhos é disfarçada rapidamente. —Sim claro. Só vou


ao refeitório, mas vai ser bom ter alguém para comer. Geralmente fico na minha
mesa.

—Eu também. —Procuro em minha gaveta para pegar minha salada e


refrigerante e sigo-a no elevador até o refeitório. As portas se abrem, e viramos à
esquerda, depois à direita na cafeteria. Há uma mesa bem à nossa direita, que
pegamos.

Nós não falamos muito no início. Ela come o sanduíche de presunto, e eu


puxo a minha salada de frango. Minha coragem está escapando rapidamente, e
todas as minhas emoções são um nó emaranhado no meu peito.

—Então, você está gostando de trabalhar aqui? —Ela me pergunta


educadamente, ignorando minha estranheza. —Você está aqui... O que, em torno
de oito meses agora?

—Seis. —Eu a corrijo.

—Humm. Parece ser mais. —Ela ri. —O tempo parece estranho neste
prédio, eu notei.

—Eu também. — Eu dou um sorriso irônico.

—Você ainda está na faculdade, certo? Você está gostando de suas aulas?
Quando você se gradua?

Lauren faz perguntas gentis, e começo a me abrir, e eu me vejo falando


sobre a minha graduação, sobre o que eu quero fazer uma vez que me formar. Eu
até consegui perguntar a ela sobre seu próprio passado e o que a trouxe aqui.
Acontece que ela fez um estágio aqui enquanto estava na universidade, e quando
ela obteve seu mestrado, ela sabia que queria voltar aqui e trabalhar de verdade.
Ouvir que ela começou ainda mais baixo do que eu me faz sentir um pouco
melhor sobre minha própria posição.

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Logo, nós duas estávamos rindo sobre as merdas que fizemos quando
começamos na empresa. Conto como eu acidentalmente fiz uma centena de
cópias de um documento para uma reunião quando eu só queria fazer dez.

Lauren bufa e toma um gole de sua Coca-Cola. —Ok, isso é engraçado. Eu


me lembro de que eu deveria tomar notas e digitar um relatório sobre o que eu
aprendi de uma reunião. De alguma forma eu consegui colar no documento um
artigo de namoro que eu tinha lido secretamente no meu computador. Eu não
percebi isso na minha pressa para enviá-lo a tempo. Dane enviou-o de volta quase
imediatamente e sugeriu que eu 'revisasse', e então eu descobri o que eu tinha
feito. Eu me senti tão mortificada.

—Deus, aposto. —Não tão mortificante quanto fazer com que ele veja
suas fantasias pessoais sobre ele, mas ainda assim muito estranho.

Ela olha para a hora em seu telefone e suspira. —É melhor eu voltar ao


trabalho. Nós temos essa reunião às três horas hoje, então eu preciso ajeitar
minhas coisas antes que o Carl dê um show. —Ela revira os olhos, e eu não posso
evitar dar uma risada. —Oh, me perdoe. Você totalmente não viu isso.

—De jeito nenhum. —Digo, cruzando meus dedos sobre o coração com
um sorriso. É bom saber que não sou a única que desdenha o homem.

Ela se levanta e estala o pescoço. —Não posso esperar para ouvir seus
pensamentos sobre como ele vai cortejar algumas dessas grandes empresas.
Tenho certeza de que vai ser envolvente. —Com uma saudação, ela acrescenta:
— Eu vou te ver lá dentro! —Em seguida, decola em direção às lixeiras para
despejar seu lixo.

Eu demoro por mais um minuto, deixando-me saborear o momento do


que acabou de acontecer. Eu estendi a mão para ela, e nós realmente nos
conectamos. Por que eu esperei tanto tempo para fazer isso? Lauren é super
agradável e gentil, me sinto estúpida por hesitar devido à timidez.

Mas segundos depois dela sair, minha mente volta a pensar em Dane, em
como seus lábios mordiscaram minha boca, bebendo em mim. Eu engulo um

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gemido e pressiono minhas coxas nuas juntas, lutando contra a excitação
ameaçando ressurgir debaixo da minha saia.

Deus, aquele beijo estúpido.

Dado que ele não disse uma palavra para mim quando saiu para as
reuniões logo depois, é evidente que eu preciso deixá-lo ir. Talvez ele só quisesse
tirar isso de seu sistema porque ele se viu inadvertidamente excitado depois de
ler a minha confissão. Suponho que se tivesse tropeçado com os pensamentos
sacanas de alguém sobre mim, estaria inclinado a achar essa pessoa atraente,
mesmo que momentaneamente.

Será que aquilo tudo foi só ele me tirando de seu sistema? E eu posso
viver só com a lembrança fugaz de quão bem me senti, e saber que isso nunca
mais vai acontecer?

É chato pensar que eu poderia ser nada mais do que um deslize


temporário em seu juízo. Talvez seja por isso que ele não me disse o que ele quer.
Mas não vou seguir nessa linha de pensamento. Nenhum bem pode vir disso.

Eu jogo meu lixo e volto lá para cima.

As próximas horas passam um pouco mais rápidas, graças a Deus. Eu me


enterro no trabalho que surgiu enquanto eu estava almoçando - respondendo a
e-mails e estabelecendo compromissos de acompanhamento para Dane. Eu não
sei como o homem faz tudo, mas ele consegue encher sua agenda até o limite, e
ainda manter no topo suas funções aqui.

Mas aquela pequena faísca na minha barriga, ainda está lá,


silenciosamente zumbindo de antecipação. Vou vê-lo na nossa reunião às três
horas. O que vai acontecer? Será que ele vai olhar para mim novamente com
aquele calor em seus olhos? Ou ele fingirá que nada aconteceu entre nós?

Suas palavras abrasadoras sobre ser incapaz de esquecer o que eu escrevi


ecoam pela minha cabeça. Ele tem pensado em mim. Essa brasa ruge de volta à
vida, e eu aperto, de repente, as palmas das mãos suadas no meu estômago.

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Pare com isso, digo a mim mesma. Eu não posso ir por este caminho de
esperança e sonho. Isso só me levará a ser esmagada.

Por volta das 14h30min, eu olho para minha garrafa de água quase vazia,
e levanto da minha cadeira, segurando-a com as mãos trêmulas. Talvez se eu
beber um galão de água, eu possa apagar este fogo. Okay, certo. Mas eu ainda
caminho para o bebedouro e encho a garrafa. Aguardo mais um momento,
tomando um gole para encher minha boca seca.

Deus, este dia nunca vai acabar. Eu só quero correr para casa e me
enrolar no cobertor do sofá, e repetir esse beijo de novo e de novo. Bobagem ou
não, eu sinto como se a marca de sua boca na minha estivesse gravada em minha
pele.

Faço o longo caminho até minha mesa, percorrendo o corredor, espiando


pelas grandes janelas que alinham com a frente do prédio. O céu está nublado,
com nuvens cinzentas e pesado no horizonte. Eu brevemente me pergunto se vai
nevar.

Quando eu chego à minha mesa e sento em minha cadeira novamente,


meu estômago revira com o que eu encontro esperando por mim. Há outra nota
dobrada na minha mesa, desta vez grampeada. O que é isso? Certamente ele não
está me chamando em seu escritório novamente? Ele não precisaria selar uma
mensagem assim, certo?

Meus dedos tremem apenas um pouco enquanto eu o desdobro.

Eu quero que você vá para a cabine mais distante no


banheiro das mulheres antes da reunião às 15:00h,
tranque-se, e se masturbe. Chegue ao orgasmo com apenas
seus dedos, e não lave sua mão quando você terminar, nem se
limpe.

Quando você tocar sua boceta, pense em mim e nas


coisas que eu quero fazer com você e com sua boca sexy.

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Imagine o quanto isso vai me agradar e me excitar. E não
deixe ninguém saber o que você está fazendo.

Leva uns segundos para o meu coração começar a bater novamente. O


choque fez meu queixo cair. Eu abaixo o bilhete no meu colo, segurando-o, de
repente, com mãos suadas. Dane voltou para o escritório, eu penso intrigada.

Ele me deixou um bilhete. Deixou-me um bilhete dizendo-me algo muito,


muito perverso. Obviamente ele não se esqueceu de mim ou do beijo.
Obviamente, ele também quer mais do que quer seja isso entre nós.

Meu corpo inteiro explode em uma onda de fogo com a compreensão, e


eu fecho meus olhos e deixo que tudo se assente. Isso está acontecendo,
realmente acontecendo. Estou dividida entre ficar apavorada e excitada.

Eu vou fazer isso, de verdade? Eu vou me meter no banheiro? Ele não


saberia se eu não fosse não é?

Talvez seja parte de tudo isso. Eu saberia. Eu saberia se eu trapaceasse,


mesmo que ele não adivinhasse - embora provavelmente sentisse, já que ele
parece ver tudo na minha face, no meu coração. Mas eu não quero sabotar o
pedido. Eu quero fazer isso.

Meus pés tropeçam um sobre o outro enquanto enfio a nota em minha


bolsa, fecho-a, e ando determinada para o banheiro das mulheres. O medo
ricocheteia através de meu corpo, só aumentando o pulsar da minha excitação.
Eu tenho que ser super quieta lá. Eu não posso ser pega. Seria mortificante para
mim, continuar trabalhando aqui se eu fosse. Eu nunca viveria.

E eu não quero desagradá-lo. Não quando Dane saltou do penhasco


comigo, abrindo-se de uma maneira grande e arriscada. De alguma forma, essa
ação desloca a dinâmica entre nós. Não são apenas minhas palavras, minhas
fantasias, mas as nossas.

Uma conexão íntima sendo criada.

56
Eu consigo abrir a porta do banheiro e ando diante do azulejo branco, liso,
para a cabine no final. Merda, alguém está lá. Eu poderia entrar em outra cabine,
mas ele me disse para usar essa. Então me viro para o espelho e finjo arrumar
meu cabelo, verifico os meus dentes, abro a torneira para pulverizar água fria
sobre as minhas bochechas queimando.

A cabine abre, e Carrie, a contadora principal, sai vestida da cabeça aos


pés de preto, cabelos puxados para trás em um coque apertado.

—Olá, Emme. —Ela diz com seu tom gutural habitual, enquanto se dirige
para a torneira ao meu lado.

Dou-lhe um leve aceno de cabeça e mantenho a água corrente. Meu


estômago está me comendo viva. Eu só quero que ela saia do banheiro agora,
mas ela está demorando tanto para lavar as mãos, e depois secá-las com cerca de
quinhentas toalhas de papel.

Finalmente ela sai me deixando sozinha no banheiro. Eu sorvo uma


respiração profunda para estabilizar meus nervos, vou para a última cabine, fecho
e tranco a porta.

Apesar dos meus esforços, minha respiração está saindo em rajadas


pequenas, então me inclino contra a parede fria, e fecho meus olhos. Puxo o ar
em meus pulmões lentamente, expiro lentamente. Se eu vou fazer isso, preciso
me colocar no lugar certo.

O rosto de Dane aparece na minha frente. Instantaneamente meu corpo


irrompe em ardor e meus músculos relaxam. Eu esfrego meus dedos sobre um
mamilo endurecido, então o outro. Eu finjo que são suas mãos me acariciando, e
minha pelve dá um solavanco quase doloroso em resposta à imagem.

Minha respiração acelera. Eu levanto minha saia preta até meus quadris,
empurro minha calcinha úmida para o lado, e deslizo um dedo sobre meu clitóris,
que já está molhado da minha excitação. Ele quer saber que eu me toquei. Eu
aperto meu peito com a outra mão e acaricio meu clitóris mais forte.

57
Deus, eu o quero tanto agora. Eu gostaria que ele viesse aqui e arrancasse
minhas roupas. Eu quero sua boca em mim, lambendo-me, fazendo meus lábios
inferiores incharem ainda mais. Eu sinto o orgasmo começando a construir.

Abro os botões de cima da minha camisa e empurro-os de lado, afastando


meu sutiã, então meu peito esquerdo está descoberto. Eu aperto o mamilo duro,
o que envia um flash de prazer e dor direto para o meu clitóris.

Oh Deus. Um leve suspiro sai da minha boca antes que eu possa pará-lo.
Minha cabeça cai para trás contra a parede enquanto a minha excitação constrói.
Meus dedos voam para cima e para baixo na minha fenda, mais rápido, mais
rápido...

A porta do banheiro se abre, e eu ouço passos entrando, movendo-se em


direção a pia. Eu mordo meu lábio inferior e continuo me masturbando. Eu não
posso parar agora, por nada nesse mundo. Preciso terminar isso, para Dane.

Minha mão está coberta com a minha excitação, e minhas coxas expostas
estão tremendo. Estou tão perto, tão perto...

A torneira faz barulho e eu ouço sons. Tiro a mão do meu peito e coloco-a
na minha boca, abafando os gemidos que ameaçam derramar.

Meu cérebro desenha um visual de Dane empurrando a porta aberta,


caindo de joelhos na minha frente, e chupando duro no meu clitóris. Sua outra
mão empurrando em minha boceta, e ele ordenando-me para gozar em toda a
sua língua. E então é isso.

Eu voo sobre a borda, todo o meu corpo empurrando enquanto eu


explodo em um milhão de pedaços. Minha cabeça está tonta por estar segurando
minha respiração por tanto tempo. No fundo, eu vagamente ouço a torneira
fechar e a porta abrir e fechar novamente.

Quando estou sozinha mais uma vez, removo a minha mão da minha boca
e a outra da minha calcinha. Eu caio contra a parede, de repente, desossada,
incapaz de me mover ou sequer pensar. Caramba, isso foi intenso. Não acredito
que fiz isso.

58
Eu não posso acreditar que eu fiz isso com alguém do outro lado da porta
da cabine.

Mas, mais notavelmente, eu não posso acreditar o quanto a coisa toda


me excitou.

E Dane tinha que saber que excitaria, por causa da leitura do meu diário,
foi por isso que ele me disse para fazer isso em primeiro lugar. Parte de mim está
nervosa que ele aprendeu a me ler tão facilmente; tão rápido, descobriu as
minhas vulnerabilidades e onde me excitar. E, em apenas alguns minutos, eu vou
estar na sala de conferências, meus dedos ainda saturados com a evidência do
meu orgasmo.

Ele saberá o que eu fiz, e eu também saberei. Eu não sei o que fazer ou
como agir, especialmente porque eu não quero que ninguém mais saiba disso. Eu
tenho que manter minha calma, desempenhar um papel. Dane esperaria isso de
mim. E eu quero viver de acordo com suas expectativas.

Porque agora eu tive um gosto da intensidade dentro dele, as emoções


abaixo da superfície, e eu estou excitada demais.

59
Capítulo 7
Dane

Quando entro na sala de reuniões, todos estão lá, exceto Emme. Meu
corpo inteiro estava com os músculos tensos. Eu não a vi desde que deixei aquela
nota em sua mesa. Ela fez isso? Ou ela ficou envergonhada e voltou atrás?

Eu sabia que iria empurrá-la fora de sua zona de conforto com as coisas
que eu pedi a ela para fazer. Mas algo me diz que ela poderia lidar com isso. Que
queria mesmo. E durante a última meia hora, eu não fui capaz de me concentrar
em merda nenhuma, imaginando se ela estava no banheiro se masturbando.

Foi tão difícil não entrar e pedir para assistir. Passei minutos pensando
nos faturamentos, para que o meu pau amolecesse o suficiente, e eu pudesse sair
de trás da minha mesa. Eu não preciso do meu pau duro enquanto ando pelo
escritório.

Às três horas, Emme entra de cabeça baixa enquanto segue até a


extremidade da mesa, um leve rubor em suas maçãs do rosto, torcendo as mãos
nervosamente. Ela oferece a todos um sorriso tenso, seus olhos passando por
mim. —Desculpe estou atrasada.

Meu estômago afunda com desapontamento, e eu imediatamente afasto


essa emoção. É claro, pela sua linguagem corporal, que ela está mortificada - as
vibrações estranhas estão praticamente rolando dela. Mas é porque ela fez o que
eu pedi, ou porque ela não fez?

Eu tenho que admitir, eu estava esperando vê-la entrar aqui parecendo


satisfeita, comigo sabendo a razão exata do por que. Talvez até cheirasse um
toque daquela excitação quando ela passasse por mim. Só de pensar, meu pobre
pau começa a endurecer novamente, e eu viro meu olhar para Carl por um
momento para rapidamente matar essa reação.

60
Eu não deveria ter escrito essa nota. Honestamente, eu não posso
acreditar que eu tomei essa atitude; eu me surpreendi quando me vi digitando as
palavras e imprimindo na minha impressora pessoal. Eu me abri para entrar em
um mundo cheio de problemas. Não, eu não acredito, mas ainda há uma
possibilidade de que esse problema poderia voltar e me morder na bunda. Eu
trabalhei muito duro para chegar onde estou, coloquei muitas horas de sangue,
suor e lágrimas.

Não só arriscando minha reputação, mas estou pondo em risco meus


votos pessoais de que nunca me envolveria com uma subordinada desta forma.
Uma coisa que eu disse a mim mesmo um milhão de vezes.

Emme liga o tablet e mantém sua atenção focada nele, dedos voando
pelo teclado em um novo documento aberto para ela tomar notas. Eu
propositadamente não olho para ela, lutando contra as emoções em meu peito.

—Tudo bem. —Carl diz enquanto embaralha seu bloco de papel. Suas
bochechas ardem em vermelho - provavelmente por uma combinação de
excitação e nervosismo. —Então. Obrigado por todos terem vindo. Eu não tive a
chance de fazer cópias de meus documentos. Eu ia pedir a Emme antes da
reunião, mas ela não estava em sua mesa.

Minha testa franze em reação à suas palavras.

Um rubor suave no rosto de Emme rasteja pelo pescoço. Mas para seu
crédito, ela empina o queixo e diz com a voz firme. —Eu tinha uma tarefa
importante para fazer. Se você precisar que eu faça cópias de alguma coisa, eu
preciso de um aviso prévio sobre isso.

Tento não rir agora de sua resposta para a manipulação hábil da


condescendência arrogante de Carl. Mas, mais do que querendo rir com sua
resposta perspicaz, agora estou ciente de que ela fez o que lhe mandei fazer.

Não há nenhuma maneira que eu possa me mover agora mesmo, nem


mesmo se o edifício desmoronar ao meu redor. O sangue está correndo
rapidamente por minhas veias enquanto seus enigmáticos olhos vagueiam em
minha direção, então me encaram ao que me parece uma eternidade. Tudo o que

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posso pensar é que ela fez isso. Tudo que eu pedi - posso ver tão claramente em
todo o seu rosto neste breve momento.

E eu quero fodê-la tão duro agora, isso não é engraçado. Eu quero provar
aquela boceta molhada e revestir meu rosto com seu gozo.

De repente, estou desesperado para esta maldita reunião terminar.

Carl está falando sobre a pesquisa de mercado que ele fez para grandes
empresas na área, mas eu não consigo me concentrar. Eu deveria tê-la feito se
sentar ao meu lado para que eu pudesse sentir seu cheiro, talvez até mesmo
alcançar e acariciar uma de suas coxas nuas. Mas isso poderia pôr tudo a perder.

Eu não posso tratá-la de forma diferente do que eu tenho tratado. Isso é


parte do jogo, um que ela está jogando com mais conhecimentos que eu lhe dei
crédito. Admiração cresce em mim, junto com outra onda de excitação.

Emme continua a me surpreender, me manter na ponta dos pés.

Volto minha atenção para Carl e me obrigo a ouvi-lo. Suas ideias não são
boas ou inovadoras, e ele é um pouco arrogante, mas pelo menos ele está
tentando ser mais colaborativo. Posso dar-lhe crédito por isso.

Quando ele acaba de explicar como ele vai chegar aos potenciais clientes,
e qual será sua estratégia para convencê-los a deixar seus designers atuais, dou
um aceno brusco. —Ok, primeira coisa, você tem muitos na lista. Eu quero que
você se concentre em não mais do que três desses potenciais clientes. Quais você
acha que têm o melhor potencial para nós? O resto você pode distribuir a outros
membros da equipe para a realização da proposta.

Algumas pessoas despertam interesse diante da perspectiva.

Uma linha profunda corta a testa de Carl. —Dane, eu posso falar com
todos eles. Não vejo por que preciso me limitar aqui.

Olho para ele sem dizer uma palavra.

62
Ele limpa a garganta e quebra o contato visual, voltando seu olhar para os
papéis que estão espalhados sobre a mesa. Ninguém rompe o silêncio. Todos eles
sabem que Carl precisa ser colocado no lugar, e eles dão o espaço para que isso
aconteça.

Carl aperta os lábios por um momento antes de finalmente falar. —Bem.


OK. Eu acho que McIntosh e Jones podem ficar com a Empire Resale... E com o
Lincoln Greeting Cards. —Seu tom é um pouco grosseiro; ele odeia fazer as coisas
de acordo com os meus padrões. Uma pena. Carl é muito desmiolado para tomar
tanta responsabilidade.

Meu olhar se volta para Emme, espontaneamente. Ela para de digitar e


olha para mim, um sorrisinho no rosto.

Sua boca abre apenas uma fração, e um dedo desliza entre os lábios
rosados e cheios, então ela volta sua atenção para seu iPad. Eu olho para seus
dedos enquanto eles se movem. Penso em tudo que ela fez consigo mesma,
apenas uns minutos atrás, pensando em mim o tempo todo.

Sabendo sem sombra de dúvidas que se eu quisesse, eu poderia gozar na


sua boca agora, e ela teria o maior prazer em engolir tudo.

Um rosnado profundo no meu peito está doendo para ser liberado. Foda-
me, eu quero dobrá-la sobre a mesa e penetrar nessa boceta molhada. Eu posso
ver seus mamilos cutucando sob sua camisa fina. Ela está excitada agora, e quer
que eu saiba.

Não há maneira nenhuma que eu possa parar isso agora, porra. Não
quando eu tenho o poder de fazê-la corar, excitar e despertar a sexualidade
enterrada lá no fundo.

O canto dos meus lábios se curva, e eu lhe dou um aceno quase


imperceptível, a deixando saber que eu recebi a mensagem dela. —Eu acho que é
tudo. —Digo para os funcionários ao redor da mesa. —Vão em frente e obtenham
novos negócios. Já terminamos aqui.

63
Emme passa por trás de algumas pessoas com seus quadris balançando
suavemente com seu andar. Carl demora reunindo suas coisas.

Eu posso dizer que ele quer falar mais comigo, talvez protestar
novamente pelo fato de que eu não vou deixá-lo perseguir todos os clientes.
Então, para apaziguá-lo e tirá-lo daqui, acrescento: — Para ressaltar, eu acho que
você fez escolhas inteligentes. Eles vão ser um bom ajuste para você, e talvez até
mesmo fornecer oportunidades adicionais para procurar por grandes clientes. O
boca-a-boca é importante em nossos negócios.

É isso. Um sorriso satisfeito aparece em seu rosto, e ele me dá um aceno


de cabeça. —Sim, minha pesquisa indicou que eles seriam minhas escolhas de
primeira linha, de qualquer maneira. O resto são perspectivas menores, então
eles não devem ser muito assustadores para os outros perseguirem. —Há um
pouco de arrogância em seu passo quando ele sai.

Eu deixei a sala esvaziar completamente e fico por apenas um momento a


mais para recompor-me. Estamos no trabalho, e eu não posso parecer estar fora
de controle, não quando os outros podem me ver. Eu sou o chefe, quem eles
respeitam. Eu me estabilizo até que minha excitação não é tão aparente, em
seguida, saio da sala.

Quando eu chego à mesa de Emme, paro e olho para ela. Eu me certifico


que minha voz é calma e profissional quando digo. —Emme, em quinze minutos
eu preciso te ver no meu escritório. Por favor, traga a nossa lista de contatos dos
clientes com você, para que possamos fazer algumas chamadas. Vou precisar da
sua ajuda para chegar até eles.

Ela engole e solta uma respiração trêmula, sua mão levantando para
colocar seu cabelo atrás de suas orelhas. Esse rubor sexy pra caralho rasteja em
suas bochechas novamente, e suas pupilas parecem dilatar bem na minha frente.
Oh, ela está tão quente e pronta para mim neste momento, ela faria qualquer
coisa que eu pedisse. Um impulso inebriante flui através de mim com essa
compreensão, e uma intensa necessidade corre pela minha espinha.

—Sim, senhor. —Ela sussurra em tom ofegante.

64
Ela parece gostar bastante quando lhe é dito para fazer algo. Ah, então ela
quer jogar assim. Emme gosta da dinâmica chefe/empregado. Faz sentido, uma
vez que ela parece gostar de receber ordens sobre o que fazer. Eu arquivo a
informação para referência futura.

—Venha em vinte minutos. —Eu quero prolongar a tensão construindo


dentro dela por alguns minutos a mais, mesmo que isso me mate. Mas eu não
posso resistir a esta coisa acontecendo entre nós, esta conexão estranha e
inesperada.

Eu me viro e vou para o meu escritório; fecho a porta atrás de mim e


pego minha garrafa de água. Bebo quase metade da água em um esforço para me
refrescar um pouco, e manter o controle sobre a minha excitação.

Respondo a alguns e-mails.

Meu telefone toca. Não reconheço o ID de chamada. —Rossi Design. —Eu


digo.

—Dane. —Diz uma voz familiar e profunda. —Sou eu. Eric.

Porra. Fale sobre uma surpresa inesperada e desagradável. —O que você


quer? Estou ocupado. —Eu percebo que minha voz soa firme e rude e,
imediatamente, acalmo minhas emoções, fechando a parede em torno de mim.
Eu não quero que ele saiba que ele ainda pode impactar meus sentimentos. Ele
não merece sentir que é parte da minha vida. Ele perdeu esse direito.

Há uma pausa. —Humm. Bem, mamãe queria que eu te ligasse e te


convidasse para jantar neste fim de semana.

Eu não respondo por um momento. Tantas emoções estão me irritando


agora. Eu aperto minha mão livre com força. Estou no controle de mim mesmo.

—Não estou interessado. —Eu já sei que Marianne estará lá. Por que eu
me incomodaria por isso?

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Meu irmão suspira. —Olha, foi muito difícil te chamar, mas precisamos
conversar. Sobre o que aconteceu comigo e Marianne. Eu sei que você ainda está
realmente chateado conosco...

—Eu não estou nem aí. —A resposta sai diretamente de meus lábios.

—Certo. —Eric resmunga uma sugestão de frustração no som. —É


totalmente reciproco, Dane. Você sabe, eu não falei com você em anos agora, e...
Bem, nós pensamos que é tempo suficiente para resolver nossos problemas de
uma vez por todas. Está machucando a família, cada vez que você evita um
evento familiar onde vamos estar. Mamãe está magoada, e às vezes Marianne
não consegue dormir à noite, porque você ainda está nos punindo pelo passado.

Eu não quero discutir com ele. Não quero falar com ele. Eu não quero
pensar nele fodendo minha ex-esposa. Mesmo que a relação deles só tenha se
tornado física depois que nos separamos, a relação emocional deles já era
aparente olhando para trás.

Olhando para trás, era como se meu irmão estivesse tentando tirar algo
de mim desde o início.

A verdade é que nosso casamento não acabou por conta de Eric, a tensão
entre eu e Marianne começou desde o nosso primeiro dia. Mas saber que Eric a
tinha cobiçado, que deveria ter se aproveitado das reuniões familiares e feriados
para perseguir a minha esposa, me embrulhava o estômago.

Não consigo fazer isso. —Eu tenho que ir. —Digo prestes a desligar.

—Espere, espere. — Ele dá um suspiro frustrado. —Merda. Apenas...


Pense nisso, ok? Mamãe sente sua falta. Ela diz que você não está retornando
suas chamadas ultimamente. Eu me ofereci para convidá-lo porque eu não quero
mais manter esse mal-estar entre nós. Estou estendendo a bandeira da paz, para
o bem da família.

Meu irmão, o mártir altruísta. Que piada. —Eu não sou a causa do mal-
estar aqui. —Sinto-me ficando entorpecido, centímetro por centímetro. Não
quero discutir isso no trabalho. Eu odeio ter deixado Eric me arrastar para uma

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conversa que eu não queria ter. Eu coloquei sua traição para trás e foquei em
avançar com a minha vida da melhor maneira que pude. Mas o passado continua
tentando me arrastar para baixo. —Vou ligar para mamãe. —Essa é a única
concessão que vou fazer para ele. Ele não vai me forçar ou me fazer sentir culpa
por nada.

Ele suspira novamente, mas desta vez é cansado do mundo. —OK.


Obrigado. Eu vou deixar você ir. Eu sei que, provavelmente, você está ocupado.

—Tchau. —Eu desligo antes que ele possa dizer qualquer outra coisa.

Estou sendo teimoso, eu sei. Mas simplesmente não consigo deixar para
lá o que aconteceu, e perdoar o meu irmão. Eu me divorciei de Marianne para
ficar livre dela, não para continuar vendo a mulher que teve um final feliz com o
meu irmão, e que ainda aparece nas fotos da família, ainda fazendo parte do meu
mundo.

Se eu conseguisse superar a traição de Eric, eu superaria. Mas a verdade, é


que sei no fundo da minha alma, que ela o queria desde o início. E que minha
perda pessoal foi rapidamente o ganho dele. E isso simplesmente não posso
deixar para lá.

Mas eu sei que minha ausência está fazendo minha mãe sofrer. Ela anseia
que sua família esteja unida novamente, não importa o custo do meu orgulho ou
sentimentos. Entendo. Ela precisa da estabilidade com um desespero que eu não
consigo entender, dado que seu marido miserável é meu pai. Não significa que eu
tenho que aceitar ou me curvar a isso.

Apoio os cotovelos na mesa e descanso a cabeça nas mãos. Isso é tão


fodido. Eu não quero mais pensar nisso.

Uma batida suave na minha porta me sacode de meus pensamentos. No


rescaldo do telefonema, esqueci que disse a Emme para vir a mim.

Merda. Estou tão sem cabeça para isso agora. Mas não é culpa dela.
Ainda posso dar-lhe prazer, mesmo que eu esteja lutando com meus próprios
problemas pessoais.

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—Entre. —Eu digo. Eu mudo minha expressão para certificar-me de que
minhas emoções negativas não estão escapando completamente. Ela não precisa
ser arrastada para essa merda.

Ela abre a porta e fecha atrás dela, um punhado de papéis apertados em


seu punho. Eu ouço o clique da fechadura atrás dela e dou um sorriso genuíno
pela primeira vez desde que entrei aqui. Fazer Emme gozar tão duro como ela vai
é, de repente, a única coisa que eu quero pensar. Será minha missão, algo que eu
posso fazer para me afastar dessas más lembranças, da traição, dos
ressentimentos que calcificaram ao redor do meu coração. Isso é altruísta, e ainda
excitante ao mesmo tempo.

Levanto-me e ando em sua direção, meus olhos absorvendo a visão de


seus quadris na saia preta, a camisa lilás fina e justa. O desejo de beijá-la e me
perder nela é tão forte, que tenho de lutar contra isso. Mas isso não é sobre mim
- é sobre ela. Esta mulher inocente, sexy e espirituosa, que ocupou muito dos
meus pensamentos ultimamente.

—Sente-se na minha mesa. —Digo com voz suave.

Seus lábios abrem ligeiramente e eu vejo o sopro da sua respiração. Ela


balança a cabeça e move-se para lá, escorando-se contra a mesa.

Pego os documentos e observo-os, destacando três entradas. Entrego os


papéis de volta. —Eu preciso que você ligue para essas empresas em meu nome,
para agendar compromissos de avaliação inicial com eles. Eu já os encontrei
pessoalmente, então eles estão aguardando essas chamadas. —Eu vou em sua
direção, olhando para aqueles grandes olhos verdes, fixos em mim.

Sua língua sai para lamber seus lábios. Ela não tem certeza do que estou
fazendo. Eu a fiz balançar, um pouco nervosa. Mas ela olha para mim com um
olhar confiante, e eu sinto um grande pedaço de gelo se afastar do meu coração.

Ela fecha os olhos por apenas um segundo, inspira fundo e exala então
pega meu telefone. Enquanto disca, eu manobro a cadeira para tê-la de frente
para mim em vez da mesa, mantendo minhas mãos apertadas nos braços da
cadeira. Ela pisca de surpresa, mas não interrompe sua tarefa.

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—Olá, posso falar com o Sr. Dieter, por favor? —Ela pergunta em sua voz
profissional. —Claro, eu posso aguardar.

Emme está pronta para levar o nosso jogo para o próximo nível? Eu quero
- não, eu preciso – para poder empurrar seus limites, para tê-la excitada e
molhada e me desejando. Vou dar-lhe algo para escrever no seu diário. Uma
porra de uma intensa experiência que ela nunca esquecerá.

Deus sabe que não vou.

—Fique concentrada. —Eu ordeno com voz áspera, grossa. Meu pau pulsa
com o pensamento do que estou prestes a fazer, e sangue corre pelas minhas
veias, quebrando o último entorpecimento. Toda a tensão desapareceu, e minha
necessidade rugiu de volta à superfície da minha pele, iluminando-me.

Eu posso cheirar sua resposta ao meu comando, um aroma suave,


feminino, que deixa meu pau tão duro que dói. Ela está olhando para mim,
pupilas dilatadas, seios subindo e descendo com sua respiração ofegante,
mamilos eretos e implorando para serem tocados.

Eu caio de joelhos, meu peito entre suas coxas nuas separadas, e empurro
sua saia até sua cintura.

FIM DO LIVRO 1

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70
Boss me

LIVRO# 02

71
CAPÍTULO 1
Emme

Oh Deus. Minha barriga é um forte nó de desejo, e minhas coxas estão


tremendo. O telefone está agarrado firmemente na minha mão enquanto espero
o Sr. Dieter atender ao telefone. Como diabos devo concentrar-me em fazer essas
chamadas, quando os olhos de Dane estão fixos no ápice das minhas coxas. O
tecido fino da minha calcinha aparece para ele?

Isso é loucura. Isso realmente não pode estar acontecendo. Eu quis isso
por tanto tempo, mas agora que realmente está acontecendo, eu rezo para que
eu possa lidar com isso.

Terei que lidar com Dane.

—Alô? —Diz o Sr. Dieter com um forte sotaque alemão.

Eu fecho meus olhos com a intensidade no rosto de Dane, e tento me


concentrar na ligação. Eu preciso passar por isso. —Alô, senhor, aqui é Emme
Williams. Eu estou ligando em nome de Dane Rossi da Rossi Design. Ele me
pediu... —Eu engulo com força enquanto sinto os dedos de Dane deslizar pelo
interior das minhas coxas. Meu sexo aperta e pulsa forte. —Humm. Ele me pediu
para marcar uma hora com você, então, gostaria de saber quando você estará
livre. —Minhas palavras são apenas um sussurro.

Felizmente, o Sr. Dieter não parece notar. —Oh, sim, deixe-me verificar
minha agenda. Aguarde um minuto, por favor.

—Olhe para mim. —Dane ordena com voz áspera. —Não feche os olhos.

Eu faço o que ele pede, e o observo enquanto o polegar esfrega o tecido


sobre meu clitóris, e eu tremo involuntariamente. Seu olhar permanece fixo em
mim, e a intensidade é embriagante, vertiginosa.

Seu polegar desliza sobre o tecido, e ele pressiona minhas dobras. Um


gemido baixo implora para ser liberado, mas eu seguro.

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—Tudo bem. —Diz o Sr. Dieter. —Eu tenho horário na próxima sexta-feira
se ele estiver disponível.

Movo minha atenção para o calendário que trouxe comigo, um


estremecimento invadindo meu corpo quando seus dedos deslizam ao longo da
minha boceta. Oh, Deus, oh Deus, como posso me concentrar quando apenas
quero afundar nesse sentimento?

—Ele, ahh, ele está livre... —Quando o dedo de Dane desliza para minha
boceta excitada, meu quadril inclina-se para ele por vontade própria. Acabe com
isso, eu me ordeno. —13h30min? —Eu consigo perguntar.

Meus pensamentos estão correndo. Ainda não posso acreditar que isso
seja real. Minhas fantasias tomaram vida, e a realidade é muito melhor do que eu
jamais poderia ter imaginado. Mas parte de mim ainda está em estado de
choque, mesmo quando meu corpo está ocupado reagindo ao que ele está
fazendo comigo.

O dedo de Dane dobra-se para acariciar meu ponto G, e é tão difícil não
fechar os olhos.

Meus mamilos estão duros, e se estendem contra meu sutiã. Há um


pequeno sorriso nos cantos de sua boca que me deixa mais excitada. Ele sabe que
ele está me deixando louca, está deleitando-se, e isso me excita mais.

—Pode ser às 14h00min? —Pergunta o Sr. Dieter.

—Sim. Sim, pode sim, está bem. —Suspiro enquanto meu orgasmo
começa a construir.

Dane levanta uma sobrancelha para mim, sabendo que esse pequeno
deslize quase me deixou. Eu engulo e tento me organizar. Eu posso fazer isso. Está
bem.

Então ele puxa meus quadris para a extremidade da cadeira, e pressiona


um beijo quente no meu clitóris, e quase me perco.

—Tudo bem, vou ver o Sr. Rossi às 14h00min. —Diz o Sr. Dieter.

73
—Parece ótimo. Adeus. —Digo com um ligeiro tremor, depois desligo o
telefone apenas a tempo de um gemido suave rasgar minha garganta. —Isso é
incrível. —Digo a ele enquanto sua língua varre os meus lábios inferiores,
mergulhando entre eles.

—Você é muito doce. —Ele geme, cavando os dedos nos meus quadris
enquanto me come mais. Observo-o saborear a minha essência, a maneira como
ele ataca cada gota de excitação, isso faz meu corpo tremer incontrolavelmente.

Abaixo-me e enrolo os dedos na sua nuca, pressionando-o mais perto. Ele


move uma das mãos entre as minhas coxas para continuar me tateando. Foi com
isso que fantasiei por tanto tempo. E é incrivelmente intenso.

Então ele para e tira a boca. —Próxima chamada. —Sua voz é pouco mais
do que um grunhido gutural neste momento.

Oh, merda, certo. Os telefonemas. Ele vai me fazer falar com mais duas
pessoas? Isso é loucura.

Mas o olhar duro em seus olhos mostra-me o quão sério ele está sobre
isso. Então, eu suspiro e aceno. Tento não reagir de forma muito violenta quando
sua boca volta a lamber-me, me sugando, deslizando pela minha umidade.

Meus dedos erram duas vezes quando tento discar o próximo número. Na
terceira tentativa, disco corretamente. Meu sexo contraiu-se assim que seus dois
dedos entraram em mim bombeando com força. Arqueio minhas costas, meus
seios saltando no ar, e deslizo meus dedos pelos cabelos. Eu estou
despreocupada, descarada, incapaz de fazer nada mais do que tudo o que ele me
pede.

—Wallace Associados. —Diz uma voz masculina.

Minhas paredes internas começam a apertar os dedos, enquanto a onda


cresce mais forte. Estou tão molhada, eu sei que seu rosto deve estar revestido
agora. Mas ele não parou o ataque.

—Humm. Sim. Posso falar com o Sr. Wallace? —Pergunto no que espero
que pareça um tom uniforme. Neste ponto, estou tão tonta e queimando por

74
dentro, que não sei o que é falar baixo ou alto. Seguro um gemido logo que
começa a escorregar da minha boca.

Os olhos de Dane disparam para o meu e me encaram em advertência. Ele


ouviu. Merda.

Há uma pausa e meu coração para. —Você está bem? —O homem me


pergunta.

—Sim, com certeza, desculpe. —Meu cérebro luta por uma desculpa. —
Eu... Derramei um pouco de café no meu colo.

Isso ganha outro sorriso de Dane, que se volta para me devorar. Eu mordo
meu lábio inferior, determinada a não cometer outro erro.

—Sr. Wallace não está no escritório agora, mas eu ficaria feliz em anotar o
recado e pedir para retornar sua ligação.

Graças a Deus. Eu digo: — Eu sou Emma Williams, ligando da... Da Rossi


Design... Para marcar um horário para Dane Rossi. —Tudo bem, não faz sentido
agora, mas pelo menos ainda estou formando palavras um pouco coerentes. Não
tenho ideia de quanto tempo posso manter isso. Informo o número de telefone
para o Sr. Wallace me ligar, e desligo o mais rápido possível.

Quando o telefone atinge o gancho, os dedos de Dane me fodem com


mais força, e eu posso ouvir o som da minha excitação. Com a outra mão, ele
desabotoa minha blusa, e aproximasse para escorregar uma das mãos na minha
camisa e apertar meu peito. A ternura desse toque, combinada com a investida
no meu sexo, quase me desfaz naquele momento.

—Você é tão sexy. —Ele diz enquanto olha para mim. —Tão sensível. —Ele
olha de volta para o meu sexo exposto. —E essa boceta é linda. Quero comer
você por horas.

—Seus dedos são tão bons. —Admito em um gemido. —Eu estou quase lá.
—Antes que ele possa me lembrar novamente em manter o foco, eu me arrumo
para encontrar o terceiro número. Mas eu quero muito ceder ao orgasmo me
ameaçando partir em duas.

75
Apenas observar meu chefe me levar da maneira que eu sempre esperei,
seus ombros musculosos esticando enquanto ele se move, aquele rosto perfeito
tão perto da minha boceta desnuda... Está me fazendo querer gozar. Agora
mesmo.

A mão experiente de Dane espreme e amontoa meu peito, seu polegar


roçando meu mamilo. —Porra, seus seios são incríveis, Emme. —Ele respira na
minha virilha, e eu estremeço novamente com a sensação de sua respiração
quente me acariciando. —Eu quero que você goze para mim. Duro. Preciso ter
esse orgasmo por todo o meu rosto.

Dou um aceno tímido e disco o terceiro número. A chamada parece tocar


para sempre, o som ecoando nos meus ouvidos, enquanto eu me vejo deslizando
perigosamente para perder a cabeça com seu toque.

—Olá, obrigado por ligar para a Mordecai Associados Financeiros. Em que


posso ajudar com sua ligação?

—Eu preciso... —Eu preciso gozar tão forte que eu quero gritar. —Sra.
Mordecai. —Estou perdendo meu controle. Minhas palavras estão saindo mais
rápidas do que pretendo que elas saiam, e o olhar de Dane fixa-se em mim. Pisco
e faço o meu melhor para não empurrar meus quadris contra o rosto do jeito que
eu quero. —Eu preciso falar com a Sra. Mordecai - eu estou ligando em nome da
Rossi Design. —Assim é melhor.

—Ok, deixe-me transferir para ela.

Meus peitos estão pesados e inchados, e eu estico minha mão para


acariciar meu mamilo. As pupilas de Dane dilatam-se com a visão, e vejo seu peito
subir e descer mais rápido.

Ele está excitado. Quero dizer, eu sabia que ele estaria, é claro, mas ver
esse pequeno sinal de sua excitação tão evidente, me ajuda a sentir uma onda de
poder. Eu me sinto um pouco menos desalinhada.

Eu vou fazer isso. Eu quero deixá-lo louco, quero que ele me implore da
maneira que eu anseio. E eu quero tanto tocá-lo. Mas primeiro eu preciso
terminar esta última ligação.

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—Alô? —Uma voz feminina rouca diz. —Evelyn falando.

—Oi, aqui é Emme Williams. —Digo orgulhosa de quão firme minha voz
está. Deixei minha mão deslizar para baixo para acariciar o ombro forte de Dane,
amassando meus polegares na clavícula. Ele suspira, e pressiona mais os seus
lábios nos meus lábios inferiores, e sua língua gira em um padrão embriagador
que me traz até a borda.

Merda, eu vou gozar, e acho que não sou mais capaz de evitar isso.

—Eu estou... Chamando para fazer... —Oh Deus, ali mesmo, sim... —Em
nome de Dane Rossi.

—Quem?

Dane pode me ver claramente a ponto de desmoronar, o que parece


apenas fazê-lo trabalhar mais, seus dedos experientes me esfregando por dentro,
e sua língua esfregando-me por fora.

Um momento depois, meu corpo entra em uma explosão de sensações


vulcânicas, todas as terminações nervosas disparando em plena explosão,
virando-me de cabeça para baixo. Eu mordo o lábio para evitar que solte o grito
que está tão desesperado para escapar desse orgasmo intenso. Não consigo parar
a maneira como meu corpo treme, como minhas coxas apertam a cabeça para
mantê-lo preso contra mim.

Eu posso ouvir Evelyn falando na outra extremidade, mas o ruído na


minha cabeça é muito alto para eu pegar o que ela está dizendo no início. — livre
em duas semanas ou mais, desde que estarei de férias. —Filtra pela minha
consciência. —Eu posso chamá-lo de volta quando eu voltar.

O pulso na minha pelve diminui com os batimentos cardíacos, e eu luto


para sorver o ar em meus pulmões. —Isso... Deve estar bem. Você precisa do
número dele?

—Eu acredito que tenho seu cartão de visita. —Ela diz. Eu ouço um som na
outra extremidade, então. —Sim, aqui está. Estamos combinados.

77
O orgasmo desaparece, deixando-me bamba, cansada e completamente
satisfeita. Dane pressiona um último beijo na minha virilha, embebida, e então,
afasta uma mexa de cabelo úmido da minha sobrancelha. Eu não percebi que eu
estava suando, de tão presa no que estava acontecendo. As emoções que
derramam de seus olhos castanhos, o orgulho, a excitação é algo indescritível,
caloroso, faz meu coração dar uma cambalhota. Pisco e tento afastar a estranha
emoção em mim. Provavelmente devido à intensidade do que acabei de
experimentar. —Estamos ansiosos para ouvir de você em breve. —Digo a ela,
depois desligo.

Eu levanto, puxando minha saia de volta pelas minhas coxas, e nós


paramos por um longo momento apenas olhando um para o outro, peitos
subindo e descendo em uma respiração sincronizada. Eu quero tanto falar, mas
minha língua está emaranhada nas palavras. Ele sente isso, essa ligação entre nós,
da mesma maneira que eu? Nunca experimentei algo assim antes.

—Isso foi incrível. —Finalmente consegui murmurar. Eu sinto um rubor


rastejar sobre minhas bochechas. Não posso acreditar que estou envergonhada
agora, depois das coisas que ele acabou de fazer no meu corpo. —Humm. Posso...
Você... —Eu dou um passo em frente e roço as pontas dos meus dedos por seu
peito firme.

Com um sorriso gentil, ele toma meus pulsos antes que eu alcance a sua
cintura, e abaixa minhas mãos para os meus lados, sem soltá-las. —Isso foi sobre
você. —Ele diz. —Não sobre mim.

Mas é sobre ele. Sobre o jeito que eu quero o prazer dele. Abro minha
boca para protestar, mas ele dá um beijo duro nos meus lábios, roubando as
minhas palavras. Eu posso me provar nos seus lábios, e isso faz com que meu
ventre aperte.

—Mais tarde. —Ele diz, com uma promessa tão obscura e carregada nas
palavras, que não posso deixar de tremer. Isso realmente vai acontecer
novamente entre nós, e a ansiedade pode simplesmente me matar. Dane
retrocede e me entrega os papéis. —Temos muito tempo para explorar. Eu quero
levar meu tempo com você.

78
Eu aceno com a cabeça, aliso minha saia, fecho minha blusa e passo uma
das mãos sobre meu cabelo. Dirijo-me à sua porta e a abro, olhando rapidamente
sobre meu ombro antes de sair.

Dane já está atrás de sua mesa, telefone na mão, discando um número.


Mas seus olhos ainda estão no meu corpo até o segundo em que eu fecho a
porta.

***

—KEVIN BACON ESTAVA tão quente nos anos oitenta. —Sidney declara
enquanto devora outra enorme colher de sorvete de chocolate. Ela enrola as
pernas debaixo dela no sofá e senta no canto.

—Este é um dos meus filmes favoritos. —Digo enquanto clico em


Footloose, depois sento na poltrona com o cobertor em cima de mim.

—Estou muito feliz que você me convidou. —O sorriso de Sidney é largo.


—Já que Michael está passando a noite na casa de um amigo, eu ia estudar
sozinha esta noite. Vivendo a vida selvagem, essa sou eu.

Eu balanço a cabeça em consternação fingida. —Sim, não é uma forma de


se passar um sábado.

Por impulso, enviei uma mensagem para Sidney ontem à noite para ver se
queria sair comigo algum dia neste fim de semana. Ela concordou, então aqui
estamos, às 21h00min, em uma noite de fim de semana, preparando-nos para
assistir um filme de mulherzinha. Robert está na cama, ele queixou-se mais cedo
que tinha uma dor de cabeça, e eu o mandei deitar com dois ibuprofenos e uma
toalha morna. Eu faço uma nota mental para verificá-lo logo.

À medida que os créditos aparecem, eu salto do meu lugar. —Eu esqueci o


vinho.

—Inacreditável! —Sidney brinca.

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Eu rio enquanto abro a garrafa e despejo duas taças cheias de vinho tinto
barato. —Nós não podemos ter isso, não na casa dos Williams. Que tipo de
anfitriã eu seria? —Eu volto para a sala de estar e entrego-lhe uma taça,
colocando a garrafa na mesa de café.

O filme é engraçado, e encontro-me rindo junto com Sidney no drama


adolescente dos anos oitenta. Mas uma parte de mim não pode parar de pensar
em Dane, não parei de pensar nele desde o incidente em seu escritório.
Perguntando o que vai acontecer a seguir.

Devo esperar que ele faça outra coisa? Ou devo tentar segurar as rédeas e
mostrar-lhe o quanto eu gostaria de prová-lo também?

—Você está aí? —Sidney pergunta, tirando-me dos meus pensamentos.

Eu dou um gole de vinho, estremecendo. —Sim, claro, por quê?

Ela sorri. —Porque você está respirando pesado como se estivesse


dançando, então achei que você estava em outro lugar.

Meu coração salta embaraçado. —Desculpa. Estou aqui, eu juro. Eu só...


Você sabe como é quando, às vezes, coisas brotam em sua cabeça, e você não
consegue parar de pensar sobre isso, mesmo quando você quer?

—Você quer falar?

Eu balanço minha cabeça. —Não, na verdade, tudo bem.

—Eu tenho certeza que está. Ou melhor, ele está.

Acho que não sou muito sutil. Eu faço uma careta e tomo outro gole. —É...
Uma espécie de situação complicada. Difícil de explicar.

—Me teste. Eu sou uma boa ouvinte. —Seus olhos brilham com
sinceridade. —Sério, pensar por um tempo em algo diferente do meu próprio
drama amoroso terrível. Eu já tive uma série de primeiros encontros ruins, e
preferiria me concentrar na vida amorosa de outra pessoa.

Antes de perceber, encontro-me revelando a minha paixão pelo meu


chefe, e eu, acidentalmente, deixando meu diário na mesa e fazendo com que ele
o encontrasse.

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Sidney engasga o queixo caindo. —Oh Deus, você morreu totalmente?

Eu concordo. Um rubor flui sobre minha pele, na minha garganta. Mas isso
é puramente baseado em álcool, não embaraço. —Exceto... Parece que ele não
ficou horrorizado. Acho que ele também pode gostar de mim. —Naturalmente,
não há como contar as coisas que fizemos - é entre nós dois, e estou nervosa com
ela me julgando. Mas é bom revelar a verdade, mesmo alguma parte para outra
pessoa.

Sidney morde os lábios e inclina a cabeça, examinando-me. —Parece que


poderia ter potencial. Mas... Seja cuidadosa. —Sua voz é gentil, cheia de
preocupação. —Casos no local de trabalho, às vezes, podem ser
contraproducentes, e eu odiaria vê-la ferida.

—Eu sei. —Encosto os lábios na borda da minha taça, olhando para o


líquido vermelho escuro. —Provavelmente não é esperto me apegar nisso. Mas
não posso resistir a ele. É como se houvesse um imã no meu coração que me
puxasse direto para ele. Não posso lutar contra isso, mesmo que eu quisesse.

Ela dá um longo suspiro. —Eu não me sinto dessa maneira por ninguém há
muito tempo. Sinto falta disso, para lhe dizer a verdade.

—Eu aposto que o McDoogle pode ajudá-la a se sentir desse jeito. —


Provoco.

Com um olhar brincalhão, ela balança a cabeça. —Ele é fofo, mas não
quero me envolver com o meu professor. Ele é muito tenso para mim de qualquer
maneira. —Ela faz uma pausa. —Eu comecei a namorar on-line há alguns meses
atrás, e é louco quantos homens lá fora não estão interessados em uma mãe
solteira. Namorar é difícil quando você está fora há tanto tempo.

Uma música soa no filme quando eles começam mais uma sequência de
dança. Eu volto para encará-la. —Quer falar sobre isso?

O sorriso dela é caloroso, se não com um pouco de tristeza. —Não há


realmente muito para falar. Tiveram alguns insultos. Eu decidi passar o meu
tempo redirecionando-me ao que me faz feliz, em vez de me preocupar tanto
com encontrar um cara. —Ela dá um sorriso mais amplo, desta vez sem qualquer

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tristeza. —E no desenvolvimento de meus amigos, que valem mais que uma dúzia
de homens.

Inclino-me e toco minha taça de vinho contra a dela. —Saúde a isso. —


Com isso, estou decidida a parar de pensar em Dane hoje à noite. O que
acontecer entre nós ainda estará lá quando o fim de semana acabar, vou me
preocupar com isso na segunda-feira. Além disso, duvido que ele esteja pensando
muito. Por tudo o que sei, ele está em um encontro com outra mulher.

O pensamento faz meu coração apertar, então eu me lembro de que, por


tudo o que ele sabe, eu também estou em um encontro.

Não estou por baixo nessa. Estou escolhendo entrar com os olhos bem
abertos, apesar das preocupações de Sidney. Tenho certeza de que posso evitar
que meu coração se parta além do reparo.

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CAPÍTULO 2
Dane

Eu realmente não quero estar aqui.

Estive olhando a porta da frente por uns bons dois minutos, discutindo se
eu deveria sair ou simplesmente tocar a maldita campainha e acabar com isso.
Isto é tão diferente de mim, e quanto mais eu demoro, mais o tempo está se
esgotando.

Um vento frio bateu nas minhas costas, quase me empurrando para a


porta. Eu tomo a dica sutil da natureza e toco a campainha.

Depois de alguns segundos, ela abre, e minha mãe pisca enquanto olha
para mim, toda a emoção exposta em seu rosto. —Dane. Você está aqui. Eu não
estava esperando... —Suas palavras são quase sufocadas, e um golpe de culpa me
acerta. Ela não parece bem, seus olhos parecem cansados, e seu rosto está mais
magro do que me lembro.

—Oi, mãe. —Talvez eu não queira estar aqui, mas está claro que eu
preciso estar.

Ela inspira através das narinas e endireita as costas, colocando o rosto de


boa mãe novamente. Aquele que eu lembro tão bem. —O que eu estou
pensando? Entre, entre. Você deve estar congelando aí fora. Mas você chegou
muito cedo. O jantar não vai estar pronto por mais uma hora.

Ela pega meu casaco e eu sigo-a para dentro da espaçosa sala de estar,
decorada com tons creme suave e neutros, como lembro. —Eu não vou ficar para
o jantar. —Digo a ela em um tom firme. —Eu só vim para te ver um pouco, já que
não tenho feito isso há muito tempo.

Eu disse ao meu irmão que eu ligaria para ela, mas na noite passada, eu
decidi que deveria visitá-la, em vez disso. A culpa por meu sumiço tem me comido
pouco a pouco, e já era hora de parar. Ainda não tenho vontade de ver meu

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irmão ou minha ex, mas minha mãe não deve sofrer assim com nossos problemas.
Meu pai realmente não dá a mínima para onde estou ou o que eu faço não desde
que eu o decepcionei deixando sua companhia.

Posso ver seus movimentos endurecerem enquanto ela pendura meu


casaco no armário do corredor.

—Oh. Entendo. —Ela se vira para mim, seu sorriso um pouco partido nos
cantos. Eu a desapontei, mas ela não quer que eu a veja ferida. E de alguma
forma, isso me faz sentir ainda pior. —Bem, fico feliz que você tenha vindo,
mesmo que por um pouco. Acho que isso é um progresso, certo? Deixe-me pegar
um café para você.

Mamãe me traz um café preto e conversa por alguns minutos, me fazendo


um monte de perguntas. Eu dou todas as respostas certas - sim, o trabalho está
indo bem. Sim, ouvi sobre o meu amigo do ensino médio que acabou de ter seu
terceiro filho. Sim, vou me certificar de mandar a tia Rose um cartão de melhoras
enquanto ela se recupera de um ataque de gripe.

—Onde está o pai? —Pergunto.

—Seu pai teve algum trabalho para pôr em dia esta manhã, mas ele estará
aqui a qualquer momento. —Ela diz, olhando seu fino relógio de ouro. —É melhor
que esteja de qualquer maneira. Pedi-lhe que parasse na loja e pegasse mais café
para que não ficássemos sem. Você sabe como seu irmão vive dessas coisas. —
Seu olhar dispara para o meu, e ela oferece um sorriso forçado. —Aliás, você está
vendo alguém?

—Eu estava, mas nada sério, apenas um encontro ocasional. —Digo sem
problemas. —Ocupado com o trabalho de qualquer maneira, então está tudo
bem.

Não vou falar sobre Emme com ela.

Uma chave raspa a porta, e eu ouço-a abrir. Meu pai entra, carregando
uma sacola de plástico. Para o seu crédito, ele não mostra muita surpresa a me
ver, apenas dá um rápido aceno em minha direção. Ele segura a sacola e diz à
minha mãe: —Pegue o café.

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—Obrigada. —Ela diz a ele enquanto se levanta. —Eu já volto. —Ela me
diz.

Ela vai em sua direção, e eles murmuram por alguns instantes. Eu ouço
meu nome mencionado algumas vezes, e o tom de sua voz sobe. Papai balança a
cabeça. Ela cruza os braços sobre o peito e olha para ele, que olha fixamente para
ela, sem emoção no rosto.

Ela pega o saco, afasta-se dele e move-se para a cozinha em um ritmo


abrupto.

Papai tira seu longo casaco preto e pendura no armário. Está claro que
eles estavam discutindo sobre mim. Também está claro que ele não se importa
com o que ele disse, e que aborreceu mamãe.

—Sobre o que se tratava? —Eu pergunto a ele.

Ele ergue uma sobrancelha para mim. —Perdão? Sobre o que se tratava?

Eu lanço um suspiro e me recuso a deixar qualquer emoção no meu rosto.


Papai e seus jogos de foda-se. Ele gosta de ser o homem no controle, aquele que
nunca fica perturbado. Aprendi há muito tempo a não me envolver em uma briga
com ele.

Eu não sei como minha mãe faz isso. Não sei por quê. Mas a única maneira
pela qual eu poderia viver em paz com isso foi perceber que não era da minha
maldita conta e deixá-los viver suas vidas.

Eu me inclino para trás no sofá e dou um gole no meu café, depois outro.
Não digo uma palavra para ele, apenas olho fixamente. Ele não me intimida com
essas táticas. Eu vejo as listras de cinza em suas têmporas, os pés de galinha
profundos ao redor de seus olhos. As longas horas de trabalho, beber muito e
foder por aí estão cobrando seu preço. Ele não parece tão bem quanto
costumava.

Eu deveria sentir mais satisfação nisso, mas não sinto. Eu apenas me sinto
frio e cansado dessa besteira.

Depois de um longo tempo, papai quebra contato visual primeiro e sai da


sala de estar. Eu ouço uma porta clicar suavemente atrás dele, provavelmente do

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escritório dele, onde ele ficará escondido até a hora de comer. Papai coloca uma
máscara na frente das pessoas... A menos que você seja da família dele.

Há um som de moagem na cozinha quando mamãe pega os grãos de café.


Coloquei minha xícara na mesa de café, depois entro na cozinha. Os raios de sol
atravessam as grandes janelas sobre a pia, aquecendo a sala com um brilho
dourado. O granito preto brilha na luz, e os armários de madeira estão
impecáveis. Mamãe dirige tudo com mão firme.

—Você tem certeza de que não vai ficar para comer? —Ela me pergunta.
—Eu fiz bastante coisa.

Ela está tentando tão duramente parecer indiferente, mas eu sei melhor.
Eu a ouvia usar esse tom com meu pai ao tentar convencê-lo a fazer algo que ele
não queria. Meu peito aperta em resposta. Eu não sou como ele. Não machuco as
pessoas com quem me importo.

—Não posso fazer isso. —Falo surpreso ao me ouvir admitir a verdade de


maneira tão crua. Mas as palavras jorraram antes que eu pudesse detê-las.

Ela se afasta do moedor de café e dá alguns passos em minha direção.


Suas mãos agarram meus antebraços. Nos seus olhos há uma tristeza profunda e
ressonante, uma resposta vívida à honestidade que acabei de compartilhar. —Eu
sei que é difícil para você. Acredite em mim, eu sei. É só que sinto falta de como
as coisas costumavam ser, e eu sei que nunca mais serão assim, mesmo que eu
queira que elas sejam. Eu continuo esperando que você possa tirar isso da cabeça
e voltar, mas isso é um pensamento insensato e egoísta da minha parte.

—Não é egoísta querer ser feliz. —Digo enquanto olho nos olhos dela que,
de repente, parecem cansados. —Eu quero isso para você, e...

—Eu sei. Está tudo bem. —Seu olhar se desloca para o chão entre nós. Eu
vejo fios grisalhos em seus cabelos, algo que eu não lembro de ter visto antes. Os
meses entre minhas visitas, de repente, se destacam em minha mente. Eu tenho
me mantido afastado por causa de meu irmão, minha ex, e por meu pai, mas ela é
a única pessoa ferida no fogo cruzado.

Há uma batida forte na porta da frente, interrompendo nosso momento.


A cabeça de mamãe levanta, e vejo que ela recolhe seus sentimentos. Em um

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instante, ela está de volta ao seu eu habitual, como se nada disso tivesse
acontecido.

No passado, a mudança à fachada dela me frustrava, me fazendo me


afastar dela ainda mais. Mas agora, entendo. É como ela lida. Não posso me
ressentir por ela seguir a vida como ela pode. Todos nós fazemos o que temos
que fazer.

—Eu acho que são eles. —Ela diz em um tom ríspido. —Eles estão
adiantados. É melhor eu atender a porta. —Ela afasta-se de mim.

Eu vou ao armário e pego meu casaco, desejando ter escolhido um dia


diferente para visitar. Ela e eu precisamos conversar isso é certo. Mas não aqui, e
não agora. Eu decido levá-la para sair desta casa por um tempo, talvez para
jantar, onde ela não tem que colocar uma máscara. Eu preciso ser um filho
melhor para ela.

A porta abre, trazendo um jato de ar frio, e Marianne entra, seu cabelo


louro soprando em torno de seu rosto de fada. Ela para no lugar quando me vê.
—Dane. —Ela diz com um sussurro, seus grandes olhos azuis arregalados. —Eu...
Olá.

Eu não sei o que é - porque não nos vimos em meses, ou porque tive um
momento real de conexão com minha mãe, ou eu não deixei meu pai me afetar...
Ou talvez me perder no incrível sabor de Emme na sexta-feira recalibrou algo em
mim. Mas eu não sinto nada quando olho para seu lindo rosto. Nem raiva, nem
amor, nem desejo, nem tristeza.

Apenas uma indiferença feliz.

Talvez eu esteja começando a fazer as pazes com a situação depois de


tudo.

Eu encolho os ombros no meu casaco e depois dou um beijo na bochecha


da minha mãe. —Estou saindo. Aproveite seu jantar. Ligarei para você na próxima
semana, acho que deveríamos sair em breve para o restaurante de frutos do mar
da Rua 42. O que você diz?

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O grande prazer nos olhos de mamãe me deixa feliz por ter perguntado a
ela. —Sim, isso seria ótimo.

Só estou passando por trás de Marianne quando ela diz: — Você parece
bem, Dane. —Seu olhar avalia minha figura, como se ela estivesse me vendo pela
primeira vez. Não há como confundir a pequena onda de interesse em seus olhos.
Claramente, ela esperava que eu parecesse terrível. Como se não estar com ela,
estaria me comendo por dentro ou algo assim.

Meu irmão está subindo à calçada, segurando um monte de sacos. Sua


atenção está entre nós dois, seus lábios em uma linha fina.

Eu me esquivo para adicionar distância entre mim e Marianne, depois me


dirijo a meu irmão, dando-lhe um rápido aceno de reconhecimento, meus olhos
fixos em frente. Isso é tudo que eu posso dar a ele agora, porque enquanto meus
sentimentos por Marianne são inexistentes, minha profunda frustração com ele
ainda está lá. Afinal, ele é meu sangue. Meu irmão.

Não sei como parar de me sentir desse jeito. Mas, em algum momento,
preciso, mesmo que seja pela minha paz interior.

Algum momento, talvez.

Mas não hoje.

Entro no meu carro e me afasto.

***

RESSACA FUDIDA.

Sentado no meu escritório na manhã seguinte, eu faço uma careta e


esfrego as pontas dos dedos nas minhas têmporas e minha testa, onde os
persistentes vestígios da festa da noite passada ainda me provocam. Depois de
chegar em casa vindo dos meus pais, entrei no meu condomínio e refleti.

Refleti e bebi.

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Minha cabeça não parou com toda a merda que atravessava meu cérebro.
Meu pai, meu irmão e Marianne, os olhos tristes de minha mãe...

Emme.

Toda vez que eu fico em um minuto de silêncio, a lembrança dos suaves


suspiros de Emme se infiltra na minha consciência, e eu acho que estou doendo
para afundar dentro dela novamente. Eu acho que nunca quis tanto uma mulher
na minha vida.

Na noite passada, sentado no meu canto, pensando em tudo isso, percebi


que esse compromisso com ela provavelmente não é a melhor ideia que já tive.
Algo sobre essa mulher me deixa sem equilíbrio.

Nunca vi tanta falta de artifício em uma pessoa antes. A comparação entre


minha família e ela, a maneira como ela apenas se abre e me permite entrar sem
reservas reais, é algo que me deixa questionando tudo.

Emme não parece ser do tipo de ficar em uma situação de amigos com
benefícios. Sem emoções, apenas o cru prazer carnal. E eu sei com certeza que
não estou pronto para nada mais sério do que sexo casual agora.

Eu apoio meus cotovelos na minha mesa e esfrego a minha nuca o


suficiente para fazer a pele doer. Se eu não tiver cuidado com Emme... Tenho a
sensação de que ela poderia abrir meu peito e me deixar ferido. Eu acho que eu
não posso arriscar isso.

Meu telefone toca. Eu deixo ir para o correio de voz. Do lado de fora do


meu escritório, consigo ouvir os sons da manhã aproximando-se quando as
pessoas entram, se misturam, perguntam sobre fins de semana e preparam café.
Eu deveria estar lá fora, ser amigável, ser chefe. Mas, em vez disso, estou
escondido aqui, tentando evitar a única mulher que eu não consigo parar de
pensar.

Há uma batida na minha porta. Estou tentado a fingir que não estou aqui,
depois me castigo com o impulso ridículo. Pelo amor de Deus, o que eu sou, um
adolescente? Eu não vou me esconder no meu maldito escritório o dia todo, em
um esforço para evitar minha assistente pessoal. Isso é estúpido.

89
—Entre. —Digo num tom que soa muito perto de um rosnado.

A porta se abre de forma hesitante, e vejo cabelos castanhos


encaracolados, então o lindo rosto de Emme espiando. —Oi, você está ocupado?

Algo no meu coração aperta na hesitação suave em seu tom. —Não, eu


estou bem.

Ela entra e fecha a porta atrás dela. Hoje ela está usando calça preta com
uma blusa vermelha, aberta na garganta. A cor é impressionante para ela,
exaltando o delicado rubor de suas bochechas.

Mais uma vez, fico surpreso comigo mesmo, como fiquei tanto tempo
antes sem perceber a verdadeira beleza que estava diante de mim. Como eu pude
ter sido tão cego?

Ajusto meu queixo e me inclino para trás na minha cadeira, tentando


afastar a fome ameaçando estourar. —O que posso fazer por você? —Meu tom é
calmo, não confirmando o calor cantarolando logo abaixo da minha pele.

Ela acalma e limpa a garganta. —Oh. Eu queria repassar sua agenda,


desde... Eu acredito que ela está vaga em dois horários esta tarde. Eu estava
pensando qual chamada de conferência eu deveria reprogramar. —Ela dá uma
volta em minha direção e o perfume florido me atinge. Eu sinto meu baixo ventre
apertar em resposta, meu pau mexendo apenas um toque.

Não, eu me ordeno. Antes de me perder em seu gosto de novo, eu preciso


esfriar e ter certeza de não me perder no processo. E ainda... Antes de perceber,
estou inclinando-me para ela, meus dedos deslizando em direção a sua mão, que
está descansando no topo da minha mesa.

Eu a ouço dar um suspiro instável, e seus olhos verdes fixam-se nos meus.
Ela abre os lábios, lambendo o cantinho a boca com sua língua delicada, o rubor
em suas bochechas torna-se mais intenso. Todo o sangue no meu corpo corre
para o meu pau. Se eu não tiver essa boca no meu pau em breve, eu poderia
simplesmente morrer.

—Você pensou em mim neste fim de semana? —Eu me vejo perguntando.


Não consigo me controlar quando se trata dela.

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Ela assente, seus seios subindo e descendo em um ritmo brusco para
combinar com sua respiração. —Eu pensei. —Sua voz é afetada.

Eu paro e me viro para encará-la. Ela está a poucos centímetros de mim, e


sua respiração sopra na minha garganta. Ela já está excitada, e estamos só
conversando. —Você se tocou?

Há uma palpitação na base do pescoço que pulsa com os batimentos


cardíacos. Pulsando muito. Ela acena com a cabeça, os olhos fixos nos meus, sem
vergonha, sem remorso do segredo que ela está revelando.

Um gemido escapa dos meus lábios, e antes que eu possa me parar, ela
está em meus braços, minha boca sobre a dela, abrindo os lábios, a língua
deslizando. Ela tem gosto de café, como o pecado mais doce que eu já ansiei, e
ela arqueia os peitos enquanto esfrega contra mim.

Suas mãos deslizam no meu pescoço para segurar meu cabelo, e uma coxa
pressiona entre minhas pernas. Abaixo-me e acaricio-lhe a cintura, depois a curva
de sua bunda. Eu a aperto com força, puxo-a contra mim, e seu gemido contra
minha boca me faz querer curvá-la bem aqui e agora, apenas rasgar a calça e
tomá-la.

—Eu quero você, Dane. Tanto. —Ela sussurra em um tom que me faz
sentir com dez metros de altura, como se ela também tivesse esta fome escura
que continua crescendo e crescendo.

Movo uma das mãos para frente, acariciando sua boceta através de sua
calça. Ela estremece contra meus dedos. Minha boca desliza por sua mandíbula,
ao longo de sua delicada carne para morder sua garganta. Emme é tão
malditamente responsiva, não é tímida sobre me informar como ela está
excitada. É inebriante, me faz querer dividi-la em mil pedaços e engolir todos eles
para que eu possa ficar cheio desse sentimento.

—Dane. —Ela diz no meu ouvido, sua língua esticando para lamber a
concha. Seu corpo se derrete contra o meu, e um doce sentimento de
possessividade me enche. Posso gozar na minha maldita calça se não a tiver
agora.

Uma batida na porta nos faz ficar imóveis.

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Merda. Eu congelo uma das mãos segurando seu traseiro, a outra contra o
calor abrasador do ápice de suas coxas. Leva toda força de vontade dentro de
mim para remover minhas mãos de seu corpo quente e disposto. Eu aliso a
camisa, os cabelos, depois minha própria roupa.

Emme se afasta de mim, mantendo seus olhos focados firmemente na


minha área de trabalho. Suas bochechas ainda estão brilhando, mas suas costas
estão retas, e ela está de pé.

O que diabos eu estou fazendo? Não bloqueei a porta, eu nem planejei


beijá-la. Em vez disso, fiquei muito envolvido nela e perdi meus sentidos. Isso é
tão diferente de mim.

Carl entra depois que eu lhe digo para entrar, meio sorriso no rosto. Sua
calça está ligeiramente muito apertada, e sua barriga está pressionada contra o
tecido de sua camisa branca. A visão dele é como um balde de água gelada na
minha cabeça, o suficiente para ajudar meu pau a amolecer. —Dia, chefe. —Ele
diz com um tom jovial fraco. —Queria deixar as coisas importantes sobre as quais
conversamos na sexta-feira. —Ele coloca uma pilha de papéis na minha mesa,
como se ele me presenteasse com o Santo Graal.

—Ok, obrigado.

Carl olha de rabo de olho para Emme, uma sobrancelha levantada. É claro
que ele quer que eu diga a ela para sair, então ele vai parecer ser mais
importante, como se eu fosse fazê-la sair para ter tempo para falar com ele.

—Eu vou ler isso em algum momento hoje e falar com você mais tarde,
Carl. —Digo com firmeza. Eu dou uma olhada proposital para a porta.

Seus lábios afinam e ele inala, mas se vira e sai. Felizmente, Carl também
está envolvido em si mesmo para notar a tensão sexual entre mim e Emme, que é
forte o suficiente para cortar com uma faca de açougueiro.

Quando ele sai, seus ombros relaxam. —Eu... Acho que eu deveria ir
também. —Ela diz. —Vou enviar-lhe um e-mail sobre o conflito de cronograma. —
Então ela está fora da porta antes que eu possa responder.

92
Provavelmente é o melhor de qualquer maneira. Estou começando a
perder meu controle com ela, e isso não pode levar a nada de bom.

93
CAPÍTULO 3
Emme

Minhas pernas estão tremendo como loucas enquanto sigo de volta para
minha mesa, e meu coração está batendo loucamente. Não sei o que aconteceu
lá, mas isso foi totalmente inesperado. Não que eu me importe, é claro - eu quero
tanto que ele me toque todas as malditas chances que ele possa. Mas um minuto,
estávamos falando sobre questões de trabalho, e no próximo, praticamente, pedi-
lhe para me comer na mesa. Surpreendendo o quão rápido isso aumentou.

Se Carl não tivesse entrado... Talvez eu pudesse finalmente ter mostrado a


Dane o quanto eu quero fazê-lo gozar. Apesar das aparências, ele ainda está
controlando esses momentos em que estamos juntos. E há algo sobre isso que
me frustra. Eu preciso tocá-lo, fazê-lo explodir do mesmo jeito que ele fez comigo.

Eu quero que ele pense em mim durante a noite, da maneira que eu


penso sobre ele.

O mais louco é que não escrevi sobre o que aconteceu entre nós no meu
diário. Na verdade, não escrevi nada. Por algum motivo, eu sinto que colocar isso
no papel tira a essência do que está acontecendo. As palavras não conseguem
capturar a profundidade dos meus sentimentos, as sensações, os detalhes
sensoriais da maneira que eu quero.

Esta coisa com ele está se movendo muito rápido, e ainda não consigo
reunir qualquer desejo de parar ou mesmo diminuir a velocidade. Estou em uma
queda livre, e eu sei que vou cair duro, mas agora não vejo o fundo e nem estou
procurando. Apenas essa deliciosa corrida leve que faz com que cada terminação
nervosa no meu corpo fique alerta.

Eu olho para o computador, meus lábios quase feridos pela dureza de seu
beijo. Ainda posso senti-lo impresso em mim. É preciso um esforço hercúleo para
afastar a distração, e me concentrar no trabalho. Digitei um e-mail para Dane,

94
cuidadosa em manter meu profissionalismo na redação, para deixá-lo saber quais
dos dois clientes estão reservados duas vezes.

Em seguida, passo a responder a outros e-mails do cliente.

Depois de alguns minutos, minha caixa de entrada apita com uma


resposta dele.

MANTENHA SANDERSON na reserva e reprograme a


ligação de Bateman para a próxima semana onde eu puder
encaixá-lo.

~D

FAREI, respondo, então começo a enviar o e-mail, mas faço uma pausa.
Eu adiciono outra frase: Como foi seu fim de semana? E envio antes de
poder me fazer parar.

Eu nunca conversei com Dane antes, sempre mantendo minhas


mensagens para ele no assunto de negócios que esteja sendo discutido. Será que
ele ignorará a questão? Ele me dará uma breve resposta de uma palavra? Ou ele
realmente responderá?

De repente, esta troca de e-mail simples tem muito mais importância para
mim do que eu pensei. Passamos além das palavras do meu diário secreto para
um novo território, mas quais são os limites aqui? Isso realmente é apenas uma
conexão sexual? Ou existe mais para nós do que isso?

Porque Deus me ajude, eu quero que exista. O que é insano, eu sei. Mas
não posso negar que, tendo saboreado a boca, eu anseio por mais dele. E não
apenas sexualmente. Quero saber tudo, o que ele pensa e acredita como ele
passa seu tempo.

O que ele sente por mim...

Mas se ele não está interessado nessas coisas comigo, bem, só vou
aprender a enfiar esses desejos no fundo da minha mente e do meu coração. De
alguma forma.

95
Nenhuma resposta ao meu e-mail ainda. Meu estômago afunda e eu me
afasto do meu computador para me concentrar na papelada na minha mesa. Foi
um impulso louco. Ele deixou claro que isso é apenas físico, nada mais. Eu preciso
aceitar e estar bem com isso. Porque eu não posso simplesmente sair dessa coisa
agora, mesmo que eu esteja colocando meu coração em risco.

Meu e-mail apita, e meu coração sobressalta em resposta. Eu tento me


dizer para não esperar que seja ele. Quando vejo que é, não posso lutar contra o
nervosismo no estômago. Obrigo-me ler a mensagem lentamente.

MEU FIM DE SEMANA FOI... Bem, não o melhor, nem o


pior. Tive que fazer algumas coisas familiares que eu
realmente não queria fazer. Mas às vezes você tem que
engoli-los porque você tem uma responsabilidade.

Você?

Sua resposta é vaga, bem, mas acho que não posso culpá-lo por isso - as
questões familiares são difíceis de abrir, especialmente se é algo extremamente
desagradável. Ele também me perguntou sobre o que fiz neste fim de semana, o
que me dá uma sensação boa no meu peito. Ele quer me conhecer mais. Digito
minha resposta.

SINTO MUITO POR ISSO. Eu estive em situações como


essa também, então eu sei o que você quer dizer.

Pauso. Devo me abrir para ele? Ele entreabriu a porta para eu ver dentro
dele, insinuando que há mais em sua vida pessoal do que o que eu vejo
normalmente, uma família perfeita, uma dinâmica perfeita. E inferno, ele já
conhece meus segredos mais obscuros por ler meu diário. É um pouco tarde
demais para fechar a porteira, suponho. Eu mordo meu lábio e digito.

MEU IRMÃO - eu o amo, mas ele pode ser difícil. Desde


o seu acidente, ele tem estes severos e ocasionais distúrbios de
humor. Na maioria das vezes, posso lidar com isso, mas às

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vezes... Fico cansada e estressada, e perco a paciência com ele.
Então eu me sinto culpada por não dar apoio suficiente.
Afinal, o que ele passou foi traumático. Ele perdeu parte de
um membro e tem que reaprender a fazer tantas coisas na
vida que damos por certo. Amarrar sapatos, vestir-se, usar
um computador. Não é de admirar que ele esteja lutando
para lidar.

De qualquer forma. Meu fim de semana, na maior


parte, fiquei em casa. Uma amiga veio, nós bebemos vinho e
assistimos Footloose. Foi realmente divertido. Eu não consegui
relaxar o suficiente, então eu tenho que trabalhar mais
nisso.

Tenho certeza que você já sabe muito disso, de... Bem.


Sim. KKKK

Eu acho que eu tenho divagado o suficiente. Obrigado


por ouvir.

Eu clico enviar antes de me acovardar. Eu nem reli o e-mail. Sem coragem,


sem glória, certo?

Alguns minutos depois, recebo uma resposta dele.

NUNCA EXPERIMENTEI um trauma como esse. Eu posso


imaginar como é difícil para ele lidar. Mas tenho certeza de
que ele aprecia tudo o que faz por ele.

A tensão da minha família não é nada como a sua,


embora certamente seja dramática à sua maneira. Meu irmão
e eu... Nós temos problemas. E eles estão aumentando agora, e

97
estou lutando para lidar com eles. Não ajuda que isso cause
uma ruptura em nossa família, algo que eu me sinto cada
vez mais culpado, embora não seja culpa minha, isso
aconteceu.

De qualquer forma. É a vida, certo? Às vezes, recebemos


uma mão ruim e nós temos que jogar essas cartas.

Suas palavras são simples, mas eu posso sentir a onda de dor atrás delas.
A vulnerabilidade que ele está me revelando, apesar de todas as coisas que ele
não está dizendo, apesar da maneira como ele tenta parecer irreverente na
última linha. O que aconteceu entre ele e seu irmão? Quero perguntar, mas tenho
medo de pressionar demais. Eu não quero que essa conversa pare. Não agora,
quando estou começando a aprender sobre ele.

Mas eu quero aliviar o humor e pôr um sorriso no rosto dele. Eu envio um


e-mail rápido de uma linha.

DIGA-ME à sua maneira favorita de relaxar quando


você fica estressado.

Um minuto mais tarde, sua resposta vem.

NÃO POSSO DIGITAR isso em um e-mail de trabalho.

Isso faz meu rosto arder. Instantaneamente, penso no rosto dele entre as
minhas coxas, sua língua acariciando-me até que eu gozo por todo o seu rosto. E
agora estou latejando no meu baixo ventre, pressionando minhas pernas para
lutar contra a resposta pélvica, que eu pareço ter muito frequentemente perto de
Dane. Mas ele está empurrando aqui com uma linha tão sugestiva, e certamente
ele sabe disso.

Eu quero recuar.

NÃO PODE, ou não quer?

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Minha caixa de entrada apita de volta instantaneamente.

AMBOS. Algumas coisas são melhores exploradas


offline.

Isso é justo, acho que entendo isso. Antes que eu possa responder, outro
e-mail apita.

EU ARRISCO adivinhar como você gosta de relaxar,


mas acho que já descobri...

Isso faz meus lábios franzirem. Desgraçado. Eu sei exatamente o que ele
está insinuando. Você sabe muito sobre mim, eu escrevo na resposta.
Esse meu diário... Eu nunca poderia viver aquelas palavras eróticas e vulneráveis
que eu escrevi. E, no entanto, eu realmente quero? Afinal, isso me trouxe aqui
para este lugar com ele. Se ele não tivesse lido, ainda seríamos formais e
educados, e eu nunca teria experimentado o que eu tenho nos últimos dias. Mas
eu sei muito pouco sobre você, eu acrescento. Parece
desequilibrado.

Você sabe mais sobre mim do que você percebe, sua


resposta rápida começa. Você viu coisas em mim que ninguém
mais viu, muito antes da semana passada. Dê mais crédito a
sua perspicácia, Emme. Meus segredos estão em suas mãos,
assim como os seus estão nas minhas.

Meu coração está batendo tão forte que ameaça explodir no meu peito.
Ele e eu, estamos intimamente empatados agora, nossas atividades silenciosas
nos unindo. Ninguém mais pode saber um fato que só aumenta as sensações que
estou sentindo.

E dado o que ele está escrevendo nesses e-mails, não sinto o mesmo nível
de hesitação da sua parte que senti antes. Não, ele está deixando cair lentamente
às paredes, e me deixando espreitar debaixo dessa superfície brilhante.

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Mostrando-me as suas profundidades verdadeiras, os pensamentos que ocupam
sua mente. Isso só me faz querer mais dele, tanto quanto ele está disposto a dar...
Algo que poderia ser perigoso para meu coração estupidamente esperançoso.

Temo que eu esteja começando a me apaixonar por esse homem.

100
CAPÍTULO 4
Emme

Na manhã de quarta-feira, estou pronta para gritar de frustração.

Faz dois dias que ele me beijou em seu escritório. Dois dias desta troca de
e-mails, que leio e releio. Dois dias desde que comecei a me deixar pensar que
Dane poderia sentir mais por mim do que apenas algo sexual.

E ainda... Nada. Não me chamou mais para o escritório dele. Não há


tempo privado sozinhos também. Inferno, ele apenas deu mais do que um olhar
passageiro para mim, preferindo se enterrar no trabalho. É como se o Dane que
pensei estar vendo nunca existiu. Em vez disso, era todo profissional; Dane o
chefe refinado, com o sorriso que não atinge os olhos, com a voz que nunca fica
muito alta.

Com o comportamento que não mostra paixão.

Esta manhã coloquei uma saia roxa escura com uma fenda perigosamente
alta na coxa, com uma camisa preta apertada que faz com que meus seios
pareçam maiores, em um esforço para chamar sua atenção. Sim, fui lá, sem
vergonha.

Senti a necessidade compulsiva de vê-lo olhar para mim como se ele


quisesse me devorar.

Na nossa reunião da manhã, passeei e me sentei perto dele. Cruzei minhas


pernas. Lambi meus lábios. Dei respirações profundas para fazer meus seios
subirem e descerem. Todas as tentativas de sedução caíram por terra. Tão
constrangedor. Ele saiu da sala sem dar um olhar na minha direção.

Ele se arrependeu da nossa interação por e-mail, lamentou se abrir? Odeio


que suas ações me façam sentir tão insegura. Odeio que estou lhe dando muito
controle sobre mim. Eu preciso ser mais forte do que isso, para não permitir que

101
ele e seu nível de atenção, determinem minha autoestima. Eu pareço bem hoje.
Eu sei que sim.

Alguns caras no campus depois da minha primeira aula me dispararam


vários olhares, e Sidney me disse que este era o momento perfeito para eu pedir
a nosso professor que devolvesse nosso questionário, no qual eu consegui um C,
e que se ele tivesse dado um olhar para as minhas pernas, ele cederia e me daria
um A. Eu bati em seu ombro, mas em segredo eu estava lisonjeada. Talvez eu
devesse tentar me vestir melhor com mais frequência, em vez de me vestir para
me misturar na multidão.

Mesmo Carl me reparou quando entrei para trabalhar, e ele não pode me
tolerar. Isso fala muito. Deveria fazer com que meu ego se sinta melhor, mas
argh, é Carl. Mil vezes não.

Agora estou sentada no refeitório em frente à Lauren, mordiscando meu


sanduiche e fingindo que tudo está bem. Pelo menos, ela está me entretendo, o
comentário sobre os caras assustadores que almoçam com a gente faz com que
eu inale alto demais.

—Não olhe para a sua direita ainda, mas um cara do segundo andar não
parou de encarar seus seios desde que chegamos aqui. —Ela murmura. —Eu acho
que há baba caindo em sua sopa. Espere... Ok, olhe agora.

Meus lábios estão franzidos, mas eu faço o que ela diz. Eu viro minha
cabeça para olhar para ela. —Errrr, ele tem, o que, noventa e cinco anos de idade.
Eu não acho que ele esteja babando por minha causa. Eu acho que ele pode estar
tendo um AVC.

Ela sorri. —Talvez ele só precise de uma jovem enfermeira gostosa para...

—Pare essa frase aí mesmo. —Digo, erguendo minha mão com uma
risada. —Eu não acho que consigo ouvir mais uma palavra sobre isso. Que mau
gosto.

—Saiu perdendo. —Ela dá de ombros e lança um pedaço de alface coberta


com molho italiano. —Talvez ele esteja realmente a fim.

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—Ele está no fim, com certeza. Com toda essa pelanca. —Eu dou um
tremor. —Não estou tão desesperada por um encontro, mas obrigada de
qualquer maneira.

Lauren enfia uma porção na boca e mastiga rapidamente. —Merda. Eu


tenho que ir. Esqueci-me de uma teleconferência em dez minutos. Não posso
estar atrasada, ou Carl vai começar a seduzi-los pelas minhas costas. Você
pensaria que ele superou essa competitividade, especialmente agora, porque
trabalhamos para a mesma empresa, mas não.

—Não podemos ter isso. —Digo. —Vá, corra. —Eu aceno quando ela sai, e
permaneço na mesa por mais um tempo. Não estou pronta para voltar para o
escritório, onde devo sentar com um sorriso educado no rosto e fingir que não
consigo parar de pensar em Dane. É mais fácil afastá-lo da minha cabeça quando
não estou perto dele. Talvez eu tenha sorte e hoje será um dia curto.

Finalmente, me obrigo a voltar para o andar de cima. Eu conto as passadas


para me dar uma razão para demorar um pouco mais. Quando chego à minha
mesa, a porta do escritório está fechada, a luz brilha debaixo da porta. Ele está lá
dentro.

O resto do dia passa em uma tarefa árdua de trabalho. Eu faço cópias, eu


respondo e-mails, eu bebo café como se fosse acabar o estoque. E eu tento fingir
que não me feriu o seu prolongado silêncio. Eu me sinto como uma idiota total,
imaginando algo que claramente não estava lá.

Devo bater na porta dele? Ou devo fazê-lo vir até mim? Eu simplesmente
não sei o que fazer, e não posso pedir conselhos a ninguém. Sidney já pensa que
estou louca por ter uma queda por ele. Se ela soubesse a extensão do que
aconteceu entre nós, ela provavelmente teria um derrame.

Talvez eu não seja nada além de uma diversão para quando ele não está
ocupado com o trabalho. O pensamento cria uma leve queimadura de raiva no
meu interior. Eu não me importo com o que é eu mereço ser tratada melhor do
que isso, e eu não vou o deixar controlar minhas emoções.

Ele pode conhecer todos os meus segredos, sim, mas ele não conhece
minha força interior. Eu uso esse combustível para me ajudar a me concentrar no

103
trabalho e empurrá-lo do meu cérebro. Eu lidei com coisas muito pior do que isso
na minha vida, e eu lidei direito.

O escritório gradualmente esvazia-se à medida que passa das cinco. Às


seis e meia, sou só eu e a maldita porta fechada, a fenda de luz dourada no fundo
me provocando. Ele não saiu uma vez, ou se ele saiu, foi enquanto eu estava
longe da mesa, para ir ao banheiro ou na pausa para o café.

A leve queimadura de raiva abre um entalhe. O orgulho me fez endurecer


minhas costas, apertar meu maxilar. Preciso ir para casa. Estou cansada desses
jogos. Eu só quero abrir uma garrafa de vinho e relaxar no sofá. Assistir alguma
porcaria na TV, e descobrir o que diabos eu vou fazer a longo prazo sobre essa
situação. Eu não posso sustentar isso por muito tempo sem que algo aconteça,
como eu marchando para seu escritório, e exigindo que ele olhe para mim,
realmente me olhe. E eu me recuso a isso.

Porque, sob toda essa raiva e ferida, ainda existe esse fio de desejo por
ele, mesmo que eu não queira me sentir assim agora. Nenhum homem me fez
experimentar as coisas intensas que ele fez, e não sei como vou parar de querer
isso.

Foda-se. Eu vou para casa.

Depois de desligar meu computador, coloco meus pertences e empurro


meus braços nas mangas do meu casaco, depois coloco meu lenço vermelho
escuro em meu pescoço. Pego minha bolsa e livros, e atravesso o corredor em
direção ao elevador. É arriscado eu sair sem dizer uma palavra para ele, mas o
que ele vai fazer? Demitir-me?

A bravura aquecida que estou sentindo agora faz com que valha o risco.
Eu me recuso a olhar para trás enquanto pressiono o botão para baixo.

As portas duplas abrem e entro no elevador suavemente iluminado e, em


seguida, pressiono o botão do primeiro andar. Antes que as portas possam
fechar, uma mão bate na porta e abre-a.

Meu estômago embrulha enquanto eu olho para o frio olhar sério do meu
chefe, parado ali em toda sua glória fria e bonita. Seu terno preto o abraça

104
perfeitamente, e a camisa de cor branca está aberta na gola com a gravata azul
escura desfeita e pendurada.

Ele mantém as portas abertas enquanto diz: — O que diabos você está
fazendo? Não é hora de sair. Ainda estou trabalhando.

—Eu vou para casa. —Consigo lhe dizer de maneira uniforme. —Já
terminei o dia.

As suas narinas inflam, e vejo um flash de raiva em seus olhos quando ele
sorri em um instante. —Você não terminou. Você conhece as regras.

—Fodam–se as regras. —Estou chocada com as palavras ásperas que


voam da minha boca. Instantaneamente, eu gostaria de poder engoli-las. Eu
nunca falei assim com um chefe antes na minha vida.

Sua mandíbula aperta tão forte que quase ouço os dentes se esmagarem.
Então, mais uma vez, seu rosto se suaviza naquela maldita máscara que quase me
leva até o limite. Ele entra e deixa as portas se fecharem atrás dele. À medida que
o elevador desce, ele bate no botão de emergência e o elevador para
rapidamente.

—Diga-me, Emme. —Ele diz com voz tranquila. —Você gosta do seu
emprego?

Uma camada de gelo desliza sobre minha pele. Oh Deus, eu o empurrei


demais, e é isso. Ele vai me demitir por causa da minha boca espertinha. Apesar
da minha bravura anterior, não estou pronta para sair daqui. Ainda não, e não
assim. Eu dou um aceno tímido, e minha bolsa e livros caem das minhas mãos
trêmulas até o chão.

—Responda-me com palavras. —Ele exige nesse tom horrível e uniforme.


O tom que diz que ele não sente nada, que ele está tão no controle de si mesmo
que nada nunca penetra na armadura.

—Sim. —Digo a ele, um pouco alto demais. —Eu gosto do meu trabalho.

Ele vem em minha direção, braços me prendendo no canto do elevador. A


sua presença parece ocupar todo o espaço. Eu vejo uma pulsação ao lado de sua

105
têmpora, um toque de emoção debaixo da superfície fria. Um verdadeiro sinal de
vida.

—Eu também gosto do meu trabalho. —Ele diz calmamente. Sua cabeça
se abaixa e ele sussurra no meu ouvido: — Eu adoro, de fato. —Outro arrepio
dispara na minha carne, mas esse é por causa da respiração quente soprando ao
longo do côncavo da minha orelha. Seu cheiro rico infiltra-se em mim, o calor de
seu corpo me deixando desconfortável e dolorida por toda parte. —Eu amo o que
eu faço. Esta empresa é a minha vida. E esta... Coisa conosco, é uma complicação
que eu não queria. —A última parte quase parece um sussurro.

E assim, tudo cai ao meu redor. Meu estômago dói, e eu passo por ele,
tentando lutar contra a picada repentina em meus olhos. Eu engulo o nó na
minha garganta. Não há como deixá-lo ver o quanto esse comentário me
machucou. Esta era apenas uma coisa física estúpida. Não é importante. Estou
bem, tudo bem.

Eu estendo a mão para mover o elevador novamente quando ele agarra


meu pulso e me puxa contra a parede do elevador. Seu corpo pressiona o meu, e
eu luto bravamente contra o calor correndo pela minha pélvis. Eu absolutamente
me recuso a sentir isso, mesmo que meu corpo esteja gritando de desejo pela
forma como ele está me tocando.

Com a outra mão, ele inclina meu queixo para cima, procura meus olhos.
Eu olho para baixo para lutar contra o que ele está tentando fazer, mas ele
intensifica seu aperto. —Olhe para mim, Emme.

Eu aperto meus lábios e me forço a fazê-lo. Não consigo resistir a sua voz,
e eu me odeio por ser tão fraca para ele. Eu sei que ele pode ler meu rosto tão
facilmente quanto ele leu o diário. Eu sei que ele pode dizer o quanto suas
palavras me machucam. Ele vê todas as minhas vulnerabilidades, não posso
esconder dele.

Nós nos encaramos por um longo e tenso momento, e seus olhos


castanhos me perfuram. Seu aperto afrouxa no meu queixo e seu polegar acaricia
a curva da minha bochecha, um roçar suave que envia arrepios na minha espinha
contra minha vontade.

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—Eu não posso fazer isso. —Eu consegui dizer. —Eu não posso mais ter
você brincando comigo. Preciso ir para casa. Por favor.

Dane se encolhe com minhas palavras, e exala uma respiração irregular.


Sua mão libera meu pulso e desliza em torno da minha cintura, puxando-me para
ele, peito contra peito, pelve contra pélvis. —É isso que você acha? Não estou
brincando com você, Emme. Isto não é a merda de um jogo. Talvez eu não tenha
querido isso, mas eu vou ser condenado se eu não puder evitar pegar o que você
está me oferecendo. —O olhar dele cai para os meus lábios, e minha boca seca
enquanto suas pupilas dilatam.

A ampla e firme excitação pressiona-se insistentemente contra mim, e


tento tão forte não me esfregar ao longo dele como uma gata no cio. Minha
cabeça fica tonta com tudo o que eu estou pensando e sentindo.

—Então, por que você me ignorou? —Pergunto, com um leve tremor na


última palavra. Droga.

—Toda vez que vejo você, eu fico tão malditamente duro que mal posso
funcionar. —Ele dispara de volta com um rosnado que me faz apertar em
resposta. Seus olhos estão fixos em mim, me encarando como uma adaga, me
fixando no lugar. —Estou perdendo o foco, deixando de fazer as minhas coisas.
Este sou eu me mantendo no controle, certificando-me de que minha vida
pessoal não interfira com este trabalho.

Mas eu não quero que você controle, quase digo, mas mordo a minha
língua. Ele não terminou de falar, posso ver. E eu preciso ouvir o que ele está
pensando e sentindo.

Sinto que sua dureza se contrai contra mim, seu corpo endurece. —Eu não
queria te machucar. —Ele continua. A ressonância em sua voz quebra minha
reserva em pedacinhos, derrete a última resistência. Posso dizer que ele é
sincero. —Mas a linha entre nós continua ficando muito borrada. Não podemos
deixar isso acontecer. Ainda precisamos manter uma aparência de
profissionalismo, Emme.

—Eu entendo. —Digo, apesar de não ter certeza. Não completamente.

107
—E eu não sou uma boa pessoa para você se aproximar. —Ele continua. —
Eu tenho bagagem. Você merece coisa melhor.

Eu ouvi uma fragilidade em seu tom que eu não esperava. Dane tem medo
de baixar a guarda, com medo de se machucar. Talvez essa seja a outra razão pela
qual ele está me empurrando assim, embora ele não tenha admitido isso, não
apenas porque ele está tentando se concentrar no trabalho, mas porque ele não
está pronto para um compromisso. —Quem te machucou? —Eu me pego
perguntando.

Ele suspira, e sua mão aproxima-se para acariciar meus cabelos. —Eu tive
um rompimento muito difícil. —Ele diz. —Quase imediatamente após eu me
separar da minha ex, meu irmão se juntou com ela. Eles estão casados agora. —
As palavras são tão claramente faladas, que elas me abalam.

Este deve ser o drama familiar que ele quis dizer em seu e-mail. Não é de
admirar que ele seja tão esquisito, tão lento para se abrir e confiar. —Lamento
pelo que você passou. —Levanto-me na ponta dos pés e beijo seu maxilar. Ele
tem um gosto tão bom, sua pele tão quente contra minha boca. Eu o sinto
estremecer, sua respiração ficando mais irregular pelas minhas ações. Algo em
mim quer tirar sua dor.

Posso fazê-lo sentir-se bem.

Ele enterrou o rosto no meu cabelo, seus braços apertando ao meu redor.
—Eu preciso de você, Emme. —Uma frase contundente que me desencadeia.

Eu quero fazer isso por ele. Deslizo minha mão esquerda para o seu
quadril, a outra se move para a dureza em sua calça. Com os dedos trêmulos eu
aperto, e ele geme, aumentando seu aperto na minha cintura. —Então me tome.
—Digo a ele. —Eu quero você. Eu também preciso disso. —Mesmo meu coração
sendo condenado. Estou tão sem fôlego por esse homem, que eu não conseguiria
parar o desejo doloroso dominando-me agora mesmo.

Antes que eu possa piscar, meu casaco e lenço estão no chão, então o
paletó de Dane é tirado e jogado no canto superior do elevador. Oh Deus, uma
câmera. Eu nem pensei nisso. Então ele está de volta em mim, sua boca

108
pressionando contra a minha, os dedos emaranhados no meu cabelo. Eu gemo e
me abro para ele, e sua outra mão acaricia minha coxa sob a fenda da minha saia.

—Esta saia é muito sexy. —Ele suspira contra meus lábios. —Eu não
consegui parar de pensar nisso o dia todo. Sobre dedilhar essa boceta quente e
apertada até que você grite meu nome. —Então a saia vai para a minha cintura,
deixando minha calcinha branca à mostra. Estou tão molhada para ele. Temo que
esteja passando pelo tecido. Ele está de volta contra mim, e nos esfregamos um
no outro.

Todo o meu corpo está latejando, seu pulso corresponde à minha


frequência cardíaca frenética. Estou tremendo por toda parte. —Sim, por favor.
—Imploro.

—Deixe-me dar-lhe prazer. É tudo o que posso te dar agora Emme, mas se
não o fizer, vou explodir. —Sua boca desliza pela minha garganta para lamber a
pele úmida na minha clavícula. —Eu não posso continuar segurando. Você
consegue lidar com isso? Você vai me deixar fodê-la como a garota safada que
você é?

Não consigo engolir. Tudo o que posso fazer é assentir. Deus, sim, me dê
tudo, quero implorá-lo. Espero que meus olhos mostrem meus sentimentos.

Minha calcinha é empurrada para baixo, e ele abre sua calça. Ele procura
na carteira, e há um amassar revelador do invólucro de preservativo. Por algum
motivo, isso me deixa ainda mais úmida. Ele planejou isso, trouxe proteção para
que o sexo no escritório pudesse acontecer. Uma vez que ele acabou de envolver-
se, Dane agarra minha bunda nua e levanta minhas costas na parede do elevador.

Depois de chutar meus saltos altos, eu enrolo minhas pernas em sua


cintura, minha pélvis doendo para ser preenchida por ele. —Por favor. —Grito,
não me importando o quanto eu estou desesperada. Eu quero que ele saiba o que
ele está fazendo comigo. Eu preciso dele.

—Eu vou me empurrar dentro dessa boceta agora. —Ele geme,


pressionando a ponta na minha entrada. Então ele está em mim, esticando-me
com uma sensação que está quase queimando. —Oh Deus. Você é tão apertada,
tão loucamente apertada, Emme. —Sua cabeça cai no meu ombro enquanto ele

109
se retira, então empurra para dentro. —E você está tão molhada para mim, não é
querida?

—Sim. —O impulso de seu pau dentro e fora de mim começa a apertar lá


embaixo. Eu cavo meus calcanhares em sua bunda firme. —Mais fundo. Sim. Bem
aí.

Seus dedos apertam minha bunda enquanto ele me fode. Minha pele
explode em arrepios e ondas de prazer. Ele está tão duro, tão duro por mim. Eu
fiz isso com ele, tornei sua respiração errática, fiz seus olhos se estreitarem, seu
coração latejar contra meu peito.

Ele está perdendo o controle.

O poder me embriaga me entorpece de desejo.

Meu orgasmo começa a construir com suas estocadas longas e ásperas


contra meu ponto G.

—Esfregue seu clitóris. —Ele ordena.

Solto uma das mãos e faço conforme ele ordena. Minha cabeça cai contra
a parede. Estou molhada, minha excitação cobrindo-o, cobrindo-me. Sinto-me
presa nos sinais reveladores do meu próximo orgasmo e gemo.

Dane morde meu pescoço, o que me faz estremecer. —Você está prestes
a gozar, não é? —Ele me pergunta roucamente. Ele me puxa mais forte,
apertando os dedos na carne da minha bunda quase ao ponto de machucar. Dói e
parece bom. —Eu preciso que você goze. Eu preciso disso mais do que qualquer
outra coisa neste mundo, Emme. Me dê esse maldito orgasmo.

—Eu estou... Eu... Sim, não pare. —Balanço. Meu clitóris está duro, o
pequeno nódulo se projeta os nervos queimando naquele ponto central para cada
outro centímetro quadrado da minha pele. A onda constrói, constrói, tão perto,
eu vou, sim, eu...

Meu corpo se aperta e eu suspiro meu orgasmo, pois ele chega com uma
intensidade acentuada que rouba minha respiração. Ele continua indo, e indo,
aumentando a eletricidade que dispara da minha pelve para os meus membros e
retornando.

110
—Sim, querida, é isso. —Os impulsos de Dane tornam-se irregulares, pois
seu controle cuidadoso se desgasta cada vez mais. —Oh Deus, você é
incrivelmente boa.

Assim que a sensação diminui, eu deslizo meus dedos da minha umidade e


pressiono dois deles em seus lábios. Sua boca se abre em surpresa, e eu empurro
os dedos para dentro. Suas narinas se abrem quando ele lambe os meus dedos.
Eu vejo os músculos do seu pescoço ficarem tensos.

Oh, ele está tão perto também. Eu tenho que empurrá-lo para a borda.

Retiro meus dedos de sua boca e me aproximo dele, apertando minhas


paredes internas em torno de seu pau tanto quanto eu posso. Eu aperto a parte
de trás da cabeça e movo minha boca para a orelha. —Goze dentro de mim,
Dane. Eu preciso disso, agora mesmo.

Ele endurece, gemendo. —Você está me deixando louco. —Ele diz com
uma respiração irregular.

Quando eu moo meus quadris contra sua pélvis, isso acontece. Joga sua
cabeça para trás e suas mãos na minha bunda apertam quando ele empurra uma
última vez em mim, seu corpo inteiro duro. Ele estremece e sacode, então abre os
olhos para me encarar enquanto esvazia sua semente no preservativo.

Neste momento, todas as suas paredes caem, e vejo tudo o que ele está
sentindo em seus olhos. A experiência faz com que meus pulmões apertem em
resposta, faz meu corpo inteiro explodir com um segundo orgasmo inesperado.
Drenando cada última gota que sai dele.

Nós ficamos conectados assim por alguns minutos, respirando com


dificuldade, corpos suados. Então eu deslizei para baixo, até que meus pés
descalços tocaram o tapete. Eu quase acho que não poderei me levantar, mas
minhas pernas me surpreendem, há apenas um leve tremor em meus joelhos.

Ele pressiona um beijo na minha testa, um gesto terno que faz meu
coração apertar. Nós alisamos nossas roupas, e ele descarta o preservativo em
um lenço enfiando no paletó. Embora ele pareça apresentável como sempre, há
uma emoção crua nos olhos agora, que me enche de uma infinidade de emoções.

111
Eu dou-lhe um sorriso largo, e o que se espalha em seu rosto é tão
genuíno que faz meu coração inchar em resposta. Uau. O impacto do sorriso de
Dane na potência máxima, não filtrado, é irreal. É de tirar o fôlego. Quero sempre
vê-lo assim, sorrindo e relaxado. Desejo que ele se sinta mais assim.

Dane libera o elevador e começamos a descida até o primeiro andar. As


portas abrem, agarro meus pertences, mas permaneço no meu lugar. Não quero
que este momento termine. Eu sei que precisa, mas agora eu me sinto tão bem,
tão relaxada. Estou conectada com ele.

Ele segura a porta aberta para mim. Sua voz mal está acima de um
sussurro áspero. —Obrigado pelo prazer da sua companhia, Emme. Vejo você
amanhã.

Eu engulo e saio do elevador. Quando me viro, dou um sorrisinho atrevido


em troca. —Talvez devesse tirar o resto da noite de folga. Eu acho que você
merece.

112
CAPÍTULO 5
Dane

—Saúde, filhos da puta! —Austin diz enquanto levanta a cerveja dele.

—Saúde, filhos da puta! —Todos entoaram, tocando os topos das nossas


garrafas um contra o outro.

Estou aninhado no canto da Brats & Brew, meu pub favorito em Boston,
com alguns amigos da faculdade. Tentamos nos encontrar uma vez por mês,
quando possível. Liguei para uma reunião improvisada quando cheguei em casa
uma hora depois do trabalho; arranjei isso, depois de ter tido sexo louco com
Emme no elevador.

Eu precisava de algo que me distraísse para não reproduzir aquela cena


perversa na minha cabeça sozinho em casa uma e outra vez. Não posso acreditar
que fiz isso. Mas não consigo me arrepender, especialmente porque ela estava
nessa.

Felizmente, três dos caras estavam livres hoje à noite, então, aqui estamos
sentados para jantar, bebendo cerveja. Um rock toca ao fundo, e as mesas de
madeira são grandes e convidativas. Conseguimos chegar logo após a correria da
multidão para jantar.

Austin, que costumava jogar hóquei na faculdade, engole sua bebida e


põe a garrafa na mesa com uma exalação alta. —Estou feliz que você tenha
chamado amigo. —Ele me diz. —Eu precisava de uma noite fora. O trabalho tem
sido estupidamente louco ultimamente, e eles estão balançando uma parceria na
minha frente como uma porra de cenoura, sabendo que eu vou morder. —Austin
é advogado de uma respeitada firma de divórcios, onde começou a trabalhar
assim que saiu da faculdade. Normalmente, ele está muito ocupado para nossas
reuniões.

Eu bato-o nas costas. —Você chegará lá se você parar de se equilibrar e


resolver suas coisas. —É uma piada, centrado e focado no trabalho como eu sou.

113
Austin é cerca de quinhentas vezes mais do que eu. O homem me deixa
envergonhado.

Nós passamos há próxima meia hora na bagunça, falando sobre nada


especial. Dominic, que é recém-divorciado, fala sobre as dificuldades do
treinamento de um garotinho que só quer urinar no armário. É claro, nós
pegamos no seu pé já que na época da faculdade, ele entrou sonâmbulo no
dormitório de uma menina e fez xixi na cama dela.

—Eu acho que essa garota ainda está em terapia. —Provoca Emerson. —
Ela se recusou a sair comigo porque eu era seu colega de quarto.

—Era melhor para você. —Dominic diz com um empurrão de seu ombro.
—De qualquer maneira, ela era claramente nervosa. Urina é estéril.

Eu explodo em uma gargalhada. —Não a sua urina. Eu vi a merda que você


bebia na faculdade - eu também dizia que era inflamável, então...

Austin ergue uma sobrancelha enquanto me examina. —Você está de bom


humor esta noite.

Eu dou de ombros casualmente. Ele está certo, eu estou, mas não quero
que ele fique olhando para mim como um projeto de ciência. Austin é implacável
quando quer falar sobre algo, e posso ver que ele está interessado no meu
humor.

—Jennifer finalmente caiu fora? —Dominic me provoca. —Essa é a garota


esperta que você estava vendo, certo? —Ele balança sua cerveja.

—Nós não estamos mais saindo. —Eu não me prolongo, em vez disso
procuro mudar de assunto. A última coisa sobre a qual quero falar é a minha vida
sexual. Não quando não consigo parar de pensar em Emme. —O que você acha
do novo corredor dos Patriots? 2

—Por que vocês terminaram? —Pergunta Austin, ignorando a minha


pergunta sobre futebol. —Vocês dois pareciam perfeitos juntos. Ela é espirituosa
e experiente, e ela parecia muito interessada em você. —Seus olhos estreitaram-

2
Time de futebol americano de Massachussets, onde joga Tom Brady, marido de Gisele Bündchen.

114
se. —Embora você não me parecesse muito interessado, agora que eu penso
sobre isso.

—Ela finalmente percebeu que você é entediante na cama? —Dominic fez


graça.

—Sua mãe não teve nenhuma queixa sobre o meu desempenho ontem à
noite. —Lanço de volta para ele, com uma das minhas sobrancelhas levantadas.

—Oh, merda. —Emerson bufa e dá socos no braço de Dominic. —Se


rendeu agora.

Dominic esfrega a área ferida. —Idiota. Isso dói.

—Então, quem colocou esse sorriso no seu rosto, nesse caso? —Diz
Austin, agressivo como sempre. —Porque claramente, não foi Jennifer.

—Na verdade, ele está certo. —Emerson acena para a garçonete, que se
aproxima e inclina-se para revelar uma dose saudável de seu decote em sua
direção. Ele pede outra rodada de cerveja, e ela pisca, depois sai. —Alguém
aliviou sua tensão, e não foi a mãe de Dominic também.

—Não estou tão diferente. —Protesto. —Parem de exagerar.

Dominic termina a última cerveja dele. —É verdade. Nos últimos anos


você parece que está apenas... Como se você estivesse andando pela vida, mas
não sentia nada. Hoje você parece seu velho eu, o cara que não víamos há muito
tempo. É interessante. Você está sorrindo e rindo do jeito que costumava fazer.
Talvez você esteja finalmente pronto para deixar para trás “A Puta”.

Levanto uma sobrancelha para mascarar o desconforto no meu peito. —


Você está me analisando, cara? Todas essas aulas de psicologia na escola estão
finalmente funcionando? —Dominic está obtendo seu mestrado em psicologia
depois de tentar sua espacialização cerca de cinquenta vezes no curso de
graduação, depois de abandonar para apoiar sua ex, enquanto ela terminava sua
escolaridade primeiro. Apesar de ele mostrar uma personalidade de um cara
despreocupado, Dominic passou por alguns terrenos ásperos que me faz sentir
como se ele entendesse a dor que eu experimentei. Sua esposa terminou a
faculdade e deixou-o logo depois.

115
Ambos conhecemos a amargura da traição.

—Não vire isso para mim, cara. —Dominic dispara de volta.

Ele e Emerson falam um pouco sobre o tema da minha mudança de


personalidade, mas eu deixo para lá e bebo o último gole de cerveja na minha
garrafa. Nossa garçonete vem entregar nossa nova rodada. No fundo, eu sei que
meus amigos estão certos. Eu me sinto diferente. E a percepção de que parte
dessa mudança pode ser por causa de Emme, me deixa muito desconfortável.

Por tanto tempo, meu foco foi no trabalho. Construindo minha empresa,
desenvolvendo uma clientela notável, aumentando minha base de funcionários.
Mas na última semana ou mais, não foi esse o impulso que me fez acordar e ir ao
escritório.

Foi Emme.

E não tenho ideia de como me sentir sobre isso.

Parece um pouco refrescante não me preocupar com quem está me


observando, não me preocupar em estar no meu melhor comportamento para
atrair potenciais clientes.

Eu preciso fazer isso com mais frequência.

O pensamento me lembra do comentário de Emme sobre a necessidade


de me socializar mais. Eu me pergunto o que ela está fazendo hoje à noite. A
tentação de lhe enviar uma mensagem me bate forte.

Este não sou eu. Eu geralmente posso controlar meus impulsos. Mas, de
repente, quero falar com ela. Eu preciso falar com ela.

Durante a próxima hora, eu tento tão arduamente não pensar em como


seu corpo parecia, quão suave era sua pele quando a toquei. O flash de
vulnerabilidade que eu vi em seus olhos quando ela pensou que eu estava
brincando com ela. Eu queria me estripar por colocar esse olhar em seu rosto. Ela
merece algo melhor do que sentir como se estivesse sendo usada, mesmo que
nós nunca iremos além do relacionamento sexual que temos agora.

Mas entre os trechos de conversa, Emme está no fundo da minha cabeça.

116
Dominic dá um bocejo, um sinal simples e seguro de pai cansado. —Tudo
bem, idiotas. Isso foi divertido, mas eu tenho que ir para casa. Peguei um
pequeno empréstimo para pagar uma babá esta noite. —Ele sorri e joga uma
pilha de notas para cobrir sua porção de comida e bebida.

Austin olha para o relógio e faz careta. —Merda. Está tarde. Eu tenho que
ir também.

Acertamos nossas contas, fazemos essa coisa viril de se despedir, e vamos


para os nossos carros. Dirijo para casa em silêncio, refletindo sobre a noite, a
percepção silenciosa e notável de que eu não fui eu mesmo há anos. Eu pensei
que este impulso para fazer meu negócio ser bem-sucedido era ser eu mesmo,
embora talvez não fosse a minha melhor versão, até mesmo eu posso admitir que
eu estivesse obscurecido pelo trabalho ultimamente.

Mas talvez eu tenha estado operando sob uma lógica defeituosa aqui.
Talvez eu tenha mudado sem perceber, e não para melhor. O que eu pensei que
era um foco admirável acabou por ser chato e vazio.

Isso me faz pensar o que Emme vê em mim. Ela não me conhecia antes de
trabalhar na empresa, como ela viu o meu verdadeiro eu, o que os meus amigos
não viram nos últimos anos?

Assim que eu chego ao meu apartamento eu tiro meus sapatos, coloco um


CD de jazz, e pego meu telefone para enviar-lhe uma mensagem. Tenho todos os
números de meus funcionários no meu celular caso eu precise deles enquanto
estou fora da empresa. Não sei o que ela faz a noite, e não quero incomodá-la.
Mas agora me sinto estranho e inseguro, e preciso conectar-me a ela.

É DANE. Você está ocupada com o dever de casa?

Envio o texto antes que eu possa me parar. Então me deito e fecho meus
olhos por um momento, deixo a música me envolver. Isso não me acalma da
maneira que normalmente faz. Estou desconfortável, muitos pensamentos estão
em minha cabeça.

Meu telefone apita com um texto recebido.

117
NÃO, terminei com a escola. Você está relaxando esta
noite, como eu disse? ;-)

Meus lábios franzem. Eu começo a escrever uma resposta, mas não quero
falar com ela dessa maneira. Quero ouvir sua voz. Eu disco seu número, em vez
disso.

—Alô? —Sua surpresa é evidente em seu tom.

—O que você está fazendo agora? —Eu fecho meus olhos novamente e
deixo o som de sua voz se arrastar sobre mim.

—Estou lavando roupa. —Ela ri, e o tom rouco faz a minha pele arrepiar.
—Isso é tão sexy, certo?

Eu ri. Meu humor ilumina à medida que minha ansiedade anterior diminui.
—Eu acho que depende do que você está lavando.

Há um silêncio na outra extremidade por um longo momento. —Por


algum motivo, eu estou lavando muitas calcinhas ultimamente.

A admissão sussurrada faz meu pau agitar. Eu amo como ela me mantém
na ponta dos pés, me surpreendendo a cada passo. Eu nunca sei o que ela vai
dizer, sua honestidade me faz querer responder de forma semelhante. Quero
lembrar como é sentir... Sentir novamente.

E Emme me faz sentir mais do que senti por muito tempo. Talvez nunca.

—Conte-me sobre você. —Eu me pego dizendo. —Sobre sua família.

—Oh. —Eu a ouço exalar. —Bem, minha mãe morreu de câncer há alguns
anos atrás. Ela me criou e a meu irmão como uma mãe solteira, depois que nosso
pai nos abandonou. Ela era incrível. —Eu posso ouvir o sorriso em seu tom, quão
claro ela ainda sente falta e adora a mulher, e meu peito aperta. —Nós éramos
unidos, nós três. Eu tento viver da maneira que ela me ensinou, para honrar sua
memória.

—O que ela te ensinou?

118
—Ser honesta e trabalhar com integridade. Orgulhar-me de mim e
perdoar os outros quando eles me machucarem. —Ela dá uma risada estranha. —
Eu acho que estou divagando. Eu costumo fazer isso. Eu falo muito quando estou
tensa. —Ela faz uma pausa. —Espere um segundo, ok? O meu irmão está me
chamando. Eu sinto muito.

—Não se desculpe. Estou me intrometendo na sua noite. —Eu mudo na


minha cadeira para ficar mais confortável.

—Você não está. Estou feliz em falar com você. —Ela dá outro riso
conhecedor. —E estou divagando novamente. Certo, já volto. —Ouço o som do
telefone sendo colocado para baixo e as palavras faladas em segundo plano.

A admissão genuína dela faz algo engraçado para meu coração. Ela
realmente está feliz em falar comigo, eu cem por cento acredito nisso. Um brilho
quente surge com esse pensamento, apenas combinando com o brilho de
contentamento que eu sinto em falar com ela também.

O sexo entre nós é dinâmico, isso é certo. Eu ainda sinto seu corpo contra
o meu, e isso me deixa novamente com vontade de fazê-la gozar. Mas outra coisa
está acontecendo aqui também, algo para o qual não tenho certeza se estou
preparado.

O pensamento me torna ainda mais determinado a redobrar meus


esforços para manter isso somente em sexo. Sua vida é complicada agora, e a
minha também é. Esta pode ser uma ótima maneira de encontrarmos prazer um
com o outro, mas não posso deixar que isso se torne mais. Há muito em jogo.

Foco nos parâmetros que eu configurei, porque eu preciso deles agora


mais do que nunca.

—Você está aí? —Ela pergunta.

—Eu estou. —Acrescento. —Apenas pensando sobre o quanto eu quero


ouvir seu orgasmo pela linha telefônica. Vá até seu quarto agora e tranque a
porta, Emme.

119
Quando ela dá um "ok" sussurrado em resposta às minhas palavras
contundentes, eu sorrio e afasto todos os outros pensamentos para me
concentrar no aqui e agora.

120
CAPÍTULO 6
Emme

—Oh, meu Deus, isso foi muito útil. —Declaro na quinta-feira à noite
quando fecho meu enorme livro. —O McDoogle pode chupar isso, porque estou
tão pronta para o nosso teste, amanhã. —Meus olhos doem por olhar para o livro
por tanto tempo, e esfrego minhas mãos no meu rosto. —E agora eu só quero ir
para casa e dormir por doze anos. Meu cérebro dói.

Sidney ri. —O meu também. Eu não quero pensar novamente, nunca mais.
Eu vou para casa e me deitar no sofá em uma poça da minha própria baba.

—Isso soa como um plano. —Eu guardo minhas coisas e me estico,


olhando em volta. A biblioteca no campus ainda está bastante ocupada com
vários estudantes curvados sobre as mesas, apesar de ser tão tarde da noite. Eu
deixei o trabalho hoje e me apressei para assistir minha aula, e depois fiquei para
um tempo de estudo extra com Sidney.

Não ajuda que estive cansada o dia todo de ficar até tarde demais na noite
passada com Dane. Nós tivemos lentas e deliciosas preliminares durante uma boa
hora, que levaram a um sexo intenso no telefone, e eu me masturbando e
gemendo de prazer quando gozei para ele. Enquanto descíamos das alturas,
conversamos um pouco mais sobre isso e aquilo, apenas tópicos aleatórios em
nossas cabeças.

Estou exausta, mas valeu a pena. O olhar que trocamos no trabalho hoje
era quase inflamável. Felizmente, ninguém parece notar o que está acontecendo,
mas eu vou ter que ter mais cuidado, já que eu sei que tenho que guardar meu
coração na manga. Não sou boa em esconder minhas emoções. E cara, ele as tira
todas de mim.

Eu visto minha roupa de inverno e dirijo-me ao meu carro. Irei para cama
cedo. Eu envio a Robert uma mensagem, deixando que ele saiba que estou a

121
caminho de casa, depois me sento no meu carro por alguns minutos para deixá-lo
aquecer. Está especialmente frio esta noite, um vento frio atinge o carro.

Vai ser um inverno longo e duro.

Falando de longo e duro... Meu rosto dá um sorriso. Eu tenho que parar


de pensar tanto nele.

Chego em casa um pouco mais tarde e destranco a porta. Está escuro


dentro do apartamento. —Robert? —Eu chamo quando viro o interruptor da sala
de estar, banhando a sala com um brilho dourado da lâmpada da mesa lateral.
Pensando nisso, meu irmão não respondeu à minha mensagem. Ele deveria estar
em casa agora, sua consulta na terapia foi mais cedo hoje. —Você está aqui? —
Talvez já esteja dormindo.

Eu bato na porta dele. —Ei, você está acordado? —Digo num sussurro
suave.

A porta se abre, me surpreendendo. O cabelo do meu irmão é uma


bagunça suada. Ele está usando uma camisa branca, e até a calça está suada. Seus
olhos estão injetados de sangue e nebulosos, vagando por meu rosto. —Oh, olha
quem decidiu aparecer.

Meus pulmões apertam quando sinto o cheiro de bebida em sua


respiração. Merda! Ele está bêbado. Não me lembro da última vez em que ele
ficou bêbado. O que aconteceu hoje na terapia? —Robert. —Digo gentilmente. —
Já lhe disse que tinha que estudar, e enviei-lhe uma mensagem quando eu estava
vindo para casa. Você comeu?

—Eu não estou com fome. —Ele revira os olhos e me empurra para se
jogar no sofá.

Uma onda de raiva enche meu peito. Eu me esforço para ele seguir em
frente, mas essas mudanças de humor, os períodos erráticos de bebedeira, eles
estão começando a me desgastar. —O que está acontecendo? Por que você está
de mau humor? E por que você está bebendo? Você sabe que não deve misturar
bebida com seus antidepressivos.

122
—Me deixa em paz. —As palavras estão ligeiramente enroladas. —Eu já
tive que me esquivar do psiquiatra hoje.

—Por quê?

—Eu não quero falar sobre isso. —Ele geme e estica-se, esfregando a
parte do seu braço que foi amputada. O brilho da dor no rosto é vívido, e eu me
sinto culpada.

—Eu só estou tentando ajudar. —Eu sei que a dor e a frustração estão na
minha voz, e não posso impedi-las de sair.

Ele definitivamente ouve isso, e o tom cruel em suas próximas palavras


me faz recuar. —Bem, você não está. Você é uma porcaria de substituta para
nossa mãe, então pare de tentar.

—Você é um idiota, Robert. —Eu lanço, depois giro em meus calcanhares


e fecho a porta do meu quarto atrás de mim. Todo o meu corpo está tremendo
com a emoção reprimida que estou sentindo. Toda a dor profunda que eu sempre
afasto pelo seu egoísmo, vem rugindo para a superfície. Estou cansada, e estou
cansada dele sempre precisar de algo de mim.

Não estou tentando ser a mamãe. Estou apenas tentando me virar. Mas a
pressão de cuidar de alguém que se ressente comigo por isso está se mostrando
tão, tão difícil, e eu não sei quanto tempo eu posso aguentar. Como se eu
também não sentisse falta dela? Como se eu não estivesse tentando lidar da
única maneira que sei?

Caio na cama e deixo as lágrimas quentes derramarem. Eu não censuro


meus sentimentos, apenas deixo todos eles saírem da minha cabeça, uma
bagunça grande e emaranhada. Estou tão cansada de me sentir culpada, de não
poder lidar com a morte dela, de não poder lidar com sua lesão. Não consigo
continuar fazendo isso. Estou cansada demais. E o pior é que eu sei que ele não se
lembrará de nada disso pela manhã. Ele já fez isso antes, e sempre há um apagão,
e então ele se sente muito mal e pede desculpas.

Ele esquece, mas eu não tenho esse luxo. Eu tenho que viver com isso e
decidir o que vou fazer. Porque é claro que meu irmão precisa de mais ajuda do
que posso dar.

123
Adormeço em cima das minhas cobertas, meu rosto coberto de lágrimas.

***

SEXTA-FEIRA DE MANHÃ, eu mal chego à aula a tempo. Robert não saiu do


seu quarto, então faço o meu próprio café da manhã, do qual eu só consegui
comer a metade, e deixo o apartamento sem lhe dizer uma palavra. Eu não sei o
que lhe dizer de qualquer maneira, e eu tenho medo de dizer algo que eu não
possa retirar, porque ainda estou tão brava com ele.

Eu sei que eu pareço mal, que meus olhos estão cansados e injetados de
sangue, e que meu rosto está inchado de chorar. Felizmente, Sidney não me
força. Ela apenas me dá um abraço, pressiona um beijo na minha têmpora, e me
diz que ela está aqui para ouvir se precisar de alguma coisa.

Pelo menos o questionário foi bem, no entanto. Tudo o que estudei valeu
a pena. Sinto-me muito mais confiante nos resultados de hoje; com certeza recebi
pelo menos um B, se não um A. Finalmente, saio do campus e dirijo-me ao
trabalho. O estacionamento está cheio, então eu paro meu carro em um local
muito distante do prédio, e arrasto-me em direção à entrada.

Meu estômago é um emaranhado de nós. Apesar de toda a minha raiva do


meu irmão por sua hostilidade bêbada, há uma preocupação constante que me
consome. O que aconteceu com ele? Ele esteve bastante bem recentemente. Eu o
conheço, ele não cairia, a menos que algo surgisse em sua terapia que provocasse
algo nele.

Não sei se eu sou a fonte de sua raiva, mas eu suspeito que não seja. Eu,
no entanto, sou a destinatária desses sentimentos. Ele e eu precisamos ter uma
conversa real sobre isso, porque se ele vai continuar morando comigo, isso não
vai funcionar.

O passeio de elevador é silencioso. Eu não posso evitar um leve sorriso,


enquanto me lembro de quando estive aqui com Dane. Ele me abraçou e me
penetrou.

124
Preciso apertar meu ventre e lutar, de repente, com um suspiro. Em vez
de me sentir satisfeita, acho que estou querendo-o cada vez mais. E não apenas
fisicamente, embora, claro, essa dor pareça estar presente demais. Agora, eu só
quero ver seu rosto, ouvir o som da sua voz. Deixo isso derramar sobre mim e
remover o estresse e a tensão do meu coração.

Estar ao seu redor me ajuda a me sentir melhor, e minha alma maltratada


precisa de um pouco dessa felicidade agora.

Quando chego à minha mesa, vejo-o caminhar em minha direção, uma


pasta cheia de papéis na mão. Um sorriso começa a espalhar-se em seu rosto, e
depois congela quando ele aproxima-se. Seus olhos estreitam-se quando ele nota
a tensão, a evidência de tristeza no meu rosto.

Meu coração aperta, e eu limpo minha garganta. —Isso é para mim? Você
precisa de cópias ou qualquer coisa?

Ele aproxima-se de mim, um pouco mais perto do que deveria, já que


estamos no escritório aberto, e meu pulso acelera. Nós não nos falamos por um
momento, apenas olhamos um para o outro. Seus olhos castanhos são um paraíso
tranquilo, e acho que estou começando a relaxar pela primeira vez desde a noite
passada.

Dane me entrega o pacote, seu polegar acaricia minha mão por um


momento, mas há uma montanha de palavras não ditas nesse gesto. Conforto.
Algo no meu peito se abre com a sensação de ele chegar a mim, apesar dos
perigos.

Sua voz é calma quando ele diz: — Você precisa tirar o dia de folga?

Eu balanço minha cabeça, minha garganta fechada. —Não, eu preciso


estar aqui. —Me obrigo a dizer. Eu preciso limpar meu cérebro e não pensar em
Robert por um momento, tanto quanto parece. Mas se eu não for honesta
comigo mesma, nunca vou encontrar essa felicidade que desejo.

Ele acena rapidamente. Se alguém entenderia, seria Dane - escapar para o


trabalho para evitar enfrentar as questões que martelam no fundo da sua cabeça.
Ele praticamente escreveu um livro sobre isso. Não que eu o julgue. De qualquer
maneira, entendo o impulso, mais do que antes.

125
—Ok, faça cópias suficientes da papelada para distribuir na reunião desta
tarde. Você pode mantê-las em sua mesa até lá. —Chefe Dane está de volta ao
lugar. Por uma vez, eu me consolo com isso, porque é algo que eu sei como lidar.

Eu lambo meus lábios secos e aceno, então, vou para a sala da copiadora.
Há duas pessoas à minha frente, então eu deixo meu olhar vagar pela sala, suas
caixas de papel. As mulheres conversam casualmente sobre seus filhos, o trânsito
para trabalhar. O pulso rítmico da copiadora, as vozes misturadas, os ruídos
macios do lado de fora, todos criam um zumbido na minha cabeça que me
ajudam há absorver um pouco.

Após cerca de dez minutos, a copiadora é liberada, e eu posso fazer


minhas cópias e voltar para minha mesa. Quando me sento, vejo um pedaço de
papel dobrado e grampeado na minha frente. Isso faz meu coração dar um salto
dolorido e excitado.

É dele.

O último pingo de tristeza escorre rapidamente do meu corpo e, em seu


lugar, há um formigamento de ansiedade. Dane sabe claramente do que eu
preciso agora; é não rolar em minha própria tristeza. É limpar minha cabeça, para
me dar espaço para encontrar a solução sem ficar obcecada por ela.

E outro encontro com ele certamente proporcionaria essa oportunidade.

Mordo meu lábio inferior e abro o papel. Dentro há uma tira dobrada de
seda preta, que cai do papel no meu colo.

RESERVE a sala de reuniões do canto por uma hora às


onze e meia. Então, entre lá, desligue as luzes e me aguarde
com os olhos vendados e a calcinha no bolso de sua calça.

Até lá, eu quero que você pense em nada além da


sensação de minhas mãos em seu corpo, minha boca em sua
boceta, meu pau batendo em você. E o fato de que eu não

126
consigo pensar em mais nada, além de estar com você
novamente.

Bem, meu cérebro praticamente parou agora, incapaz de fazer mais do


que ler sua nota uma e outra vez. Minha pélvis dá uma forte pulsação em
resposta, tanto por excitação quanto por medo. Isso realmente é uma grande
jogada. Para não mencionar que ele ainda puxou alguma coisa do meu diário,
desta vez é ter os olhos vendados.

Eu realmente vou fazer isso? No escritório, onde alguém pode entrar e me


encontrar? Uma coisa é fingir que estou em seu escritório tomando notas ou
fazendo chamadas telefônicas. Mas não há como fingir que o encontro está
relacionado ao trabalho, se eu estiver usando uma maldita venda nos olhos.

E se mais alguém entrasse antes que ele, e trancasse a porta atrás dele?
Essa sala tem um bloqueio na porta?

Minhas mãos começam a tremer. Eu coloco a nota na minha bolsa e solto


meus dedos no meu colo, tocando o tecido sedoso. O deslizar do material contra
a minha pele é uma promessa tranquila de um verdadeiro prazer.

E aqui está no que se resume a confiança. O quanto eu confio em Dane


para não me machucar ou danificar minha reputação, que não tenha como
reparar?

Penso na forma como nos tornamos mais próximos nas últimas semanas,
como tudo o que aprendi sobre ele revela o conhecimento que eu acumulei
desde que entrei na empresa. Nós somos tão diferentes, ele e eu. Seria loucura da
minha parte ir seriamente nesta estrada com ele, me colocar na reta?

Deixar que alguém tenha esse poder sobre mim, que poderia partir meu
coração?

Mas então, afasto esse pensamento, porque o desejo de vê-lo novamente,


ser tocada por ele, ficar perto dele, é muito forte para resistir por um momento.

Eu reservo a sala em nossa agenda geral da empresa, apenas para me dar


mais tempo para pensar sobre isso. E eu debato o assunto durante a próxima

127
hora. Eu penso em seus olhos vendo minha dor, ele aproximando-se de mim da
maneira que ele sabe, se vai me ajudar a escapar da minha dor.

Não posso afastar-me da promessa nesta nota. Além disso, a última


linha... Está ressoando desde que eu li.

Dane não escreveu que queria estar em mim novamente. Ele disse que
queria estar comigo. Uma grande diferença, uma escrita intencional de alguém
que passa a vida com precisão nas palavras. E meu coração estúpido não vai
deixar essa frase passar.

De repente, são onze e vinte e cinco. Faça ou morra tentando. Todo o meu
corpo está tremendo de ansiedade, porque sei exatamente o que vou fazer.

Eu enrolo a venda em minhas mãos, pego uma pilha de papéis, assim


pareço que estou indo trabalhar, então, vou em direção à sala de reuniões do
canto. As luzes já estão apagadas, com feixes dos raios de sol espreitando pelas
persianas, então eu fecho a porta atrás de mim e deixo dessa maneira. Eu me
apresso e tiro minha calcinha, depois coloco minhas pernas de volta na minha
calça.

Por último, dou uma respiração instável e sento-me numa cadeira de


frente para a mesa grande. Eu amarro a venda nos meus olhos, bloqueando tudo
ao meu redor, exceto o som áspero de minhas exalações.

Então eu espero.

128
CAPÍTULO 7
Dane

Não tenho certeza de que meu pau já esteve tão duro na minha vida. Eu
quase não consigo me manter no lugar perto do bebedouro, enquanto vejo a
doce e sexy como o inferno, Emme, entrar na sala de conferência a cerca de nove
metros de onde eu estou de pé, com o queixo empinado e seu traseiro
balançando. A porta fecha-se atrás dela com um clique sólido que me deixa em
chamas.

Eu preciso tanto dela agora. É difícil lembrar-me que este esforço não
começou por causa das minhas necessidades. É sobre ela, só ela.

Mesmo que eu pense isso, eu sei que não é verdade, não mais. Isso é para
mim também. Após ler sobre a fantasia de ter seus olhos vendados em seu diário,
tantas vezes me encontrei com minha mente vagando com o pensamento de
tornar isso realidade.

Então eu a vi mais cedo hoje, seus olhos tristes de uma maneira que fez
meu coração doer, as bolsas inchadas sob os olhos, o rosto pálido. E eu tive essa
compulsão instantânea para ajudá-la a esquecer de seus problemas, mesmo que
por um tempo. Perder-se no prazer. Tirar essa dor dela, da única maneira que eu
posso.

Eu vou tornar isso bom para ela, porque Emme merece. Ela trabalha duro,
para mim, para si mesma, para o irmão dela. Eu ainda não sei o que a perturbou
tanto, mas eu sei como fazer seu gozo revestir todo o meu pênis.

É difícil, mas consegui despejar um pouco de água no pequeno copo de


papel e ficar no lugar, tomar a água com indiferença. Eu deixo os minutos
passarem, ignorando o ritmo acelerado do meu pulso. É um tipo especial de
tortura observar a porta, para garantir que ninguém mais entre enquanto ela se
prepara para mim.

129
Descartar a calcinha. Colocar a venda de seda que comprei com capricho
na noite passada, pensando em como o tecido preto ficaria contra a pele macia.

Eu amasso o copo vazio e jogo-o. Então me dirijo para a porta da sala de


reunião e abro-a. Quando eu me viro, vejo Emme na cadeira, seus lábios se
separaram seu peito subindo e descendo rápido. Toda a confiança que ela
colocou em mim para cuidar dela, para garantir que ela não seja pega por outra
pessoa, é humilhante. Já tive tanta fé em uma pessoa? Eu engulo o nó na
garganta e me obrigo a me concentrar no assunto em questão.

Eu clico no bloqueio, e seu corpo endurece. —Sou eu. —Digo a ela, e ela
relaxa um pouco, então acena com a cabeça.

Pego sua mão e levanto-a do assento. Sua cabeça mal alcança meu queixo.
Eu me abaixo e cheiro seu cabelo, e tenho o impulso de tocar sua pele aquecida.
Eu não sei o que há sobre essa mulher, mas ela chegou até mim de uma maneira
que nunca senti antes. Meus dedos são ligeiramente instáveis enquanto eu
esfrego um fio de cabelo entre eles.

—Eu precisava tanto disso. —Ela me diz em um sussurro, que arranca


tudo do meu peito e o coloca na frente dela. Suas mãos deslizam para frente da
minha camisa, os dedos roçando os botões, e seu queixo inclina-se, até sua boca
ficar a poucos centímetros da minha. O calor de suas pequenas mãos percorre
minha pele sob o tecido da minha camisa.

A tentação é demais para lutar. Eu cedo, possuindo cada centímetro de


sua boca, mordo os lábios e respiro profundamente. Isso parece tão bom, muito
bom. Seu gosto é familiar para mim agora, e eu a agarro e puxo-a para o meu
corpo. Saboreio as curvas de seus quadris, a ondulação de seus seios, o leve
tremor em seus membros enquanto ela se agarra a mim.

Emme quer isso tanto, que ela mal pode suportar. E foda-se se eu não vou
lhe dar tudo o que tenho.

—O que você precisa? —Eu a incito. Eu tenho que ouvir as palavras. Eu


agarro a parte de trás de sua cabeça, com cuidado para manter a venda dos olhos
no lugar, e aproximo minha boca de sua orelha. Lambo o côncavo, arrasto minha

130
língua para dentro. Ela estremece. —Diga-me, Emme. Eu quero saber tudo o que
você quer que eu faça com esse seu corpo delicioso.

—Quando você fala assim, isso me deixa ainda mais excitada. —Ela
admite. Suas mãos apertam meus ombros. —Eu quero... Eu quero sentir você
tocando meus seios nus. Eu quero sua boca sobre eles. Eu... —Ela limpa a
garganta, e mesmo na penumbra da sala, eu posso ver o rubor deslizando por
suas bochechas. —E eu quero tocá-lo também. Quero ver você, sentir sua nudez
com minhas mãos e minha boca.

Afasto-me dela, deixando-a balançando no lugar. —Tire sua roupa. —Digo


a ela. Preciso ver seu corpo nu, todo o sangue que corre para o meu pau está me
deixando por um triz também.

Ela desliza a língua para lamber os lábios, depois acena com a cabeça.
Abre a calça e a empurra para baixo, e eu posso ver o contorno de sua boceta
antes que ela se incline para tirá-las. Ela tirou a calcinha antes, como eu a instrui.
Ela joga a calça em minha direção, e com uma das mãos a agarro. Eu sinto algo no
bolso, e tiro a calcinha rosa que ela havia escondido lá.

Enquanto isso, ela desabotoava sua camisa, e depois a deixou cair atrás
dela. Ela ficou parada só com seu sutiã. Seus braços estão um pouco inquietos, e
ela fica no lugar, mudando de um pé para o outro.

—Eu ainda estou assistindo. —Minha voz é pouco mais que um grunhido
gutural agora. Eu mal consigo pensar, mal respirar. Não posso tirar os olhos desta
mulher. —Não pare. Tire o sutiã também. —Sua calça está presa no meu punho.

Os seios dela se elevam enquanto ela arqueia suas costas, e então tira o
sutiã. Seus peitos são exibidos para mim, grandes e cheios, os mamilos escuros.
Meu corpo está com tanta tensão sexual que eu poderia explodir se não tocar
nela.

Então, dou um passo para frente, e ela move-se em minha direção, seus
dedos roçam os braços, os ombros, o pescoço, o rosto.

—Você ainda está vestido. —Ela diz com uma risadinha. Uma covinha
aparece na bochecha direita e, por impulso, inclino-me para baixo e beijo-a. Ela
pausa e depois diz: — Posso tocar em você? Tirar as suas roupas?

131
—Sim. —É tudo o que posso dizer agora.

Seus dedos deslizam de volta para minha garganta. Ela afrouxa minha
gravata, atrapalhando-se um pouco com o nó, então a tira. Há algo tão íntimo
sobre o ato de ela me despir, que estou quase desconfortável. Mas eu também
quero isso, quero suas mãos em mim. Não tivemos o luxo de estar
completamente nus juntos.

Eu sei que ela se diverte no escritório, que isso é parte de sua fantasia,
mas eu quero fodê-la em uma cama também. Na próxima vez que transarmos,
será em algum lugar onde ela possa gritar tão alto quanto ela quiser. Sem filtro.
Desinibida. O pensamento dela deitada na minha cama após o sexo, de abraça-la
enquanto dormimos me faz engolir com força.

Felizmente, seu rápido desabotoar da minha camisa tira minha mente


dessa direção perigosa. Seu lábio inferior está preso entre os dentes enquanto ela
abre caminho, depois puxa minha camisa pelos meus braços, jogando-a no chão.
Então, minha camiseta é descartada, e ela está trabalhando no meu cinto.

Mais um minuto, e estou completamente nu como ela, o meu pau entre


os dois corpos. Inclino-me para esticar a roupa em uma cama improvisada para
ela, depois a abaixo no chão. Todo o desejo febril que eu tinha antes
desapareceu, em seu lugar, esse desejo é lento, para construir a tortura nela, até
que ela não possa aguentar mais. Pelos próximos 50 minutos, Emme é
completamente minha.

Coloquei sua calça para baixo para começar a tocar seu corpo, deixei
minhas mãos começarem nos arcos de seus pés e seguirem até o tornozelo, as
panturrilhas, os joelhos, esfregando as coxas até a virilha. Ela estremece com o
meu toque, sua respiração escapando em pequenas lufadas. Estou perto de sua
boceta, eu posso cheirar sua excitação.

Eu coloco a língua para fora, lambo-a, experimento sua umidade. Sua


pélvis empurra para minha boca, um movimento instintivo; ela arrasta suas unhas
no tapete, os peitos empurram para cima. Deixo minha língua lamber e penetrá-la
até que ela se mexe embaixo de mim. Sua boceta está encharcada.

132
Emme aproxima-se para acariciar minha cabeça, me pressionando mais
perto de seu centro. Naturalmente, eu provoco por um bom minuto até que eu
possa dizer que ela está aproximando-se do seu orgasmo. Então eu me aproximo
e pego sua calcinha, acariciando o tecido ao longo de sua fenda. Ela congela com
a sensação, mas quando eu esfrego seu clitóris, ela geme por uma fração de
segundo antes de abafar o som.

Sua calcinha esta encharcada com sua umidade agora. Eu procuro no


bolso da minha calça e tiro o preservativo da embalagem, rolo sobre o meu pênis
rígido. Então eu espalho suas coxas e me aninho entre elas, nossos corpos
alinhados. Ela suspira, acaricia minhas costas, pressionando beijos de boca aberta
no meu ombro.

—Deite e mantenha sua boca aberta. —Digo a ela.

Ela faz como eu ordeno. Estico sua calcinha para passar em sua boca, que
está aberta, então eu a beijo, saboreando a umidade, saboreando a língua. Ela
fica assustada no início, mas a palpitação do meu pau contra seu ventre,
misturado com meus gemidos de excitação, parece ajudá-la a superar isso
rapidamente. Nossas línguas se espalham pelo tecido, e eu quase gozo sem
sequer fodê-la, eu estou ficando tão duro com os pequenos choramingo que ela
faz ao provar a si mesma.

Estou tremendo ligeiramente enquanto empurro a cabeça do meu pau


para sua entrada. Eu posso sentir o calor da sua boceta, suas coxas pressionam
contra os lados das minhas pernas, aproximando-me dela. Ela esfrega os mamilos
no meu peito e continua me beijando através da calcinha. Eu amo que ela está
tão disposta a tentar qualquer coisa.

Eu deslizo dentro dela e gemo em sua boca. Foda-se, ela é muito gostosa.
Incrível. Nossos corpos ficam lisos com o suor enquanto nos movemos um contra
o outro. Eu removo a calcinha para que eu possa tomar sua boca completamente.
Eu quero penetrá-la de todas as maneiras possíveis. Minhas bolas se apertam
quando eu penetro mais e mais firme.

—Sim. —Ela ofega, cavando as unhas na minha bunda. Dói, e eu amo isso.
Eu quero sua marca em mim. Suas paredes começam a estremecer em torno do
meu pau, o que me torna ainda mais rígido. —Isso é incrível, aí mesmo.

133
Eu me retiro quase que completamente, depois volto para dentro dela. Ela
me envolve, aperta meu pau com as paredes de sua boceta. Meu sangue está
fervendo, e minha pele está em chamas. Pego seu cabelo e empurro a cabeça
para trás, para que eu possa lamber seu pescoço molhado de suor. Com a minha
outra mão, eu apalpo seu peito, espremo, amasso a carne.

—Você vai gozar para mim. —Exijo. —Por todo o meu pau. Eu preciso
tanto disso que não consigo respirar, por querer tanto você.

Ela engasga, e as mãos dela deslizam para a minha cintura enquanto ela
inclina sua pélvis para me permitir uma entrada mais profunda. Eu posso sentir a
ponta do meu pau tocar o colo do útero no meu próximo impulso, e ela se
encolhe, então, eu ajusto meu ângulo. Aperto minha mão em seu cabelo. Ao vê-la
com os olhos vendados, sua boca inchada e lisa de nossos beijos, sua pele corada,
vai me fazer explodir muito rápido.

—Dane, por favor, não pare. —Ela diz, e suas palavras não são mais do
que uma suave exalação.

—Não há nenhuma maneira que eu pare agora. —Meus esforços tornam-


se mais frenéticos, desiguais, quando meu próprio orgasmo começa a me apertar.
Minha pele parece muito fina, os nervos crus, tudo em mim exposto diante desta
mulher que nem pode me ver agora. Engulo duas vezes.

—Eu estou... Estou tão perto. —Nossa carne bate enquanto eu quase a
arrasto pelo tapete por fodê-la tão forte. O prazer é demais para eu lutar.

—Goza comigo. —Digo a ela. —Eu preciso sentir sua boceta quando você
gozar para mim.

Ela endurece, por toda parte. Então seu corpo treme enquanto morde o
lábio, as costas curvadas e os joelhos pressionados contra os meus lados. Eu
posso vê-la lutando para permanecer em silêncio, para não demonstrar o que
estamos fazendo aqui, e isso me empurra ao limite. Com um rugido interno,
explodo no preservativo, gozo derramando meu sêmen no que parece um fluxo
infinito.

Suas paredes vaginais apertam meu pau quando seu orgasmo continua a
atravessá-la. Seu batimento cardíaco é errático, e eu posso sentir isso contra meu

134
peito. Quando ela fala, sua voz parece que foi arrancada de seu peito. —Eu te
amo.

Eu congelo no lugar, ainda enterrado até as bolas no fundo dela, e olho


para seu rosto vendado em choque total.

FIM DO LIVRO 2

135
136
Boss me

LIVRO# 03

137
CAPÍTULO 1
Emme

Eu não sei como eu vou voltar a olhar Dane novamente.

Os últimos dias no trabalho estiveram entre os mais estranhos e piores da


minha vida. Ainda mais do que quando Dane leu meu diário. Ainda não posso
acreditar, eu disse que o amava. Mortificante.

Eu respondi os e-mails que preenchiam minha caixa de entrada, enquanto


eu estava escondida, sozinha, na lanchonete no andar de baixo durante o almoço.
Nada grande apenas alguns pedidos para obter mais informações de Dane em
vários projetos nas obras, com duas mensagens de Sanderson pedindo uma
avaliação em pessoa o mais rápido possível. Os encaminhei para Dane sem
adicionar nenhum comentário.

Desde a minha declaração de amor para ele há uma semana, evitei-o o


máximo possível. Esmagada pelas sensações, pelo poder de tudo o que estava
sentindo no momento, eu exclamei que eu o amava. Algo que não só o
surpreendeu, mas me surpreendeu - porque é tão assustador quanto rápido, tão
rápido como aconteceu tão insondável como possa parecer, é verdade. Eu fui e
me apaixonei por Dane, contra meu melhor julgamento, contra todas as coisas
que eu disse a mim mesma que eu faria para proteger meu coração.

Pensando bem, acredito que comecei a me apaixonar por ele, mesmo


antes do diário nos colocar nesse caminho. Mas eu não reconheci isso, me
dizendo uma e outra vez que ficaria satisfeita apenas com o sexo.

Mas naquele momento intenso de conexão, ele dentro de mim, nossas


respirações misturando-se nos pulmões um do outro, nossos corpos e almas
entrelaçadas, senti que nenhum desses muros existia entre nós, e o sentimento
apenas... Saiu. Eu não podia mais mentir para mim, e não conseguia segurar meus
sentimentos.

138
Mas a inalação acentuada que ele deu logo após o meu pronunciamento,
seguido de momentos de coração acelerado num silêncio ensurdecedor, foi a dica
suficiente sobre a falta de verdadeiros sentimentos românticos por mim. Dane
afastou-se, física e emocionalmente, deixando-me deitada ali, sentindo-me
completamente exposta.

Durante alguns segundos após minha confissão, ainda fiquei com a venda,
os olhos fechados com mortificação, desejando que eu pudesse permanecer
escondida, com muito medo de ver o choque e o possível horror que eu sabia que
estava em seu rosto. E, enquanto eu tirava a venda, vi a rigidez em seu corpo, e
como seus olhos evitavam os meus, meu coração se despedaçou ali, e minha
garganta queimou com lágrimas que eu não derramaria.

Eu só queria que o chão me engolisse inteira. Como isso não aconteceria,


de alguma forma, eu consegui me livrar da situação, sentando-me em silêncio,
depois saindo da sala de reuniões sem outra palavra, com a calcinha empurrada
dentro do meu bolso, até eu chegar ao banheiro e me limpar, onde eu apenas a
joguei fora. De repente, eu não queria nem mais olhar para ela.

Desde aquele dia, tem sido um balé entre nós, ele é cuidadoso em manter
essa aparência profissional dele sempre presente, me deixando na ponta dos pés,
cuidando para que eu não estivesse sozinha com ele. Porque se eu tivesse que
escutar ele me dar “A Conversa”, sobre como isso entre nós deveria ser apenas
físico e mais nada, eu poderia morrer. Ou socá-lo. Ou algo igualmente dramático.

Como se eu não tivesse tentado evitar me apaixonar por ele. Mas de boas
intenções o inferno está cheio, certo? Nada disso importava. Dane mantém meu
coração em suas mãos, e não sei como recuperá-lo. Pelo menos ainda não.

—Ei. —Lauren diz enquanto aproxima-se da minha mesa. Seu cabelo


vermelho está arrumado em uma trança solta que circunda a cabeça, e sua
camisa azul marinho e saia lápis preta, favorecem sua figura curvilínea. —Eu senti
sua falta no almoço nos últimos dias. Como você está?

Eu pisco e coloco um sorriso falso. —Oh, estou bem, desculpe. Apenas


ocupada com muito trabalho. Você sabe como é, tenho certeza. Eu estive
almoçando em momentos estranhos por atribuições para alguns projetos
importantes. Está incessante ultimamente. —Deus, eu odeio a jovialidade falsa na

139
minha voz, do jeito que eu estou divagando, mas não há como dizer a verdade.
Como eu estive me escondendo de Dane, de todos, esperando que ninguém
pudesse ver o quanto eu estou esmagada.

A verdade é não tenho certeza de como vou fazer isso por muito tempo. E
isso me mata um pouco por dentro. Porque finalmente sinto que estou ganhando
o meu lugar nesta empresa, começando a aprender mais sobre esse setor que
quero entrar após a formatura.

Seus lábios afinam enquanto estuda meu rosto. —Você tem certeza de
que está bem? Você parece um pouco... Fora. —Ela se inclina e sussurra. —É
Dane? Vocês dois parecem realmente estranhos um com o outro ultimamente. Eu
senti que a reunião de ontem estava um pouco tensa por algum motivo. —Lauren
faz uma pausa. —Ele fez algo de idiota com você? Quer que eu diga a ele para
recuar? Ou que vá quebrar as rótulas dele? —Ela me dá uma grande piscadela. —
Estou brincando. Mas ele fica um pouco insistente no trabalho às vezes, o que
pode ser frustrante - eu deveria saber. Eu ainda tenho pesadelos sobre as noites
até tarde quando eu era estagiária.

Um rubor explode pela minha pele. Não, eu era a insistente, a pessoa que
destruiu o que construímos entre nós vomitando meus sentimentos de forma
inadequada. Era muito cedo para isso. Minhas bochechas queimam com
arrependimento sobre como eu estraguei tudo isso.

—Ele não fez nada de errado. —Digo a ela. Meu sorriso amplia um pouco
enquanto eu me ajeito. Meu e-mail apita me salvando de suas perguntas. Procuro
esconder meu alívio. —Porcaria. É melhor eu voltar ao trabalho. Nunca acaba.

O sorriso de Lauren é gentil, mas um pouco inseguro. —Tudo bem, mas


vou levar você para sair em breve. Eu acho que você está trabalhando demais.
Nós não queremos que você queime antes de realmente ter tido a chance de
começar.

—Eu gostaria disso. —Digo com toda a sinceridade. A sua gentileza coloca
o primeiro sorriso genuíno no meu rosto em uma semana. Deus sabe que preciso
de mais amigos na minha vida. —Vamos tentar este fim de semana. —Talvez ela
possa me ajudar a encontrar um novo lugar para trabalhar. Em algum lugar cheio
de homens, que pelo menos não me atraiam.

140
—Vou te cobrar isso. —Lauren aponta um dedo para mim, então gira e sai.

Eu olho para o e-mail que acabou de entrar. É de Dane.

VENHA ao meu escritório quando tiver um momento


livre.

~D

Meu estômago sobressalta tão forte que sinto que posso vomitar. Tenho
certeza de que é algo relacionado aos negócios, não tem nada a ver com o que
aconteceu entre nós. Afinal, se ele tivesse que me perguntar sobre minha
confissão, ele já teria até agora, certo? Ele não me enviou nenhuma mensagem,
nem me deixou qualquer bilhetinho desde então.

Mas a pior parte disso tudo é, tão envergonhada quanto eu estou sobre
como as coisas desmoronaram assim, eu também tenho essa tristeza profunda
causada pela ausência dele. É louco quão rápido ele ficou em mim, o quanto eu
esperava falar com ele durante o dia, ou mesmo fora do escritório. Parte de mim
desejaria que eu pudesse voltar no tempo e engolir essas palavras, então nada
teria mudado.

A parte realista também me conhece muito bem. Se eu não tivesse dito,


isso teria surgido em algum outro momento e, provavelmente, num futuro
próximo. Não há como negar que é assim que eu me sinto, mesmo que eu
estivesse mentindo sobre isso antes. E não há como negar que ele nunca estaria
aberto para ouvir isso... Ou possivelmente sentir o mesmo de volta em relação a
mim.

Eu reúno toda a coragem e ando até a porta dele, caderno na mão para
tomar notas, se necessário. Não vou baixar minha guarda, não o deixarei ver
meus sentimentos. Eu posso fazer isso. Eu luto contra a onda de emoção
crescendo no meu peito para não sentir nada. Eu sou um cubo de gelo em um
congelador. Estou entorpecida. Está tudo bem.

Eu bato na sua porta.

—Entre. —Ele diz naquela voz dolorosamente familiar.

141
Eu entro em seu escritório e permaneço perto da entrada. —O que posso
fazer por você? —Estou orgulhosa de como pareço profissional, meu tom
imitando a fria distância dele.

—Sente-se. —Seus olhos são ilegíveis, mas ele não está evitando contato
visual comigo. Quando nossos olhares se conectam, meu peito aperta, e eu estou
cheia com essa dor por ansiá-lo mais uma vez.

Eu desvio meu olhar para fixar minha atenção em sua mesa enquanto eu
me sento na cadeira em frente a ele. É difícil, mas eu consigo manter minha
respiração uniforme e meu rosto neutro. Quando me sinto mais no controle de
mim mesma, arrisco uma olhada para o rosto dele.

Os olhos de Dane piscam com uma emoção que some antes que eu possa
identificá-la. Então ele esfrega a nuca, indicando-me que ele não está tão calmo e
descontraído como ele gostaria que eu acreditasse. Por algum motivo, esse
deslize facilita a tensão no meu peito. O antigo Dane não teria mostrado essa
vulnerabilidade, e não sei o que fazer com isso. —Eu acabei de conversar com
Sanderson, e vou fazer uma avaliação do seu local, pessoalmente, no sábado à
tarde. Eu quero ir lá, dar uma olhada, e depois pernoitar em um hotel próximo.

Eu aceno com a cabeça e abro meu caderno, feliz por ter algo para me
concentrar e me fazer passar por esse inferno. Eu rabisco notas, minha mão
apenas tremendo um pouco. —Eu vou fazer as reservas. —Albany está há três
horas ou mais de nós, então eu imagino que é mais fácil para ele passar a noite
em Nova York e voltar na manhã seguinte.

—E você vai comigo. —As palavras são ditas em um tom firme para não
aceitar nenhum argumento.

Eu pisco. —O quê? —Ele nunca me pediu para acompanhá-lo para fora


daqui antes. Não sei o que pensar. Porque agora? O que isto significa?

Dane continua como se eu não tivesse falado. —Vamos no meu carro, e


sairemos daqui no sábado de manhã. Esteja no estacionamento até às nove
horas.

142
—Eu... Não acho que essa seja uma boa ideia. —Dou uma evasiva. Uma
viagem durante a noite com Dane? Só poderia me empurrar para o limite da
sanidade.

Ele não mostrou interesse em mim desde que eu disse essas três palavras
mágicas. Talvez esse seja o seu jeito de me mostrar o quão pouco ele me quer.
Levar-me para um hotel, e ainda agir como se eu não existisse, me atingiria no
meu âmago, isso me machucaria muito mais do que os últimos dias me
machucaram.

Seu queixo endurece. —Seu trabalho nesta empresa é me ajudar como eu


achar adequado, certo?

A veia do lado da minha testa pulsa. Eu dou um aceno firme, não confio
em mim mesma para falar. A única coisa que eu gosto menos do que o Dane
distante, é o Dane chefe durão. Eu não sou uma idiota.

—Então, por favor, faça os arranjos necessários para a viagem. Isso é tudo.

Eu me levanto da cadeira e me viro sem olhar para trás. Eu fecho a porta


silenciosamente atrás de mim. Pelo menos já não estou mais magoada e triste.
Não, estou bastante chateada com a sua impertinência. Qual é o seu jogo afinal?
Torturar-me o melhor que ele puder?

Oh, definitivamente vou ter que sair daqui. Se as coisas forem assim entre
nós, não vai funcionar.

Eu fico ruminando minha raiva pelo resto do meu dia de trabalho.


Felizmente, não há reuniões agendadas, então eu posso sentar-me a minha mesa,
manter a cabeça baixa, e digitar no meu computador. Dane sai pela sua porta
pontualmente as quatro, vestindo o pesado casaco de inverno e carregando sua
bolsa de couro.

Ele aproxima-se da minha mesa e para, olha para mim com esses malditos
olhos castanhos inescrutáveis.

Eu respiro e olho para cima, mantenho o mesmo tom quando eu digo:

—Você precisa de algo, Sr. Rossi? — Ok, estou sendo imatura, eu sei, mas
não posso evitar o deboche. É estúpido, mas isso me faz sentir um pouco melhor.

143
—Acabei o dia. —Ele empurra a bolsa, seu tom é tranquilo. —Você está
livre para ir para casa, Emme. E tire o dia de folga amanhã para que você possa
fazer seus arranjos em casa, e fazer qualquer trabalho escolar que você talvez
perca enquanto estamos fora. Eu insisto.

Minha garganta aperta, e dou um aceno rápido.

—Vejo você na manhã de sábado. —Dane sai, e é tão difícil vê-lo se


afastar de mim. Como ele sempre consegue me deixar de guarda baixa assim?
Deixa-me furiosa, então faz algo atencioso? Não é de admirar que ficasse um
tanto quanto louca pelo que estou sentindo?

***

—Você pode colocar o frango no molho? —Peço a Robert, enquanto corto


fatias de pão fresco.

Ele acena, e despeja a tigela de frango cozido no molho de macarrão que


estou cozinhando no fogão. Então, ele pega a colher de pau e mexe. Se não fosse
pela música tocando no fundo, o apartamento estaria em silêncio. Ele e eu ainda
não falamos mais do que uma frase ou duas um com o outro.

Eu odeio isso.

E agora vou irritá-lo mais, porque tenho que contar a ele sobre a minha
viagem sábado à noite. Limpo minha garganta e me aproximo dele. —Olha
Robert, antes de comer, eu preciso te contar uma coisa.

Sua sobrancelha franze. —O que?

Eu olho para a hora no meu telefone. Eu tenho meia hora antes de me


dirigir para a minha aula noturna. Não há mais perda de tempo, estou sem
tempo. Enquanto sirvo o macarrão e espalho frango e molho sobre ele, depois
uma fatia de pão, eu digo: — Eu tenho que ir a Albany no sábado e ficar durante a
noite à trabalho. Volto domingo, provavelmente até o meio dia.

Ele tira o prato de mim e se instala na mesa da cozinha. Suas costas estão
rígidas, e ele pega seu garfo, cutucando o frango. —Entendo.

144
Eu sirvo o meu prato e sento-me, levando meu tempo. Meu apetite sumiu
ultimamente, mas eu preciso comer. —Então, será mais do que vinte e quatro
horas. Eu vou fazer o jantar, você pode aquecer. Talvez você possa até chamar um
dos seus velhos amigos para sair.

—Você quer dizer meus velhos amigos bebedores? —Sua voz está azeda.
—Os que eu supostamente não deveria estar mais por perto, porque eles
desencadeiam mau comportamento?

Meu maxilar está tão apertado que dói. Solto meu garfo no prato e olho
para ele. —Robert, eu não posso mais fazer isso. Estou cansada de pisar em ovos
todos os dias, com medo de voltar para casa porque você vai explodir comigo. —
Dou uma respiração irregular, lutando contra as lágrimas ameaçando cair. —Não
é minha culpa que sua vida tenha ficado tão confusa. Eu também estou tentando
passar por isso da única maneira que eu sei, e não vou desistir dos meus sonhos.
E também estou tentando estar aqui para você, mas você está tornando isso
muito difícil quando você é tão desagradável comigo.

—Eu nem sequer tenho mais sonhos. —Ele diz com a voz elevada,
segurando a parte de seu braço. Ele aponta para isso. —Meus sonhos terminaram
no dia em que sofri aquele acidente de carro.

—Não, seus sonhos terminaram o dia em que você desistiu de viver. —


Atiro. —Você sabe quantas pessoas têm membros parciais, mas ainda continuam
a fazer o que mais amam? Existem próteses que podem ajudá-lo a atingir seus
objetivos e voltar ao trabalho e à vida.

—Ah, sim, você viu o custo delas? Milhares de dólares. —Ele zomba e
esfrega o rosto com a mão. —Não posso pagar por isso. Nós apenas vamos deixar
como está.

—Por que você acha que estou trabalhando tão duro? —Abaixo o olhar
para o meu prato, minha raiva sumindo, deixando a tristeza em seu lugar. Como
ele chegou a este ponto, sem esperança? É horrível. —Estou guardando cada
centavo extra que eu tenho. Eu raramente saio com alguém, e praticamente não
tenho vida social. Minha vida é trabalho e escola, e é por isso que posso ter um
lugar melhor para nós. Mas você é tão miserável o tempo todo, e não posso fazer
nada para ajudar.

145
—Eu não sei por que não posso afastar isso, porra. —Ele declara sua voz
quebrando no final. —Eu continuo tentando me afastar dessa depressão, mas ela
me arrasta de volta, e eu acabo ressentido com tudo. —Ele faz uma pausa, e
quando ele fala em seguida, seu tom é mais calmo. —Meu terapeuta disse que eu
precisava sair da casa e começar a viver, e tudo o que eu podia pensar era que
tudo isso era minha culpa. Eu estou aqui, e eu mereço o castigo, o isolamento. Eu
poderia ter matado alguém ao beber e dirigir. Foi tão estúpido.

Meu coração sobressalta com a dor na voz dele. Eu estico uma das mãos e
toco seu antebraço. —Você tem que deixar isso ir, Robert. Você não pode
continuar se remoendo sobre isso. O que está feito está feito. Mas você nunca vai
se curar se você não parar de se sentir culpado. Isso machucaria a mamãe, você
sabe. Ela queria que você fosse feliz.

Seus olhos brilham com lágrimas, e a visão faz as minhas próprias lágrimas
derramarem. —Me desculpe por ser tão idiota com você. —Ele diz uma
verdadeira angústia derramando de sua voz. —Eu tenho tanta... Raiva reprimida
em mim, e eu não sei como deixar sair. Mesmo assim, ainda não é justo com
você.

Eu concordo. —Eu sei. Não consigo imaginar como você se sente. Mas,
como continuo dizendo, há grupos para pessoas que sofreram trauma como o
seu. Eu acho que você deveria tentar. Eles conseguem de uma maneira que
ninguém mais pode.

Quando ele voltou para casa do hospital, eu fiz muitas leituras on-line
sobre o apoio a um ente querido que se tornou um amputado. Quando descobri
que existem grupos de apoio para esse tipo de lesão, comecei a incentivá-lo
gentilmente a ir. Eu até imprimi informações para facilitar o contato com um
grupo local. Ele resistiu todas as vezes que eu trouxe o assunto. Foi difícil não
empurrá-lo, mas eu tentei deixá-lo se curar no seu próprio ritmo.

Mas o isolamento no qual ele está se colocando, sentado em casa sozinho


e sem falar com ninguém, além de mim e seus terapeutas, isso apenas não é
saudável. Ele precisa ver como os outros enfrentam essa situação. Ele precisa ver
como seguir em frente e viver novamente - viver e prosperar. Meu irmão não era
sombrio e triste antes do acidente, ele era social e divertido, com um amplo

146
círculo de amigos. Isso parte meu coração vê-lo lutando para encontrar a
felicidade agora, especialmente porque eu sou muito impotente para fazer
qualquer coisa.

A incerteza cintila em seu olhar. —Eu não sei.

Aperto o braço dele. —Apenas... Tente.

—Eu vou pensar sobre isso. —Ele cede.

Não é um sim firme, mas não é um não também. É mais do que ele deu
em um longo, longo tempo. Eu vou aceitar. Limpo meus olhos e fungo. —Isso é
tudo o que eu peço.

—Eu vou ficar bem. Enquanto você estiver trabalhando no sábado, quero
dizer. Não se preocupe comigo.

—Eu sempre vou me preocupar com você. —Eu dou a ele um sorriso sem
graça. —Esse é o meu trabalho como sua irmã e permanente pé no saco.

Isso o faz rir em resposta. —Nós somos meio chatinhos um com o outro às
vezes, não?

—Irmãos fazem isso de vez em quando.

Seu olhar se torna sério. —Eu sei que sou difícil de conviver, e não tornei
isso mais fácil para você. Eu sinto muito. E... Eu te amo, Emme. Mamãe ficaria
orgulhosa da mulher que você se tornou.

Então é isso. Mais lágrimas inundam meus olhos, e todas as emoções que
eu tenho engarrafado saem num soluço. Ponho meu rosto em minhas mãos.

—Ei, ei. —Robert ergue-se e fica atrás de mim, colocando sua mão
desajeitadamente nas minhas costas. —O que está errado? Eu estava apenas
tentando ser legal.

Olho para ele através de um véu de lágrimas. —Não, não é você.


Desculpe, tive uma semana estressante. Eu... Eu só quero que ela olhe para nós
do céu, e fique orgulhosa do que estamos fazendo com nossas vidas. Ela nos deu
tudo.

147
—Sim, ela deu. —Ele bate em minhas costas uma última vez e, depois,
senta-se ao meu lado. —Certo tudo bem. Vou tentar. Uma reunião. Não estou
dizendo que vou continuar, mas vou dar uma chance.

Eu mordo meu lábio inferior por um momento, muito assolada para falar.
—Mesmo?

Ele acena. —Apenas pare de chorar, ok? E coma, pelo amor de Deus. Você
está me matando com esse apetite de passarinho que você tem tido
ultimamente. —Ele esfrega a cabeça com a mão, da maneira que costumava
quando éramos mais jovens, então vai até a sua cadeira. —Eu não sei sobre você,
mas estou morrendo de fome.

Meu coração fica um pouco mais leve. Não está tudo resolvido, não por
um longo tempo. Mas Robert está dando passos adiante, e eu posso apoiá-lo
nisso. Mesmo que isso signifique que eu precise parar de me afogar nesta tristeza
por Dane. Pego outro bocado de comida. —Eu também estou, na verdade.

148
CAPÍTULO 2
Dane

Eu mudo a rádio para uma estação clássica com a esperança de que a


música alivie o embaraço entre mim e Emme. Não ajuda que eu esteja muito
consciente de que ela está a poucos metros de mim, enfiada no banco do
passageiro do meu carro. Eu posso sentir um cheiro suave de baunilha em sua
pele, ouvir os suaves sopros de sua respiração. Vejo seus dedos mexendo com a
bainha de sua camisa alaranjada. Suas pernas, com uma calça preta fina, cruzam e
descruzam, depois cruzam novamente.

Ela está nervosa. E eu a deixei assim.

Claro, estou sentindo a tensão também, tanto quanto odeio admitir isso.
Não pude parar de pensar no que ela disse enquanto eu estava dentro dela.

Eu te amo.

Essas três palavras ecoaram na minha cabeça sem parar, me zoando e


provocando, paralisando e até frustrando às vezes. Mas acima de tudo, elas
acenderam uma chama no meu peito que eu pensei que estava
permanentemente apagada.

E fodi um grande momento, com o modo como lidei com a situação,


Emme me pegou de guarda baixa. Mas antes que eu pudesse encontrar algo
coerente para dizer, que poderia refletir a magnitude das emoções que sua
confissão me despertou, ela já estava saindo pela porta da sala de conferências.

Não encontrei um jeito de superar essa distância novamente, não com a


tensão entre nós suficientemente grossa para praticamente ser vista. Inferno, eu
nem sei o que pensar ou sentir ou fazer sobre isso. Mas eu sei que não posso
deixar isso se estender.

O convite para ela vir junto comigo nesta viagem foi impulsivo, e eu o fiz
no momento certo, esperando que pudéssemos conversar em algum momento.

149
Não ajuda nada que senti falta de sua presença, do sorriso dela. E que eu
me sinto como um traste por fazê-la fechar-se desta maneira. Minha Emme,
aquela que tem seu coração na manga, está emocionalmente vazia por tantos
dias agora, e eu odeio isso.

Emme limpou a garganta e esfregou as mãos no colo. —Sanderson vai nos


contratar com certeza? —Ela soa tão estranha e dolorida apenas por falar comigo,
como se ela estivesse forçando a conversa, isso me deixa na borda.

—Sim.

—Quem vai liderar o projeto?

—Eu vou.

—Mesmo estando tão longe?

Eu dou de ombros. —Tudo vai ficar bem. —Já fiz projetos em outros
estados antes. Isso exige mais viagens, mas a tecnologia está aí para facilitar a
gestão.

Ela suspira e vira-se para encarar a janela, e a culpa torce meu estômago.
Eu continuo empurrando-a para longe de mim - em parte para aliviar meu
desconforto sobre seus sentimentos românticos, e em parte para poupar-me de
machucá-la ainda mais. Não tenho certeza do que pensar ou fazer agora, a
dinâmica mudou, e as regras que estabelecemos se foram. Eu deveria ter sabido
melhor do que deixar-nos dois entrarmos nisso. Eu vi mulheres suficientes serem
prejudicadas pelas tendências do meu pai.

Eu não sou melhor do que ele, e me sinto como um canalha completo por
isso.

—Isso é ridículo. —Finalmente digo.

Ela olha para mim, os olhos verdes mais largos do que o normal. —Oh.
Ahh, ok.

—Não é você, Emme. Estou apenas na borda. Por causa de esse projeto
ser tão de última hora. —Eu me apresso em dizer, para ela não acreditar que eu

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quero dizer que ela é ridícula. Porque a verdade é que eu sou o único ridículo, e
estou consciente disso.

Tanto quanto eu estou desconfortável com Emme, uma parte maior de


mim está muito mais miserável. Mas não estou em um lugar onde eu possa lhe
dar qualquer coisa. Eu não tenho nem mesmo certeza se saberia como lidar com
algo assim.

Marianne e Eric certamente marcaram um ponto em mim. Eu quero


deixar essa situação ir, deixar o que meu irmão fez no passado, mas não sei como,
porra.

—Eu entendo. —Seu tom é suave. —Eu... —Depois de uma longa pausa,
olho para ver o seu lábio inferior entre os dentes. —Tenho certeza de que as
coisas que aconteceram conosco foram adicionadas ao seu estresse, e eu quero
me desculpar por isso. Eu não deveria ter dito aquilo.

—Não. —Digo a ela com franqueza. —Nunca se desculpe por como você
se sente. —Mesmo que isso me deixe desconfortável pra caramba. Mas esse é o
meu problema para lidar, não o dela.

Eu queria saber como lidar com isso. Parte de mim, a parte do covarde de
merda, pensa que se eu apenas continuar me concentrando no trabalho do jeito
que sempre fiz, se fingirmos que nada aconteceu, seus sentimentos voltarão para
o que eram antes, e a tensão se aliviará.

Mas eu já sei que isso não é realista. O amor não funciona assim. E eu não
acho que Emme teria me dito que ela me ama, se não fosse genuíno. O
pensamento faz com que essa luz no meu peito sinalize para um breve, doloroso
momento.

Ela suspira. —Eu tornei as coisas estranhas, e eu odeio isso. Eu... —Ela
para, brinca com os fios de cabelos. —Desculpe, não importa. —A tristeza em seu
tom ressoa em mim.

—O que você queria dizer? —Preciso saber.

—Eu estou... Olha, acho que é melhor eu apenas manter meus


sentimentos para mim mesma a partir de agora. —Sua risada embaraçada é como

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adagas no meu coração. Eu fiz isso com ela. Eu fiz ela se sufocar, a mulher cuja
sinceridade me atraiu para ela em primeiro lugar.

—Eu fiz merda, Emme. —Eu me vejo afirmando cruamente.

—Vamos apenas deixar para lá, ok? Não precisamos discutir isso.

Seu tom soa um pouco defensivo, cru, e ela vira mais uma vez em direção
à janela.

Merda, eu ainda estou fazendo tudo errado. Preciso corrigir isso, agora.

—Não, espere, deixe-me terminar. Eu só preciso dizer-lhe de onde eu


venho. —Eu mudo para a pista do meio na rodovia, carros zunindo, e ativo o
piloto automático. Em palavras diretas, eu falo sobre minha infância, pegando
meu pai fazendo sexo no banheiro com a nossa babá de apenas dezoito anos de
idade, sim, minha mãe não sabe sobre isso, e com certeza não vou contar para
ela. Então, observando-o explorar as secretárias da sua empresa durante anos,
até me formar na faculdade e começar minha carreira.

Ao explicar isso a ela, ela fica quieta, não mais encarando a janela, mas
observando constantemente meu perfil. No entanto, olho para frente, mãos
segurando o volante. É mais fácil colocar isso para fora se eu não pensar sobre o
quanto estou baixando minha guarda. Mas eu tenho essa necessidade que ela me
entenda, ao contrário de qualquer coisa que eu já senti por alguma mulher antes.
Até mesmo Marianne. E se eu me deixar pensar sobre esse fato por muito tempo,
eu vou me convencer a sair dessa.

Paro de falar e dirijo durante alguns minutos em silêncio. Tentando


acalmar minhas emoções furiosas, recuperar o controle sobre mim.

—Eu acho que entendi. —Ela finalmente diz voltada para frente. —O que
aconteceu com seu irmão e sua ex-esposa, tornou-se ainda mais difícil para você
confiar no amor. Outro incidente em uma série de traições ao longo da vida por
pessoas que você amava e acreditava.

Hã? De alguma forma, ela conseguiu colocar em palavras sucintas os


pensamentos que eu tenho lutado para expressar - para mim e para ela. Deixei
sua percepção assentar silenciosamente.

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Então, as pontas dos dedos dela roçam meu antebraço, e minha pele
explode em arrepios. —Eu não queria te empurrar, Dane. Eu me sinto terrível por
isso.

Deus, eu gostaria de não estar dirigindo agora. Eu luto contra a vontade


de puxá-la e sacudi-la até que ela aceite minhas palavras. Não quero que ela sinta
pena. —Não me sinto mal. — Digo, não apenas para ela, mas para mim mesmo.
—Sério.

Eu vejo seu assentir pelo canto dos meus olhos.

Isso é o melhor, eu digo. Nós abordamos a situação, e agora podemos


avançar.

—Obrigado por confiar em mim. —Ela diz, e as palavras são tão tímidas
que doem em mim mais uma vez. Eu quero tanto beijá-la que quase posso provar
sua boca. Mas isso simplesmente confundiria mais as coisas.

Deus sabe que já estou confuso o suficiente.

***

—A UM DIA DE ARRASAR. —Emme declara, segurando sua taça de vinho


cheio de merlot. Seu sorriso é largo, suas bochechas coradas de triunfo.

Estamos no restaurante do hotel, mas não há muitas pessoas aqui, já que


é depois da hora normal do jantar. Ela e eu estamos em uma mesa no canto, o
cintilar da luz das velas proporcionando um ambiente íntimo.

Eu levanto minha taça e brindo contra a dela. —Isso foi melhor do que eu
poderia ter imaginado, e o cliente parecia satisfeito com o nosso trabalho.
Obrigado pela ajuda.

Emme foi uma dádiva de Deus. Embora inicialmente eu a tenha convidado


por impulso pessoal, acabou por ser a decisão de trabalho correta. Suas
perguntas e comentários para o cliente, o Sr. Sanderson, foram perspicazes, mas
não intrusivas. Carl poderia aprender com Emme uma coisa ou duas.

153
Sanderson ficou atônito por ela, totalmente encantado e quase incapaz de
afastar seu olhar tempo suficiente para ouvir meus comentários durante a
avaliação. As chamas de ciúmes no meu peito me surpreenderam cada vez que
ela ria de suas piadas bobas. No entanto, posso culpá-lo por ter sido arrebatado?
Não há nada como ser o objeto da atenção desta mulher - faz um homem querer
dar o melhor de si.

Depois de tomar grandes goles de vinho e fazer o pedido para a refeição,


Emme e eu falamos sobre seu ensino. Ela me assegura que a viagem não
interferirá com seu dever de casa, que ela terminou tudo na sexta-feira durante o
dia de folga. Seu gracioso agradecimento me faz me envergonhar de mim mesmo
- essa mulher está tão agradecida por um pouco de bondade. Ela merece mais do
que a maneira como eu a tratava, como eu a mantive afastada.

Afastá-la por causa de meus medos não fez nada além de me deixar triste
e solitário. Eu senti tanto a sua falta. Talvez seja o vinho afundando, mas no
momento eu não me importo. Agora, eu quero absorver a visão de Emme,
adorável em um vestido preto sem manga que molda seus seios, seus quadris.
Minhas mãos coçam para tocá-la, é preciso muito esforço para mantê-las do meu
lado da mesa.

Não vou brincar com seus sentimentos assim. Ela não precisa de mim
fodendo com sua cabeça, puxando-a para perto, e então a afastando.

Mas é realmente brincar com ela quando eu não posso evitar, além de
sentir uma agitação no meu próprio coração, apesar dos meus medos? Isso é algo
que eu deveria explorar? Algo me diz que ela valeria a pena o risco.

Mas eu valho a pena para ela?

O pensamento de outro homem acariciando esse corpo até o orgasmo,


beijando sua garganta e ouvindo sua risada, suspiros e gritos, acende uma chama
baixa em meu estômago. Não sei se é egoísta ou estúpido, mas acho que eu não
posso simplesmente deixá-la ir. Não se houver uma chance de que ela ainda
queira estar comigo.

—Como está seu irmão? —Perguntei para tirar minha mente dessa linha
de pensamento perigosa.

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Os olhos dela derivam sobre meu ombro, e o sorriso desaparece do rosto.
—Ele está... Bem, não ótimo, mas acho que tivemos um avanço no outro dia. —
Ela balança a cabeça. —Ele é tão teimoso às vezes.

—Assim como sua irmã. — Dou-lhe um leve sorriso.

Ela revira os olhos para mim em consternação fingida. —Eu não sou
teimosa. Não assim. —Pausa. —Ok, talvez um pouco. Mas às vezes, a teimosia é a
única coisa que me empurra para frente quando a vida me derruba.

Seus dedos brincam com a haste de sua taça, e a chama da vela molda um
brilho dourado em seu rosto. Ela é tão macia e bonita que eu sinto que meu
coração poderia explodir no meu peito. Mais uma vez, estou impressionado com
a intensidade dos meus sentimentos por ela, como todos os dias aprendo algo
novo que me faz querê-la ainda mais.

Uma onda de necessidade me atinge então, fazendo minha pele vibrar. Eu


quero embalar essa mulher amável, triste, persistente e vulnerável em meus
braços, e sentir seu corpo contra mim. Tanto que não consigo aguentar. Eu quero
fazê-la gozar, uma e outra vez. E eu quero parar de me aprofundar sobre tudo.
Apenas... Deixar ir e ceder a isso.

Eu não sei se posso, mas eu estou morrendo para tentar.

Nossa comida chega. Eu como, mas eu realmente não gosto do meu filé
mignon e batatas assadas. Essa necessidade, aquela que eu tenho suprimido por
ela, está de volta como uma vingança, e está zumbindo debaixo da minha pele,
como um ruído que, de repente, fica cada vez mais alto e mais alto.

Emme mordisca seu último feijão verde, depois fica com um sorriso no
rosto. —Isso estava delicioso.

A satisfação em seu rosto lembra-me como ela se parece no pós-orgasmo.


Meu pau pulsa, esticando contra o zíper da minha calça, e eu me remexo no
assento.

Seus olhos fixam-se nos meus, e seus lábios separam-se. Seus seios se
elevam com a inspiração afiada.

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Eu sei que ela pode ver o que estou pensando e sentindo, e por uma vez,
eu não tento controlá-lo. Em absoluto. Quero que essa mulher saiba que estou
fantasiando com ela. Porque se eu for ter Emme de volta à minha cama, de volta
à minha vida, eu preciso fazer algo que me assusta.

Deixá-la entrar. Deixá-la me ver.

—Emme. —Sussurro com a voz grave. —Juro que não convidei você aqui
para nada errado, mas se eu não... —Eu luto para encontrar as palavras certas. —
Se eu não lhe disser como me sinto, vou me arrepender.

—E como você se sente? — As palavras soam como se estivessem sendo


arrancadas do peito, e seus olhos estão arregalados.

Inclino-me para frente, acaricio seu dedo indicador. —Sinto tanta sua
falta. E eu quero você. Foda-se toda a confusão na minha cabeça agora. —Consigo
arrancar. —Eu só preciso tocar seu corpo e fazer você gozar em cima de mim.
Posso fazer isso, Emme? Você me deixará te dar prazer?

156
CAPÍTULO 3
Emme

Como posso dizer não a Dane?

Como eu deveria, quando meu corpo está gritando comigo para deixá-lo
fazer tudo o que ele quer, sem perguntas, sem hesitação? Meu coração, por outro
lado, não vai parar de me avisar de que eu vou me machucar de novo. E será
minha culpa.

Afinal, nada em sua confissão indica amor ou relacionamento. Ele não está
me dando falsas promessas, apesar de conhecer meus sentimentos românticos.
Respeito sua honestidade, mesmo que eu tente lidar com isso de forma
inteligente.

A coisa inteligente, em primeiro lugar, seria nunca me deixar entrar nesta


situação. Porque esse homem tem tanto poder sobre meu coração frágil agora, e
eu sei que ele sabe disso.

Mas nem sempre sou uma garota inteligente, e eu me vejo acenando,


sendo puxada para ele por uma força que não posso negar.

Os olhos de Dane aguçam enquanto ele olha para mim. Ele é tão intenso
agora que mal posso continuar sentada sob seu escrutínio. Ele pega sua carteira e
retira algumas notas, depois as deixa cair sobre a mesa. —Vamos. —Sua voz é
pouco mais do que um grunhido.

Antes de perceber o que está acontecendo, a mão de Dane está na minha,


e ele está me arrastando pelo lobby do hotel. A conexão é inocente, mas não há
nada de inocente sobre a forma como meu sangue está subindo pelos meus
membros. Minha calcinha já está encharcada, e há uma palpitação na minha
pélvis.

157
Nos últimos dias, não deixei de me lembrar do que é sentir ele em cima de
mim, em mim, me tocando. Mas agora tudo está rugindo de volta à superfície,
como uma vingança.

Chegamos ao elevador, e as portas se fecham atrás de nós. Meus nervos


praticamente queimam quando me lembro do elevador no trabalho. E, dado o
brilho perverso em seus olhos, eu sei que ele está se lembrando disso também.

—Eu pararia o elevador e te comeria bem aqui. —Ele me diz em um tom


acalorado. —Mas eu quero esperar até que estejamos em uma cama de verdade.
Estive pensando nisso mais do eu queira admitir.

—Realmente? —O pensamento de ele fantasiar sobre ter relações sexuais


comigo me deixa mais úmida.

Ele envolve meu cotovelo e me puxa para o lado dele, e seu polegar
desenha redemoinhos preguiçosos sobre minha pele. Os nervos explodem com a
sobrecarga sensorial. Ele abaixa a cabeça e pressiona um beijo na parte inferior da
minha orelha. —Este elevador não pode nos levar ao meu quarto com rapidez
suficiente. Quero arrancar esse vestido e experimentar cada centímetro de seu
corpo.

Eu estremeço com entusiasmo com a promessa em suas palavras. Eu


reservei dois quartos para nós, já que eu assumi que nada aconteceria nessa
viagem. Eu nunca teria imaginado que acabaria aqui. Parece que estou sonhando.

Se eu estiver, espero continuar dormindo. Pelo menos por um pouco mais


de tempo.

As portas do elevador se abrem, e ele me puxa para a esquerda, pelo


corredor de tapete bege, passando por fileiras de portas. Seu quarto é o segundo
bem ao lado direito. Ele desliza o cartão, sua outra mão ainda apertando a minha,
então abre a porta.

No momento em que chegamos, minhas costas estão contra a porta e sua


boca está na minha, quente, molhada e insistente. Eu devolvo o quanto ele
oferece, e mais ainda, derramando tudo em nosso beijo. Minha cabeça fica tonta,
e eu me apoio nele para me dar força.

158
—Emme. —Ele sussurra enquanto beija cada canto da minha boca. Ele
recua por um momento, suas pupilas dilatadas. —Você é tão linda que eu mal
posso aguentar. Diga-me que você é minha, mesmo que apenas por agora.

—Eu sou sua. —Digo sem fôlego. Cada fibra do meu ser grita que eu
pertenço a ele, só a ele, sem a possibilidade de livrar-me dessa propriedade. E
nem quero.

Ele envolve meus quadris e aperta, então pressiona contra mim. Seu corpo
está quente, sua boca tão abrasadora quando reivindica a minha. Eu gosto do
sabor de vinho em sua língua, e eu bebo dele, meus mamilos endurecendo
dolorosamente. Meu clitóris latejando ao mesmo tempo em que minha pulsação
aumenta.

Ele me faz sentir tão viva tão vibrante e sexy.

Meu coração incha com a onda de emoção que me atravessa. Dane agarra
minha mão e me leva até a cama, onde um cobertor branco e espesso está
escondido cuidadosamente sobre o colchão. Ele olha para mim, realmente me
olha. Ele toma seu tempo deslizando suas mãos do meu pescoço para meus
ombros, baixando pelos meus braços. Em todos os lugares que ele toca, deixa
uma onda de arrepios.

Eu fecho meus olhos e aceito tudo, deixo meus outros sentidos rugirem
para a vida. Sua respiração é áspera. Suas mãos são ligeiramente calosas, mas não
ásperas. A sala está quente, com o suave zumbido do aquecedor em segundo
plano.

Isso me lembra de como me senti ao ser vendada por ele, nunca sabendo
qual seria o seu próximo passo. A experiência sexual mais intensa da minha vida,
sem dúvida nenhuma.

Eu me forcei a parar a lembrança, não querendo estragar esse momento


perfeito. Eu suspeito que isso vá esmagar meu coração quando acabar, mas pelo
menos estou entrando de bom grado. Nós dois conhecemos a jogada. E eu
preciso lhe dar tudo, preciso sentir ele dentro de mim mais uma vez.

Quem sabe se eu terei outra chance como essa?

159
Ele remove meu vestido sobre minha cabeça, depois meu sutiã e calcinha,
e nossos olhos se encontram. Seus dedos não se atrapalham enquanto ele tira
suas próprias roupas, uma a uma. Quando seu comprimento é libertado de sua
boxer, ele salta grosso e duro. Para mim.

Um rubor feminino desliza sobre minha pele. Eu fiz isso com ele.

Eu alcanço e toco seu pau, precisando eliminar o espaço entre nós. Dane
geme e fecha os olhos. Eu memorizo a sensação dos cumes, das veias, da forma
como ele enche minha palma. Eu toco a cabeça e ele geme novamente.

—Isso te faz se sentir bem? —Pergunto. Agora eu sou a única que precisa
de suas palavras.

—Inacreditável. Suas mãos são tão macias, porra.

Eu caio de joelhos. —Eu aposto que minha boca é mais macia. —Com isso,
eu o envolvo entre meus lábios, e deixo minha língua varrer na parte inferior. Ele
pulsa e vibra na minha boca, e eu ouço sua respiração ficar irregular.

—Emme, você está me deixando louco. —Ele grunhe enquanto empurra


suas mãos pelo meu cabelo, puxando minha boca para mais perto dele.

Eu relaxo e deixo a cabeça de seu pênis deslizar pela minha garganta. Ele
tem gosto almiscarado e masculino, e eu posso sentir o pré-gozo escorrer da
ponta e revestir minha boca. Eu gemo para que a vibração lhe dê uma sensação
extra, e ele se empurra contra mim.

—Eu vou gozar se você não parar. —Ele avisa.

Eu puxo para trás e olho para ele, na tempestade em seus olhos. —Eu
quero que você goze.

—Não assim. —Ele me puxa e, então, me empurra para deitar na cama.


Ele tira um preservativo de sua carteira e rola em seu pau.

Eu alcanço e acaricio uma mecha de seu cabelo. Nossa respiração diminui,


desaparece, à medida que a conexão constrói novamente entre nós. Ele se move
em cima de mim, e o comprimento de nossos corpos pressionados juntos, é como
voltar para casa. É tão bom que meu coração dói.

160
Mas em vez de tentar afastar essa dor, eu me deixo aceitar. Movo minhas
coxas para os lados de seus quadris, inclinando minha pélvis para que ele possa
me acessar melhor.

Seus dedos aproximam-se para acariciar meu clitóris, que pulsa sob seu
toque experiente. —Sua boceta é linda. —Ele diz, ainda olhando para mim. —Tão
molhada e sensível. Tão deliciosa, porra. Eu quero respirar você. —Ele move seus
dedos úmidos em sua boca e os lambe, depois volta para baixo e empurra dois
dedos dentro de mim.

Eu gemo, e minhas paredes involuntariamente apertam. Seus dedos


curvam-se para acariciar meu ponto G.

—Eu quero quebrar você. —Ele diz com um tom gutural.

Você já quebrou. Eu luto contra o pensamento sombrio, e me concentro


nas sensações, no aqui e agora. Sua pele é dura e quente sob meus dedos
exploradores. Eu me comprometo com a memória tátil dos músculos de seus
ombros, as linhas de suas costas, a inclinação de sua espinha, a curva de suas
nádegas. Tudo parece tão perfeito, tão masculino e bonito.

Não posso acreditar que estou aqui com ele. Não quero que isso termine.

Ele remove seus dedos de dentro de mim. Seu pau se instala entre nós, e
ele desliza seu comprimento ao longo da abertura dos meus lábios inferiores. A
sensação faz minhas paredes o apertarem pela necessidade de desejá-lo dentro
de mim. Quando sua outra mão chega até a minha bochecha, o polegar roçando o
arco da minha maçã do rosto, meus pulmões apertam. Seus olhos são tenros,
cheios de emoção.

Deus, eu amo tanto esse homem, e isso vai ser o meu fim, eu sei disso.
Estou caindo de bom grado para minha própria dor e sofrimento. Isso é
insanidade?

Então, Dane empurra para dentro de mim, e perco a capacidade de


pensar. Nossos corpos movem-se em um só ritmo, ele me enchendo, eu me
arqueando contra ele. Dentro e fora. Dentro e fora. Minha respiração acelera à
medida que a excitação inunda meu sistema, cada extremidade nervosa atenta.
Seus músculos tensos enquanto ele baixa a cabeça para pegar meu seio na boca.

161
A sucção vai diretamente para o meu núcleo, e eu aperto em volta dele.

Ele geme, o humm me faz tremer. —Emme. Deus sim, eu preciso de você.

—Eu também preciso de você. —Eu me permito admitir. Agarro sua


cabeça e mantenho sua boca pressionada no seio. —Isso é tão bom.

—Sua pele está em chamas. Eu posso sentir o cheiro da sua boceta, quão
excitada você está.

—Eu estou. Você me deixa assim. —Eu pulso ainda mais. Estou viva, neste
momento sou nada além de pele, nervos e sensação pura. E meu coração clama
por essa conexão com ele.

—Você sente como o meu pau está duro por você? —Ele olha para mim, e
seu olhar está quase irritado com esse poder. —Nenhuma mulher já fez isso
comigo antes. —Ele se retira e empurra dentro de mim, e eu suspiro com o
movimento. Todo golpe me aproxima mais do orgasmo. —Não consigo parar de
pensar em você, Emme, e isso está me matando.

Para evitar responder com algo perigosamente emocional, puxo-lhe o


rosto e o beijo, deixando meus lábios falarem tudo o que quero sem vocalizar. Eu
mergulho em sua boca do jeito que ele mergulha em mim, correspondendo com
ele impulso por impulso.

Sua respiração fica errática, e seu coração bate contra meu peito. Enrolo
minhas pernas ao redor da sua cintura para que ele possa aprofundar. Eu posso
sentir o cheiro inebriante do nosso suor misturado. Nossos corpos são
verdadeiramente um agora.

Meu orgasmo vem batendo na superfície e eu explodo meu corpo


endurecendo enquanto eu clamo meu prazer de uma maneira que eu não
consegui no escritório. Minha voz ricocheteia nas paredes, e eu vibro incapaz de
impedir que as ondas se movam sobre mim.

—Sim, porra, sim. —Ele diz enquanto mantém o ritmo enlouquecedor. —


Eu vou... Deus, eu... Sim... —E, mesmo no alto do meu orgasmo, eu o vejo
endurecer e clamar meu nome. Seu corpo é como uma prancha curvada de

162
madeira, nossas pélvis pressionadas juntas. Ele se derrama em mim, seu pênis
pulsando.

Mantenho-o apertado no meu controle, e saboreio a sensação dele contra


mim.

Após um longo momento, nossos membros relaxam. Ele rola de cima de


mim para tirar o preservativo, depois puxa o cobertor e me aninha por baixo, me
virando de lado. Seu corpo pressiona contra minhas costas, sua respiração suave
no meu cabelo. Uma das mãos repousa no meu quadril.

E assim, completamente satisfeita e sonolenta, eu deslizo num sono


profundo.

163
CAPÍTULO 4
Emme

Eu acordei aconchegada em um cobertor branco e espesso, esticando


meus braços e pernas e dando um grande bocejo. Pisquei várias vezes para tirar o
sono dos meus olhos. Apesar da leve dor na minha pélvis, eu demoro um ou dois
momentos para lembrar onde estou... Lembrar o que aconteceu ontem à noite.

Oh. Certo. Passei a noite com Dane, no quarto do hotel, depois de termos
um ótimo sexo.

O quarto está cheio do brilho pálido da manhã. Eu rolo sobre minhas


costas e olho para o outro lado da cama. Está vazio, seu travesseiro ainda está
com a marca de sua cabeça. Meu coração dá uma batida irregular. Não tire
conclusões, me aviso. Não é como se ele me abandonasse ou qualquer coisa.
Além disso, ele é minha carona de volta para casa. Ele provavelmente foi buscar
café ou bagels.

Eu acho meu vestido e roupa de baixo no chão e os pego. Eu vou voltar e


tomar banho no meu quarto antes de sairmos. Ou devo ficar e esperar que ele
volte, ou devo sair? A indecisão guerreia dentro de mim. Eu luto com as opções
por alguns minutos enquanto arrumo a cama. Talvez eu devesse ir, mas deixar um
bilhete para ele, então ele não vai achar que estou fugindo. Ou eu poderia enviar-
lhe uma mensagem. Eu deslizo o tecido dos lençóis, embora eu provavelmente
não precise fazer isso, já que eles vão lavá-los de qualquer maneira.

Sim, eu sei que estou sendo totalmente persistente, esperando que ele
volte e tenha um grande sorriso para mim. Isso e um café fumegante seria
adorável.

Eu não posso evitar o sorriso que desliza no meu rosto na memória da


noite passada. Dormir ao lado dele foi um verdadeiro prazer. Ele jorrou calor
constante durante toda a noite, e meu corpo continuava encontrando seu

164
caminho para ele toda vez que eu me sentia fria. O que eu daria por mais noites
assim.

Mas eu não posso seguir esse caminho. O sorriso desaparece, e eu me


sento na beira da cama. Só porque ele me quer não significa que ele esteja se
apaixonando por mim, ou quer passar mais noites na cama comigo. Tentar
compreender o sexo da noite passada é perigoso para o meu coração.

Eu sei, mas isso não me impede de sofrer de qualquer maneira.

O bloqueio da porta clica, e Dane aproxima-se de banho tomado, jeans


desbotado e uma camisa cinza de mangas compridas. Eu não tenho certeza se eu
já o vi em roupas casuais antes. Ele parece tão confortável e confiante, como
quando está vestido com ternos. De alguma forma, tão louco quanto parece
agora isso parece mais íntimo do que o sexo de ontem à noite.

Alguma coisa sobre acordar pela manhã em sua cama, vê-lo em uma luz
diferente, me faz sentir estranha e com uma comichão por toda parte, como um
viciado em busca de sua próxima dose.

—Trouxe seu café. —Ele murmura me entregando um dos copos de papel.

—Obrigada. —Eu sorvo o líquido quente e dou um suspiro satisfeito. —Eu


não queria dormir tanto tempo. —Um olhar para o meu telefone, que estava
escondido na minha bolsa, mostra que passa das oito horas. Nós deveríamos
pegar a estrada as nove para ir para casa.

—Sem problema. —Ele move-se para o sofá em frente à cama e senta-se,


abrindo o laptop na mesa de café. Sua mala está colocada ao lado do sofá. Ela já
está embalada e pronta para ir apenas esperando por mim. Eu devo ter estado
inconsciente para não ouvir todo esse movimento. Quando foi a última vez que
dormi tão pesado?

Eu sinto um rubor rastejar em meu rosto enquanto olho para ele.


Enquanto ele não está agindo indiferente ou me empurrando, ele também não
está irradiando calor na minha direção. Seu telefone apita e ele pega, franzindo a
testa para o visor. Dando um suspiro pesado.

—Tudo bem? —Eu hesitantemente pergunto enquanto tomo outro gole.

165
Seus lábios franzem, e ele finalmente olha para mim. Seus olhos estão
vazios. —Sim, eu estou bem.

—Claramente, você não está. —Ressalto. Não estou tentando me


intrometer, mas, pelo amor de Deus, acabamos de fazer sexo. Novamente. E ele
está se fechando para mim. Novamente. Isso está ficando tão cansativo. O
ressentimento infiltra-se em mim. Por que essa porcaria continua acontecendo? E
por que eu descaradamente baixei minha guarda e deixei-o entrar, sabendo como
ele é ao meu redor, como ele não quer me deixar entrar?

Eu assumo a responsabilidade por minhas ações e sentimentos, mas eu


preciso que ele veja que o que ele está fazendo também é prejudicial.

—Olha. —Continuo. —Eu percebi que a noite passada foi apenas sexo.
Isso estava alto e claro. Mas não significa que você possa continuar me
empurrando quando você fica apavorado ou não quer falar. As pessoas não
tratam alguém assim se elas se importam mesmo que um pouquinho. —Eu
levanto e trinco meu maxilar. —Você pode não querer admitir isso, mas você se
importa comigo. —Eu sei que não estou delirando sobre isso.

Ele suspira e passa a mão pelos cabelos. —Sim, eu me importo. Um pouco


demais para o meu conforto. Mas Emme, eu juro, isso não é sobre você. E
também não é sobre a noite passada.

Não consigo ter conforto com as suas palavras por conta do modo como
ele soa ressentido. Ele, claramente, não quer ter sentimentos por mim. E, se isso
é para me fazer sentir melhor, ele está basicamente bancando um Sr. Darcy para
mim?

—Mas como diabos eu deveria saber sobre o que é, quando você


simplesmente se recusa a falar? Isso me faz sentir paranoica e isolada. —A dor
crepita no meu coração, e eu luto para não deixar transparecer na minha voz. Por
que estou insistindo tanto em algo que não vai acontecer? Isso é inútil. —Sabe o
que? Não importa. Obviamente, não é da minha conta. Eu vou me limpar no meu
quarto e...

—Mensagem da minha mãe, me pedindo para vir para casa no Dia de


Ação de Graças. —Ele me interrompe em um tom triste. —Com toda a família lá.

166
Meu irmão e minha ex. É disso que se trata. Apesar de saber o quanto isso vai me
machucar, ela quer que eu deixe para lá e ceda.

Eu fico lá, segurando meu copo e olhando para ele. Seus olhos não estão
nos meus, eles estão em um ponto fixo à frente dele.

—Eu não posso me sentar à mesa e assistir os dois juntos quando não
consigo tirar as imagens da minha cabeça. Meu irmão, perseguindo-a quando
minha vida estava caindo em um buraco sombrio. —Sua voz é calma, embora
suas palavras rolem com emoção reprimida. Meu estômago continua torcido em
um nó, mais e mais apertado.

—Você já pensou em falar com alguém sobre isso? —Sugiro em um tom


suave.

Ele arqueia uma sobrancelha e, finalmente, olha para mim. —Sim. Eu sei o
que eles vão me dizer. Supere isso e pare de se segurar no passado.

—E isso é um conselho ruim por que...?

—Não é ruim. Só ainda não é realista para mim. —O doloroso suspiro que
ele dá enquanto olha para a mesa de café empurra uma grande farpa no meu
coração, e eu entendo isso.

Eu entendo agora.

E eu me sinto tão estúpida por não suspeitar disso antes. Estúpida e


completamente cega.

Dane ainda não superou sua ex. Ele ainda está apaixonado por ela, pelo
menos até certo ponto. Os momentos de tristeza em seus olhos, a hesitação de
estar na companhia dela, pela maneira que ele não quer se firmar com ninguém...
Nunca foi sobre mim, mas sobre ela, e pela maneira que isso faz ele se sentir por
vê-la com seu irmão agora.

O ciúme faz meu estômago torcer, e eu luto contra as lágrimas. Tão triste
quanto eu me sinto sobre essa revelação, também me sinto mal por ele e sua dor
perpétua, e todas essas emoções complexas estão em conflito dentro de mim.

167
Por que eu esperaria que ele pudesse superar aquelas séries de traições
das pessoas mais próximas a ele? Eu conseguiria, se fosse eu que tivesse sofrido
isso devastadoramente uma e outra vez pelo meu pai, e depois pelo meu irmão?
Um casamento falho no topo disso tudo? Provavelmente não.

Eu preciso sair daqui. Ele precisa de espaço, e eu preciso encontrar uma


maneira de me afastar dele para sempre. Essa música do Meatloaf3 surge na
minha cabeça do nada, a respeito dele querendo e precisando da mulher, mas
que ele nunca a amará, e eu seguro uma gargalhada. Eu vou perder o meu juízo
se eu ficar aqui por mais um momento.

—Vou para o meu quarto me preparar. —Digo. —Encontro você no lobby


às nove horas.

Ele deve ter percebido algo no meu tom, porque seu olhar se estreita para
mim. —O que está errado?

—Nada. —Eu lambo meus lábios e forço-os a sorrir. —Apenas cansada, eu


acho. —Eu me sinto meio ruim por mentir, mas se é o que eu preciso fazer para
sair daqui, então que seja. Antes que ele possa dizer qualquer outra coisa, pego
minha bolsa e saio do quarto sem olhar para trás.

***

NORMALMENTE, eu posso destruir um pote de sorvete Ben & Jerry como


ninguém. Mas agora, meu estômago simplesmente não está bem.

Coloquei o pote na mesa lateral e aconcheguei-me mais fundo no sofá, os


pés descansando na nossa mesa de café surrada, meias grossas aparecendo no
final do cobertor da mamãe. Robert está na outra extremidade do sofá comigo,
devorando uma tigela de pipoca. Nós colocamos “Se Beber não Case”, já que eu
queria assistir a um filme que não precisasse de muita atenção.

Robert ri de todas as partes apropriadas. Eu apenas me sinto muito


deprimida para realmente entrar nisso.

3
Cantor e ator americano.

168
No meio do filme, ele clica em pausar e me olha. —Tudo bem,
desembucha. Você está deprimida desde que voltou da sua viagem. Você fodeu
alguma coisa? Tenho certeza de que pode ser consertado, seja lá o que for.

Eu dou de ombros e pego novamente o pote de sorvete. Está realmente


mole agora, e coloco uma colherada na minha boca. —Eu só estou de baixo astral.
Coisas de menina. Você provavelmente não quer saber sobre isso.

Seu rosto contorce. —Você quer dizer, como... Coisas de menstruação?

Eu atiro uma pequena almofada rosa em seu rosto, e ele gargalha. —Não,
cuzão. Claro que não quero falar sobre menstruação com você. —Suspiro e olho
para o pote. O chocolate me chateia. Não é tão bom quanto deveria. —Eu quero
dizer coisas do coração.

—Você percebe que os homens se apaixonam também, certo? —Ele diz,


rindo.

—Sim. Isso é verdade, desculpe.

—Então, quem é o bastardo? Você não trouxe ninguém aqui. Ele


machucou você e agora eu preciso socá-lo? Ainda tenho a mão esquerda, você
sabe. —Ele segura seu grande punho e o sacode, dando um sorriso irônico.

Ele realmente está tentando me fazer sentir melhor. Ele está tentando
melhorar depois da nossa discussão. E agora eu sou aquela que está em um lugar
sombrio, sentindo-me deprimida e temperamental. Meus olhos enchem-se de
lágrimas, e eu abaixo o sorvete e me estico para abraçá-lo. Ele endurece de
surpresa, então envolve o braço em volta de mim.

—Ei, tudo bem. —Suas palavras gentis me acalmam até eu parar de


chorar.

Eu recuo e fungo, limpando meus olhos e nariz, e ele coloca sua pipoca na
mesa de café.

—Diga. Diga-me o que está acontecendo. Essa não é você. —Seus olhos
iluminam com preocupação.

169
Então eu digo. Bem, nem tudo, não os aspectos sexuais, porque duvido
muito que ele queira ouvir sobre isso. Mas eu compartilho as banalidades do que
aconteceu, como eu me dediquei a Dane e como ele ainda estava pendurado em
sua ex. Em momentos assim, sinto muita falta da minha mãe. Ela sempre me deu
conselhos tão sábios.

—E eu me sinto estúpida e não sei o que fazer. —Eu termino, olhando


para a ponta dos meus dedos, enquanto eles apertam a bainha do cobertor. —
Mas eu não posso continuar trabalhando lá, então, agora eu tenho que encontrar
um novo emprego.

—Não se sinta estúpida. O amor nunca é ruim ou errado. —Meu irmão


diz.

Eu levanto minha cabeça para olhar para ele. Seus olhos jorram
sinceridade.

Eu mordo meus lábios nervosamente. —Mas... Ele é meu chefe. É tão


clichê, realmente. E ele nunca vai se sentir desse jeito por mim, então, de alguma
forma, eu preciso superá-lo.

—Ele talvez nunca se sinta isso é verdade. Mas você percebe que nas
últimas semanas, você esteve mais relaxada, feliz e social do que eu já a vi em
anos? Mesmo que vocês dois não acabem juntos, seus sentimentos por ele
ajudaram a tirar isso de você. Isso não é tão ruim, não é?

—Isso é verdade. —Digo com relutância.

Robert dá um leve suspiro. —Emme, eu sei que isso parece uma tragédia,
mas... Passamos por tragédias e isso nos tornou mais fortes. Não deixe que ele
faça você se sentir mal por quem você é ou por como se sente. Esteja orgulhosa
de que você é forte o suficiente para deixá-lo entrar em seu coração. —Ele
esfrega o braço amputado e seu sorriso parece um pouco ondulante. —Não
tenho certeza de que encontrarei essa coragem, mas um dia espero que sim.

—Eu também espero. —Digo a ele. As lágrimas fazem minha garganta


apertar. —Porque qualquer mulher teria sorte de ter seu amor.

170
Seu sorriso se estabiliza, e suas bochechas ruborizam com embaraço. —
Vamos lá, agora. Pare de exagerar.

—Bem, assim que você abrir os olhos e deixar de ser tão estranho e
antissocial. —Digo para aliviar o momento.

—Estou chegando lá, irmã. —Ele diz, engolindo. Ele esfrega o braço
amputado novamente, e dá um gemido pequeno, seu rosto revestido de dor. —
Desculpe, está doendo.

—Precisa que eu te pegue algo? Eu tento me levantar, mas ele pega meu
ombro e me abaixa de volta.

—Eu posso pegar sozinho. Estou pronto para começar a retomar o


controle e recuperar minha vida, ou pelo menos seguir em frente e começar uma
nova. Eu estive pensando sobre as coisas das quais falamos, as coisas que meu
terapeuta disse. Está na hora. Passado. —Ele tem um olhar vulnerável em seus
olhos. —Eu não sei como vou fazer isso, mas eu vou. E vou encontrar um
emprego e conseguir meu próprio lugar.

—Você não precisa...

—Sim eu preciso. Você precisa do seu espaço, e eu preciso me tornar mais


autossuficiente.

Se meu irmão, que atravessou o inferno, pode encontrar a coragem de


seguir em frente e viver sua vida, eu também posso. Limpo as últimas lágrimas e
dou-lhe um aceno lento. Não vou me sentir mal por me apaixonar por Dane. Mas
não deixarei isso controlar a minha vida também.

Amanhã, vou procurar um novo emprego. Redobrar meus esforços para


terminar a faculdade e entrar neste setor. Mesmo que isso signifique que eu
esteja fazendo isso sozinha... E sem a maior parte do meu coração.

171
CAPÍTULO 5
Dane

Dezesseis dias.

Faz dezesseis dias desde que eu tive Emme na minha cama, desde que eu
a provei, a toquei e a vi sorrir. No escritório, ela é toda profissional, e ela está me
evitando como se eu fosse uma doença mortal. Nossas interações têm sido
principalmente por meios eletrônicos, e não ficamos sozinhos em uma sala.

A viagem que eu pensei que resolveria o problema entre nós, só piorou.


Muito, muito pior.

Eu sei que ela se afastou de mim. Eu posso dizer por que seu coração está
completamente fechado agora, e ela não olha para mim, só fala comigo se ela
tiver que falar. Ela fica com Lauren ou fica sozinha. Por mais horrível que pareça,
gostaria de ter seu diário para poder ver o que passa dentro de sua cabeça
novamente. Sinto falta da sua transparência.

Mesmo pensando nisso, eu afasto essa avidez, provavelmente não


gostaria de ver o que ela escreveu sobre mim desde a viagem. Volto minha
atenção para os papéis na minha mesa. O contrato de Sanderson afirmando que
eles estão de acordo com a minha visão para a sua reforma, e eles querem nos
pagar uma quantia absurda de dinheiro para lidar com isso.

É nisso que eu preciso focar toda a minha atenção. Não em relação à


minha falta de controle quando estou sozinho com Emme. Não em seus gemidos
e seu corpo quente. Ou a forma como ela faz meu coração bater.

Francamente, isso é o melhor para nós dois. Não é como se o


relacionamento sexual com ela fosse a qualquer lugar, de qualquer forma. Teria
que terminar em algum momento. Pois ela tem expectativas, necessidades que
eu simplesmente não posso cumprir agora.

Isso é realmente verdade?

172
Mesmo?

Eu tenho repetido essas palavras para mim mesmo cem vezes por dia, e
ainda estou esperando a aceitação afundar. Para que eu me sinta bem sobre o
modo como tudo acabou com Emme.

Meu telefone vibra. Eu pego e vejo um texto de Simone, uma garota com
quem eu fui a um ou dois encontros durante o último ano. Não nos vimos em
meses. Ela não é a pessoa mais profunda que já conheci, mas ela é divertida e
gosta de se divertir, ao contrário da maioria das mulheres com quem costumo
sair. Eu leio sua mensagem.

Ei, delícia! Há quanto tempo não ouço falar de você.


Eu sei que é de última hora, mas você está ocupado esta
noite? Quer tomar uma bebida em algum lugar? Vamos pôr a
conversa em dia! ;-)

ESTOU DIVIDIDO. A ideia de beijá-la não me excita, é uma bela e grande


bandeira vermelha. Mas como vou superar esta situação com Emme se eu não
sair por aí em encontros? Eu deveria aceitar, eu sei. E estou surpreso com o quão
pouco eu quero.

Eu me inclino na minha cadeira e fecho meus olhos. Estou sendo um


maldito idiota, e eu preciso me acalmar. Eu tomei minha decisão, e eu vou deixar
de ser tão fracote e continuar avançando.

Pego meu telefone e respondo: Claro. Eu vou buscá-la às sete


horas. Então eu atiro o telefone na extremidade da minha mesa. Eu realmente
não quero falar com ninguém agora. Eu preciso me acalmar mentalmente para
sair com Simone, talvez com algumas bebidas e tirando todos os pensamentos de
Emme do meu cérebro. Mesmo por uma noite.

***

—OH MEU DEUS, você cheira tão bem, Dane. —Simone diz enquanto se
inclina em direção ao meu pescoço e dá uma grande fungada. Ela ri de vez em

173
quando, e me espia através de pesados cílios pretos. —Mas eu tenho certeza que
você já sabe disso, certo?

Forço um sorriso no rosto. —Eu gosto de tomar banho.

Ela golpeia meu peito e depois toma um gole de sua cerveja. Seus lábios
envolvem lentamente a garrafa de cerveja, e ela trava seu olhar no meu, depois
afrouxa o maxilar para deslizar a ponta da garrafa na boca. É um movimento
projetado para me fazer pensar na sua sucção no pau. É para fazer meu pau
mexer com emoção, com a promessa que eu estou vendo em seus olhos.

É suposto, mas eu apenas não estou sentindo uma maldita coisa.

Limpo minha garganta e aceno ao barman, um homem mais velho com


cabelos grisalhos e um amplo sorriso. Preciso de mais algumas bebidas, é só isso.
Uma vez que eu tiver o suficiente, não conseguirei pensar direito. Posso treinar
meu corpo e meu cérebro, e então não precisarei confiar em álcool para purgar
Emme.

—Jim Beam e ginger ale, por favor. —Digo a ele.

Uma jovem loira que deve ter vinte e um anos recém-completados, me


empurra por trás, derramando um pouco de sua bebida na minha perna. —Oh,
meu Deus, sinto muito. —Ela diz com uma risada embaraçada. Ela agarra um
guardanapo do bar e começa a limpar minha coxa, abrindo caminho entre mim e
Simone. —Eu sou uma desastrada.

—Ele está bem, querida. —Simone diz enquanto se inclina para mim. Ela
agarra os guardanapos da garota e os joga fora. —Eu me certificarei de que ele
esteja bem e seco, obrigada. —Não há dúvida quanto à possessividade em seu
tom.

A menina se afasta, e Simone revira os olhos.

—Deus, ela poderia ser mais óbvia? —Ela ri. —Você deve ter muito disso,
hein?

—Eu não acho que ela estava flertando. —Digo.

174
—Você é adorável. —Ela pressiona um beijo no meu nariz, então dá outro
gole de cerveja. —Quer dançar? Vamos dançar!

—Eu vou sentar aqui por um minuto - ainda não tive a minha bebida.

Ela faz beicinho, pressionando os lábios vermelhos e carnudos. —Sério?


Certo, tudo bem. Eu vou dançar então. Vou esperar por você lá. —Seus olhos
varrem meu corpo, e ela certifica-se de esfregar os seios contra meu braço
enquanto desliza do banquinho. Seu vestido vermelho é moldado em suas curvas,
e seus saltos fazem suas pernas parecerem bem torneadas.

Ela é maravilhosa.

E ela não está fazendo nada para mim.

Eu a vejo ir à pista de dança para ter certeza de que ela chegue lá bem.
Quando o barman traz minha bebida, tomo um gole lento e pondero sobre isso
tudo. Sim, Simone é um pouco superior, algo que eu esqueci na longa ausência de
sua companhia. Mas isso não é sobre ela. Toda a noite eu a comparei com Emme,
e não há nenhuma comparação para mim.

Por que diabos estou aqui?

Olho para o líquido âmbar. Não quero estar aqui. Meu estômago tem
estado uma bagunça por dezesseis dias de merda. A cada minuto, a cada hora eu
tenho que me dizer para parar de pensar em Emme, deixá-la ir para que ela possa
encontrar alguém que possa ser tudo para ela. Convencendo-me de que esse não
sou eu, porque estou muito fodido para fazê-la feliz, para me entregar inteiro a
ela.

Mas sinto muita falta dela, meu corpo inteiro dói.

E a cada minuto, cada hora que passa, essa falta fica mais forte e mais
forte.

O que eu sinto por ela não está diminuindo com o tempo. É como se meu
cérebro e meu corpo estivessem morrendo de fome por ela, acumulando toda a
memória sensorial que tenho dela. A maneira como sua pele ruboriza-se quando
ela está excitada. As sardas na parte superior de suas maçãs do rosto. A pequena

175
cicatriz em seu lábio superior, que ela me contou ao telefone uma noite, que foi
de bater numa mesa de café quando era uma criança.

Seu corpo tremendo quando ela goza.

Ela dizendo eu te amo.

Foda-me. Estou me apaixonando por ela. Não sei como é possível, mas eu
estou.

Ou já estou apaixonado por ela?

Dou outro gole na bebida e deixo o álcool digerir. A realização penetra.


Minha pele começa a ficar quente por toda parte, e o ardor desliza pela minha
garganta para acomodar-se na minha barriga.

Eu acho que preciso falar com alguém sobre isso. Talvez meu amigo
Dominic possa me dar alguma luz. Certamente ele já aprendeu uma ou duas
coisas no programa de mestrado em psicologia. Algum tipo de baboseira que
iluminará minhas emoções.

Olho para a pista de dança. Simone está deslizando as mãos para cima e
para baixo em seu corpo. Metade dos caras na pista de dança estão observando-a
com suas línguas praticamente para fora. Ela não está olhando para mim nem
para nenhum deles; ela está apenas se divertindo. Embora eu não esteja excitado,
ainda sorrio. Pelo menos Simone está se divertindo. Ela está confortável, sabe
quem ela é e o que ela quer.

Verifico a hora no meu telefone. São quase nove horas. Espero que uma
ligação minha não vá perturbar a rotina noturna de Dominic com seu filho. Tomo
mais um gole da minha bebida, depois deixo o resto no balcão. Eu preciso de uma
cabeça limpa para falar com ele - e levar Simone para casa.

Quando chego ao seu lado, toco seu braço. Ela abre os olhos e me dá um
sorriso torto. —Eu sabia que você estaria aqui em breve.

A música preenche o espaço entre nós e, de repente, é muito alto e


irritante.

—Me desculpe, mas tenho que ir. —Digo a ela em voz alta.

176
—O que? Você disse que quer ir? —Uma ruga profunda e franzida separa
sua sobrancelha. —Mas nós não estamos aqui há muito tempo, e a multidão está
apenas começando a melhorar.

—Eu sei. —Eu envolvo seu cotovelo para levá-la da pista. Estou cansado
de gritar por sobre a música. —Eu preciso ser sincero. A coisa é que, eu tenho
sentimentos por outra pessoa. E estar com você esta noite... Não é a coisa certa
para mim neste momento.

Ela inclina a cabeça e olha para mim. Posso ver a decepção em seu rosto,
mas ela dá um aceno lento, de conhecimento — Sim, eu pensei que algo estava
acontecendo. Você não parece ter estado "aqui" a noite toda. Garota de sorte.
Espero que ela perceba o que ela tem.

—A questão não é ela, sou eu.

A sobrancelha dela levanta. —Eu acho que posso acreditar nisso. —Ela ri.
—Você pode ser um cuzão às vezes.

—Ei! —Eu falo em um protesto fingido. Eu sei que ela está certa. Tenho
que amar a sua franqueza.

—Agora é sério, está bem, você pode ir. Eu ainda vou ficar aqui. Vou pegar
um táxi para casa. Ainda não estou pronta para terminar a noite. Para uma
segunda-feira, este lugar está agitado. —Os lábios perfeitos de Simone se abrem e
ela me dá um sorriso genuíno. Ela se estica e aperta meu braço. —Boa sorte, e se
você ficar solteiro novamente... —Ela pisca.

—Tem certeza? Não me importo em levar você para casa. —Eu sei que ela
pode ouvir a preocupação em minha voz. Eu não me sinto bem a deixando
sozinha.

—Eu sou uma garota grande. Posso tomar minhas próprias decisões - eu
tenho feito isso por muito mais tempo do que o conheço senhor. —Há um desafio
em sua voz.

Levanto minhas mãos em derrota. —Percebi. Chegue em casa em


segurança por favor. Cuidado com esses animais - eles não são todos bons como
eu.

177
Ela revira os olhos e ri. —Tudo bem, papai. Vá. Eu vou ficar bem. —Com
isso, ela gira e volta para a multidão.

Eu a observo por mais um momento, então pego meu casaco do suporte


de casacos, viro e saio pela porta. O ar está gelado, e a caminhada para o meu
carro parece que leva muito mais tempo do que isso. Meu estômago está agitado
novamente. Empurro minha mão no bolso para procurar minhas chaves.

Uma vez que entro no meu carro, ligo o ar-condicionado e sento só por
um minuto. Preciso limpar minha cabeça e descobrir o que diabos eu quero dizer
para Dominic. Certamente ele será capaz de me ajudar a não fazer uma asneira
total mais uma vez.

Deus, eu sou um idiota. Um estúpido, um estúpido idiota. Emme era


minha, toda minha, e eu a afastei por causa das minhas velhas besteiras. Apesar
de ter lido seu diário, de ver como ela se sentia sobre mim em suas palavras
honestas, vulneráveis e privadas, palavras que ela nunca quis que eu visse.

Apesar do fato dela me dizer que me amava sem ouvir nada em troca.

De quantas maneiras mais Emme poderia arriscar seu próprio coração, e


me mostrar como ela se sentia para que eu acreditasse? É tarde demais? Ela
começou a me superar?

Meu coração estilhaça com esse pensamento.

E então isso me atinge, eu não preciso falar com Dominic sobre isso.

Não preciso de um maldito comitê para me dizer como me sinto sobre


Emme.

Eu já sei o que preciso fazer. Tudo o que ele vai dizer é o que todos os
outros me diriam. Eu tenho que parar de mantê-la de fora e confiar nela, tenho
que deixar essas merdas para trás. Emme me deu tudo, embora eu não mereça
isso, e em troca, eu continuamente a fiz sofrer, não a fiz se sentir especial e
valiosa.

Meu apartamento está tranquilo e solitário todas as noites quando chego


em casa do trabalho, e não quero mais viver assim. Quero ver sua bela cabeça no
meu travesseiro. Quero-a usando minha camiseta quando andar preguiçosa em

178
minha casa pela manhã enquanto eu faço o café da manhã. Quero assistir filmes
com ela e descobrir tudo o que ela ama. Eu quero dar-lhe todas as coisas que ela
merece.

Emme vale a pena.

Coloco meu Bluetooth e disco um número. Antes de falar com Emme,


preciso começar com outro lugar primeiro. Alguém que merece meus esforços
também.

O telefone toca. —Alô? —Minha mãe diz um fio de preocupação em seu


tom. —Eu não esperava ouvir de você tão tarde, Dane. Tudo bem?

—Está tudo bem. Desculpe, eu não escrevi de volta. —Digo. Eu sorvo o ar


lentamente, expiro através das narinas. Faço a volta com o carro e dirijo para a
minha casa. O aperto nos meus pulmões está diminuindo, embora meu coração
esteja batendo mais rápido pelo nervosismo. —Eu estive pensando... E eu
gostaria de aceitar sua oferta para o Dia de Ação de Graças.

Ela fica em silêncio por um momento. —Eu adoraria ter você lá. Eu quero
deixar claro, porém, que não seremos só nós.

A borda de tensão em sua voz me faz sentir culpado. Eu a levei a se sentir


assim, ao me segurar no passado e não tentar perdoá-los. —Eu sei que eles
estarão lá. E isso está bem também.

Há um leve suspiro. Sua voz está cheia de lágrimas, e ela treme enquanto
diz: — Oh, Dane. Muito obrigada. Eu realmente aprecio isso. Eu vou fazer todas as
suas coisas favoritas, ok? Apenas me avise o que você quer.

—Está bem. Não espero um grande reboliço. Você apenas faça o que
costuma fazer.

Sua voz está sufocada de emoção enquanto ela me agradece e me diz


mais uma vez o quão feliz ela está de que eu estarei lá. Estou sorrindo enquanto
tiro o telefone, sentindo que aquele peso caiu dos meus ombros.

Um peso tão pesado, que eu havia esquecido que eu estava carregando


todo esse tempo. E pensar que tudo o que eu precisava fazer era deixar cair.

179
Agora eu me concentro em chegar em casa. Preciso dormir mais cedo.
Quero estar bem descansado e no meu melhor jogo quando for falar com Emme
amanhã. E rezar para que não seja tarde demais.

180
CAPÍTULO 6
Dane

Chego ao escritório cedo, para ter certeza de que estarei lá um pouco


antes de Emme chegar. Digito minha mensagem em um novo documento do
Word, imprimo, e depois o dobro pela metade e grampeio. Então eu deixo isso
em sua mesa. Meu coração está batendo tão forte que o som enche meus
ouvidos, e estou surpreso ao encontrar minhas mãos tremendo.

Quando foi a última vez que eu estive tão nervoso?

Ah, provavelmente, na última vez que coloquei tudo a perder. Não é


grande coisa, certo?

Coloco meu casaco e saio do prédio. O céu está nublado, mas não está um
frio tão implacável lá fora. Ainda assim, sinto-me muito frio, por finalmente
admitir meus verdadeiros sentimentos para mim e para ela. Ela poderia dizer não.
Ela pode terminar comigo, não querendo me dar outra chance.

Empurro esses pensamentos da minha cabeça. Não posso pensar assim.

A caminhada para o café na esquina é lenta. Eu me movo com propósito


para o prédio, a porta tocando enquanto abro. Sou inundado com os aromas e os
sons do café fresco que está sendo preparado.

A atendente, Charlotte, é jovem e amigável, sempre tem um grande


sorriso no rosto. —Oi, Dane! —Sim, eu sou regular aqui. Tenho certeza de que
isso ajuda que eu dê a ela uma boa gorjeta - eu gosto de obter um bom serviço. —
O que posso fazer por você esta manhã? O de costume?

Eu concordo. —Parece bom. Talvez a bebida ajude a acalmar meus nervos.

—Um café preto grande, creme e dois açúcares, é pra já. —Ela me diz,
então derrama a bebida e me entrega.

181
Eu caminho para uma mesa perto da enorme janela da frente e me sento,
tiro meu casaco e penduro-o sobre minha cadeira. Retiro a tampa do café e deixo
esfriar por um minuto. Ações deliberadas para ajudar a me distrair de pensar no
que estou esperando.

No entanto, meu cérebro continua a martelar uma frase uma e outra vez:
ela virá?

Eu simplesmente não sei, e isso me assusta pra caramba.

Minutos passam. Eu luto contra o desejo de olhar a hora no meu telefone


a cada três segundos ou mais. Foda-se, isso é uma verdadeira agonia. Estou me
sentindo muito mais nervoso do que eu senti com a primeira nota que deixei,
instruindo-a a tocar-se no banheiro. Meu traseiro não estava na reta então.

Meu coração está na reta agora, e as apostas são mais altas do que nunca
antes.

Por fim, não posso aguentar mais. Eu verifico a hora. Já passou das dez
horas. Ela está atrasada.

Ou ela simplesmente não virá.

Meu estômago afunda. Eu sorvo meu café e me esforço para obter minha
frequência cardíaca desenfreada sobre controle. Eu sabia que isso poderia
acontecer, apesar da minha esperança. Mas valia a pena o esforço e o risco. Se for
preciso outra maneira de alcançá-la, então vou fazer isso. Talvez eu possa
acampar do lado fora do apartamento dela ou algo assim. Para fazê-la me ouvir.

A porta do café soa, e meu coração pula uma batida enquanto olho para
cima.

Um cara gordo com um boné de beisebol entra. Ele dirige-se diretamente


para o balcão.

Hora de ir. Eu levanto e tento não dar importância à frustração


ameaçando derramar. Não estou bravo com ela, estou com raiva de mim, porque
sou a razão pela qual estou aqui sozinho. Ela não sabe como eu me sinto, e é meu
trabalho ter certeza de que ela saiba.

182
Se ela decidir depois disso ainda continuar longe, eu vou respeitar sua
escolha. Ou pelo menos tentar, mesmo que isso possa me matar.

Quando eu encolho os ombros no meu casaco, a porta soa novamente, e


Emme entra seu cabelo despenteado, suas bochechas coradas. Seu olhar percorre
a sala e pousa sobre mim.

O tempo parece parar quando nossos olhos se encontram. Tudo o que


estou sentindo por ela vem rugindo de volta à superfície. A intensidade quase me
derruba. Agora que eu sei que me apaixonei por ela, isso torna as coisas muito
mais claras, muito menos confusas.

Seus passos são pesados quando ela vem em minha direção, e ela tem o
papel apertado em suas mãos. Quero me esticar e tocar nela, beijá-la, mas eu me
contenho. Palavras em primeiro lugar. E então, se eu for o cara mais sortudo do
mundo, eu vou poder experimentá-la novamente.

—Posso pegar uma bebida? —Eu pergunto a ela.

Ela balança a cabeça e morde os lábios. —Eu não preciso de mais cafeína,
mas obrigada. —Ela desliza na cadeira em frente a mim, e eu caio de volta no
meu assento. Ela deixa o papel sobre a mesa e baixa as mãos no colo. Seu olhar
percorre toda a sala, e um rubor sobe até seu rosto.

Ela é tão bonita que me tira o fôlego, porra. Linda e nervosa como o
inferno. Eu quero envolver ela em meus braços, tirar toda a tristeza dela.

—Eu não tinha certeza de que você viria. —Admito.

—Eu também não tinha certeza de que eu viria. Eu quase não vim. —
Emme olha para mim. —O que você teria feito se eu não tivesse vindo?

—Eu teria tentado novamente. —Minha garganta aperta, e eu engulo as


palavras que estão tentando sair. É tão fácil dizer a ela todas as coisas que eu
quero fazer com seu corpo. Muito difícil encontrar a maneira correta de expressar
como ela me faz sentir. Eu tentei escrever ontem à noite, pensando que eu
poderia deixar uma nota para ela, mas eu queria que ela visse meu rosto
enquanto eu falasse com ela. Não apenas escondido atrás do texto.

183
Ela preenche o silêncio. —Seu bilhete não me disse sobre o que você
queria falar. Estou assumindo que isso não é uma discussão relacionada ao
trabalho, já que você me pediu para encontrá-lo aqui. —Suas palavras são
formais.

—Não, não é. —Eu respiro.

—Dane, eu estou procurando outro emprego. —Ela explode antes que eu


possa continuar. Eu vejo a pulsação na base de sua garganta. —Eu acho que não é
uma boa ideia eu continuar trabalhando aqui, e pensei que deveria simplesmente
lhe dizer para que você possa começar a procurar alguém para me substituir. Eu
simplesmente... Não posso mais fazer isso.

Ela está indo embora. Meu estômago afunda, e aperto a mesa para lutar
contra a onda de desespero que me inunda. Não pensei que chegaria a isso.

Ela solta uma suave exalação. —Eu sinto muito.

—Eu sei por que você está saindo - porque eu estraguei tudo. Mas eu não
quero que você vá. Todos os dias que eu estive sem você foi um inferno. —
Minhas palavras são cruas, e eu deixo que elas derramem apressadamente. —
Você me deu seu coração, e eu não percebi o quão precioso era esse presente até
eu perder. Até eu estragar tudo. —Eu altero. —Eu quero você, Emme. Claro e
simples.

Seus olhos se enchem de lágrimas, e ela pisca várias vezes. Seu rosto está
cheio de tanta dor que faz meu coração doer. —Mas eu preciso de mais do que
isso, e você ainda está tão apaixonado por sua ex-mulher que nunca vou
conseguir. Eu também quero você, mas eu...

—Espere o que? Eu não estou apaixonado por ela. —Eu a interrompi.

Ela engole confusão clara em sua expressão. —Mas... Ela é a razão pela
qual você não consegue confiar nas pessoas. Por que você não pode ter mais do
que um relacionamento físico. Certo?

Meu queixo cai. Como ela chegou a essa conclusão? Ainda apaixonado por
Marianne? A ideia é louca. Eu pego a mão que ela descansou na mesa. Está
quente e se encaixa perfeitamente na minha. Eu não quero deixá-la ir. —Não,

184
Emme. Eu não a amo, se é que já amei. As coisas conosco foram ruins no início do
casamento. Na verdade, eu realmente não penso mais nela. Meu medo de
confiança é mais no que diz respeito ao meu irmão do que com ela. Mas estou
pronto para deixar isso parar de me consumir.

—Oh. —Seus lábios permanecem separados enquanto ela reflete sobre


isso. —Eu pensei... Bem, quando você me disse naquela manhã que não podia
deixar o seu passado, pensei que era porque você ainda tinha sentimentos não
resolvidos por ela.

Aperto os dedos e acaricio sua pele macia. Sua parede está caindo
novamente, embora ainda consiga ver a incerteza em sua expressão. Ela não tem
certeza no que acreditar.

Respiro profundamente e expiro, forçando-me a empurrar o último


pedaço de reserva em mim. Faça ou morra tentando. —Não há nenhuma maneira
possível de ter sentimentos por ela, porque cada pequeno espaço no meu
coração pertence a você.

Ela congela, não pisca, não respira.

—Não consigo parar de pensar em você. Querer você. Desejar você. Sentir
sua falta. —As palavras saem de mim. Sua mão se agita na minha, mas ela me
aperta mais, e eu continuo falando agora - incapaz de parar. —Você me mostrou
o que é querer, o que é se importar novamente, deixar de ter medo de se
machucar. E eu sei que fodi tudo, mas eu entendo agora. Você precisa de alguém
que mostre que você vale a pena, que lhe de cem por cento. Deixe-me ser esse
homem, porque não sei como posso passar outro dia sem você na minha vida.

Ela morde o lábio inferior, os olhos arregalados, as pálpebras enchem de


lágrimas. —Eu... Mal posso acreditar que estou ouvindo isso. —Ela dá uma risada
embaraçada e limpa a umidade com a outra mão. Os dedos dela estão tremendo.
Todo o seu corpo está tremendo agora.

Levanto-me e pego a cadeira ao lado dela. Seu corpo cai contra o meu, e
eu apoio meu queixo no topo de sua cabeça, e puxo-a para os meus braços. Pela
primeira vez em dezessete dias, sinto uma sensação de paz.

185
Pressiono um beijo em sua testa, depois abaixo em suas bochechas e até a
boca. Meu desejo por ela vem gritando para a superfície, mas eu recuo. Este
momento não se trata de querer fodê-la. Na próxima vez que eu a tiver, isso será
fazer amor, não estarei segurando nada.

Mas antes que eu possa chegar lá, tenho que mostrar que estou falando
sério. Que eu estou nisso.

Ela cheira tão bem. Eu respiro profundamente e inclino a cabeça para


baixo em sua orelha. —Diga-me que não estou muito atrasado.

—Você não está muito atrasado. —A resposta é sussurrada, mas é ruidosa


na minha cabeça.

Eu me agarro às palavras e pego sua boca em outro beijo, desta vez


deslizando minha língua entre seus lábios. Eu provo, bebo. —Estou tão
apaixonado por você. —Digo contra sua boca.

—Eu amo você. —Ela diz de volta, e os pedaços do meu coração parecem
se juntarem novamente. Mais forte do que nunca.

Eu a mantenho contra mim enquanto eu me afasto do beijo. É tão difícil,


porque eu quero curvá-la sobre esta mesa e fodê-la até que ela não consiga
respirar de cansaço. Mais tarde. Vou tocar seu corpo inteiro. Primeiro, precisamos
resolver a merda do trabalho, porque não sei em que ponto ela está em sua caça
ao trabalho, ou se ela ainda precisa ir.

No entanto, eu quero que seja sua decisão.

Eu não sou meu pai. Quero que essa mulher se sinta capacitada, não
usada. E se isso significa que ela vá trabalhar em outro lugar, eu me certificarei de
que eu lhe dê a melhor referência de todas. Vou cobrar favores e ajudá-la a
encontrar seu emprego dos sonhos.

Mas eu não vou deixá-la ir.

—Você disse que está procurando emprego. —Começo.

Ela assente e olha para mim. Posso ver todo o seu amor e emoção
brilhando através de seus olhos, e é um bálsamo para minha alma. Não consigo

186
resistir e pressiono outro beijo em seus lábios. —Eu comecei logo após a viagem,
na verdade. —Um rubor segue de sua garganta até suas bochechas. —Eu, ahh,
senti que poderia ser melhor para nós dois se eu fosse embora.

Meu corpo endurece, mas luto contra a reação. —Eu não sei o que isso
significará para nós em termos de trabalho, mas eu quero estar com você, ao ar
livre. Não através de bilhetes, não apenas em segredo e reuniões ilícitas nas salas
de conferências. Não me interprete mal - se você ainda quiser isso, não vou
recusar. —Eu lhe dou um sorriso, e ela ri, batendo o ombro contra meu peito. —
Então, se isso te faz sentir mais confortável, trabalhar em outro lugar, sob outro
gerente, está bem para mim.

Ela pausa e mordisca o lábio inferior por um momento. —Eu não tinha a
intenção de ser sua assistente para sempre, e eu queria explorar minhas opções
de qualquer maneira depois de me formar. Mas eu amo trabalhar na Rossi
Design. Sinto que estou finalmente encontrando o meu terreno e estou fazendo
amigos. Além disso, ir para o Sanderson com você foi excitante - eu quero fazer
parte disso se puder.

—Então vamos mantê-la lá, desde que você queira estar, mas não está
mais trabalhando para mim. Embora eu não saiba se vou encontrar outra
assistente tão experiente quanto você.

—Oh, pare. —Seus lábios enrolam com um sorriso tímido.

—Talvez você possa trabalhar com Carl. —Penso em voz alta, rindo
quando ela cava o dedo na minha lateral para me fazer cócegas.

—Se for esse o caso, estou desistindo agora. —Ela declara.

—Eu sei. Ele é difícil de lidar, mas seus clientes parecem gostar dele.

—Você deveria terminar seu café. —Ela diz enquanto beija minha
mandíbula. As terminações nervosas nessa localização ganham vida, e o sangue
começa a bombear com mais força nas minhas veias. —Nós temos que voltar
para a empresa.

—No caso de você não saber, eu sou a empresa. —Fecho meus olhos
enquanto sua boca desliza mais perto da minha orelha. —Eu posso escrever um

187
bilhete para que você não tenha problemas com o chefe. Tenho certeza de que
ele está disposto a curvar-se se você estiver um pouco atrasada para voltar.

Sua língua toca o côncavo da minha orelha. —Eu estava pensando. —Ela
diz sua respiração quente contra minha pele. —Que podemos fazer uma pausa
para o almoço. Uma longa pausa. Mas eu tenho que terminar algumas tarefas
antes de poder tirar o tempo livre. —Ela se afasta, e eu vejo o desejo em seus
olhos, o brilho em suas pupilas, as manchas coradas em suas bochechas.

Eu estendo a mão para agarrar seu quadril, deixando meu polegar


acariciar a junção entre sua coxa e sua pélvis. —Então, acho que é melhor nos
colocarmos em movimento. Porque estou realmente com fome agora.

Sua respiração aguda me faz ferver com desejo. Eu disse antes que eu
faria amor com ela hoje à noite. Mas isso não significa que não consigo encontrar
outras maneiras de fazê-la gozar para mim antes disso, certo?

188
CAPÍTULO 7
Emme

—Esta lagosta está tão boa. —Diz a mãe de Dane enquanto mergulha um
garfo na manteiga de alho derretida. Posso ver de onde Dane herdou a boa
aparência. Ela é elegante e impressionante. Seus cabelos escuros estão presos em
um coque, e ela tem maçãs do rosto altas e olhos penetrantes. —Não posso
acreditar que nunca estive aqui antes.

—Nem eu. Esta foi uma ótima ideia. Obrigada por me deixar participar da
sua noite de festa da mãe-filho. —Eu sorrio e dou uma mordida no camarão frito.
Estava nervosa quando cheguei para conhecer sua mãe, mas ela foi tão amável,
que a ansiedade desapareceu rapidamente.

A mão de Dane aproxima-se e acaricia minha coxa, e eu luto contra o


desejo de tremer ao seu toque. Eu atirei a ele um olhar de advertência - ele não
deveria me excitar aqui. Ele sabe melhor.

Sua resposta é uma sobrancelha levantada. A mão desliza mais alto, e meu
sexo se aperta.

Babaca. Mas eu não posso realmente ficar brava com ele, não quando
estou tão feliz. Desde a nossa conversa na cafeteria há duas semanas, as coisas
foram um sonho se tornando realidade. Como prometido, Dane começou a
procurar uma nova assistente quando voltamos ao escritório, e ele tem uma
pessoa em potencial que entrevistará amanhã.

Uma vez que ele me substituir, eu vou trabalhar como assistente da


Lauren até eu me formar, uma perspectiva que me emociona e também me
assusta. Dane quer que eu comece a assumir mais responsabilidade, então ele vai
me fazer treinar com a Lauren para aprender a lidar com clientes, e gerenciar a
implementação do trabalho de design.

189
Para compensar Lauren, ele deu-lhe uma promoção e um bom aumento
no salário. Ela não se queixou, e já começamos a fazer planos sobre o que posso
fazer para ajudá-la.

Ele e eu não nos encontramos no escritório em frente às pessoas, e estou


bem com isso. Ninguém nos disse nada ainda, embora Carl tenha me dado alguns
olhares enviesados. Ele nos viu sentados juntos no almoço e acho que ele está
colocando dois e dois juntos.

Dane limpa a garganta, espeta uns brócolis com o garfo, mas não o leva
até a boca. —Então, mãe, sobre o dia de Ação de Graças.

Ela tenciona um pouco, seus lábios afinando por um segundo. —Você está
mudando sua opinião sobre vir? —Eu posso dizer que ela está lutando para
manter a emoção fora de sua voz. Ela não é tão boa quanto Dane com as
expressões suaves, mas ela ainda é melhor do que eu.

—Eu liguei para Eric para que ele soubesse que eu vou. —O tom de Dane é
o mesmo, mas eu me encontro tensa como sua mãe. Ele mencionou no outro dia
que ele iria, e admitiu que não tinha certeza de como seria. Fiquei nervosa com
ele sobre isso.

—Eu entendo. —Sua mãe pega outro bocado de lagosta, depois limpa a
boca com o guardanapo do colo.

—Nós não conversamos por muito tempo. —Dane deixa cair o garfo e
abaixa as mãos para o colo. Eu abaixo a minha e agarro a dele, e ele aperta meus
dedos. —Foi difícil, mas eu queria que ele soubesse que estou farto de me
esconder de eventos familiares.

O rosto de sua mãe suaviza, e ela lhe dá um sorriso aguado, depois


pressiona o canto dos olhos dela com o guardanapo. —Estou tão feliz. Senti falta
da minha família reunida.

Meu coração emociona-se por eles, pelo progresso que estão fazendo,
cada vez mais perto. Eu sinto muita falta da minha mãe, e saber que ele estava
afastado de sua família, me fez sofrer por eles. Seu relacionamento talvez nunca
seja o mesmo que antes, mas ele está fazendo avanços para criar um novo com
eles.

190
—Estou orgulhosa de você. —Sussurro, e ele me dispara um pequeno
sorriso em resposta. Eu sei o quão difícil isso é para ele, e que a Ação de Graças
provavelmente será um dia estressante. Certificarei-me de quando ele vier à
minha casa à noite, que será divertido e relaxante, então ele pode tirar isso da
cabeça.

Eu levanto e desculpo-me para ir ao banheiro, deixando a mesa. Eles


precisam de algum tempo para conversar sobre isso. Eu perco tempo no
banheiro, corrigindo meu batom, ajeitando meu cabelo. Eu me olho nos olhos e
sorrio para o brilho no meu rosto. Dane não é um homem perfeito, mas desde a
conversa no café, ele me mostrou todos os dias que ele se importa.

Encontrei flores na minha mesa, um bilhete no meu limpador de para-


brisa, até um cartão postal de Boston enviado para o meu apartamento com um
grande rosto sorridente desenhado nas costas. Pequenas coisas, mas eu sei que
estou em sua mente. E falamos o tempo todo sobre o que estamos pensando.

Estou quase surpresa por tudo isso, e isso só me faz amá-lo muito mais.

Depois de prolongar por alguns minutos, volto para a mesa. Eles estão
conversando, mas eu posso dizer com o sorriso no rosto, e a leve vermelhidão de
seus olhos, que ela está feliz.

—Então, vamos para a sobremesa, certo? —Pergunto com um sorriso. —


Porque passei por uma mulher comendo uma fatia de cheesecake e quase pedi
uma mordida. Parece incrível.

—É claro que vamos. —Sua mãe diz em um tom que não dá nenhum
argumento. —Essa é a melhor parte da refeição.

—Posso ver que vocês duas serão aliadas contra mim. —Dane diz
divertido. —Não é justo.

Não consigo segurar a risada que sai. —Acostume-se, amigo.

O resto do jantar corre bem. Nós devoramos sobremesas, e com o resto


do meu camarão frito em uma caixa para viagem, eu visto meu casaco e dou um
abraço em sua mãe.

—Foi tão bom conhecê-la. —Digo a ela.

191
O sorriso dela é sincero quando me abraça de volta. —Fico feliz que Dane
tenha encontrado você. Eu posso ver que você é boa para ele. —O elogio me
aquece.

Dane beija a bochecha da mãe e voltamos para o carro dele. Ele abre a
porta do passageiro para mim, e deixa cair um beijo quente e de boca aberta nos
meus lábios. —Você é linda. —Ele me diz seus olhos castanhos fixos em meu
rosto.

Um sorriso estupidamente largo espalha pelas minhas bochechas. Eu vi as


mulheres que ele namorou antes de mim. No entanto, algumas vezes, como
agora, quando ele diz que minha verdadeira beleza vem do meu coração, e isso
me faz sempre derreter. Ninguém nunca me disse uma coisa assim antes, nem me
olhou da maneira que ele está me olhando agora. Como se ele pudesse mergulhar
em meus olhos e viver lá. —Você me lisonjeia.

Ele acaricia minha bochecha. —Quero dizer isso. Minha mãe amou você,
por sinal.

Eu me movi para o seu toque, saboreando a sensação dele me tocar. Isso


nunca fica velho. Eu nunca deixo de desejar suas mãos no meu corpo de qualquer
maneira que eu posso obtê-las. —Ela é muito doce. Estou feliz que vocês estão
resolvendo as coisas. Eu sei que vai ser difícil para você, mas estou aqui para o
que você precisar de mim. —Eu sento no meu lugar, e ele vai para o lado do
motorista e liga o carro. Está frio, então nós ficamos no carro alguns minutos para
aquecer. Enquanto esperamos, sua mão se afasta da minha, e ele agarra meus
dedos frios.

—Mamãe quer que você venha para o Dia de Ação de Graças. —Ele diz.
Tenho certeza de que há uma borda de nervosismo em sua voz.

Pisco e estudo seu perfil no escuro, o comprimento do nariz, a curva dos


lábios, o conjunto de seus olhos. —Mesmo? Mas... É uma coisa de família. Eu não
quero complicar as coisas. —E eu não sei se eu estiver lá seria melhor ou mais
difícil para Dane passar pelo evento. Eu odiaria aumentar seu estresse enquanto
conheço sua família pela primeira vez.

192
Ele pressiona um beijo nos meus dedos, sua respiração roçando minha
carne. —Eu quero você lá.

Meu peito aquece. —Eu adoraria. Mas eu não posso deixar meu irmão
sozinho. —Eu dou-lhe um sorriso de desculpas. —E eu acho que nós dois
estarmos lá, seria uma intrusão na sua família.

Ele estreita os olhos para os meus protestos. —Emme, eu presumi que ele
viria com você, é claro, mas eu deveria ter esclarecido isso. Mamãe pediu que
vocês dois se juntassem a nós. Eu não quero que ele fique sozinho em um feriado,
e eu também quero conhecê-lo melhor. Mas só se ele quiser vir, é claro. —Ele faz
uma pausa, e ele agora está franzindo a testa. —E você não é uma intrusa, então,
pare de falar assim. Você é minha namorada. Embora essa palavra não pareça
realmente abranger a profundidade do que eu sinto por você.

Está ficando quente aqui, e não é apenas pelo ar-condicionado do carro.


Eu ruborizo e tiro meu casaco, depois pego sua mão novamente. —Nós devemos
encontrar uma nova palavra então. —Minhas palavras saem sussurradas. É cada
vez mais difícil falar. Sua língua está deslizando pelos meus dedos, na costura
entre eles, e eu posso sentir minha calcinha ficar molhada. Essa língua é a coisa
mais perversa já criada na face da Terra.

Ele bloqueia os olhos nos meus, o cenho franzido se foi agora, e seus olhos
perfuram meu peito. —Você é o meu amor.

A afirmação é tão simples, tão imprevisível e honesta, que eu sinto meu


peito apertar em resposta. —Eu te amo, Dane. Muito. Você tem meu coração.
Você tem tudo.

Dane elimina o espaço entre nós até que haja apenas uma escassa
respiração separando nossas bocas. —Eu também amo você, Emme. Obrigado
por me trazer de volta à vida. —Então sua boca está na minha e estamos nos
devorando.

Nós nos beijamos como se estivéssemos em chamas, nossa paixão


queimando em um incêndio profundo. Minha pele, meus ossos, meu corpo dói
por ele. Eu sinto meus mamilos endurecem dolorosamente quando pressionam
minha camisa fina. Apesar do suporte de copo entre nossos assentos, de alguma

193
forma conseguimos nos aproximar, os dedos entrelaçados nos cabelos um do
outro.

Preciso desse homem como nada que já precisei antes.

Depois de um minuto, Dane se afasta com pesar em seus olhos,


misturados a excitação. —Eu não quero ser preso por exposição indecente no
estacionamento. Nós devemos sair.

—Eu suponho que você esteja certo. —Suspiro e arrumo minha roupa,
passando meus dedos pelo meu cabelo bagunçado. Tenho certeza de que pareço
que acabei de ser completamente devorada. Com certeza, sinto-me assim. E eu
amo isso.

Nós vamos para o meu apartamento, nossos dedos ainda estão


conectados. Eu anseio esses toques simples tanto quanto eu desejo nosso sexo
aquecido. O carro vai muito rápido, e logo entramos no estacionamento do nosso
prédio.

Ainda estou excitada, meu interior pulsando com a necessidade.

—Então, meu irmão está em sua reunião de terapia de grupo, e não vai
estar em casa por mais uma hora. —Digo com um tom rouco. Corro os dedos pelo
peito dele, até seu pênis duro, que se contrai ao meu toque.

—Tem certeza? —Ele sorri para mim, e seus lábios se separam. Seu olhar
cai na minha boca. —Uma hora inteira. Como você vai passar o tempo?

—Eu tenho uma ou duas ideias. —Enrolo minha mão em sua dureza
através do tecido de sua calça, e ele geme. —Você quer subir?

—Não há nada que eu queria mais do que isso agora.

Nós nos arrumamos para sair do carro. Seu corpo está duro contra as
minhas costas enquanto eu coloco a chave na porta, depois abro.

—Olá? —Eu digo, só no caso de Robert estar em casa. Mas o lugar todo
está escuro, e a porta do quarto está bem aberta. Estamos sozinhos.

Dane me gira e devora minha boca em um beijo abrasador e possessivo


que me deixa atordoada. Eu aperto seus ombros. —Quarto, agora. —Ele rosnou

194
quando arrancou a boca da minha. —Se eu não provar essa boceta molhada em
breve, vou explodir.

Assinto e pego sua mão, levando-o para o meu quarto. Ele já esteve no
meu apartamento algumas vezes, mas desde que meu irmão tem estado em casa
o tempo todo, não fizemos sexo aqui.

Eu fecho a porta do quarto atrás de nós e vou para a cama.

—Ligue a lâmpada. —Dane parece tão mandão agora que está deixando
minha calcinha encharcada. —Eu quero ver seu rosto enquanto como você.

Minha pele explode em arrepios. Eu obedeço.

Ele tira sua camisa e calça, e eu faço o mesmo. Logo estamos despidos e
pressionados um contra o outro mais uma vez, deitados em cima da minha cama,
nossos membros emaranhados, nossas mãos em todos os lugares. Meu coração
pode explodir com todas as coisas que estou sentindo - a excitação e o amor
estão se misturando, fazendo com que cada roçar de sua boca na minha pele
pareça dez vezes mais forte.

—Eu odeio tê-la machucado antes. —Ele diz enquanto sua língua vai para
o meu mamilo. Ele suga, e isso vai direito para o meu clitóris. Eu gemo. —Nunca
mais te machucarei querida.

Arqueio contra sua boca. Seus dedos se aproximam para acariciar o ápice
das minhas coxas, e meu êxtase aumenta. —Eu sei. —Digo a ele sem fôlego. —E
eu também não vou machucá-lo.

Meu coração está tão indefeso quanto o dele, mas o fato de que
confiamos um no outro tão fortemente é maravilhoso.

Ele olha para cima, então, um sorriso perverso surge em seu rosto. Eu
vibro em resposta. —Então, você escreveu algo novo sobre mim? Onde você o
guarda? Posso ler as novas menções?

Eu luto para manter meu rosto sério. Porra, esse homem é meu. No
entanto, posso dizer que ele está me provocando. —Eu acho que estamos um
pouco ocupados agora, não é?

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—Eu só quero ver se você tem boas ideias, que podemos experimentar. —
Ele se move para baixo até que sua boca esteja pairando sobre meu clitóris. Toda
minha boceta pulsa em resposta à sua proximidade. —Você encontra as fantasias
mais criativas.

—Bem, eu tenho uma que eu gostaria de tentar que eu nunca


experimentei antes. —Admito. Meu rosto queima, e eu tento não me contorcer.
Eu mudo até que meu torso esteja de frente para o criado mudo, e tiro a garrafa
de lubrificante, colocando-a na cama ao nosso lado.

Ele continua imóvel, olhando a garrafa. —Você tem toda minha atenção.
—Eu posso sentir seu pau pulsar contra minha perna. Sim, eu certamente posso.

E a compreensão me deixa inebriada, faminta. Hora de ser corajosa e


dizer-lhe o que eu quero. —Eu... Nunca tive sexo anal antes. —Minhas bochechas
queimam, mas eu continuo olhando para ele, e vejo o momento em que seus
olhos escurecem com uma onda de desejo por mim. Meu coração está correndo
em expectativa. —Eu quero tentar com você, porque eu estava com medo demais
para tentar com qualquer outra pessoa. Mas eu sei que você me fará sentir bem.

Ele está de volta em cima de mim tão rápido que quase faz minha cabeça
girar. A intensidade com que ele está olhando para mim é inebriante. —Essa é a
coisa mais quente que eu já ouvi. Estou ansioso para fazer você gozar desse jeito,
Emme. —Ele esguicha uma quantidade de lubrificante em sua mão e depois a
deixa cair entre as minhas coxas. Um dedo acaricia a abertura da minha bunda.
Ele gira o dedo lá embaixo, e eu suspiro e espalho mais minhas coxas.

Sua boca se agarra no meu seio, puxando o mamilo, mordendo. As


sensações, combinadas com ele tocando minha bunda, me deixam atordoada.
Um dedo empurra e eu congelo então me forço a relaxar.

—Isso é bom, querida. —Ele diz com um tom calmante. —Não lute contra
isso. Deixe-me fazer você se sentir bem. Não tencione. —Ele volta para seus
cuidados lá embaixo, e quando seu dedo começa a entrar e sair da minha bunda,
a tensão aumenta rapidamente. É tão apertado, tão estranho, mas ele está
atingindo os nervos que me fazem gritar de prazer.

196
Outro dedo empurra. A queimadura dói um pouco, mas também me faz
ansiar. Estou tão molhada que posso sentir a excitação da minha boceta pingando
na mão dele. Ele move a boca para o meu outro seio, mordendo, sugando e me
lambendo até eu me contorcer. Seus dedos lentamente me esticam mais, me
preparando para receber seu pau, e eu suspiro enquanto ele começa a mover os
dedos dentro da minha bunda.

—Merda. —Digo minha cabeça caindo para trás, meu corpo arqueando. —
Isso... Sim...

—Eu vou foder a sua bunda, Emme, e eu quero que você goze para mim.
—As palavras sujas põem minhas terminações nervosas em chamas.

Não posso fazer mais do que assentir. Ele remove seus dedos o suficiente
para tirar um preservativo do bolso, abri-lo e rolá-lo. Então ele está de volta em
cima de mim.

Sua boca roça contra a minha. Ele lambe meu lábio inferior. —Fique
relaxada. Eu vou devagar para que não lhe assuste. Não fique tensa. Eu não quero
te machucar.

Passo a ponta da minha língua ao longo do seu lábio, e quando ele abre a
boca eu sugo sua língua. Ele dá um gemido estrangulado. Eu recuo. —Eu gosto de
um pouco de dor.

—Você ainda vai me matar! —Ele diz, com anseio em sua voz. Então ele
cobre seu pau com lubrificante e esfrega mais ao longo da minha bunda. Quando
ele pressiona a entrada, meu instinto é congelar.

Uma de suas mãos se abaixa para massagear meu peito, sua boca no meu
pescoço, meu ombro, e eu fecho meus olhos e relaxo meus músculos, um a um. A
ponta do seu pau empurra em mim, e dói, mas não tanto quanto eu estava com
medo. Eu cedo à dor, deixo que venha sobre mim, preencha-me. Minha
respiração é superficial, meu clitóris tão duro e latejante que parece que vai
explodir.

—Você é tão inacreditável aqui. —Ele diz contra minha pele. —É incrível.
Você é incrível. —A admiração e reverência em sua voz faz meu coração apertar.

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Eu esfrego suas costas com os dedos trêmulos, e mudo minha pélvis para
inclinar em direção a ele. —Foda-me, Dane.

Minhas palavras desencadearam alguma coisa nele. Seu corpo estremece,


e ele empurra mais fundo em mim, esticando, empurrando e queimando minha
bunda. Oh, Deus, sim. Minhas pernas tremem, e eu as aperto nos seus lados.

—Fooooooda. —Ele geme. —Eu vou gozar muito rápido porque isso está
tão bom.

Eu abaixo minha mão e acaricio meu clitóris. Eu me sinto cheia, e quando


ele se move para dentro e para fora, um monte de nervos que eu nunca estimulei
antes reagem à sensação. Eu sinto meu orgasmo vir correndo para frente.

Mais algumas bombadas e eu explodo. —Sim, sim! —Grito, uma das mãos
em meu clitóris, a outra agarrando o pescoço dele.

—Oh, merda, Deus, sim! —Ele ruge, endurece, então empurra de volta no
meu traseiro, dentro de mim, até suas bolas. Ele parece gozar para sempre, e
quando ele finalmente termina, ele sacode e cai sobre mim, ofegante.

Envolvo meus braços ao redor dele, e flutuamos para a Terra novamente.


Estou meio tonta porque eu gozei muito forte. Quando ele olha para mim, seu
cabelo bagunçado, seu sorriso torto, eu sinto meu coração tropeçar.

Dane é cuidadoso quando se afasta de mim, e eu sinto uma dor maçante


lá embaixo. Ele vai ao banheiro, molha uma toalha e me limpa com um toque
suave. —Você está bem? —Ele pergunta.

Eu aceno e escovo meus dedos em sua testa.

Então ele se deita ao meu lado e me envolve em seus braços. Minha


respiração ainda está um pouco irregular, e meu coração está batendo
loucamente, e sinto-me como se tivesse acabado de correr uma maratona.

Depois de alguns minutos, nossos corpos relaxam se fundem um contra o


outro. Parece que fomos feitos um para o outro, duas peças de quebra-cabeça
que se encaixam.

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—Eu te amo, Emme. —Ele me diz. Ele parece cansado, saciado,
exatamente como eu me sinto também. Mas não muito cansado para o meu
coração saltar ao ouvi-lo dizer como ele se sente. Isso nunca envelhecerá. —Difícil
de acreditar que tudo isso aconteceu por eu ler o seu diário. —Ele continua.

Dou uma risadinha. —Sim, e espero que você tenha aprendido sua lição
sobre ler coisas privadas de outras pessoas. Agora você está preso a mim.

Ele me puxa para mais perto até que nossos corpos sejam um. Sua boca
roça a minha, e seus olhos estão cheios de amor. —Eu não iria querer de outra
maneira.

FIM

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