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RHEALEZA
presents
Staff
Tradução: Himerus
Revisão Inicial: Hera/Diana
Revisão Final: Luma
Leitura Final: Aurora
Formatação: Cibele
Rhealeza Traduções
08/2017
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BOSS ME
Eva Grayson
SINOPSE
Admita.
Manteve um diário.
Dizendo toda a verdade sobre alguém, e até planejando como seria se essa
pessoa quisesse você também.
A única diferença é que minha paixão secreta é meu chefe. Meu sombrio,
ardente, dominador, e totalmente fora do limite. E agora ele encontrou o meu
diário. O livro secreto onde escrevi todos os pensamentos sórdidos que já tive
sobre ele.
Toda fantasia sexual indecente que eu já tive. E acontece que ser mau nunca foi
tão bom.
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CAPÍTULO 1
Emme
Eu mordisco a minha caneta e dou outra olhada furtiva para a porta onde
Dane Rossi está, provavelmente, escondido atrás de sua mesa de mogno maciça,
examinando uma pilha de papéis. Meu chefe é um perfeccionista, com um terno
cinza imaculado e cabelo castanho de corte baixo, sorriso acolhedor e reluzente
para os clientes, é claro, fabricado, mas bastante crível para aqueles que não
sabem como eu, que é tudo apenas uma máscara.
Algo sobre essa elegância fria, disfarçando algo que eu suspeito ser mais
profundo, algo que imagino que poucas pessoas chegam a ver só me faz querê-lo
ainda mais.
As luzes foram desligadas uma hora atrás, desde que a última pessoa no
edifício saiu, exceto Dane e, consequentemente, por extensão, euzinha - sua
assistente pessoal. Então, eu estou sentada na minha mesa do lado de fora do
escritório de Dane, às oito horas, em uma noite de quarta-feira, sem uma vida
social real, trabalhando com uma única lâmpada.
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silêncio aqui é ensurdecedor, tão diferente de como é durante o dia. Não há
nenhum pio atrás da porta. Ele saiu escondido sem que eu soubesse?
Provavelmente não, uma vez que ainda há um brilho suave vindo da fresta
debaixo de sua porta.
Meus dedos coçam para alcançar a minha bolsa, para pegar o meu diário e
derramar todos os meus pensamentos sobre este dia. Não, não aqui, eu digo a
mim mesma. É perigoso o suficiente que eu o carregue comigo. Mas desde
criança, o diário tem sido a minha forma de aliviar o stress, resolver os meus
problemas e purificar os meus segredos. Além disso, é muito mais barato do que
terapia. E há momentos em que não posso esperar até chegar a casa à noite para
expor minha alma a alguém, algo, qualquer coisa.
Depois de mais dez minutos terem passado, com as palavras no livro ainda
borrando diante dos meus olhos, eu cedo e pego o meu diário. Eu abro o diário
em uma nova página, e escrevo a data no topo.
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De qualquer forma, quando cheguei ao trabalho e entrei em nossa
reunião diária para tomar notas, Dane ficou chateado com Carl, que não havia
completado a pesquisa de cor com um de nossos novos clientes, uma grande
corporação que nós recentemente conseguimos obter de uma enorme firma de
design - Uma enorme conquista da nossa parte. Carl é preguiçoso, e ele teria sua
bunda totalmente chutada. Eu não posso contar o número de vezes que esse
careca tentou esfregar seu trabalho na minha cara, agindo como se ele estivesse
me fazendo um favor, dando-me a “experiência real de negócios”. Muito
obrigada, idiota. Eu posso não ter sua idade, e não, eu não terminei a minha
faculdade ainda, mas eu não sou uma idiota. Eu odeio que ele me trate como
uma. Como se eu fosse uma escrava para fazer toda a merda que ele pensa estar
abaixo dele.
De qualquer forma, quando Carl admitiu gaguejando que ainda não havia
feito seu trabalho, a voz de Dane saiu como um rosnado baixo, quase inaudível. Eu
podia ver um lento latejar no pulso na lateral do pescoço dele. Seus olhos
fecharam por penas uma fração de segundos, e as narinas dele dilataram. Mas ele
não gritou com Carl, nem uma vez.
Eu não sei por que ele me deixa tão excitada quando está chateado assim.
Talvez seja porque há uma faísca de realidade em seus olhos sempre que ele fica
assim, não apenas aquela pessoa formal e impessoal que ele impõe ao nosso
redor, no escritório. Mas eu imagino o que sentiria se Dane descarregasse além do
ponto de ebulição e, em seguida, eliminasse toda sua frustração, batendo-me
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contra a parede da sala de reuniões e me fodendo. Golpeando-me repetidas vezes
até que eu estivesse dolorida e completamente satisfeita, implorando-lhe para
parar, mas realmente não querendo isso, é claro.
Porque se ele alguma vez me olhasse com algo mais do que cortesia
profissional, se ele alguma vez colocasse as mãos no meu corpo, eu nunca pediria
que ele parasse.
Esse desejo por Dane está ficando fora de controle. Eu não posso acreditar
nos sentimentos que ele tira de mim. Nenhum homem jamais me fez sofrer e
ansiar assim, como se meu corpo fosse fogo e gelo ao mesmo tempo. Apenas
estar em uma sala com ele me faz latejar por todos os lados, me faz sentir febril.
Eu tento muito manter a calma, a compostura em torno dele, assim, ele nunca
adivinhará o que eu estou pensando.
E mesmo que acontecesse dele me ver como mais do que uma simples
garota, ele é meu chefe. Nada pode acontecer conosco, então, eu acho que é bom
que ele nunca me note. Mas isso não me impede de querer como se fosse o ar
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para respirar. Isso não vai me impedir de escrever todas essas fantasias, mesmo
que seja para purificá-las de mim. Talvez algum dia eu possa expuls...
Essa era uma das regras claras quando eu fui contratada - Dane não vai
me dar nenhum minuto a mais de trabalho do que ele já dá, mas se ele estiver
aqui e eu não estiver no campus, então fico aqui também, uma vez que ele
depende imensamente da minha ajuda para ter sua vastidão de tarefas feitas. Na
maioria das vezes não ficamos até muito tarde, mas há noites ocasionais, que ele
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me mantém queimando vela 1 até meia-noite. É assim que é quando seu chefe é o
dono da empresa.
Talvez eu possa me aproximar de Dane apenas uma vez, e pedir para sair
mais cedo, com a promessa de não fazer disso um hábito. Eu tenho sido boa com
os seus desejos até agora. Eu posso ouvir um tom baixo na voz de Robert que faz
meu estômago revirar. Ele tem estado tão alegre ultimamente, mais parecido
com o seu antigo eu. Eu não quero que ele afunde naquela escuridão. Levou
semanas para tirá-lo da última vez.
Eu forço meu tom a soar otimista. —Ei, vou levar comida para casa. O que
você quer?
1 Expressão antiga usada quando não havia luz elétrica. As pessoas ficavam até tarde queimando vela.
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Sua voz assume um tom mais leve, embora com um pouco de má
vontade. —Bem, sim, eu me lembrei de gravar o programa para você. Parece uma
boa esta noite.
Isso gera uma risada, que alivia parte daquela persistente tensão no meu
peito. —Acho que tenho que defender o meu título. Bem. Estamos combinados.
Recolho minhas coisas, pego meu casaco, e bato na porta de Dane com
minha desculpa na ponta da língua.
Ele já saiu? A luz ainda está acesa, mas talvez ele tenha esquecido se de
desligá-la. Ou talvez ele saiu quando eu estava no banheiro.
Dane costuma me dizer adeus quando sai, mas é possível que nossos
caminhos não se cruzem. Talvez ele já tenha ido embora, e eu posso ir também.
Antes que eu pense muito nisso, vou para os elevadores e aperto o botão,
deslizando no meu casaco. Depois de um momento as portas se abrem e eu
entro, enrolando meu cachecol em volta do meu pescoço.
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apenas dizer-lhe que pensei que ele já tivesse ido, desde que eu bati à sua porta e
ele não respondeu. Que ele discuta comigo sobre isso. Eu ignoro o redemoinho
em meu estômago e digo que tudo vai ficar bem. Ele é um homem razoável, e eu
não tinha nada para fazer, de qualquer maneira. Por que ele iria querer me pagar
para ficar à toa?
*****
—Não se atreva a estragar isso para mim. —Eu digo com os olhos
entrecerrados e consternação fingida, dando uma enorme mordida na pizza de
queijo. —Você é muito ruim para isso. — Ainda assim, estou feliz por ver que seu
mau humor não durou muito, e parece estar diminuindo rapidamente. Talvez
tenha sido apenas uma aparição ligeira e temporária. Isso faz eu me sentir melhor
por seguir meu instinto e voltar para casa.
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cedo, e vou compensar a qualquer momento se ele achar que preciso, em
seguida, assino e envio.
—Está tudo bem. —Ele diz com um gemido enquanto esfrega a carne
nodosa e cicatrizada. —Tomei um ibuprofeno antes de chegar em casa. Basta um
pouco mais de tempo para melhorar.
Pego minha bolsa ao lado da poltrona para tirar uma caneta e papel.
Então eu paro, a mão congelada no meio da bolsa.
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Minha garganta fecha.
Sim, eu deixei.
Merda. Merda.
Talvez Dane não o encontre. Ou se ele fizer talvez ele seja um cavalheiro e
não olhe. Certamente ele respeitaria minha privacidade, não é?
Além disso, ainda há a chance de que ele tenha ido antes de mim, e se eu
chegar amanhã cedo o suficiente posso recuperar meu diário antes que alguém
saiba sobre a sua existência.
Parte de mim está tentada a dirigir todo o caminho de volta apenas para
buscá-lo, mas eu me convenço a ficar. Já passa das nove horas da noite. Não há
nenhuma maneira de ele ainda estar no escritório; desde que eu comecei a
trabalhar para ele, nunca estivemos até tão tarde, já que ele muitas vezes opta
por levar o trabalho para casa com ele e terminar lá. Estou sendo paranoica. Além
disso, o meu crachá não vai funcionar para entrar depois das seis horas da tarde,
então, de qualquer maneira, eu não posso esgueirar-me.
O dado foi lançado, e eu só tenho que esperar que tudo esteja seguro.
Naquela noite na cama, fiquei acordada por horas, até que a sedutora
atração do sono finalmente me puxasse. A última coisa que vi foi o rosto de Dane.
Nojo e decepção estampavam profundamente em seus olhos pelo que ele leu em
meu diário, antes que ele me demitisse do trabalho.
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Capítulo 2
Dane
—Emme. —Eu grito enquanto carrego uma caneca cheia de café, virando
a esquina para voltar para meu escritório. —Você vai trazer as especificações para
a remodelação Sanderson? —Eu pisco quando vejo que sua mesa está vazia.
Meus sapatos soam através do piso quando paro em frente de sua mesa
arrumada. A lâmpada ainda está acesa, e há um livro de couro vermelho
encadernado por sobre uma pilha de papéis. Empurro-o de lado e vejo a papelada
de Sanderson bem no topo. Abaixo minha caneca de café para que eu possa
pegar os papéis.
Meus olhos se voltam para aquele livro vermelho. O que é isso? Ela
deixou alguns de seus trabalhos de casa para trás? Abro-o em uma página
aleatória.
Entrou ontem vestindo uma calça preta que moldava a sua bunda... E seu
enorme pacote. Eu não conseguia parar de olhar para ele. Pensei que ele me
pegou olhando para sua virilha na parte da tarde quando ele se levantou de sua
mesa, mas eu acho que ele não notou. Por pouco, ufa!
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choque dessa realização faz meu próprio pau contorcer, enquanto meu estômago
sente uma fisgada.
Além disso, ela o deixou em sua mesa, onde qualquer um poderia pegá-lo
e olhar. Quem é o cara de quem ela está falando? Alguém na faculdade? Poderia
muito bem ser, ou um colega de trabalho aqui.
Eu consigo me concentrar no meu trabalho por mais uma meia hora, mas
o diário vermelho continua atraindo minha atenção. Todos os seus segredos, bem
ali, ao meu dispor.
O que eu sei sobre Emme, além de ser uma trabalhadora dedicada? Ela
está cursando pós-graduação em administração de empresas, depois de obter um
Bacharelado em design de interiores. Ela é pequena e curvilínea, com cabelos
castanhos bagunçados que nunca parecem ficar arrumados. Seus lábios curvam-
se em um dos cantos de sua boca, e ela tem covinhas profundas. Ela é quieta, mas
seus olhos transmitem consideração, e eu posso dizer que ela é uma boa
aprendiz.
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E ela derramou suas entranhas em um diário que eu não consigo me
impedir de me aproximar para pegar.
Meia hora mais tarde meu pau está tão duro, que está gritando para ser
liberado de minha calça. O sangue está rugindo em minhas veias, e meu coração
não para de correr. Puta merda, a safadeza que Emme escreveu sobre mim...
Quem imaginaria? Quem imaginaria que aquela garota tranquila tem fantasias
tão intensas?
Mas não Emme. Ela derrama seu coração nas páginas, sem medos, sem
vergonha. Apenas emoção crua, ali mesmo nas suaves curvas de sua escrita.
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sexuais com seu chefe. Ela não arriscaria seu trabalho desta maneira - eu sei que
não.
Sim, eu realmente não devia ter olhado, não deveria ter invadido sua
privacidade assim. Inferno, eu nunca sequer me permiti pensar nela assim -
como... Uma mulher de carne e osso. Não apenas uma funcionária. O escritório
não é um lugar para brincar; onde se ganha o pão não se come a carne. Depois de
crescer vendo o meu pai afundar o seu pau em mais secretárias do que eu
poderia contar, eu cravei esse lema no coração.
Meu olhar vai para uma escrita recente enquanto eu o releio, deixando as
palavras afundarem.
A coisa é... Isso não é apenas físico. Quero dizer, não me interprete mal.
Ele é tão gostoso. Mas ele é muito inteligente também, e eu acho isso tão sexy
quanto sua aparência. Ele é culto e interessante, além disso, ele tem um senso
intuitivo de design que é impecável. Todo mundo quer ser o centro de sua
atenção, o objeto de seu louvor. Quem pode culpá-los? Quando esses olhos se
concentram em você, você é engolido inteiro pela sua intensidade e inteligência.
O que eu não daria para que sua atenção voltasse para mim, apenas uma
vez. Para ele me dizer naquela voz baixa e sensual todas as coisas perversas que
ele faria comigo. De vê-lo, eu posso dizer muito sobre ele, como ele é completo em
tudo o que ele faz. Aposto que ele é assim como amante. Metódico. Intenso.
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Eu aposto que ele me faria sentir como a mulher que eu sou no interior,
não aquela que todo mundo vê do lado de fora.
Nenhum homem realmente tomou tempo para dar-lhe o que ela precisa?
Que vergonha! Um crime, realmente.
Eu poderia ser um bastardo intrometido por ler este diário, mas eu sou
um bom amante, e sabendo que posso dar a Emme o que ela quer e precisa -
talvez até mais do que ela esperava, toca algo profundamente dentro do meu
peito.
—Não. —Eu digo em voz baixa, fechando o diário. De jeito nenhum. Não
vou fazer sexo com ela. É pouco profissional. É antiético. Sou o chefe dela, porra.
Eu não posso tirar proveito dela assim. Ela sabe disso, e eu sei disso. Inferno, ela
não espera que isso aconteça, e com toda a razão.
É esta a luta que meu pai enfrentou? Pela primeira vez em toda a minha
vida, uma parte de mim o vê com uma luz um pouco menos desdenhosa,
perguntando-me se talvez tenhamos mais em comum do que eu pensava.
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Eu tomo um grande gole de café enquanto meu cérebro guerreia consigo
mesmo sobre como lidar com a situação. Meu e-mail apita e, falando do diabo, há
um e-mail de desculpas de Emme, explicando que ela teve de sair mais cedo
devido a uma situação familiar. Nenhuma menção do diário, nem sequer uma
dica, o que me faz acreditar que, deixar o diário, foi acidental.
*****
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Uísque não ajuda. Nenhum pouco.
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Oh, as coisas que eu poderia fazer com aquela boca...
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Capítulo 3
Emme
Minha mão treme tão forte, que leva três tentativas para conseguir que o
meu crachá passe no leitor. Como meu acesso não me permitia entrar antes das
seis da manhã, tive que esperar para entrar. Dormi muito mal na noite passada e,
finalmente, me levantei pouco antes das quatro, desistindo da luta. As duas
últimas horas, basicamente, eu olhei para o relógio, torcendo para a hora passar
mais rápido. Sim, isso não é nervosismo ou nada.
Eu quase caio de alívio. Está aqui. Está tudo bem. Os nervos que estavam
me comendo viva desaparecem, e todos os nós em minhas costas afrouxam. Meu
segredo ainda está seguro.
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Meu rosto explode em chamas de culpa. Não, ele pode não ter lido
minhas palavras, mas eu sei o que eu escrevi, e eu sei a maneira como meu corpo
vibra quando eu olho para ele.
Ele me lança o mais breve dos olhares. —Bom dia, Emme. —Nada em seu
rosto ou em sua linguagem corporal indica qualquer estranheza. Ok, ele parece
um pouco mais reservado do que o habitual, mas muitas vezes é assim na manhã,
quando ele está com pressa para começar seu dia. Também poderia ser uma
pitada de irritação residual por eu ter saído ontem à noite, mesmo que ele
dissesse que estava bem.
Dane vai direto para o escritório dele sem olhar para trás, para mim, e a
porta se fecha atrás dele.
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café e doces, creme e açúcar, guardanapos de papel e xícaras. Dane não é chato,
mas ele é muito rigoroso sobre a preparação.
E eu gosto de agradá-lo.
Uma vez que tudo está pronto, me instalo no meu assento do outro lado
da sala, e silenciosamente espero que as pessoas cheguem.
O fluxo vem lentamente. Lauren, uma das desenhistas mais jovens, entra
na sala, seu cabelo vermelho impetuoso torcido em um nó bonito na parte de trás
de sua cabeça, enquanto sua saia balança a cada passo. Ela está falando rápido
com Carl, sua mão livre acenando no ar, e sentaram-se na frente da sala.
A única vez que eu falei alguns meses atrás, Carl me puxou de lado depois
da reunião, e sugeriu em seu tom condescendente habitual, que eu ficasse no que
eu sou boa, que é buscar café e tomar notas. Isso me deixou louca por uns dias.
Mas isso me calou, me lembrando de que eu tenho que ganhar respeito.
O olhar de Carl se voltou para a mesa de café, então de volta para mim
com desapontamento. —Não há donuts hoje? — É claro que a falta de donuts o
deixou para baixo e, portanto, por extensão, a mim. Estou chocada.
Uma resposta sarcástica sobre isso está na ponta da minha língua, mas eu
engulo de volta, me forçando a oferecer um sorriso. —Não. Mas podemos
conseguir mais tarde esta semana, se quiser.
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Ele entendeu metade da minha resposta para ele, voltando sua atenção
para o pacote de notas na frente dele. Tanto faz. Toda empresa tem um idiota
como ele, então, é melhor eu me acostumar a lidar com ele. Ele sabendo ou não,
ele está me oferecendo valiosa experiência de vida.
Dane entra, e meu coração salta. Eu volto a minha atenção para o meu
iPad e abro o programa de notas.
—Bom dia, á todos. —Dane diz com aquela voz suave. —Vamos começar
a reunião discutindo o progresso em nossas contas correntes.
O jeito que ele está me olhando, como se eu fosse a única pessoa na sala,
e ele pudesse ver através de mim, em minha alma, suga o ar de meus pulmões.
Aqueles olhos castanhos como chocolate estão trancados nos meus com um olhar
de conhecimento. Agora não consigo desviar meu próprio olhar, mesmo que meu
pulso esteja rugindo em minha cabeça e minhas mãos apertem
involuntariamente.
Está bem ali no rosto, nos olhos, na pressão dos lábios e na tensão da
mandíbula. Ele leu meu diário. Ele viu meus segredos mais profundos e íntimos, e
ele está me deixando saber. E não apenas os segredos sobre ele, mas sobre o
acidente do meu irmão também, sobre a minha persistente tristeza sobre a morte
da minha mãe. A solidão. A culpa, raiva e frustração que eu sinto sobre o fardo de
ser a responsável por Robert. Todo meu coração, escancarado e colocado nas
páginas.
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Tudo lá para ele ver.
Julgar.
Minha garganta aperta tanto que dói engolir. Abaixo meu olhar de volta
para a mesa e luto para escutar a batida dolorosa do meu coração, que está
bombeando sangue para cada extremidade em uma corrida louca. Meus dedos
tremem enquanto eu digito.
—Isso é tudo, então podemos passar para os novos negócios. —Dane está
dizendo, tirando-me do ciclo de medo na minha cabeça. Nada em sua voz indica
que aquele momento aconteceu entre nós, algo que eu estou grata e também
frustrada, para ser honesta. Eu sou claramente a única pessoa abalada com isso.
Mas isso é bom, não é? Isso significa que ele não está tão horrorizado com o que
ele leu que ele não possa manter sua fria fachada.
Significa também que ele não sente nada por mim, do jeito que eu sinto
por ele.
Estou tão confusa que nem sei como lidar com tudo isso.
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fazendo o que eu tão desesperadamente quero fazer - correr para fora do edifício
e nunca mais olhar para trás.
Se ele leu o meu diário ou não, eu preciso manter a pose, tal como ele
parece estar fazendo.
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Todo mundo ao meu redor levanta, algumas mãos estendendo para pegar
os doces restantes. Eu mantenho a minha atenção com cuidado no iPad, fingindo
que estou resolvendo a fome no mundo ou algo que exija cada grama do meu
foco. Estou orgulhosa de como minha respiração está firme.
—Emme. —Eu ouço sua voz dizer, e a maneira que ele diz meu nome
enviam arrepios pela minha pele. Deus é vergonhoso. Eu odeio que mesmo
sabendo que ele sabe, eu não posso parar a minha reação física ao homem. Ouço
a porta fechar e arrisco um olhar para cima.
Ele está parado na porta, olhando para mim. Não consigo ler a expressão
em seu rosto. A parede profissional erguida em torno dele.
O olhar que ele me deu durante a reunião não era a minha imaginação.
Oh meu deus!
Eu forço meu olhar a ficar no seu e engulo, meu rosto está tão quente
que eu tenho certeza que ele pode ver a vermelhidão em minhas bochechas,
limpo minha garganta. —Peço desculpas, Dane. Eu nunca quis que você ou
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qualquer outra pessoa lesse o que tem lá dentro. —Custa-me cada gota de
energia em meus ossos fazer as palavras seguintes saírem de minha língua. —Não
foi profissional deixá-lo em minha mesa.
Dane só olha para mim por um longo tempo, então dá passos largos em
minha direção. Eu fico congelada no lugar, incapaz de me mover. Quando ele está
apenas a alguns centímetros de mim, ele olha nos meus olhos. Seu cheiro enche
minhas narinas, e sinto o calor irradiar de sua pele. Suas sobrancelhas franzidas;
posso ver que ele quer dizer alguma coisa.
Não posso me desculpar se não sinto que essas emoções estão erradas,
exceto na medida em que ele se sentiu desconfortável ao vê-las. Então,
novamente, ele foi o único que mexeu em minha propriedade particular.
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trás. Sua voz é muito mais uniforme quando ele continua: — Não há necessidade
de você se demitir, Emme. Nós dois somos adultos aqui.
Eu só espero que eu possa fingir que tudo está bem, e que o enorme peso
no meu peito não me faça querer sair.
Ainda estou parcialmente em estado de choque. Ele admitiu que leu meu
diário, cheio de páginas com detalhes íntimos e atos sexuais envolvendo-o,
considerados pornográficos na melhor das hipóteses.
Não, ele não parece horrorizado ou chateado com o que ele leu. Mas ele
nunca vai esquecer o que viu nessas páginas - ou olhar para mim como antes. Isso
vai mudar nosso relacionamento.
Não acho que eu possa me torturar com isso por muito mais tempo, não
importa minhas responsabilidades. Algumas coisas são demais, muito dolorosas
para atravessar. A única maneira que eu vou conseguir lidar com Dane, é
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seguindo em frente. De alguma forma, tenho que reunir minha força e coragem
para me afastar do homem que eu quero mais do que qualquer outra pessoa na
minha vida. Mas que escolha tenho? Eu não vou implorar para ele me querer
também.
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Capítulo 4
Dane
—Isso está muito cozido. —Jennifer diz com uma ondulação no lábio
superior, enquanto espeta o bife com o garfo. —Eu disse claramente malpassado,
e eles me deram passado, talvez até muito passado. Além disso, minha taça de
merlot não foi decantada o suficiente. Eu nunca tive um serviço tão ruim aqui
antes.
Algo sobre o lamento anasalado em sua voz soa como pregos em meus
ouvidos. Normalmente Jennifer não me incomoda nem me irrita. Sim, ela não é o
amor da minha vida ou qualquer outra coisa, mas ela é uma ótima acompanhante
em eventos sociais. Ela é experiente em política mundial, tem várias graduações,
e grandes pernas para agarrar.
Ela parece boa no papel, claro. Namorar com ela foi fácil, sem
complicações.
—Você está me ouvindo? —Ela diz enquanto acena com a mão em minha
direção. —Olá, terra para Dane.
Volto minha atenção ao seu rosto. É bonito, mas sem graça. Seu cabelo
louro está enrolado em um coque suave, e seu vestido sem mangas é rosa pálido.
Ela é adorável, e mais de um homem no lugar tem dado olhares para ela desde
que chegamos. —Desculpa. Dia difícil no trabalho. Estou um pouco cansado. —
Digo como uma desculpa.
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Eu acho que meu pau não voltou ao normal desde que eu li o diário de
Emme. Vê-la esta manhã, o medo vulnerável em seus olhos enquanto ela
corajosamente estava lá na minha frente, sabendo que ela tinha sido pega... Era
tão difícil lutar contra o desejo de provar sua boca, porra.
Jennifer me dá um sorriso que era para ser simpático, mas que não atinge
seus olhos. —Sim, você parece meio distante hoje, não como você é. —Ela olha
por sobre meu ombro e acena, e nossa garçonete aparece. —Desculpe-me, mas
meu bife está bem passado. Eu gostaria que ele estivesse malpassado, como eu
pedi.
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Minha mente se volta para os cachos de Emme, o quanto eu queria tocá-
los, cheirá-los. Isso faz meu coração acelerar.
Talvez isso seja parte do que está me fazendo sentir assim agora. A
certeza de que qualquer coisa física que poderia acontecer entre nós, não teria
faíscas genuínas. Jennifer é muito polida, muito perfeita; não há nada cru sobre
ela. Nada que me faça ansiar para mergulhar nela – física e emocionalmente.
—Talvez depois disso, você possa vir para o meu apartamento para um
drinque? —Ela me pergunta com um sorriso tímido, colocando seu garfo e faca
para baixo em seu prato, para sinalizar que ela está satisfeita. Com certeza,
metade da comida ainda está lá. Ela não é nada além de previsível.
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Há quanto tempo ando fingindo; fingindo ter sentimentos que eu não
tenho? Quando foi a última vez que eu me senti fortemente atraído por qualquer
coisa que não seja trabalho? E por que diabos eu tenho que ter essas grandes
realizações da vida no meio de um jantar com outra mulher?
Eu termino a minha comida por hábito, embora eu não esteja mais com
fome, em seguida, pago a conta e adiciono uma boa gorjeta para agradecer a
garçonete pelo mal-entendido sobre a refeição. Jennifer não notou que eu ainda
estou distraído, ou se ela notou, foi muito educada para falar. Ela está fazendo
um comentário sobre um artigo que ela leu no início desta semana sobre Israel.
Em vez de soar educada, como normalmente é, é impressionante como ela se
vangloria um pouco, a forma como ela continua indicando que tem informações
privilegiadas, devido aos contatos no exterior.
Eu não posso dizer se minha nova perspectiva sobre ela é minha culpa ou
dela. Ou talvez eu sempre soubesse disso, mas agora tenho alguém real e
vibrante para compará-la, e ficar em sua companhia é insuportável.
Eu estendo a mão e pego a dela. O toque não agita nada no meu corpo.
—Eu apreciei nosso jantar, e sua companhia.
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—Mas eu acho que é melhor se continuarmos amigos, então eu vou
recusar seu convite. Tenho medo de não ser a melhor companhia agora. Obrigado
por passar esta noite comigo.
Ela pisca duas vezes, olhando para mim, e seu corpo enrijece. —Espere...
O que? Então... Você está me dispensando?
—Não.
Seus olhos estreitam. —Eu pensei que estávamos nos movendo nessa
direção. Com certeza pareceu assim. —Ela não parece machucada. Apenas
irritada, um pouco aérea e confusa. Isso me faz imaginar se eu sou o primeiro cara
que nunca quis se comprometer com ela. Ela tira a mão da minha e empina os
ombros, seu rosto transformado em uma máscara educada mais uma vez.
Ela aperta seu casaco, pega sua bolsa aos seus pés, e desliza para fora do
carro. Antes que ela feche a porta, inclina-se e diz em um tom de falsa alegria: —
Bem. Eu vou te ver, tenho certeza.
—Eu espero que sim. —Respondo no que espero soar como um tom
gracioso. Afinal, nossas famílias correm em círculos semelhantes. Além disso, o
hábito da polidez é difícil de quebrar.
Eu espero até que ela entre antes de me afastar. O trajeto até meu
condomínio é preenchido com o silêncio - eu mantenho o rádio desligado e deixo
meus pensamentos correrem onde quer que queiram, não tentando mais os
afastar.
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Dois dias atrás, eu nunca teria imaginado que minha assistente ficaria
presa na minha cabeça. Mas dois dias atrás, eu também nunca teria adivinhado
que por baixo dessa pessoa tranquila, havia um vulcão de emoções. Eu sinto
como se um véu fosse arrancado de meus olhos, e eu vejo tudo em torno de mim
muito mais claro agora.
Eu deveria estar chateado. Minha vida era boa, e não havia nenhuma
dúvida no papel que desempenhei por tantos anos. Eu deveria estar chateado
que um diário bobo me fez questionar tudo.
Tudo o que sei é que quero saber mais sobre sua mente incrivelmente
nítida e sexy, entendê-la, ouvi-la falar seus pensamentos em voz alta, da mesma
forma como ela escreve naquele maldito diário dela.
E mesmo que eu tenha a certeza de que não quero admitir isso, eu preciso
sentir a pele dela, saber o cheiro dela e o gosto, ouvir o grito dela de êxtase
enquanto a fodo de todas as maneiras que ela escreveu que queria ser fodida.
Quero saber mais sobre ela. O que aconteceu com sua família, o que aconteceu
em sua vida para fazê-la desta forma. Tão bloqueada e reservada no exterior,
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escurecendo o brilho radiante de que eu suspeito ser a sua verdadeira
personalidade, a que eu vislumbrei em seu diário. Uma que é esperta, engraçada,
observadora, ressonante.
Eu entro em minha garagem e fico lá com o carro ligado. E eu sei que não
posso negar a mim mesmo o que eu realmente anseio. Nesse momento, eu não
me importo se é um maldito clichê querer a mulher que está trabalhando para
mim, mas eu quero.
Se ela e eu nos desejamos, por que não explorar esta centelha, para ver o
que acontece? Afinal, não estamos falando de —amor— ou algo assim. Essa
palavra não estava em nenhum lugar em seu diário, e eu tenho que acreditar que,
dado o quão honesta ela é sobre seus sentimentos, ela admitiria se ela me
amasse.
Talvez isso não precise ser tão complicado quanto eu temo que seja.
Apenas dois adultos que procuram a satisfação mútua, explorando algo que
poderia ser explosivo e malditamente bom.
Porque não tem como eu entrar naquele escritório todos os dias e não
pensar sobre o que ela escreveu. De jeito nenhum eu vou ser capaz de resistir a
prová-la. Eu me conheço; ela despertou algo dormente e agora não tem mais
volta.
Se ela não queria isso, ela deveria ter guardado aquele diário longe do
escritório, longe da minha vista, o mais longe possível de mim.
39
Este condomínio é tão insuportavelmente tranquilo. Silencioso e perfeito,
e ele precisa ser abalado um pouco. Assim como minha vida. O silêncio, o vazio, o
eco.
Minhas mãos a farão gozar. Minha boca. Minhas palavras. Eu vou mostrar
a ela como é maravilhoso satisfazer essas necessidades dela.
40
Capítulo 5
Emme
Estou um pouco surpresa por ela e eu termos nos conectados tão bem,
dado a grande diferença em nossas vidas, mas ela é tão aberta e doce, que é
difícil não gostar dela. Desde o primeiro dia de aula, ela tem sido alguém que eu
gosto de ver no campus. Sempre tem um aceno amigável quando ela me vê por
aí.
41
—É fácil para ele dizer. —Eu murmuro, ganhando uma risada baixa de
Sidney. —Ele já terminou toda a sua graduação, e seu trabalho é nos torturar
agora. —Na verdade, não é uma aula tão ruim. E depois de cada aula, dirijo-me
para o trabalho, onde me sentarei na minha mesa e tentarei não pensar em Dane
o dia inteiro.
Tentador.
—Eu iria, mas preciso me apressar para trabalhar. —Digo com um sorriso
pesaroso. —Talvez possamos tentar nos reunir alguma noite, quando tivermos
bastante tempo livre para realmente sair.
—Eu gostaria muito disso. —Ela diz suavemente. —Eu realmente não
socializo muito.
42
Eu aperto meu cachecol ao redor do meu pescoço quando uma explosão
de vento puxa meu cabelo. —Às vezes, a vida faz você assim, não importa
quantos anos você tenha.
—Eu entendo isso. Ficar grávida quando eu era apenas uma adolescente
me mudou. Sua vida inteira acaba escorrendo enquanto você entra no modo
mãe. —Ela suspira e dá de ombros, dando um leve sorriso. —Mas eu não
mudaria. Minha vida seguiu o caminho que era para ser, e está tudo bem.
Ou, pior ainda, possivelmente me julgar por não ser tudo o que preciso
ser.
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Suas palavras me fazem pensar. Estou me concentrando tanto nas
necessidades de Robert, que não estou sendo a melhor pessoa que posso ser para
ele e para mim mesma? Eu não tinha pensado nisso antes. Talvez não seja egoísta
querer mais tempo para mim, mesmo que seja um pouquinho, e eu preciso ser
menos dura comigo mesma.
Uma fração do peso em meu peito alivia. —Isso é verdade. Eu posso fazer
isso. Obrigada pelos seus conselhos.
Robert não quer que eu seja infeliz. Eu sei muito sobre ele, apesar das
mudanças em sua personalidade. Sim, ele está fechado em sua dor e emoções
agora enquanto ele se cura, mas no fundo ele se importa comigo e quer o melhor
para mim. Nós sempre fomos próximos, mesmo antes de tudo acontecer para
colocar nossas vidas nesta situação.
A reabilitação física e a terapia foram boas para ele. Ele está fazendo
progresso, e ele não bebe desde o acidente de carro. Perder parte de seu braço,
sua independência, tem sido difícil para ele, mas foi um bom despertar.
44
As possibilidades me deixam feliz, muito feliz. Talvez interagir com novas
pessoas, também me ajudará a encontrar um novo emprego e superar Dane.
Porque Deus sabe que eu não posso continuar passando por tudo isso, não posso
me agarrar a esses sentimentos por ele. Eu não serei aquela garota que anseia
eternamente por alguém que ela nunca poderá ter. Como posso me respeitar se
nem sequer tento superá-lo?
A ideia de não vê-lo todos os dias me despedaça, mas terei que aprender
a conviver com a dor.
45
meu irmão. Assim, ser despedida, se é isso que vai acontecer, não é o fim do
mundo. Pelo menos, eu digo isso para mim mesma. Porque agora, parece que
meu intestino está sendo arrancado. Eu queria ser capaz de sair por meus
próprios termos, mas parece que isso não vai acontecer.
Quando entro, fecho a porta atrás de mim e viro-me para encará-lo. Meu
coração está praticamente na minha garganta neste momento, e eu engulo várias
vezes. Afinal, eu ainda não sei o que vai acontecer. Talvez eu esteja apenas
saltando para conclusões precipitadas.
Dane sai de sua cadeira e vai para frente de sua mesa. Reclina-se contra
ela, braços e tornozelos cruzados, olhos escuros me encarando. Seu corpo é uma
linha longa, e seu rosto é ilegível, uma máscara perfeita. De certa forma, invejo
esse talento.
—Existe alguma coisa que eu possa fazer por você, Dane? —Eu pergunto
calmamente.
46
arrumar minhas coisas. Sinto muito pelo desconforto que lhe causei devido às
minhas revelações pessoais e aprecio...
Antes que eu possa terminar minha frase, suas mãos estão em meus
braços, puxando-me para seu corpo duro, e sua boca está na minha. Estou tão
chocada que mal consigo acreditar no que está acontecendo. Seu aroma quente
me envolve, e meus braços instintivamente passam ao redor de seu pescoço,
minha boca se abrindo contra seus lábios.
Estou em choque, mas meu corpo não, meu corpo esperou muito por esse
momento, e ele responde com força ao seu toque.
Eu me agarro a ele como se ele fosse a única fonte de calor na terra. Ele
beija do jeito que eu imaginei que ele beijasse, habilmente, mergulha em mim e
toma tudo que tenho. Exceto que há um ligeiro toque de frenesi em seu beijo que
eu não esperava. Isso só acende meu fogo, me deixando mais quente para ele.
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por toda parte, esfregar minha boceta molhada contra sua coxa nua, e montar
essa fricção perto do orgasmo. Minha necessidade por ele me deixou mais
faminta do que já estive na minha vida.
48
Emme. Você estava completamente aberta em seu diário, mas eu preciso ouvir de
sua boca.
—Por quê? —Um rubor queima minha pele. Eu me sinto presa no lugar.
Ele leu todas as minhas palavras - por que ele precisa me ouvir falar também?
Que tipo de jogo ele está jogando aqui? É assim que ele faz, tira mulheres de sua
fortaleza tornando-as vulneráveis para ele? Ele nunca me pareceu desse tipo.
Ele rosna com frustração e passa a mão pelo cabelo, depois se afasta de
mim até que ele volta a se apoiar em sua mesa. Eu posso ver o momento que a
máscara séria encaixa no lugar, e uma bolha de raiva se instala em meu peito com
a visão.
Meu corpo inteiro está gritando que significa. Eu ainda posso sentir a
minha pele queimando do toque de seus dedos através de minhas roupas. Minha
boca está inchada, e eu posso sentir o gosto do café na minha língua, sentir a
marca de seu corpo batendo contra o meu.
Ele me quer. Aquele pau duro pressionando minha pélvis não era uma
alucinação.
Dane olha para mim por um longo momento em total silêncio. Eu forço
minha coluna a se endireitar e não desvio o olhar, mesmo que eu sinta que cada
emoção que eu tenho está em exibição. Meus segredos estão revelados, então,
qual é o ponto em fingir? Por que não se sentir livre por essa recém-descoberta?
Se eu apenas pudesse.
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Dane franze os lábios por um breve momento, e ele dá um rápido aceno
de cabeça, quando a decisão foi tomada. —OK. Quero que você volte para a sua
mesa e vá trabalhar. —Ele parece com o chefe Dane, mas o contraste de fogo
aceso em seus olhos me faz sentir desconfortável, insegura de como lê-lo agora.
O que ele está me dizendo aqui? Seria esse beijo um tipo de teste
estranho de... Algo que eu não sei? Será que vai acontecer de novo? Ele está
apenas me dispensando, e agora vamos voltar ao normal?
Dane acena para o chão, e eu olho para baixo, percebendo que devo ter
deixado cair meu caderno e caneta aos meus pés quando ele me beijou. Meu
corpo ainda crepita com o fogo aceso em minhas veias, mas meu cérebro está
girando. Eu me curvo e pego minhas coisas, então giro e saio do escritório dele.
E para saborear o que pode ser o único beijo que eu já terei com Dane
Rossi. De longe, o momento mais apaixonante de toda a minha vida. Um que eu
daria qualquer coisa para repetir novamente.
50
Capítulo 6
Emme
O tempo parou.
O que fosse preciso para me fazer parar de pensar sobre esse beijo.
Não funcionou.
Quando a hora do almoço chega, eu estou tão inquieta que não suporto
estar perto de mim. Preciso me afastar desse lugar, ter um pouco de espaço. Ou
então eu poderia simplesmente explodir. Ou marchar até seu escritório e exigir
que ele me beije novamente.
Lauren passa por minha mesa com um saco de papel marrom na mão. Por
impulso digo oi para ela.
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—Você vai almoçar? Quer companhia? —Eu mal posso acreditar em
minha própria cara de pau. Talvez o desespero me torne mais social.
—Humm. Parece ser mais. —Ela ri. —O tempo parece estranho neste
prédio, eu notei.
—Você ainda está na faculdade, certo? Você está gostando de suas aulas?
Quando você se gradua?
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Logo, nós duas estávamos rindo sobre as merdas que fizemos quando
começamos na empresa. Conto como eu acidentalmente fiz uma centena de
cópias de um documento para uma reunião quando eu só queria fazer dez.
—Deus, aposto. —Não tão mortificante quanto fazer com que ele veja
suas fantasias pessoais sobre ele, mas ainda assim muito estranho.
—De jeito nenhum. —Digo, cruzando meus dedos sobre o coração com
um sorriso. É bom saber que não sou a única que desdenha o homem.
Ela se levanta e estala o pescoço. —Não posso esperar para ouvir seus
pensamentos sobre como ele vai cortejar algumas dessas grandes empresas.
Tenho certeza de que vai ser envolvente. —Com uma saudação, ela acrescenta:
— Eu vou te ver lá dentro! —Em seguida, decola em direção às lixeiras para
despejar seu lixo.
Mas segundos depois dela sair, minha mente volta a pensar em Dane, em
como seus lábios mordiscaram minha boca, bebendo em mim. Eu engulo um
53
gemido e pressiono minhas coxas nuas juntas, lutando contra a excitação
ameaçando ressurgir debaixo da minha saia.
Dado que ele não disse uma palavra para mim quando saiu para as
reuniões logo depois, é evidente que eu preciso deixá-lo ir. Talvez ele só quisesse
tirar isso de seu sistema porque ele se viu inadvertidamente excitado depois de
ler a minha confissão. Suponho que se tivesse tropeçado com os pensamentos
sacanas de alguém sobre mim, estaria inclinado a achar essa pessoa atraente,
mesmo que momentaneamente.
Será que aquilo tudo foi só ele me tirando de seu sistema? E eu posso
viver só com a lembrança fugaz de quão bem me senti, e saber que isso nunca
mais vai acontecer?
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Pare com isso, digo a mim mesma. Eu não posso ir por este caminho de
esperança e sonho. Isso só me levará a ser esmagada.
Por volta das 14h30min, eu olho para minha garrafa de água quase vazia,
e levanto da minha cadeira, segurando-a com as mãos trêmulas. Talvez se eu
beber um galão de água, eu possa apagar este fogo. Okay, certo. Mas eu ainda
caminho para o bebedouro e encho a garrafa. Aguardo mais um momento,
tomando um gole para encher minha boca seca.
Deus, este dia nunca vai acabar. Eu só quero correr para casa e me
enrolar no cobertor do sofá, e repetir esse beijo de novo e de novo. Bobagem ou
não, eu sinto como se a marca de sua boca na minha estivesse gravada em minha
pele.
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Imagine o quanto isso vai me agradar e me excitar. E não
deixe ninguém saber o que você está fazendo.
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Eu consigo abrir a porta do banheiro e ando diante do azulejo branco, liso,
para a cabine no final. Merda, alguém está lá. Eu poderia entrar em outra cabine,
mas ele me disse para usar essa. Então me viro para o espelho e finjo arrumar
meu cabelo, verifico os meus dentes, abro a torneira para pulverizar água fria
sobre as minhas bochechas queimando.
—Olá, Emme. —Ela diz com seu tom gutural habitual, enquanto se dirige
para a torneira ao meu lado.
Minha respiração acelera. Eu levanto minha saia preta até meus quadris,
empurro minha calcinha úmida para o lado, e deslizo um dedo sobre meu clitóris,
que já está molhado da minha excitação. Ele quer saber que eu me toquei. Eu
aperto meu peito com a outra mão e acaricio meu clitóris mais forte.
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Deus, eu o quero tanto agora. Eu gostaria que ele viesse aqui e arrancasse
minhas roupas. Eu quero sua boca em mim, lambendo-me, fazendo meus lábios
inferiores incharem ainda mais. Eu sinto o orgasmo começando a construir.
Oh Deus. Um leve suspiro sai da minha boca antes que eu possa pará-lo.
Minha cabeça cai para trás contra a parede enquanto a minha excitação constrói.
Meus dedos voam para cima e para baixo na minha fenda, mais rápido, mais
rápido...
Minha mão está coberta com a minha excitação, e minhas coxas expostas
estão tremendo. Estou tão perto, tão perto...
A torneira faz barulho e eu ouço sons. Tiro a mão do meu peito e coloco-a
na minha boca, abafando os gemidos que ameaçam derramar.
Quando estou sozinha mais uma vez, removo a minha mão da minha boca
e a outra da minha calcinha. Eu caio contra a parede, de repente, desossada,
incapaz de me mover ou sequer pensar. Caramba, isso foi intenso. Não acredito
que fiz isso.
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Eu não posso acreditar que eu fiz isso com alguém do outro lado da porta
da cabine.
E Dane tinha que saber que excitaria, por causa da leitura do meu diário,
foi por isso que ele me disse para fazer isso em primeiro lugar. Parte de mim está
nervosa que ele aprendeu a me ler tão facilmente; tão rápido, descobriu as
minhas vulnerabilidades e onde me excitar. E, em apenas alguns minutos, eu vou
estar na sala de conferências, meus dedos ainda saturados com a evidência do
meu orgasmo.
Ele saberá o que eu fiz, e eu também saberei. Eu não sei o que fazer ou
como agir, especialmente porque eu não quero que ninguém mais saiba disso. Eu
tenho que manter minha calma, desempenhar um papel. Dane esperaria isso de
mim. E eu quero viver de acordo com suas expectativas.
59
Capítulo 7
Dane
Quando entro na sala de reuniões, todos estão lá, exceto Emme. Meu
corpo inteiro estava com os músculos tensos. Eu não a vi desde que deixei aquela
nota em sua mesa. Ela fez isso? Ou ela ficou envergonhada e voltou atrás?
Eu sabia que iria empurrá-la fora de sua zona de conforto com as coisas
que eu pedi a ela para fazer. Mas algo me diz que ela poderia lidar com isso. Que
queria mesmo. E durante a última meia hora, eu não fui capaz de me concentrar
em merda nenhuma, imaginando se ela estava no banheiro se masturbando.
Foi tão difícil não entrar e pedir para assistir. Passei minutos pensando
nos faturamentos, para que o meu pau amolecesse o suficiente, e eu pudesse sair
de trás da minha mesa. Eu não preciso do meu pau duro enquanto ando pelo
escritório.
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Eu não deveria ter escrito essa nota. Honestamente, eu não posso
acreditar que eu tomei essa atitude; eu me surpreendi quando me vi digitando as
palavras e imprimindo na minha impressora pessoal. Eu me abri para entrar em
um mundo cheio de problemas. Não, eu não acredito, mas ainda há uma
possibilidade de que esse problema poderia voltar e me morder na bunda. Eu
trabalhei muito duro para chegar onde estou, coloquei muitas horas de sangue,
suor e lágrimas.
Emme liga o tablet e mantém sua atenção focada nele, dedos voando
pelo teclado em um novo documento aberto para ela tomar notas. Eu
propositadamente não olho para ela, lutando contra as emoções em meu peito.
—Tudo bem. —Carl diz enquanto embaralha seu bloco de papel. Suas
bochechas ardem em vermelho - provavelmente por uma combinação de
excitação e nervosismo. —Então. Obrigado por todos terem vindo. Eu não tive a
chance de fazer cópias de meus documentos. Eu ia pedir a Emme antes da
reunião, mas ela não estava em sua mesa.
Um rubor suave no rosto de Emme rasteja pelo pescoço. Mas para seu
crédito, ela empina o queixo e diz com a voz firme. —Eu tinha uma tarefa
importante para fazer. Se você precisar que eu faça cópias de alguma coisa, eu
preciso de um aviso prévio sobre isso.
61
posso pensar é que ela fez isso. Tudo que eu pedi - posso ver tão claramente em
todo o seu rosto neste breve momento.
E eu quero fodê-la tão duro agora, isso não é engraçado. Eu quero provar
aquela boceta molhada e revestir meu rosto com seu gozo.
Carl está falando sobre a pesquisa de mercado que ele fez para grandes
empresas na área, mas eu não consigo me concentrar. Eu deveria tê-la feito se
sentar ao meu lado para que eu pudesse sentir seu cheiro, talvez até mesmo
alcançar e acariciar uma de suas coxas nuas. Mas isso poderia pôr tudo a perder.
Volto minha atenção para Carl e me obrigo a ouvi-lo. Suas ideias não são
boas ou inovadoras, e ele é um pouco arrogante, mas pelo menos ele está
tentando ser mais colaborativo. Posso dar-lhe crédito por isso.
Quando ele acaba de explicar como ele vai chegar aos potenciais clientes,
e qual será sua estratégia para convencê-los a deixar seus designers atuais, dou
um aceno brusco. —Ok, primeira coisa, você tem muitos na lista. Eu quero que
você se concentre em não mais do que três desses potenciais clientes. Quais você
acha que têm o melhor potencial para nós? O resto você pode distribuir a outros
membros da equipe para a realização da proposta.
Uma linha profunda corta a testa de Carl. —Dane, eu posso falar com
todos eles. Não vejo por que preciso me limitar aqui.
62
Ele limpa a garganta e quebra o contato visual, voltando seu olhar para os
papéis que estão espalhados sobre a mesa. Ninguém rompe o silêncio. Todos eles
sabem que Carl precisa ser colocado no lugar, e eles dão o espaço para que isso
aconteça.
Sua boca abre apenas uma fração, e um dedo desliza entre os lábios
rosados e cheios, então ela volta sua atenção para seu iPad. Eu olho para seus
dedos enquanto eles se movem. Penso em tudo que ela fez consigo mesma,
apenas uns minutos atrás, pensando em mim o tempo todo.
Um rosnado profundo no meu peito está doendo para ser liberado. Foda-
me, eu quero dobrá-la sobre a mesa e penetrar nessa boceta molhada. Eu posso
ver seus mamilos cutucando sob sua camisa fina. Ela está excitada agora, e quer
que eu saiba.
Não há maneira nenhuma que eu possa parar isso agora, porra. Não
quando eu tenho o poder de fazê-la corar, excitar e despertar a sexualidade
enterrada lá no fundo.
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Emme passa por trás de algumas pessoas com seus quadris balançando
suavemente com seu andar. Carl demora reunindo suas coisas.
Eu posso dizer que ele quer falar mais comigo, talvez protestar
novamente pelo fato de que eu não vou deixá-lo perseguir todos os clientes.
Então, para apaziguá-lo e tirá-lo daqui, acrescento: — Para ressaltar, eu acho que
você fez escolhas inteligentes. Eles vão ser um bom ajuste para você, e talvez até
mesmo fornecer oportunidades adicionais para procurar por grandes clientes. O
boca-a-boca é importante em nossos negócios.
Ela engole e solta uma respiração trêmula, sua mão levantando para
colocar seu cabelo atrás de suas orelhas. Esse rubor sexy pra caralho rasteja em
suas bochechas novamente, e suas pupilas parecem dilatar bem na minha frente.
Oh, ela está tão quente e pronta para mim neste momento, ela faria qualquer
coisa que eu pedisse. Um impulso inebriante flui através de mim com essa
compreensão, e uma intensa necessidade corre pela minha espinha.
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Ela parece gostar bastante quando lhe é dito para fazer algo. Ah, então ela
quer jogar assim. Emme gosta da dinâmica chefe/empregado. Faz sentido, uma
vez que ela parece gostar de receber ordens sobre o que fazer. Eu arquivo a
informação para referência futura.
—Não estou interessado. —Eu já sei que Marianne estará lá. Por que eu
me incomodaria por isso?
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Meu irmão suspira. —Olha, foi muito difícil te chamar, mas precisamos
conversar. Sobre o que aconteceu comigo e Marianne. Eu sei que você ainda está
realmente chateado conosco...
—Eu não estou nem aí. —A resposta sai diretamente de meus lábios.
Eu não quero discutir com ele. Não quero falar com ele. Eu não quero
pensar nele fodendo minha ex-esposa. Mesmo que a relação deles só tenha se
tornado física depois que nos separamos, a relação emocional deles já era
aparente olhando para trás.
Olhando para trás, era como se meu irmão estivesse tentando tirar algo
de mim desde o início.
A verdade é que nosso casamento não acabou por conta de Eric, a tensão
entre eu e Marianne começou desde o nosso primeiro dia. Mas saber que Eric a
tinha cobiçado, que deveria ter se aproveitado das reuniões familiares e feriados
para perseguir a minha esposa, me embrulhava o estômago.
Não consigo fazer isso. —Eu tenho que ir. —Digo prestes a desligar.
Meu irmão, o mártir altruísta. Que piada. —Eu não sou a causa do mal-
estar aqui. —Sinto-me ficando entorpecido, centímetro por centímetro. Não
quero discutir isso no trabalho. Eu odeio ter deixado Eric me arrastar para uma
66
conversa que eu não queria ter. Eu coloquei sua traição para trás e foquei em
avançar com a minha vida da melhor maneira que pude. Mas o passado continua
tentando me arrastar para baixo. —Vou ligar para mamãe. —Essa é a única
concessão que vou fazer para ele. Ele não vai me forçar ou me fazer sentir culpa
por nada.
—Tchau. —Eu desligo antes que ele possa dizer qualquer outra coisa.
Estou sendo teimoso, eu sei. Mas simplesmente não consigo deixar para
lá o que aconteceu, e perdoar o meu irmão. Eu me divorciei de Marianne para
ficar livre dela, não para continuar vendo a mulher que teve um final feliz com o
meu irmão, e que ainda aparece nas fotos da família, ainda fazendo parte do meu
mundo.
Mas eu sei que minha ausência está fazendo minha mãe sofrer. Ela anseia
que sua família esteja unida novamente, não importa o custo do meu orgulho ou
sentimentos. Entendo. Ela precisa da estabilidade com um desespero que eu não
consigo entender, dado que seu marido miserável é meu pai. Não significa que eu
tenho que aceitar ou me curvar a isso.
Merda. Estou tão sem cabeça para isso agora. Mas não é culpa dela.
Ainda posso dar-lhe prazer, mesmo que eu esteja lutando com meus próprios
problemas pessoais.
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—Entre. —Eu digo. Eu mudo minha expressão para certificar-me de que
minhas emoções negativas não estão escapando completamente. Ela não precisa
ser arrastada para essa merda.
Sua língua sai para lamber seus lábios. Ela não tem certeza do que estou
fazendo. Eu a fiz balançar, um pouco nervosa. Mas ela olha para mim com um
olhar confiante, e eu sinto um grande pedaço de gelo se afastar do meu coração.
Ela fecha os olhos por apenas um segundo, inspira fundo e exala então
pega meu telefone. Enquanto disca, eu manobro a cadeira para tê-la de frente
para mim em vez da mesa, mantendo minhas mãos apertadas nos braços da
cadeira. Ela pisca de surpresa, mas não interrompe sua tarefa.
68
—Olá, posso falar com o Sr. Dieter, por favor? —Ela pergunta em sua voz
profissional. —Claro, eu posso aguardar.
Emme está pronta para levar o nosso jogo para o próximo nível? Eu quero
- não, eu preciso – para poder empurrar seus limites, para tê-la excitada e
molhada e me desejando. Vou dar-lhe algo para escrever no seu diário. Uma
porra de uma intensa experiência que ela nunca esquecerá.
—Fique concentrada. —Eu ordeno com voz áspera, grossa. Meu pau pulsa
com o pensamento do que estou prestes a fazer, e sangue corre pelas minhas
veias, quebrando o último entorpecimento. Toda a tensão desapareceu, e minha
necessidade rugiu de volta à superfície da minha pele, iluminando-me.
Eu caio de joelhos, meu peito entre suas coxas nuas separadas, e empurro
sua saia até sua cintura.
FIM DO LIVRO 1
69
70
Boss me
LIVRO# 02
71
CAPÍTULO 1
Emme
Isso é loucura. Isso realmente não pode estar acontecendo. Eu quis isso
por tanto tempo, mas agora que realmente está acontecendo, eu rezo para que
eu possa lidar com isso.
Felizmente, o Sr. Dieter não parece notar. —Oh, sim, deixe-me verificar
minha agenda. Aguarde um minuto, por favor.
—Olhe para mim. —Dane ordena com voz áspera. —Não feche os olhos.
72
—Tudo bem. —Diz o Sr. Dieter. —Eu tenho horário na próxima sexta-feira
se ele estiver disponível.
—Ele, ahh, ele está livre... —Quando o dedo de Dane desliza para minha
boceta excitada, meu quadril inclina-se para ele por vontade própria. Acabe com
isso, eu me ordeno. —13h30min? —Eu consigo perguntar.
Meus pensamentos estão correndo. Ainda não posso acreditar que isso
seja real. Minhas fantasias tomaram vida, e a realidade é muito melhor do que eu
jamais poderia ter imaginado. Mas parte de mim ainda está em estado de
choque, mesmo quando meu corpo está ocupado reagindo ao que ele está
fazendo comigo.
O dedo de Dane dobra-se para acariciar meu ponto G, e é tão difícil não
fechar os olhos.
—Sim. Sim, pode sim, está bem. —Suspiro enquanto meu orgasmo
começa a construir.
Dane levanta uma sobrancelha para mim, sabendo que esse pequeno
deslize quase me deixou. Eu engulo e tento me organizar. Eu posso fazer isso. Está
bem.
—Tudo bem, vou ver o Sr. Rossi às 14h00min. —Diz o Sr. Dieter.
73
—Parece ótimo. Adeus. —Digo com um ligeiro tremor, depois desligo o
telefone apenas a tempo de um gemido suave rasgar minha garganta. —Isso é
incrível. —Digo a ele enquanto sua língua varre os meus lábios inferiores,
mergulhando entre eles.
—Você é muito doce. —Ele geme, cavando os dedos nos meus quadris
enquanto me come mais. Observo-o saborear a minha essência, a maneira como
ele ataca cada gota de excitação, isso faz meu corpo tremer incontrolavelmente.
Então ele para e tira a boca. —Próxima chamada. —Sua voz é pouco mais
do que um grunhido gutural neste momento.
Oh, merda, certo. Os telefonemas. Ele vai me fazer falar com mais duas
pessoas? Isso é loucura.
Mas o olhar duro em seus olhos mostra-me o quão sério ele está sobre
isso. Então, eu suspiro e aceno. Tento não reagir de forma muito violenta quando
sua boca volta a lamber-me, me sugando, deslizando pela minha umidade.
Meus dedos erram duas vezes quando tento discar o próximo número. Na
terceira tentativa, disco corretamente. Meu sexo contraiu-se assim que seus dois
dedos entraram em mim bombeando com força. Arqueio minhas costas, meus
seios saltando no ar, e deslizo meus dedos pelos cabelos. Eu estou
despreocupada, descarada, incapaz de fazer nada mais do que tudo o que ele me
pede.
—Humm. Sim. Posso falar com o Sr. Wallace? —Pergunto no que espero
que pareça um tom uniforme. Neste ponto, estou tão tonta e queimando por
74
dentro, que não sei o que é falar baixo ou alto. Seguro um gemido logo que
começa a escorregar da minha boca.
—Sim, com certeza, desculpe. —Meu cérebro luta por uma desculpa. —
Eu... Derramei um pouco de café no meu colo.
Isso ganha outro sorriso de Dane, que se volta para me devorar. Eu mordo
meu lábio inferior, determinada a não cometer outro erro.
—Sr. Wallace não está no escritório agora, mas eu ficaria feliz em anotar o
recado e pedir para retornar sua ligação.
—Você é tão sexy. —Ele diz enquanto olha para mim. —Tão sensível. —Ele
olha de volta para o meu sexo exposto. —E essa boceta é linda. Quero comer
você por horas.
—Seus dedos são tão bons. —Admito em um gemido. —Eu estou quase lá.
—Antes que ele possa me lembrar novamente em manter o foco, eu me arrumo
para encontrar o terceiro número. Mas eu quero muito ceder ao orgasmo me
ameaçando partir em duas.
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Apenas observar meu chefe me levar da maneira que eu sempre esperei,
seus ombros musculosos esticando enquanto ele se move, aquele rosto perfeito
tão perto da minha boceta desnuda... Está me fazendo querer gozar. Agora
mesmo.
—Eu preciso... —Eu preciso gozar tão forte que eu quero gritar. —Sra.
Mordecai. —Estou perdendo meu controle. Minhas palavras estão saindo mais
rápidas do que pretendo que elas saiam, e o olhar de Dane fixa-se em mim. Pisco
e faço o meu melhor para não empurrar meus quadris contra o rosto do jeito que
eu quero. —Eu preciso falar com a Sra. Mordecai - eu estou ligando em nome da
Rossi Design. —Assim é melhor.
Ele está excitado. Quero dizer, eu sabia que ele estaria, é claro, mas ver
esse pequeno sinal de sua excitação tão evidente, me ajuda a sentir uma onda de
poder. Eu me sinto um pouco menos desalinhada.
Eu vou fazer isso. Eu quero deixá-lo louco, quero que ele me implore da
maneira que eu anseio. E eu quero tanto tocá-lo. Mas primeiro eu preciso
terminar esta última ligação.
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—Alô? —Uma voz feminina rouca diz. —Evelyn falando.
—Oi, aqui é Emme Williams. —Digo orgulhosa de quão firme minha voz
está. Deixei minha mão deslizar para baixo para acariciar o ombro forte de Dane,
amassando meus polegares na clavícula. Ele suspira, e pressiona mais os seus
lábios nos meus lábios inferiores, e sua língua gira em um padrão embriagador
que me traz até a borda.
Merda, eu vou gozar, e acho que não sou mais capaz de evitar isso.
—Eu estou... Chamando para fazer... —Oh Deus, ali mesmo, sim... —Em
nome de Dane Rossi.
—Quem?
—Eu acredito que tenho seu cartão de visita. —Ela diz. Eu ouço um som na
outra extremidade, então. —Sim, aqui está. Estamos combinados.
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O orgasmo desaparece, deixando-me bamba, cansada e completamente
satisfeita. Dane pressiona um último beijo na minha virilha, embebida, e então,
afasta uma mexa de cabelo úmido da minha sobrancelha. Eu não percebi que eu
estava suando, de tão presa no que estava acontecendo. As emoções que
derramam de seus olhos castanhos, o orgulho, a excitação é algo indescritível,
caloroso, faz meu coração dar uma cambalhota. Pisco e tento afastar a estranha
emoção em mim. Provavelmente devido à intensidade do que acabei de
experimentar. —Estamos ansiosos para ouvir de você em breve. —Digo a ela,
depois desligo.
Com um sorriso gentil, ele toma meus pulsos antes que eu alcance a sua
cintura, e abaixa minhas mãos para os meus lados, sem soltá-las. —Isso foi sobre
você. —Ele diz. —Não sobre mim.
Mas é sobre ele. Sobre o jeito que eu quero o prazer dele. Abro minha
boca para protestar, mas ele dá um beijo duro nos meus lábios, roubando as
minhas palavras. Eu posso me provar nos seus lábios, e isso faz com que meu
ventre aperte.
—Mais tarde. —Ele diz, com uma promessa tão obscura e carregada nas
palavras, que não posso deixar de tremer. Isso realmente vai acontecer
novamente entre nós, e a ansiedade pode simplesmente me matar. Dane
retrocede e me entrega os papéis. —Temos muito tempo para explorar. Eu quero
levar meu tempo com você.
78
Eu aceno com a cabeça, aliso minha saia, fecho minha blusa e passo uma
das mãos sobre meu cabelo. Dirijo-me à sua porta e a abro, olhando rapidamente
sobre meu ombro antes de sair.
***
—KEVIN BACON ESTAVA tão quente nos anos oitenta. —Sidney declara
enquanto devora outra enorme colher de sorvete de chocolate. Ela enrola as
pernas debaixo dela no sofá e senta no canto.
Por impulso, enviei uma mensagem para Sidney ontem à noite para ver se
queria sair comigo algum dia neste fim de semana. Ela concordou, então aqui
estamos, às 21h00min, em uma noite de fim de semana, preparando-nos para
assistir um filme de mulherzinha. Robert está na cama, ele queixou-se mais cedo
que tinha uma dor de cabeça, e eu o mandei deitar com dois ibuprofenos e uma
toalha morna. Eu faço uma nota mental para verificá-lo logo.
79
Eu rio enquanto abro a garrafa e despejo duas taças cheias de vinho tinto
barato. —Nós não podemos ter isso, não na casa dos Williams. Que tipo de
anfitriã eu seria? —Eu volto para a sala de estar e entrego-lhe uma taça,
colocando a garrafa na mesa de café.
Devo esperar que ele faça outra coisa? Ou devo tentar segurar as rédeas e
mostrar-lhe o quanto eu gostaria de prová-lo também?
Acho que não sou muito sutil. Eu faço uma careta e tomo outro gole. —É...
Uma espécie de situação complicada. Difícil de explicar.
—Me teste. Eu sou uma boa ouvinte. —Seus olhos brilham com
sinceridade. —Sério, pensar por um tempo em algo diferente do meu próprio
drama amoroso terrível. Eu já tive uma série de primeiros encontros ruins, e
preferiria me concentrar na vida amorosa de outra pessoa.
80
Sidney engasga o queixo caindo. —Oh Deus, você morreu totalmente?
Eu concordo. Um rubor flui sobre minha pele, na minha garganta. Mas isso
é puramente baseado em álcool, não embaraço. —Exceto... Parece que ele não
ficou horrorizado. Acho que ele também pode gostar de mim. —Naturalmente,
não há como contar as coisas que fizemos - é entre nós dois, e estou nervosa com
ela me julgando. Mas é bom revelar a verdade, mesmo alguma parte para outra
pessoa.
Ela dá um longo suspiro. —Eu não me sinto dessa maneira por ninguém há
muito tempo. Sinto falta disso, para lhe dizer a verdade.
Com um olhar brincalhão, ela balança a cabeça. —Ele é fofo, mas não
quero me envolver com o meu professor. Ele é muito tenso para mim de qualquer
maneira. —Ela faz uma pausa. —Eu comecei a namorar on-line há alguns meses
atrás, e é louco quantos homens lá fora não estão interessados em uma mãe
solteira. Namorar é difícil quando você está fora há tanto tempo.
Uma música soa no filme quando eles começam mais uma sequência de
dança. Eu volto para encará-la. —Quer falar sobre isso?
81
tristeza. —E no desenvolvimento de meus amigos, que valem mais que uma dúzia
de homens.
Não estou por baixo nessa. Estou escolhendo entrar com os olhos bem
abertos, apesar das preocupações de Sidney. Tenho certeza de que posso evitar
que meu coração se parta além do reparo.
82
CAPÍTULO 2
Dane
Estive olhando a porta da frente por uns bons dois minutos, discutindo se
eu deveria sair ou simplesmente tocar a maldita campainha e acabar com isso.
Isto é tão diferente de mim, e quanto mais eu demoro, mais o tempo está se
esgotando.
Depois de alguns segundos, ela abre, e minha mãe pisca enquanto olha
para mim, toda a emoção exposta em seu rosto. —Dane. Você está aqui. Eu não
estava esperando... —Suas palavras são quase sufocadas, e um golpe de culpa me
acerta. Ela não parece bem, seus olhos parecem cansados, e seu rosto está mais
magro do que me lembro.
—Oi, mãe. —Talvez eu não queira estar aqui, mas está claro que eu
preciso estar.
Ela pega meu casaco e eu sigo-a para dentro da espaçosa sala de estar,
decorada com tons creme suave e neutros, como lembro. —Eu não vou ficar para
o jantar. —Digo a ela em um tom firme. —Eu só vim para te ver um pouco, já que
não tenho feito isso há muito tempo.
Eu disse ao meu irmão que eu ligaria para ela, mas na noite passada, eu
decidi que deveria visitá-la, em vez disso. A culpa por meu sumiço tem me comido
pouco a pouco, e já era hora de parar. Ainda não tenho vontade de ver meu
83
irmão ou minha ex, mas minha mãe não deve sofrer assim com nossos problemas.
Meu pai realmente não dá a mínima para onde estou ou o que eu faço não desde
que eu o decepcionei deixando sua companhia.
—Oh. Entendo. —Ela se vira para mim, seu sorriso um pouco partido nos
cantos. Eu a desapontei, mas ela não quer que eu a veja ferida. E de alguma
forma, isso me faz sentir ainda pior. —Bem, fico feliz que você tenha vindo,
mesmo que por um pouco. Acho que isso é um progresso, certo? Deixe-me pegar
um café para você.
—Seu pai teve algum trabalho para pôr em dia esta manhã, mas ele estará
aqui a qualquer momento. —Ela diz, olhando seu fino relógio de ouro. —É melhor
que esteja de qualquer maneira. Pedi-lhe que parasse na loja e pegasse mais café
para que não ficássemos sem. Você sabe como seu irmão vive dessas coisas. —
Seu olhar dispara para o meu, e ela oferece um sorriso forçado. —Aliás, você está
vendo alguém?
—Eu estava, mas nada sério, apenas um encontro ocasional. —Digo sem
problemas. —Ocupado com o trabalho de qualquer maneira, então está tudo
bem.
Uma chave raspa a porta, e eu ouço-a abrir. Meu pai entra, carregando
uma sacola de plástico. Para o seu crédito, ele não mostra muita surpresa a me
ver, apenas dá um rápido aceno em minha direção. Ele segura a sacola e diz à
minha mãe: —Pegue o café.
84
—Obrigada. —Ela diz a ele enquanto se levanta. —Eu já volto. —Ela me
diz.
Ela vai em sua direção, e eles murmuram por alguns instantes. Eu ouço
meu nome mencionado algumas vezes, e o tom de sua voz sobe. Papai balança a
cabeça. Ela cruza os braços sobre o peito e olha para ele, que olha fixamente para
ela, sem emoção no rosto.
Papai tira seu longo casaco preto e pendura no armário. Está claro que
eles estavam discutindo sobre mim. Também está claro que ele não se importa
com o que ele disse, e que aborreceu mamãe.
Ele ergue uma sobrancelha para mim. —Perdão? Sobre o que se tratava?
Eu não sei como minha mãe faz isso. Não sei por quê. Mas a única maneira
pela qual eu poderia viver em paz com isso foi perceber que não era da minha
maldita conta e deixá-los viver suas vidas.
Eu me inclino para trás no sofá e dou um gole no meu café, depois outro.
Não digo uma palavra para ele, apenas olho fixamente. Ele não me intimida com
essas táticas. Eu vejo as listras de cinza em suas têmporas, os pés de galinha
profundos ao redor de seus olhos. As longas horas de trabalho, beber muito e
foder por aí estão cobrando seu preço. Ele não parece tão bem quanto
costumava.
Eu deveria sentir mais satisfação nisso, mas não sinto. Eu apenas me sinto
frio e cansado dessa besteira.
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escritório dele, onde ele ficará escondido até a hora de comer. Papai coloca uma
máscara na frente das pessoas... A menos que você seja da família dele.
—Você tem certeza de que não vai ficar para comer? —Ela me pergunta.
—Eu fiz bastante coisa.
Ela está tentando tão duramente parecer indiferente, mas eu sei melhor.
Eu a ouvia usar esse tom com meu pai ao tentar convencê-lo a fazer algo que ele
não queria. Meu peito aperta em resposta. Eu não sou como ele. Não machuco as
pessoas com quem me importo.
—Não é egoísta querer ser feliz. —Digo enquanto olho nos olhos dela que,
de repente, parecem cansados. —Eu quero isso para você, e...
—Eu sei. Está tudo bem. —Seu olhar se desloca para o chão entre nós. Eu
vejo fios grisalhos em seus cabelos, algo que eu não lembro de ter visto antes. Os
meses entre minhas visitas, de repente, se destacam em minha mente. Eu tenho
me mantido afastado por causa de meu irmão, minha ex, e por meu pai, mas ela é
a única pessoa ferida no fogo cruzado.
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instante, ela está de volta ao seu eu habitual, como se nada disso tivesse
acontecido.
—Eu acho que são eles. —Ela diz em um tom ríspido. —Eles estão
adiantados. É melhor eu atender a porta. —Ela afasta-se de mim.
Eu não sei o que é - porque não nos vimos em meses, ou porque tive um
momento real de conexão com minha mãe, ou eu não deixei meu pai me afetar...
Ou talvez me perder no incrível sabor de Emme na sexta-feira recalibrou algo em
mim. Mas eu não sinto nada quando olho para seu lindo rosto. Nem raiva, nem
amor, nem desejo, nem tristeza.
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O grande prazer nos olhos de mamãe me deixa feliz por ter perguntado a
ela. —Sim, isso seria ótimo.
Só estou passando por trás de Marianne quando ela diz: — Você parece
bem, Dane. —Seu olhar avalia minha figura, como se ela estivesse me vendo pela
primeira vez. Não há como confundir a pequena onda de interesse em seus olhos.
Claramente, ela esperava que eu parecesse terrível. Como se não estar com ela,
estaria me comendo por dentro ou algo assim.
Não sei como parar de me sentir desse jeito. Mas, em algum momento,
preciso, mesmo que seja pela minha paz interior.
***
RESSACA FUDIDA.
Refleti e bebi.
88
Minha cabeça não parou com toda a merda que atravessava meu cérebro.
Meu pai, meu irmão e Marianne, os olhos tristes de minha mãe...
Emme.
Emme não parece ser do tipo de ficar em uma situação de amigos com
benefícios. Sem emoções, apenas o cru prazer carnal. E eu sei com certeza que
não estou pronto para nada mais sério do que sexo casual agora.
Há uma batida na minha porta. Estou tentado a fingir que não estou aqui,
depois me castigo com o impulso ridículo. Pelo amor de Deus, o que eu sou, um
adolescente? Eu não vou me esconder no meu maldito escritório o dia todo, em
um esforço para evitar minha assistente pessoal. Isso é estúpido.
89
—Entre. —Digo num tom que soa muito perto de um rosnado.
Ela entra e fecha a porta atrás dela. Hoje ela está usando calça preta com
uma blusa vermelha, aberta na garganta. A cor é impressionante para ela,
exaltando o delicado rubor de suas bochechas.
Mais uma vez, fico surpreso comigo mesmo, como fiquei tanto tempo
antes sem perceber a verdadeira beleza que estava diante de mim. Como eu pude
ter sido tão cego?
Eu a ouço dar um suspiro instável, e seus olhos verdes fixam-se nos meus.
Ela abre os lábios, lambendo o cantinho a boca com sua língua delicada, o rubor
em suas bochechas torna-se mais intenso. Todo o sangue no meu corpo corre
para o meu pau. Se eu não tiver essa boca no meu pau em breve, eu poderia
simplesmente morrer.
90
Ela assente, seus seios subindo e descendo em um ritmo brusco para
combinar com sua respiração. —Eu pensei. —Sua voz é afetada.
Um gemido escapa dos meus lábios, e antes que eu possa me parar, ela
está em meus braços, minha boca sobre a dela, abrindo os lábios, a língua
deslizando. Ela tem gosto de café, como o pecado mais doce que eu já ansiei, e
ela arqueia os peitos enquanto esfrega contra mim.
Suas mãos deslizam no meu pescoço para segurar meu cabelo, e uma coxa
pressiona entre minhas pernas. Abaixo-me e acaricio-lhe a cintura, depois a curva
de sua bunda. Eu a aperto com força, puxo-a contra mim, e seu gemido contra
minha boca me faz querer curvá-la bem aqui e agora, apenas rasgar a calça e
tomá-la.
—Eu quero você, Dane. Tanto. —Ela sussurra em um tom que me faz
sentir com dez metros de altura, como se ela também tivesse esta fome escura
que continua crescendo e crescendo.
Movo uma das mãos para frente, acariciando sua boceta através de sua
calça. Ela estremece contra meus dedos. Minha boca desliza por sua mandíbula,
ao longo de sua delicada carne para morder sua garganta. Emme é tão
malditamente responsiva, não é tímida sobre me informar como ela está
excitada. É inebriante, me faz querer dividi-la em mil pedaços e engolir todos eles
para que eu possa ficar cheio desse sentimento.
—Dane. —Ela diz no meu ouvido, sua língua esticando para lamber a
concha. Seu corpo se derrete contra o meu, e um doce sentimento de
possessividade me enche. Posso gozar na minha maldita calça se não a tiver
agora.
91
Merda. Eu congelo uma das mãos segurando seu traseiro, a outra contra o
calor abrasador do ápice de suas coxas. Leva toda força de vontade dentro de
mim para remover minhas mãos de seu corpo quente e disposto. Eu aliso a
camisa, os cabelos, depois minha própria roupa.
Carl entra depois que eu lhe digo para entrar, meio sorriso no rosto. Sua
calça está ligeiramente muito apertada, e sua barriga está pressionada contra o
tecido de sua camisa branca. A visão dele é como um balde de água gelada na
minha cabeça, o suficiente para ajudar meu pau a amolecer. —Dia, chefe. —Ele
diz com um tom jovial fraco. —Queria deixar as coisas importantes sobre as quais
conversamos na sexta-feira. —Ele coloca uma pilha de papéis na minha mesa,
como se ele me presenteasse com o Santo Graal.
—Ok, obrigado.
Carl olha de rabo de olho para Emme, uma sobrancelha levantada. É claro
que ele quer que eu diga a ela para sair, então ele vai parecer ser mais
importante, como se eu fosse fazê-la sair para ter tempo para falar com ele.
—Eu vou ler isso em algum momento hoje e falar com você mais tarde,
Carl. —Digo com firmeza. Eu dou uma olhada proposital para a porta.
Seus lábios afinam e ele inala, mas se vira e sai. Felizmente, Carl também
está envolvido em si mesmo para notar a tensão sexual entre mim e Emme, que é
forte o suficiente para cortar com uma faca de açougueiro.
Quando ele sai, seus ombros relaxam. —Eu... Acho que eu deveria ir
também. —Ela diz. —Vou enviar-lhe um e-mail sobre o conflito de cronograma. —
Então ela está fora da porta antes que eu possa responder.
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Provavelmente é o melhor de qualquer maneira. Estou começando a
perder meu controle com ela, e isso não pode levar a nada de bom.
93
CAPÍTULO 3
Emme
Minhas pernas estão tremendo como loucas enquanto sigo de volta para
minha mesa, e meu coração está batendo loucamente. Não sei o que aconteceu
lá, mas isso foi totalmente inesperado. Não que eu me importe, é claro - eu quero
tanto que ele me toque todas as malditas chances que ele possa. Mas um minuto,
estávamos falando sobre questões de trabalho, e no próximo, praticamente, pedi-
lhe para me comer na mesa. Surpreendendo o quão rápido isso aumentou.
O mais louco é que não escrevi sobre o que aconteceu entre nós no meu
diário. Na verdade, não escrevi nada. Por algum motivo, eu sinto que colocar isso
no papel tira a essência do que está acontecendo. As palavras não conseguem
capturar a profundidade dos meus sentimentos, as sensações, os detalhes
sensoriais da maneira que eu quero.
Esta coisa com ele está se movendo muito rápido, e ainda não consigo
reunir qualquer desejo de parar ou mesmo diminuir a velocidade. Estou em uma
queda livre, e eu sei que vou cair duro, mas agora não vejo o fundo e nem estou
procurando. Apenas essa deliciosa corrida leve que faz com que cada terminação
nervosa no meu corpo fique alerta.
Eu olho para o computador, meus lábios quase feridos pela dureza de seu
beijo. Ainda posso senti-lo impresso em mim. É preciso um esforço hercúleo para
afastar a distração, e me concentrar no trabalho. Digitei um e-mail para Dane,
94
cuidadosa em manter meu profissionalismo na redação, para deixá-lo saber quais
dos dois clientes estão reservados duas vezes.
~D
FAREI, respondo, então começo a enviar o e-mail, mas faço uma pausa.
Eu adiciono outra frase: Como foi seu fim de semana? E envio antes de
poder me fazer parar.
De repente, esta troca de e-mail simples tem muito mais importância para
mim do que eu pensei. Passamos além das palavras do meu diário secreto para
um novo território, mas quais são os limites aqui? Isso realmente é apenas uma
conexão sexual? Ou existe mais para nós do que isso?
Porque Deus me ajude, eu quero que exista. O que é insano, eu sei. Mas
não posso negar que, tendo saboreado a boca, eu anseio por mais dele. E não
apenas sexualmente. Quero saber tudo, o que ele pensa e acredita como ele
passa seu tempo.
Mas se ele não está interessado nessas coisas comigo, bem, só vou
aprender a enfiar esses desejos no fundo da minha mente e do meu coração. De
alguma forma.
95
Nenhuma resposta ao meu e-mail ainda. Meu estômago afunda e eu me
afasto do meu computador para me concentrar na papelada na minha mesa. Foi
um impulso louco. Ele deixou claro que isso é apenas físico, nada mais. Eu preciso
aceitar e estar bem com isso. Porque eu não posso simplesmente sair dessa coisa
agora, mesmo que eu esteja colocando meu coração em risco.
Você?
Sua resposta é vaga, bem, mas acho que não posso culpá-lo por isso - as
questões familiares são difíceis de abrir, especialmente se é algo extremamente
desagradável. Ele também me perguntou sobre o que fiz neste fim de semana, o
que me dá uma sensação boa no meu peito. Ele quer me conhecer mais. Digito
minha resposta.
Pauso. Devo me abrir para ele? Ele entreabriu a porta para eu ver dentro
dele, insinuando que há mais em sua vida pessoal do que o que eu vejo
normalmente, uma família perfeita, uma dinâmica perfeita. E inferno, ele já
conhece meus segredos mais obscuros por ler meu diário. É um pouco tarde
demais para fechar a porteira, suponho. Eu mordo meu lábio e digito.
96
vezes... Fico cansada e estressada, e perco a paciência com ele.
Então eu me sinto culpada por não dar apoio suficiente.
Afinal, o que ele passou foi traumático. Ele perdeu parte de
um membro e tem que reaprender a fazer tantas coisas na
vida que damos por certo. Amarrar sapatos, vestir-se, usar
um computador. Não é de admirar que ele esteja lutando
para lidar.
97
estou lutando para lidar com eles. Não ajuda que isso cause
uma ruptura em nossa família, algo que eu me sinto cada
vez mais culpado, embora não seja culpa minha, isso
aconteceu.
Suas palavras são simples, mas eu posso sentir a onda de dor atrás delas.
A vulnerabilidade que ele está me revelando, apesar de todas as coisas que ele
não está dizendo, apesar da maneira como ele tenta parecer irreverente na
última linha. O que aconteceu entre ele e seu irmão? Quero perguntar, mas tenho
medo de pressionar demais. Eu não quero que essa conversa pare. Não agora,
quando estou começando a aprender sobre ele.
Isso faz meu rosto arder. Instantaneamente, penso no rosto dele entre as
minhas coxas, sua língua acariciando-me até que eu gozo por todo o seu rosto. E
agora estou latejando no meu baixo ventre, pressionando minhas pernas para
lutar contra a resposta pélvica, que eu pareço ter muito frequentemente perto de
Dane. Mas ele está empurrando aqui com uma linha tão sugestiva, e certamente
ele sabe disso.
Eu quero recuar.
98
Minha caixa de entrada apita de volta instantaneamente.
Isso é justo, acho que entendo isso. Antes que eu possa responder, outro
e-mail apita.
Isso faz meus lábios franzirem. Desgraçado. Eu sei exatamente o que ele
está insinuando. Você sabe muito sobre mim, eu escrevo na resposta.
Esse meu diário... Eu nunca poderia viver aquelas palavras eróticas e vulneráveis
que eu escrevi. E, no entanto, eu realmente quero? Afinal, isso me trouxe aqui
para este lugar com ele. Se ele não tivesse lido, ainda seríamos formais e
educados, e eu nunca teria experimentado o que eu tenho nos últimos dias. Mas
eu sei muito pouco sobre você, eu acrescento. Parece
desequilibrado.
Meu coração está batendo tão forte que ameaça explodir no meu peito.
Ele e eu, estamos intimamente empatados agora, nossas atividades silenciosas
nos unindo. Ninguém mais pode saber um fato que só aumenta as sensações que
estou sentindo.
E dado o que ele está escrevendo nesses e-mails, não sinto o mesmo nível
de hesitação da sua parte que senti antes. Não, ele está deixando cair lentamente
às paredes, e me deixando espreitar debaixo dessa superfície brilhante.
99
Mostrando-me as suas profundidades verdadeiras, os pensamentos que ocupam
sua mente. Isso só me faz querer mais dele, tanto quanto ele está disposto a dar...
Algo que poderia ser perigoso para meu coração estupidamente esperançoso.
100
CAPÍTULO 4
Emme
Faz dois dias que ele me beijou em seu escritório. Dois dias desta troca de
e-mails, que leio e releio. Dois dias desde que comecei a me deixar pensar que
Dane poderia sentir mais por mim do que apenas algo sexual.
Esta manhã coloquei uma saia roxa escura com uma fenda perigosamente
alta na coxa, com uma camisa preta apertada que faz com que meus seios
pareçam maiores, em um esforço para chamar sua atenção. Sim, fui lá, sem
vergonha.
101
ele e seu nível de atenção, determinem minha autoestima. Eu pareço bem hoje.
Eu sei que sim.
Mesmo Carl me reparou quando entrei para trabalhar, e ele não pode me
tolerar. Isso fala muito. Deveria fazer com que meu ego se sinta melhor, mas
argh, é Carl. Mil vezes não.
—Não olhe para a sua direita ainda, mas um cara do segundo andar não
parou de encarar seus seios desde que chegamos aqui. —Ela murmura. —Eu acho
que há baba caindo em sua sopa. Espere... Ok, olhe agora.
Meus lábios estão franzidos, mas eu faço o que ela diz. Eu viro minha
cabeça para olhar para ela. —Errrr, ele tem, o que, noventa e cinco anos de idade.
Eu não acho que ele esteja babando por minha causa. Eu acho que ele pode estar
tendo um AVC.
Ela sorri. —Talvez ele só precise de uma jovem enfermeira gostosa para...
—Pare essa frase aí mesmo. —Digo, erguendo minha mão com uma
risada. —Eu não acho que consigo ouvir mais uma palavra sobre isso. Que mau
gosto.
102
—Ele está no fim, com certeza. Com toda essa pelanca. —Eu dou um
tremor. —Não estou tão desesperada por um encontro, mas obrigada de
qualquer maneira.
—Não podemos ter isso. —Digo. —Vá, corra. —Eu aceno quando ela sai, e
permaneço na mesa por mais um tempo. Não estou pronta para voltar para o
escritório, onde devo sentar com um sorriso educado no rosto e fingir que não
consigo parar de pensar em Dane. É mais fácil afastá-lo da minha cabeça quando
não estou perto dele. Talvez eu tenha sorte e hoje será um dia curto.
Devo bater na porta dele? Ou devo fazê-lo vir até mim? Eu simplesmente
não sei o que fazer, e não posso pedir conselhos a ninguém. Sidney já pensa que
estou louca por ter uma queda por ele. Se ela soubesse a extensão do que
aconteceu entre nós, ela provavelmente teria um derrame.
Talvez eu não seja nada além de uma diversão para quando ele não está
ocupado com o trabalho. O pensamento cria uma leve queimadura de raiva no
meu interior. Eu não me importo com o que é eu mereço ser tratada melhor do
que isso, e eu não vou o deixar controlar minhas emoções.
Ele pode conhecer todos os meus segredos, sim, mas ele não conhece
minha força interior. Eu uso esse combustível para me ajudar a me concentrar no
103
trabalho e empurrá-lo do meu cérebro. Eu lidei com coisas muito pior do que isso
na minha vida, e eu lidei direito.
Porque, sob toda essa raiva e ferida, ainda existe esse fio de desejo por
ele, mesmo que eu não queira me sentir assim agora. Nenhum homem me fez
experimentar as coisas intensas que ele fez, e não sei como vou parar de querer
isso.
A bravura aquecida que estou sentindo agora faz com que valha o risco.
Eu me recuso a olhar para trás enquanto pressiono o botão para baixo.
Meu estômago embrulha enquanto eu olho para o frio olhar sério do meu
chefe, parado ali em toda sua glória fria e bonita. Seu terno preto o abraça
104
perfeitamente, e a camisa de cor branca está aberta na gola com a gravata azul
escura desfeita e pendurada.
Ele mantém as portas abertas enquanto diz: — O que diabos você está
fazendo? Não é hora de sair. Ainda estou trabalhando.
—Eu vou para casa. —Consigo lhe dizer de maneira uniforme. —Já
terminei o dia.
As suas narinas inflam, e vejo um flash de raiva em seus olhos quando ele
sorri em um instante. —Você não terminou. Você conhece as regras.
Sua mandíbula aperta tão forte que quase ouço os dentes se esmagarem.
Então, mais uma vez, seu rosto se suaviza naquela maldita máscara que quase me
leva até o limite. Ele entra e deixa as portas se fecharem atrás dele. À medida que
o elevador desce, ele bate no botão de emergência e o elevador para
rapidamente.
—Diga-me, Emme. —Ele diz com voz tranquila. —Você gosta do seu
emprego?
—Sim. —Digo a ele, um pouco alto demais. —Eu gosto do meu trabalho.
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têmpora, um toque de emoção debaixo da superfície fria. Um verdadeiro sinal de
vida.
—Eu também gosto do meu trabalho. —Ele diz calmamente. Sua cabeça
se abaixa e ele sussurra no meu ouvido: — Eu adoro, de fato. —Outro arrepio
dispara na minha carne, mas esse é por causa da respiração quente soprando ao
longo do côncavo da minha orelha. Seu cheiro rico infiltra-se em mim, o calor de
seu corpo me deixando desconfortável e dolorida por toda parte. —Eu amo o que
eu faço. Esta empresa é a minha vida. E esta... Coisa conosco, é uma complicação
que eu não queria. —A última parte quase parece um sussurro.
E assim, tudo cai ao meu redor. Meu estômago dói, e eu passo por ele,
tentando lutar contra a picada repentina em meus olhos. Eu engulo o nó na
minha garganta. Não há como deixá-lo ver o quanto esse comentário me
machucou. Esta era apenas uma coisa física estúpida. Não é importante. Estou
bem, tudo bem.
Com a outra mão, ele inclina meu queixo para cima, procura meus olhos.
Eu olho para baixo para lutar contra o que ele está tentando fazer, mas ele
intensifica seu aperto. —Olhe para mim, Emme.
Eu aperto meus lábios e me forço a fazê-lo. Não consigo resistir a sua voz,
e eu me odeio por ser tão fraca para ele. Eu sei que ele pode ler meu rosto tão
facilmente quanto ele leu o diário. Eu sei que ele pode dizer o quanto suas
palavras me machucam. Ele vê todas as minhas vulnerabilidades, não posso
esconder dele.
106
—Eu não posso fazer isso. —Eu consegui dizer. —Eu não posso mais ter
você brincando comigo. Preciso ir para casa. Por favor.
—Toda vez que vejo você, eu fico tão malditamente duro que mal posso
funcionar. —Ele dispara de volta com um rosnado que me faz apertar em
resposta. Seus olhos estão fixos em mim, me encarando como uma adaga, me
fixando no lugar. —Estou perdendo o foco, deixando de fazer as minhas coisas.
Este sou eu me mantendo no controle, certificando-me de que minha vida
pessoal não interfira com este trabalho.
Mas eu não quero que você controle, quase digo, mas mordo a minha
língua. Ele não terminou de falar, posso ver. E eu preciso ouvir o que ele está
pensando e sentindo.
Sinto que sua dureza se contrai contra mim, seu corpo endurece. —Eu não
queria te machucar. —Ele continua. A ressonância em sua voz quebra minha
reserva em pedacinhos, derrete a última resistência. Posso dizer que ele é
sincero. —Mas a linha entre nós continua ficando muito borrada. Não podemos
deixar isso acontecer. Ainda precisamos manter uma aparência de
profissionalismo, Emme.
107
—E eu não sou uma boa pessoa para você se aproximar. —Ele continua. —
Eu tenho bagagem. Você merece coisa melhor.
Eu ouvi uma fragilidade em seu tom que eu não esperava. Dane tem medo
de baixar a guarda, com medo de se machucar. Talvez essa seja a outra razão pela
qual ele está me empurrando assim, embora ele não tenha admitido isso, não
apenas porque ele está tentando se concentrar no trabalho, mas porque ele não
está pronto para um compromisso. —Quem te machucou? —Eu me pego
perguntando.
Ele suspira, e sua mão aproxima-se para acariciar meus cabelos. —Eu tive
um rompimento muito difícil. —Ele diz. —Quase imediatamente após eu me
separar da minha ex, meu irmão se juntou com ela. Eles estão casados agora. —
As palavras são tão claramente faladas, que elas me abalam.
Este deve ser o drama familiar que ele quis dizer em seu e-mail. Não é de
admirar que ele seja tão esquisito, tão lento para se abrir e confiar. —Lamento
pelo que você passou. —Levanto-me na ponta dos pés e beijo seu maxilar. Ele
tem um gosto tão bom, sua pele tão quente contra minha boca. Eu o sinto
estremecer, sua respiração ficando mais irregular pelas minhas ações. Algo em
mim quer tirar sua dor.
Ele enterrou o rosto no meu cabelo, seus braços apertando ao meu redor.
—Eu preciso de você, Emme. —Uma frase contundente que me desencadeia.
Eu quero fazer isso por ele. Deslizo minha mão esquerda para o seu
quadril, a outra se move para a dureza em sua calça. Com os dedos trêmulos eu
aperto, e ele geme, aumentando seu aperto na minha cintura. —Então me tome.
—Digo a ele. —Eu quero você. Eu também preciso disso. —Mesmo meu coração
sendo condenado. Estou tão sem fôlego por esse homem, que eu não conseguiria
parar o desejo doloroso dominando-me agora mesmo.
Antes que eu possa piscar, meu casaco e lenço estão no chão, então o
paletó de Dane é tirado e jogado no canto superior do elevador. Oh Deus, uma
câmera. Eu nem pensei nisso. Então ele está de volta em mim, sua boca
108
pressionando contra a minha, os dedos emaranhados no meu cabelo. Eu gemo e
me abro para ele, e sua outra mão acaricia minha coxa sob a fenda da minha saia.
—Esta saia é muito sexy. —Ele suspira contra meus lábios. —Eu não
consegui parar de pensar nisso o dia todo. Sobre dedilhar essa boceta quente e
apertada até que você grite meu nome. —Então a saia vai para a minha cintura,
deixando minha calcinha branca à mostra. Estou tão molhada para ele. Temo que
esteja passando pelo tecido. Ele está de volta contra mim, e nos esfregamos um
no outro.
—Deixe-me dar-lhe prazer. É tudo o que posso te dar agora Emme, mas se
não o fizer, vou explodir. —Sua boca desliza pela minha garganta para lamber a
pele úmida na minha clavícula. —Eu não posso continuar segurando. Você
consegue lidar com isso? Você vai me deixar fodê-la como a garota safada que
você é?
Não consigo engolir. Tudo o que posso fazer é assentir. Deus, sim, me dê
tudo, quero implorá-lo. Espero que meus olhos mostrem meus sentimentos.
Minha calcinha é empurrada para baixo, e ele abre sua calça. Ele procura
na carteira, e há um amassar revelador do invólucro de preservativo. Por algum
motivo, isso me deixa ainda mais úmida. Ele planejou isso, trouxe proteção para
que o sexo no escritório pudesse acontecer. Uma vez que ele acabou de envolver-
se, Dane agarra minha bunda nua e levanta minhas costas na parede do elevador.
109
se retira, então empurra para dentro. —E você está tão molhada para mim, não é
querida?
Seus dedos apertam minha bunda enquanto ele me fode. Minha pele
explode em arrepios e ondas de prazer. Ele está tão duro, tão duro por mim. Eu
fiz isso com ele, tornei sua respiração errática, fiz seus olhos se estreitarem, seu
coração latejar contra meu peito.
Solto uma das mãos e faço conforme ele ordena. Minha cabeça cai contra
a parede. Estou molhada, minha excitação cobrindo-o, cobrindo-me. Sinto-me
presa nos sinais reveladores do meu próximo orgasmo e gemo.
Dane morde meu pescoço, o que me faz estremecer. —Você está prestes
a gozar, não é? —Ele me pergunta roucamente. Ele me puxa mais forte,
apertando os dedos na carne da minha bunda quase ao ponto de machucar. Dói e
parece bom. —Eu preciso que você goze. Eu preciso disso mais do que qualquer
outra coisa neste mundo, Emme. Me dê esse maldito orgasmo.
—Eu estou... Eu... Sim, não pare. —Balanço. Meu clitóris está duro, o
pequeno nódulo se projeta os nervos queimando naquele ponto central para cada
outro centímetro quadrado da minha pele. A onda constrói, constrói, tão perto,
eu vou, sim, eu...
Meu corpo se aperta e eu suspiro meu orgasmo, pois ele chega com uma
intensidade acentuada que rouba minha respiração. Ele continua indo, e indo,
aumentando a eletricidade que dispara da minha pelve para os meus membros e
retornando.
110
—Sim, querida, é isso. —Os impulsos de Dane tornam-se irregulares, pois
seu controle cuidadoso se desgasta cada vez mais. —Oh Deus, você é
incrivelmente boa.
Oh, ele está tão perto também. Eu tenho que empurrá-lo para a borda.
Ele endurece, gemendo. —Você está me deixando louco. —Ele diz com
uma respiração irregular.
Quando eu moo meus quadris contra sua pélvis, isso acontece. Joga sua
cabeça para trás e suas mãos na minha bunda apertam quando ele empurra uma
última vez em mim, seu corpo inteiro duro. Ele estremece e sacode, então abre os
olhos para me encarar enquanto esvazia sua semente no preservativo.
Neste momento, todas as suas paredes caem, e vejo tudo o que ele está
sentindo em seus olhos. A experiência faz com que meus pulmões apertem em
resposta, faz meu corpo inteiro explodir com um segundo orgasmo inesperado.
Drenando cada última gota que sai dele.
Ele pressiona um beijo na minha testa, um gesto terno que faz meu
coração apertar. Nós alisamos nossas roupas, e ele descarta o preservativo em
um lenço enfiando no paletó. Embora ele pareça apresentável como sempre, há
uma emoção crua nos olhos agora, que me enche de uma infinidade de emoções.
111
Eu dou-lhe um sorriso largo, e o que se espalha em seu rosto é tão
genuíno que faz meu coração inchar em resposta. Uau. O impacto do sorriso de
Dane na potência máxima, não filtrado, é irreal. É de tirar o fôlego. Quero sempre
vê-lo assim, sorrindo e relaxado. Desejo que ele se sinta mais assim.
Ele segura a porta aberta para mim. Sua voz mal está acima de um
sussurro áspero. —Obrigado pelo prazer da sua companhia, Emme. Vejo você
amanhã.
112
CAPÍTULO 5
Dane
Estou aninhado no canto da Brats & Brew, meu pub favorito em Boston,
com alguns amigos da faculdade. Tentamos nos encontrar uma vez por mês,
quando possível. Liguei para uma reunião improvisada quando cheguei em casa
uma hora depois do trabalho; arranjei isso, depois de ter tido sexo louco com
Emme no elevador.
Felizmente, três dos caras estavam livres hoje à noite, então, aqui estamos
sentados para jantar, bebendo cerveja. Um rock toca ao fundo, e as mesas de
madeira são grandes e convidativas. Conseguimos chegar logo após a correria da
multidão para jantar.
113
Austin é cerca de quinhentas vezes mais do que eu. O homem me deixa
envergonhado.
—Eu acho que essa garota ainda está em terapia. —Provoca Emerson. —
Ela se recusou a sair comigo porque eu era seu colega de quarto.
—Era melhor para você. —Dominic diz com um empurrão de seu ombro.
—De qualquer maneira, ela era claramente nervosa. Urina é estéril.
Eu dou de ombros casualmente. Ele está certo, eu estou, mas não quero
que ele fique olhando para mim como um projeto de ciência. Austin é implacável
quando quer falar sobre algo, e posso ver que ele está interessado no meu
humor.
—Nós não estamos mais saindo. —Eu não me prolongo, em vez disso
procuro mudar de assunto. A última coisa sobre a qual quero falar é a minha vida
sexual. Não quando não consigo parar de pensar em Emme. —O que você acha
do novo corredor dos Patriots? 2
2
Time de futebol americano de Massachussets, onde joga Tom Brady, marido de Gisele Bündchen.
114
se. —Embora você não me parecesse muito interessado, agora que eu penso
sobre isso.
—Sua mãe não teve nenhuma queixa sobre o meu desempenho ontem à
noite. —Lanço de volta para ele, com uma das minhas sobrancelhas levantadas.
—Então, quem colocou esse sorriso no seu rosto, nesse caso? —Diz
Austin, agressivo como sempre. —Porque claramente, não foi Jennifer.
—Na verdade, ele está certo. —Emerson acena para a garçonete, que se
aproxima e inclina-se para revelar uma dose saudável de seu decote em sua
direção. Ele pede outra rodada de cerveja, e ela pisca, depois sai. —Alguém
aliviou sua tensão, e não foi a mãe de Dominic também.
115
Ambos conhecemos a amargura da traição.
Por tanto tempo, meu foco foi no trabalho. Construindo minha empresa,
desenvolvendo uma clientela notável, aumentando minha base de funcionários.
Mas na última semana ou mais, não foi esse o impulso que me fez acordar e ir ao
escritório.
Foi Emme.
Este não sou eu. Eu geralmente posso controlar meus impulsos. Mas, de
repente, quero falar com ela. Eu preciso falar com ela.
116
Dominic dá um bocejo, um sinal simples e seguro de pai cansado. —Tudo
bem, idiotas. Isso foi divertido, mas eu tenho que ir para casa. Peguei um
pequeno empréstimo para pagar uma babá esta noite. —Ele sorri e joga uma
pilha de notas para cobrir sua porção de comida e bebida.
Austin olha para o relógio e faz careta. —Merda. Está tarde. Eu tenho que
ir também.
Mas talvez eu tenha estado operando sob uma lógica defeituosa aqui.
Talvez eu tenha mudado sem perceber, e não para melhor. O que eu pensei que
era um foco admirável acabou por ser chato e vazio.
Isso me faz pensar o que Emme vê em mim. Ela não me conhecia antes de
trabalhar na empresa, como ela viu o meu verdadeiro eu, o que os meus amigos
não viram nos últimos anos?
Envio o texto antes que eu possa me parar. Então me deito e fecho meus
olhos por um momento, deixo a música me envolver. Isso não me acalma da
maneira que normalmente faz. Estou desconfortável, muitos pensamentos estão
em minha cabeça.
117
NÃO, terminei com a escola. Você está relaxando esta
noite, como eu disse? ;-)
Meus lábios franzem. Eu começo a escrever uma resposta, mas não quero
falar com ela dessa maneira. Quero ouvir sua voz. Eu disco seu número, em vez
disso.
—O que você está fazendo agora? —Eu fecho meus olhos novamente e
deixo o som de sua voz se arrastar sobre mim.
—Estou lavando roupa. —Ela ri, e o tom rouco faz a minha pele arrepiar.
—Isso é tão sexy, certo?
Eu ri. Meu humor ilumina à medida que minha ansiedade anterior diminui.
—Eu acho que depende do que você está lavando.
A admissão sussurrada faz meu pau agitar. Eu amo como ela me mantém
na ponta dos pés, me surpreendendo a cada passo. Eu nunca sei o que ela vai
dizer, sua honestidade me faz querer responder de forma semelhante. Quero
lembrar como é sentir... Sentir novamente.
E Emme me faz sentir mais do que senti por muito tempo. Talvez nunca.
—Oh. —Eu a ouço exalar. —Bem, minha mãe morreu de câncer há alguns
anos atrás. Ela me criou e a meu irmão como uma mãe solteira, depois que nosso
pai nos abandonou. Ela era incrível. —Eu posso ouvir o sorriso em seu tom, quão
claro ela ainda sente falta e adora a mulher, e meu peito aperta. —Nós éramos
unidos, nós três. Eu tento viver da maneira que ela me ensinou, para honrar sua
memória.
118
—Ser honesta e trabalhar com integridade. Orgulhar-me de mim e
perdoar os outros quando eles me machucarem. —Ela dá uma risada estranha. —
Eu acho que estou divagando. Eu costumo fazer isso. Eu falo muito quando estou
tensa. —Ela faz uma pausa. —Espere um segundo, ok? O meu irmão está me
chamando. Eu sinto muito.
—Você não está. Estou feliz em falar com você. —Ela dá outro riso
conhecedor. —E estou divagando novamente. Certo, já volto. —Ouço o som do
telefone sendo colocado para baixo e as palavras faladas em segundo plano.
A admissão genuína dela faz algo engraçado para meu coração. Ela
realmente está feliz em falar comigo, eu cem por cento acredito nisso. Um brilho
quente surge com esse pensamento, apenas combinando com o brilho de
contentamento que eu sinto em falar com ela também.
O sexo entre nós é dinâmico, isso é certo. Eu ainda sinto seu corpo contra
o meu, e isso me deixa novamente com vontade de fazê-la gozar. Mas outra coisa
está acontecendo aqui também, algo para o qual não tenho certeza se estou
preparado.
119
Quando ela dá um "ok" sussurrado em resposta às minhas palavras
contundentes, eu sorrio e afasto todos os outros pensamentos para me
concentrar no aqui e agora.
120
CAPÍTULO 6
Emme
—Oh, meu Deus, isso foi muito útil. —Declaro na quinta-feira à noite
quando fecho meu enorme livro. —O McDoogle pode chupar isso, porque estou
tão pronta para o nosso teste, amanhã. —Meus olhos doem por olhar para o livro
por tanto tempo, e esfrego minhas mãos no meu rosto. —E agora eu só quero ir
para casa e dormir por doze anos. Meu cérebro dói.
Sidney ri. —O meu também. Eu não quero pensar novamente, nunca mais.
Eu vou para casa e me deitar no sofá em uma poça da minha própria baba.
Não ajuda que estive cansada o dia todo de ficar até tarde demais na noite
passada com Dane. Nós tivemos lentas e deliciosas preliminares durante uma boa
hora, que levaram a um sexo intenso no telefone, e eu me masturbando e
gemendo de prazer quando gozei para ele. Enquanto descíamos das alturas,
conversamos um pouco mais sobre isso e aquilo, apenas tópicos aleatórios em
nossas cabeças.
Estou exausta, mas valeu a pena. O olhar que trocamos no trabalho hoje
era quase inflamável. Felizmente, ninguém parece notar o que está acontecendo,
mas eu vou ter que ter mais cuidado, já que eu sei que tenho que guardar meu
coração na manga. Não sou boa em esconder minhas emoções. E cara, ele as tira
todas de mim.
Eu visto minha roupa de inverno e dirijo-me ao meu carro. Irei para cama
cedo. Eu envio a Robert uma mensagem, deixando que ele saiba que estou a
121
caminho de casa, depois me sento no meu carro por alguns minutos para deixá-lo
aquecer. Está especialmente frio esta noite, um vento frio atinge o carro.
Eu bato na porta dele. —Ei, você está acordado? —Digo num sussurro
suave.
—Eu não estou com fome. —Ele revira os olhos e me empurra para se
jogar no sofá.
Uma onda de raiva enche meu peito. Eu me esforço para ele seguir em
frente, mas essas mudanças de humor, os períodos erráticos de bebedeira, eles
estão começando a me desgastar. —O que está acontecendo? Por que você está
de mau humor? E por que você está bebendo? Você sabe que não deve misturar
bebida com seus antidepressivos.
122
—Me deixa em paz. —As palavras estão ligeiramente enroladas. —Eu já
tive que me esquivar do psiquiatra hoje.
—Por quê?
—Eu não quero falar sobre isso. —Ele geme e estica-se, esfregando a
parte do seu braço que foi amputada. O brilho da dor no rosto é vívido, e eu me
sinto culpada.
—Eu só estou tentando ajudar. —Eu sei que a dor e a frustração estão na
minha voz, e não posso impedi-las de sair.
Não estou tentando ser a mamãe. Estou apenas tentando me virar. Mas a
pressão de cuidar de alguém que se ressente comigo por isso está se mostrando
tão, tão difícil, e eu não sei quanto tempo eu posso aguentar. Como se eu
também não sentisse falta dela? Como se eu não estivesse tentando lidar da
única maneira que sei?
Ele esquece, mas eu não tenho esse luxo. Eu tenho que viver com isso e
decidir o que vou fazer. Porque é claro que meu irmão precisa de mais ajuda do
que posso dar.
123
Adormeço em cima das minhas cobertas, meu rosto coberto de lágrimas.
***
Eu sei que eu pareço mal, que meus olhos estão cansados e injetados de
sangue, e que meu rosto está inchado de chorar. Felizmente, Sidney não me
força. Ela apenas me dá um abraço, pressiona um beijo na minha têmpora, e me
diz que ela está aqui para ouvir se precisar de alguma coisa.
Pelo menos o questionário foi bem, no entanto. Tudo o que estudei valeu
a pena. Sinto-me muito mais confiante nos resultados de hoje; com certeza recebi
pelo menos um B, se não um A. Finalmente, saio do campus e dirijo-me ao
trabalho. O estacionamento está cheio, então eu paro meu carro em um local
muito distante do prédio, e arrasto-me em direção à entrada.
Não sei se eu sou a fonte de sua raiva, mas eu suspeito que não seja. Eu,
no entanto, sou a destinatária desses sentimentos. Ele e eu precisamos ter uma
conversa real sobre isso, porque se ele vai continuar morando comigo, isso não
vai funcionar.
124
Preciso apertar meu ventre e lutar, de repente, com um suspiro. Em vez
de me sentir satisfeita, acho que estou querendo-o cada vez mais. E não apenas
fisicamente, embora, claro, essa dor pareça estar presente demais. Agora, eu só
quero ver seu rosto, ouvir o som da sua voz. Deixo isso derramar sobre mim e
remover o estresse e a tensão do meu coração.
Meu coração aperta, e eu limpo minha garganta. —Isso é para mim? Você
precisa de cópias ou qualquer coisa?
Sua voz é calma quando ele diz: — Você precisa tirar o dia de folga?
125
—Ok, faça cópias suficientes da papelada para distribuir na reunião desta
tarde. Você pode mantê-las em sua mesa até lá. —Chefe Dane está de volta ao
lugar. Por uma vez, eu me consolo com isso, porque é algo que eu sei como lidar.
Eu lambo meus lábios secos e aceno, então, vou para a sala da copiadora.
Há duas pessoas à minha frente, então eu deixo meu olhar vagar pela sala, suas
caixas de papel. As mulheres conversam casualmente sobre seus filhos, o trânsito
para trabalhar. O pulso rítmico da copiadora, as vozes misturadas, os ruídos
macios do lado de fora, todos criam um zumbido na minha cabeça que me
ajudam há absorver um pouco.
É dele.
Mordo meu lábio inferior e abro o papel. Dentro há uma tira dobrada de
seda preta, que cai do papel no meu colo.
126
consigo pensar em mais nada, além de estar com você
novamente.
E se mais alguém entrasse antes que ele, e trancasse a porta atrás dele?
Essa sala tem um bloqueio na porta?
Penso na forma como nos tornamos mais próximos nas últimas semanas,
como tudo o que aprendi sobre ele revela o conhecimento que eu acumulei
desde que entrei na empresa. Nós somos tão diferentes, ele e eu. Seria loucura da
minha parte ir seriamente nesta estrada com ele, me colocar na reta?
Deixar que alguém tenha esse poder sobre mim, que poderia partir meu
coração?
127
hora. Eu penso em seus olhos vendo minha dor, ele aproximando-se de mim da
maneira que ele sabe, se vai me ajudar a escapar da minha dor.
Dane não escreveu que queria estar em mim novamente. Ele disse que
queria estar comigo. Uma grande diferença, uma escrita intencional de alguém
que passa a vida com precisão nas palavras. E meu coração estúpido não vai
deixar essa frase passar.
De repente, são onze e vinte e cinco. Faça ou morra tentando. Todo o meu
corpo está tremendo de ansiedade, porque sei exatamente o que vou fazer.
Então eu espero.
128
CAPÍTULO 7
Dane
Não tenho certeza de que meu pau já esteve tão duro na minha vida. Eu
quase não consigo me manter no lugar perto do bebedouro, enquanto vejo a
doce e sexy como o inferno, Emme, entrar na sala de conferência a cerca de nove
metros de onde eu estou de pé, com o queixo empinado e seu traseiro
balançando. A porta fecha-se atrás dela com um clique sólido que me deixa em
chamas.
Eu preciso tanto dela agora. É difícil lembrar-me que este esforço não
começou por causa das minhas necessidades. É sobre ela, só ela.
Mesmo que eu pense isso, eu sei que não é verdade, não mais. Isso é para
mim também. Após ler sobre a fantasia de ter seus olhos vendados em seu diário,
tantas vezes me encontrei com minha mente vagando com o pensamento de
tornar isso realidade.
Então eu a vi mais cedo hoje, seus olhos tristes de uma maneira que fez
meu coração doer, as bolsas inchadas sob os olhos, o rosto pálido. E eu tive essa
compulsão instantânea para ajudá-la a esquecer de seus problemas, mesmo que
por um tempo. Perder-se no prazer. Tirar essa dor dela, da única maneira que eu
posso.
Eu vou tornar isso bom para ela, porque Emme merece. Ela trabalha duro,
para mim, para si mesma, para o irmão dela. Eu ainda não sei o que a perturbou
tanto, mas eu sei como fazer seu gozo revestir todo o meu pênis.
129
Descartar a calcinha. Colocar a venda de seda que comprei com capricho
na noite passada, pensando em como o tecido preto ficaria contra a pele macia.
Eu clico no bloqueio, e seu corpo endurece. —Sou eu. —Digo a ela, e ela
relaxa um pouco, então acena com a cabeça.
Pego sua mão e levanto-a do assento. Sua cabeça mal alcança meu queixo.
Eu me abaixo e cheiro seu cabelo, e tenho o impulso de tocar sua pele aquecida.
Eu não sei o que há sobre essa mulher, mas ela chegou até mim de uma maneira
que nunca senti antes. Meus dedos são ligeiramente instáveis enquanto eu
esfrego um fio de cabelo entre eles.
Emme quer isso tanto, que ela mal pode suportar. E foda-se se eu não vou
lhe dar tudo o que tenho.
130
língua para dentro. Ela estremece. —Diga-me, Emme. Eu quero saber tudo o que
você quer que eu faça com esse seu corpo delicioso.
—Quando você fala assim, isso me deixa ainda mais excitada. —Ela
admite. Suas mãos apertam meus ombros. —Eu quero... Eu quero sentir você
tocando meus seios nus. Eu quero sua boca sobre eles. Eu... —Ela limpa a
garganta, e mesmo na penumbra da sala, eu posso ver o rubor deslizando por
suas bochechas. —E eu quero tocá-lo também. Quero ver você, sentir sua nudez
com minhas mãos e minha boca.
Ela desliza a língua para lamber os lábios, depois acena com a cabeça.
Abre a calça e a empurra para baixo, e eu posso ver o contorno de sua boceta
antes que ela se incline para tirá-las. Ela tirou a calcinha antes, como eu a instrui.
Ela joga a calça em minha direção, e com uma das mãos a agarro. Eu sinto algo no
bolso, e tiro a calcinha rosa que ela havia escondido lá.
Enquanto isso, ela desabotoava sua camisa, e depois a deixou cair atrás
dela. Ela ficou parada só com seu sutiã. Seus braços estão um pouco inquietos, e
ela fica no lugar, mudando de um pé para o outro.
—Eu ainda estou assistindo. —Minha voz é pouco mais que um grunhido
gutural agora. Eu mal consigo pensar, mal respirar. Não posso tirar os olhos desta
mulher. —Não pare. Tire o sutiã também. —Sua calça está presa no meu punho.
Os seios dela se elevam enquanto ela arqueia suas costas, e então tira o
sutiã. Seus peitos são exibidos para mim, grandes e cheios, os mamilos escuros.
Meu corpo está com tanta tensão sexual que eu poderia explodir se não tocar
nela.
Então, dou um passo para frente, e ela move-se em minha direção, seus
dedos roçam os braços, os ombros, o pescoço, o rosto.
—Você ainda está vestido. —Ela diz com uma risadinha. Uma covinha
aparece na bochecha direita e, por impulso, inclino-me para baixo e beijo-a. Ela
pausa e depois diz: — Posso tocar em você? Tirar as suas roupas?
131
—Sim. —É tudo o que posso dizer agora.
Seus dedos deslizam de volta para minha garganta. Ela afrouxa minha
gravata, atrapalhando-se um pouco com o nó, então a tira. Há algo tão íntimo
sobre o ato de ela me despir, que estou quase desconfortável. Mas eu também
quero isso, quero suas mãos em mim. Não tivemos o luxo de estar
completamente nus juntos.
Eu sei que ela se diverte no escritório, que isso é parte de sua fantasia,
mas eu quero fodê-la em uma cama também. Na próxima vez que transarmos,
será em algum lugar onde ela possa gritar tão alto quanto ela quiser. Sem filtro.
Desinibida. O pensamento dela deitada na minha cama após o sexo, de abraça-la
enquanto dormimos me faz engolir com força.
Coloquei sua calça para baixo para começar a tocar seu corpo, deixei
minhas mãos começarem nos arcos de seus pés e seguirem até o tornozelo, as
panturrilhas, os joelhos, esfregando as coxas até a virilha. Ela estremece com o
meu toque, sua respiração escapando em pequenas lufadas. Estou perto de sua
boceta, eu posso cheirar sua excitação.
132
Emme aproxima-se para acariciar minha cabeça, me pressionando mais
perto de seu centro. Naturalmente, eu provoco por um bom minuto até que eu
possa dizer que ela está aproximando-se do seu orgasmo. Então eu me aproximo
e pego sua calcinha, acariciando o tecido ao longo de sua fenda. Ela congela com
a sensação, mas quando eu esfrego seu clitóris, ela geme por uma fração de
segundo antes de abafar o som.
Ela faz como eu ordeno. Estico sua calcinha para passar em sua boca, que
está aberta, então eu a beijo, saboreando a umidade, saboreando a língua. Ela
fica assustada no início, mas a palpitação do meu pau contra seu ventre,
misturado com meus gemidos de excitação, parece ajudá-la a superar isso
rapidamente. Nossas línguas se espalham pelo tecido, e eu quase gozo sem
sequer fodê-la, eu estou ficando tão duro com os pequenos choramingo que ela
faz ao provar a si mesma.
Eu deslizo dentro dela e gemo em sua boca. Foda-se, ela é muito gostosa.
Incrível. Nossos corpos ficam lisos com o suor enquanto nos movemos um contra
o outro. Eu removo a calcinha para que eu possa tomar sua boca completamente.
Eu quero penetrá-la de todas as maneiras possíveis. Minhas bolas se apertam
quando eu penetro mais e mais firme.
—Sim. —Ela ofega, cavando as unhas na minha bunda. Dói, e eu amo isso.
Eu quero sua marca em mim. Suas paredes começam a estremecer em torno do
meu pau, o que me torna ainda mais rígido. —Isso é incrível, aí mesmo.
133
Eu me retiro quase que completamente, depois volto para dentro dela. Ela
me envolve, aperta meu pau com as paredes de sua boceta. Meu sangue está
fervendo, e minha pele está em chamas. Pego seu cabelo e empurro a cabeça
para trás, para que eu possa lamber seu pescoço molhado de suor. Com a minha
outra mão, eu apalpo seu peito, espremo, amasso a carne.
—Você vai gozar para mim. —Exijo. —Por todo o meu pau. Eu preciso
tanto disso que não consigo respirar, por querer tanto você.
Ela engasga, e as mãos dela deslizam para a minha cintura enquanto ela
inclina sua pélvis para me permitir uma entrada mais profunda. Eu posso sentir a
ponta do meu pau tocar o colo do útero no meu próximo impulso, e ela se
encolhe, então, eu ajusto meu ângulo. Aperto minha mão em seu cabelo. Ao vê-la
com os olhos vendados, sua boca inchada e lisa de nossos beijos, sua pele corada,
vai me fazer explodir muito rápido.
—Dane, por favor, não pare. —Ela diz, e suas palavras não são mais do
que uma suave exalação.
—Eu estou... Estou tão perto. —Nossa carne bate enquanto eu quase a
arrasto pelo tapete por fodê-la tão forte. O prazer é demais para eu lutar.
—Goza comigo. —Digo a ela. —Eu preciso sentir sua boceta quando você
gozar para mim.
Ela endurece, por toda parte. Então seu corpo treme enquanto morde o
lábio, as costas curvadas e os joelhos pressionados contra os meus lados. Eu
posso vê-la lutando para permanecer em silêncio, para não demonstrar o que
estamos fazendo aqui, e isso me empurra ao limite. Com um rugido interno,
explodo no preservativo, gozo derramando meu sêmen no que parece um fluxo
infinito.
Suas paredes vaginais apertam meu pau quando seu orgasmo continua a
atravessá-la. Seu batimento cardíaco é errático, e eu posso sentir isso contra meu
134
peito. Quando ela fala, sua voz parece que foi arrancada de seu peito. —Eu te
amo.
FIM DO LIVRO 2
135
136
Boss me
LIVRO# 03
137
CAPÍTULO 1
Emme
138
Mas a inalação acentuada que ele deu logo após o meu pronunciamento,
seguido de momentos de coração acelerado num silêncio ensurdecedor, foi a dica
suficiente sobre a falta de verdadeiros sentimentos românticos por mim. Dane
afastou-se, física e emocionalmente, deixando-me deitada ali, sentindo-me
completamente exposta.
Durante alguns segundos após minha confissão, ainda fiquei com a venda,
os olhos fechados com mortificação, desejando que eu pudesse permanecer
escondida, com muito medo de ver o choque e o possível horror que eu sabia que
estava em seu rosto. E, enquanto eu tirava a venda, vi a rigidez em seu corpo, e
como seus olhos evitavam os meus, meu coração se despedaçou ali, e minha
garganta queimou com lágrimas que eu não derramaria.
Desde aquele dia, tem sido um balé entre nós, ele é cuidadoso em manter
essa aparência profissional dele sempre presente, me deixando na ponta dos pés,
cuidando para que eu não estivesse sozinha com ele. Porque se eu tivesse que
escutar ele me dar “A Conversa”, sobre como isso entre nós deveria ser apenas
físico e mais nada, eu poderia morrer. Ou socá-lo. Ou algo igualmente dramático.
Como se eu não tivesse tentado evitar me apaixonar por ele. Mas de boas
intenções o inferno está cheio, certo? Nada disso importava. Dane mantém meu
coração em suas mãos, e não sei como recuperá-lo. Pelo menos ainda não.
139
minha voz, do jeito que eu estou divagando, mas não há como dizer a verdade.
Como eu estive me escondendo de Dane, de todos, esperando que ninguém
pudesse ver o quanto eu estou esmagada.
A verdade é não tenho certeza de como vou fazer isso por muito tempo. E
isso me mata um pouco por dentro. Porque finalmente sinto que estou ganhando
o meu lugar nesta empresa, começando a aprender mais sobre esse setor que
quero entrar após a formatura.
Seus lábios afinam enquanto estuda meu rosto. —Você tem certeza de
que está bem? Você parece um pouco... Fora. —Ela se inclina e sussurra. —É
Dane? Vocês dois parecem realmente estranhos um com o outro ultimamente. Eu
senti que a reunião de ontem estava um pouco tensa por algum motivo. —Lauren
faz uma pausa. —Ele fez algo de idiota com você? Quer que eu diga a ele para
recuar? Ou que vá quebrar as rótulas dele? —Ela me dá uma grande piscadela. —
Estou brincando. Mas ele fica um pouco insistente no trabalho às vezes, o que
pode ser frustrante - eu deveria saber. Eu ainda tenho pesadelos sobre as noites
até tarde quando eu era estagiária.
Um rubor explode pela minha pele. Não, eu era a insistente, a pessoa que
destruiu o que construímos entre nós vomitando meus sentimentos de forma
inadequada. Era muito cedo para isso. Minhas bochechas queimam com
arrependimento sobre como eu estraguei tudo isso.
—Ele não fez nada de errado. —Digo a ela. Meu sorriso amplia um pouco
enquanto eu me ajeito. Meu e-mail apita me salvando de suas perguntas. Procuro
esconder meu alívio. —Porcaria. É melhor eu voltar ao trabalho. Nunca acaba.
—Eu gostaria disso. —Digo com toda a sinceridade. A sua gentileza coloca
o primeiro sorriso genuíno no meu rosto em uma semana. Deus sabe que preciso
de mais amigos na minha vida. —Vamos tentar este fim de semana. —Talvez ela
possa me ajudar a encontrar um novo lugar para trabalhar. Em algum lugar cheio
de homens, que pelo menos não me atraiam.
140
—Vou te cobrar isso. —Lauren aponta um dedo para mim, então gira e sai.
~D
Meu estômago sobressalta tão forte que sinto que posso vomitar. Tenho
certeza de que é algo relacionado aos negócios, não tem nada a ver com o que
aconteceu entre nós. Afinal, se ele tivesse que me perguntar sobre minha
confissão, ele já teria até agora, certo? Ele não me enviou nenhuma mensagem,
nem me deixou qualquer bilhetinho desde então.
Mas a pior parte disso tudo é, tão envergonhada quanto eu estou sobre
como as coisas desmoronaram assim, eu também tenho essa tristeza profunda
causada pela ausência dele. É louco quão rápido ele ficou em mim, o quanto eu
esperava falar com ele durante o dia, ou mesmo fora do escritório. Parte de mim
desejaria que eu pudesse voltar no tempo e engolir essas palavras, então nada
teria mudado.
Eu reúno toda a coragem e ando até a porta dele, caderno na mão para
tomar notas, se necessário. Não vou baixar minha guarda, não o deixarei ver
meus sentimentos. Eu posso fazer isso. Eu luto contra a onda de emoção
crescendo no meu peito para não sentir nada. Eu sou um cubo de gelo em um
congelador. Estou entorpecida. Está tudo bem.
141
Eu entro em seu escritório e permaneço perto da entrada. —O que posso
fazer por você? —Estou orgulhosa de como pareço profissional, meu tom
imitando a fria distância dele.
—Sente-se. —Seus olhos são ilegíveis, mas ele não está evitando contato
visual comigo. Quando nossos olhares se conectam, meu peito aperta, e eu estou
cheia com essa dor por ansiá-lo mais uma vez.
Eu desvio meu olhar para fixar minha atenção em sua mesa enquanto eu
me sento na cadeira em frente a ele. É difícil, mas eu consigo manter minha
respiração uniforme e meu rosto neutro. Quando me sinto mais no controle de
mim mesma, arrisco uma olhada para o rosto dele.
Os olhos de Dane piscam com uma emoção que some antes que eu possa
identificá-la. Então ele esfrega a nuca, indicando-me que ele não está tão calmo e
descontraído como ele gostaria que eu acreditasse. Por algum motivo, esse
deslize facilita a tensão no meu peito. O antigo Dane não teria mostrado essa
vulnerabilidade, e não sei o que fazer com isso. —Eu acabei de conversar com
Sanderson, e vou fazer uma avaliação do seu local, pessoalmente, no sábado à
tarde. Eu quero ir lá, dar uma olhada, e depois pernoitar em um hotel próximo.
Eu aceno com a cabeça e abro meu caderno, feliz por ter algo para me
concentrar e me fazer passar por esse inferno. Eu rabisco notas, minha mão
apenas tremendo um pouco. —Eu vou fazer as reservas. —Albany está há três
horas ou mais de nós, então eu imagino que é mais fácil para ele passar a noite
em Nova York e voltar na manhã seguinte.
—E você vai comigo. —As palavras são ditas em um tom firme para não
aceitar nenhum argumento.
142
—Eu... Não acho que essa seja uma boa ideia. —Dou uma evasiva. Uma
viagem durante a noite com Dane? Só poderia me empurrar para o limite da
sanidade.
Ele não mostrou interesse em mim desde que eu disse essas três palavras
mágicas. Talvez esse seja o seu jeito de me mostrar o quão pouco ele me quer.
Levar-me para um hotel, e ainda agir como se eu não existisse, me atingiria no
meu âmago, isso me machucaria muito mais do que os últimos dias me
machucaram.
A veia do lado da minha testa pulsa. Eu dou um aceno firme, não confio
em mim mesma para falar. A única coisa que eu gosto menos do que o Dane
distante, é o Dane chefe durão. Eu não sou uma idiota.
—Então, por favor, faça os arranjos necessários para a viagem. Isso é tudo.
Oh, definitivamente vou ter que sair daqui. Se as coisas forem assim entre
nós, não vai funcionar.
Ele aproxima-se da minha mesa e para, olha para mim com esses malditos
olhos castanhos inescrutáveis.
—Você precisa de algo, Sr. Rossi? — Ok, estou sendo imatura, eu sei, mas
não posso evitar o deboche. É estúpido, mas isso me faz sentir um pouco melhor.
143
—Acabei o dia. —Ele empurra a bolsa, seu tom é tranquilo. —Você está
livre para ir para casa, Emme. E tire o dia de folga amanhã para que você possa
fazer seus arranjos em casa, e fazer qualquer trabalho escolar que você talvez
perca enquanto estamos fora. Eu insisto.
***
Eu odeio isso.
E agora vou irritá-lo mais, porque tenho que contar a ele sobre a minha
viagem sábado à noite. Limpo minha garganta e me aproximo dele. —Olha
Robert, antes de comer, eu preciso te contar uma coisa.
Ele tira o prato de mim e se instala na mesa da cozinha. Suas costas estão
rígidas, e ele pega seu garfo, cutucando o frango. —Entendo.
144
Eu sirvo o meu prato e sento-me, levando meu tempo. Meu apetite sumiu
ultimamente, mas eu preciso comer. —Então, será mais do que vinte e quatro
horas. Eu vou fazer o jantar, você pode aquecer. Talvez você possa até chamar um
dos seus velhos amigos para sair.
—Você quer dizer meus velhos amigos bebedores? —Sua voz está azeda.
—Os que eu supostamente não deveria estar mais por perto, porque eles
desencadeiam mau comportamento?
Meu maxilar está tão apertado que dói. Solto meu garfo no prato e olho
para ele. —Robert, eu não posso mais fazer isso. Estou cansada de pisar em ovos
todos os dias, com medo de voltar para casa porque você vai explodir comigo. —
Dou uma respiração irregular, lutando contra as lágrimas ameaçando cair. —Não
é minha culpa que sua vida tenha ficado tão confusa. Eu também estou tentando
passar por isso da única maneira que eu sei, e não vou desistir dos meus sonhos.
E também estou tentando estar aqui para você, mas você está tornando isso
muito difícil quando você é tão desagradável comigo.
—Eu nem sequer tenho mais sonhos. —Ele diz com a voz elevada,
segurando a parte de seu braço. Ele aponta para isso. —Meus sonhos terminaram
no dia em que sofri aquele acidente de carro.
—Ah, sim, você viu o custo delas? Milhares de dólares. —Ele zomba e
esfrega o rosto com a mão. —Não posso pagar por isso. Nós apenas vamos deixar
como está.
—Por que você acha que estou trabalhando tão duro? —Abaixo o olhar
para o meu prato, minha raiva sumindo, deixando a tristeza em seu lugar. Como
ele chegou a este ponto, sem esperança? É horrível. —Estou guardando cada
centavo extra que eu tenho. Eu raramente saio com alguém, e praticamente não
tenho vida social. Minha vida é trabalho e escola, e é por isso que posso ter um
lugar melhor para nós. Mas você é tão miserável o tempo todo, e não posso fazer
nada para ajudar.
145
—Eu não sei por que não posso afastar isso, porra. —Ele declara sua voz
quebrando no final. —Eu continuo tentando me afastar dessa depressão, mas ela
me arrasta de volta, e eu acabo ressentido com tudo. —Ele faz uma pausa, e
quando ele fala em seguida, seu tom é mais calmo. —Meu terapeuta disse que eu
precisava sair da casa e começar a viver, e tudo o que eu podia pensar era que
tudo isso era minha culpa. Eu estou aqui, e eu mereço o castigo, o isolamento. Eu
poderia ter matado alguém ao beber e dirigir. Foi tão estúpido.
Meu coração sobressalta com a dor na voz dele. Eu estico uma das mãos e
toco seu antebraço. —Você tem que deixar isso ir, Robert. Você não pode
continuar se remoendo sobre isso. O que está feito está feito. Mas você nunca vai
se curar se você não parar de se sentir culpado. Isso machucaria a mamãe, você
sabe. Ela queria que você fosse feliz.
Seus olhos brilham com lágrimas, e a visão faz as minhas próprias lágrimas
derramarem. —Me desculpe por ser tão idiota com você. —Ele diz uma
verdadeira angústia derramando de sua voz. —Eu tenho tanta... Raiva reprimida
em mim, e eu não sei como deixar sair. Mesmo assim, ainda não é justo com
você.
Eu concordo. —Eu sei. Não consigo imaginar como você se sente. Mas,
como continuo dizendo, há grupos para pessoas que sofreram trauma como o
seu. Eu acho que você deveria tentar. Eles conseguem de uma maneira que
ninguém mais pode.
Quando ele voltou para casa do hospital, eu fiz muitas leituras on-line
sobre o apoio a um ente querido que se tornou um amputado. Quando descobri
que existem grupos de apoio para esse tipo de lesão, comecei a incentivá-lo
gentilmente a ir. Eu até imprimi informações para facilitar o contato com um
grupo local. Ele resistiu todas as vezes que eu trouxe o assunto. Foi difícil não
empurrá-lo, mas eu tentei deixá-lo se curar no seu próprio ritmo.
146
círculo de amigos. Isso parte meu coração vê-lo lutando para encontrar a
felicidade agora, especialmente porque eu sou muito impotente para fazer
qualquer coisa.
Não é um sim firme, mas não é um não também. É mais do que ele deu
em um longo, longo tempo. Eu vou aceitar. Limpo meus olhos e fungo. —Isso é
tudo o que eu peço.
—Eu vou ficar bem. Enquanto você estiver trabalhando no sábado, quero
dizer. Não se preocupe comigo.
—Eu sempre vou me preocupar com você. —Eu dou a ele um sorriso sem
graça. —Esse é o meu trabalho como sua irmã e permanente pé no saco.
Isso o faz rir em resposta. —Nós somos meio chatinhos um com o outro às
vezes, não?
Seu olhar se torna sério. —Eu sei que sou difícil de conviver, e não tornei
isso mais fácil para você. Eu sinto muito. E... Eu te amo, Emme. Mamãe ficaria
orgulhosa da mulher que você se tornou.
Então é isso. Mais lágrimas inundam meus olhos, e todas as emoções que
eu tenho engarrafado saem num soluço. Ponho meu rosto em minhas mãos.
—Ei, ei. —Robert ergue-se e fica atrás de mim, colocando sua mão
desajeitadamente nas minhas costas. —O que está errado? Eu estava apenas
tentando ser legal.
147
—Sim, ela deu. —Ele bate em minhas costas uma última vez e, depois,
senta-se ao meu lado. —Certo tudo bem. Vou tentar. Uma reunião. Não estou
dizendo que vou continuar, mas vou dar uma chance.
Eu mordo meu lábio inferior por um momento, muito assolada para falar.
—Mesmo?
Ele acena. —Apenas pare de chorar, ok? E coma, pelo amor de Deus. Você
está me matando com esse apetite de passarinho que você tem tido
ultimamente. —Ele esfrega a cabeça com a mão, da maneira que costumava
quando éramos mais jovens, então vai até a sua cadeira. —Eu não sei sobre você,
mas estou morrendo de fome.
Meu coração fica um pouco mais leve. Não está tudo resolvido, não por
um longo tempo. Mas Robert está dando passos adiante, e eu posso apoiá-lo
nisso. Mesmo que isso signifique que eu precise parar de me afogar nesta tristeza
por Dane. Pego outro bocado de comida. —Eu também estou, na verdade.
148
CAPÍTULO 2
Dane
Claro, estou sentindo a tensão também, tanto quanto odeio admitir isso.
Não pude parar de pensar no que ela disse enquanto eu estava dentro dela.
Eu te amo.
O convite para ela vir junto comigo nesta viagem foi impulsivo, e eu o fiz
no momento certo, esperando que pudéssemos conversar em algum momento.
149
Não ajuda nada que senti falta de sua presença, do sorriso dela. E que eu
me sinto como um traste por fazê-la fechar-se desta maneira. Minha Emme,
aquela que tem seu coração na manga, está emocionalmente vazia por tantos
dias agora, e eu odeio isso.
—Sim.
—Eu vou.
Eu dou de ombros. —Tudo vai ficar bem. —Já fiz projetos em outros
estados antes. Isso exige mais viagens, mas a tecnologia está aí para facilitar a
gestão.
Ela suspira e vira-se para encarar a janela, e a culpa torce meu estômago.
Eu continuo empurrando-a para longe de mim - em parte para aliviar meu
desconforto sobre seus sentimentos românticos, e em parte para poupar-me de
machucá-la ainda mais. Não tenho certeza do que pensar ou fazer agora, a
dinâmica mudou, e as regras que estabelecemos se foram. Eu deveria ter sabido
melhor do que deixar-nos dois entrarmos nisso. Eu vi mulheres suficientes serem
prejudicadas pelas tendências do meu pai.
Eu não sou melhor do que ele, e me sinto como um canalha completo por
isso.
Ela olha para mim, os olhos verdes mais largos do que o normal. —Oh.
Ahh, ok.
—Não é você, Emme. Estou apenas na borda. Por causa de esse projeto
ser tão de última hora. —Eu me apresso em dizer, para ela não acreditar que eu
150
quero dizer que ela é ridícula. Porque a verdade é que eu sou o único ridículo, e
estou consciente disso.
—Eu entendo. —Seu tom é suave. —Eu... —Depois de uma longa pausa,
olho para ver o seu lábio inferior entre os dentes. —Tenho certeza de que as
coisas que aconteceram conosco foram adicionadas ao seu estresse, e eu quero
me desculpar por isso. Eu não deveria ter dito aquilo.
—Não. —Digo a ela com franqueza. —Nunca se desculpe por como você
se sente. —Mesmo que isso me deixe desconfortável pra caramba. Mas esse é o
meu problema para lidar, não o dela.
Eu queria saber como lidar com isso. Parte de mim, a parte do covarde de
merda, pensa que se eu apenas continuar me concentrando no trabalho do jeito
que sempre fiz, se fingirmos que nada aconteceu, seus sentimentos voltarão para
o que eram antes, e a tensão se aliviará.
Mas eu já sei que isso não é realista. O amor não funciona assim. E eu não
acho que Emme teria me dito que ela me ama, se não fosse genuíno. O
pensamento faz com que essa luz no meu peito sinalize para um breve, doloroso
momento.
Ela suspira. —Eu tornei as coisas estranhas, e eu odeio isso. Eu... —Ela
para, brinca com os fios de cabelos. —Desculpe, não importa. —A tristeza em seu
tom ressoa em mim.
151
adagas no meu coração. Eu fiz isso com ela. Eu fiz ela se sufocar, a mulher cuja
sinceridade me atraiu para ela em primeiro lugar.
—Vamos apenas deixar para lá, ok? Não precisamos discutir isso.
Seu tom soa um pouco defensivo, cru, e ela vira mais uma vez em direção
à janela.
Merda, eu ainda estou fazendo tudo errado. Preciso corrigir isso, agora.
Ao explicar isso a ela, ela fica quieta, não mais encarando a janela, mas
observando constantemente meu perfil. No entanto, olho para frente, mãos
segurando o volante. É mais fácil colocar isso para fora se eu não pensar sobre o
quanto estou baixando minha guarda. Mas eu tenho essa necessidade que ela me
entenda, ao contrário de qualquer coisa que eu já senti por alguma mulher antes.
Até mesmo Marianne. E se eu me deixar pensar sobre esse fato por muito tempo,
eu vou me convencer a sair dessa.
—Eu acho que entendi. —Ela finalmente diz voltada para frente. —O que
aconteceu com seu irmão e sua ex-esposa, tornou-se ainda mais difícil para você
confiar no amor. Outro incidente em uma série de traições ao longo da vida por
pessoas que você amava e acreditava.
152
Então, as pontas dos dedos dela roçam meu antebraço, e minha pele
explode em arrepios. —Eu não queria te empurrar, Dane. Eu me sinto terrível por
isso.
—Obrigado por confiar em mim. —Ela diz, e as palavras são tão tímidas
que doem em mim mais uma vez. Eu quero tanto beijá-la que quase posso provar
sua boca. Mas isso simplesmente confundiria mais as coisas.
***
Eu levanto minha taça e brindo contra a dela. —Isso foi melhor do que eu
poderia ter imaginado, e o cliente parecia satisfeito com o nosso trabalho.
Obrigado pela ajuda.
153
Sanderson ficou atônito por ela, totalmente encantado e quase incapaz de
afastar seu olhar tempo suficiente para ouvir meus comentários durante a
avaliação. As chamas de ciúmes no meu peito me surpreenderam cada vez que
ela ria de suas piadas bobas. No entanto, posso culpá-lo por ter sido arrebatado?
Não há nada como ser o objeto da atenção desta mulher - faz um homem querer
dar o melhor de si.
Afastá-la por causa de meus medos não fez nada além de me deixar triste
e solitário. Eu senti tanto a sua falta. Talvez seja o vinho afundando, mas no
momento eu não me importo. Agora, eu quero absorver a visão de Emme,
adorável em um vestido preto sem manga que molda seus seios, seus quadris.
Minhas mãos coçam para tocá-la, é preciso muito esforço para mantê-las do meu
lado da mesa.
Não vou brincar com seus sentimentos assim. Ela não precisa de mim
fodendo com sua cabeça, puxando-a para perto, e então a afastando.
Mas é realmente brincar com ela quando eu não posso evitar, além de
sentir uma agitação no meu próprio coração, apesar dos meus medos? Isso é algo
que eu deveria explorar? Algo me diz que ela valeria a pena o risco.
—Como está seu irmão? —Perguntei para tirar minha mente dessa linha
de pensamento perigosa.
154
Os olhos dela derivam sobre meu ombro, e o sorriso desaparece do rosto.
—Ele está... Bem, não ótimo, mas acho que tivemos um avanço no outro dia. —
Ela balança a cabeça. —Ele é tão teimoso às vezes.
Ela revira os olhos para mim em consternação fingida. —Eu não sou
teimosa. Não assim. —Pausa. —Ok, talvez um pouco. Mas às vezes, a teimosia é a
única coisa que me empurra para frente quando a vida me derruba.
Seus dedos brincam com a haste de sua taça, e a chama da vela molda um
brilho dourado em seu rosto. Ela é tão macia e bonita que eu sinto que meu
coração poderia explodir no meu peito. Mais uma vez, estou impressionado com
a intensidade dos meus sentimentos por ela, como todos os dias aprendo algo
novo que me faz querê-la ainda mais.
Nossa comida chega. Eu como, mas eu realmente não gosto do meu filé
mignon e batatas assadas. Essa necessidade, aquela que eu tenho suprimido por
ela, está de volta como uma vingança, e está zumbindo debaixo da minha pele,
como um ruído que, de repente, fica cada vez mais alto e mais alto.
Emme mordisca seu último feijão verde, depois fica com um sorriso no
rosto. —Isso estava delicioso.
Seus olhos fixam-se nos meus, e seus lábios separam-se. Seus seios se
elevam com a inspiração afiada.
155
Eu sei que ela pode ver o que estou pensando e sentindo, e por uma vez,
eu não tento controlá-lo. Em absoluto. Quero que essa mulher saiba que estou
fantasiando com ela. Porque se eu for ter Emme de volta à minha cama, de volta
à minha vida, eu preciso fazer algo que me assusta.
—Emme. —Sussurro com a voz grave. —Juro que não convidei você aqui
para nada errado, mas se eu não... —Eu luto para encontrar as palavras certas. —
Se eu não lhe disser como me sinto, vou me arrepender.
Inclino-me para frente, acaricio seu dedo indicador. —Sinto tanta sua
falta. E eu quero você. Foda-se toda a confusão na minha cabeça agora. —Consigo
arrancar. —Eu só preciso tocar seu corpo e fazer você gozar em cima de mim.
Posso fazer isso, Emme? Você me deixará te dar prazer?
156
CAPÍTULO 3
Emme
Como eu deveria, quando meu corpo está gritando comigo para deixá-lo
fazer tudo o que ele quer, sem perguntas, sem hesitação? Meu coração, por outro
lado, não vai parar de me avisar de que eu vou me machucar de novo. E será
minha culpa.
Afinal, nada em sua confissão indica amor ou relacionamento. Ele não está
me dando falsas promessas, apesar de conhecer meus sentimentos românticos.
Respeito sua honestidade, mesmo que eu tente lidar com isso de forma
inteligente.
Os olhos de Dane aguçam enquanto ele olha para mim. Ele é tão intenso
agora que mal posso continuar sentada sob seu escrutínio. Ele pega sua carteira e
retira algumas notas, depois as deixa cair sobre a mesa. —Vamos. —Sua voz é
pouco mais do que um grunhido.
157
Nos últimos dias, não deixei de me lembrar do que é sentir ele em cima de
mim, em mim, me tocando. Mas agora tudo está rugindo de volta à superfície,
como uma vingança.
Ele envolve meu cotovelo e me puxa para o lado dele, e seu polegar
desenha redemoinhos preguiçosos sobre minha pele. Os nervos explodem com a
sobrecarga sensorial. Ele abaixa a cabeça e pressiona um beijo na parte inferior da
minha orelha. —Este elevador não pode nos levar ao meu quarto com rapidez
suficiente. Quero arrancar esse vestido e experimentar cada centímetro de seu
corpo.
158
—Emme. —Ele sussurra enquanto beija cada canto da minha boca. Ele
recua por um momento, suas pupilas dilatadas. —Você é tão linda que eu mal
posso aguentar. Diga-me que você é minha, mesmo que apenas por agora.
—Eu sou sua. —Digo sem fôlego. Cada fibra do meu ser grita que eu
pertenço a ele, só a ele, sem a possibilidade de livrar-me dessa propriedade. E
nem quero.
Ele envolve meus quadris e aperta, então pressiona contra mim. Seu corpo
está quente, sua boca tão abrasadora quando reivindica a minha. Eu gosto do
sabor de vinho em sua língua, e eu bebo dele, meus mamilos endurecendo
dolorosamente. Meu clitóris latejando ao mesmo tempo em que minha pulsação
aumenta.
Meu coração incha com a onda de emoção que me atravessa. Dane agarra
minha mão e me leva até a cama, onde um cobertor branco e espesso está
escondido cuidadosamente sobre o colchão. Ele olha para mim, realmente me
olha. Ele toma seu tempo deslizando suas mãos do meu pescoço para meus
ombros, baixando pelos meus braços. Em todos os lugares que ele toca, deixa
uma onda de arrepios.
Eu fecho meus olhos e aceito tudo, deixo meus outros sentidos rugirem
para a vida. Sua respiração é áspera. Suas mãos são ligeiramente calosas, mas não
ásperas. A sala está quente, com o suave zumbido do aquecedor em segundo
plano.
Isso me lembra de como me senti ao ser vendada por ele, nunca sabendo
qual seria o seu próximo passo. A experiência sexual mais intensa da minha vida,
sem dúvida nenhuma.
159
Ele remove meu vestido sobre minha cabeça, depois meu sutiã e calcinha,
e nossos olhos se encontram. Seus dedos não se atrapalham enquanto ele tira
suas próprias roupas, uma a uma. Quando seu comprimento é libertado de sua
boxer, ele salta grosso e duro. Para mim.
Um rubor feminino desliza sobre minha pele. Eu fiz isso com ele.
Eu alcanço e toco seu pau, precisando eliminar o espaço entre nós. Dane
geme e fecha os olhos. Eu memorizo a sensação dos cumes, das veias, da forma
como ele enche minha palma. Eu toco a cabeça e ele geme novamente.
—Isso te faz se sentir bem? —Pergunto. Agora eu sou a única que precisa
de suas palavras.
Eu caio de joelhos. —Eu aposto que minha boca é mais macia. —Com isso,
eu o envolvo entre meus lábios, e deixo minha língua varrer na parte inferior. Ele
pulsa e vibra na minha boca, e eu ouço sua respiração ficar irregular.
Eu relaxo e deixo a cabeça de seu pênis deslizar pela minha garganta. Ele
tem gosto almiscarado e masculino, e eu posso sentir o pré-gozo escorrer da
ponta e revestir minha boca. Eu gemo para que a vibração lhe dê uma sensação
extra, e ele se empurra contra mim.
Eu puxo para trás e olho para ele, na tempestade em seus olhos. —Eu
quero que você goze.
160
Mas em vez de tentar afastar essa dor, eu me deixo aceitar. Movo minhas
coxas para os lados de seus quadris, inclinando minha pélvis para que ele possa
me acessar melhor.
Seus dedos aproximam-se para acariciar meu clitóris, que pulsa sob seu
toque experiente. —Sua boceta é linda. —Ele diz, ainda olhando para mim. —Tão
molhada e sensível. Tão deliciosa, porra. Eu quero respirar você. —Ele move seus
dedos úmidos em sua boca e os lambe, depois volta para baixo e empurra dois
dedos dentro de mim.
Não posso acreditar que estou aqui com ele. Não quero que isso termine.
Ele remove seus dedos de dentro de mim. Seu pau se instala entre nós, e
ele desliza seu comprimento ao longo da abertura dos meus lábios inferiores. A
sensação faz minhas paredes o apertarem pela necessidade de desejá-lo dentro
de mim. Quando sua outra mão chega até a minha bochecha, o polegar roçando o
arco da minha maçã do rosto, meus pulmões apertam. Seus olhos são tenros,
cheios de emoção.
Deus, eu amo tanto esse homem, e isso vai ser o meu fim, eu sei disso.
Estou caindo de bom grado para minha própria dor e sofrimento. Isso é
insanidade?
161
A sucção vai diretamente para o meu núcleo, e eu aperto em volta dele.
Ele geme, o humm me faz tremer. —Emme. Deus sim, eu preciso de você.
—Sua pele está em chamas. Eu posso sentir o cheiro da sua boceta, quão
excitada você está.
—Eu estou. Você me deixa assim. —Eu pulso ainda mais. Estou viva, neste
momento sou nada além de pele, nervos e sensação pura. E meu coração clama
por essa conexão com ele.
—Você sente como o meu pau está duro por você? —Ele olha para mim, e
seu olhar está quase irritado com esse poder. —Nenhuma mulher já fez isso
comigo antes. —Ele se retira e empurra dentro de mim, e eu suspiro com o
movimento. Todo golpe me aproxima mais do orgasmo. —Não consigo parar de
pensar em você, Emme, e isso está me matando.
Sua respiração fica errática, e seu coração bate contra meu peito. Enrolo
minhas pernas ao redor da sua cintura para que ele possa aprofundar. Eu posso
sentir o cheiro inebriante do nosso suor misturado. Nossos corpos são
verdadeiramente um agora.
162
madeira, nossas pélvis pressionadas juntas. Ele se derrama em mim, seu pênis
pulsando.
163
CAPÍTULO 4
Emme
Oh. Certo. Passei a noite com Dane, no quarto do hotel, depois de termos
um ótimo sexo.
Sim, eu sei que estou sendo totalmente persistente, esperando que ele
volte e tenha um grande sorriso para mim. Isso e um café fumegante seria
adorável.
164
caminho para ele toda vez que eu me sentia fria. O que eu daria por mais noites
assim.
Alguma coisa sobre acordar pela manhã em sua cama, vê-lo em uma luz
diferente, me faz sentir estranha e com uma comichão por toda parte, como um
viciado em busca de sua próxima dose.
165
Seus lábios franzem, e ele finalmente olha para mim. Seus olhos estão
vazios. —Sim, eu estou bem.
—Olha. —Continuo. —Eu percebi que a noite passada foi apenas sexo.
Isso estava alto e claro. Mas não significa que você possa continuar me
empurrando quando você fica apavorado ou não quer falar. As pessoas não
tratam alguém assim se elas se importam mesmo que um pouquinho. —Eu
levanto e trinco meu maxilar. —Você pode não querer admitir isso, mas você se
importa comigo. —Eu sei que não estou delirando sobre isso.
Não consigo ter conforto com as suas palavras por conta do modo como
ele soa ressentido. Ele, claramente, não quer ter sentimentos por mim. E, se isso
é para me fazer sentir melhor, ele está basicamente bancando um Sr. Darcy para
mim?
166
Meu irmão e minha ex. É disso que se trata. Apesar de saber o quanto isso vai me
machucar, ela quer que eu deixe para lá e ceda.
Eu fico lá, segurando meu copo e olhando para ele. Seus olhos não estão
nos meus, eles estão em um ponto fixo à frente dele.
—Eu não posso me sentar à mesa e assistir os dois juntos quando não
consigo tirar as imagens da minha cabeça. Meu irmão, perseguindo-a quando
minha vida estava caindo em um buraco sombrio. —Sua voz é calma, embora
suas palavras rolem com emoção reprimida. Meu estômago continua torcido em
um nó, mais e mais apertado.
Ele arqueia uma sobrancelha e, finalmente, olha para mim. —Sim. Eu sei o
que eles vão me dizer. Supere isso e pare de se segurar no passado.
—Não é ruim. Só ainda não é realista para mim. —O doloroso suspiro que
ele dá enquanto olha para a mesa de café empurra uma grande farpa no meu
coração, e eu entendo isso.
Eu entendo agora.
Dane ainda não superou sua ex. Ele ainda está apaixonado por ela, pelo
menos até certo ponto. Os momentos de tristeza em seus olhos, a hesitação de
estar na companhia dela, pela maneira que ele não quer se firmar com ninguém...
Nunca foi sobre mim, mas sobre ela, e pela maneira que isso faz ele se sentir por
vê-la com seu irmão agora.
O ciúme faz meu estômago torcer, e eu luto contra as lágrimas. Tão triste
quanto eu me sinto sobre essa revelação, também me sinto mal por ele e sua dor
perpétua, e todas essas emoções complexas estão em conflito dentro de mim.
167
Por que eu esperaria que ele pudesse superar aquelas séries de traições
das pessoas mais próximas a ele? Eu conseguiria, se fosse eu que tivesse sofrido
isso devastadoramente uma e outra vez pelo meu pai, e depois pelo meu irmão?
Um casamento falho no topo disso tudo? Provavelmente não.
Ele deve ter percebido algo no meu tom, porque seu olhar se estreita para
mim. —O que está errado?
***
3
Cantor e ator americano.
168
No meio do filme, ele clica em pausar e me olha. —Tudo bem,
desembucha. Você está deprimida desde que voltou da sua viagem. Você fodeu
alguma coisa? Tenho certeza de que pode ser consertado, seja lá o que for.
Eu atiro uma pequena almofada rosa em seu rosto, e ele gargalha. —Não,
cuzão. Claro que não quero falar sobre menstruação com você. —Suspiro e olho
para o pote. O chocolate me chateia. Não é tão bom quanto deveria. —Eu quero
dizer coisas do coração.
Ele realmente está tentando me fazer sentir melhor. Ele está tentando
melhorar depois da nossa discussão. E agora eu sou aquela que está em um lugar
sombrio, sentindo-me deprimida e temperamental. Meus olhos enchem-se de
lágrimas, e eu abaixo o sorvete e me estico para abraçá-lo. Ele endurece de
surpresa, então envolve o braço em volta de mim.
Eu recuo e fungo, limpando meus olhos e nariz, e ele coloca sua pipoca na
mesa de café.
—Diga. Diga-me o que está acontecendo. Essa não é você. —Seus olhos
iluminam com preocupação.
169
Então eu digo. Bem, nem tudo, não os aspectos sexuais, porque duvido
muito que ele queira ouvir sobre isso. Mas eu compartilho as banalidades do que
aconteceu, como eu me dediquei a Dane e como ele ainda estava pendurado em
sua ex. Em momentos assim, sinto muita falta da minha mãe. Ela sempre me deu
conselhos tão sábios.
Eu levanto minha cabeça para olhar para ele. Seus olhos jorram
sinceridade.
—Ele talvez nunca se sinta isso é verdade. Mas você percebe que nas
últimas semanas, você esteve mais relaxada, feliz e social do que eu já a vi em
anos? Mesmo que vocês dois não acabem juntos, seus sentimentos por ele
ajudaram a tirar isso de você. Isso não é tão ruim, não é?
Robert dá um leve suspiro. —Emme, eu sei que isso parece uma tragédia,
mas... Passamos por tragédias e isso nos tornou mais fortes. Não deixe que ele
faça você se sentir mal por quem você é ou por como se sente. Esteja orgulhosa
de que você é forte o suficiente para deixá-lo entrar em seu coração. —Ele
esfrega o braço amputado e seu sorriso parece um pouco ondulante. —Não
tenho certeza de que encontrarei essa coragem, mas um dia espero que sim.
170
Seu sorriso se estabiliza, e suas bochechas ruborizam com embaraço. —
Vamos lá, agora. Pare de exagerar.
—Bem, assim que você abrir os olhos e deixar de ser tão estranho e
antissocial. —Digo para aliviar o momento.
—Estou chegando lá, irmã. —Ele diz, engolindo. Ele esfrega o braço
amputado novamente, e dá um gemido pequeno, seu rosto revestido de dor. —
Desculpe, está doendo.
—Precisa que eu te pegue algo? Eu tento me levantar, mas ele pega meu
ombro e me abaixa de volta.
171
CAPÍTULO 5
Dane
Dezesseis dias.
Faz dezesseis dias desde que eu tive Emme na minha cama, desde que eu
a provei, a toquei e a vi sorrir. No escritório, ela é toda profissional, e ela está me
evitando como se eu fosse uma doença mortal. Nossas interações têm sido
principalmente por meios eletrônicos, e não ficamos sozinhos em uma sala.
Eu sei que ela se afastou de mim. Eu posso dizer por que seu coração está
completamente fechado agora, e ela não olha para mim, só fala comigo se ela
tiver que falar. Ela fica com Lauren ou fica sozinha. Por mais horrível que pareça,
gostaria de ter seu diário para poder ver o que passa dentro de sua cabeça
novamente. Sinto falta da sua transparência.
172
Mesmo?
Eu tenho repetido essas palavras para mim mesmo cem vezes por dia, e
ainda estou esperando a aceitação afundar. Para que eu me sinta bem sobre o
modo como tudo acabou com Emme.
Meu telefone vibra. Eu pego e vejo um texto de Simone, uma garota com
quem eu fui a um ou dois encontros durante o último ano. Não nos vimos em
meses. Ela não é a pessoa mais profunda que já conheci, mas ela é divertida e
gosta de se divertir, ao contrário da maioria das mulheres com quem costumo
sair. Eu leio sua mensagem.
***
—OH MEU DEUS, você cheira tão bem, Dane. —Simone diz enquanto se
inclina em direção ao meu pescoço e dá uma grande fungada. Ela ri de vez em
173
quando, e me espia através de pesados cílios pretos. —Mas eu tenho certeza que
você já sabe disso, certo?
Ela golpeia meu peito e depois toma um gole de sua cerveja. Seus lábios
envolvem lentamente a garrafa de cerveja, e ela trava seu olhar no meu, depois
afrouxa o maxilar para deslizar a ponta da garrafa na boca. É um movimento
projetado para me fazer pensar na sua sucção no pau. É para fazer meu pau
mexer com emoção, com a promessa que eu estou vendo em seus olhos.
—Ele está bem, querida. —Simone diz enquanto se inclina para mim. Ela
agarra os guardanapos da garota e os joga fora. —Eu me certificarei de que ele
esteja bem e seco, obrigada. —Não há dúvida quanto à possessividade em seu
tom.
—Deus, ela poderia ser mais óbvia? —Ela ri. —Você deve ter muito disso,
hein?
174
—Você é adorável. —Ela pressiona um beijo no meu nariz, então dá outro
gole de cerveja. —Quer dançar? Vamos dançar!
—Eu vou sentar aqui por um minuto - ainda não tive a minha bebida.
Ela é maravilhosa.
Eu a vejo ir à pista de dança para ter certeza de que ela chegue lá bem.
Quando o barman traz minha bebida, tomo um gole lento e pondero sobre isso
tudo. Sim, Simone é um pouco superior, algo que eu esqueci na longa ausência de
sua companhia. Mas isso não é sobre ela. Toda a noite eu a comparei com Emme,
e não há nenhuma comparação para mim.
Olho para o líquido âmbar. Não quero estar aqui. Meu estômago tem
estado uma bagunça por dezesseis dias de merda. A cada minuto, a cada hora eu
tenho que me dizer para parar de pensar em Emme, deixá-la ir para que ela possa
encontrar alguém que possa ser tudo para ela. Convencendo-me de que esse não
sou eu, porque estou muito fodido para fazê-la feliz, para me entregar inteiro a
ela.
E a cada minuto, cada hora que passa, essa falta fica mais forte e mais
forte.
O que eu sinto por ela não está diminuindo com o tempo. É como se meu
cérebro e meu corpo estivessem morrendo de fome por ela, acumulando toda a
memória sensorial que tenho dela. A maneira como sua pele ruboriza-se quando
ela está excitada. As sardas na parte superior de suas maçãs do rosto. A pequena
175
cicatriz em seu lábio superior, que ela me contou ao telefone uma noite, que foi
de bater numa mesa de café quando era uma criança.
Foda-me. Estou me apaixonando por ela. Não sei como é possível, mas eu
estou.
Eu acho que preciso falar com alguém sobre isso. Talvez meu amigo
Dominic possa me dar alguma luz. Certamente ele já aprendeu uma ou duas
coisas no programa de mestrado em psicologia. Algum tipo de baboseira que
iluminará minhas emoções.
Olho para a pista de dança. Simone está deslizando as mãos para cima e
para baixo em seu corpo. Metade dos caras na pista de dança estão observando-a
com suas línguas praticamente para fora. Ela não está olhando para mim nem
para nenhum deles; ela está apenas se divertindo. Embora eu não esteja excitado,
ainda sorrio. Pelo menos Simone está se divertindo. Ela está confortável, sabe
quem ela é e o que ela quer.
Verifico a hora no meu telefone. São quase nove horas. Espero que uma
ligação minha não vá perturbar a rotina noturna de Dominic com seu filho. Tomo
mais um gole da minha bebida, depois deixo o resto no balcão. Eu preciso de uma
cabeça limpa para falar com ele - e levar Simone para casa.
Quando chego ao seu lado, toco seu braço. Ela abre os olhos e me dá um
sorriso torto. —Eu sabia que você estaria aqui em breve.
—Me desculpe, mas tenho que ir. —Digo a ela em voz alta.
176
—O que? Você disse que quer ir? —Uma ruga profunda e franzida separa
sua sobrancelha. —Mas nós não estamos aqui há muito tempo, e a multidão está
apenas começando a melhorar.
—Eu sei. —Eu envolvo seu cotovelo para levá-la da pista. Estou cansado
de gritar por sobre a música. —Eu preciso ser sincero. A coisa é que, eu tenho
sentimentos por outra pessoa. E estar com você esta noite... Não é a coisa certa
para mim neste momento.
Ela inclina a cabeça e olha para mim. Posso ver a decepção em seu rosto,
mas ela dá um aceno lento, de conhecimento — Sim, eu pensei que algo estava
acontecendo. Você não parece ter estado "aqui" a noite toda. Garota de sorte.
Espero que ela perceba o que ela tem.
A sobrancelha dela levanta. —Eu acho que posso acreditar nisso. —Ela ri.
—Você pode ser um cuzão às vezes.
—Ei! —Eu falo em um protesto fingido. Eu sei que ela está certa. Tenho
que amar a sua franqueza.
—Agora é sério, está bem, você pode ir. Eu ainda vou ficar aqui. Vou pegar
um táxi para casa. Ainda não estou pronta para terminar a noite. Para uma
segunda-feira, este lugar está agitado. —Os lábios perfeitos de Simone se abrem e
ela me dá um sorriso genuíno. Ela se estica e aperta meu braço. —Boa sorte, e se
você ficar solteiro novamente... —Ela pisca.
—Tem certeza? Não me importo em levar você para casa. —Eu sei que ela
pode ouvir a preocupação em minha voz. Eu não me sinto bem a deixando
sozinha.
—Eu sou uma garota grande. Posso tomar minhas próprias decisões - eu
tenho feito isso por muito mais tempo do que o conheço senhor. —Há um desafio
em sua voz.
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Ela revira os olhos e ri. —Tudo bem, papai. Vá. Eu vou ficar bem. —Com
isso, ela gira e volta para a multidão.
Uma vez que entro no meu carro, ligo o ar-condicionado e sento só por
um minuto. Preciso limpar minha cabeça e descobrir o que diabos eu quero dizer
para Dominic. Certamente ele será capaz de me ajudar a não fazer uma asneira
total mais uma vez.
Apesar do fato dela me dizer que me amava sem ouvir nada em troca.
E então isso me atinge, eu não preciso falar com Dominic sobre isso.
Eu já sei o que preciso fazer. Tudo o que ele vai dizer é o que todos os
outros me diriam. Eu tenho que parar de mantê-la de fora e confiar nela, tenho
que deixar essas merdas para trás. Emme me deu tudo, embora eu não mereça
isso, e em troca, eu continuamente a fiz sofrer, não a fiz se sentir especial e
valiosa.
178
minha casa pela manhã enquanto eu faço o café da manhã. Quero assistir filmes
com ela e descobrir tudo o que ela ama. Eu quero dar-lhe todas as coisas que ela
merece.
Ela fica em silêncio por um momento. —Eu adoraria ter você lá. Eu quero
deixar claro, porém, que não seremos só nós.
Há um leve suspiro. Sua voz está cheia de lágrimas, e ela treme enquanto
diz: — Oh, Dane. Muito obrigada. Eu realmente aprecio isso. Eu vou fazer todas as
suas coisas favoritas, ok? Apenas me avise o que você quer.
—Está bem. Não espero um grande reboliço. Você apenas faça o que
costuma fazer.
179
Agora eu me concentro em chegar em casa. Preciso dormir mais cedo.
Quero estar bem descansado e no meu melhor jogo quando for falar com Emme
amanhã. E rezar para que não seja tarde demais.
180
CAPÍTULO 6
Dane
Coloco meu casaco e saio do prédio. O céu está nublado, mas não está um
frio tão implacável lá fora. Ainda assim, sinto-me muito frio, por finalmente
admitir meus verdadeiros sentimentos para mim e para ela. Ela poderia dizer não.
Ela pode terminar comigo, não querendo me dar outra chance.
—Um café preto grande, creme e dois açúcares, é pra já. —Ela me diz,
então derrama a bebida e me entrega.
181
Eu caminho para uma mesa perto da enorme janela da frente e me sento,
tiro meu casaco e penduro-o sobre minha cadeira. Retiro a tampa do café e deixo
esfriar por um minuto. Ações deliberadas para ajudar a me distrair de pensar no
que estou esperando.
No entanto, meu cérebro continua a martelar uma frase uma e outra vez:
ela virá?
Meu coração está na reta agora, e as apostas são mais altas do que nunca
antes.
Por fim, não posso aguentar mais. Eu verifico a hora. Já passou das dez
horas. Ela está atrasada.
Meu estômago afunda. Eu sorvo meu café e me esforço para obter minha
frequência cardíaca desenfreada sobre controle. Eu sabia que isso poderia
acontecer, apesar da minha esperança. Mas valia a pena o esforço e o risco. Se for
preciso outra maneira de alcançá-la, então vou fazer isso. Talvez eu possa
acampar do lado fora do apartamento dela ou algo assim. Para fazê-la me ouvir.
A porta do café soa, e meu coração pula uma batida enquanto olho para
cima.
182
Se ela decidir depois disso ainda continuar longe, eu vou respeitar sua
escolha. Ou pelo menos tentar, mesmo que isso possa me matar.
Seus passos são pesados quando ela vem em minha direção, e ela tem o
papel apertado em suas mãos. Quero me esticar e tocar nela, beijá-la, mas eu me
contenho. Palavras em primeiro lugar. E então, se eu for o cara mais sortudo do
mundo, eu vou poder experimentá-la novamente.
Ela balança a cabeça e morde os lábios. —Eu não preciso de mais cafeína,
mas obrigada. —Ela desliza na cadeira em frente a mim, e eu caio de volta no
meu assento. Ela deixa o papel sobre a mesa e baixa as mãos no colo. Seu olhar
percorre toda a sala, e um rubor sobe até seu rosto.
Ela é tão bonita que me tira o fôlego, porra. Linda e nervosa como o
inferno. Eu quero envolver ela em meus braços, tirar toda a tristeza dela.
—Eu também não tinha certeza de que eu viria. Eu quase não vim. —
Emme olha para mim. —O que você teria feito se eu não tivesse vindo?
183
Ela preenche o silêncio. —Seu bilhete não me disse sobre o que você
queria falar. Estou assumindo que isso não é uma discussão relacionada ao
trabalho, já que você me pediu para encontrá-lo aqui. —Suas palavras são
formais.
Ela está indo embora. Meu estômago afunda, e aperto a mesa para lutar
contra a onda de desespero que me inunda. Não pensei que chegaria a isso.
—Eu sei por que você está saindo - porque eu estraguei tudo. Mas eu não
quero que você vá. Todos os dias que eu estive sem você foi um inferno. —
Minhas palavras são cruas, e eu deixo que elas derramem apressadamente. —
Você me deu seu coração, e eu não percebi o quão precioso era esse presente até
eu perder. Até eu estragar tudo. —Eu altero. —Eu quero você, Emme. Claro e
simples.
Seus olhos se enchem de lágrimas, e ela pisca várias vezes. Seu rosto está
cheio de tanta dor que faz meu coração doer. —Mas eu preciso de mais do que
isso, e você ainda está tão apaixonado por sua ex-mulher que nunca vou
conseguir. Eu também quero você, mas eu...
Ela engole confusão clara em sua expressão. —Mas... Ela é a razão pela
qual você não consegue confiar nas pessoas. Por que você não pode ter mais do
que um relacionamento físico. Certo?
Meu queixo cai. Como ela chegou a essa conclusão? Ainda apaixonado por
Marianne? A ideia é louca. Eu pego a mão que ela descansou na mesa. Está
quente e se encaixa perfeitamente na minha. Eu não quero deixá-la ir. —Não,
184
Emme. Eu não a amo, se é que já amei. As coisas conosco foram ruins no início do
casamento. Na verdade, eu realmente não penso mais nela. Meu medo de
confiança é mais no que diz respeito ao meu irmão do que com ela. Mas estou
pronto para deixar isso parar de me consumir.
Aperto os dedos e acaricio sua pele macia. Sua parede está caindo
novamente, embora ainda consiga ver a incerteza em sua expressão. Ela não tem
certeza no que acreditar.
—Não consigo parar de pensar em você. Querer você. Desejar você. Sentir
sua falta. —As palavras saem de mim. Sua mão se agita na minha, mas ela me
aperta mais, e eu continuo falando agora - incapaz de parar. —Você me mostrou
o que é querer, o que é se importar novamente, deixar de ter medo de se
machucar. E eu sei que fodi tudo, mas eu entendo agora. Você precisa de alguém
que mostre que você vale a pena, que lhe de cem por cento. Deixe-me ser esse
homem, porque não sei como posso passar outro dia sem você na minha vida.
Levanto-me e pego a cadeira ao lado dela. Seu corpo cai contra o meu, e
eu apoio meu queixo no topo de sua cabeça, e puxo-a para os meus braços. Pela
primeira vez em dezessete dias, sinto uma sensação de paz.
185
Pressiono um beijo em sua testa, depois abaixo em suas bochechas e até a
boca. Meu desejo por ela vem gritando para a superfície, mas eu recuo. Este
momento não se trata de querer fodê-la. Na próxima vez que eu a tiver, isso será
fazer amor, não estarei segurando nada.
Mas antes que eu possa chegar lá, tenho que mostrar que estou falando
sério. Que eu estou nisso.
—Eu amo você. —Ela diz de volta, e os pedaços do meu coração parecem
se juntarem novamente. Mais forte do que nunca.
Eu não sou meu pai. Quero que essa mulher se sinta capacitada, não
usada. E se isso significa que ela vá trabalhar em outro lugar, eu me certificarei de
que eu lhe dê a melhor referência de todas. Vou cobrar favores e ajudá-la a
encontrar seu emprego dos sonhos.
Ela assente e olha para mim. Posso ver todo o seu amor e emoção
brilhando através de seus olhos, e é um bálsamo para minha alma. Não consigo
186
resistir e pressiono outro beijo em seus lábios. —Eu comecei logo após a viagem,
na verdade. —Um rubor segue de sua garganta até suas bochechas. —Eu, ahh,
senti que poderia ser melhor para nós dois se eu fosse embora.
Meu corpo endurece, mas luto contra a reação. —Eu não sei o que isso
significará para nós em termos de trabalho, mas eu quero estar com você, ao ar
livre. Não através de bilhetes, não apenas em segredo e reuniões ilícitas nas salas
de conferências. Não me interprete mal - se você ainda quiser isso, não vou
recusar. —Eu lhe dou um sorriso, e ela ri, batendo o ombro contra meu peito. —
Então, se isso te faz sentir mais confortável, trabalhar em outro lugar, sob outro
gerente, está bem para mim.
Ela pausa e mordisca o lábio inferior por um momento. —Eu não tinha a
intenção de ser sua assistente para sempre, e eu queria explorar minhas opções
de qualquer maneira depois de me formar. Mas eu amo trabalhar na Rossi
Design. Sinto que estou finalmente encontrando o meu terreno e estou fazendo
amigos. Além disso, ir para o Sanderson com você foi excitante - eu quero fazer
parte disso se puder.
—Então vamos mantê-la lá, desde que você queira estar, mas não está
mais trabalhando para mim. Embora eu não saiba se vou encontrar outra
assistente tão experiente quanto você.
—Talvez você possa trabalhar com Carl. —Penso em voz alta, rindo
quando ela cava o dedo na minha lateral para me fazer cócegas.
—Eu sei. Ele é difícil de lidar, mas seus clientes parecem gostar dele.
—Você deveria terminar seu café. —Ela diz enquanto beija minha
mandíbula. As terminações nervosas nessa localização ganham vida, e o sangue
começa a bombear com mais força nas minhas veias. —Nós temos que voltar
para a empresa.
—No caso de você não saber, eu sou a empresa. —Fecho meus olhos
enquanto sua boca desliza mais perto da minha orelha. —Eu posso escrever um
187
bilhete para que você não tenha problemas com o chefe. Tenho certeza de que
ele está disposto a curvar-se se você estiver um pouco atrasada para voltar.
Sua língua toca o côncavo da minha orelha. —Eu estava pensando. —Ela
diz sua respiração quente contra minha pele. —Que podemos fazer uma pausa
para o almoço. Uma longa pausa. Mas eu tenho que terminar algumas tarefas
antes de poder tirar o tempo livre. —Ela se afasta, e eu vejo o desejo em seus
olhos, o brilho em suas pupilas, as manchas coradas em suas bochechas.
Sua respiração aguda me faz ferver com desejo. Eu disse antes que eu
faria amor com ela hoje à noite. Mas isso não significa que não consigo encontrar
outras maneiras de fazê-la gozar para mim antes disso, certo?
188
CAPÍTULO 7
Emme
—Esta lagosta está tão boa. —Diz a mãe de Dane enquanto mergulha um
garfo na manteiga de alho derretida. Posso ver de onde Dane herdou a boa
aparência. Ela é elegante e impressionante. Seus cabelos escuros estão presos em
um coque, e ela tem maçãs do rosto altas e olhos penetrantes. —Não posso
acreditar que nunca estive aqui antes.
—Nem eu. Esta foi uma ótima ideia. Obrigada por me deixar participar da
sua noite de festa da mãe-filho. —Eu sorrio e dou uma mordida no camarão frito.
Estava nervosa quando cheguei para conhecer sua mãe, mas ela foi tão amável,
que a ansiedade desapareceu rapidamente.
Sua resposta é uma sobrancelha levantada. A mão desliza mais alto, e meu
sexo se aperta.
Babaca. Mas eu não posso realmente ficar brava com ele, não quando
estou tão feliz. Desde a nossa conversa na cafeteria há duas semanas, as coisas
foram um sonho se tornando realidade. Como prometido, Dane começou a
procurar uma nova assistente quando voltamos ao escritório, e ele tem uma
pessoa em potencial que entrevistará amanhã.
189
Para compensar Lauren, ele deu-lhe uma promoção e um bom aumento
no salário. Ela não se queixou, e já começamos a fazer planos sobre o que posso
fazer para ajudá-la.
Dane limpa a garganta, espeta uns brócolis com o garfo, mas não o leva
até a boca. —Então, mãe, sobre o dia de Ação de Graças.
Ela tenciona um pouco, seus lábios afinando por um segundo. —Você está
mudando sua opinião sobre vir? —Eu posso dizer que ela está lutando para
manter a emoção fora de sua voz. Ela não é tão boa quanto Dane com as
expressões suaves, mas ela ainda é melhor do que eu.
—Eu liguei para Eric para que ele soubesse que eu vou. —O tom de Dane é
o mesmo, mas eu me encontro tensa como sua mãe. Ele mencionou no outro dia
que ele iria, e admitiu que não tinha certeza de como seria. Fiquei nervosa com
ele sobre isso.
—Eu entendo. —Sua mãe pega outro bocado de lagosta, depois limpa a
boca com o guardanapo do colo.
—Nós não conversamos por muito tempo. —Dane deixa cair o garfo e
abaixa as mãos para o colo. Eu abaixo a minha e agarro a dele, e ele aperta meus
dedos. —Foi difícil, mas eu queria que ele soubesse que estou farto de me
esconder de eventos familiares.
Meu coração emociona-se por eles, pelo progresso que estão fazendo,
cada vez mais perto. Eu sinto muita falta da minha mãe, e saber que ele estava
afastado de sua família, me fez sofrer por eles. Seu relacionamento talvez nunca
seja o mesmo que antes, mas ele está fazendo avanços para criar um novo com
eles.
190
—Estou orgulhosa de você. —Sussurro, e ele me dispara um pequeno
sorriso em resposta. Eu sei o quão difícil isso é para ele, e que a Ação de Graças
provavelmente será um dia estressante. Certificarei-me de quando ele vier à
minha casa à noite, que será divertido e relaxante, então ele pode tirar isso da
cabeça.
Estou quase surpresa por tudo isso, e isso só me faz amá-lo muito mais.
Depois de prolongar por alguns minutos, volto para a mesa. Eles estão
conversando, mas eu posso dizer com o sorriso no rosto, e a leve vermelhidão de
seus olhos, que ela está feliz.
—É claro que vamos. —Sua mãe diz em um tom que não dá nenhum
argumento. —Essa é a melhor parte da refeição.
—Posso ver que vocês duas serão aliadas contra mim. —Dane diz
divertido. —Não é justo.
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O sorriso dela é sincero quando me abraça de volta. —Fico feliz que Dane
tenha encontrado você. Eu posso ver que você é boa para ele. —O elogio me
aquece.
Dane beija a bochecha da mãe e voltamos para o carro dele. Ele abre a
porta do passageiro para mim, e deixa cair um beijo quente e de boca aberta nos
meus lábios. —Você é linda. —Ele me diz seus olhos castanhos fixos em meu
rosto.
Ele acaricia minha bochecha. —Quero dizer isso. Minha mãe amou você,
por sinal.
—Mamãe quer que você venha para o Dia de Ação de Graças. —Ele diz.
Tenho certeza de que há uma borda de nervosismo em sua voz.
192
Ele pressiona um beijo nos meus dedos, sua respiração roçando minha
carne. —Eu quero você lá.
Meu peito aquece. —Eu adoraria. Mas eu não posso deixar meu irmão
sozinho. —Eu dou-lhe um sorriso de desculpas. —E eu acho que nós dois
estarmos lá, seria uma intrusão na sua família.
Ele estreita os olhos para os meus protestos. —Emme, eu presumi que ele
viria com você, é claro, mas eu deveria ter esclarecido isso. Mamãe pediu que
vocês dois se juntassem a nós. Eu não quero que ele fique sozinho em um feriado,
e eu também quero conhecê-lo melhor. Mas só se ele quiser vir, é claro. —Ele faz
uma pausa, e ele agora está franzindo a testa. —E você não é uma intrusa, então,
pare de falar assim. Você é minha namorada. Embora essa palavra não pareça
realmente abranger a profundidade do que eu sinto por você.
Ele bloqueia os olhos nos meus, o cenho franzido se foi agora, e seus olhos
perfuram meu peito. —Você é o meu amor.
Dane elimina o espaço entre nós até que haja apenas uma escassa
respiração separando nossas bocas. —Eu também amo você, Emme. Obrigado
por me trazer de volta à vida. —Então sua boca está na minha e estamos nos
devorando.
193
forma conseguimos nos aproximar, os dedos entrelaçados nos cabelos um do
outro.
—Eu suponho que você esteja certo. —Suspiro e arrumo minha roupa,
passando meus dedos pelo meu cabelo bagunçado. Tenho certeza de que pareço
que acabei de ser completamente devorada. Com certeza, sinto-me assim. E eu
amo isso.
—Então, meu irmão está em sua reunião de terapia de grupo, e não vai
estar em casa por mais uma hora. —Digo com um tom rouco. Corro os dedos pelo
peito dele, até seu pênis duro, que se contrai ao meu toque.
—Tem certeza? —Ele sorri para mim, e seus lábios se separam. Seu olhar
cai na minha boca. —Uma hora inteira. Como você vai passar o tempo?
—Eu tenho uma ou duas ideias. —Enrolo minha mão em sua dureza
através do tecido de sua calça, e ele geme. —Você quer subir?
Nós nos arrumamos para sair do carro. Seu corpo está duro contra as
minhas costas enquanto eu coloco a chave na porta, depois abro.
—Olá? —Eu digo, só no caso de Robert estar em casa. Mas o lugar todo
está escuro, e a porta do quarto está bem aberta. Estamos sozinhos.
194
quando arrancou a boca da minha. —Se eu não provar essa boceta molhada em
breve, vou explodir.
Assinto e pego sua mão, levando-o para o meu quarto. Ele já esteve no
meu apartamento algumas vezes, mas desde que meu irmão tem estado em casa
o tempo todo, não fizemos sexo aqui.
—Ligue a lâmpada. —Dane parece tão mandão agora que está deixando
minha calcinha encharcada. —Eu quero ver seu rosto enquanto como você.
Ele tira sua camisa e calça, e eu faço o mesmo. Logo estamos despidos e
pressionados um contra o outro mais uma vez, deitados em cima da minha cama,
nossos membros emaranhados, nossas mãos em todos os lugares. Meu coração
pode explodir com todas as coisas que estou sentindo - a excitação e o amor
estão se misturando, fazendo com que cada roçar de sua boca na minha pele
pareça dez vezes mais forte.
—Eu odeio tê-la machucado antes. —Ele diz enquanto sua língua vai para
o meu mamilo. Ele suga, e isso vai direito para o meu clitóris. Eu gemo. —Nunca
mais te machucarei querida.
Arqueio contra sua boca. Seus dedos se aproximam para acariciar o ápice
das minhas coxas, e meu êxtase aumenta. —Eu sei. —Digo a ele sem fôlego. —E
eu também não vou machucá-lo.
Meu coração está tão indefeso quanto o dele, mas o fato de que
confiamos um no outro tão fortemente é maravilhoso.
Ele olha para cima, então, um sorriso perverso surge em seu rosto. Eu
vibro em resposta. —Então, você escreveu algo novo sobre mim? Onde você o
guarda? Posso ler as novas menções?
Eu luto para manter meu rosto sério. Porra, esse homem é meu. No
entanto, posso dizer que ele está me provocando. —Eu acho que estamos um
pouco ocupados agora, não é?
195
—Eu só quero ver se você tem boas ideias, que podemos experimentar. —
Ele se move para baixo até que sua boca esteja pairando sobre meu clitóris. Toda
minha boceta pulsa em resposta à sua proximidade. —Você encontra as fantasias
mais criativas.
Ele continua imóvel, olhando a garrafa. —Você tem toda minha atenção.
—Eu posso sentir seu pau pulsar contra minha perna. Sim, eu certamente posso.
Ele está de volta em cima de mim tão rápido que quase faz minha cabeça
girar. A intensidade com que ele está olhando para mim é inebriante. —Essa é a
coisa mais quente que eu já ouvi. Estou ansioso para fazer você gozar desse jeito,
Emme. —Ele esguicha uma quantidade de lubrificante em sua mão e depois a
deixa cair entre as minhas coxas. Um dedo acaricia a abertura da minha bunda.
Ele gira o dedo lá embaixo, e eu suspiro e espalho mais minhas coxas.
—Isso é bom, querida. —Ele diz com um tom calmante. —Não lute contra
isso. Deixe-me fazer você se sentir bem. Não tencione. —Ele volta para seus
cuidados lá embaixo, e quando seu dedo começa a entrar e sair da minha bunda,
a tensão aumenta rapidamente. É tão apertado, tão estranho, mas ele está
atingindo os nervos que me fazem gritar de prazer.
196
Outro dedo empurra. A queimadura dói um pouco, mas também me faz
ansiar. Estou tão molhada que posso sentir a excitação da minha boceta pingando
na mão dele. Ele move a boca para o meu outro seio, mordendo, sugando e me
lambendo até eu me contorcer. Seus dedos lentamente me esticam mais, me
preparando para receber seu pau, e eu suspiro enquanto ele começa a mover os
dedos dentro da minha bunda.
—Merda. —Digo minha cabeça caindo para trás, meu corpo arqueando. —
Isso... Sim...
—Eu vou foder a sua bunda, Emme, e eu quero que você goze para mim.
—As palavras sujas põem minhas terminações nervosas em chamas.
Não posso fazer mais do que assentir. Ele remove seus dedos o suficiente
para tirar um preservativo do bolso, abri-lo e rolá-lo. Então ele está de volta em
cima de mim.
Sua boca roça contra a minha. Ele lambe meu lábio inferior. —Fique
relaxada. Eu vou devagar para que não lhe assuste. Não fique tensa. Eu não quero
te machucar.
Passo a ponta da minha língua ao longo do seu lábio, e quando ele abre a
boca eu sugo sua língua. Ele dá um gemido estrangulado. Eu recuo. —Eu gosto de
um pouco de dor.
—Você ainda vai me matar! —Ele diz, com anseio em sua voz. Então ele
cobre seu pau com lubrificante e esfrega mais ao longo da minha bunda. Quando
ele pressiona a entrada, meu instinto é congelar.
Uma de suas mãos se abaixa para massagear meu peito, sua boca no meu
pescoço, meu ombro, e eu fecho meus olhos e relaxo meus músculos, um a um. A
ponta do seu pau empurra em mim, e dói, mas não tanto quanto eu estava com
medo. Eu cedo à dor, deixo que venha sobre mim, preencha-me. Minha
respiração é superficial, meu clitóris tão duro e latejante que parece que vai
explodir.
—Você é tão inacreditável aqui. —Ele diz contra minha pele. —É incrível.
Você é incrível. —A admiração e reverência em sua voz faz meu coração apertar.
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Eu esfrego suas costas com os dedos trêmulos, e mudo minha pélvis para
inclinar em direção a ele. —Foda-me, Dane.
—Fooooooda. —Ele geme. —Eu vou gozar muito rápido porque isso está
tão bom.
Mais algumas bombadas e eu explodo. —Sim, sim! —Grito, uma das mãos
em meu clitóris, a outra agarrando o pescoço dele.
—Oh, merda, Deus, sim! —Ele ruge, endurece, então empurra de volta no
meu traseiro, dentro de mim, até suas bolas. Ele parece gozar para sempre, e
quando ele finalmente termina, ele sacode e cai sobre mim, ofegante.
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—Eu te amo, Emme. —Ele me diz. Ele parece cansado, saciado,
exatamente como eu me sinto também. Mas não muito cansado para o meu
coração saltar ao ouvi-lo dizer como ele se sente. Isso nunca envelhecerá. —Difícil
de acreditar que tudo isso aconteceu por eu ler o seu diário. —Ele continua.
Dou uma risadinha. —Sim, e espero que você tenha aprendido sua lição
sobre ler coisas privadas de outras pessoas. Agora você está preso a mim.
Ele me puxa para mais perto até que nossos corpos sejam um. Sua boca
roça a minha, e seus olhos estão cheios de amor. —Eu não iria querer de outra
maneira.
FIM
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