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DIREITO DO CONSUMIDOR

Marque V ou F e justifique a resposta (explicação curta c/ artigo do CDC)


1) - O comerciante é responsável, independentemente da existência de culpa, pela
reparação dos danos causados aos consumidores, por defeitos decorrentes de projeto,
fabricação, construção ou acondicionamento dos produtos que comercializa, quando o
fabricante, o produtor, o construtor ou o importador não puderem ser identificados ou
quando se trata de produtos perecíveis.
RESPOSTA: VERDADEIRO
JUSTIFICATIVA: Conforme artigo 13 o comerciante e igualmente responsável, nos
termos do artigo anterior, quando : o fabricante, o construtor, o produtor, ou o
importador não forem encontrados. Em seu parágrafo único, ainda estipulada o direito
de regressão, ou seja, aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer
o direito de regressão contra os demais responsáveis pelo defeito, tendo em vista a
participação de cada um na causação do prejuízo.

2) – São princípios da Política Nacional das Relações de Consumo, art. 4º do CDC: a) a


vulnerabilidade do consumidor; b) qualidade e segurança dos produtos; c) boa-fé; d)
harmonia nas relações de consumo; e) transparência; f) acesso à justiça e; g) reserva
legal.
RESPOSTA: VERDADEIRO
JUSTIFICATIVA: Conforme artigo 170 CF. paragrafo V e artigo 187 CC os consumidores
têm direito a defesa do consumidor e a boa fé

3) – Nos termos do art. 26 do CDC, o consumidor tem prazo de 30 dias para reclamar
pelos vícios dos produtos e serviços não-duráveis e 90 dias para reclamar pelos vícios
dos produtos e serviços duráveis.
RESPOSTA: VERDADEIRO
JUSTIFICATIVA: No caso do produto ou serviço, entendeu o legislador que, antes de o
consumidor poder exercer seu direito de ação, ele deve levar o vício ao conhecimento
ao fornecedor ou do agente público, possibilitando ao fornecedor a oportunidade de
sana-lo na forma dos artigos 18 e 19 CDC.

4) – O art. 13 do CDC estabelece que a responsabilidade civil do comerciante é


subsidiária do fabricante, construtor, produtor ou importador, sendo igualmente
responsável quando não puderem ser identificados ou se tratar de produtos perecíveis
não conservados adequadamente.
RESPOSTA:VERDADEIRO
JUSTIFICATIVA: Não conservando adequadamente os produtos perecíveis, o
comerciante passa a condição de responsável principal.

5) – Nos termos do art. 27 do CDC, Prescreve em ___5________ anos a pretensão à


reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço (acidente de
consumo), iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua
autoria. O direito de reclamar pelos vícios ocultos, nos termos do art. 26 do CDC,
tratando-se de fornecimento de serviço (art. 19) e de produto (art. 18) duráveis, caduca
em ____30_______dias.
JUSTIFICATIVA: O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação
caduca em 30 dias, tratando – se de fornecimentos de serviços e de produtos duráveis,
inicia-se a contagem do prazo decadencial a partir da entrega efetiva do produto ou do
término da execução dos serviços.

6)- Como regra geral, nas relações de consumo, é objetiva a responsabilidade do


fornecedor pelo fato do produto ou serviço, mesmo na hipótese de um dos
contratantes ser um profissional liberal.
RESPOSTA: FALSO
JUSTIFICATIVA:
A responsabilidade civil adotada pelo Código de Defesa do Consumidor é a objetiva, ou
seja, independe de culpa ou dolo. Em seus artigos 12, 13, 14, 18, 19 e 20, o CDC expõe
claramente essa responsabilidade objetiva, inclusive solidária, entre os fornecedores de
produto e os prestadores de serviço.
A única exceção constante na codificação é a relacionada aos profissionais liberais que
prestam serviço, já que somente respondem mediante prova de culpa (responsabilidade
subjetiva). Ela consta no parágrafo 4º do art. 14, conforme transcrito abaixo:
Art. 14 – (...)
(...)
§ 4º - A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a
verificação de culpa.
7) – Os profissionais liberais respondem subjetivamente (com culpa provada) pelo fato
do serviço (art. 13), mesmo que a obrigação contratada com o consumidor seja de
resultado.
RESPOSTA: VERDADEIRO
JUSTIFICATIVA:
O CDC tem previsão expressa acerca da responsabilidade do profissional liberal, no
parágrafo 4º do artigo 14, com a seguinte redação: "A responsabilidade pessoal dos
profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa". Ou seja, a
responsabilidade é subjetiva, depende da prova da culpa do profissional.
No julgamento do REsp, o STJ reconheceu a responsabilidade do dentista pelo insucesso
de um tratamento ortodôntico, defendendo que, nos procedimentos odontológicos, os
profissionais se comprometem com o resultado do tratamento que tem cunho estético
e funcional.
O mesmo entendimento é aplicado às cirurgias plásticas: a utilização da técnica
adequada para o procedimento não é suficiente para elidir a culpa do médico. Se o
resultado esperado não for alcançado, o profissional terá a obrigação de indenizar.

8) – Segundo a jurisprudência do STJ, a morte do passageiro em caso de assalto ocorrido


no itinerário do ônibus, não exclui a responsabilidade civil do transportador, por ser
considerado um fortuito interno.
RESPOSTA: FALSO
JUSTIFICATIVA:
O caso fortuito é classificado em interno e externo. Em breves palavras, por fortuito
interno entende-se aquele decorrente da realização da atividade regular da empresa, se
relaciona com os riscos naturais da atividade e, por outro lado, o fortuito externo, no
qual se enquadra o roubo, é aquele totalmente alheio à organização da empresa e suas
atividades.
O fortuito externo, ao contrário do interno, afasta a responsabilidade do transportador,
por ser estranho à atividade desenvolvida pela empresa.

9) – Conforme a jurisprudência do STJ, aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos


contratos de locação predial urbana, bem como nas relações entre advogado e cliente.
RESPOSTA: FALSO
JUSTIFICATIVA:
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) entende que não se aplicam aos contratos de locação
as normas do Código de Defesa do Consumidor, pois tais contratos não possuem os
traços característicos da relação de consumo, previstos nos artigos 2º e 3° do CDC, e
além disso, já são regulados por lei própria, a Lei 8.245/1991.

10) – Na jurisprudência do STJ, dentre as hipóteses, para que se configure o dano moral
de natureza individual, deve o julgador ser capaz de identificar na hipótese concreta
uma grave agressão ou atentado à dignidade da pessoa humana, capaz de ensejar
sofrimentos e humilhação intensos, descompondo o equilíbrio psicológico do indivíduo.
RESPOSTA: VERDADEIRO
JUSTIFICATIVA:
Para a caracterização do dano moral impõe-se seja a vítima do ilícito abalroada por uma
situação tal que a impinja verdadeira dor e sofrimento, sentimentos esses capazes de
incutir-lhe transtorno psicológico de grau relevante ou, no mínimo, abalo que exceda a
normalidade. O vexame, humilhação ou frustração devem interferir de forma intensa no
âmago do indivíduo, causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar,
desequilíbrio esse não verificado quando da ocorrência de mero dissabor da vida” (RIO
GRANDE DO SUL, 2006).

11) –A inversão judicial do ônus da prova, nos termos do art. 6º, inc. VIII do CDC exige
que o consumidor seja hipossuficiente no processo (pior condição de produzir
determinada prova), em relação ao fornecedor demandado e que suas alegações sejam
verossímeis (baseada na simples alegação, sem um começo de prova), tudo verificado
pelo magistrado conforme o conhecimento daquilo que ordinariamente acontece
(regras ordinárias da experiência).
RESPOSTA: VERDADEIRO
JUSTIFICATIVA:
Aplica-se a inversão do ônus da prova, sempre que houver existente fática aceitável
daquilo que alega o consumidor ou quando for este hipossuficiente, ou seja, elo mais
fraco na relação de consumo. A inversão do ônus da prova é exceção da regra, pois
conforme o artigo 333 do CPC, o ônus da prova incumbe ao autor quanto ao fato
constitutivo de seu direito. Assim, em relação de consumo, poderá o consumidor, como
autor da ação, postular pela inversão do ônus da prova.

12) – De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, art. 6º, inc. V, para que o
consumidor tenha direito à revisão de contrato deve haver onerosidade excessiva para
ele, em decorrência de fato superveniente, extraordinário e imprevisível.
RESPOSTA: FALSO
JUSTIFICATIVA:
Conforme art. 6º, inciso V, da Lei 8.078/1990: “Para que o consumidor tenha direito à
revisão do contrato, basta que haja onerosidade excessiva para ele, em decorrência de
fato superveniente. Não há necessidade de que esses fatos sejam extraordinários nem
que sejam imprevisíveis.

13) – É direito básico do consumidor, art. 6º inc. III, a informação adequada e clara
sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade,
características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que estes
produtos e serviços apresentem para o consumidor.
RESPOSTA: VERDADEIRO
JUSTIFICATIVA:
O princípio da informação previsto no art. 6º inc. III do CDC, constitui importante
ferramenta de equilíbrio entre as partes na relação de consumo, possibilitando ao
consumidor a escolha consciente dos produtos ou serviços disponíveis no mercado, na
medida em que anula, em tese, a sua vulnerabilidade informacional. Além disso, a
informação assume papel de extrema relevância na concretização dos objetivos
traçados pela Política Nacional de Relações Consumo (art. 4º, CDC), pois realiza a
transparência no mercado de consumo, garantindo, em última análise, o atendimento
das necessidades dos consumidores.

14) – O Poder Público pode ser considerado fornecedor quando o serviço prestado é
próprio, uti universi, mantido pela cobrança de impostos.
RESPOSTA: VERDADEIRO
JUSTIFICATIVA: Conforme Art. 3° do CDC fornecedor é toda pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que
desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação,
importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de
serviços. Ainda com base no artigo terceiro, inciso segundo do CDC, é possível enquadrar
o serviço público no conceito de serviço: Art. 3º § 2° Serviço é qualquer atividade
fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza
bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de
caráter trabalhista.

15) – Produtos e serviços gratuitos, oferecidos como “amostras grátis” não podem ser
objeto de relação de consumo.
RESPOSTA: FALSO
JUSTIFICATIVA:
De acordo com a Lei 8.078/90:
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas
abusivas: [...]
III – enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou
fornecer qualquer serviço; [...]
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao
consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se às amostras grátis,
inexistindo obrigação de pagamento.
Assim, a amostra grátis, sob a perspectiva do consumidor que pediu ou aceitou,
constitui relação de consumo.

16) – Informações insuficientes ou inadequadas sobre a segurança dos produtos ou


serviços podem caracterizá-los como defeituosos e potenciais causadores de um
acidente de consumo.
RESPOSTA: VERDADEIRO
JUSTIFICATIVA: Conforme o Código de Defesa do Consumidor trata a responsabilidade
pelo fato do produto e do serviço de uma forma diferenciada, por se tratar de um
acidente de consumo que coloca em risco a integridade física, moral e a saúde do
consumidor, buscando para este maior tutela, devido a sua vulnerabilidade. Sendo
assim, produtos ou serviços com informações insuficientes ou inadequadas poderão
colocar em risco os consumidores, que irão usufruir dos bens ou serviços prestados.
Responsabilidade pelo fato do produto: O comerciante
“Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior,
quando:
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor,
construtor ou importador;
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. [...]”

17) - Os serviços padecem de vício de qualidade quando são impróprios ao consumo, o


que ocorre quando se mostram inadequados para os fins que legitimamente o
consumidor deles espera ou não atendam às normas regulamentares de prestabilidade.
RESPOSTA: VERDADEIRO
JUSTIFICATIVA: Conforme o Art. 20 do CDC: O fornecedor de serviços responde pelos
vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor,
assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da
oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à
sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 1º A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente
capacitados, por conta e risco do fornecedor.
§ 2º São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que
razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas
regulamentares de prestabilidade.

18) – O período quinquenal da prescrição, art. 27 do CDC, aplica-se às hipóteses em


que se debate a responsabilidade pelo vício do produto e do serviço.
RESPOSTA: VERDADEIRO

JUSTIFICATIVA: Segundo o referido dispositivo:

“Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados
por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a
contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria”
Tal dispositivo, por força de disposição expressa, aplica-se às ações que pleiteiam
reparação de danos decorrentes de fato do produto, ou seja, os chamados acidentes de
consumo, quando há ofensa a incolumidade física e/ou psíquica do consumidor.

19) – Na hipótese de surgimento de vício oculto (art. 26, § 3º) no televisor adquirido na
loja, após ultrapassado o prazo de 2 anos da garantia contratual, o consumidor ainda
tem direito a reclamar a partir do momento em que ficar evidenciado o vício pelo prazo
de 90 dias. Feita a reclamação, a loja ou fabricante têm 30 dias para solucionar o
problema do consumidor (art. 18, § 1º).
RESPOSTA: VERDADEIRO
JUSTIFICATIVA:
Art. 26 – O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca
em:

I – 30 (trinta) dias, tratando-se de fornecimento de serviço e de produto não duráveis;


II – 90 (noventa) dias, tratando-se de fornecimento de serviço e produto duráveis.

Exemplificando: se o consumidor adquire um televisor, e consta na embalagem e no


termo de garantia – “01 ano de garantia” – na verdade esta será de 01 ano mais 90
dias, uma vez que deverão ser somados ao prazo da garantia contratual (01 ano) mais
90 dias, referentes à garantia legalmente estipulada, por se tratar de fornecimento de
produto durável. Assim, equacionando temos:

Garantia total = garantia contratual (fornecedor) + garantia legal (CDC).


É dessa forma que o consumidor deverá exercitar seus direitos, e sempre observando
a natureza dos produtos e serviços, pois é comum que os fornecedores neguem
cumprimento à garantia após o decurso do prazo por eles oferecido, o que, registre-
se, atenta veementemente contra os princípios da boa-fé e da transparência.

Complementando com o artigo 18 do CDC § 1º Não sendo o vício sanado no prazo


máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de
uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo
de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.

20) – Não sendo sanado o vício no prazo máximo de 30 dias (prazo do fornecedor), pode
o consumidor exigir, alternativamente à escolha do fornecedor: a) substituição do
produto por outro; b) receber o dinheiro de volta ou; c) ficar com o produto mediante
um abatimento no preço.
RESPOSTA: VERDADEIRO
JUSTIFICATIVA: Conforme o artigo 18 do CDC § 1º.

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