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Maxwell.1
*Adriano José Ortiz¹ e Irinéa de Lourdes Batista².
¹Departamento de Física, Universidade Estadual de Londrina, Londrina –PR,
e-mail: adrianorcc@bol.com.br
²Departamento de Física, Universidade Estadual de Londrina, Londrina –PR,
e-mail: irinea@uel.br
Resumo:
A História e a Filosofia da Ciência tem se mostrado cada dia mais como um importante
instrumento no ensino de Física. Não é raro encontrarmos dificuldades em apresentar
conceitos físicos em sala de aula, seja em função de um alto grau de abstração do assunto
ou à opção do professor em utilizar um método simplesmente matemático na explicação de
um determinado conteúdo .
Entretanto, conforme temos visto nos resultados de pesquisa na área, essa abordagem
pode tornar-se prejudicial ao aluno que não tem um contato mais profundo com a
matemática, além de gerar uma visão distorcida da ciência, ou seja, como algo bem definido
e sem evolução, que deve apenas ser assimilado sem maiores questionamentos.
Em nossa pesquisa, partimos de estudos na História da Ciência por meio dos quais
percebemos que essa visão se mostra equivocada. Temos na história do Eletromagnetismo
um claro exemplo disso: o que começou com a investigação da capacidade do âmbar de
atrair pequenos objetos quando atritado, do esclarecimento da diferenciação entre
eletricidade e magnetismo, atingindo a unificação do eletromagnetismo, demonstra a riqueza
e profusão de discussões de idéias no desenvolvimento teórico-conceitual da Física através
dos tempos.
Apresentamos um breve relato histórico no qual pode-se notar que o Eletromagnetismo
como é conhecido hoje foi fruto de uma diversidade de discussões. Esse resultado é a
primeira etapa de uma pesquisa em andamento a respeito da construção de conjunturas
didático-epistemológicas elaboradas a partir de uma fundamentação histórica, com a função
futura de ser aproveitada na formação inicial de professores de Física.
Introdução
1
A história da ciência é como uma saga, mas em vez de muitas aventuras conectadas a um herói, há muitos
heróis conectados a uma aventura. (trad. dos autores).
Pouco se evoluiu no estudo da eletricidade durante o século XVII após
Gilbert. Somente no início do século XVIII que a eletricidade deixou de ser tratada
como “uma curiosidade de laboratório”, sendo retomada como assunto de pesquisa
a partir dos fenômenos da condução e indução elétrica, estudados por Stephen
Gray. Uma das primeiras experiências de Gray sobre o assunto é tão interessante
que vale a pena ser brevemente explicada, pois ela mostra o contexto em que se
iniciaram os grandes desenvolvimentos da eletricidade neste século:
Gray observava a condução de eletricidade de uma garrafa de vidro atritada
a uma rolha por meio de uma corda. Certa vez, Gray não ligou a rolha ao tubo por
meio de uma corda estendida verticalmente, mas sim, com uma corda estendida
horizontalmente, pendurada ao teto por meio de fitas de seda. Uma das fitas se
partiu e de improviso foi substituída por um fio de cobre. Gray verificou, então, que a
corda já não transmitia eletricidade à rolha e interpretou o fenômeno da seguinte
forma: utilizou uma analogia ao que aconteceria a um tubo levando água se fosse
feito um furo nele. A água deixaria de correr até a outra extremidade do tubo. Dessa
analogia surgiu à idéia de que a eletricidade deveria ser um fluído.
2. O Magnetismo
2
Para maiores informações, ver Martins – 1986
3
Para maiores informações, ver MARTINS, Roberto de Andrade (1988), BATISTA, Irinéa de Lourdes(1999) e
SILVA, Cibelle Celestino(2006).
No mesmo contexto histórico, com os estudos de Biot e Savart, Laplace
chegou à lei que fornece a expressão geral do campo magnético criado pela
passagem de uma corrente elétrica.
4. Faraday e os campos