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Influência paradoxal

Poder. Privilégio. Fartura. Desde o início da sociedade, o grupo social que obtinha
maior acesso à moeda de troca dominava tudo e todos. Contemporaneamente, a
humanidade ainda é movida de acordo com o que possui, sendo o dinheiro o maior
influenciador de suas ações, sejam elas boas ou ruins.

Em uma primeira análise, sob ótica social, possuir uma vida regrada, feita de ações
baseadas em valores éticos e morais, é um privilégio do indivíduo que tem dinheiro. O
fundamento desse panorama correlaciona-se, intimamente, com o fato de que o dinheiro
tem o poder de apresentar uma realidade de privilégios para quem o possui, dando-lhe a
melhor educação, moradia e vestimenta, o que ocasiona em uma vida saudável e,
consequentemente, regida de boas ações. Nesse sentido, segundo o filósofo Pierre
Bourdieu, comportamentos são moldados e incorporados, historicamente, nas práticas
cotidianas dos seres. Esse pensamento pode ser correlacionado com a influência do
dinheiro, visto que os comportamentos moldados durante todo exposição a uma boa
educação, por exemplo, motiva em boas ações.

Ademais, a falta de acesso, de maneira mínima ao dinheiro, reflete em péssimas ações


humanas. Esse comportamento encontra origem na desigualdade e segregação que o
dinheiro causa na sociedade, o que gera falta de oportunidade aos indivíduos que não o
possui, ocasionando, muitas das vezes, em ações antiéticas e imorais, como uma vida
voltada para o crime, a fim de obter o status que só o dinheiro promove, mesmo sendo
de maneira condenável. Nessa perspectiva, esse comportamento pode ser relacionado
com o conceito de Imperativo categórico, de Immanuel Kant, filósofo Alemão do século
XVIII, que descreve uma conduta baseada em ganhar algo em troca – que nesse
contexto seria o status – sem pensar no dever de agir corretamente.

Desta forma, as ações humanas são influenciadas pelo dinheiro de maneira paradoxal
no comportamento dos indivíduos, e que tais comportamentos encontram-se alicerçados
na escassez de investimentos do Estado em educação de qualidade, e na redução de
impostos a fim de gerar empregos, fomentando assim, melhor distribuição de renda.

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