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MINDFULNESS E SÍNDROME DE BURNOUT

Mindfulness como Intervenção Psicológica na Síndrome de Burnout

Francisca Teixeira 71145¹

Helena Ribeiro 71851¹

Marta Pereira 71865¹

¹Escola de Ciências Humanas e Sociais, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Nota das Autoras

Revisão sistemática da literatura realizada no âmbito da unidade curricular de Psicologia do

Exercício e da Saúde, proposta pelo docente Mário Pinto.

Contacto: franciscaalexandralealteixeira@gmail.com; helenaslcribeiro@gmail.com;

mgpereira06@gmail.com
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Resumo

O presente trabalho tem como objetivo perceber qual a relação entre a redução da síndrome

de burnout e a prática do mindfulness. Esta síndrome consiste num esgotamento decorrente

da tensão emocional existente, caracterizando-se principalmente pela exaustão emocional,

despersonalização, e baixa realização profissional. O burnout é uma condição cada vez mais

presente na vida das pessoas, sendo ao longo dos anos desenvolvidas várias técnicas que

procuram reduzir a mesma, estando entre elas, o mindfulness. Esta prática permite ao

indivíduo lidar com os obstáculos que lhe são colocados diariamente, desenvolvendo

estratégias que lhe permitem focar a atenção no momento presente. O burnout tem obtido um

grande destaque nas pesquisas, maioritariamente em estudos clínicos e, recentemente, tem

sido associado a situações no meio laboral e académico. Esta revisão da literatura apresenta

uma reflexão sobre o estado e a prática de mindfulness através de uma revisão bibliográfica

em artigos recentes, relacionados ao contexto do burnout.

Palavras-chave: mindfulness, atenção plena, burnout, esgotamento, intervenção


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Abstract

The present study aims to understand the relationship between the reduction of burnout

syndrome and the practice of mindfulness. This syndrome consists in the exhaustion resulting

from emotional tension, characterized mainly by emotional exhaustion, depersonalization,

and low professional achievement. Burnout is an increasingly present condition in people's

lives, and over the years several techniques have been developed to reduce it, including

mindfulness. This practice allows individuals to deal with the obstacles they face on a daily

basis, by developing strategies that allow them to focus their attention on the present moment.

Burnout has received a significant amount of attention in research, mostly in clinical studies,

and recently it has been associated with situations in the workplace and in academic

environments. This literature review presents a reflection on the state and practice of

mindfulness through a literature review on recent articles related to the context of burnout.

Keywords: mindfulness, full attention, burnout, exhaustion, intervention


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Mindfulness como Intervenção Psicológica na Síndrome de Burnout

O presente trabalho trata-se de uma revisão de literatura que visa perceber qual a

relação entre a redução da síndrome de burnout e a prática do mindfulness. Esta dividiu-se em

várias partes, nomeadamente, na leitura sistemática do capítulo fornecido pelo docente,

precedido à pesquisa bibliográfica relativa ao tema. Para isso, utilizamos bases de dados tais

como a B-on, PubMed, Google Scholar, ScienceDirect e a APA PsycNet, seguindo-se de

uma leitura e análise dos mesmos. Como strings de pesquisa, utilizamos principalmente:

mindfulness, burnout, intervenção do mindfulness no burnout, burnout nos estudantes,

burnout no emprego.

O conceito de mindfulness é entendido como um estado psicológico no qual estamos

conscientes dos nossos pensamentos, emoções e ações, perante situações de stress, como nas

relações interpessoais em contexto laboral (Demarzo & Garcia-Campayo, 2017). Esta prática

auxilia no treino das capacidades de autorregulação e na promoção de comportamentos pró-

sociais, sendo vulgarmente designada por “atenção plena” (Germer, 2016).

Assim, torna-se fundamental compreender se existe alguma relação entre a redução do

burnout e a prática do mindfulness.

A síndrome de burnout caracteriza-se por um estado de exaustão física e emocional,

abrangendo uma perda de interesse no trabalho, atitudes negativas em relação a colegas e

clientes, e baixa auto-estima (Maslach & Pines, 1977).

Assim, esta revisão visa entender de que maneira o mindfulness pode ser utilizado

como intervenção na redução do burnout, procurando responder às seguintes questões: O que

é que se entende por mindfulness e quais são os seus benefícios?; O que é que se entende por

burnout?; De que forma o mindfulness pode influenciar a redução do burnout?


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Mindfulness

Definição

O termo Mindfulness é, em linhas gerais, tradução para o inglês da palavra sati em

páli (língua antiga indiana, próxima daquela falada pelo Buda). Esta, há muitos anos atrás, era

a língua falada na Psicologia Budista em que o mindfulness era por sua vez o ensinamento

central dessa tradição. Segundo Germer (2016), Sati significa estar atento (awareness).

No capítulo estudado, ou seja, na literatura psicológica ocidental, mindfulness é

normalmente descrito como um tipo de curiosidade e atenção direcionada, intencional aos

pensamentos, sentimentos e sensações no momento presente, sem juízos de valor, conforme

sobem e descem num fluxo contínuo (Mannion & Andersen, 2015).

O conceito de mindfulness pode ser entendido como um estado psicológico, isto é,

estarmos conscientes dos nossos pensamentos, emoções e ações perante situações stressantes

do nosso dia-a-dia, como por exemplo, nas relações interpessoais em contexto laboral, que

abordaremos mais à frente (Demarzo & Garcia-Campayo, 2017). A pessoa procura

desenvolver um estado de plenitude com o presente, evitando julgamentos, focando-se assim

na atitude de estar presente nas situações que a vida condiciona (Pereira & Machado, 2017).

Ou seja, refere-se ao oposto de estar em “piloto automático” pois prestamos apenas atenção

ao presente (Germer, 2016); este processo ajuda a treinar também as capacidades de

autorregulação e controlo atencional, além de promover comportamentos pró sociais. No

entanto, o mais comum entre a população é ser conhecido como “atenção plena”.

Assim, a atenção plena é descrita por Bishop e colaboradores (2004), como não-

elaborativa na medida em que, além de se ficar pelo aquilo que se descobre, continua-se a

observação.
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Segundo Donna Sudak (2012), citada pelos autores Lopes e colaboradores (2012, p.

71), “Mindfulness pode ser aprendido, desenvolvido e treinado como técnica, sem estar

necessariamente vinculada a um contexto espiritual/religioso”; como forma de se contrapor à

ideia antiga, ligada ao budismo.

Vandenberghe e Valadão (2013) defendem que o indivíduo desenvolve melhor

capacidade de resposta às experiências de uma forma mais adequada e menos impulsiva,

construindo novos caminhos de fortalecimento emocional.

Mindfulness é, assim, caracterizado por uma consciência desapaixonada, não

avaliativa e sustentada do momento para o momento, de estados e processos mentais

percetíveis. Isto inclui a consciência contínua e imediata - perceção de sensações físicas,

perceções, estados afetivos, pensamentos e imagens (Grossman e colaboradores, 2003). A

premissa fulcral vem da aceitação, ou seja, na medida em que não devemos gastar energia a

queixar-nos daquilo que não nos é possível mudar no momento (Pereira & Machado, 2017).

Assim, encaminha-se para um regresso contínuo ao que se está a passar em relação a si em

cada momento no presente, sem debater acerca da realidade (Pereira & Machado, 2017).

O estar presente sem juízo de valor pode ter várias vantagens, como nos fundamentos

neurobiológicos que podem ser influenciados através do uso intencional de mindfulness

(Mannion & Andersen, 2015). Os praticantes mantêm-se abertos, curiosos e recetivos, em vez

de, por outro lado, suprimir, evitar ou intelectualizar o que observam.

O relaxamento e o mindfulness não são por si só a mesma coisa, embora que um seja o

resultado do outro, o mindfulness não abrange a avaliação dos pensamentos como racionais

ou disfuncionais (Mannion & Andersen, 2015). Pelo contrário, os participantes são


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preparados para observar os seus impulsos (pensamentos, sentimentos, sensações, desejos) de

forma a perceberem que estes tão depressa surgem como se desvanecem, que têm uma vida

própria, que são apenas pensamentos, não tendo o sujeito de orientar a vida por eles, dado

serem apenas limitativos acerca da experiência (Duarte, 2009).

Conforme a Psicologia Budista, a sabedoria ocorre quando na prática de mindfulness

insight nos conseguimos libertar de pensamentos repetitivos (como o nosso sentido de

identidade). Assim, somos aptos para compreender a impermanência da mesma e a maneira

como geramos o nosso próprio sofrimento. Este tipo de mindfulness consiste em olharmos

para dentro e vermos as coisas de acordo com as nossas perceções e reações. Da sabedoria

surge, de uma forma natural, a compaixão, que se caracteriza pela capacidade de nos abrirmos

ao sofrimento e termos vontade de o combater (Germer, 2016).

Assim, a prática de mindfulness, pode ocorrer de forma formal ou informal e requer

algum treino para que ocorra de uma forma espontânea diariamente. Entende-se como prática

formal a meditação, ou seja, o mindfulness num nível mais profundo, focado na atenção. Por

outro lado, a prática informal ocorre diariamente, sempre que sejam aplicados exercícios de

mindfulness (Germer, 2016). As práticas de mindfulness não se restringem apenas à quieta e

sentada meditação, mas sim objetivam treinar e cultivar o estado psicológico de mindfulness

de acordo com algumas práticas tradicionais, como o zen-budismo, o ioga e a tradição

vipassana (Demarzo, 2017), sendo que, a partir destas, surgem outras práticas como a

meditação em caminhada atenta, rotulagem, atenção nua e programas de educação

mindfulness. No fundo, qualquer atividade pode ser feita em atenção plena, e termos a

capacidade de o fazer é ter a capacidade de fazer mindfulness informal (Mannion &

Andersen, 2015).
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Por exemplo, a meditação da respiração é uma das práticas do mindfulness que

determina manter a mente calma e concentrada apenas na respiração; numa posição

confortável deve-se respirar suave e lentamente, com elevada atenção às sensações corporais

da respiração. Durante esse processo, no caso dos pensamentos se desviaram do objetivo,

retorna-se a atenção para a respiração, sem julgamento ou crítica pelo sucedido (Mesquita &

Furtado, 2019).

Uma outra prática conhecida é a Monitorização Aberto, que procura chamar a atenção

a uma maior variedade de objetos, que surgem na consciência primeiramente a partir de

estímulos internos, como pensamentos, sensações e emoções; e de seguida por externos como

sons, cheiros, ou outros que surjam. A mudança do primeiro para o segundo nível acontece

quando o indivíduo se apercebe daquilo que desvia a sua atenção focada, refletindo sobre ele,

sem apenas retornar para o objeto inicial (Mesquita & Furtado, 2019).

Já no caso do mindfulness de Emoção no corpo, este inicia-se com postura ereta, com

a atenção focada na respiração, observando-se onde se sente a respiração mais forte, passando

para a observação de outras sensações corporais e emocionais presentes. O praticante é capaz

de localizar no corpo onde se expressam mais as suas emoções negativas, inclinando-se

mentalmente para essa região, permitindo sentir essa emoção. Por fim, volta a observar a

respiração e acalma o corpo (Mesquita & Furtado, 2019).

Segundo Germer (2016) a prática de mindfulness tem de ser obrigatoriamente

vivenciada para que assim seja possível conhecê-la. O autor defende também que, a prática

apresenta vários graus de intensidade, e que por isso, durante as atividades do dia-a-dia é

possível concentrarmo-nos de uma forma consciente no momento presente.


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Depois de perceber do que se trata este conceito, e a sua ampla multiplicidade de

definições, é importante conhecer, também um pouco, aqueles que são os seus grandes

objetivos.

Objetivos

A aprendizagem da prática de mindfulness tem como objetivo a instrumentalização

dos indivíduos, podendo ser usada ao longo de várias atividades quotidianas.

Numa fase inicial, pode ser necessário reunir condições especiais, como por exemplo um

espaço calmo e sem distrações, para a prática do mesmo, no entanto, após isso, o objetivo é

aprender a manter ou conectar-se a esse nível de consciência ao longo do dia (Cloninger,

2004).

Nos últimos 30 anos, as intervenções baseadas em programas de mindfulness são

práticas de atenção plena devidamente estruturadas. Estas têm como objetivo principal o

aprimoramento do estado de mindfulness. Estas intervenções ocorrem geralmente em grupo,

durante oito semanas, decorrendo uma sessão semanal de aproximadamente 2 horas, onde são

ensinados aos praticantes exercícios que procuram controlar o stress em situações do dia-a-

dia com base na psicoeducação (Demarzo & Garcia-Campayo, 2017).

Estas intervenções pretendem ajudar os indivíduos no estabelecimento de uma ligação

com as suas experiências internas, ou seja, fazer com que não as ignorem e critiquem, mas

que as sintam de forma objetiva (Germer, 2016).

Esta prática visa treinar a mente através da meditação de modo a desenvolver uma

capacidade de estar presente e reconhecer a experiência como um todo, com uma atitude
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amigável e de compaixão, para assim responder de forma mais assertiva. Além disso, esta

pretende uma consciência da conexão entre o corpo e a mente (Tang e colaboradores, 2012).

Benefícios

Os tratamentos baseados no mindfulness têm como intuito alterar o modo de como o

indivíduo estabelece a sua relação com os seus pensamentos, de forma a descobrir habilidades

para focalizar a atenção num determinado instante da sua vida. Com isto, o indivíduo irá

aperceber-se das suas sensações corporais perante situações específicas (Lima & Sene, 2017).

O mindfulness produz diversos benefícios para os indivíduos que o praticam,

desconsiderando a sua ocupação, idade, educação, bem como outros fatores. Estes melhoram

a saúde física e psicológica do sujeito, o que por consequência, resulta de uma melhor

satisfação e bem-estar, tal como uma melhor performance, redução de stress e melhoria nas

relações interpessoais (Leung e colaboradores, 2016).

As estratégias do mindfulness englobam um conjunto de técnicas de terapia,

representando vários tipos de abordagens (Pereira & Machado, 2017). Posto isto, a sua prática

relaciona-se com benefícios tanto cognitivos como emocionais. De acordo com um estudo de

Hülsheger e colaboradores (2013), os efeitos de mindfulness acerca da exaustão emocional e

da satisfação no trabalho são influenciados por uma atuação superficial (surface acting),

baseando-se numa mudança comportamental, de modo que os indivíduos consigam gerir as

suas emoções para um melhor desempenho. Os resultados indicam que o mindfulness pode

apoiar na regulação emocional e ser utilizado como ferramenta de diminuição da surface

acting, bem como proporcionar estratégias para lidar com as emoções durante o trabalho. No

que concerne às abordagens cognitivas, estas podem incluir a forma de pensar de cada

indivíduo (Teixeira & Palmeira, 2013).


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Esta prática ajuda o indivíduo a desafiar-se a si próprio, gerando uma melhor perceção

de si mesmo e das suas necessidades. Estas intervenções produzem um grande impacto na

promoção de saúde e qualidade de vida dos indivíduos. Os seus resultados terapêuticos

mostram-se bastante significativos e consistentes numa série de perturbações físicas e mentais

(Girard & Feix, 2016; Pereira & Machado, 2017).

Deste modo, as terapias apoiadas no mindfulness auxiliam no que diz respeito ao

processo de mudança do indivíduo, fornecendo meios que complementem o tratamento

(Pereira & Machado, 2017).

Segundo Lima e Sene (2017), a prática do mindfulness promove uma transformação

na relação do indivíduo com os próprios pensamentos e emoções perante acontecimentos

menos positivos, nomeadamente na maneira de como este perceciona as situações à sua volta

e as altera.

Os benefícios do mindfulness associados à saúde podem transcender os resultados

derivados do tratamento farmacológico, podendo abarcar processos emocionais que incluam a

adaptação do sujeito a possíveis doenças crónicas, stress e autoeficácia, proporcionando um

melhor desempenho no quotidiano, no que diz respeito a dimensões afetivas e sociais

(Grossman e colaboradores, 2003). As intervenções focadas no mindfulness englobam uma

série de fatores psicológicos, fisiológicos e psicossociais, tais como ansiedade, depressão,

pressão arterial, perceção da própria saúde e qualidade de vida (Vásquez-Dextre, 2016).

Existem diversas técnicas de meditação que modificam o estado de awarness do

indivíduo, incluindo o mindfulness, atuando como um moderador de estados de espírito

positivos de bem-estar (Teixeira & Palmeira, 2013).


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De acordo com Tang e colaboradores (2015), existem três fatores que se influenciam

entre si, de modo a proporcionar benefícios na prática terapêutica do mindfulness: melhoria

no controlo da atenção; maior capacidade de regulação emocional; transformação da

autoconsciência, e, consequentemente, uma maior consciência do corpo e maior serenidade

mental.

O mindfulness permite que o indivíduo, num primeiro instante, entenda o surgimento

dos estados corporais e psicológicos gerados pelas experiências do dia-a-dia e, num segundo

momento, desenvolva a capacidade de não se identificar com os estados psicológicos,

escolhendo o modo de resposta às tais experiências de forma mais equilibrada, aumentando a

qualidade de vida e diminuindo o impacto das vivências na sua vida (Eid, 2011).

Atualmente, o mindfulness e os seus benefícios, no que diz respeito à atenção e à

consciência, mostra-se vantajoso a nível físico e psicológico (Teixeira & Palmeira, 2013).

Relação com o exercício físico/Psicologia do Exercício e da Saúde

Muito antes de aparecer na literatura da Psicologia do Exercício, o mindfulness, o

desporto e o exercício apareceram na literatura filosófica e popular de Western (Mannion &

Andersen, 2015). Em 1985, Kabat-Zinn, Beall, e Rippe observaram um programa sistemático

de treino mental baseado no mindfulness em atletas universitários e olímpicos de remo.

Posteriormente, nos resultados, os atletas do grupo de intervenção ultrapassaram as

expectativas dos seus treinadores e os atletas medalhados afirmaram que o treino os ajudou a

atingir um potencial máximo durante a performance (Mannion & Andersen, 2015).

O interesse na literatura sobre mindfulness na área do desporto começou a surgir por

volta de 2000. Normalmente, o treino das habilidades psicológicas (PST), na área em questão

tem como objetivo gerar pensamentos e sentimentos positivos (características intrapessoais),


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ligadas a um bom desempenho. Ainda assim, estas intervenções foram postas em causa, com

a descoberta das terapias comportamentais e cognitivas algumas características tiveram de ser

reexaminadas (Gardner & Moore, 2004). Por fim, concluíram que o foco nas mudanças destas

características é, por vezes, irrelevante para as tarefas e, consecutivamente, prejudicial para o

desempenho. Neste sentido foi proposta assim uma abordagem capaz de melhorar a

performance desportiva: o mindfulness, a aceitação e o compromisso (MAC) (Segal e

colaboradores, 2002; Hayes e colaboradores,1999).

O objetivo desta abordagem é que os atletas aprendam a aceitar as suas emoções e

cognições, em vez de as negarem ou esconderem; são instruídos para dar atenção às sugestões

relevantes para a execução das tarefas e a manterem o comportamento adequado (Mannion &

Andersen, 2015).

Birrer e colaboradores (2012), após vários estudos promissores sobre o mindfulness,

afirmaram que a prática desta abordagem, no desempenho desportivo, poderia melhorar

várias competências psicológicas e a eficácia de intervenção dos treinos de habilidades

psicológicas (PST).

Desta forma, também Vealey (2007) teve um contributo importante, após sugerir a

existência de uma hierarquia dentro das diferentes aptidões psicológicas, ou seja, as aptidões

de desempenho baseiam-se em aptidões fundamentais, como a auto-consciencialização

(Mannion & Andersen, 2015).


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História

Percurso Histórico

O mindfulness tem uma longa história e um período relativamente curto de integração

na prática médica e psicológica na era moderna (Mannion & Andersen, 2015).

O termo mindfulness é uma palavra inglesa que tem origem na tradução da palavra

“sati”, proveniente do dialeto indiano denominado Páli (Kabat-Zinn, 1994).

A tradução para a língua portuguesa não é consensual, visto que o termo mindfulness é

geralmente traduzido para atenção plena ou consciência plena, entre outros. No entanto, estas

traduções, não conseguem abranger o significado real do termo (Assumpção, 2019).

Tendo o mindfulness uma origem em tradições orientais, a formação deste nestas

culturas é tipicamente entendida como uma prática que se pratica com o objetivo de aliviar e

prevenir o sofrimento humano (Baer, 2003; Renshaw & Cook, 2016).

De acordo com Roeser (2013) este tem sido amplamente enquadrado nas últimas

décadas num discurso entre o budismo, e também em outras tradições contemplativas, assim

como a ciência ocidental. As definições contemporâneas de mindfulness priorizam aspetos de

atenção, e foco em experiências que ocorrem no momento presente.

Remetendo a sua origem às antigas tradições religiosas orientais (Baer, 2003), dentro

desta tradição, bem como das suas variantes que surgiram em sociedades ocidentais, a

formação da consciência é entendida como uma prática que tem como objetivo aliviar e

prevenir o sofrimento humano (Renshaw & Cook, 2016).


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Origem Oriental do Mindfulness

As investigações sobre o mindfulness surgiram através das literaturas contemporâneas

do Ocidente na Psicologia, Medicina, Educação e Negócios, no entanto, a origem deste

conceito surgiu no Nepal, sendo liderado por Siddhartha Gautama ou Buda, defensor do

estilo de vida mindfull, há cerca de 2.500 anos. No budismo, o termo mindfulness inclui um

sistema filosófico que impulsiona o auto-despertar e a redução do sofrimento humano

(Mannion & Andersen, 2015).

Na conceção budista, foram formuladas as “Quatro Nobres Verdades”, de modo a

entender e aliviar o sofrimento (Mannion & Andersen, 2015).

Primeira Verdade Nobre: “a vida significa sofrimento”. Apesar de parecer um ponto

de vista negacionista acerca da vida, a palavra “sofrimento” é uma tradução da palavra

“dukkha”, em páli, (língua nativa do subcontinente indiano), que significa com mais exatidão

“insatisfação generalizada” ou “inquietação”. Segundo a filosofia budista, a insatisfação

generalizada advém da efemeridade das experiências, isto é, a satisfação não é permanente e o

prazer prolongado leva à monotonia. Tanto a efemeridade das experiências como a visão

desinteressada da realidade podem ser negativas ou positivas (Mannion & Andersen, 2015).

Segunda Verdade Nobre: "a origem do sofrimento é o desejo”. Na perspetiva

ocidental, a ausência de desejo seria a apatia, contudo, na conceção budista, a apatia não

diminui o sofrimento. Em páli, o significado de “desejo” vai mais de encontro a conceitos

como “vinculação” ou “ânsia”, isto é, apegarmo-nos ao que temos e ansiar o que não temos

evidência as acentuadas versões do desejo ou interesse. Um dos pontos negativos desta

conceção está relacionada com o “eu” (“ego”), que se torna refém desta vinculação e deste

desejo, no entanto deve ter-se em consideração que este “ego” não é intrinsecamente real. O
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mesmo é reduzido e, por consequência, os indivíduos tornam-se mais ligados a ele. Os pontos

de realização de exercício, por exemplo, são exemplos desta ânsia e defesa do ego, ou seja, é

possível o indivíduo vincular-se à vontade de querer permanecer jovem e alcançar a estatura

física da pessoa que treina ao seu lado, ou sentir-se ameaçado quando entra num novo

ginásio. Estes exemplos irão refletir a fragilidade do ego do indivíduo, demonstrando de que

forma interpreta as situações (Mannion & Andersen, 2015).

Terceira Verdade Nobre: “a interrupção do dukkha é possível”. Quando são

conhecidas fragilidades do ego, as situações de insatisfação modificam-se. Os indivíduos

estão libertos de objetivos impossíveis e estão aptos para experimentar aquilo que está ao seu

alcance. É concebível a possibilidade de destruir a armadura psicológica real que se

estabeleceu para defender a ilusão abstrata do ego, fazendo com que os indivíduos se tornem

pessoas mais abertas a novas experiências (Mannion & Andersen, 2015).

Quarta Verdade Nobre: “Nobre Caminho Óctuplo” ou “Meio Caminho”. Estas

premissas pertencem às normas que suspendem o dukkha e dão origem à libertação. O “Nobre

Caminho Óctuplo” representa o rumo para romper com o sofrimento. O caminho óctuplo

caracteriza-se por uma cartografia da busca, uma topografia do árduo percurso que o budista

necessita de percorrer para se desenvolver. Este divide-se em 8 trajetos: visão ou

compreensão correta; intenção ou vontade correta; fala correta; ação correta; vida correta;

esforço correto; consciência correta e concentração ou meditação correta. Historicamente,

estes oito passos são reagrupados em três conjuntos de membros idênticos: virtude (que inclui

a fala correta, a ação correta e a vida correta); concentração (que inclui o esforço correto, a

consciência correta e a concentração ou meditação correta) e sabedoria (que inclui a visão

correta e a intenção correta) (Andrade, 2016; Mannion & Andersen, 2015).


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Expansão para o Oeste: Mindfulness na Psicologia Clínica e do Aconselhamento

O interesse académico no mindfulness iniciou o seu surgimento nos Estados Unidos da

América, em meados da década de 1970. Benson, cardiologista de Harvard, publicou um dos

seus textos, intitulado “The Relaxation Response”, onde descrevia os benefícios fisiológicos e

psicológicos de uma meditação transcendente, que se focava especialmente no sistema

nervoso parassimpático (Mannion & Andersen, 2015).

Kabat-Zinn (1982), pioneiro do uso do mindfulness como uma intervenção para

indivíduos com determinadas condições médicas e psicológicas, definiu um sistema

designado por “Redução do Stress Baseado no Mindfulness” (Mindfulness-Based Stress

Reduction - MBSR). Este sistema foi seguido na literatura da Psicologia Clínica e do

Aconselhamento por três outras psicoterapias dominantes: Terapia Comportamental Dialética

(Dialectical Behavior Therapy - DBT); Terapia de Aceitação e Compromisso (Acceptance

and Commitment Therapy – ACT); e Terapia Cognitiva Baseada no Mindfulness

(Mindfulness-Based Cognitive Therapy - MBCT) (Mannion & Andersen, 2015).

Estas três psicoterapias compõem o surgimento de uma uma terceira onda de terapias

cognitivas e comportamentais. Esta onda caracteriza-se por um processo de atenção nas

relações interpessoais e nos pensamentos, emoções e sensações experienciadas pelos

indivíduos. O senão desta visão não diz respeito à relação ao conteúdo, mas sim à tendência

para nos fundirmos com o conteúdo e interpretarmos os pensamentos e emoções como factos

literais que acabam por guiar o nosso comportamento e as nossas escolhas (Hayes e

colaboradores, 1996).

Complementarmente, os autores Kristeller e Hallett (1999) avançaram para o

desenvolvimento de um treino da consciência alimentar que tem como suporte o mindfulness

(MB-EAT), que compõe os princípios do Sistema de Redução do Stress Baseado no


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Mindfulness e Terapia Cognitivo-Comportamental Tradicional para auxiliar os indivíduos

com Perturbações de Compulsão Alimentar. Neste caso, o mindfulness é utilizado como

forma de consciencialização de pensamentos e emoções associadas à fome, à compulsão e à

saciedade, incentivando uma alimentação saudável através da autorregulação.

As psicoterapias referidas anteriormente, bem como outras conceptualizações

psicológicas, educacionais, empresariais e médicas, estão isentas do quadro filosófico e ético

do mindfulness no budismo. Ou seja, existe uma abordagem específica nas práticas do

mindfulness que se focam no alívio da psicopatologia, na gerência da dor e no bem-estar

(Mannion & Andersen, 2015).

De maneira a realizar um contraste com o mindfulness, Langer e Moldoveanu (2000),

exploraram o conceito de “mindlessness”. Este caracteriza-se por ser um tipo de automação

propício a erros, dor e cursos de vida predeterminados. A falta de consciência é referida como

a causa direta do erro humano em situações complexas, do preconceito e estereótipos e da

sensação da intercalação entre a ansiedade e o tédio, que podem ser considerados condições

causadas pela mente.

Com o intuito de relacionar o mindfulness com os benefícios do exercício físico, Keng

e colaboradores (2011) identificaram oito processos psicológicos, tais como: aumento na

consciência do mindfulness; repercussão (também designada por descentração, consciência

metacognitiva ou difusão cognitiva); exposição; aceitação; controlo da atenção; clarificação

de valores e autorregulação comportamental.


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Síndrome de burnout

Definição

O termo burnout foi definido por Freudenber (1974). Segundo o autor, esta condição

relaciona-se com o esgotamento e o desgaste provocado pelo excesso de força e/ou o aumento

da procura de energia.

De acordo com Maslach e Pines (1977) a síndrome de burnout caracteriza-se por um

estado de exaustão física e emocional, abrangendo uma perda de interesse no trabalho,

atitudes negativas em relação a colegas e clientes, e baixa auto-estima.

Para Maslach e Jackson (1996), a síndrome de burnout ocorre em indivíduos que são

empregues por outros, criando esta relação alguma tensão. Segundo Edelwich e Brodsky

(1980), esta síndrome consiste numa perda progressiva de energia e vontade de atingir

objetivos, que se dificulta devido às condições de trabalho.

Na síndrome de burnout, a relação do trabalhador com a profissão atravessa um

processo de deterioração, transformando-se o entusiasmo inicial numa imensurável

necessidade de evitamento para com contexto laboral e as pessoas associadas a este (Pocinho

& Perestrelo, 2011).

Consequentemente, o sentimento de capacidade para o exercício profissional passa a

ser menosprezado (Santos, 2020).

Na maioria das vezes, são as pessoas mais idealistas, que possuem expectativas que

ultrapassam a realidade e que dificilmente se realizarão, que mais sofrem desta síndrome

(Lyra, 2015).

O burnout é composto por três dimensões chave: exaustão emocional extrema

(esgotamento), elevada despersonalização em relação à profissão (cinismo) e, por fim, uma

baixa realização profissional (competência) (Maslach & Leiter, 2017).


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Esta síndrome foi identificada como um risco para profissões relacionadas com o

trabalho com indivíduos, tais como educação, saúde e recursos humanos (Rodríguez e

colaboradores, 2017).

De acordo com Quicero e Viciana (2007), os principais sintomas consequentes desta

síndrome podem se identificar em diversos níveis:

Ao nível somático: fadiga crónica, dor de cabeça, cansaço, insónia, problemas

gastrointestinais, dores no pescoço e nas costas, hipertensão, dores musculares, etc.

Ao nível do comportamento: inflexibilidade, rigidez, dificuldades em relaxar,

comportamento suspeito e paranoico, frieza, isolamento, fraca concentração, cinismo,

agressividade, uso de substâncias psicoativas, etc.

Ao nível emocional: hostilidade, irritabilidade, impaciência, desorientação,

ansiedade, depressão, sentimentos de ódio, problemas em controlar e expressar emoções, etc.

E, por fim, ao nível cognitivo: perceção de fracasso profissional, baixa auto-estima,

impotência para exercer a profissão, etc.

Diagnóstico

Os responsáveis pelo diagnóstico da síndrome de burnout são os psiquiatras e

psicólogos, profissionais especializados e indicados para identificar o distúrbio. O diagnóstico

deve ser assim realizado com a consciência de que estes sintomas podem-se confundir com

outros distúrbios, o que significa que a orientação é feita individualmente a cada caso em

questão (Kestenberg, 2018).

Na atualidade, o diagnóstico de síndrome de burnout ainda não aparece na CID-10

(Classificação Internacional de Doenças 10º revisão) nem no DSM-V (Manual de diagnóstico

e Estatística de Perturbações Mentais 5º revisão), dada as sobreposições da mesma com


MINDFULNESS E SÍNDROME DE BURNOUT
21

depressão ou distúrbio de adaptação, nem existe intenção de o colocarem (Kaschka e

colaboradores, 2011).

Numa fase aguda, o diagnóstico clínico da sídrome de burnout é impreciso, devido à

conformidade de sintomas com outras patologias. Deste modo, de forma a obter-se um

diagnóstico adequado, deve-se proceder a uma extensa avaliação do contexto patológico do

paciente (Reis e colaboradores, 2018).

Esta é uma doença sem diagnóstico clínico preciso dado ter sinais e sintomas de

natureza distintos e diversos (Reis e colaboradores, 2018).

Segundo Reis e colaboradores (2018), a presente condição clínica necessita de uma

visão intensiva tendo como objetivo o diagnóstico, utilizando ferramentas e observações que

vão além da especialidade médica.

No entanto, está a ser realizado um diagnóstico na prática, como ponto de partida para

o tratamento (Kaschka e colaboradores, 2011). O diagnóstico não clínico do burnout é

instável dada a variedade de instrumentos utilizados na atualidade com diversas adaptações e

pontos de corte, respetivamente.

Podemos destacar um instrumento realizado através de uma entrevista anamnese

denominada de Maslach Burnout Inventory (MBI- figura 1), criada por Christina Maslach e

Susan Jackson, que consiste num questionário com 22 itens para detetar os sintomas e causas

da patologia. A análise permite identificar três fatores principais como: Exaustão Emocional

(EE), Despersonalização (DP) e Redução da Realização Pessoal (RRP) (Kaschka e

colaboradores, 2011).
MINDFULNESS E SÍNDROME DE BURNOUT
22

Com destaque por exemplo para a questão 3 “Eu sinto-me cansado ao acordar de

manhã e tenho que enfrentar um outro dia no trabalho” e a 13 “Eu sinto-me frustrado com o

meu trabalho”.

Figura 1.

Maslach Burnout Inventory (MBI)

Fonte:https://www.semanticscholar.org/paper/TESTING-FOR-THE-DIMENSIONALITY-OF-THE-

MASLACH-(-MBI-Faraci/c8b83c81190024144c72571a26dbd7378d0f4f9e

Ainda assim, é urgente a necessidade de um instrumento de diagnóstico da síndrome

de burnout para a política de saúde pública, visto que para o diagnóstico diferencial o único

recurso são os sintomas generalizáveis (Kaschka e colaboradores, 2011).

O diagnóstico diferencial, por sua vez, aparece muitas vezes associado à depressão, ao

conceito de esgotamento persistente (fadiga crónica) e alexitimia (incapacidade de perceber

os sentimentos) (Kaschka e colaboradores, 2011). Segundo Silva e colaboradores (2015), os

principais sintomas para ajudar num diagnóstico diferencial são: a despersonalização e a

redução do sentimento de realização profissional, pois esses são intrínsecos ao ambiente de


MINDFULNESS E SÍNDROME DE BURNOUT
23

trabalho e afetam a sua relação com o mesmo. Assim, para um diagnóstico com margem de

confiança, é necessário levar em consideração um amplo espectro psicopatológico e realizar

uma análise holística do paciente em seu âmbito biopsicossocial (Kaschka e colaboradores,

2011).

Em conclusão, não existe até à data um instrumento válido de diagnóstico diferencial

da síndrome de burnout, pois a maior parte dos estudos tem pouca evidência. Ainda assim,

existe a necessidade de um instrumento de diagnóstico padronizado e validado. Devido a esta

falta de consenso, também não é aconselhado utilizar-se de facto o burnout como um

diagnóstico médico (Kaschka e colaboradores, 2011).

Tratamento

As abordagens utilizadas para o tratamento da síndrome de burnout devem ter em

consideração a sua gravidade. Se for leve, devem ser tomadas medidas tais como mudança de

hábitos de vida e otimização do equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal. Se o esgotamento

for grave, são recompensadas as intervenções psicoterapêuticas, bem como os

antidepressivos, de preferência em simultâneo com a psicoterapia. Para prevenir a síndrome

de burnout, as principais medidas são as que estão associadas à promoção da saúde no local

de trabalho, a introdução de modelos de horário de trabalho e a realização de sessões de

supervisão (Kaschka e colaboradores, 2011).

Os tratamentos devem ser estudados regularmente, de modo que os seus efeitos

possam ser avaliados num alto nível de evidências. Tendo em conta a atual falta de

conhecimento sobre o que é chamado de "esgotamento", o conceito não deve ser utilizado

como um diagnóstico médico nem como decisões relativas a deficiências ou questões

socioeconómicas (Kaschka e colaboradores, 2011).


MINDFULNESS E SÍNDROME DE BURNOUT
24

A maioria das técnicas de prevenção e tratamento do burnout assumem que a sua

origem advém do indivíduo, e não do possível contexto de trabalho disfuncional. Neste caso é

relevante incluir programas que aumentem a autoconsciência dos profissionais e para

melhorar sua resiliência e envolvimento com a sua profissão (Lima & Dolabela, 2021).

Os estudos que investigam a intervenção e/ou tratamento da síndrome de burnout

trabalham com estratégias não farmacológicas, tais como psicoterapias e práticas alternativas

complementares (Lima & Dolabela, 2021).

Para o tratamento do burnout são consideradas diversas técnicas que visam a sua

melhoria, tais como: terapia cognitiva comportamental (TCC); competência emocional;

psicoterapia em grupo ou individual; treino de competências; coesão entre os pares; luz forte;

método holístico; acupuntura; arte terapia; cursos de treino que visam a mudança de atitudes

(Lima & Dolabela, 2021).

Diversos estudos concluíram que a terapia cognitiva comportamental (TCC) e o

mindfulness diminuíram significativamente o burnout e podem ser eficazes para diminuir os

níveis de stress e burnout em pais de crianças com doenças crónicas (Lima & Dolabela,

2021).

Silva e colaboradores (2016) agrupou um conjunto de estratégias de intervenção para a

prevenção e tratamento da síndrome de burnout. Essas estratégias são:

Estratégias individuais: uso do treinamento na solução dos problemas, treinamento

da assertividade e programas de treinamento para rentabilizar o tempo da melhor maneira;

Estratégias de grupo: apoio social no trabalho por parte dos colegas e dos superiores;
MINDFULNESS E SÍNDROME DE BURNOUT
25

Estratégias organizacionais: programas de prevenção que visam melhorar o clima da

organização.

Outra das estratégias para o tratamento do burnout é o mindfulness. A razão pela qual

o mindfulness pode provocar alterações no burnout pode ser explicada pelo sistema de

regulação emocional, pois o mindfulness tem um impacto positivo no bem-estar. A prática do

mindfulness auxilia na ativação da calma, que propicia o equilíbrio entre os pensamentos e as

emoções negativas e acalma o sistema de alarme (Lima & Dolabela, 2021). Para além da

redução do burnout, o mindfulness reduz a fadiga da compaixão, sintomas depressivos,

ansiosos e de stress, a ruminação e aumenta a compaixão, satisfação, atenção e satisfação

com a vida (Duarte & Pinto-Gouveia, 2016).

É crucial avaliar tanto aspetos pessoais como laborais do indivíduo que possua esta

síndrome (Lima & Dolabela, 2021).

Relação entre o mindfulness e a síndrome de burnout

Benefícios do mindfulness na redução da síndrome de burnout

Entre as várias formas de intervenção, no âmbito da síndrome de burnout, sustentados

pela experiência, os programas de meditação mindfulness carecem de potencial tratamento

para a síndrome de burnout (Leiter e colaboradores, 2014). Ademais, nos dias de hoje, a

prática de mindfulness tem sido motivo de estudo da área da psicologia organizacional e do

trabalho.

De forma geral, os benefícios que o mindfulness nos traz na redução da síndrome de

burnout prendem-se por um cariz protetor e que impede o seu aumento (Vibe e

colaboradores, 2013).
MINDFULNESS E SÍNDROME DE BURNOUT
26

A sua crescente eficácia diz respeito a alguns factos: ao uso como técnica de

relaxamento (diminuição da exaustão); à melhoria de estratégias de coping focadas nas

emoções (melhorando a eficiência e a confiança); ao treino da atenção sem juízo de valor

(evita sentimentos de cinismo) (Leiter et. al., 2014).

Os resultados obtidos por Arias e colaboradores (2010) corroboram com a hipótese de

que os programas de intervenção mindfulness direcionam a uma diminuição significativa do

cansaço emocional. Também Vibe e colaboradores (2013) observaram como resultado da

intervenção mindfulness uma melhoria do bem-estar subjetivo e no distress.

No entanto, Leiter e colaboradores (2014) enfatizam a insuficiência de estudos para

identificar quais são realmente os mecanismos associados ao sucesso do mindfulness na

atenuação do burnout.

As práticas variam de acordo com o objetivo desejado, incluindo intervenções focadas

no indivíduo como, por outro lado, em habilidade comportamentais e cognitivas, meditação,

educação em saúde e atividade física. Na primeira, destaca-se as práticas para melhoria da

comunicação e do trabalho em equipa, entre outras (Leiter e colaboradores, 2014).

Segundo Markus e Lisboa (2015), a prática do mindfulness (estado de atenção plena

no momento presente) é apontada como estratégia que colabora para a performance no

trabalho, estruturação emocional, diminuição de exaustão emocional e burnout, envolvimento

no trabalho e melhoria nos relacionamentos sociais.

O mindfulness significa energia e entusiasmo, oferece satisfação com a vida e

qualidade nos relacionamentos. Por este meio, assiste-se a um decréscimo da depressão,

ansiedade e stress. Esta prática no que se refere ao trabalho prepara a pessoa para os desafios
MINDFULNESS E SÍNDROME DE BURNOUT
27

do cotidiano. Assim os benefícios adquiridos proporcionam saúde e bem-estar emocional, e o

indivíduo obtém qualidade de vida (Pires e colaboradores, 2020).

Um estudo de Bazarko e colaboradores (2013) implementaram um modelo inovador

por meio de sessões telefónicas em grupo. Além deste, um estudo por Goodman e Schorling

(2012) observaram descobertas semelhantes de diminuição da síndrome de burnout depois da

aplicação do mindfulness com profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiras,

psicólogos e assistentes sociais.

De seguida, abordaremos contextos mais específicos, como no trabalho e em

estudantes universitários.

Redução da síndrome de burnout no trabalho

Compreendendo as várias formas de intervenção na Síndrome de Burnout, os

programas de práticas de mindfulness têm sido referenciados como um potencial tratamento

para esta condição (Leiter e colaboradores, 2014).

O mindfulness auxilia e influencia o equilíbrio entre os pensamentos e as emoções.

A eficácia destas práticas é inerente a várias dimensões. A prática do mindfulness

referencia-se como uma estratégia que contribui para a performance no trabalho, para uma

estruturação emocional e uma diminuição da exaustão emocional e burnout, assim como para

o envolvimento no trabalho e uma melhoria nos relacionamentos sociais, promovendo uma

maior qualidade de vida.

Este estado de consciência envolve múltiplos aspetos, nomeadamente uma abertura

para a novidade; facilidade de distinção; habilidade de comparar, contrastar e fazer

avaliações; sensibilidade para variados contextos; consciência de diversas perspetivas; e,

orientação para o presente (Markus & Lisboa, 2015).


MINDFULNESS E SÍNDROME DE BURNOUT
28

A competência de distinção é peculiarmente relevante quando é necessário definir a

natureza de um problema que se está a enfrentar, reduzindo as oportunidades de minimizar a

situação.

A sensibilidade ao contexto refere-se a possuir consciência no momento em que uma

característica situacional sofre alguma alteração. Estes indivíduos que são orientados para o

presente possuem uma maior atenção para a situação imediata (Markus & Lisboa, 2015)

No entanto, Leiter e colaboradores (2014) destacam a necessidade do

desenvolvimento de mais investigações de modo a identificar quais os mecanismos

associados ao sucesso do mindfulness na prevenção e tratamento do burnout.

Redução da síndrome de burnout nos estudantes universitários

Estudos apontam que as intervenções focadas no mindfulness levam a uma redução do

burnout em estudantes universitários (Leal & Pimenta, 2018).

A eficácia desta abordagem pode estar relacionada com a utilização de técnicas de

relaxamento que diminuem o cansaço, com a aquisição de estratégias de cooping focadas nas

emoções e com o treino da atenção sem julgamentos, que irá evitar sentimentos de cinismo

(Leal & Pimenta, 2018).

De acordo com um estudo conduzido por Arias e colaboradores (2010), os programas

de intervenção do mindfulness reduzem significativamente o cansaço emocional e aumentam

o envolvimento nos trabalhos e funções académicas. A dimensão que sofre mais impacto é a

absorção, isto é, o prazer na realização das atividades académicas, sendo este impacto

positivo, pois o rendimento e o interesse dos estudantes aumentam após a prática do

mindfulness. Observou-se ainda que esta intervenção melhora o bem-estar subjetivo e

diminui o stress (Leal & Pimenta, 2018).


MINDFULNESS E SÍNDROME DE BURNOUT
29

Outros fatores que também poderão contribuir para a redução da síndrome de burnout

nos estudantes é o facto de ter um trabalho remunerado, ter filhos e morar sozinho (Rodrigues

e colaboradores, 2020).

Pode, então, afirmar-se que o mindfulness é eficaz nos estudantes, promovendo o bem-

estar e atenuar o burnout, no entanto, as alterações não são significativas, o que leva a crer

que este tipo de intervenção é protetora, podendo impedir o seu aumento (Leal & Pimenta,

2018).

Conclusão

Ao longo da nossa pesquisa e análise bibliográfica, destacamos a necessidade de mais

estudos relacionados com o burnout, principalmente no que concerne ao diagnóstico da

síndrome.

Apesar de já existirem diversos estudos que procuram investigar de que modo o

mindfulness atua como intervenção psicológica na síndrome de burnout, até à data, estes

evidenciam os benefícios do mindfulness no bem-estar físico e mental, contudo, é necessário

avaliar estas afirmações minuciosamente, utilizando populações de doentes bem definidas,

aplicando procedimentos metodológicos mais rigorosos e avaliando marcadores objetivos de

doenças (Grossman & colaboradores, 2003).

Assim, com a realização deste trabalho, podemos concluir que existem vários métodos

que atuam com base no mindfulness, sendo estes também utilizados como um tipo de

intervenção clínica em múltiplas perturbações e problemas crónicos (Grossman &

colaboradores, 2003).

A síndrome de burnout relaciona-se com o esgotamento e o desgaste provocado pelo

excesso de força e/ou o aumento da procura de energia (Maslach & Pines, 1977).
MINDFULNESS E SÍNDROME DE BURNOUT
30

À luz do que fomos percebendo ao longo da realização do trabalho, conseguimos

perceber que a Síndrome de burnout é um retrato da atualidade e que temos na prática de

mindfulness uma boa solução para esta problemática. Não só neste contexto, o mindfulness

parece ser um “escape” à rotina do dia-a-dia, à vida stressante. Se conseguíssemos adotar um

pouco do que ele nos ensina, seria mais fácil ultrapassarmos alguns obstáculos. Seria útil

implementar esta prática, ao inseri-la por exemplo em workshops e ações de dinamização nas

escolas e universidades.

Conclui-se que a terapia cognitiva comportamental (TCC) e o mindfulness diminuíram

significativamente o burnout e podem ser eficazes para diminuir os níveis de stress e burnout

(Lima & Dolabela, 2021).


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