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• Iluminismo:

O movimento iluminista, que surgiu no século XVIII, conhecido como “século das Luzes”, foi uma corrente
filosófica que se caracterizou pela pela afirmação da liberdade e da igualdade e pela crença na Razão como motor
do progresso e como meio de atingir a felicidade humana.

Essa liberdade e igualdade defendidas pelos iluministas parecia estar em contradição com a autoridade dos
governos. Tal problema já tinha sido analisado por John Locke e foi retomando por Rousseau na obra O Contrato
Social em que, para além de reafirmar que o poder político deriva de um contrato social entre governados e
governantes, reforça que este pacto tem por finalidade estabelecer leis justas e fruto da vontade do povo e, por
meio disso se afirma a soberania popular- que era defendida pelos iluministas, sendo do povo que provinha o poder
político.

Outra bandeira levantada pelo pensamento filosófico das Luzes é a separação de poderes, formulada por
Montesquieu na obra O Espírito das Leis , que advoga o desdobramento da autoridade do Estado em três poderes
fundamentais: o poder legislativo – que faz as leis; o poder executivo – encarregado de as fazer cumprir; e o poder
judicial – penaliza em caso de desrespeito às leis. A concentração destes poderes na mesma entidade (tal como
acontecia com os reis absolutos), dizia Montesquieu, equivalia à tirania (por isso, a teoria da separação de poderes
punha em causa a centralização dos poderes no absolutismo).

Para concluir a tríade indissociável do Iluminismo, a defesa da tolerância religiosa e a erguida contra os atropelos
à dignidade humana (que ocorriam no Antigo Regime devido a separação que ocorria pelas diferenças sociais entre
o povo e as ordens privilegiadas) , incentivaram filósofos como Voltaire a proclamar o seu deísmo ( que é a crença
num ser supremo) que, não ia contra os princípios da Igreja Católica, mas sim contra o fanatismo e as superstições.
Com a defesa da tolerância religiosa (pensamento iluminista), considerou-se não pertencer ao Estado o direito de
interferência em matéria de religião (uma vez que todas as tentativas de impor uma só crença resultaram em
guerras sangrentas), advogando assim a separação entre Igreja e Estado, que viria a ser adotada, mais tarde, pelos
regimes liberais.

• O Projeto Pombalino se inspiração iluminista

Reforma das instituições-

Em Portugal, o pensamento iluminista ( corrente filosófica caracterizada, principalmente, pela crença na Razão
como motor de progresso e como meio de atingir a felicidade humana) veio impor-se no reinado de D. José I,
quando Carvalho e Melo assumiu o cargo de secretário do Estado. O novo ministro sente de imediato a necessidade
de racionalizar o aparelho do Estado, para que compreende um vasto conjunto de reformas: Em primeiro lugar,
criou o Erário Régio- instituição que permitiu a gestão completa e corrente das contas públicas – afim de resolver a
crise comercial pela qual passava o reino devido a diminuição das remessas de ouro vindas do Brasil. Paralelamente,
através de uma legislação, uniformiza o país para efeitos judiciais da nobreza e do clero ( o que desagradou essas
ordens privilegiadas), pois o sistema judicial encontrava-se em descrédito uma vez que a população vivia num clima
de grande insegurança, gerado pela impunidade. Resultou dessa reforma judicial, em 1760, a criação da
Intendência-Geral da Polícia, organismo coordenador de todo o sistema judicial.

Reconstrução de Lisboa-

Muita da confiança que o rei nele depositava granjeou-a Pombal na altura do trágico terremoto, que ocorreu no dia
1 de novembro de 1755. No calor da tragédia, face a um rei desorientado, Pombal mostrou a sua valia e, logo no
próprio dia do sismo, tomou as primeiras, de muitas, providências que levou a efeito. Chamando para si a tarefa de
reerguer a cidade, o ministro encarregou dos trabalhos os engenheiros Manuel da Maia e Eugénio dos Santos e
procedeu à reconstrução da cidade de Lisboa com um traçado completamente novo: os traçados das ruas passaram
a inserir uma geometria rigorosa – ruas principais e secundárias, largas e retilíneas; uniformização da arquitetura;
fachadas homogéneas, proibindo qualquer elemento exterior que sugerisse a condição social do proprietário – o
que ia ao encontro do princípio iluminista da igualdade entre todos; por fim, a adoção de soluções modernas para o
bem público, como a drenagem de esgotos e construções antissísmicas através do sistema de gaiola.

A submissão das forças sociais-

Uma outra característica da “liderança” do Marquês de Pombal (para além da criação de instituições) foi a forma
excessivamente dura como o ministro reagia a qualquer tipo de oposição. Manifestou-se, pela primeira vez, em
1757, quando estalou, no Porto, um motim popular contra a Companhia das Vinhas do Alto Douro, que foi
severamente castigada. No ano seguinte, um lamentável atentado contra D José I fornecerá o pretexto para uma
repreensão sem paralelo, dirigida contra as principais casas nobres do país: no processo que se seguiu, altamente
irregular, os réus (os marqueses de Távora) foram considerados culpados e condenados a pena máxima. A violência
com que foi executada a sentença encheu de horror o país, e, a partir de então, a nobreza, fortemente abatida, não
esboçou qualquer gesto de rebeldia contra o rei ou o ministro que o representava. Outra força, que se erguia
dentro do Estado, para além da nobreza, contra a autoridade absoluta do rei, foi o clero. Com fim de reduzir a sua
influência, o Marquês procurou controlar o Tribunal de Santo Ofício que, progressivamente, subordinou às coroa.
Instituiu, também, um organismo de Censura estatal, a Real Mesa Censória – que tomou para si as funções de
avaliação das obras publicadas. Todas essas medidas de submissão das ordens sociais privilegiadas tiveram o
resultado pretendido: a nobreza e o clero português adotou uma atitude de obediência e respeito face ao poder
temporal do monarca.

A Reforma Pombalista do ensino –

A Reforma Pombalista do ensino enquadra no pensamento iluminista- ensino visto como meio para o
melhoramento do espírito humano e, consequentemente, uma alavanca do progresso. As medidas empreendidas
pelo Marquês nesse campo foram: Reorganização de todos os graus de ensino, facilitado pela expulsão dos Jesuítas,
que até aí eram quem controlava; Reorganização do ensino marcada pela influência do estrangeira do, como
Ribeiro Sanches; Fundação da Aula de Comércio, a primeira escola comercial da Europa, destinada a preparar os
futuros comerciantes com um currículo com matérias de carácter prático, como contabilidade; Por último e não
menos importante, a criação do Real Colégio dos Nobres, de acordo com a concepção pedagógica moderna, para
tentar combater a rudeza e a ignorância da nobreza portuguesa e prepara-la para o desempenho dos altos cargos
do Estado.

• A Revolução Americana

O território onde hoje se localiza os EUA, inicialmente, era ocupado por imigrantes ingleses que fundaram
colónias ( 13 colónias) e que tinham como metrópole a Inglaterra.

Terminada a Guerra dos Sete Anos (1756-1763) contra a França, a Inglaterra saiu vitoriosa, porém com os cofres
esvaziados. Então, entendeu exigir um contributo financeiro as referidas treze colónias, alegando que a guerra fora
travada para defende-los da cobiça francesa. Tal contributo consistiu no lançamento, em 1764-65, de um conjunto
de taxas alfandegárias votadas pelo Parlamento Britânico, que recaíram no açúcar, no papel... Decretou-se
,também, um imposto do selo sobre os documentos legais e as publicações periódicas. Ainda, agravando a situação,
concedeu-se também o monopólio da venda de chá à Companhia das Índias inglesa, juntamente com a imposição
de um exclusivo comercial, proibindo as colónias de negociarem diretamente com outros territórios. Todas essas
medidas e imposições, juntamente com a ausência de representatividade no Parlamento causaram grande
descontentamento nos colonos.

Vastos movimentos de protesto as imposições fiscais sucederam, sendo o mais marcante o Boston Tea Party, que
ocorreu em 16 de dezembro de 1773, em Boston, quando um grupo de jovens disfarçados de índios lançou ao mar
a carga de chá transportada pelos navios da Companhia das Índias. Sentindo a honra da Inglaterra ultrajada, o rei
Jorge III ordenou o encerramento do porto de Boston e a ocupação da cidade por regimentos ingleses, exigindo-lhes
a pagar uma pesada indemnização . Decididos a lutar pelos seus direitos, os delegados das colónias reuniram-se no
primeiro Congresso da Filadélfia, em setembro de 1174 e logo um dispositivo revolucionário se organizou. Os
primeiro tiros da revolução soaram, em abril de 1175,na pequena aldeia de Lexington, perto de Boston, quando
uma coluna inglesa, enviada para apreender armas ilegais, foi atacada pela população. Tal facto levou o monarca
Jorge III a declarar os americanos rebeldes e a enviar tropas para esmagá-los. Em 1776 Thomas Jefferson redigiu
uma Declaração da Independência, que foi aprovada no dia 4 de julho, no segundo Congresso de Filadélfia.

Essa revolução deu origem a primeira República Federal , com uma declaração assente em ideais iluministas de
igualdade e liberdade, bem como também o ideal da separação de poderes (o poder legislativo foi confiado ao
Congresso ; o poder executivo era de responsabilidade do presidente, eleito pelo voto censitário (sufrágio
universal indireto que marcava o princípio da soberania popular) ; E finalmente, um Tribunal Supremo , onde se
reunia 9 membros do inamovíveis nomeados pelo presidente e exerciam o poder judicial ).

• A Revolução Francesa

Antecedentes da revolução-
Nas vésperas da Revolução, os franceses viviam num regime de grande desigualdade social. A velha sociedade de
ordens do Antigo Regime repousava na defesa dos privilégios da nobreza e do clero: Nas mãos dos nobres
concentravam-se as rendas provenientes de boa parte do solo francês, bem como os melhores encargos do
exército, da hierarquia religiosa, ministrais...; Quanto ao clero pertenciam-lhe uma boa parte das terras mais ricas,
de onde recolhiam numerosas rendas e impostos, a dízima eclesiástica (que garantia 1/10 da produção agrícola).
Essas duas ordens (clero e nobreza) estavam isentas de pagar impostos à Coroa; Enquanto isso, o Terceiro Estado –
camponeses arrendatários na sua maioria, suportavam pesadas cargas tributárias, o que causava grande
descontentamento e, mais tarde, torná-los-ia uma grande força de oposição. Nas cidades a situação não era
melhor, o povo-miúdo, cujos magros salários os predispunham à revolta, logo que o preço do pão subia. Nem
mesmo a burguesia endinheirada (proprietários de manufaturas, grandes mercadores...) escapavam dessa
desigualdade: mais instruídos e trabalhadores, viam com mal olhos os privilégios que o nascimento reservava aos
nobres, ficando com os que restava ( no exército, os lugares de oficial subalterno; não ocupavam altos postos na
administração pública...) sendo esses os fatores da crise social enfrentada pela França. Essas ambições políticas e
sociais conduzi-los-iam às contestação e a destruição do Antigo Regime.

Outro fator antecedente a revolução foi a crise económica que estava instalada no país devido a: baixa dos preços
e dos lucros do trigo e do vinho; a fome (pois houveram violentadas tempestades que fizeram perder as colheitas e
subir o preço dos alimentos); e, agravando a situação, em virtude do tratado de livre-câmbio assinado em 1786, que
favorecia a importação dos tecidos ingleses, resultou mais tarde em milhares de desempregados no setor têxtil.
Somando-se a crise económica vinha o défice crónico financeiro: As receitas não chegavam para cobrir as despesas
do Estado (devido ao constante gastos em guerras; com obras públicas; com os gastos impopulares da corte; e com
próprios encargos da dívida pública, ocasionados pelos sucessivos empréstimo).

Somando-se a tudo isso, ainda estava instalada uma crise política pois o governo, para além de não resolver os
problemas da crise econômico-financeira, não punha em causa os privilégios do clero e da nobreza, bem como sua
isenções fiscais mas sim, culpavam a incompetência do absolutismo régio. Incapaz de suster as indignações e
agitações sociais, Luís XVI convocou os Estados Gerais para maio de 1789, convidando também os franceses para
exprimirem as suas reclamações e os seus anseios, que no Caderno de Queixas, denunciaram os impostos abusivos
e os humilhantes direitos senhoriais cobrando da monarquia soluções.

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