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Nome: Aline C.

dos Santos Turma: 8DIAD


AGRAVO DE INSTRUMENTO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


Autos nº xxx – 2ª Vara cível da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro
EDITORA HIGH RELEVANCE S/A, qualificada na petição inicial (cópia em
anexo), ora Agravante, vem, através de seu advogado inscrito na OAB sob o nº XXX,
procuração em anexo (doc. 1), com base no art. 1015, I e seguintes do CPC,
respeitosamente interpor
AGRAVO DE INSTRUMENTO COM EFEITO SUSPENSIVO
Em Face de MARLUS BRAVO, ora agravado, qualificado na petição inicial (cópia
anexada), representado por (nome e qualificação do representante legal).
DO PREPARO
A agravante apresenta recolhimento das custas recursais, conforme art. 1017, §1º do
CPC (doc. 2).
Em cumprimento ao art. 1016, IV, CPC, informa:
a) Advogado da agravante: nome completo, inscrição na OAB xxx, endereço à rua
xxx, nº xxx, bairro XXX, cidade XXX, Estado RJ, CEP xxx, endereço eletrônico
xxx;
b) Advogado da agravada: ainda não constituído nos autos.
Em cumprimento ao art. 1017, inciso I, CPC, apresenta, em anexo, cópia dos seguintes
documentos obrigatórios:
Petição inicial;
Petição que ensejou a decisão agravada;
A decisão agravada;
Certidão da intimação acerca da decisão agravada;
Procuração outorgada ao advogado da agravante;
Deixa de apresentar os seguintes documentos, pois inexistentes nos autos (conforme art.
1017, II, CPC):
Contestação;
Procuração outorgada ao advogado do agravado.
Com fulcro no art. 1018, CPC, requer a juntada da cópia da petição do agravo de
instrumento aos autos do processo.
TEMPESTIVIDADE
O art. 1003, §5º do CPC dispões ser de 15 (quinze) dias o prazo para interpor recurso de
agravo, a partir da intimação das partes.
A intimação da parte ocorreu há 3 (três) dias, portanto, manifesta-se a tempestividade
do presente recurso.
CABIMENTO
A decisão recorrida é da natureza interlocutória e versa sobre tutela provisória, prevista
no rol do art. 1015, CPC, sendo o agravo de instrumento o recurso cabível.
SÍNTESE DOS FATOS
A editora High Relevance S/A. produziu obra biográfica sobre a vida do deputado
federal Marlus Bravo, por conta de sua polêmica atuação no gravíssimo caso “Diários
Ocultos”, na Câmara dos Deputados, nos últimos anos.
Poucos dias após o início da venda dos livros, e alguns dias antes de um evento nacional
organizado para sua divulgação; a editora foi citada para comparecer à audiência de
conciliação e mediação (a ser realizada em 11 de novembro do corrente ano, às 14h),
em Ação de indenização por danos morais cumulada com obrigação de fazer, ajuizada
por Marlus, em trâmite perante a 2ª. Vara Cível da Comarca da Capital do Estado do
Rio de Janeiro.
Foi, também, intimada a cumprir decisão do Douto Juízo, que deferiu a antecipação de
tutela para condenar a Ré a não mais vender exemplares da biografia, bem como a
recolher todos aqueles que já tivessem sido remetidos a pontos de venda e ainda não
tivessem sido comprados, no prazo de setenta e duas horas, sob pena de multa diária de
cinquenta mil reais.
A decisão acolheu os fundamentos da petição inicial, no sentido de que a biografia
revela fatos da imagem e da vida privada do deputado sem que tenha havido sua
autorização prévia, o que gera lesão à sua personalidade e dano moral, nos termos dos
artigos 20 e 21 do Código Civil, e que, sem a imediata interrupção da divulgação, essa
lesão se ampliaria e se consumaria de forma definitiva, revelando o perigo de dano
irreparável e o risco ao resultado útil do processo. 
DO DIREITO
O Juízo a quo acolheu os fundamentos de lesão à personalidade do agravado e dano
moral, nos artigos 20 e 21 do Código Civil, mas tal argumento não merece prosperar.
Em julgamento da ADI nº4.815, o STF impôs uma interpretação constitucional aos
artigos 20 e 21 do CC. Ou seja, tal interpretação tem como objetivo priorizar os direitos
fundamentais à liberdade de pensamento e de sua expressão, de criação artística,
produção cientifica e declara inexigível o consentimento de pessoa biografada, em
conformidade com o art. 5º, IX, da CFRB.
Logo, no caso em tela, temos o pedido do biografado, ora agravado, que se baseia na
não autorização da publicação e como descrito acima tal autorização não se faz
necessária. A agravante agiu no regular exercício da liberdade de expressão e de acordo
com o entendimento do STF, e manter a decisão de proibição das vendas e aplicação de
multa, fere o direito fundamental da agravante.
Ainda, o art. 220 da CFRB em seu §2º veda a censura de natureza artística. Logo, a
proibição da venda de livro e sua distribuição, vão contra o disposto no referido artigo.
Pelos motivos acima expostos, requer a reforma da decisão do juízo a quo, para permitir
a venda dos livros.
ATRIBUIÇÃO DO EFEITO SUSPENSIVO
A decisão proferida pelo Juízo a quo ao estabelecer que a agravante não poderia mais
vender exemplares do livro, bem como recolher todos aqueles que já tivessem sido
remetidos a pontos de venda e ainda não tivessem sido comprados, além da aplicação de
multa diária ao descumprimento, gera um prejuízo econômico irreparável.
Ademais, há um evento de lançamento do livro, que, caso a decisão não seja suspensa,
causará significativos danos, além de importar prejuízo ao interesse público de toda
coletividade que é destinatária do direito à informação, conforme art. 5º, XIV, CFRB.
Assim, com fulcro no entendimento do STF e o fundamento constitucional de liberdade
de expressão e defesa dos direitos fundamentais, requer seja concedido o efeito
suspensivo, na forma do art. 995, parágrafo único, do CPC.
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer o conhecimento e provimento do Agravo de Instrumento em sua
totalidade, assim atribuindo efeito suspensivo para revogação da tutela concedida em
primeiro grau.
Local, data.
Advogado.
OAB/UF.

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