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SERVIÇO SOCIAL

Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do Serviço Social


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MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO

RENOVAÇÃO DO CONSERVADORISMO

2. SEMINÁRIO ALTO DA BOA VISTA [1984]

De acordo com Netto (2010) este seminário se preocupou em aproximar a prática aos
conceitos, buscando entender o contexto político e ideológico em que ocorre a intervenção
profissional.
Compreensão do Serviço Social (SeSo) em sua identidade histórica, sociocultural
e política.
[...] tornou-se um simplismo das intervenções dos conferencistas convidados [...] estando
aquém do nível alcançado pela bibliografia de uso generalizado nos cursos de pós-gradua-
ção e da própria problematização operada no bojo do Serviço Social e das suas instâncias
profissionais. (NETTO, 2010, pag. 200).

Obs.: percebe-se, portanto, que a empolgação que era observada nos seminários anterio-
res começou a perder força nesse seminário do Alto da Boa Vista.

Complexa dialética do Serviço Social: ora apontando uma necessidade de ruptura e


ora afirmando a continuidade com o SeSo tradicional.

INTENÇÃO DE RUPTURA

Traz severas críticas a continuidade do Serviço Social tradicional.


O modelo tradicional não corresponder a realidade do Serviço Social latino-americano.
Tanto no plano político quanto no arcabouço teórico-metodológico se dispunha contrária
a reatualização do conservadorismo.
5m
“Recusava e queria superar” (NETTO, 2010, p. 248).
A inscrição na formação [graduação e pós-graduação] são vetores de grande influência
no processo de renovação da profissão. Isso tem relação com um aprofundamento no berço
acadêmico de uma melhoria no Serviço Social, que passa a gerar conhecimento. Assim, essa
intenção de ruptura participa umbilicalmente dentro dos centros acadêmicos, que sofriam
repressão do governo ditatorial
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A Intenção de Ruptura possui três etapas:

• a emersão;
• a consolidação acadêmica; e
• a disseminação dentro da categoria profissional.

Como algo simbólico dentro dessa Intenção de Ruptura, surge o chamado Método BH.
Cabe destacar que emerge no quadro da estrutura da universidade brasileira na pri-
meira metade dos anos setenta.
Escola de Serviço Social da Universidade Católica de Minas Gerais – influenciado pela
Universidade Católica do Chile a partir do Congresso de Caracas de 1969.
10m
“Nenhuma das outras vertentes se vinculou tão umbilicalmente à universidade como a da
intenção de ruptura” (NETTO, 2010, pág. 249).
Nesse sentido, o próprio autor aponta que isso levará ao surgimento de críticas, dentre as
quais está a grande mudança que ocorrer no SeSo no âmbito acadêmico, mas faltou orga-
nicidade para com os assistentes sociais que estão atuando na prática dos serviços sociais.

Destaque ao Método BH [1972 – 1975]:

• O Método belo-horizontino: ponto importante para se entender a trajetória do Serviço


Social no Brasil dentro do MR.
• Região periférica de Itabira.

MÉTODO BH

Apresenta mudanças/questionamentos em três planos:


1. Plano teórico-cultural: Confrontava a autocracia burguesa a partir de leituras marxista;
2. Plano de formação: Propunha novos objetivos na formação profissional chocando-se
com o assistente social requisitado pela modernização conservadora;
3. Plano político: As concepções de participação social, de cidadania e de sociedade a
qual concebia estavam contrárias a institucionalização/ideias implementada pela autocracia
burguesa na ditadura.
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Posicionamentos que permeiam o MBH:

1. Ideopolítico: Combate ao papel de neutralidade profissional a qual se demonstrava a


defesa do interesse dominante;
15m

Obs.: vale lembrar que a perspectiva da época não permitia que o Serviço Social fos-
se considerado neutro. Também é importante lembrar que a neutralidade é um as-
pecto de uma posição conservadora. Já a criticidade visa trazer teorias críticas que
irão observar a realidade para além de conceitos como a organização do indivíduo,
por exemplo.

2. Teórico-Metodológico: Não é revelado um corpo que orienta a ação já que a reali-


dade é concebida de modo abstrato e os fenômenos são explicados de forma fragmentada;

Obs.: percebe-se que a Intenção de Ruptura, por meio do Método BH, traz que o modo
abstrato de ver uma sociedade sem considerar a sua história é um modo muito frag-
mentado de viver.

3. Operativo-funcionais: Os elementos constitutivos da ação metódica não são nitida-


mente explicados, variando ora a uma realidade objetiva e outra a realidade subjetiva, com-
petindo ao SeSo eliminar problemas, disfunções, as inadaptações etc.
20m

Organização do método:

• Objeto de ação profissional: classe oprimida;


• Rechaçam qualquer postura asséptica ou transclassistas.

Dois objetivos profissionais:

• Objetivo-Meta: Transformação da Sociedade e do Homem [crítico];

Obs.: Falta de explicitação podendo recair no militantismo messiânico.

• Objetivos-Meios: Conscientização, capacitação e a organização.


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Dificuldades:

1. Referências teóricas e as condições particulares: generalidades e aspectos teóri-


co-práticos;
2. Limitações do viés marxista que são incorporados – “Marxismo sem Marx”;
25m
3. Ausência de renovação teórica na conclusão do experimento.

Obs.: vale lembrar que o marxismo no Brasil, a partir do conceito de combate ao socialismo/
comunismo, era bastante perseguido. Dessa forma, um professor que levantava es-
sas ideias dentro de uma universidade era perseguido ou, em alguns casos, poderia
até ser morto. Vale lembrar que o Brasil vivia o período da ditadura nesse momento.

1975: Após 3 anos de trabalho, o grupo envolvido no método B.H. e liderado pela Prof.
Leila Lima Santos, foi demitido, sendo o método Belo Horizonte interrompido, nas áreas
periférica da cidade e em alguns municípios de Minas Gerais [Contagem, Itabira, João Mon-
levade, Itajubá e Formiga].

Obs.: vale lembrar que o Método BH foi interrompido pela ditadura militar. Trata-se de um
expoente da intenção de ruptura e um movimento que ocorreu dentro das universi-
dades com a ideia de superar as vertentes mais conservadoras e mudá-las para algo
mais crítico.

CONGRESSO DA VIRADA

Em 1979 foi realizado o III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais – CBAS na cidade
de São Paulo.

ATENÇÃO
Marco da reconceituação profissional.
30m

Na ocasião os assistentes sociais retiram da mesa de abertura os integrantes governo e


os substituem por representantes dos movimentos sociais populares e ressaltam a luta pela
democracia.
Nova fase do Serviço Social brasileiro.
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Processo não homogêneo.

Obs.: não se trata de um processo homogêneo, em que todos concordaram. Isso porque
houve resistência de parte da categoria, principalmente os mais conservadores.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Douglas Aparecido da Silva Gomes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte-
údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.
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