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A Geometria Analítica, também denominada de coordenadas geométricas, baseia-se nos estudos da Geometria
por meio da utilização da Álgebra. Os estudos iniciais estão ligados ao matemático francês René
Descartes (1596 -1650), criador do sistema de coordenadas cartesianas.
Breve histórico
Os estudos relacionados com a Geometria Analítica datam do século XVII. Descartes, ao relacionar a Álgebra
com a Geometria, criou princípios matemáticos capazes de analisar por meio de métodos geométricos as
propriedades do ponto, da reta e da circunferência, determinando distâncias entre eles, localização e pontos de
coordenadas.
Uma característica importante da Geometria Analítica apresenta-se na definição de formas geométricas de
modo numérico, extraindo dados informativos da representação. Com base nesses estudos, a Matemática passa a
ser vista como uma disciplina moderna, capaz de explicar e demonstrar situações relacionadas ao espaço. As
noções intuitivas de vetores começam a ser exploradas de forma contundente na busca por resultados numéricos
que expressem as ideias da união da Geometria com a Álgebra.
Os vetores constituem a base dos estudos do espaço vetorial e são objetos que possuem as características
relacionadas com tamanho, direção e sentido. Os vetores são muito utilizados na Física como ferramenta auxiliar
nos cálculos relacionados à Cinemática Vetorial, Dinâmica, Campo Elétrico, entre outros conteúdos.
Os cientistas Isaac Newton e Gottfried Wilhelm Leibniz concentraram estudos na Geometria Analítica, que
serviu como base teórica e prática para o surgimento do Cálculo Diferencial e Integral, muito utilizado
atualmente na Engenharia.
Medida algébrica de um segmento
Fazendo corresponder a dois pontos, A e B, do eixo x os números reais xA e xB , temos:
A medida algébrica de um segmento orientado é o número real que corresponde à diferença entre
as abscissas da extremidade e da origem desse segmento.
Plano cartesiano
A geometria analítica teve como principal idealizador o filósofo francês René Descartes ( 1596-
1650). Com o auxílio de um sistema de eixos associados a um plano, ele faz corresponder a cada
ponto do plano um par ordenado e vice-versa.
Quando os eixos desse sistemas são perpendiculares na origem, essa correspondência determina
um sistema cartesiano ortogonal ( ou plano cartesiano). Assim, há uma reciprocidade entre o estudo
da geometria ( ponto, reta, circunferência) e da Álgebra ( relações, equações etc.), podendo-se
representar graficamente relações algébricas e expressar algebricamente representações gráficas.
Observe o plano cartesiano nos quadros quadrantes:
Exemplos:
A(2, 4) pertence ao 1º quadrante (xA > 0 e yA > 0)
B(-3, -5) pertence ao 3º quadrante ( xB < 0 e yB < 0)
Observação: Por convenção, os pontos localizados sobre os eixos não estão em nenhum quadrante.
Distância entre dois pontos
Dados os pontos A(xA, yA) e B(xB, yB) e sendo dAB a distância entre eles, temos:
Razão de secção
Dados os pontos A(xA, yA), B(xB, yB), C(xC, yC) de uma mesma reta , o ponto
C divide numa determinada razão, denominada razão de secção e indicada por:
se P = A, então rp =0
se P = B, então não existe rp (PB = 0)
Ponto médio
Dados os pontos A(xA, yA), B(xB, yB) e P, que divide ao meio, temos:
Assim:
Baricentro de um triângulo
Observe o triângulo da figura a seguir, em que M, N e P são os pontos médios dos
lados , respectivamente. Portanto, são as medianas desse triângulo:
Cálculo das coordenadas do baricentro
Sendo A(XA, YA), B(XB, YB) e C(XC, YC) vértices de um triângulo, se N é ponto médio
de , temos:
Mas:
Condições de alinhamento de três pontos
Se três pontos, A(xA, yA), B(xB, yB) e C(xC, yC), estão alinhados, então:
Pela figura, verificamos que os triângulos ABD e BCE são semelhantes. Então:
Desenvolvendo, vem:
Como:
então .
Observação: A recíproca da afirmação demonstrada é válida, ou seja, se , então os
pontos A(xA,yA), B(xB,yB) e C(xC, yC) estão alinhados.
Fazendo yA - yB = a, xB - xA = b e xAyB - xByA=c, como a e b não são simultaneamente
nulos , temos:
ax + by + c = 0
(equação geral da reta r)
Essa equação relaciona x e y para qualquer ponto P genérico da reta. Assim, dado o ponto P(m, n):
se am + bn + c = 0, P é o ponto da reta;
se am + bn + c 0, P não é ponto da reta.
Acompanhe os exemplos:
Vamos considerar a equação geral da reta r que passa por A(1, 3) e B(2, 4).
Considerando um ponto P(x, y) da reta, temos:
Vamos verificar se os pontos P(-3, -1) e Q(1, 2) pertencem à reta r do exemplo anterior.
Substituindo as coordenadas de P em x - y + 2 = 0, temos:
-3 - (-1) + 2 = 0 -3 + 1 + 2 = 0
Como a igualdade é verdadeira, então P r.
Substituindo as coordenadas de Q em x - y + 2 = 0, obtemos:
1 - 2 + 2 0
Como a igualdade não é verdadeira, então Q r.
Equação segmentária
Considere a reta r não paralela a nenhum dos eixos e que intercepta os eixos nos pontos P(p, 0)
e Q(0, q), com :
Como exemplo, vamos determinar a equação segmentária da reta que passa por P(3,
0) e Q(0, 2), conforme o gráfico:
Equações paramétricas
São equações equivalentes à equação geral da reta, da forma x= f(t) e y= g(t), que relacionam as
coordenadas x e y dos pontos da reta com um parâmetro t.
Coeficiente angular
Chamamos de coeficiente angular da reta r o número real m tal que:
b) as coordenadas de dois pontos distintos da reta são conhecidas: A(xA, yA) e B(xB, yB)
Como exemplo, vamos determinar a equação geral da reta r que passa por P(1, 2), sendo m=3.
Assim, temos X0=1 e Y0=2. Logo:
y-y0=m(x-x0)=y-2 = 3(x - 1) = y-2 = 3x - 3 = 3x - y - 1 = 0
que é a equação geral de r.
Representação gráfica de retas
Para representar graficamente as retas de equação ax + by + c = 0 ( b 0), isolamos a variável y e
atribuímos valores a x, obtendo pares ordenados que são pontos da reta.
Assim, é mais conveniente usar a equação na forma reduzida, já que ela apresenta o y isolado.
Coordenadas do ponto de intersecção de retas
A intersecção das retas r e s, quando existir, é o ponto P(x, y), comum a elas, que é a solução do
sistema formado pelas equações das duas retas.
Vamos determinar o ponto de intersecção, por exemplo, das retas r: 2x +y - 4 =0 e s: x -y +1=0.
Montando o sistema e resolvendo-o, temos:
Concorrência
Dadas as retas r: a1x +b1y + c1 = 0 e s: a2x + b2y + c2 = 0, elas serão concorrentes se tiverem
coeficientes angulares diferentes:
Perpendicularismo
Se r e s são duas retas não-verticais, então r é perpendicular a s se, e somente se, o produto
de seus coeficientes angulares for igual a -1. Lê-se . Acompanhe o desenho:
Ângulo entre duas retas
Sendo r e s duas retas não-verticais e não-perpendiculares entre si, pelo teorema do ângulo
externo , temos:
Dependendo da posição das duas retas no plano, o ângulo pode ser agudo ou obtuso. Logo:
Essa relação nos fornece o ângulo agudo entre r e s, pois . O ângulo obtuso será o
suplemento de .
Distância entre ponto e reta
Dados um ponto P(x1, y1) e uma reta r:ax + by + c = 0, a distância entre eles (dpr)é
dada por:
Bissetrizes
Dadas as retas concorrentes r: a1x + b1y + c1 = 0 e s: a2x + b2y + c2 = 0, o que se interceptam em
um ponto Q, se P(x, y) é um ponto qualquer de uma das bissetrizes, P Q, então P equidista de r e s:
Considerando o sinal positivo, obtemos uma bissetriz; considerando o sinal negativo, obtemos a
outra.
Vejamos um exemplo:
Se r: 3x + 2y - 7 = 0 e s: 2x - 3y + 1 = 0, então suas bissetrizes são: