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ESTADO DA PARAÍBA

PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE AROEIRAS

Processo nº 047.2008.000.225-7
Réus: Sebastião Ferreira de Lima e Luiz Ferreira de Lima

SENTENÇA

PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME DE


DISPARO EM VIA PÚBLICA. AUSÊNCIA DE
PROVA DA AUTORIA DELITIVA.
IMPROCEDÊNCIA DA DENÚNCIA.
ABSOLVIÇÃO.
- Não estando suficientemente comprovada a
existência do fato típico narrado na exordial,
impõe-se a absolvição dos acusados, na forma
do art. 386, VII, do Código de Processo Penal.

Vistos etc.

O Ministério Público, oficiante neste Juízo,


denunciou Sebastião Ferreira de Lima e Luiz Ferreira de Lima, qualificados nos autos,
como incursos nas sanções do art. 15 da Lei n. 10.826/2003, por terem, supostamente,
cometido fato delituoso narrado na peça vestibular, consistente em disparos em via pública.
Pediu recebimento e processamento nos termos legais.

Procedida a citação, realizou-se a audiência de


instrução, oitiva da vítima, testemunhas e interrogatórios (fl. 188/190).

A representante do Ministério Público, fulcrando-


se na legislação em vigor, pugnou, em suas razões finais (fls. 193/195), pela absolvição dos
acusados diante da inexistência de prova suficiente para condenação.

A defesa, em seus articulados, também pugnou


pela improcedência da acusação e absolvição pelas figuras imputadas.

É o relatório. Decido.
ESTADO DA PARAÍBA
PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE AROEIRAS

Trata-se de ação penal instaurada com o desiderato


de apurar responsabilidade criminal dos réus Sebastião Ferreira de Lima e Luiz Ferreira de
Lima, indiciados por terem realizado, supostamente, a conduta típica do art. 146 do Código
Penal.

A tese defensiva, em consonância com o esboçado


pelo parquet, deve prosperar, pois, analisando-se detidamente os autos, vê-se que não há
prova suficiente da autoria do fático típico penal, na figura imputada.

Em minuciosa análise do conjunto probatório


aportado ao caderno processual, constato que elementos produzidos na instrução processual
demonstram que não há provas de que tenham sido os réus efetivamente os autores dos
fatos que lhes foram irrogados inicialmente. Isto é assim porque as testemunhas ouvidas em
juízo nada afirmaram de concreto e somente deixaram claro que o fato teria sido praticado
pelo réu que se encontra em local incerto e não sabido, e não pelos dois já citados.

Em suma, restando ausentes os requisitos legais


para a viabilidade da acusação, não há que se considerar a hipótese de condenação, razão
por que o decreto condenatório mostra-se inadmissível.

Ante o exposto, considerando que não há prova


suficiente acerca da existência do fato, JULGO IMPROCEDENTE a denúncia, para
ABSOLVER os réus Sebastião Ferreira de Lima e Luiz Ferreira de Lima, qualificados nos
autos da ação penal, da imputação que lhes foi feita no presente processo, com fundamento
no art. 386, V, do Código de Processo Penal e, em consequência, julgo extinta as suas
punibilidades.

Transitada em julgado, preencham-se os boletins


individuais, remetendo-os à Secretaria de Segurança Pública do Estado da Paraíba, dando-se
prosseguimento apenas com relação ao réu José Sandro Rodrigues Cabral.

P. R. I. Sem custas.

Aroeiras, 14 de novembro de 2013.

ALEX MUNIZ BARRETO


JUIZ DE DIREITO

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