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ESTADO DA PARAÍBA

PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE AROEIRAS
JUIZADO ESPECIAL

Processo nº 047.2010.000.205-5
Réu: Sebastião Gomes de Araújo

SENTENÇA

PENAL E PROCESSUAL PENAL. CRIME DE


TRÂNSITO. FALTA DE HABILITAÇÃO.
AUSÊNCIA DE PROVA DA EXISTÊNCIA DO
FATO TÍPICO. IMPROCEDÊNCIA DA
DENÚNCIA. ABSOLVIÇÃO.
- Não estando suficientemente comprovada a
existência do fato típico narrado na exordial,
impõe-se a absolvição dos acusados, na forma
do art. 386, VII, do Código de Processo Penal.

Vistos etc.

O Ministério Público, oficiante neste Juízo,


denunciou Sebastião Gomes de Araújo, qualificado nos autos, como incurso nas sanções do
art. 310 do Código Nacional de Trânsito, por ter entregue motocicleta à pessoa não
habilitada a conduzir veículo. Pediu recebimento e processamento nos termos legais.

Procedida a citação, realizou-se a audiência de


instrução, oitiva da vítima, testemunhas e interrogatório (fls. 35/40).

A representante do Ministério Público, fulcrando-


se na legislação em vigor, pugnou, em suas razões finais, pela absolvição do acusado diante
da inexistência de prova suficiente para condenação.

A defesa, em seus articulados, também pugnou


pela improcedência da acusação e absolvição do réu pela figura imputada.

É o relatório. Decido.
ESTADO DA PARAÍBA
PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE AROEIRAS
JUIZADO ESPECIAL

Trata-se de ação penal instaurada com o desiderato


de apurar responsabilidade criminal do réu Sebastião Gomes de Araújo, indiciado por ter
realizado, supostamente, a conduta típica do art. 310 do CNT.

A tese defensiva, em consonância com o esboçado


pelo parquet, deve prosperar, pois, analisando-se detidamente os autos, vê-se que não há
prova da existência do fático típico penal, na figura imputada.

Em minuciosa análise do conjunto probatório


aportado ao caderno processual, constato que elementos produzidos na instrução processual
demonstram que não há provas de que tenha o réu feito a entrega do veículo à pessoa não
habilitada. Isto é assim porque as testemunhas ouvidas em juízo nada afirmaram de concreto
e somente deixaram claro que o condutor pegou o veículo sem o consentimento do réu.

Por outro lado, ressalto que a própria


materialidade resta prejudicada com relação ao crime imputado, dada a inexistência de
provas testemunhais no sentido de demonstrar que o fato ilícito realmente tenha existido.

Em suma, restando ausentes os requisitos legais


para a viabilidade da acusação, não há que se considerar a hipótese de condenação, razão
por que o decreto condenatório mostra-se inadmissível.

Ante o exposto, considerando que não há prova


suficiente acerca da existência do fato, JULGO IMPROCEDENTE a denúncia, para
ABSOLVER o réu Sebastião Gomes de Araújo, qualificado nos autos da ação penal, da
imputação que lhe foi feita no presente processo, com fundamento no art. 386, VII, do
Código de Processo Penal e, em consequência, julgo extinta as suas punibilidades.

Transitada em julgado, preencham-se os boletins


individuais, remetendo-os à Secretaria de Segurança Pública do Estado da Paraíba, dê-se
baixa no Siscom e arquive-se.

P. R. I. Sem custas.

Aroeiras, 21 de setembro de 2012.

ALEX MUNIZ BARRETO


JUIZ DE DIREITO

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