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O emissor usa de uma simbolização para falar ou escrever, isto é, emite sons
ou escreve palavras com significado dentro de uma organização coerente, e
sempre terá implícita uma intenção que vai produzir usando de bom vocabulá-
rio ou pronúncia, tudo isso para atingir um receptor.
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Língua(gem), dimensões da linguagem, frases e períodos
Dimensões da linguagem
Será pelas dimensões da linguagem que se avaliará com pertinência o pro-
cesso de comunicação, ou seja, se as relações entre usuários e linguagem ocor-
rem dentro das normas estabelecidas linguisticamente. Mas que normas seriam
estas? São as normas relacionais e normas de compreensão. Saber o que se es-
creve e o que se fala pressupõe um conhecimento relacional dos signos com os
objetos. Saber para quem se escreve ou para quem se fala mostra a capacidade
do usuário em desenvolver interação; saber como se escreve e como se fala de
maneira correta torna a relação e a compreensão organizada.
Dimensão semântica
É a relação das palavras com os objetos (coisas ou pessoas) que eles realmente
denotam ou possam vir a denotar. Observe a palavra “bola” nos grupos abaixo:
Dimensão pragmática
É a relação das palavras com seus usuários. As circunstâncias no uso da pala-
vra são extremamente relevantes. As circunstâncias sociais, biológicas e psicoló-
gicas serão causa de impactos no processo de comunicação, tomando por base
os mesmos grupos de exemplos:
Resume-se, então, que quem vai escrever ou falar tem que saber a quem vai
se dirigir, como vai se portar diante do receptor, pois caso contrário o processo
de interação ficará nulo.
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Língua(gem), dimensões da linguagem, frases e períodos
Outros exemplos:
Assim, pode-se concluir, diante das três dimensões, que a dimensão sintá-
tica respalda o emprego da norma correta, salientado e facilitando o sentido
semântico, assim conseguindo transpor possíveis ruídos na comunicação, pois
irá atingir plena interação, ou seja:
semântica pragmática
sintática
Enunciados
São muitas as formas de enunciados no processo de comunicação entre o
emissor e o receptor e estas têm seu valor dependendo sempre da contextuali-
zação, do momento e do usuário, levando-se, ainda, em consideração os fatores
sociais e psicológicos. Observe alguns exemplos e tipos de enunciados:
– Oi!
– Oi!
– Tudo bem?
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Língua(gem), dimensões da linguagem, frases e períodos
– Tudo e você?
– Legal!
O que é um enunciado?
Para Dubois (1973, p. 219) “A palavra enunciado designa toda sequência aca-
bada de palavras de uma língua emitida por um ou vários falantes (...) Um enun-
ciado pode ser formado de uma ou de várias frases (...)”. Logo, pode-se afirmar
que toda a atividade de comunicação se faz pela construção prévia de enuncia-
dos. Então, uma palavra, uma frase nominal, uma oração, um período, um pará-
grafo, um texto, entre outras coisas, são enunciados.
A palavra
A palavra, quando isolada, desconectada de um contexto, sem usuário ou
intérprete é apenas uma forma com significação dicionarizada. Quando, porém,
cai no âmbito comunicativo, torna-se forte aliada no processo da comunicação.
O usuário atribui-lhe valor semântico real ou figurado sempre em conformidade
à situação de uso.
Exemplos:
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Língua Portuguesa V – Sintaxe: o período e suas construções
A frase
Frase é uma unidade de comunicação, não importando sua forma estrutural,
ora pode ser apenas uma palavra, ora um conjunto de palavras que se comple-
tam significativamente. Logo se percebe que as palavras citadas no exemplo
acima também podem ser consideradas frases, porém quando usadas em uma
contextualização que lhes seja pertinente.
A frase nominal
As frases nominais são frases desprovidas de elemento verbal. Essa ausência
não deixa evidente os demais constituintes (sujeito, predicado e complemen-
tos), mas mesmo assim são enunciados providos de comunicação.
Exemplos:
Viagem ao centro da Terra.
Bonitinha, mas ordinária.
Sob o sol de satã.
Inúteis os cuidados com os bichos.
Tipos de frases
Em Carone (2001, p. 47) encontra-se uma classificação muito curiosa para a
frase. Observe:
Etiquetas:
Arroz integral.
Blusa de pura lã.
Cadeira de ferro fundido.
Avisos:
Fila única.
Fila do pão.
Vire à direita.
Banca de peixe.
Provérbios:
Tal pai, tal filho.
Casa de ferreiro, espeto de pau.
Deus bondoso aceita nosso amor, embora sejamos pecadores sei que nunca sere-
mos abandonados. Somos seus filhos e aqui estamos para pedir ajuda.
Fica evidente que a palavra é a base de qualquer enunciado. Com ela chega-se à
frase, à oração e ao período e, a partir deles, ao parágrafo e ao texto. Saber, então,
como usá-la, além de conhecimento linguístico, é ter a capacidade de manuseá-la
no grande quebra-cabeça da língua portuguesa. Observa-se com clareza que
as palavras, quando usadas, vão tecendo, pelo usuário, a trama do pensamento,
vão se entrelaçando sintática e significativamente, vão se combinando para que
o processo de interação se efetive.
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Língua Portuguesa V – Sintaxe: o período e suas construções
Texto complementar
(BORBA, 1991, p. 21-22.)
Os signos podem ser avaliados sob três aspectos: (I) com relação aos ob-
jetos a que se aplicam (dimensão semântica); (II) com relação aos seus usu-
ários ou intérpretes (dimensão pragmática); e (III) em suas relações formais,
ou seja, relações que eles encontram entre si por pertencerem a um sistema
(dimensão sintática).
A semântica focaliza a relação dos signos com os objetos que eles re-
almente denotam ou podem denotar. O desenvolvimento da semântica
pressupõe uma sintaxe bem desenvolvida porque, para falar da relação dos
signos com os objetos que eles designam, é preciso utilizar a linguagem re-
lacional da sintaxe. A semântica também opera com um sistema de regras
que determina as condições de aplicabilidade dos signos a objetos, eventos
ou situações. Um signo denota tudo o que estiver conforme o que estabe-
lece a regra semântica. Por exemplo, uma regra para sinal como o gesto de
apontar é simples, uma vez que o signo designa aquilo que foi apontado, já
um ícone denota apresentando em si os traços que o objeto deve ter para
ser denotado por ele (exemplo: uma foto). Assim, uma regra para o uso de
ícones deve prever que eles denotam objetos com as mesmas características
deles próprios.
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Língua(gem), dimensões da linguagem, frases e períodos
A pragmática trata da relação dos signos com seus intérpretes. Trata, por-
tanto, do signo como uma entidade institucional que, em princípio, só existe
para um número limitado de usuários, e sempre funciona dentro de um
grupo social. A regra pragmática consiste no hábito de o intérprete usar o
veículo do signo sob certas circunstâncias e, universalmente, de esperar que
seja esta ou aquela a circunstância em que o signo será usado. Qualquer que
seja o signo, ele pode ser encarado sob as condições biológicas, psicológicas
e sociológicas de seu uso. O signo exprime, mas não denota, o seu próprio
interpretante; só em nível mais elevado a relação do signo com o próprio in-
térprete se torna uma questão de designação. Quando tal acontece o signo
passa a valer por um diagnóstico social ou individual. Assim, por exemplo,
o fato de alguém ter febre pode mostrar certas coisas sobre sua condição
como também o fato de alguém usar determinado signo pode revelar aspec-
tos de seu comportamento ou de sua personalidade [...].
Estudos linguísticos
1. Determine as relações mantidas pelas dimensões da linguagem:
a) Dimensão semântica.
b) Dimensão pragmática.
c) Dimensão sintática.
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Língua Portuguesa V – Sintaxe: o período e suas construções
b) contexto familiar.
c) contexto lúdico.
“Vida triste e complicada. O mundo todo parecia girar, mas eles per-
maneciam em silêncio. UFA! UFA! Calor intenso. Ninguém perguntava
nada, mas liam os avisos. Saída à direita! Calma! Em frente! Tudo foi fican-
do mais sossegado.”
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Língua(gem), dimensões da linguagem, frases e períodos
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