Você está na página 1de 5

RELATÓRIO PSICOLÓGICO

Autor (Relator): Jeferson Roberto Guedes


CRP : Nº 06/117724

Interessado: Mauro José da Silva Júnior

Assunto: Resultado de avaliação Psicológica

INTRODUÇÃO

O presente Relatório tem como objetivo apresentar por meio dos relatos o
resultado de avaliação psicológica, feita através de atendimentos domiciliares
em estado que o analisado encontrasse em crise depressiva.

Relato 01

No dia 08 de Abril desse decorrente ano, às 19h30min, a Senhora Paula


Queirós, esposa do Senhor Mauro José, solicitou em seu domicílio o psicólogo
para apresentar o caso de seu esposo, onde estaria tendo comportamentos
diferenciados do seu cotidiano. Neste atendimento a esposa, o senhor Mauro já
estará trancado em seu quarto, sem o contato com seus familiares
aproximadamente mais de 6 horas. Devido a este isolamento e em comum
acordo da esposa e do psicólogo, a proposta era para que esperasse com o
que o avaliado estivesse em melhores condições, uma vez que a esposa
dissera que o mesmo passaria a noite dormindo, como de costume. Neste
mesmo dia, por volta das 21h30min, outra vez o psicólogo foi acionado por
outra pessoa da família, onde relata que o analisado teria tentado o suicídio. Ao
chegar ao domicílio, encontra o senhor Mauro deitado em uma cama de
solteiro, num quarto que supostamente seria o de visitas, estando um
travesseiro sobre sua cabeça e incomunicável. Após tentativas insistentes do
psicólogo, percebeu-se que o referido Senhor Mauro retomou o ritmo da fala, e
passou a narrar os seguintes sintomas: tem tido em várias situações, uma
sensação de medo intenso que o deixa “como indignado”, pois em sua vida
nada deu certo, e que estava com vergonha pelo ocorrido. Diz ainda, que
queria ficar sozinho e não queria falar com ninguém. Ao ser perguntado se fez
uso de medicações, o mesmo relata que não quer mais tomar “remédios”, pois
não vê melhora de seus problemas. Ainda, é sugerido que o mesmo
acompanhe o psicólogo a Unidade Básica de Saúde II da cidade, para que
possa ser devidamente medicado e evitando outros riscos a sua saúde. O
senhor Mauro por estar em uma crise depressiva, não deseja a ajuda
psicologia e nem ir a Unidade de Saúde, pois demonstra uma resistência aos
tratamentos. Com o analisado aparentemente adormecido, o psicólogo
encaminhasse até sua esposa, para ver se ela esta em condições para que
possa relatar o que ocorrera. Chegando até a esposa que estava em choque,
pois acabara de impedir com que seu cônjuge cometesse o suicídio. Após
alguns minutos e estando mais “tranqüila”, a esposa relata em meio a prantos,
que estava em sua casa, fazendo os seus serviços domésticos, quando se deu
pela falta de seu esposo, teve a intenção de ir a até a área dos fundos, pois
não o encontrou pela casa. Abrindo a porta que dá acesso a esta área, o
encontrou com um cinto envolto ao pescoço, usando um botijão de gás para
dar a altura da amarração a um suporte fixado na parede. Sem saber o que
fazer, a esposa sobe em cima desde botijão e tenta quebrar este cinto, o
puxando para baixo, conseguindo tal fato corre em direção à casa da mãe de
seu esposo pedindo ajuda, que na qual, é a casa vizinha da frente. A
orientação dada pelo psicólogo é que urgentemente o analisado possa se
submeter a um acompanhamento psiquiátrico e psicológico, para que possa
estabilizar seu estado psíquico, mas para isso será necessário que o analisado
possa aderir o tratamento.

Relato 02

No dia 09 de Abril deste ano, às 09h00min. A esposa aciona outra vez o


psicólogo, alegando que seu cônjuge não estaria em sua casa, que talvez
estivesse “sumido”. O psicólogo chegando ao domicílio, lhe é falado que o
analisado estaria em um espaço publico que ficara próximo dali. Chegando
neste espaço público, o senhor Mauro estava sentado em um dos bancos e o
psicólogo oferece um atendimento. O analisado aceita o atendimento e começa
a relatar o que esta sentindo e passando, diz: “em minha vida nada deu certo,
estava morando em uma cidade que eu era deixado para trás onde trabalhava,
o reconhecimento nunca é feito pelo o que faço, estou de saco cheio de ir
sempre levar os atestados alegando que não consigo trabalhar em Lavínia,
pois já estou meses pedindo transferência para que eu possa ficar mais perto
da minha família e não consigo. Eu já perdi uma família, e estou vendo
perdendo esta outra, não agüento mais. Minha questão financeira nunca esta
estabilizada, isso me deixa sem saber o que fazer. Gasto muito em consultas
psiquiátricas para poder ser avaliado, e constatado que não posso ficar longe
da minha família. Sempre fui uma pessoa sozinha e parece que não tem outro
jeito, isso para mim é o fim. Não tenho vontade de comer, de tomar banho, de
cuidar dos meus filhos gêmeos, da minha mulher de ninguém, quero ficar
sozinho e refletir, se querem que eu trabalhe assim eu irei, mas não sei o que
posso fazer”. Após esta escuta, o psicólogo orienta-o mediante as situações e
sugere um acompanhamento mais frequente de profissionais em psiquiatria e
psicologia, mas o analisado apresenta uma resistência ao tratamento.

Relato 03

No dia 10 de abril deste ano, por volta das 13h, o psicólogo tenta mais uma vez
no domicílio do analisado o encaminhar a uma Unidade de Saúde
especializada, mas continua não querendo ajuda. O analisado não esta tendo
suas necessidades básicas há três dias e não demonstra aparentemente
nenhuma vontade de socializar com seus familiares e outros, querendo ficar
sozinho e não importando com o que esta acontecendo a sua volta.
DESCRIÇÃO

Os dados coletados nos atendimentos, fornecidos pela descrição dos sintomas


(frustração em ter que deixar sua família, vontade de ficar sozinho, a
resistência em ser ajudado, sofrimento demasiado quando enfrenta a situação)
a postura corporal observada (apresenta uma fala monossilábica, letargico,
olhar rebaixado) e as conseqüências negativas (isolamento social, avaliações
negativas na empresa onde trabalha e de sua vida pessoal, insatisfação com
as conseqüências da vida) indicam que o transtorno do humor a depressão
vivido pelo Senhor Mauro José da Silva Junior, assumiu proporções impeditivas
na sua vida. Estudos recentes apresentados em várias publicações têm
indicado serem os distúrbios afetivos mais freqüentemente encontrados na
população em geral. De acordo com algumas características, eles são
classificados como quadro patológico, cuja evolução, comprometimento e
complicações ensejam busca de tratamento medicamentoso e/ou psicológico.
De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais,
especialmente no capítulo que trata dos Distúrbios de Transtornos de Humor,
os sintomas apresentados pelo Senhor Mauro José da Silva Junior,
caracterizam um quadro compatível com a descrição de Episódios
Depressivos, cujo diagnóstico referido no Código Internacional de Doenças
(CID) recebe a sigla F 32.3. A evolução deste transtorno tem sido
habitualmente crônica, sendo exacerbado quando a pessoa enfrenta as
situações que desencadeiam. Raramente este distúrbio torna o acometido
alguém incapaz; entretanto, em muitos casos, em função do evitamento da
situação, ele chega a interferir nas relações sociais e no avanço profissional,
comprometendo assim o paciente. O Manual acima citado, ainda refere:
“Pessoas com esse distúrbio estão propensas ao abuso de álcool, barbitúricos
e ansiolíticos”. A psicoterapia tem se tornado uma terapêutica que possibilita ao
paciente descobrir a origem dos sintomas, o enfrentamento deles, a
consciência dos conflitos ou insegurança geradores da depressão e que,
dependendo da cronicidade do quadro, é possível, ao final do processo, o alívio
do sofrimento vivido pelo paciente, seja pela supressão total do foco gerador
dos sintomas, seja pela supressão parcial dos sintomas, fornecendo assim,
uma qualidade de vida mais satisfatória que a vivida anteriormente ao
Processo Psicoterápico.

CONCLUSÃO

Diante dos dados colhidos nos atendimentos com o Senhor Mauro José da
Silva Júnior, e considerando que os sintomas relatados levam o referido
Senhor a vivência de sofrimentos subjetivos e considerando que os mesmos
estão comprometendo sua qualidade de vida pessoal e profissional, apontando
para a possibilidade de complicações maiores, inclusive predisposição a outros
distúrbios, conclui-se, como terapêutica preventiva dessa evolução para
remissão total ou parcial dos sintomas, a necessidade urgente de
Acompanhamento Psicológico e Psiquiátrico.

Tarabai, 13 de Abril de 2015

Jeferson Roberto Guedes


CRP 06/117724

Você também pode gostar