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Universidade Federal do Rio de Janeiro

Instituto de História

Disciplina IHI111 Metodologia da História I - Turma 3709

Profª. Drª. Maria Aparecida Rezende Mota

Estudante: Maria Eduarda de Moraes Vieira Peixoto

DRE: 117042925

1. Relatório de Visitas

1.1. Arquivo Nacional (AN)

No dia 25 de Maio, visitamos o Arquivo Nacional que está localizado na Praça da


República, Centro- RJ. A aula foi realizada dentro de um auditório sob a orientação da
promotora institucional Valéria Morse e da técnica Cláudia Heynemann. Foi apresentado para
a turma um breve vídeo institucional que trata do funcionamento e das estruturas do Arquivo.

A partir da exibição do vídeo, aprendemos que o Arquivo Nacional é uma instituição


que cuida da memória nacional, assumindo a responsabilidade de guardar, preservar, acessar e
divulgar o patrimônio documental brasileiro. Previsto na Constituição de 1824 e criado em
1838, visa incentivar a pesquisa histórica e o desenvolvimento científico e cultural, assim
como auxiliar e promover o acesso à informação preservando, assim, a memória.

O arquivo é dividido em setores de documentação escrita (executivo, judiciário e


dados particulares). No entanto, observamos que nem todo documento é anexado, visto que
passam por um rigoroso processo de seleção e avaliação. Ainda que todos os documentos
produzidos pelo Estado sejam recolhidos, a coleta dos mesmos consiste em avaliar a
conservação e a relevância, ou seja, guarda-se apenas o que é essencial.

Apesar dos critérios de seleção, o Arquivo Nacional acumula um extenso acervo, entre
eles o Acervo Judiciário, que compreende documentos judiciais, incluindo processos de
registros de nascimento e habilitação para casamento, além de acervos da ditadura militar e
sobre a entrada de estrangeiros. Ainda que nem todos os documentos tenham sido
digitalizados, os acervos mais procurados podem ser encontrados nas exposições virtuais do
site http://arquivonacional.gov.br.

A partir do século XIX, fotografias e cartografia nascem como registro com a vocação
técnica tanto arquivista quanto documental e passam a fazer parte do acervo do Arquivo
Nacional. Anterior a isso, a orientadora Valéria Morse nos informou que os documentos mais
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antigos são registros de terras do século XVI e que não existem documentos em sigilo, são
todos públicos. No máximo há a necessidade de assinar termos de responsabilidade como
fotos, vídeos e arquivos da ditadura recolhidos pelo COREG (Coordenação Regional do
Arquivo Nacional) com o intuito de preservar as identidades individuais.

Além dos registros escritos e visuais, também podemos conhecer a história brasileira
através de registros sonoros, discos e fitas de vídeo/áudio. Tendo em vista as produções
audiovisuais, percebemos o seu grau de importância para as exibições de filmes em, por
exemplo, eventos culturais e exposições como o Festival Internacional de Cinema de Arquivo.

Tombado no início do Estado Novo, o patrimônio passou por um processo de


revitalização e voltou a funcionar em 2005. A partir de então, comprometidos com a
recuperação da memória nacional, funcionários (de historiadores a químicos) garantiram a
conservação dos registros documentais.

A instituição é baseada no Sistema de Informações do Arquivo Nacional (SIAN) que


funciona como localizador de documentos, traçando um panorama de todo o acervo e
permitindo a consulta à Memória da Administração Pública Brasileira (MAPA), incluindo os
chamados arquivos permanentes ou arquivos históricos. Por fim, a arquivologia acaba por
desconstruir a sacralização de tais documentos, visto que não buscamos encontrar nestes a
versão verdadeira do passado, e sim valorizar a investigação histórica de acordo com a
mentalidade individual da época.

1.2 Instituto Histórico Geográfico Brasileiro (IHGB)

No dia 22 de Junho, a turma realizou uma visita ao IHGB localizado na Glória, Rio de
Janeiro- RJ. Fomos orientados inicialmente pela Lúcia Maria Paschoal Guimarães - diretora
da Revista - onde ela discorreu acerca da criação do Instituto e suas particularidades.

Januário da Cunha Barbosa, historiador do Primeiro Reinado, escreveu um programa


de pesquisa e levantou a proposta da criação de um Instituto para preparar um conjunto e criar
uma identidade para a nação. A proposta é unanimemente aprovada e o Instituto é fundado em
1838.

O primeiro pesquisador do Instituto foi José Maria do Amaral, poeta e conselheiro do


império. O segundo pesquisador foi Francisco Adolfo de Varnhagen, diplomata e historiador
brasileiro. Este foi em uma missão de pesquisa para levantar toda documentação relativa ao
período colonial a fim de atender às necessidades do Estado.

O instituto continuou trabalhando na escrita da história e na pesquisa ao longo do


tempo por meio de mapas e tratados. Quando a República foi proclamada, por ser identificado
como órgão do regime decaído, foi mandado que fosse extinto, porém, por não ser um órgão
público, isso não foi possível de acontecer. Hoje, é um espaço de pesquisa e disseminação do
conhecimento histórico. Tal conhecimento é disseminado por meio das revistas científicas
publicadas, apresentações e discussões de teses, livros, trocas de ideias e sugestões.
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É considerado como "silogeu" brasileiro por compreender e reunir associações


literárias e científicas como a academia de medicina e o instituto de advogados, ou seja, é um
centro do saber. De acordo com o site https://ihgb.org.br/, o Instituto mantém, ainda,
convênios de reciprocidade com a Academia Nacional de la Historia de la República
Argentina, a Academia Paraguaya de la Historia, o Instituto Histórico y Geográfico del
Uruguay, a Academia Portuguesa da História e a Real Academia de la Historia, da Espanha.

Além de aprendermos sobre a fundação e objetivos do Instituto, a museóloga Magda


Vilela nos levou para conhecer o Museu. Ela nos informou que o Museu do instituto não é um
acervo de museu histórico, mas recolhe e organiza os materiais referentes à História e à
Geografia brasileiras, contribuindo para a preservação da memória nacional.

Os objetos encontrados na sala de exposição foram adquiridos por expedições de


pesquisadores nacionais e estrangeiros. Entre eles, foram destacados a roda dos expostos
(mães que não podiam criar seus filhos entregavam-nos a conventos por meio da roda, sem
precisar olhar para o rosto das freiras)- o carrinho de mão (presente de Barão de Mauá a Dom
Pedro I para abrir a obra da Estrada de Ferro que iria da Bahia a Petrópolis) e o crânio da
Lagoa Santa, além de louças históricas advindas da França.

Ademais, o Instituto compreende também uma biblioteca - o material da construção do


conhecimento de outros séculos - que foi-nos apresentada pela chefe da biblioteca, Maura. Ela
constitui um expressivo acervo bibliográfico sobre História do Brasil e, portanto, é uma
importante fonte de pesquisa para os que se dedicam ao estudo da História.

Importante frisar que em passagem de datas importantes, costumam acontecer eventos


acadêmicos, como cursos e congressos. Estes tratam e direcionam uma atenção maior a áreas
desprivilegiadas nas faculdades, como por exemplo, a história do direito.

2. Considerações Finais

O trabalho de campo foi de suma importância para o meu entendimento a respeito da


preservação e divulgação da memória nacional em ambas as visitações. Quanto aos aspectos
positivos, vale ressaltar os cuidados e a atenção dada pelos profissionais e funcionários tanto
do AN quanto do IHGB. Buscando analisar ainda aspectos negativos, na minha visão
poderíamos ter conhecido o Arquivo Nacional mais a fundo, o que não nos impede de
conhecê-lo melhor outro dia.

Considerando-se o relatório apresentado, as visitas me auxiliaram a ampliar e


aprofundar os conhecimentos trabalhados nas discussões em sala de aula, além de contribuir
para a minha formação acadêmica. Considero relevante, por fim, destacar que as duas
visitações são essenciais para quem pretende compreender a importância da organização e
preservação de documentos e arquivos, assim como dos registros históricos nacionais.
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