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Instituto de História
DRE: 117042925
José Bonifácio inicia sua proposta com a apresentação de dois objetos importantes
para a prosperidade do futuro do Império: um regulamento que promova a civilização geral
para os índios no Brasil e uma lei que promova a emancipação dos escravos por meio da
abolição do tráfico para assim o Brasil afirmar a sua independência nacional. Ele enxerga
certa contradição e um impasse entre a elaboração de uma Constituição “liberal e duradoura”
e a existência da escravidão no território brasileiro. Denuncia não somente a condição dos
negros no Brasil, mas também à que são submetidos na própria África e na sua vinda ao
território.
Na página 91, Bonifácio faz um apelo emocional descrevendo a situação dos negros
transportados, procurando entender como estes se sentem frente à tamanha violência e falta de
humanidade em seu tratamento. Critica também as justificativas dos portugueses como um ato
de caridade, a mudança de clima e o conhecimento do Evangelho, deslegitimando cada uma
delas. Explicita ainda o seu desejo de formar uma nação homogênea, com o fim da
heterogeneidade “física e civil”.
Além de apresentar suas críticas sobre a escravidão e os fatores inerentes a ela, José
Bonifácio apresenta medidas a serem tomadas quanto à liberdade dos negros sem que os
prejudiquem de imediato: fazê-los homens livres e ativos, favorecer seus prazeres domésticos
e civis e instruí-los na religião católica.
Por fim, apresenta suas propostas em artigos para a nova lei, totalizando 32. Vários
deles consistiam em regulamentar as condições de trabalho escravo – incluindo o auxílio na
alimentação e vestimenta - e restringiam a exploração de menores e de mulheres. Entre eles o
artigo 11, no qual o senhor que se relacionar com uma escrava terá que dar liberdade à mãe e
aos filhos, assim como auxiliar na sua educação. Também o artigo 31 que consiste na criação
de um Conselho Superior Conservador dos escravos na capital de cada província a fim de
vigiar a execução da lei. Finaliza na página 104 com a seguinte frase: “Sem liberdade
individual não pode haver civilização nem sólida riqueza.”
BIBLIOGRAFIA