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RITUAIS
COM ERVAS
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SUMÁRIO
1. Introdução ............................................................................................... 04
9. O conhecimento ................................................................................ 36
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
INTRODUÇÃO
Sempre que falamos sobre o uso das ervas, nosso mental ou nos-
sa consciência nos remete ao universo místico das benzedeiras,
dos raizeiros, das pessoas envolvidas com a vida no campo e o uso
dos elementos da natureza na forma de alimentos, chás e prepa-
ros medicinais.
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
PREPARANDO A MENTE
PARA OS RITUAIS
Preparar seu próprio banho, sua defumação, fazer um benzimento
em si mesmo, requer, na prática, boa vontade, bom-senso, uma pi-
tadinha mínima que seja de esperança que venha colada na Fé, no
desejo de realizar o bem, para si, para o semelhante, para a comuni-
dade, para o universo, e coragem.
Coragem de vencer a preguiça, o desânimo, a fraqueza que
acompanha as obsessões espirituais, as atuações negativas e nossos
próprios encontros com nossa realidade interior.
Nós, seres humanos, tentamos o tempo todo encontrar des-
culpas para nossas dificuldades. Tentamos encontrar o culpado do
lado de fora, assim como aquela pessoa que ao manobrar o carro
numa rua bate a traseira do veículo na lixeira instalada na calçada,
amassa os dois, gerando assim um prejuízo, mas, não contente, ain-
da desce e chuta a lixeira, como se ela, a lixeira, fosse a culpada da
barbeiragem.
Resultado: dois dedos do pé quebrados, e o prejuízo do amas-
sado, que não era tão grande assim, fica bem maior.
Esse é um exemplo de que encarar as dificuldades de frente acaba
saindo mais barato, mais rápido e melhor resolvido.
Reconhecer as dificuldades próprias e não arrumar desculpas é um
grande começo para um bom ritual. Escreva em algum lugar que
possa ficar visível para você: SEM DESCULPAS!
Tenha certeza que esse primeiro ritual, de acreditar que pode
viver sem desculpas para si mesmo, é um excelente caminho para
dominar os demônios internos. Isso mesmo, essas entidades míticas
tão clamadas por alguns religiosos em seus calorosos cultos podem
viver em nossas mentes inconscientes, como aquela “força de costu-
me”, aquele comodismo onde nosso mental ador mecido se encaixa
e desenvolve sistemas de proteção para quando a ação é diferente
do cotidiano.
A mente reage contra o que não é costumeiro. Acostume-se
ao ostracismo, à preguiça e verá que a cada dia fica mais difícil sair
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A SIMPLICIDADE
DO USO DO ELEMENTO
NATURAL
Regras básicas para utilização da magia das ervas
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MAGIA E ATIVAÇÃO
Evocação e ativação da força vegetal
Eu evoco Deus, nosso amado Pai Criador, evoco a Mãe Terra, vos-
sas forças vegetais, o sagrado espírito vegetal e peço que aben-
çoe esse banho, defumação, chá etc., para o meu beneficio e
beneficio de meus semelhantes, assim seja, e assim será.
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
Essa reza, bastante simples requer apenas mais duas coisas: Amor e
Bom-senso.
Cada religião costuma envolver seus ritos em roupagens fol-
clóricas e verbalizações incontestáveis, chamando-as de ciência ocul-
ta, sabedoria milenar do oriente ou de outro lugar místico, e tentam
mostrar que as outras religiões, suas concorrentes, são falsas porque
não têm o segredo dos mistérios. Seus místicos se consideram uma
minoria privilegiada pelo esclarecimento divino, su periores em com-
preensão e inteligência e rejeitam invariavelmente a crítica de serem
supersticiosas. Mas qual a diferença entre suas criaturas místicas e as
da cultura popular? Então, a reza tem efeito sim! Perdoem-me os mís-
ticos de plantão, mas VIVA A SIMPLICIDADE!
Deus está e se manifesta nas coisas simples. Você não é
obrigado a fazer a evocação dessa forma que está aqui. Mas use o
bom-senso. Desenvolva seu critério de oração.
É nos Sagrado Anjos que você ancora sua fé? Então reze
a eles. É aos Orixás que você clama em suas preces, ótimo! Eles
com certeza estarão presentes na ativação da erva. Clame aos Santos
de sua conveniência, e estará tudo certo.
Deus responde à sua criação da melhor forma que sua cria-
ção possa entender. Para o negro africano, Deus será também negro.
Para o oriental, terá feições orientais, e assim por diante.
Suas divindades, representação viva de Deus, se apresentam da mes-
ma forma, com variações culturais e regionais, mas sempre a mesma
essência. Não há magia sem ativação. É necessário desencadear o
processo de ação da erva. Ao colher a erva, devemos mentalmente
pedir licença ao espírito vegetal que a anima, dizer-lhe que esta sen-
do colhida e será útil a um ser vivente, parte da criação divina. Esse
espírito irá responder com toda sua força, e concentrará na parte a
ser colhida as essências necessárias para a cura. Desde que ele en-
tenda que você se dirige com Amor e Bom-senso, as ervas se doam
pela causa da criação.
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
AS REZAS
ATIVADORAS
Já falamos nos capítulos anteriores sobre as rezas ativadoras. É im-
portante para quem vai manipular as ervas, ou outro elemento que
exija uma reza evocatória, que a reza possa ser modificada de acordo
com seu coração e convicção. Isso mesmo, a ordem das palavras não
altera o conteúdo, ou seja, se você preferir evocar de outra forma, não
há problema, prestando atenção na força, ou divindade evocada. E
melhor ainda, faça suas próprias evocações baseadas nas que colo-
camos aqui como exemplo e adapte suas palavras de acordo com o
que fique mais fácil para você memoriza-las.
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
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AGRADECIMENTO FINAL
Pai Criador, Mãe Terra, Forças da Natureza Vegetal, Forças aqui evo-
cadas, senhores guias, mentores e direcionadores do astral espiri-
tual, eu vos agradeço de coração e peco que tenham em mim um
instrumento sempre pronto a servi-los e servir meus irmãos seme-
lhantes, em sua jornada evolutiva. Obrigado, obrigado e obrigado.
Assim seja e assim será.
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
MONOGRAFIA DAS
ERVAS E DEFINIÇÕES
As categorias das ervas, para limpeza energética e equilíbrio
ARRUDA
Indicações ritualísticas: alto poder de limpeza em banhos, defu-
mações ou galhos parao benzimento. Pode ser usada fresca ou seca.
Sua aura é vermelha e ela carrega em si o poder purificador e con-
sumidor.
Ação (verbos): consumir, purificar.
Cor energética: vermelho
Orixás principais: Egunitá e Xangô
GUINÉ
Indicações ritualísticas: limpeza pesada. Sua aura “metálica” confere
seu caráter cortante, e portanto bastante temido pelo baixo astral.
Ação (verbos): cortar, quebrar, perfurar.
Cor energética: do verde intenso ao azul escuro
Orixás principais: Oxóssi e Ogum
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
ERVA-DE-BICHO
Indicações ritualísticas: poderoso limpador e solvente de acúmulos
energéticos negativos causadores de doenças físicas.
Ação (verbos): dissolver, limpar, fritar.
Cor energética: azul intenso ao marrom
Orixás principais: Iemanjá
CASCA DE ALHO
Indicações ritualísticas: libertação energética em casos de vampi-
rismo e obsessões intensas.
Ação (verbos): dissolver, queimar, desligar.
Cor energética: do prata ao violeta e roxo escuro
Orixás principais: Oyá-Tempo e Obaluaê
CASCA DE CEBOLA
Indicações ritualísticas: poderoso desintegrador e desmontador
de magias negativas complexas.
Ação (verbos): desintegrar, desmontar, dissolver, diluir.
Cor energética: branco leitoso ao cristalino
Orixás principais: Oxalá, Oxum, Obaluaê
FUMO (TABACO)
Indicações ritualísticas: poderoso cauterizador de feridas astrais,
curando também espíritos doentes cuja energia é usada para trans-
ferir para suas vítimas sintomas de doenças.
Ação (verbos): queimar, cauterizar, curar, cristalizar.
Cor energética: verde cristalino
Orixás principais: Oxalá e Oxóssi
PINHÃO ROXO
Indicações ritualísticas: paralisador de energias e fluxos energéti-
cos negativos. Consumidor de magias ativas e mentais focados em
práticas de dominação hipnótica.
Ação (verbos): paralisar, consumir, queimar, desintegrar, punir, eliminar.
Cor energética: violeta fosco, roxo intenso.
Orixás principais: Omulu, Ogum e Iansã
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QUEBRA DEMANDA
Indicações ritualísticas: como o nome diz, poderoso quebrador de
demandas ou magias mentais projetadas, como olho gordo, inveja etc.
Ação (verbos): quebrar, proteger, eliminar, paralisar.
Cor energética: verde muito escuro
Orixás principais: Ogum e Iansã
PINHÃO ROXO
Indicações ritualísticas: paralisador de energias e fluxos energéti-
cos negativos. Consumidor de magias ativas e mentais focados em
práticas de dominação hipnótica.
Ação (verbos): paralisar, consumir, queimar, desintegrar, punir, eliminar.
Cor energética: violeta fosco, roxo intenso
Orixás principais: Omulu, Ogum e Iansã
QUEBRA DEMANDA
Indicações ritualísticas: como o nome diz, poderoso quebrador de de-
mandas ou magias mentais projetadas, como olho gordo, inveja etc.
Ação (verbos): quebrar, proteger, eliminar, paralisar.
Cor energética: verde muito escuro
Orixás principais: Ogum e Iansã
MAMONA
Indicações ritualísticas: consumidor de focos energéticos doentes
e acúmulos mentais.
Ação (verbos): curar, esgotar, paralisar.
Cor energética: verde muito intenso e brilhante ao violeta
Orixás principais: Oxalá
EUCALIPTO
Indicações ritualísticas: poderoso paralisador do magnetismo de
magias executadas no tempo, como amarrações e praguejos.
Ação (verbos): consumir, desmagnetizar, retornar.
Cor energética: prata azulado ao verde cristalino
Orixás principais: Oyá–tempo, Ogum, Iansã
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FOLHAS DE CHORÃO
Indicações ritualísticas: dissolvedor de corpos etéricos deformados
e modificados por ações mentais maléficas.
Ação (verbos): decantar, dissolver, queimar.
Cor energética: violeta cristalino
Orixás principais: Nanã e Ogum
PICÃO PRETO
Indicações ritualísticas: limpeza energética de acúmulos mentais.
Ação (verbos): limpar, desobstruir, purificar.
Cor energética: verde terroso
Orixás principais: Xangô e Oxum
ANGICO
Indicações ritualísticas: limpador e protetor.
Ação (verbos): limpar e proteger
Cor energética: vermelho
Orixás principais: Xangô
AROEIRA
Indicações ritualísticas: altíssimo poder de limpeza, em banhos
e defumações e principalmente em “bate-folhas” ou sacudimentos
para purificação.
Ação (verbos): limpar, desintegrar, dissolver, consumir.
Cor energética: vermelho fogo
Orixás principais: Xangô
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CIPÓ-CRUZ
Indicações ritualísticas: cura de espíritos sofredores e obsessores
de baixa intensidade. Poderosa curadora de ambientes.
Ação (verbos): curar, resgatar, desligar.
Cor energética: branco leitoso
Orixás principais: Obaluaê
ESPADA-DE-SÃO-JORGE
Indicações ritualísticas: corte de demandas e proteção para mé-
diuns Ação (verbos): proteger, cortar, eliminar.
Ação (verbos): proteger, cortar, eliminar.
Cor energética: do verde ao avermelhado
Orixás principais: Ogum e Oxóssi
ESPADA-DE-SANTA-BÁRBARA
Indicações ritualísticas: mesmas funções da Espada-de-são-jorge,
acrescidas de força capaz de direcionar os caminhos.
Ação (verbos): proteger, cortar, eliminar, direcionar
Cor energética: do verde intenso, passando pelo amarelo até o aver-
melhado.
Orixás principais: Iansã, Ogum, Oxóssi
AÇOITA-CAVALO/MUTAMBA
Indicações ritualísticas: cortador poderoso de demandas e magias
negativas.
Ação (verbos): cortar, eliminar, destruir, desmontar.
Cor energética: terroso
Orixás principais: Ogum, Xangô
BAGAÇO-DE-CANA
Indicações ritualísticas: mesmas funções da Espada-de-são-jorge,
acrescidas de força capaz de direcionar os caminhos.
Ação (verbos): dissolver, diluir.
Cor energética: furta-cor, rosa cristalino.
Orixás principais: Iansã, Oxumaré, Oxum
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
ESPINHEIRA-SANTA
Indicações ritualísticas: limpador de uso geral. Tanto para banhos e
defumações como para “bate-folhas e sacudimentos”.
Ação (verbos): limpar, desobstruir
Cor energética: verde intenso
Orixás principais: Ogum e Oxóssi
PARA-RAIOS
Indicações ritualísticas: quebra de demandas, limpeza de ambien-
tes religiosos, proteção de casas e ambientes de ritualística.
Ação (verbos): movimentar, proteger, limpar, dissolver.
Cor energética: amarelo claro ao verde intenso
Orixás principais: Iansã e Oxóssi
DANDÁ DA COSTA
Indicações ritualísticas: poderoso e profundo limpador para situa-
ções de magia negativa muito intensas e complexas. Verdadeiro áci-
do para magias onde usam elementos animais.
Ação (verbos): diluir, coagular, esgotar, purificar.
Cor energética: vermelho intenso e terroso
Orixás principais: Omulu, Obá, Ogum e Oxalá
COMIGO-NINGUÉM-PODE
Indicações ritualísticas: poderoso ácido do astral, tanto para limpe-
za como para proteção. Não deve ser usado fresco em banhos, pois
pode provocar irritações pela sua alta toxidade.
Ação (verbos): Purificar
Cor energética: verde muito intenso e cristalino
Orixás principais: Oxalá e Oxóssi
DESATA NÓ
Indicações ritualísticas: limpador de uso geral. Tanto para banhos e
defumações como para “bate-folhas e sacudimentos”.
Ação (verbos): limpar, desobstruir
Cor energética: verde muito escuro
Orixás principais: Ogum, Xangô e Iansã
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
PIMENTAS
Indicações ritualísticas: somente para defumações, pois podem
causar até queimaduras nos banhos.
Ação (verbos): revelar, desobstruir, mostrar
Cor energética: do cinza até o vermelho fogo
Orixás principais: todos, principalmente Exu
PEREGUM-ROXO (DRACENA)
Indicações ritualísticas: verdadeiro curador de ambientes carrega-
dos de energias mórbidas e doentias.
Ação (verbos): esgotador, limpador profundo
Cor energética: roxo leitoso
Orixás principais: Obá, Omulu, Nanã e Obaluaê
SÁLVIA
Indicações ritualísticas: erva de sabedoria e ancestralidade. Limpe-
za leve e elevadora da vibração espiritual.
Ação (verbos): estabilizar, evocar, apaziguar.
Cor energética: azulada cristalina ao violeta
Orixás principais: Obaluaê e Oxalá
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ALFAZEMA (LAVANDA)
Indicações ritualísticas: acalmadora do espírito, tranquiliza as situa-
ções difíceis. Harmonia.
Ação (verbos): harmonizar, tranquilizar.
Cor energética: azulado cristalino, azul claro.
Orixás principais: Iemanjá, Oxalá e Oxum
ALECRINS
Indicações ritualísticas: equilibradora por definição, rejuvenesce e
ilumina.
Ação (verbos): iluminar, rejuvenescer, equilibrar
Cor energética: verde azulado, verde claro
Orixás principais: Oxóssi e Oxalá
CALÊNDULA
Indicações ritualísticas: poderosa energizadora para campos astrais
deteriorados e alvos de magias negativas, depois de limpeza pesada.
Ação (verbos): energizar, manter purificado.
Cor energética: do amarelo ao vermelho intenso
Orixás principais: Oxum, Iansã e Egunitá
HORTELÃ
Indicações ritualísticas: estimulante muito poderoso para todos os
sentidos da vida. Animador e levantador do astral.
Ação (verbos): estimular, ligar, limpar com leveza, animar.
Cor energética: verde muito intenso
Orixás principais: Oxóssi e Oxalá
BOLDO
Indicações ritualísticas: limpador leve para o chacra coronário, fun-
damentador (cristalizador) de vibrações.
Ação (verbos): cristalizar, acessar, desobstruir, preparar
Cor energética: branco cristalino ao leitoso
Orixás principais: Oxalá e Oxum
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MANJERICÃO
Indicações ritualísticas: pode ser usado em todos os preparos
como excelente equilibrador.
Ação (verbos): equilibrar, manter, proporcionar, ligar, etc.
Cor energética: verde cristalino
Orixás principais: todos
ALFAVACA
Indicações ritualísticas: limpador leve e concentrador de vibrações
de cura e ânimo.
Ação (verbos): potencializar, curar, manter
Cor energética: vermelho claro ao lilás
Orixás principais: Ogum e Nanã
POEJO
Indicações ritualísticas: estimulante leve mas muito poderoso para
crianças, concentrador.
Ação (verbos): acender, curar, estimular e concentrar
Cor energética: azulado
Orixás principais: Oxum, Oyá-tempo, Obá
LEVANTE
Indicações ritualísticas: estimulante muito poderoso para todos os
sentidos da vida. Animador e levantador do astral.
Ação (verbos): levantar, animar, crescer
Cor energética: Verde azulado
Orixás principais: Ogum, Oxóssi, Oxum
MANJERONA
Indicações ritualísticas: cristalizador do chacra coronário, indicado
para todo. tipo de amaci
Ação (verbos): cristalizar, limpar
Cor energética: branco esverdeado e azulado
Orixás principais: Oxalá e Oxóssi
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FOLHA-DA-COSTA
Indicações ritualísticas: poderoso “segurador” de vibrações e po-
tencializador de cura astral.
Ação (verbos): curar, prosperar, abrir, manter
Cor energética: branco cristalino e muito brilhante
Orixás principais: Oxalá e Nanã
GRAVIOLA
Indicações ritualísticas: regenerador do campo astral e do organis-
mo espiritual.
Ação (verbos): regenerar, curar, restaurar, renovar
Cor energética: azul turquesa, amarelo do claro ao escuro
Orixás principais: Oxumaré e Oxóssi
ABACATEIRO
Indicações ritualísticas: poderoso reconstrutor da aura (perispírito),
equilibrador.
Ação (verbos): reconstruir, revitalizar.
Cor energética: verde escuro ao marrom
Orixás principais: Oxóssi, Oxum e Nanã
GOIABEIRA
Indicações ritualísticas: equilibrador muito potente e de limpeza
leve, indicado também para “bate-folhas”.
Ação (verbos): regenerar, limpar, destravar, abrir caminhos.
Cor energética: verde intenso amarelado
Orixás principais: Ogum, Oxóssi, Iansã
PITANGUEIRA
Indicações ritualísticas: poderosa movimentadora de energias, ide-
al para tirar pessoas do comodismo, incentivo e vitalidade.
Ação (verbos): incentivar, motivar, movimentar
Cor energética: amarelo ao vermelho
Orixás principais: Iansã e Ogum
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ABRE CAMINHO
Indicações ritualísticas: como o nome diz, uma excelente abridora
de caminhos.
Ação (verbos): abrir, motivar, expandir, direcionar.
Cor energética: verde claro
Orixás principais: Oxóssi, Ogum, Iansã
SAMAMBAIA
Indicações ritualísticas: reconstrutor energético e curador.
Ação (verbos): curar, energizar, limpar, prosperar
Cor energética: verde cristalino
Orixás principais: Oxóssi, Ogum, Iansã
ANGÉLICA
Indicações ritualísticas: fortalecedor do chacra coronário, revitaliza-
dor da vontade.
Ação (verbos): cristalizar, curar, fechar passagens negativas.
Cor energética: branco amarelado
Orixás principais: Oxalá
ASSA-PEIXE
Indicações ritualísticas: equilibradora muito poderosa nos banhos,
defumações e sacudimentos. Energia capaz de limpar e energizar ao
mesmo tempo. Indicada para obsessões.
Ação (verbos): limpar, energizar, curar.
Cor energética: verde ao roxo
Orixás principais: Ogum e Nanã
BARBA-DE-VELHO
Indicações ritualísticas: proteção e fortalecimento da verdade, for-
ça da razão.
Ação (verbos): fortalecer, mostrar a verdade.
Cor energética: marrom alaranjado
Orixás principais: Xangô e Obá
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
CIPÓ-CABOCLO
Indicações ritualísticas: concentração, firmeza de propósito, indicado
para quem precisa se concentrar em algo.
Ação (verbos): concentrar, expandir e direcionar.
Cor energética: marrom avermelhado
Orixás principais: Obá e Oxóssi
IPÊ-ROXO
Indicações ritualísticas: reconstrutor e energizador do espírito.
Ação (verbos): energizar, vitalizar.
Cor energética: marrom e violeta.
Orixás principais: Oxum, Xangô e Obaluaê
PEREGUM-VERDE
Indicações ritualísticas: erva muito usada dentro dos cultos afro-
-brasileiros, como abridora de caminhos, preparadora dos médiuns
para iniciação e purificação do “chão” da casa.
Ação (verbos): purificar, iluminar, proporcionar, equilibrar, manter.
Cor energética: verde cristalino
Orixás principais: Ogum, Oxóssi, Oxalá
PEREGUM-VERDE-AMARELO
Indicações ritualísticas: bate-folhas com essa erva proporcionam
movimento e renovação.
Ação (verbos): renovar, regenerar, movimentar com intensidade
Cor energética: verde e amarelo
Orixás principais: Iansã e Oxumaré
ANIS-ESTRELADO
Indicações ritualísticas: poderoso energizador e equilibrador da
mediunidade, usado para desenvolvimento mediúnico como abridor
do chacra coronário.
Ação (verbos): iluminar, equilibrar, fortalecer.
Cor energética: branco cristalino azulado e intenso.
Orixás principais: Oxalá e Iemanjá
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ROSA BRANCA
Indicações ritualísticas: limpeza e preparação de médiuns. Potenciali-
za a mediunidade e desobstrui o chacra coronário e o cardíaco.
Ação (verbos): iluminador, limpador leve.
Cor energética: do branco ao rosado.
Orixás principais: Oxum e Oxalá
CAMOMILA
Indicações ritualísticas: acalmadora do espírito e de ambientes
conturbados.
Ação (verbos): tranquilizar, equilibrar, estabilizar.
Cor energética: cor de rosa
Orixás principais: Iemanjá, Oxum e Nanã
FOLHAS DE CENOURA
Indicações ritualísticas: Rápida reconstrutora da aura. Devolve ime-
diatamente a energia perdida nos embates contra o baixo astral.
Ação (verbos): energizar
Cor energética: laranja intenso
Orixás principais: Egunitá, Iansã e Obá
FOLHAS DE BETERRABA
Indicações ritualísticas: indicado para recuperação de doentes de
modo geral.
Ação (verbos): regenerar, reviver
Cor energética: violeta terroso
Orixás principais: Obá
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
Ervas Femininas
Quando falamos de ervas femininas, falamos de autoestima e poten-
cialização do fator humano feminino. São ervas muito ligadas tam-
bém ao fator espiritual humano, à sensibilidade do espírito.
Exemplo: Malva, Rosa Vermelha, Artemísia etc.
Ervas Masculinas
Da mesma forma que as femininas, não são simplesmente atratoras
desse fator, mas potencializadoras do seu estado natural. O fator hu-
mano masculino está bastante ligado ao aspecto material da vida,
sendo que algumas dessas ervas aparecem também como atratoras
de prosperidade.
Exemplo: Folha de Café, Louro, Romã etc.
Calmantes
São ervas que não atuam somente no corpo físico por características
fitoquímicas. Atuam nos organismos espirituais e em seus sistemas
nervosos no sentido de tranquilizar um espírito ou um ambiente
em turbulência.
Exemplo: Capim-cidreira, Melissa, Camomila etc.
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
DONOS
DOS MISTÉRIOS
Estamos aqui firmes e fortes nesse nosso trabalho de formiguinha,
disseminando o conhecimento sobre as ervas, de uma forma simples,
objetiva, sem ro-deios nem mistérios.
Por falar em mistérios, quero começar alertando sobre os
donos dos mistérios. Isso mesmo, os que se autointitulam donos de
determinadas forças da natureza. Prestem bastante atenção: não se
quebra um dogma criando outros.
Uma folha é uma enciclopédia em si mesma. Numa folha está
todo o código de uma raça elemental inteira. Reconhecer a energia
numa folha, não esta-mos falando da energia física, como aprende-
mos no colégio, mas a energia etérica, espiritual mesmo, en-fim re-
conhecer essa energia é um dom, que pode ser desenvolvido sim.
Existem pessoas que nascem com um dom para a música, com uma
invejável voz afinada ou com uma habilidade nata para tocar determi-
nado instrumento. Da mesma forma existem pessoas que têm uma
sensibilidade natural para os elementos. Sentem as pedras, a água ou
as ervas.
Esta sensibilidade não é um benefício que Deus dá de presente
àquela pessoa em especial, mas sim conquista dela em sua caminha-
da de aprendizado e conhecimento. Negar seu dom seria a mesma
coisa que vendar um dos olhos e se negar a enxergar com ele. Ou
mesmo tapar uma das narinas, ou um dos ouvidos, ou mesmo os dois
para não ouvir nada. Muitas pessoas gostariam de nascer com esses
dons, mas têm a oportunidade de aqui, nessa jornada carnal, desen-
volver pelo menos em parte uma dessas capacidades.
A mediunidade, ou sexto sentido, ou como chamei aqui sim-
plesmente de sensibilidade, pode ser desenvolvida dentro das suas
condições e merecimento. E isso não está diretamente ligado ao plano
espiritual humano. O dom de entender e reconhecer as reações das
plantas é muito mais comum do que imaginamos. E sempre há quem
afirme: acho que não tenho mão boa para plantas... Digo o contrário:
pratique!
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
O CONHECIMENTO
Quando nos referimos ao uso das ervas dentro da Umbanda, não nos
preocupamos se é para a Umbanda branca, esotérica, magística, ini-
ciática, etc.
Como sempre dizemos, diante da natureza somos todos iguais.
Tem se falado ultimamente sobre o conhecimento, de forma a se dis-
cutir se devemos ou não estudar a religião, ou se devemos ou não ter
cursos dentro da Umbanda.
Essa é uma discussão antiga, e resta a nós perguntar: a quem
interessa a falta de conhecimento dentro da religião? A resposta é sim-
ples: apenas aos que não podem acrescentar nada! Porque cada um
só pode dar o que tem, o que traz em si mesmo. Aqueles que têm
nada a oferecer se ofendem com essa abertura que o astral superior
nos permite hoje.
Aos egoístas que acham que sabem tudo, e que não precisam
compartilhar com ninguém, deixo um questionamento: será que vão
durar para sempre? Quem se lembrará de vocês, e por que se lem-
brarão quando se forem para outros planos da vida? Será que serão
lembrados como os detratores do conhecimento, os que impediram a
propagação da religião?
Vejo muita gente boa perdendo seu tempo agredindo irmãos
de fé, mesmo em brigadas diferentes dentro da mesma religião. Ir-
mãos que praticamente viram a cara para outros deixam de honrar
compromissos assumidos porque as convicções político-religiosas os
ofendem, ou porque não rezaram suas cartilhas mal grafadas.
Será que o baixo astral se preocupa com isso? Claro que não,
muito pelo contrário! Isso é bastante interessante aos verdadeiros in-
comodados com nossa religião: os militantes das esferas negativas,
voltadas para a derrocada da humanidade. Eles se servem dessas situ-
ações para engrossar suas fileiras, arregimentar voluntários para suas
falanges de encarnados cujo propósito é duvidoso.
Não costumo (e nem tenho tempo para isso, pois tenho mais o
que fazer) entrar em discussões fundamentalistas e inúteis, isso por-
que o trabalho é maior que tudo isso. Aos irmãos que muitas vezes se
sentem desanimados com tanta oposição, continuem seu trabalho.
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
A FORÇA
DAS ERVAS
Em matérias anteriores, já abordamos os temas ligados a obsessões,
cargas negativas e atuações de magias maléficas.
Esse assunto sempre é interessante, e vale a pena falar sobre,
pois a religião de Umbanda atua diretamente na linha de choque,
onde se cruzam os interesses daqueles cuja abstração dos sentidos e
elementos é o que mais interessa.
Seria falta de bom-senso afirmarmos que um Caboclo é apenas
um índio com sabedoria, ou que um Preto Velho é um ex-escravo que
traz na humildade de suas palavras o sofrimento da escravidão e da
imposição da força. Cito esses dois “mistérios religiosos”, mas poderia
aqui citar todas as linhas e falan ges, que com certeza se encaixariam
no comentário.
São verdadeiros espíritos de luz, que trazem dentro do ritual de
Umbanda, esse arquétipo, essa forma figurada, para que não agrida
nosso livre arbítrio e nosso próprio desejo de evoluir.
Por não poderem impor uma situação, e trabalharem em nosso
meio humano a partir do nosso livre arbítrio e boa vontade, esses fan-
tásticos irmãos, pais e mães na luz, recorrem a recursos naturais, como
as ervas, pedras, tipos de águas, enfim, a todo recurso disponível em
Mãe Natureza, para servirem de apoio às ações limitadoras do baixo
astral.
Hoje vemos em muitos estudos, no meio Umbandista e Espí-
rita, sobre a tecnologia empregada nas obsessões mais complexas,
como clones astrais, implante de componentes na contraparte etérica
do organismo humano, alterações na programação mental de seres
dominados por essas forças trevosas.
As ervas sempre foram, são e ainda serão por muito tempo um
componente vivo e ativo no combate às investidas do astral negativo.
O que pode parecer um simples banho de ervas carrega elementos
poderosíssimos com capacidade ácida, dissolvedora, esgotadora e,
por que não, destruidora desses elementos.
Caro irmão, não hesite em tomar seu banho de ervas a partir
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
da cabeça. Banhe seu chacra coronário sim, use azeite de oliva no cha-
cras – como poderoso elemento purificador e equilibrador.
Muitas vezes, na simplicidade do Preto Velho, ao sugerir que
o consulente tome um banho de ervas, está um profundo conheci-
mento e sabedoria, e um poder realizador capaz de aniquilar forças
do mal, que se houvesse tentativa de explicá-lo deixaria muitos “co-
rajosos” (que acreditam terem poderes de acabar com todo o mal
dos outros, pois o seu próprio ainda não conseguiram enxergar), es-
ses ficariam de cabelos em pé por dias e até pensariam em mudar
de religião.
Ainda bem que o astral trabalha em silêncio e nós percebemos
apenas uma pequena parte do que realmente acontece nessas bata-
lhas entre as forças positivas e negativas.
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
ERVA
É PODER
O conhecimento sobre as ervas não pode ser restrito a uma religião,
ou a um meio acadêmico. Está na natureza, como parte integrante
da criação Divina e é o elemento que mais se aproxima da natureza
material humana.
Carrega a força dos quatro elementos primordiais, terra – água –
fogo - ar. E, devidamente ativado, transfere para o ambiente a energia
contida em si. Erva é poder, erva é força, é poder realizador, erva é
cura, erva é fundamento.
No entanto, para atuar no meio humano, é importantíssimo que
seja ativada e devidamente direcionada. Para a energia vegetal não há
vontade própria, tanto que muitas ervas são usadas para magias ne-
gativas, pois assim são ativadas e direcionadas.
Nesses casos, o elemento é apenas uma ferramenta, sendo o
ativador o responsável pelo resultado e disposto à lei de ação e reação.
Partindo de um princípio “tradicionalista”, seria abstracionismo achar
que as ervas não têm espírito próprio. Têm sim, mas alimentados pela
“imanência divina”. São espíritos coletivos, regulados por mecanismos
elementais, e controlados por rigorosos mentais superiores. Esses sim
os verdadeiros inspiradores da Luz do Saber .
Essa energia pode ser ativada de forma iniciática (os irmãos que
fizeram cursos de ervas comigo conhecem bem isso!), de forma reli-
giosa, ou seja, a partir do fundamento de uma religião; ou mesmo de
forma popular, na medicina caseira, e na transmissão desse conheci-
mento de forma oral, de boca em boca.
É importante lembrar que consideramos “erva” o elemento ve-
getal que é composto de raízes, caules, folhas, sementes, casca ou le-
nho, frutos e flores, e cada um desses itens tem seu valor energético e
sua forma de se manter e se manifestar.
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
CLASSIFICAÇÃO
DAS ERVAS
ERVAS QUENTES OU AGRESSIVAS
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
ERVAS FEMININAS
ERVAS MASCULINAS
Da mesma forma que as femininas, não são simplesmente atrato-
ras desse fator, mas potencializadoras do seu estado natural. O fator
humano masculino está bastante ligado ao aspecto material da vida,
sendo que algumas dessas ervas aparecem também como atratoras
de prosperidade.
EXEMPLO: Folha de Café, Louro, Romã, etc
ERVAS CALMANTES
São ervas que não atuam somente no corpo físico por características
fitoquímicas. Atuam nos organismos espirituais e em seus sistemas
nervosos no sentido de tranquilizar um espírito ou um ambiente
em turbulência.
EXEMPLO: Capim cidreira, Melissa, Camomila, etc.
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
A FORÇA
DA JUREMA
Salve turminha das ervas! Salve irmãozinhos em Mamãe Natureza.
Que a força viva da Jurema nos abençoe.
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
Aquele que acha que sabe tudo perde uma grande oportunidade
de aprender o que não sabe.
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
AS ERVAS DE EXU
É importante “esvaziar” a casa para poder colocar coisas novas, que-
ro dizer exatamente que nada pode ser plantado onde já alguma
coisa brotando...
Limpar a casa não necessariamente é um processo de limpe-
za superficial. Remover as cargas energéticas negativas, limpar os
miasmas e larvas astrais, desinfetar-se de fluidos negativos, podem
exigir um clamor a forças adequadas a esse tipo de trabalho.
Quando me perguntam sobre ervas de Exu, normalmente dou
uma explicação teológica sobre o assunto, de que Exu responde pelos
aspectos negativos dos Orixás, então responde também em qualquer
erva, correto? Não exatamente, pois se enxergarmos Exu como um
Orixá, então teremos características de Exu na criação Divina, isso sim
está correto.
Há ervas ligadas diretamente à vibração de Exu, e podemos dar
como exemplo as cascas de alhos e cebolas (de todos os tipos), alguns
tipos de cactos, plantas de extrema agressividade ao toque, como a
aroeira preta (ou brava), a urtiga, cansanção, açoita cavalo, etc.
Mas como é Orixá, compartilha suas ervas com outras vibra-
ções também. Então é correto falarmos, em termos genéricos, que
determinadas folhas são de um Orixá, mas manipuladas (e com
maestria!) por Exu.
Folha da Mamona – Oxalá – manipuladas por Exu
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
RENOVAÇÃO
Salve turminha das ervas e do amor à Mãe Terra. Saudemos o poder
criador, saudemos Mãe Natureza.
Quanto tempo faz que você não anda com os pés na terra? Digo
tirar os sapatos, andar na terra, ou na areia e senti-la, sentir no espírito a
força de mãe natureza.
Quanta atenção damos ao stress do dia a dia? Quanto nos pre-
ocupamos com o cotidiano; o que realmente devemos fazer, pois afi-
nal é dele que sobrevivemos, desse cotidiano; mas enfim, quanto nos
preocupamos e deixamos de lado a essência da vida? Vamos observar
as árvores nessa época... principalmente algumas frutíferas. A maioria
delas no outono e inverno ficou um bom tempo em repouso, meio
murchas, e agora suas folhas estão caindo, bem secas e dando lugar a
folhas verdinhas, e florezinhas que começam a aparecer meio discre-
tas, meio sem pretensão e vão tomando lugar às que vão caindo.
Muito bem, assim somos nós. Muitas vezes não percebemos,
mas algo murcha em nossas vidas, vai perdendo força, vai desgastan-
do e, assim como as folhas secas, procuram se desligar da gente. Nós
nem sempre percebemos e nos apegamos a esses elementos, que
naturalmente seriam levados pelo vento e deixariam de fazer sentido
para nós, e não permitimos que deem lugar a folhas e flores novas,
pois somente assim a árvore pode frutificar. Nos ligamos ao desneces-
sário e assim impedimos que venha o novo.
Ande com os pés na terra, procure um jardim, um parque, a
areia da praia, onde for melhor para você. Tire os sapatos, respire bem
fundo, pelo menos umas três vezes, deixe a vibração da terra subir pela
sola de seus pés, repita várias vezes: “Eu me vivifico na força viva de
Mãe Terra” – e sinta a força da vida fluir através de você. Guarde essa
vibração no peito, no seu chacra coronário, deixe a força da terra per-
correr seu corpo, seus órgãos. Renove-se na força viva de Pai Criador e
Mãe Natureza. Não se esqueça de agradecer. Agradeça sempre, pois a
gratidão é a maior porta da reconciliação consigo mesmo.
E por falar em renovação, vamos nos lembrar das crianças... Cos-
me e Damião, os nossos queridos erês na Umbanda.
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
QUERER É PODER?
Agradecemos sempre ao nosso Pai Criador, à Mãe Terra, Mãe Natureza
pelas bênçãos e pelas oportunidades que nos dão.
Nos últimos dias temos sido bombardeados por informações e
mensagens de otimismo, autoajuda, enfim, a motivação está em alta.
Esse efeito causado principalmente pelo fenômeno do filme docu-
mentário, O Segredo, retratado semanas atrás pela revista Veja, com a
matéria, “Peça, Acredite, Receba!”, reacende uma questão:
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
E o que isso tem a ver com as ervas? Porque estou lendo isso,
na coluna do Erveiro e ele fala sobre motivação, otimismo, autoajuda?
Muito simples, as ervas estão diretamente ligadas ao poder realizador.
Isso mesmo, poder realizador.
Mesmo que não queiramos falar nesse assunto, talvez porque
nossa modéstia não permita, manipular elementos naturais é uma
manipulação do poder contido nesses elementos. Poder realizador
sim, quando usamos uma erva com um objetivo, a força realizadora
desse objetivo está contida na essência energética dessa erva.
Por exemplo, se usamos uma folha de Pinhão Roxo para execu-
tarmos uma limpeza astral, seja numa pessoa ou numa casa, estamos
usando, da erva, seu “poder limpador”.
Esse poder está lá, dentro da erva, em seu contexto energético,
mas é você quem o desencadeia, é você que liga a chave que vai de-
terminar como esse poder vai funcionar.
Sendo assim, poderíamos concluir que apenas “desejando”
a limpeza energética poderíamos alcança-la? Claro que sim! Mas,
no entanto a erva funciona como uma facilitadora dessa magia, en-
curtando consideravelmente o tempo de realização e a própria força
desencadeada para isso. As ervas são milagrosas sim, mas o milagre
está em você. As ervas não fazem o milagre por si só, apenas te colo-
cam em condição energética de receber com muito mais eficiência as
vibrações realizadoras daquilo que você almeja.
Pra gente entender, vamos imaginar que você vai a praia tomar
sol, pegar uma cor bronzeada... os raios solares por si só já lhe conferi-
riam uma cor interessante, mas usamos os bronzeadores para que es-
ses raios atuem de forma uniforme e atinjam o objetivo a ser realizado.
Muito bem, assim como esse argumento facilitador para o
bronzeamento, as ervas trazem uma uniformidade energética, den-
tro do seu campo de ação, que facilitam a conexão de nós, espíritos
humanos, com as virtudes de nosso Pai Criador, personificadas em
cada um dos nossos Amados Pais e Mães Orixás, forças da Criação
Divina. Por isso uma erva é atribuída a um Orixá. Não apenas pelo
formato de suas folhas, semelhante aos instrumentos dos Orixás ou
da sua forma de onda vibratória, mas pela vibração energética con-
tida em cada folha. Como já disse, cada folha é um universo em si,
uma enciclopédia a ser lida, detalhada, aprendida e
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ERVAS FRESCAS
E ERVAS SECAS
Quando começamos esse trabalho com as ervas, não tínhamos noção
(e de certa forma ainda não temos), de onde chegaríamos. Achei que
falaria sobre as ervas em alguns números do jornal e o assunto passa-
ria para outra pauta. No entanto, temos fala-do cada vez mais sobre os
elementos da natureza e cada vez mais eles (os elementos)
têm proporciona-do para todos nós argumentos e campos extensos
para buscarmos novos horizontes.
A simplicidade de Pai Criador é incrível. Dispensa processos
complicados de iniciação e tratados herméticos onde apenas poucos
são colocados diante de algo que está a um palmo de nosso nariz: To-
das usadas em banhos e/ou defumações.
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
BANHOS
A água é concentradora do elemento vegetal. A energia aquática car-
rega a força vegetal, fazendo com que ela seja absorvida mais facil-
mente pelo nosso espírito. Não esqueça que nosso corpo humano é
formado por pelo menos 75% de água.
Nosso fator aquático humano, em contato com o fator aquático
carregado de energia vegetal, se funde, formando assim, energetica-
mente falando, um elemento mais fácil de ser absorvido pelo nosso
organismo espiritual. É o veículo que o espírito vegetal encontra para
se unir a nós.
Sempre me perguntam se devemos tomar banho de ervas na
cabeça. Na verdade, esse assunto é o mais polêmico de todos, porque
envolve conceitos religiosos tradicionais, e sobre eles eu não opino. O
que digo é, se você não está ligado a alguma doutrina que lhe impõe
isso, não se preocupe. Existem ervas, como veremos mais adiante, que
devemos realmente evitar colocar na cabeça, em nosso centro de for-
ças, ou chacra, coronal. Mas por outros motivos energéticos, que de-
vem se estudados caso a caso.
É comum ouvir que filhos de determinados Orixás não podem
usar ervas de outro Orixá na cabeça, até com risco de morte. Os espe-
cialistas em Orixá que digam isso em suas publicações e sejam ouvi-
dos por quem está ligado a essa energia. Mesmo em minhas práticas
religiosas, tenho visto muitas pessoas usarem todo tipo de erva na
cabeça e continuar com seu juízo perfeito, sem risco nenhum. Mui-
tos dos acúmulos energéticos negativos, que são o motivo da limpe-
za espiritual com ervas, localizam-se exatamente no chacra coronal,
na coroa mediúnica, no alto da cabeça. Porque então não deveríamos
colocar ervas lá, no foco da atuação? Preparar os banhos não requer
muita prática. Requer muito amor e bom-senso.
Os processos que podem ser usados para preparar os banhos
são os mesmo descritos para o preparo de chás. O banho pode ser
preparado quente ou frio, depende do tipo de erva a ser utilizada.
Se for usar apenas ervas ou flores frescas, pode colocá-las, de-
pois de lavadas em água corrente, em uma bacia ou panela com água
fria e deixar por umas duas horas. Esse processo chama-se maceração.
Você pode também, nesse processo, amassar as ervas com as mãos,
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
dentro da bacia com água e depois deixá-las descansar por uma hora,
cobertas com um pano branco. É muito positivo também, nesse caso,
acender uma vela branca ao lado do preparo, e na reza evocatória pe-
dir que ilumine e envolva o preparo com as energias vivas do fogo.
Essa prática é muito positiva, pois enquanto você amassa as
ervas com as mãos, pode fazer a reza ativadora, e ali, pode ter certe-
za, o banho já começará a agir no seu campo astral. Mentalize a aura
vegetal envolvendo suas mãos, absorvendo a partir da palma delas
todo o negativismo, as formas pensamento, os miasmas astrais do
seu espírito.
Se as ervas forem secas, mesmo que sejam folhas, flores, raízes
ou cascas, simplesmente coloque água para ferver em uma panela
e, quando atingir a fervura, coloque as ervas já separadas dentro da
água, deixe ferver por um minuto e desligue. Tampe e deixe amornar.
Você pode unir os dois processos, fazendo a fervu ra com as ervas se-
cas, e depois de amornar fazer a maceração com esse preparo e as
ervas frescas.
Depois disso, deixe o preparo descansar e coe antes de usar.
Podemos coar o banho porque já concentramos na água aquilo que
precisamos da erva, seu organismo espiritual energético. Os banhos
são administrados após o banho normal. Coloque o preparo pronto
em uma panela, bacia, balde etc. e complete com água quente do
próprio chuveiro.
A temperatura do banho deve seguir a regra do bom-senso.
Não deve ser quente demais, pois poderá causar queimaduras, nem
frio demais, pois poderá ser desagradável se a temperatura ambien-
te também estiver baixa. O banho morno é bastante adequado por
seguir o meio termo. Não é necessário tomar o banho frio, exceto em
alguns casos muito específicos, a partir de solicitação e acompanha-
mento religioso.
Ao terminar seu banho higiênico, levante a panela acima de sua
cabeça e faça essa oração:
Senhor Deus, meu amado Pai Criador, Amada Mãe Terra, Ama-
da Mãe Água, Sagradas Forças Vegetais, peço de coração que
abençoem esse banho. Que ele seja verdadeira força viva em
minha vida, em meu campo energético, proporcionando saúde
espiritual e física, limpeza astral, e que todas as formas de vida
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DEFUMAÇÕES
E INCENSOS
Defuma com as ervas da Jurema... defuma com arruda e guiné...
Benjoim, alecrim e alfazema... vamos defumar filhos de Fé.
Entoando o cântico da Jurema, o aparentemente simples car-
vão em brasa se torna elemento-veículo para que as ervas secas -
material já transformado - novamente entre em ritmo de transforma-
ção, desta vez se fundindo e liberando no elemento eólico (ar) suas
qualidades curativas e equilibradoras, profiláticas e limpadoras dos
campos astrais mais sutis, mais externos e dissolvedoras dos acúmu-
los de organismos insensíveis ao elemento aquático.
Essa cena é muito comum nas casas Umbandistas, normal-
mente os trabalhos de caridade são precedidos de uma boa defuma-
ção. Ela prepara o ambiente, o astral dos médiuns, e há quem possa
ver o movimento no astral espiritual e que confirme, todos os espíri-
tos que irão trabalhar na sessão daquele dia se defumam também na
contraparte etérica, e além de se defumar, guardam em dispositivos
armazenadores astrais uma boa parte das essências vegetais-eólicas,
para posterior uso durante os passes. Tão antigo quanto os banhos, as
defumações aliam dois elementos importantes no trato com as ervas.
O fogo e o ar.
O elemento vegetal não combina com o fogo. O fogo é elemen-
to oposto ao vegetal. Essa afirmação é verdadeira quando falamos do
vegetal in natura, a erva fresca.
Como já dissemos, a erva fresca tem uma grande concentra-
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BATE FOLHAS
Pegue um bom maço de folhas ou flores e bata nos cantos de sua
casa, nas portas e janelas, embaixo das camas, banheiro, enfim, na
casa toda. Esse ato é muito comum como prática religiosa e requer
bastante concentração.
Você pode também pegar um pedaço de galho de pitanguei-
ra, figueira, ou outra árvore que você sinta afinidade, e usá-lo como
cabo para uma vassoura simbólica, onde você irá amarrar um maço
de ervas com um barbante e passar pelo chão de sua casa, como se
estivesse varrendo simbolicamente de dentro para fora, todo o lixo
astral acumulado no lado espiritual do ambiente.
O elemento natural estará unicamente em sua mão e depen-
derá somente de sua fé e boa vontade para agir em benefício de
alguém ou de um local.
Usamos o bate folhas também para fazer benzimentos, pas-
sando o maço de ervas pelo corpo da pessoa a ser benzida, fazendo
a reza do benzimento.
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SAL GROSSO
Esse elemento, de considerada agressividade, também pode ser usa-
do junto com as ervas.
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UM POUCO MAIS
SOBRE BENZIMENTO
Como o nome diz, benzer, tornar bento, ou melhor ainda – “bendizer”
ou dizer bem de algo ou alguém. Essa é a melhor forma de abençoar:
dizendo-se bem.
De acordo com a lei da atração, prenunciada dessa forma: so-
mos o que pensamos e vibramos, podemos dizer também que pro-
porcionamos aos outros e aos locais o que pensamos e vibramos;
então, ao bendizer alguém, automaticamente o abençoamos e, ao
contrário, o efeito também se torna realidade, ou seja, ao lembrarmos
algo ou alguém com raiva, ódio, rancor, más lembranças, enfim, envia-
mos a essa pessoa vibrações contrárias às bênçãos.
Efetivamente, podemos dizer que o benzimento é o ato de dizer
(pedir) a Deus, à Natureza, às Forças Divinas da Criação, à Lei Maior, à
Justiça Divina que abençoe essa pessoa, e para isso você está aqui,
dizendo bem dela, ou bendizendo – “benzendo”.
Avalizar, dar aval à benção daquela pessoa, colocar-se como ins-
trumento de intersecção entre o pedinte e a divindade, pedir pela cura,
pela abertura de caminhos, por empregos, paz espiritual, até mesmo
pedir por bichos de estimação, ou coisas.
No passado, era bastante comum ouvirmos benzer “erisipela,
bucho virado, caxumba, mau olhado, susto, vermes etc.”
Hoje usamos termos mais modernos para exatamente as mes-
mas coisas. Benzemos uma casa ou um carro novo; benzemos um
recém-nascido; benzemos de tudo enfim.
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CONSAGRAÇÕES
DE ELEMENTOS
PARA O TRABALHO
Você pode consagrar elementos para usar no benzimento, como por
exemplo:
ELEMENTOS FIXOS
Chave, cachimbo, concha, tesoura, faca sem corte, punhal, adaga, co-
lher de pau, crucifixo (de preferência sem Cristo crucificado), medalhas
de santo etc.
ELEMENTOS CONSUMÍVEIS
Azeites com ervas, álcool com ervas, flores, ramos e maços de ervas etc.
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
Vamos agora, juntos, fazer um estudo de caso, fictício, mas muito pró-
ximo à nossa realidade. Usaremos esse estudo de caso para ilustrar
como as ervas podem nos ajudar, na prática.
É muito comum as pessoas, ou nós mesmos, acharmos que
precisamos de uma energia específica, por exemplo, de prosperida-
de, e na ansiedade de resolver logo o problema (a falta de prosperida-
de), usamos rituais, rezas, banhos, defumações, simpatias, enfim uma
gama de opções para assim atingirmos nossa expectativa e resolver o
problema.
No entanto, é comum após tudo isso o resultado ser bastan-
te aquém do esperado. E por que isso acontece? A primeira opção
é realmente o merecimento da pessoa. Nem tudo o que fazemos
com intenção direta é prontamente atendido por questões que
nem sempre temos consciência ou condição de definir. O mereci-
mento está ligado às nossas opções espirituais, aquelas que esco-
lhemos antes de encarnarmos, e também aos recursos que a Lei
Divina nos faculta para cumprirmos nossa missão na Terra. É difícil
de entender, não é?
Isso não quer dizer que temos que nos conformar e dizer que “é
assim mesmo”. Podemos mudar nosso destino, ou carma, mudando
nosso comportamento diante da vida.
Lembremos a máxima: Se você quer um resultado que
nunca teve, terá que fazer coisas que nunca fez. Isso inclui
mudar determinados comportamentos viciados. A outra opção, e
bem mais provável, é aquela de que normalmente estamos im
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
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RITUAL DE LIMPEZA
E ENERGIZAÇÃO COM
ERVAS
1º DIA – LIMPEZA PROFUNDA
Esse primeiro dia é bastante importante, dependendo da gravida-
de da atuação, precisará ser repetido.
Usamos as ervas sempre em número ímpar, por entender
que são desagregadoras. Três, cinco, sete, nove, etc. Não precisa-
mos exagerar. Normalmente três ervas são suficientes para uma
boa limpeza.
Sete podem ser usadas para uma limpeza bastante comple-
ta. Use o bom senso e dentro dos exemplos que darei a seguir esco-
lha o número de ervas necessário para a limpeza profunda:
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
Vamos às ervas:
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
3º DIA – ESPECÍFICO
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DEFESA OU MANUTENÇÃO
ENERGÉTICA DIÁRIA
Podemos unir as ervas usadas para limpeza pesada e as usadas
para equilíbrio e energização em um único preparo, banho ou de-
fumação.
Esse processo é muito conhecido como banho ou defuma-
ção de defesa. Use sua criatividade baseado nas regras de amor e
bom-senso. Não deixe que as facilidades dos preparos prontos se-
jam sua prática somente. Há bons preparos prontos no mercado,
mas faça os seus próprios preparos e verá a força ativa que terá em
suas mãos.
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Rituais com Ervas, por Adriano Camargo
PRIMEIRO TERREIRO
DE UMBANDA
Umbanda ainda é Amor e Caridade. Disso não tenho dúvidas, e espero
que a maioria dos irmãos também não tenham. Umbanda ainda é o
Preto Velho no toco, é o brado do Caboclo, é a alegria dos Erês...
Tive a oportunidade de iniciar um trabalho que estava “enga-
vetado” já há alguns anos, que era reunir num compêndio a opinião
de algumas personalidades antigas na religião de Umbanda por esse
Brasil afora, e de forma simples e objetiva transformar essas informa-
ções em conhecimento prático, de forma que pudéssemos entender
as origens de alguns mitos e dogmas, e também de algumas receitas
fantásticas com ervas e elementos naturais.
Fui conhecer o primeiro terreiro de Umbanda do Brasil, a Tenda
Espírita Nossa Senhora da Piedade, hoje funcionando dentro da Tenda
“Cabana de Pai Antônio”, no município de Cachoeiras de Macacu, esta-
do do Rio de Janeiro.
Tive a oportunidade de uma breve entrevista com a neta de Pai
Zélio de Moraes, Sra. Lygia Cunha, sobre o uso das erva no terreiro atu-
almente e sobre como Pai Zélio as usava no dia a dia, seja através de
Pai Antônio ou do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas.
Não vou transcrever toda a entrevista, mas quero dividir com vo-
cês as impressões que tive. E não quero de forma nenhuma que esse
trabalho possa levar a imaginação fértil de alguém a acreditar que que-
remos desqualificar o uso das ervas por qualquer que seja, queremos
realmente entender aqueles que nos conduziram até aqui. Muito bem,
o terreiro é num lugar LINDO! Fantástico mesmo, a natureza se faz pre-
sente em primeiro lugar. O próprio rio Macacu passa dentro do lugar,
cercado por vegetação local exuberante e poderosa.
Há vários pontos de força no local, rio, corredeira, uma pequena
pedreira, a própria mata, que garantem um verdadeiro chacra natural
alimentador e sustentador do propósito ali realizado pela religiosidade.
O uso das ervas não difere em nada do que falamos aqui no JUS
nesses últimos anos. Os banhos, as defumações, os benzimentos estão
presentes no dia a dia.
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- Tempo;
- Bacia ou travessa de louça, inox, esmalte, etc;
- Um pano branco de cabeça;
- Um pano branco para colocar as ervas;
- Ervas: arruda, guiné, peregum roxo, hortelã, manjericão, alecrim
e folhas de pitanga.
Antes de sair de casa acenda uma vela ao seu anjo da guarda
pedindo proteção e inspiração. Dirija-se a um local tranquilo à bei-
ra da cachoeira, riacho, lago ou corredeira. Peça licença aos Orixás
regentes do ponto de força, estenda o pano branco e coloque as
ervas sobre ele separadas.
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OS AMACIS
Chamados de amacis, as águas de lavagem de cabeça têm várias fun-
ções dentro dos rituais afro-religiosos e seus descendentes litúrgicos
como a Umbanda.
Como o nome já diz, “água de lavagem de cabeça”, ou água
para o ori, são preparados especialmente para o uso na cabeça, no
chacra coronário. Dentro da Umbanda, o consagrado uso dos banhos,
tomados em reservado, cada um em suas próprias casas, após
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AMACIS ESPECÍFICOS
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