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Hannah Arendt

Foi uma das filósofas mais influentes do séc.XX, nasceu na Alemanha e


tinha origem judaica.

As suas obras destacaram-se na análise e na crítica violenta ao


totalitarismo e à violência social.
Hannah realçou-se por desenvolver uma forma de reflexão política
inovadora. Ela desafiou conceitos tradicionais e convencionais, como, a
existência da esquerda e da direita na política.
Em 1951 lançou o seu primeiro livro, “Origens do Totalitarismo”, dividido
em três partes, “Antissimitismo”, “Imperialismo” e “Totalitarismo”.
Nele, ela analisou as origens dos regimes totalitários de Hitler (na
Alemanha) e de Stalin (na União Soviética). Arendt afirma que estes
regimes utilizavam o terror como forma de imposição ideológica para a
sociedade.
Ela analisou os diversos elementos sociais que explicam como é que a
sociedade (alemã e soviética) “aceitou” as atrocidades realizadas pelos
estados totalitários. Analisou também as raízes da sociedade moderna.
Nesse sentido, destaca-se a análise sobre os significados que as
sociedades atribuem à política e à existência.
E abordou a questão do poder nas sociedades

Em 1961 publicou “Entre o Passado e o Futuro” onde afirma que a


palavra e a ação, para se converterem em política, necessitam de um
espaço que permita o aparecimento da liberdade.

Em 1963, publicou “Eichmann em Jerusalém". Deste surgiu o conceito


de banalidade do mal.
Hannah Arendt é convidada para acompanhar o julgamento de
Eichmann em Jerusalém, um oficial da SS (organização paramilitar
ligada ao Partido Nazista e a Adolf Hitler na Alemanha Nazista)
responsavel por organizar a logística para a “solução final”, plano
nazista para exterminação dos judeus na Alemanha.
As reflexões baseiam-se na observação e percepção sobre o quão
“comum” seria Eichmann, pois em todos os momentos defendia-se
dizendo que estava apenas cumprindo ordens.
Na sua reflexão, Hannah diz que Adofl Eichmann era desprovido de um
senso de pensamento crítico, no sentido do mesmo não questionar e
não conversar consigo mesmo.
Partindo daí a ideia de que sociedades que desde a sua formação, isto
é, dos primeiros contatos sociais aprofundam um senso de plena
obediência são suscetíveis a cair na graça de regimes totalitários.
Hannah pressupõe a liberdade de pensamento, definindo que “abdicar
de pensar também é crime”.
Posto isto, o mal é considerado não como algo surpreendente, fruto de
mentes doentias, mas como um aspecto da sociedade, onde os comuns
o praticam. Arendt argumenta que existiam vários como Eichmann, que
não viam maldade nas suas ações.
Agora vou citar três das suas frases que explicam melhor a sua forma
de pensar:
1. “O revolucionário mais radical se torna um
conservador no dia seguinte à revolução” → Para
Hannah, liberdade política é sinônimo de ação. A humanidade
só se torna livre, de facto, ao agir e decidir, em conjunto, o seu
futuro comum.
2. “A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter
direitos'' → A preservação do espaço público é um tema
constante e de grande relevância no pensamento de Arendt: essa
seria a única forma de assegurar as condições da prática da
liberdade e da manutenção da cidadania.
3. “Poder e violência são opostos; onde um domina
absolutamente, o outro está ausente” → O último livro
publicado por Arendt, em 1963, é inteiramente dedicado a
compreender porque é que o mundo vivia (e ainda vive) uma
escalada de destruição e guerras. Ela mostra que a glorificação da
violência não se restringe à minoria de militantes e extremistas. E
que a base do poder é, na realidade, a convivência e a cooperação.
Segundo Arendt, a violência destrói o poder, pois baseia-se na
exclusão da interação e da cooperação entre as pessoas.

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