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Aprofundamento

Medicina
Semana 24 e 10
Biologia

Tipos de ovos e segmentações

Resumo

Para a biologia, a definição de ovo se refere ao zigoto, que é formado pela união de dois gametas, ou seja,
produzido pela fertilização entre duas células haploides: um óvulo de uma fêmea e um espermatozoide de
um macho, que se juntam para formar uma única célula diploide. Dependendo da quantidade de vitelo e da
forma como ele está distribuído, os ovos podem ser classificados em quatro grupos principais:
• Ovo oligolécito ou isolécito: possui pouco vitelo, que fica distribuído de forma homogênea no citoplasma.
Estes ovos são encontrados em mamíferos placentários, anfioxos e equinodermos.

• Ovo mesolécito ou heterolécito: possui uma quantidade considerável de vitelo, que ocupa cerca de
metade do volume do citoplasma. O lado que possui maior quantidade de vitelo é chamado de polo
vegetativo, e o com menor quantidade é chamado de polo animal. São encontrados nos anfíbios,
anelídeos e moluscos.

• Ovo megalécito ou telolécito: possui grande quantidade de vitelo, que ocupa quase todo o ovo,
empurrando o núcleo para uma região mais periférica e próxima à membrana plasmática. Esta região é
chamada de disco germinativo, e aqui também há a divisão de polo animal e polo vegetal. São ovos
encontrados nas aves, peixes e répteis.

• Ovo centrolécito: possui o vitelo circundando o núcleo. É encontrado nos artrópodes.

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Biologia

As diferentes concentrações e distribuições de vitelo fazem com que eles tenham diferentes formas de
segmentação, visto que a região do vitelo, por ser mais densa, apresenta as divisões celulares ocorrendo de
maneira mais lenta. Podemos classificar sua segmentação em:
• Holoblástica: Segmentação total, apresentando divisões em todo o ovo. Pode ser classificada ainda em
dois subtipos: Na holoblástica igual, que ocorre em ovos oligolécitos, é observada uma divisão que as
células apresentam praticamente todas o mesmo tamanho. Já na segmentação holoblástica desigual,
que ocorre nos ovos mesolécitos, observa-se a formação de células de tamanhos diferentes, sendo as
menores no polo animal (micrômeros) e as maiores no polo vegetativo (macrômeros).

Representação dos tipos de segmentação holoblástica.

• Meroblástica: Segmentação parcial, apresenta divisões apenas na região sem vitelo. Também pode ser
dividida em dois tipos: Na discoidal, que ocorre em ovos megalécitos, a divisão ocorre na região do
disco germinativo, enquanto na superficial, que ocorre em ovos centrolécitos, a divisão acontece na
região periférica do ovo.

Representação dos tipos de segmentação meroblástica.

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Biologia

Exercícios

1. Qual a diferença, no desenvolvimento embrionário, entre animais com ovos oligolécitos e animais com
ovos telolécitos?
a) Número de folhetos embrionários formados.
b) Presença ou ausência de celoma.
c) Presença ou ausência de notocorda.
d) Tipo de segmentação do ovo.
e) Modo de formação do tubo neural.

2. Um óvulo com quantidade média de vitelo distribuída irregularmente, ficando o núcleo deslocado para
um dos polos da célula, pode ser de:
a) anfíbios e sofreria clivagem meroblástica;
b) anfíbios e sofreria clivagem holoblástica desigual;
c) ave e sofreria clivagem, holoblástica desigual;
d) anfioxo e sofreria clivagem holoblástica igual;
e) equinoderma e sofreria clivagem holoblástica igual.

3. Com relação à quantidade de reservas nutritivas, encontram-se os seguintes tipos de ovos:


oligolécitos, telolécitos com a diferenciação polar incompleta, telolécitos com a diferenciação polar
completa e centrolécitos.
Leia com atenção a descrição a seguir:
“Ovo onde o vitelo tende a ficar e um dos polos, no caso polo vegetativo ou nutritivo; enquanto o núcleo
fica deslocado para o polo oposto, isto é, o polo animal. Esse tipo de ovo ocorre nos platelmintos,
moluscos e anelídeos”.
Pergunta-se: Qual o tipo de ovo descrito no texto acima?

4. De acordo com seus conhecimentos em embriologia, explique: Qual é a influência do vitelo no tipo de
segmentação do ovo? Exemplifique.

5. Qual a diferença, no desenvolvimento embrionário, entre animais com ovos oligolécitos e animais com
ovos telolécitos?
a) Número de folhetos embrionários formados.
b) Presença ou ausência de celoma.
c) Presença ou ausência de notocorda.
d) Tipo de segmentação do ovo.
e) Modo de formação do tubo neural.

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Biologia

6. Óvulos de mamíferos são pequenos, microscópicos, com diâmetro variando de 75 a 140 micrômetros.
Já o óvulo de galinha atinge mais de 3 centímetros de diâmetro.
a) Que substância, armazenada no citoplasma do óvulo, responde por esta diferença de tamanho?
b) Qual a razão desta diferença de tamanho, considerando-se a reprodução de mamíferos e aves?

7. O tipo de segmentação que ocorre em um ovo depende diretamente do tipo de ovo analisado. Em ovos
oligolécitos, por exemplo, é possível observar divisões em toda a estrutura, com a formação de
blastômeros que possuem o mesmo tamanho aproximadamente. Marque a alternativa que indica
corretamente o nome desse tipo de segmentação:
a) segmentação holoblástica igual.
b) segmentação holoblástica desigual.
c) segmentação meroblástica igual.
d) segmentação meroblástica desigual.

8. Algumas vezes, a segmentação não ocorre em todas as partes de um ovo, mas apenas na região do
disco germinativo. Esse tipo de segmentação, comum em ovos telolécitos, é chamado de:
a) segmentação holoblástica igual.
b) segmentação holoblástica desigual.
c) segmentação meroblástica discoidal.
d) segmentação meroblástica superficial.

9. Sabemos que a embriologia é a parte da Biologia que estuda as transformações que se processam
numa célula em desenvolvimento. Cite os tipos de ovos que se formam após a fecundação, sua
segmentação e um exemplo de ocorrência.

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Biologia

Gabarito

1. D
A segmentação do ovo está intimamente relacionada com a quantidade e distribuição do vitelo. Em
ovos oligolécitos, a segmentação é holoblástica igual. Já em ovos telolécitos, a segmentação é
meroblástica discoidal.

2. B
Na segmentação holoblástica desigual, observa-se a formação de células pequenas (micrômeros) no
polo animal e células maiores (macrômeros) no polo vegetativo. Este tipo de ovo é o que ocorre em
anfíbios, que apresentam quantidade moderada de vitelo.

3. Trata-se de um ovo heterolécito, ou mesolécito, que apresenta grande quantidade de vitelo, o suficiente
para alterar a posição do núcleo na célula. Este ovo também é encontrado em anfíbios.

4. Quanto maior a quantidade de vitelo no ovo, mais difícil será a clivagem ou segmentação. Por exemplo,
um ovo oligolécito (ex.: mamífero) com pouco vitelo apresenta clivagem total. Já um ovo megalécito
(ex.: ave) apresenta clivagem parcial, com a região do polo vegetativo não sofrendo divisão.

5. D
A segmentação do ovo está intimamente relacionada com a quantidade e distribuição do vitelo. Em ovos
oligolécitos, a segmentação é holoblástica igual. Já em ovos telolécitos, a segmentação é meroblástica
discoidal

6.
a) Esta diferença de tamanho ocorre por conta da quantidade de vitelo acumulado em cada óvulo.
b) Os ovos de mamíferos (oligolécitos) possuem pouco vitelo, já que normalmente o embrião é nutrido
pela placenta materna. Já os ovos das aves (telolécitos) desenvolvem-se completamente dentro de
um ovo, sendo necessário grande quantidade de vitelo para nutrir o embrião durante todo o processo
de crescimento.

7. A
Na segmentação holoblástica, todo o ovo sofre divisões. Na segmentação holoblástica igual, todas as
divisões formam blastômeros relativamente do mesmo tamanho.

8. C
A segmentação meroblástica provoca divisões em apenas uma parte do ovo. Na segmentação discoidal,
essas divisões ocorrem na região do disco germinativo.

9. Ovo oligolécito - segmentação holoblástica igual


ex: mamíferos, invertebrados marinhos...
Ovo heterolécito - segmentação holoblástica desigual
ex: anfíbios...
Ovo Telolécito - segmentação meroblástica discoidal
ex: aves, répteis, peixes...
Ovo Centrolécito - segmentação meroblástica
superficial
ex: insetos, crustáceos, aracnídeos

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Física

Exercícios de Curto-circuito

Exercícios

1. A passagem da corrente elétrica pode produzir calor. Instalações elétricas malfeitas, uso de materiais
de baixa qualidade ou desgaste de materiais antigos podem provocar curto-circuito. Para evitar-se
riscos de incêndios, as instalações elétricas devem conter um dispositivo de segurança denominado:
a) fusíl.
b) resistor.
c) estabilizador de tensão.
d) disjuntor.
e) relógio de luz.

2. Na figura abaixo, as correntes i1, i2, e i3 valem, respectivamente:

a) 5 A; 5 A; Zero.
b) 3,3 A; 3,3 A; 3,3 A.
c) 2,5 A; 2,5 A; 5 A.
d) Zero; zero; 10 A.
e) 10 A; 10 A; 10 A.

3. Um eletricista deve instalar um chuveiro que tem as especificações 220 V − 4.400 W a 6.800 W.
Para a instalação de chuveiros, recomenda-se uma rede própria, com fios de diâmetro adequado e um
disjuntor dimensionado à potência e à corrente elétrica previstas, com uma margem de tolerância
próxima de 10%. Os disjuntores são dispositivos de segurança utilizados para proteger as instalações
elétricas de curtos-circuitos e sobrecargas elétricas e devem desarmar sempre que houver passagem
de corrente elétrica superior à permitida no dispositivo.
Para fazer uma instalação segura desse chuveiro, o valor da corrente máxima do disjuntor deve ser
a) 20 A.
b) 25 A.
c) 30 A.
d) 35 A.
e) 40 A.

1
Física

4. Na associação da figura abaixo, a resistência equivalente entre os pontos A e B vale:

a) 4 Ω.
b) 7 Ω.
c) 2 Ω.
d) 3 Ω.

5. As afirmativas a seguir referem-se às precauções que um técnico eletricista deve tomar com relação
à segurança no seu trabalho. Assinale (V) para as afirmativas verdadeiras ou (F), para as falsas.
I. O risco de choque elétrico ocorrendo quando se toca em dois ou mais fios ao mesmo tempo.
II. O eletricista deve usar luvas de borracha adequadas e evitar curtos-circuitos entre dois ou mais
fios, quando trabalhar com a rede elétrica energizada.
III. O uso de botas de borrachas impede a ocorrência de choques elétricos.

Está(ãos) correta(s):
a) apenas as afirmativas I e II.
b) apenas as afirmativas II e III.
c) apenas a afirmativa I.
d) apenas a afirmativa II.
e) apenas a afirmativa III.

2
Física

6. Um circuito é formado por uma bateria ideal, que mantém em seus terminais uma diferença de
potencial V, um amperímetro ideal A, uma chave e três resistores idênticos, de resistência R cada um,
dispostos como indica a figura. Com a chave fechada, o amperímetro registra a corrente I. Com a
chave aberta, o amperímetro registra a corrente I':

A razão I'/ I vale:


a) 3/4
b) 5/4
c) 7/4
d) 3/5
e) 6/5

7. A resistência equivalente entre os pontos A e B é, em ohms:

a) 1
b) 2
c) 3
d) 5
e) 9

3
Física

8. Sendo mantida constante a d.d.p. entre os pontos A e B, em qual das opções a seguir a associação é
percorrida pela maior intensidade de corrente?

a) c) e)

b) d)

9. Dada a associação na figura abaixo, calcule a resistência equivalente entre os terminais A e B.

10. No circuito esquematizado na figura, os fios AK e BJ têm resistências desprezíveis (quando


comparadas a 12 Ω) e não se tocam.

a) Calcule a resistência equivalente entre A e B.


b) Calcule as intensidades das correntes nos fios AK e BJ.

4
Física

Gabarito

1. D
Os disjuntores são dispositivos modernos que desligam quando a corrente atinge valores além dos pré-
dimensionados, como no caso dos curtos-circuitos.

2. D
Existe um curto no caminho onde passa a corrente i3. Isso o significa que, pela lei de ohm, a corrente
nesse caminho tendo ao infinito, em teoria. Na prática, isso significa que esse caminho ira “puxar” o
maior valor de corrente fornecido pela bateria, ou seja, o valor de 10ª, não deixando nada i1 e i2. Logo, i1
e i2 são nulos.

3. D
Calculando a corrente para potência máxima de 6.800 W :
P 6.800
P = Ui  i = = = 30,9 A.
U 220

Considerando a margem de tolerância de 10%, a corrente máxima do disjuntor deve ser:


imáx = 1,1i = 1,1 30,9  imáx = 34 A.

Adotando o valor imediatamente acima:

imáx = 35 A.

4. C
𝟐. 𝟐
𝑹𝒆𝒒 = (𝟎, 𝟓 + 𝟎, 𝟓) + ( ) = 𝟐𝛀
𝟐+𝟐
O circuito está em curto, logo, não irá passar corrente pelos resistores de 1Ω do circuito. Com isso, essas
resistências não são contabilizadas.

5. D

5
Física

6. A
Chave fechada: A 𝑹𝒆𝒒 dos três resistores é
𝑅 3𝑅
𝑅+ =
2 2

Sendo a corrente indicada no amperímetro:


𝑈 2𝑈
𝑖= =
3𝑅/2 3𝑅

Chave aberta: O resistor à direita fica fora do circuito, logo, a 𝑅𝑒𝑞 dos 2 resistores restantes é

R + R = 2R

e a corrente no amperímetro:
𝑈
𝑖′ =
2𝑅

Portanto:
𝑈
𝑖 ′ 2𝑅 3
= =
𝑖 2𝑈 4
3𝑅

7. A
O circuito em questão apresenta fios sem resistências que modificam o comportamento da corrente
elétrica do nosso circuito. Com isso, vamos analisar o circuito utilizado a lei dos nós para identificar os
potenciais em cada nó do nosso circuito. Marcar esses potenciais nos auxilia na identificação da
associação dessas resistências. OBS: Vamos marcar os potenciais em outros pontos que não são nós
para facilitar a visualização. Marcando alguns pontos de interece, temos o circuito assim:

Com isso da para ver que os três resistores encontram-se entre os mesmos pontos A e B, isso significa
que os três estão sobre a mesma diferença de potencial. Essa é uma caracteristica da associação em
paralelo, logo, esses circuitos estão ligados em paralelo. A Resistência equivalente dessa associação
pode ser calculada como:

1 1 1 1
= + +
𝑅𝑒𝑞 3 3 3
𝑅𝑒𝑞 = 1 Ω

6
Física

8. E
Como a DDP do circuito é cte, ter o maior valor de corrente possível significa fornecer o menor valor de
resistência possível. Dentre as opções, a letra E é a mais indicada por fornecer o valor de R.

9. 1 Ω.

10.
a) Olhando bem para o circuito e fazendo o caminho da corrente (aconselho reescrever para uma
melhor análise) da para notar que os “curtos” na verdade transformaram a associação de
resistências em uma associação em paralelo. Logo:
𝑅 12
𝑅𝑒𝑞 = = = 4Ω → 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 𝑠𝑖𝑚𝑝𝑙𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑑𝑎 𝑎𝑠𝑠𝑜𝑐𝑖𝑎çã𝑜 𝑒𝑚 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 𝑐𝑜𝑚 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑠 𝑖𝑔𝑢𝑎𝑖𝑠
𝑛 3

b) Com o valor descrito acima, podemos encontrar o valor de corrente associado a bateria:

𝑈 12
𝑈 = 𝑅𝑒𝑞 . 𝑖 → 𝑖 = = = 3𝐴
𝑅𝑒𝑞 4
Como os resistores possuem o mesmo valor, ambos compartilham do mesmo potencial a DDP
constante. Logo cada resistir possui 1A.

A caminho AK = BJ no que diz respeito ao número de resistências, sendo elas 2 resistências. Logo,
no caminho, passa 2A.
Contexto.

7
Química

Equilíbrio químico: princípio de Le chatelier – exercícios específicos

Exercícios

1. Em indústrias de galvanização, os efluentes são comumente contaminados com íons metálicos


provenientes das cubas eletrolíticas. Esses íons podem ser eliminados dos efluentes por precipitação,
formando hidróxidos metálicos insolúveis.
A equação a seguir representa a precipitação de íons Cu2+ :

Os íons fulminato (CNO− ) produzidos na reação podem ser eliminados do efluente por adição de íons
hipoclorito, conforme a equação a seguir:

− −
2 CNO(aq) + 3 C O(aq) + H2O( ) → N2(g) + 3 C −(aq) + 2 HCO3(aq)

a) De acordo com o princípio de Le Chatelier, a adição de um ácido ao efluente favorecerá ou


prejudicará a precipitação dos íons Cu2+ ? Justifique sua resposta.

b) Considerando R = 0,082 atm  L  mol−1  K−1, calcule o volume de gás nitrogênio produzido
quando 10 mols de CNO− são eliminados de um efluente, a 1atm e a uma temperatura de
300 K.

2. Crômio hexavalente é uma forma oxidada do metal crômio com alto poder carcinogênico, além de
possuir ação irritante e corrosiva no corpo humano. Ele pode existir em duas formas: íons cromato
(CrO24− ) e íons dicromato (Cr2O72− ). A conversão de íons CrO24− em íons Cr2O72− pode ser feita
modificando-se o pH do meio, de acordo com a equação:

Por outro lado, a redução desses íons para a formação de Cr 3+ pode ocorrer em meio ácido ou neutro,
conforme as reações:
Cr2O72− + 14 H+ + 6 e− → 2 Cr 3+ + 7 H2O
E = +1,33 V
CrO24− + 4 H2O + 3 e− → Cr(OH)3 + 5 OH−
E = −0,12 V

Explique, com base no princípio de Le Chatelier, o que deve ocorrer com o pH de uma solução para
aumentar a porcentagem de íons Cr2O72− em relação aos íons CrO24−.

1
Química

3. Numa atividade física intensa, as células do tecido muscular de um atleta demandam energia. Essa
energia é armazenada na forma de moléculas de ATP (adenosina trifosfato) e pode ser obtida através
da conversão de ATP em ADP (adenosina difosfato), conforme mostrado na equação (I). Essa reação
em condição intracelular fornece uma energia livre de Gibbs ΔG0 = −11,5 kcal mol−1.
A creatina (M = 131g mol−1) é um dos suplementos mais populares utilizados atualmente por atletas.
A ingestão de creatina faz com que aumente a concentração de fosfocreatina dentro da célula do
tecido muscular. A fosfocreatina reage com ADP, produzindo ATP através de uma reação enzimática,
mostrada na equação de equilíbrio (II).

a) Durante esforço físico intenso, o que acontece com a razão entre as concentrações
[creatina] [fosfocreatina] dentro da célula do tecido muscular?

b) Como se pode prever isso utilizando o Princípio de Le Châtelier?

4. Considere o seguinte equilíbrio químico, a 25 C :

a) Nesse equilíbrio ocorre oxirredução? Justifique sua resposta.

b) Considere uma solução aquosa de K 2Cr2O7 0,1mol L. Ao ser adicionado HC (aq) a essa
solução, qual a cor predominante da solução? Justifique sua resposta com base no princípio de
Le Chatelier.

2
Química

5. O metanol, CH3OH, é utilizado como solvente, anticongelante, material de partida para outros
produtos químicos e também na produção de biodiesel. Considere a seguinte reação:

Disponível em: http://qnint.sbq.org.br. Adaptado.

a) Escreva a expressão que representa a constante de equilíbrio (K c ) dessa reação e calcule o seu
valor para um sistema em que, nas condições de equilíbrio as concentrações de metanol,
monóxido de carbono e hidrogênio sejam 0,145 mol L−1, 1mol  L−1 e 0,1mol  L−1,
respectivamente.
b) Considerando o princípio de Le Chatelier, o que acontece no sistema em equilíbrio quando a
pressão é aumentada? Justifique sua resposta.

6. O metanol, CH3OH, é uma substância de grande importância para a indústria química, como matéria-
prima e como solvente. Esse álcool é obtido industrialmente pela reação entre os gases CO e H2 ,
conforme a equação:

Para realizar essa reação, os gases reagentes, misturados na proporção estequiométrica e em


presença de catalisador (geralmente prata ou cobre), são comprimidos a 306 atm e aquecidos a
300 C. Nessas condições, o equilíbrio apresenta um rendimento de 60% no sentido da formação de
metanol.

Escreva a expressão da constante K p desse equilíbrio e explique o papel do catalisador na reação


entre os gases CO e H2 . Com base no princípio de Le Chatelier, justifique a importância da
compressão desses gases para a produção de metanol e explique o que aconteceria com o rendimento
do equilíbrio no sentido da formação de metanol, caso a reação ocorresse em temperaturas superiores
a 300 C.

3
Química

7. Grande parte dos pacientes com hiperparatiroidismo brando exibe poucos sinais de doença óssea e
raras anormalidades inespecíficas, em consequência da elevação do nível do cálcio, mas apresenta
tendência extrema à formação de cálculos renais. Isso se deve ao fato de que o excesso de cálcio e
fosfato absorvidos pelos intestinos ou mobilizados dos ossos no hiperparatiroidismo será finalmente
excretado pelos rins, ocasionando aumento proporcional nas concentrações dessas substâncias na
urina. Em decorrência disso, os cristais de oxalato tendem a se precipitar nos rins, dando origem a
cálculos com essa composição.
A reação de hidrólise do oxalato de cálcio está abaixo representada.

Se um paciente tem uma dieta rica em alimentos cítricos como, por exemplo, brócolis, repolho, fígado,
couve-flor, couve, espinafre, tomate, etc., bem como rica em frutas como limão, morango, acerola e
laranja dificultará a formação dos cristais de oxalato encontrados na urina.
Justifique essa dieta como tratamento alimentar com base no Princípio de Le Chatelier.

8. O bicarbonato de sódio é um produto químico de grande importância. Ele possui diversas aplicações,
sendo largamente utilizado como antiácido, para neutralizar a acidez estomacal, e como fermento
químico, na produção de pães, bolos etc. Nos EUA, a produção industrial do bicarbonato de sódio
utiliza o método de extração do mineral Trona. Já no Brasil e vários países da Europa, o bicarbonato
de sódio é produzido industrialmente pelo Processo Solvay, um dos poucos processos industriais não
catalíticos. Esse processo consiste em duas etapas. Na primeira, a salmoura é saturada com amônia.
Na segunda, injeta-se gás carbônico na salmoura saturada, o que provoca a precipitação do
bicarbonato de sódio. As duas etapas podem ser descritas pelas duas equações a seguir:

Sobre essas etapas, responda:

a) Por que se adiciona amônia na primeira etapa do processo?


b) Utilizando as informações fornecidas e os conceitos do Princípio de Le Châtelier, que condições
experimentais de temperatura e pressão favorecerão maior eficiência do processo nas duas
etapas?

4
Química

9. As moléculas de triacilglicerol são diferenciadas em função das cadeias carbônicas oriundas dos
ácidos graxos que sofreram condensação por esterificação com os grupos álcool da molécula de
glicerol (propano-1,2,3-triol). Os principais ácidos graxos apresentam cadeias não ramificadas e
número par de átomos de carbono, podendo ser saturados ou insaturados. Em função da presença de
uma insaturação entre átomos de carbono, tem-se a possibilidade de ocorrência dos dois isômeros
geométricos: cis e trans. O isômero trans é mais estável que o cis. A principal fonte de ácidos graxos
trans é a hidrogenação parcial de óleos vegetais (triacilglicerol) usados na produção
de margarina e gordura hidrogenada, conforme a equação de equilíbrio indicada abaixo. O mecanismo
da reação envolve a adição da molécula de hidrogênio à dupla ligação, mediada pelo catalisador, e
formação de uma ligação saturada entre átomos de carbono.

Ácido graxo insaturado + H2  Ácido graxo saturado

A partir das informações fornecidas acima e utilizando o Princípio de Le Châtelier, que condição
garante um maior rendimento da reação de hidrogenação?

10. Uma das substâncias responsáveis pelo odor desagradável em banheiros muito utilizados é o gás
amônia (NH3), resultante da decomposição da ureia presente na urina. Este gás é dissolvido na água
e reage com ela, produzindo íons amônio (NH+4) em solução.
Estando disponíveis soluções aquosas de ácido clorídrico (HCℓ), hidróxido de sódio (NaOH) e cloreto
de sódio (NaCℓ), qual delas deveria ser utilizada para a diminuição imediata do odor da amônia? Utilize
o Princípio de Le Chatelier para justificar sua resposta.

5
Química

Gabarito

1.
a) A adição de um ácido (H+ ) consumirá os ânions OH− e o equilíbrio será deslocado para a esquerda,
prejudicando a precipitação dos íons Cu2+ na forma de Cu (OH)2 :
2−
2 Cu(CN)3 (aq) + 7 C O(aq)
− −
+ 2 OH(aq) ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯ −
→ 2 Cu (OH)2(s) + 6 CNO(aq)
+ H2O( ) ⎯⎯⎯⎯⎯⎯
⎯ + 7 C −(aq)
Deslocamento
Diminuirá para a
esquerda

b) Cálculo do volume de gás nitrogênio produzido:


− − − −
2 CNO(aq) + 3 C O(aq) + H2O( ) → N2(g) + 3 C (aq) + 2 HCO3(aq)
2 mol 1 mol
10 mol 5 mol
P V = nR T
1 VN2 = 5  0,082  300
VN2 = (5  0,082  300) L
VN2 = 123 L

2. De acordo com o princípio de Le Chatelier, “Quando se aplica uma força em um sistema em equilíbrio,
ele tende a reajustar procurando diminuir os efeitos dessa força”.
Assim, caso se queira aumentar a quantidade de íons Cr2O72− deve-se aumentar o pH do meio, pois
assim, diminui-se a quantidade de íons H+ disponível nos reagentes, fazendo com que o equilíbrio se
desloque para a esquerda, ou seja, para o sentido de formação do íon Cr2O72− .

3.
a) A razão entre as concentrações [creatina] [fosfocreatina] dentro da célula do tecido muscular
aumenta.
b) De acordo com o enunciado da questão numa atividade física intensa, as células do tecido muscular
de um atleta demandam energia. Essa energia é armazenada na forma de moléculas de ATP
(adenosina trifosfato) e pode ser obtida através da conversão de ATP em ADP (adenosina difosfato),
conforme mostrado na equação (I).
De acordo com o Princípio de Le Châtelier o equilíbrio (II) desloca para a direita devido à produção
de ADP descrito na reação (I).
ADP + HPO24− + H+
Conversão de ATP em ADP
ATP + H2O ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯
→ (I)
Pr oduzido

C4H10N3O5P + ADP + H+ ⎯⎯⎯⎯


⎯⎯⎯⎯⎯
→ C4H9N3O2 + ATP
⎯ (II)
Aumenta Desloca
Fosfocreatina para a Creatina
direita

[C4H9N3O2 ]  
 A razão aumenta.
[C4H10N3O5P] 

6
Química

4.
a) Não ocorre oxirredução, pois não há variação de Nox.
Cr2O72−(aq) + H2O( ) 2 CrO42−(aq) + 2 H+(aq)
Reagentes (direta):
Cr2O72− : Cr Cr O O O O O O O 2−
+6 +6 −2 −2 −2 −2 −2 −2 −2
H2O : H H O
+1 +1−2

Produtos (direta):
CrO42− : Cr O O O O 2−
+6 −2 −2 −2 −2
+
H : +1

b) A adição de HC (aq) a essa solução desloca o equilíbrio para a esquerda, consequentemente, a cor
predominante será o laranja.
laranja amarelo
Cr2O72−(aq) ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ 2 CrO42−(aq) +
+ H2O( ) ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯ 2H+(aq)
deslocamento
para a esquerda aumenta
a
concentração

5.
a) Teremos:
[CH3OH]
Kc =
[CO]  [H2 ]2
(0,145)
Kc = = 14,5
(1)  (0,1)2

b) O sistema será deslocado no sentido de menor volume molar, nesse caso, no sentido de formação
de produto.

6. Expressão da constante K p desse equilíbrio:


CO(g) + 2H2 (g) CH3OH(g)
pCH3OH
Kp =
( )
2
pCO  pH2

7
Química

Importância da compressão ou aumento de pressão: o equilíbrio é deslocado no sentido do menor


volume, o que acarreta maior rendimento no sentido da produção de metanol.

CO(g) + 2H2 (g) CH3OH(g)


1 vol 2vol 1 vol
3 volume 1 volume

⎯⎯
3 volume ⎯→ 1 volume

P V = k
P  V = k
Deslocamento
para a direita
⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯
→ 1 volume
3 volume ⎯⎯⎯⎯⎯⎯

Deslocamento
⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯
→ 1 CH3OH(g)
1 CO(g) + 2H2 (g) ⎯⎯⎯⎯⎯⎯

Caso a reação ocorresse em temperaturas superiores a 300 C, o processo exotérmico seria
desfavorecido e o processo endotérmico seria favorecido. O equilíbrio deslocaria para a esquerda
ocorrendo diminuição no rendimento da produção de metanol.
Exotérmico
(favorecido pela diminuição da temperatura)
⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯
CO(g) + 2H2 (g) ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ CH3OH(g)
⎯ ΔH = –103kJ mol de metanol
Endotérmico
(favorecido pela elevação da temperatura)
Observação: a velocidade aumenta com a elevação da temperatura, porém o rendimento no sentido da
produção de metanol diminui.

7. Teremos
C2O42− + 2H2O H2C2O4 + 2OH−

Uma dieta rica em alimentos cítricos (ácidos) aumenta a presença de íons H+ no meio, isso irá contribuir
para a diminuição dos íons hidroxila, deslocando o equilíbrio no sentido de formação de produto, ou seja,
dificulta a formação de oxalato (C2O4−2 ).

8.
a) Adicionando-se amônia, o primeiro equilíbrio desloca para a direita:
desloca para a direita
⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯
NH3 (g) + H2O( ) ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ NH4+ (aq) + OH- (aq)

Amônia  Hidróxido
Consequentemente aumenta a concentração do ânion hidróxido e o segundo equilíbrio, também,
desloca para a direita e a formação do NaHCO3 é favorecida.
desloca para a direita
⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯
CO2 (g) + OH- (aq) + Na+ (aq) ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ NaHCO3 (s)

Hidróxido 

8
Química

b) A diminuição da temperatura favorece a reação exotérmica. Neste caso os dois equilíbrios são
favorecidos e deslocam para a direita (reações exotérmicas).
A elevação da pressão favorece o deslocamento de equilíbrio no sentido da reação que produz menor
número de mols de gás, ou seja, menor volume. Neste caso os dois equilíbrios são favorecidos e
deslocam para a direita.
desloca para a direita
⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯
NH3 (g) + H2O( ) ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→ NH4+ (aq) + OH- (aq)

1 mol de gás zero mol de gás
ou maior volume ou menor volume

desloca para a direita


⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯
CO2 (g) + OH- (aq) + Na+ (aq) ⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯⎯→
⎯ NaHCO3 (s)
1 mol de gás zero mol de gás
ou maior volume ou menor volume

9. De acordo com o princípio de Le Châtelier a produção de ácido graxo é intensificada com o deslocamento
do equilíbrio para a direita, ou seja, pela adição de H2 .

10. Como o caráter da solução é básico, devemos usar o ácido clorídrico para neutralizá-la. O equilíbrio será
deslocado para a direita devido ao consumo de OH, assim o NH3 se dissolve na água diminuindo seu
odor desagradável.
A adição de NaOH desloca o equilíbrio para a esquerda aumentando o odor.

9
Redação

Repertório: Liberdade

Resumo

O conceito de liberdade

Ao ouvirmos a palavra liberdade, logo nos vem à cabeça uma definição bem clássica: ser livre é “fazer
aquilo que se bem entender”. Mas se pensarmos mais a fundo, podemos chegar à conclusão de que tal
conceito pode variar, seja no âmbito político, filosófico, religioso, histórico etc. Por exemplo, a noção de
liberdade para um budista é a mesma do que para um cristão? Ou então, a noção de liberdade em um regime
ditatorial é a mesma do que em uma sociedade democrática?
Esse tipo de questionamento é importante para que se construa argumentos sólidos sobre qualquer
assunto, não somente sobre liberdade. Só assim conseguimos fugir do senso comum e escrever redações
originais, com embasamento teórico e demonstrando sensibilidade. Os textos abaixo procuram trazer
diferentes visões de liberdade ao longo dos séculos e em diferentes âmbitos sociais, justamente para
enriquecer o repertório intelectual do vestibulando.

A liberdade na antiguidade clássica

Na antiguidade, o conceito de liberdade estava intimamente ligado à política e à jurisdição, sem


ligação direta com o voluntário ou o involuntário. Os gregos até consideravam a existência dessa oposição,
mas não a associavam à liberdade. É importante destacar também que, nessa época, nem todos os homens
poderiam ser considerados livres, somente os cidadãos da polis.
Sócrates foi o primeiro filósofo da história a conceber a ideia de liberdade. Para ele, ela estava
relacionada à noção de autoconhecimento e o homem plenamente livre seria aquele que não se deixaria levar
pelas emoções, mas sim conseguiria dominá-las. Uma palavra chave para as ideias de Sócrates seria
autodomínio. Esse conceito é bem diferente daquele que trazemos no senso comum hoje em dia, afinal, soaria
estranho hoje a associação de “liberdade” com “domínio”. Platão aprofundou esse conceito e , para ele, o
homem deveria “dominar o homem em si” para buscar a liberdade em vida, ainda que ela só poderia ser
atingida após a morte, com a liberação da alma.
Já Aristóteles tinha um conceito de liberdade mais próximo daquele com o qual estamos
acostumados. Para ele, o homem livre é aquele que é hábil em escolher entre as opções de vida que lhe são
oferecidas.

A liberdade na Idade Média

Na Idade Média, época em que a sociedade ocidental era extremamente teocêntrica (ou seja, Deus
era usado como explicação para tudo), a liberdade passou a ser possível para todos, uma vez que somente o
Reino de Deus traria essa liberdade e todos, através da cristandade, poderiam alcançá-la.
O livre arbítrio foi pensado por Santo Agostinho. Para ele, tal ideia era relativa à possibilidade do ser
humano de trilhar o próprio caminho e de fazer suas próprias escolhas. Influenciado pelo catolicismo, ele
considerava que somente quem fizesse as “escolhas certas”, ou seja, não pecasse, poderia alcançar a
liberdade maior, do Reino dos Céus.

1
Redação

A liberdade na Idade Moderna

Na Idade Moderna a discussão acerca da liberdade foi ampliada e muitos filósofos passaram a
discutí-la. Foi nessa era que esse conceito começou a ser associado mais diretamente à política. Filósofos
iluministas, como Jean-Jacques Russeau e John Locke, consideravam que a liberdade era imprescindível para
a sobrevivência dos seres humanos. Locke, inclusive, é o primeiro filósofo a diferenciar a liberdade natural -
relativa ao homem estar livre de qualquer poder superior na terra; da liberdade civil - relativa ao homem estar
livre de qualquer obrigação jurídica.
Alguns filosófos recuperam ideias de liberdade de outras eras. Hobbes recupera Aristóteles e afirma
que a liberdade seria a ausência de impedimentos externos para que se realize a vontade do homem.
Descartes, que recupera os conceitos de Platão e Santo Agostinho, traz à tona novamente a noção de livre-
arbítrio, dessa vez fora do sentido estritamente religioso.
Outra noção importante, relacionada à liberdade e surgida da modernidade é a de indivíduo. Hegel e
Nietzsche basearam suas ideias relativas ao que é ser livre a partir desse conceito. Para o primeiro, a liberdade
estaria ligada à afirmação de sujeito e das suas vontades. Para o segundo, ela está relacionada ao poder do
homem em criar novos valores, uma vez que, para ele, a moralidade em si não existiria.

A liberdade na contemporaneidade

A contemporaneidade traz consigo uma grande novidade em termos de caracterização da liberdade:


pela primeira vez ela passou a ser vista como negativa. Para Jean Paul Sartre, o homem estaria condenado a
ser livre, uma vez que ele, através de suas escolhas, formaria a si mesmo e se definiria. A liberdade ganha
caráter negativo em sua filosofia a partir da ideia de que a cada escolha, várias renúncias de possibilidades
seriam feitas e, assim, o homem carregaria consigo a responsabilidade por suas ações.
Na mesma época surgiram críticos a essa filosofia sartriana, apontando o fato de que ele ignorou
certos fatores sociais, políticos e culturais que condicionariam o homem em suas escolhas, refutando o fato
de que a liberdade seria incondicional ao homem.

***

Essa aula buscou somente trazer algumas das visões sobre liberdade, significativas em seu momento
e, em alguns casos, até hoje. É importante destacar que em toda a história, ao longo de regimes políticos
diferentes, de momentos sociais distindos, outras diversas concepções do que é ser livre vieram à tona.
Podemos pensar sobre regimes totalitários, em que a noção de liberdade vem ligada intimamente às noções
de liberdade de expressão e de censura, bem como em ditaduras militares, como a brasileira, a chilena e a
argentina, por exemplo. Podemos falar também sobre a liberdade religiosa, que foi/é inexistente em alguns
países, tal qual o foi durante a Idade Média européia (com a perseguição às bruxas e aos protestantes em
alguns locais) e como é ainda hoje em algumas regiões, como aquelas dominadas pelo Estado Islâmico.
Assim, é importante que o vestibulando mantenha sempre seus horizontes amplos com relação a esse tema,
pois ele carrega consigo desdobramentos que vão além de uma simples conceituação de liberdade. Para isso,
seguem algumas sugestões de leitura:

“O conceito filosófico de liberdade”, disponível em:


“http://pre.univesp.br/o-conceito-filosofico-de-liberdade#.WSueIPnyvIU”
“Liberdade de expressão e a “censura do eu mesmo”, disponível em:
<https://deniscaramigo.jusbrasil.com.br/artigos/112335423/liberdade-de-expressao-e-a-censura-do-eu-
mesmo>
“O existencialismo é um humanismo”, disponível em:
<http://stoa.usp.br/alexccarneiro/files/-1/4529/sartre_exitencialismo_humanismo.pdf>

“APESAR DE VOCÊ: A ARTE COMO FORMA DE LIBERDADE DE EXPRESSÃO DURANTE A DITADURA MILITAR
BRASILEIRA (1964-1985)”, disponível em:
<https://www.direito.ufmg.br/revista/index.php/revista/article/view/P.0304-2340.2014v64p25/1527>

2
Enem
Semana 24 e 10

gora vai!
A 20
e m 20
En
Biologia

Tecido Muscular e Contração

Resumo

O tecido muscular tem origem embrionária mesodérmica e é responsável pela movimentação do corpo ou de
estruturas.As células musculares são alongadas e podem ser chamadas de fibras musculares ou miócitos.
O tecido muscular pode ser dividido em:
• Tecido muscular liso: Não possui estrias transversais, são mononucleadas, fusiformes e suas
contrações são lentas e involuntárias. Ele está presente no tubo digestório, útero, bexiga, vesícula
biliar, parede das artérias, dentre outros.
• Tecido muscular estriado cardíaco: Possui estrias e suas células são longas, ramificadas e
mononucleadas. Suas contrações são rápidas e involuntárias e está presente no coração, podendo
ser chamado de miocárdio.
• Tecido muscular estriado esquelético: Possui estrias e é composto por células cilíndricas
polinucleadas. A sua contração é rápida e voluntária, ou seja, é controlada pela pessoa. Pode realizar
contrações involuntárias em situações de reflexo ou cãimbras. O nome deste músculo vem do fato
dele estar ligado ao esqueleto.
Para que ocorra a contração, o músculo recebe uma mensagem química dos neurônios (neurotransmossores)
e o seu retículo sarcoplasmático libera íons de cálcio que promovem a união entre as fibras de actina e
miosina e, com gasto de ATP, a miosina puxa a actina e encurta a fibra muscular.

A contração muscular se dá quando há deslizamento das fibras de actina sobre as fibras de miosina, na
presença de íons cálcio e ATP, causando um encurtamento do sarcômero. Quando o impulso nervoso e a
mensagem química acabam, os íons cálcio desligam-se das fibras de actina e miosina e retornam ao
retículo sarcoplasmático por transporte ativo, envolvendo assim gasto de ATP.

1
Biologia

O principal metabolismo utilizado nos músculos é o aeróbico, com maior rendimento energético, porém, na
ausência temporária de oxigênio, a célula muscular pode realizar a fermentação lática, que possui menor
rendimento energético. A fadiga muscular ocorre com o excesso de ácido lático nos músculos. Os músculos
mais escuros (Tipo I) possuem maior concentração de mioglobina (fibras de contração lenta) e mitocôndrias
para realizar com mais eficiência a respiração aeróbica e músculos mais claros (Tipo II) possuem menos
mioglobina e mitocôndrias (fibras de contração rápida).

Creatina
A creatina presente nos músculos tem papel de regenerar os ATPs em atividade muscular intensa, se ligando
ao fosfato e formando a fosfocreatina. A fosfocreatina gera reserva energética para o músculo e é degradada
durante a atividade muscular permitindo que fosfato + energia + ADP formem ATP.

Sistema fosfocreatina para regeneração de ATP

2
Biologia

Exercícios

1. Uma das causas de dor e sensação de queimação nos músculos, decorrentes de esforço físico intenso,
é a presença de muito ácido láctico nas células musculares. Isso ocorre quando essas células:
a) realizam intensa respiração celular, com produção ácido láctico.
b) recebem suprimento insuficiente de gás oxigênio e realizam fermentação.
c) realizam intensa respiração celular produzindo excesso de ATP.
d) recebem estímulos nervosos sucessivos e acumulam neurotransmissores.
e) utilizam o açúcar lactose como fonte de energia.

2. Paulo não é vegetariano, mas recusa-se a comer carne vermelha. Do frango, come apenas o peito e
recusa a coxa, que alega ser carne vermelha. Para fundamentar ainda mais sua opção, Paulo procurou
saber no que difere a carne do peito da carne da coxa do frango. Verificou que a carne do peito
a) é formada por fibras musculares de contração lenta, pobres em hemoglobina. Já a carne da coxa
do frango é formada por fibras musculares de contração rápida, ricas em mitocôndrias e
mioglobina. A associação da mioglobina, que contém ferro, com o oxigênio confere à carne da
coxa uma cor mais escura.
b) é formada por fibras musculares de contração rápida, pobres em mioglobina. Já a carne da coxa
é formada por fibras musculares de contração lenta, ricas em mitocôndrias e mioglobina. A
associação da mioglobina, que contém ferro, com o oxigênio confere à carne da coxa uma cor
mais escura.
c) é formada por fibras musculares de contração rápida, ricas em mioglobina. Já a carne da coxa é
formada por fibras musculares de contração lenta, ricas em mitocôndrias e hemoglobina. A
associação da hemoglobina, que contém ferro, com o oxigênio confere à carne da coxa uma cor
mais escura.
d) é formada por fibras musculares de contração rápida, ricas em mioglobina. Já a carne da coxa é
formada por fibras musculares de contração lenta, ricas em mitocôndrias e hemoglobina. A
associação da hemoglobina, que contém ferro, com o oxigênio confere à carne da coxa uma cor
mais escura. Já a mioglobina, que não contém ferro, confere à carne do peito do frango uma
coloração pálida.
e) e a carne da coxa não diferem na composição de fibras musculares: em ambas, predominam as
fibras de contração lenta, pobres em mioglobina. Contudo, por se tratar de uma ave doméstica e
criada sob confinamento, a musculatura peitoral, que dá suporte ao voo, não é exercitada. Deste
modo recebe menor aporte sanguíneo e apresenta-se de coloração mais clara.

3
Biologia

3. Os animais utilizam-se dos músculos para movimentar o corpo ou partes dele. É graças à atividade
muscular que conseguem andar, nadar, correr etc. Sobre este assunto, observe a figura adiante e
analise as proposições a seguir.

a) As fibras musculares esqueléticas apresentam em seu citoplasma finíssimas fibras contráteis,


os microtúbulos (1).
b) Cada miofibrila é formada por uma sequência linear de retículo sarcoplasmático (2).
c) Cada sarcômero é constituído por filamentos protéicos de actina (4) e miosina (3).
d) A presença de íons cálcio (Ca++) no líquido intracelular é uma condição necessária para que
ocorra a contração dos sarcômeros (6).
e) No relaxamento dos sarcômeros (5), não há gasto de ATP.

4. Durante a maratona de São Paulo, no dia 2/6/2007, discutiu-se a diferença entre o tempo necessário
para completar o percurso para indivíduos do sexo masculino e feminino. Segundo entrevistas com
especialistas no assunto, uma das razões para o maior desempenho do homem em relação à mulher
seria que ele suportaria uma concentração mais alta de ácido láctico nos músculos durante a corrida.
Esse acúmulo de ácido láctico nos músculos é devido a:
a) excesso de oxigênio no sangue, causado pelo aumento da frequência cardíaca.
b) excesso de gás carbônico no sangue pela dificuldade de sua eliminação pela respiração.
c) aumento de temperatura corporal causado pelo esforço físico muscular.
d) fermentação nos músculos pelo aumento da demanda de energia durante a corrida.
e) diminuição da temperatura interna pela perda de calor durante o esforço realizado.

4
Biologia

5. Para o alto e avante! Mecanismo único permite que um inseto salte mais de cem vezes sua própria
altura. Um inseto de apenas seis milímetros de comprimento é capaz de pular proporcionalmente mais
alto que qualquer outro animal na natureza. O salto da cigarra da espuma (Philaenus spumarius) pode
chegar a 70 centímetros – mais de 100 vezes sua própria altura. Isso seria o equivalente a um homem
que saltasse uma altura de 200 metros, ou um prédio de cerca de 70 andares. A execução dos enormes
saltos da cigarra da espuma requer uma grande quantidade de energia, que não pode ser obtida pela
contração direta dos músculos em um curto espaço de tempo. A força muscular do inseto é gerada
lentamente antes do pulo e é estocada. Assim que os músculos da cigarra geram força suficiente para
o salto, ela ‘solta’ suas pernas, que disparam como um gatilho e a projetam no ar.
Disponível em: <http://www.cienciahoje.uol.com.br/3819> Acesso em: 15 set. 2009. (Adaptado)

Sobre o assunto do texto, assinale a proposição correta


a) A fonte primária de energia dos músculos provém da molécula de adenosina trifosfato (ATP),
presente nas células.
b) A energia necessária para o movimento descrito é gerada pela musculatura do tipo lisa, já que o
movimento é lento e contínuo.
c) A cigarra mencionada no texto (Philaenus spumarius) é um artrópode, pertencente ao grupo dos
aracnídeos.
d) Os mecanismos de produção de energia na célula envolvem a participação direta de organelas
celulares, como os lisossomos.
e) O exemplo de movimento citado no texto (salto) é incomum e pode parecer desnecessário entre
os insetos, já que todos possuem asas e podem voar.

6. A ilustração abaixo demonstra a unidade básica de organização do sarcômero em duas situações


distintas, representadas por A e B.

Em relação à dinâmica da contração muscular e dos fatores envolvidos no processo, é correto afirmar:
a) Em A, há uma grande concentração de cálcio no sarcoplasma da fibra muscular.
b) Em A, não há energia metabólica envolvida e, por isso, a condição é de repouso.
c) A situação apresentada em B ocorre após a saída do cálcio do retículo sarcoplasmático.
d) A situação representada em B proporciona a ação da acetilcolina.
e) Em B, o sarcômero se encontra encurtado, caracterizando o relaxamento da fibra muscular.

5
Biologia

7. O ATP gasto durante a contração muscular é rapidamente reposto graças a uma substância que
transfere seu grupo fosfato energético para o ADP, transformando-o em ATP. Essa substância é
denominada:
a) adenosina trifosfato
b) guanosina trifosfato
c) creatina-fosfato
d) miosina-fosfato
e) actina-fosfato

8. O tecido muscular é constituído por células alongadas, altamente especializadas e dotadas de


capacidade contrátil. A capacidade de contração desse tecido é que proporciona os movimentos dos
membros, das vísceras e de outras estruturas do organismo. O quadro abaixo apresenta os três tipos
de células musculares com suas principais características.

A alternativa que preenche corretamente os espaços de I a IV é:

a) esquelético, liso, involuntária, vários


b) esquelético, liso, voluntária, vários

c) liso, esquelético, involuntária, um


d) liso, esquelético, voluntária, vários
e) esquelético, liso, involuntária, um

9. Uma importante toxina anestésica, popularmente conhecida como curare, pode ser extraída de plantas
nativas de florestas brasileiras e empregada na caça de animais utilizados como alimento por tribos
indígenas. A morte das aves e dos mamíferos caçados com tal técnica ocorre através da asfixia,
interrupção das trocas respiratórias pulmonares, sem, entretanto, afetar o batimento do coração. É
correto dizer que a ação dessa toxina é verificada no tecido:
a) Epitelial pulmonar, obstruindo os alvéolos.
b) Muscular esquelético, impossibilitando a ventilação pulmonar.
c) Nervoso periférico, paralisando a transmissão do impulso nervoso.
d) Conjuntivo cartilaginoso, bloqueando a circulação sanguínea.
e) Ósseo estrutural, destruindo as células vermelhas do sangue.

6
Biologia

10. O esquema a seguir representa o mecanismo de ação dos filamentos proteicos de actina e miosina que
constituem as fibrilas de um músculo estriado:

Podemos afirmar que, da situação A para B ocorreu:


a) Relaxamento muscular com produção de ATP.
b) Relaxamento muscular com consumo de íons cálcio.
c) Relaxamento muscular com formação do complexo actomiosínico.
d) Contração muscular com formação do complexo actomiosínico.
e) Contração muscular com consumo de creatina.

7
Biologia

Gabarito

1. B
A fermentação lática é utilizada pelo músculo quando não há aporte suficiente de oxigênio nas células,
para que ele não fique sem ATP.

2. B
Em partes do frango, onde há contração rápida, observa-se pouca mioglobina e mitocôndrias, já na coxa
da galinha existem maiores quantidades de mitocôndria e mioglobina que ajudam no processo de
respiração celular.

3. D
No momento da contração muscular, o cálcio é liberado pelo retículo sarcoplasmático, e cria um sítio de
ligação entre a miosina e a actina. Por conta disso, as fibras proteicas conseguem deslizar e contrair.

4. D
O aumento na demanda de energia faz com que haja maior consumo de oxigênio. Com menos aporte de
oxigênio nas células, é realizado o processo de fermentação lática.

5. A
Tanto para contração quanto para o relaxamento muscular, há um gasto energético, sendo que a molécula
responsácel por disponibilizar energia é o ATP.

6. C
Para que ocorra a contração muscular e o encurtamento do sarcômero, o cálcio deverá sair do retículo
sarcoplasmático e deverá haver gasto energético.

7. C
A creatina-fosfato, ou fosfocreatina, tem função de armazenar a energia produzida de maneira mais
estável que o ATP. Quando o organismo entrar em atividade física, caso o ATP disponível acabe, a
fosfocreatina disponibiliza energia para que o ADP se ligue a um P, formando ATP novamente.

8. E
O tecido estriado esquelético apresenta estrias nas células e vários núcleos, enquanto o músculo liso não
apresenta estrias nas células. O músculo liso também apresenta contração involuntária, enquanto o
estriado cardíaco tem apenas um núcleo por célula.

9. B
A toxina ataca os músculos estriados responsáveis pelo controle da respiração.

10. D
De A para B vemos que houve a contração do tecido muscular, com o deslizamento das fibras de actina
sobre as de miosina, formando o complexo actomiosínico.

8
Biologia

Monera e bacterioses

Resumo

Disponível em: http://www.sobiologia.com.br/figuras/Reinos/bacteria3.jpg

O reino monera engloba bactérias e cianobactérias. São seres unicelulares e procariontes (sem núcleo
delimitado). São importantes no meio ambiente por fazerem a decomposição, juntamente com os fungos.
Realizam a fixação do nitrogênio e a nitrificação (ciclo do nitrogênio). Provocam doenças nos seres humanos
e outros animais, mas também podem fazer parte da “flora microbiana”, trazendo inclusive benefícios.

Estrutura celular
Possuem citoplasma, ribossomos 70S e DNA circular. Não possuem organelas membranosas, como
mitocôndria e retículo endoplasmático. Os plasmídeos são estruturas de DNA circular presentes no
citoplasma que podem carregar genes de virulência (o que deixa a bactéria mais perigosa nas infecções) e
genes de resistência (ficam “imunes” aos antibióticos). A importância do plasmídeo é que ele pode ser
replicado e passado a outras bactérias. Além da membrana plasmática e da parede celular, algumas bactérias
possuem cápsula, que aumenta a capacidade de invasão e adesão ao hospedeiro, facilitando a infecção.

Classificação
As bactérias podem ser classificadas quanto a forma:
• Cocos: esféricas • Bacilos: cilíndricas
• Estreptococos: em cadeias • Espiroquetas: forma helicoidal
• Estafilococos: “em cacho de uva” • Víbrios: em forma de vírgula.

1
Biologia

Disponível em: http://escolakids.uol.com.br/public/images/legenda/2ea51e8d73c6e07ee258e6f5fd84e034.jpg

Disponível em: http://cdn.portalsaofrancisco.com.br/wp-content/uploads/2015/11/rrmeino-4.jpg

Quanto à coloração de GRAM

Disponível em: http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/02/GRAM.jpg

2
Biologia

Dependendo da composição da parede celular, as bactérias podem ser classificadas de acordo com a cor que
assumem na coloração de Gram. Podem ser gram positivas se forem coradas em roxo ou gram negativas se
forem coradas em vermelho.

Respiração
Podem ser divididas em:
• Aeróbias: Necessitam de oxigênio para sobreviver.
• Anaeróbias facultativas: vivem tanto na presença quanto na ausência de oxigênio
• Anaeróbias obrigatórias: não sobrevivem na presença de O2. (ex: Clostridium tetani (bactéria que
causa o tétano)

Reprodução
Bipartição é a forma de reprodução assexuada em que ocorre a duplicação do DNA bacteriano e a posterior
divisão celular. Essa forma de reprodução permite o crescimento exponencial das bactérias

Conjugação
A partir da união do citoplasma de duas bactérias a partir do pili sexual, há a passagem de plasmídeos que
codificam proteínas importantes para a virulência ou resistência a antimicrobianos.

Disponível em: http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/11/conjugacao.jpg

3
Biologia

Transformação
As células bacterianas são capazes de capturar material genético presente no meio, oriundo de outras
bactérias mortas, por exemplo.

Disponível em: http://1.bp.blogspot.com/-


IWVMaw3Zbf0/UVUpelSHauI/AAAAAAAAAFM/__ZpiIwdsq0/s1600/transforma%C3%A7%C3%A3o.JPG

Transdução
Ocorre por meio de um bacteriófago, um vírus que infecta bactérias. A transferência de material genético
ocorre porque um vírus, ao utilizar a maquinaria celular para a sua replicação, pode montar partículas virais
contendo trechos do DNA bacteriano. Quando tenta infectar outra célula, transfere esse segmento de DNA
para essa nova bactéria, podendo passar genes de resistência ou de virulência.

Disponível em: http://www.sobiologia.com.br/figuras/Reinos/transducao.gif

Esporulação não é considerada uma forma de reprodução em si. Isso porque uma célula mãe de
determinadas espécies cria uma estrutura altamente resistente à condições extremas, podendo retornar à
forma vegetativa quando as condições ambientais voltarem a ser favoráveis.
Principais Bacterioses e seus agentes etiológicos

4
Biologia

Doença Espécie Contaminação Sintomas


Tuberculose Mycobacterium tuberculosis Ar (saliva) tosse com secreção,
febre, cansaço
Pneumonia Streptococcus pneumoniae Ar (saliva) Tosse, febre, dor no
peito
Hanseníase Mycobacterium leprae Ar (saliva) supressão da
sensação térmica e
dor, mancha no corpo
Meningite Neisseria meningitidis Ar (saliva) forte dor de cabeça e
rigidez de nuca
associados à febre
alta, confusão mental
Coqueluche Bordetella pertussis Ar (saliva) Tosse com catarro

Difteria Corynebacteriphte diphteri Ar (saliva) Inchaço no pescoço,


inflamação na
garganta, tosse, dor
de cabeça
Antraz Bacillus anthracis Ar (saliva) Problemas
respiratórios graves
Salmonela Salmonella enterica Água e alimentos vômitos e diarreia
contaminados fortes
Febre tifóide Salmonella Typhi Água e alimentos Febre alta (40 graus),
contaminados Forte diarreia, Fezes
com sangue
Botulismo Clostridium botulinum Alimentos em conserva paralisia dos
músculos, paralisia do
diafragma
Tétano Clostridium tetani Objetos enferrujados espasmos musculares

Leptospirose Leptospira interrogans Urina do rato Febre de início


abrupto, dores de
cabeça, tosse seca,
falta de ar, dores
musculares
Peste negra Yersinia pestis Pulga do rato inchaço dos gânglios
linfáticos, febre,
calafrios e dores
musculares.
Sífilis Treponema pallidum DST úlcera na pele,
erupção cutânea
difusa
Clamídia Chlamydia trachomatis DST Ardor ao urinar,
secreção na uretra ou
vagina, coceira

5
Biologia

Exercícios

1. As bactérias são seres unicelulares, procariotos, que têm formas de vida do tipo isolada ou em
agrupamentos variados do tipo coloniais. Embora esses seres celulares sejam considerados pelo
senso comum como “micróbios perigosos”, há muitas espécies importantes para o equilíbrio dinâmico
dos seres vivos e destes com o meio ambiente. Assim sendo, muitos estudos e pesquisas são
desenvolvidos na área da microbiologia, para melhor conhecer a maquinaria biológica das bactérias.
Sobre a citologia bacteriana, é correto afirmar que
a) moléculas de DNA que ficam ligadas ao cromossomo bacteriano e costumam conter genes para
resistência a antibióticos são denominadas de plasmídeos.
b) o capsídeo bacteriano, também conhecido como membrana celular, é constituído por substância
química, exclusiva das bactérias, conhecida como mureína.
c) os pneumococos, bactérias causadoras de pneumonia, são espécies de bactérias que possuem,
externamente à membrana esquelética, outro envoltório, mucilaginoso, denominado de cápsula.
d) externamente à membrana plasmática existe uma parede celular ou membrana esquelética, de
composição química específica de bactérias — o ácido glicol.

2. Antibiogramas são exames de diagnóstico que conseguem testar a sensibilidade da bactéria


causadora a infecção em um indivíduo e, consequentemente, o antibiótico mais indicado para o seu
tratamento. Para obter um antibiograma, uma suspensão de bactérias de cultivo recente é inoculada
na superfície de uma placa de ágar, à qual são adicionados discos de papel impregnados com
concentrações iguais de antibióticos. Após a incubação em estufa, analisa-se o padrão de crescimento
ou inibição ao redor de cada disco.
Disponível em: www.interlabdist.com.br. Adaptado.
A figura mostra o resultado de um antibiograma obtido na investigação de uma rinite causada por
bactérias.

De acordo com os resultados mostrados no antibiograma, os antibióticos mais indicados para o


tratamento dessa rinite são
a) 1e4
b) 2e6
c) 3e5
d) 2e3
e) 5e6

6
Biologia

3. As bactérias são organismos microscópicos, procariontes e muitas são patogênicas, pois causam
doenças. Entre as doenças humanas causadas por bactérias, podemos citar
a) varíola, poliomielite, hidrofobia e Aids.
b) sífilis, gonorreia, meningite e tétano.
c) pneumonia, tuberculose, caxumba e sarampo.
d) encefalite, poliomielite, hepatite e cólera.
e) botulismo, febre tifoide, gripe e Aids.

4. Os medicamentos são rotineiramente utilizados pelo ser humano com o intuito de diminuir ou, por
muitas vezes, curar possíveis transtornos de saúde. Os antibióticos são grupos de fármacos inseridos
no tratamento de doenças causadas por bactérias. Na terapêutica das doenças mencionadas, alguns
desses fármacos atuam
a) ativando o sistema imunológico do hospedeiro.
b) interferindo na cascata bioquímica da inflamação.
c) removendo as toxinas sintetizadas pelas bactérias
d) combatendo as células hospedeiras das bactérias.
e) danificando estruturas específicas da célula bacteriana.

5. As eubactérias são seres vivos microscópicos altamente resistentes às condições ambientais


adversas. Nesse grupo, está reunida a maioria das bactérias conhecidas e apresenta uma grande
variedade de formas e metabolismo. Essas bactérias apresentam uma alta capacidade reprodutiva e,
em condições ideais, algumas podem se duplicar a cada 20 minutos. São microrganismos presentes
no ar, no solo, na água, em materiais em decomposição, em objetos e no exterior e interior de quase
todos os seres vivos, estabelecendo com eles relações de diversos tipos, incluindo o parasitismo e o
mutualismo.
Silva Jr., C., S. Sasson & N. Caldini-Jr. 2015. Biologia. Volume Único, 6. ed. São Paulo: Saraiva. Adaptado.
Considerando seu conhecimento sobre esse assunto, podemos afirmar que:
a) as eubactérias caracterizam-se por não possuírem estruturas externas às suas células, como os
flagelos e as fímbrias.
b) a célula bacteriana é eucariótica, visto que o material genético não fica no interior de um núcleo,
sendo representado por um filamento duplo de DNA em anel.
c) as eubactérias não apresentam uma membrana externa, e a parede celular das eubactérias é
constituída por uma mistura de polissacarídeos e fosfolipídios.
d) a distinção das bactérias em Gram positivas e Gram negativas está relacionada à composição da
parede das eubactérias e à presença ou não de membrana externa.
e) a parede celular das eubactérias, mais interna em relação à membrana plasmática, é constituída
por peptideoglicanas, sendo similar à parede celular das arqueobactérias.

7
Biologia

6. As bactérias, ao se reproduzirem assexuadamente, originam dois indivíduos do mesmo tamanho e


geneticamente idênticos. Já alguns levedos, para se reproduzirem, emitem uma pequena expansão na
superfície da célula, que cresce e posteriormente se destaca, formando um novo indivíduo também
geneticamente igual. Os dois tipos de reprodução descritos são, respectivamente,
a) cissiparidade e conjugação.
b) cissiparidade e brotamento.
c) fragmentação e gemiparidade.
d) conjugação e esporulação.
e) conjugação e cissiparidade.

7. Nas fezes humanas, é possível encontrar milhares de bactérias da flora intestinal e células intestinais.
Quando se comparam células bacterianas com as células humanas, podem-se verificar diversas
diferenças quanto à atividade metabólica e morfológica. Uma das diferenças é que as células humanas:
a) possuem envoltório nuclear e as bacterianas não possuem.
b) sintetizam suas próprias proteínas e as bacterianas não sintetizam.
c) sintetizam moléculas de ATP e as bacterianas não sintetizam.
d) possuem material genético e as bacterianas não possuem.
e) possuem parede celular e as bacterianas não possuem.

8. Certas infecções hospitalares podem ser de difícil combate por meio de antibióticos comumente
utilizados. Este feito deve-se à:
a) indução, nas bactérias, de resistência aos antibióticos;
b) convivência de portadores de diversos tipos de infecção;
c) seleção de linhagens de bactérias resistentes aos antibióticos;
d) rejeição de antibióticos pelo organismo humano;
e) tendência da bactéria a se habituar aos antibióticos.

9. Na embalagem de um antibiótico, encontra-se uma bula que, entre outras informações, explica a ação
do remédio do seguinte modo: O medicamento atua por inibição da síntese proteica bacteriana. Essa
afirmação permite concluir que o antibiótico
a) impede a fotossíntese realizada pelas bactérias causadoras da doença e, assim, elas não se
alimentam e morrem.
b) altera as informações genéticas das bactérias causadoras da doença, o que impede manutenção
e reprodução desses organismos.
c) dissolve as membranas das bactérias responsáveis pela doença, o que dificulta o transporte de
nutrientes e provoca a morte delas.
d) elimina os vírus causadores da doença, pois não conseguem obter as proteínas que seriam
produzidas pelas bactérias que parasitam.
e) interrompe a produção de proteína das bactérias causadoras da doença, o que impede sua
multiplicação pelo bloqueio de funções vitais.

8
Biologia

10. Atualmente, uma toxina produzida por uma bactéria que ocasiona paralisia flácida vem sendo utilizada
por cirurgiões plásticos para a correção das rugas da face. Essa bactéria é encontrada no solo, quase
sempre contaminando legumes, frutas e outros produtos que, enlatados, podem oferecer muito risco,
principalmente se as latas estiverem estufadas. Quando a toxina é ingerida, pode provocar parada
respiratória ou cardíaca, ocorrendo a morte do paciente.
Qual das doenças a seguir é provocada por essa toxina?

a) Tétano
b) Difteria
c) Botulismo
d) Cólera
e) Malária

9
Biologia

Gabarito

1. A
Em certas bactérias, além do cromossomo bacteriano, pode haver um DNA extracromossômico,
denominado plasmídeo. Ele não contém genes essenciais à bactéria, mas, possui genes relacionados à
resistência a antibióticos.

2. B
Os halos escuros representam lugares onde as bactérias não se desenvolveram. Assim, analisando os
resultados da placa, os antibióticos mais eficientes foram o de número 2 e o de número 6.

3. B
Varíola, poliomielite, caxumba, sarampo, hidrofobia, gripe e Aids são doenças virais.

4. E
Antibióticos são medicamentos que agem exclusivamente contra bactérias. Eles atuam inibindo a
síntese de proteínas específicas ou a produção da parede celular.

5. D
As bactérias em Gram positivas possuem parede celular mais espessa enquanto as Gram negativas
possuem a parede mais fina.

6. B
A forma de reprodução bacteriana descrita no texto é a cissiparidade (divisão binária simples). Já o
processo citado, que ocorre em leveduras, é o brotamento, um processo assexuado que se caracteriza
pela formação de um broto lateral.

7. A
As bactérias não possuem envoltório nuclear, pois são seres procariontes. Seu DNA está disperso no
citoplasma na forma de nucleóide.

8. C
As bactérias nesse caso ficam parcialmente submetidas à eficácia do antibiótico, ou seu efeito em
situações de uso correto apenas age sobre as bactérias não resistentes, permitindo a seleção de
bactérias resistentes e permanecendo a infecção.

9. E
A inibição da síntese proteica da bactéria causada pelo antibiótico provoca a morte do micro-organismo.
Logo, o antibiótico interrompe a produção de proteína das bactérias causadoras da doença, o que impede
sua multiplicação pelo bloqueio de funções vitais.

10. C
O botulismo é uma forma de intoxicação alimentar causada por uma toxina produzida pela
bactéria Clostridium botulinum.

10
Filosofia

Hegel e a dialética

Resumo

Nascido em 1770 e morto em 1831, o alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel é sem dúvida alguma o mais
importante filósofo da primeira metade do século XIX. Dedicado às mais diversas áreas do conhecimento
filosófico, Hegel tornou-se particularmente famoso por ser o fundador de uma nova área da filosofia: a
filosofia da história
Como seu próprio nome indica, a filosofia da história é a reflexão filosófica a respeito do sentido da história
humana. Pois bem, apesar de outros autores antes de Hegel, como Santo Agostinho, já terem sinalizado algo
neste sentido, o pensador alemão foi o primeiro a estabelecer com clareza tal disciplina. Cabe aqui, porém,
uma observação importante: a filosofia da história não se confunde com a ciência histórica que estudamos
no colégio. Enquanto o historiador busca entender os fatos do passado e descrevê-los detalhadamente, cada
um no seu respectivo período, o filósofo da história olha a história como um todo e busca avaliar se há, em
meio a todas as transformações e mudanças dos tempos, um sentido geral e permanente. Em síntese, a
pergunta central da filosofia da história não é “o que aconteceu?”, mas sim “a história humana é uma sucessão
de eventos fortuitos e casuais ou há, em tudo isto, um propósito, uma lógica, um destino?”
Ora, de acordo com Hegel, mediante uma rigorosa análise filosófica, é possível ver que a historicidade humana
tem sim um sentido. Isto acontece porque ela não se dá pelo acaso ou pelo simples conjunto das ações
humanas, mas é antes movida por uma força, por um princípio que a sustenta e orienta, o qual Hegel chamava
de Espírito ou Absoluto.
Conduzindo a história humana, o Espírito a leva gradualmente para ao seu télos, sua finalidade, seu propósito:
a maximização da liberdade, ou seja, tornar os homens sempre mais livres. Aliás, diz Hegel, se parece difícil
perceber esse propósito de imediato, é porque a história não se encaminha para ele de modo simples e direito.
Ao contrário, criticando nisto duramente os pensadores iluministas, que viam o progresso histórico como algo
linear e cumulativo, Hegel salienta que história progride sim, mas por meio de contradições, de idas e vindas,
de conflitos e concessões. Em suma, não é por uma linha reta e contínua, mas por meio de sinuosas
contradições que o Espírito move a história.
O modo contraditório pelo qual o Espírito conduz a história humana é chamado por Hegel de dialética. Tal
dialética aqui, porém, não se trata de um mero debate de ideias, como em Platão, mas sim de um movimento
da própria realidade, através do qual, por meio de momentos sucessivos e aparentemente opostos, a história
se desenrola e progride.
Dito de maneira mais ou menos sistemática, poderíamos afirmar que a dialética do real compõe-se para Hegel
sempre de três momentos: a tese (ou afirmação), quando uma determinada ideia ou perspectiva se põe na
história; a antítese (ou negação), momento em que a tese original é substituída por uma que lhe é inteiramente
contrária; e a síntese (ou superação), em que surge uma terceira perspectiva, a qual soluciona o problema em
questão de um ponto de vista mais alto, integrando aspectos tanto da tese quanto da antítese.
Para ficar mais claro, usemos um exemplo do próprio Hegel. Segundo o autor alemão, o processo dialético é
facilmente perceptível na história das religiões. De fato, o primeiro modelo religioso a se manifestar na história,
ainda nas sociedades primitivas, foi o politeísmo - ele é, portanto, a tese ou afirmação. Posteriormente, ao
longo do desenvolvimento histórico da humanidade, tal modelo foi questionado por um outro que é o seu
exato oposto: o monoteísmo - que é, portanto, antítese ou negação. Por fim, com o surgimento do cristianismo,
surgiu a síntese ou superação, que é o dogma da Santíssima Trindade.

1
Filosofia

Com efeito, ao crer em um único Deus, dotado de uma única essência, mas composto de três pessoas (Pai,
Filho e Espírito Santo), o cristianismo supera a contradição entre monoteísmo e politeísmo, pois integra
elementos de ambos numa síntese maior. Esta síntese revela, pois, que aquela contradição entre politeístas
e monoteístas não era uma oposição real, mas apenas uma preparação para um maior aperfeiçoamento da
humanidade.
Outros exemplos dados por Hegel dizem respeito à história da filosofia. Por exemplo, entre os pré-socráticos,
o primeiro filósofo, Tales de Mileto, propôs que a arché, o princípio de tudo, era a água, algo material (tese);
por sua vez, o segundo filósofo, Anaximandro, negou isto e afirmou que a arché era algo imaterial: o ápeiron,
o infinito, o ilimitado (antítese). Por fim, Anaxímenes, o terceiro filósofo, operou a síntese ao escolher como
arché o ar, que é um elemento material, mas, dos materiais, o menos material de todos, uma vez que é volátil
e não pode ser visto, nem tocado, nem apreciado pelo paladar - e ouvido apenas quando está em movimento.
No mesmo sentido, diz Hegel, pode-se dizer que o racionalismo de Descartes é tese, o empirismo de Hume é
antítese e o criticismo de Kant síntese.
Perceba-se em todos esses exemplos que há um progresso, uma melhora, um aperfeiçoamento histórico,
mas que este não se dá de modo linear e contínuo, mas sim dialeticamente, isto é, por meio de contradições.
É necessário, aliás, salientar, que tal processo é infinito, uma vez que, tão logo se estabelece, a síntese
transforma-se em uma tese, que será negada por uma nova antítese e assim por diante. Não à toa, o dogma
da Trindade encontrou seus críticos, bem como o as teses de Anaxímenes e de Kant. A história, assim,
progride de maneira espiralada, num ciclo sem fim, que se encaminha sempre para o aperfeiçoamento do
homem e a maximização de sua liberdade.
Convencido não apenas de que a história é importante, mas que ela é o próprio eixo da experiência humana,
Hegel criticava duramente certos autores, como Kant, Descartes e os contratualistas, que sempre falavam do
homem de maneira abstrata e geral, como se a condição humana fosse universal e imutável. Indo
precisamente na direção contrária, o pensador alemão dizia que “todo homem é filho de seu tempo”, isto é,
que todo homem é profundamente moldado pela sociedade e pelo período histórico em que vive, de modo
que, para se compreender verdadeiramente um ser humano, é preciso olhar para ele não de maneira genérica
e abstrata, mas de modo concreto, atento às condições históricas específicas nas quais aquele homem vive.
O próprio pensamento filosófico, dizia Hegel, é profundamente condicionado pelo seu período histórico de
elaboração.

2
Filosofia

Exercícios

1. A genuína e própria filosofia começa no Ocidente. Só no Ocidente se ergue a liberdade da


autoconsciência. No esplendor do Oriente desaparece o indivíduo; só no Ocidente a luz se torna a
lâmpada do pensamento que se ilumina a si própria, criando por si o seu mundo. Que um povo se
reconheça livre, eis o que constitui o seu ser, o princípio de toda a sua vida moral e civil. Temos a noção
do nosso ser essencial no sentido de que a liberdade pessoal é a sua condição fundamental, e de que
nós, por conseguinte, não podemos ser escravos. O estar às ordens de outro não constitui o nosso ser
essencial, mas sim o não ser escravo. Assim, no Ocidente, estamos no terreno da verdadeira e própria
filosofia.
(Hegel. Estética, 2000. Adaptado.)

De acordo com o texto de Hegel, a filosofia

a) visa ao estabelecimento de consciências servis e representações homogêneas.


b) é compatível com regimes políticos baseados na censura e na opressão.
c) valoriza as paixões e os sentimentos em detrimento da racionalidade.
d) é inseparável da realização e expansão de potenciais de razão e de liberdade.
e) fundamenta-se na inexistência de padrões universais de julgamento.

2. O botão desaparece no desabrochar da flor, e poderia dizer-se que a flor o refuta; do mesmo modo que
o fruto faz a flor parecer um falso ser-aí da planta, pondo-se como sua verdade em lugar da flor: essas
formas não só se distinguem, mas também se repelem como incompatíveis entre si [...].
HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito. Petrópolis: Vozes, 1988.

Com base em seus conhecimentos e na leitura do texto acima, assinale a alternativa correta segundo
a filosofia de Hegel.
a) A essência do real é a contradição sem interrupção ou o choque permanente dos contrários.
b) As contradições são momentos da unidade orgânica, na qual, longe de se contradizerem, todos
são igualmente necessários.
c) O universo social é o dos conflitos e das guerras sem fim, não havendo, por isso, a possibilidade
de uma vida ética.
d) Hegel combateu a concepção cristã da história ao destituí-la de qualquer finalidade benevolente.

3. Para Hegel, a razão é a relação interna e necessária entre as leis do pensamento e as leis do real. Assim,
ela é a unidade entre a razão subjetiva e a razão objetiva. Hegel denominou essa unidade de espírito
absoluto. Dessa forma, um evento real pode expressar e ser resultado das ideias que o precedem. Um
exemplo da objetivação dessas ideias é o seguinte evento:
a) a subida de Adolf Hitler ao poder na Alemanha, representando os ideais sionistas germânicos.
b) a Queda de Dom Pedro I do trono brasileiro, representando a crise do sistema colonial português.
c) a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder, representando o ideal iluminista de igualdade social.
d) a coroação de Dom Pedro II no trono brasileiro, representando a vitória dos ideais puritanos de
moral.

3
Filosofia

4. Hegel, prosseguindo na árdua tarefa de unificar o dualismo de Kant, substituiu o eu de Fichte e o


absoluto de Schelling por outra entidade: a ideia. A ideia, para Hegel, deve ser submetida
necessariamente a um processo de evolução dialética, regido pela marcha triádica da
a) experiência, juízo e raciocínio.
b) realidade, crítica e conclusão.
c) matéria, forma e reflexão.
d) tese, antítese e síntese.

5. No início do século dezenove, mais precisamente com Hegel, a arte é concebida no interior do domínio
do absoluto, isto é, da verdade enquanto tal e dos elementos que a expõem. Tendo em vista essa
concepção, é correto afirmar:
a) O absoluto não se expressa, de uma vez por todas, no domínio artístico.
b) Ao apresentar o absoluto sob forma sensível, isto é, concreta e singular, a obra de arte não efetiva
a transfiguração da realidade.
c) Na atividade artística, apenas alguns de seus traços essenciais estão ligados ao ser verdadeiro.
d) A beleza é, enquanto produto da arte, manifestação sensível do absoluto.
e) Na arte, a totalidade que se torna aparição cumpre suficientemente suas determinações.

6. Heráclito de Éfeso viveu entre os séculos VI e V a. C. e sua doutrina, apesar de criticada pela filosofia
clássica, foi resgatada por Hegel, que recuperou sua importante contribuição para a Dialética. Os dois
fragmentos a seguir nos apresentam este pensamento.
— “Este mundo, igual para todos, nenhum dos deuses e nenhum dos homens o fez; sempre foi, é e será
um fogo eternamente vivo, acendendo-se e apagando-se conforme a medida.” (fragmento 30).
— “Para as almas, morrer é transformar-se em água; para a água, morrer é transformar-se em terra. Da
terra, contudo, forma-se a água, e da água a alma.” (fragmento 36).

De acordo com o pensamento de Heráclito, marque a alternativa incorreta.


a) As doutrinas de Heráclito e de Parmênides estão em perfeito acordo sobre a imutabilidade do ser.
b) Para Heráclito, a ideia de que “tudo flui” significa que nada permanece fixo e imóvel.
c) Heráclito desenvolve a ideia da harmonia dos contrários, isto é, a permanente conciliação dos
opostos.
d) A expressão “devir” é adequada para compreendermos a doutrina de Heráclito.

4
Filosofia

7. Qual é a diferença entre o conceito de movimento histórico, em Hegel, e o de processo histórico, em


Marx?
a) Para Hegel, através do trabalho, os homens vão construindo o movimento da produção da vida
material e, assim, o movimento histórico. Para Marx, a consciência determina cada época histórica,
desenvolvendo o processo histórico.
b) Para Hegel, a História pode sofrer rupturas e ter retrocessos, por isso utiliza-se do conceito de
movimento da base econômica da sociedade. Marx acredita que o modo de produção encaminhe
para um objetivo final, que é a concretização da Razão.
c) Para Hegel, a História tem uma circularidade que não permite a continuidade. Para Marx, a História
é construída pelo progresso da consciência dos homens que formam o processo histórico.
d) Para Hegel, a História é teleológica, a Razão caminha para o conceito de si mesma, em si mesma.
Marx não tem uma visão linear e progressiva da História, sendo que, para ele, ela é processo,
depende da organização dos homens para a superação das contradições geradas na produção da
vida material, para transformar ou retroceder historicamente.

8. Para Caio Prado Jr., a observação de Engels: “O núcleo que encerra as verdadeiras descobertas de
Hegel... o método dialético na sua forma simples em que é a única forma justa do desenvolvimento do
pensamento”, revela
a) a herança da dialética hegeliana assumida por Karl Marx.
b) a filosofia de Marx com sua herança escolástica partilhada por Hegel.
c) a perspectiva dialética do Homem, que permite considerá-lo capaz de conceituar termos
científicos no aspecto ou feição do Universo.
d) o tema central da filosofia, a saber, o desenvolvimento da dialética do ser humano, fator
determinante do existencialismo contemporâneo.

9. Conforme Arruda e Aranha, o materialismo de Karl Marx diferencia-se do materialismo mecanicista.


Analisando estas diferenças as autoras concluem:
[...] segundo o materialismo dialético, o espírito não é consequência passiva da ação da matéria,
podendo reagir sobre aquilo que determina. Ou seja, o conhecimento do determinismo liberta o homem
por meio da ação deste sobre o mundo, possibilitando inclusive a ação revolucionária.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. São Paulo, Ed. Moderna, 2000, p. 241.

Com base em seus conhecimentos e nas informações acima, assinale a alternativa correta.

a) Diferentemente dos idealistas, Marx considera que as manifestações espirituais humanas derivam
da estrutura material ou econômica da sociedade, mas não de modo absoluto, pois o espírito pode
se libertar.
b) Como em Marx, a estrutura material ou econômica determina as manifestações do espírito, que
será, em consequência, sempre passivo diante desta estrutura.
c) Marx entende que o espírito é resultado da estrutura material ou econômica da sociedade, por isso
jamais pode modificá-la.
d) A dialética materialista de Marx sintetiza os momentos da realização da razão na história e não o
agir histórico que realiza os conteúdos da razão.

5
Filosofia

10. Hegel, em seus cursos universitários de Filosofia da História, fez a seguinte afirmação sobre a relação
entre a filosofia e a história: “O único pensamento que a filosofia aporta é a contemplação da história”.
HEGEL, G. W. F. Filosofia da História. 2 ed. Brasília: Editora da UnB, 1998, p. 17.
De acordo com a reflexão de Hegel, é correto afirmar que:
I. a razão governa o mundo e, portanto, a história universal é um processo racional.
II. a ação dos homens obedece a vontade divina que pré estabelece o curso da história.
III. no processo histórico, o pensar está subordinado ao real existente.
IV. a ideia ou a razão se originam da força material de produção e reprodução da história.

Assinale a alternativa que contém somente assertivas corretas.


a) III e IV.
b) I e II.
c) II e III.
d) I e III.

6
Filosofia

Gabarito

1. D
No texto, o autor relaciona o surgimento do conhecimento filosófico ao desenvolvimento, historicamente
determinado e localizado, da consciência individual vinculada à razão e à essência humana de liberdade,
que permite aos indivíduos exercer seus potenciais.

2. B
A estrutura da lógica hegeliana é triádica, que reflete a organização de um sistema filosófico mais amplo
e da lógica sobre sua variedade de motivos internos e externos. A divisão da lógica é esta: 1) a doutrina
do ser, 2) a doutrina da essência e 3) a doutrina da noção (ou do conceito). Na doutrina do ser, por
exemplo, Hegel explica o conceito de "ser-por-si" como uma autorrelação que resolve a oposição entre o
próprio e o outro na "idealidade do finito". Na doutrina da essência, Hegel explica as categorias de ato e
liberdade. Ele diz que ato é a unidade de "essência e existência" e argumenta que isso não descarta a
atualidade de ideias que se tornam atualizadas, realizando-se na existência externa. Também define a
liberdade como a "verdade da necessidade", ou seja, a liberdade pressupõe a necessidade no sentido de
que a própria ação e a reação providenciam uma estrutura da ação livre. Na doutrina do conceito
trabalha-se o conceito em função da subjetividade, da objetividade e da articulação entre subjetividade e
objetividade. O conceito subjetivo contém três funcionalidades: universalidade, particularidade e
individualidade. Essas três funções operam de acordo com um movimento "dialético" progressivo do
primeiro para o terceiro e na totalidade expressam o conceito de individualidade. As funções relacionam
logicamente os juízos, porém não dizem respeito apenas às operações mentais, mas também explicam
as próprias relações reais.

3. C
O historicismo hegeliano se baseia em uma relação dialética. Sendo a razão uma unidade histórica, em
cada momento a razão produz uma tese, uma antítese e por último uma síntese. No caso das alternativas,
a ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder corresponderia à síntese das ideias anteriores e
representaria justamente a vitória do ideal iluminista de igualdade social.

4. D
Somente a alternativa D é correta. A dialética de Hegel é representada no processo dialético que se dá a
partir do conflito entre tese e antítese, que gera um novo um estágio chamado de síntese. É ao interno
deste processo que a ideia se desenvolve.

5. D
Somente a alternativa D é correta. O idealismo hegeliano enxerga no absoluto a totalidade da realidade.
Já a concepção estética do filósofo relaciona a beleza como sendo a máxima expressão sensível dessa
totalidade.

6. A
Somente a alternativa [A] está incorreta. A filosofia de Heráclito se opunha à de Parmênides. Enquanto
Heráclito pensava a vida como um devir, em constante transformação, Parmênides defendia a
imutabilidade do ser.

7
Filosofia

7. D
Em linhas gerais, pode-se dizer que o materialismo marxista opõe-se ao idealismo hegeliano. Isso se
percebe na forma como cada um concebe o processo histórico. Na dialética hegeliana, a ideia caminha
para sua síntese, em um processo que, em certa medida, pode ser chamado de teleológico. Para Marx, a
História é determinada pela produção da vida material dos homens, em um processo de luta de classes.
A única alternativa que contempla de forma correta essas duas perspectivas é a [D].

8. A
O enunciado da questão pressupõe que o aluno perceba que a citação faz referência a Karl Marx. Tendo
isso em conta, a citação leva a crer que Engels enfatiza a herança hegeliana assumida por Marx. Sendo
assim, somente a alternativa [A] está correta.

9. A
Materialismo, porque somos o que as condições materiais (as relações sociais de produção) nos
determinam a ser e pensar. Histórico, porque a sociedade e a política não surgem de decretos divinos,
nem nascem da ordem natural cujos interesses antagônicos serão conciliados pelo contrato social, mas
dependem da ação concreta dos seres humanos no tempo, garantindo assim, a legitimidade da ação
revolucionária. A história não é um progresso linear e contínuo, uma sequência de causas e efeitos, mas
um processo de transformações sociais determinadas pelas contradições entre os meios de produção
(a forma da propriedade) e as forças produtivas (o trabalho, seus instrumentos, sua técnica). A luta de
classes exprime tais contradições e é o motor da história. Por afirmar que o materialismo histórico é
movido por contradições sociais, o materialismo histórico é dialético. O Estado não é uma imposição
divina aos homens nem é o resultado de um pacto ou contrato social, mas é a maneira pela qual a classe
dominante de uma época e de uma sociedade determinadas garante seus interesses e sua dominação
sobre o todo social.

10. D
Nas alternativas I e III, Hegel mostra a importância da racionalidade clássica grega como maneira de
entender e relacionar filosofia e história.

8
Física

Magnetismo: força magnética

Resumo

Força magnética sobre uma partícula eletrizada lançada num campo magnético uniforme
Como já vimos, portadores de carga elétrica em movimento geram campo magnético. Se o movimento da
partícula ocorre num campo magnético uniforme, teremos a interação desses campos se manifestando
através de uma força magnética.

Força magnética ⃗⃗⃗ ⃗.


𝐅 que age numa partícula eletrizada com carga elétrica q lançada com velocidade 𝐯⃗ num campo magnético 𝐁

a) q > 0 b) q < 0
Figura 01 – Vetor força magnética

Essa força magnética (Força de Lorentz) é calculada por:


⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗)
𝐅𝐦 = 𝐪. (𝐯⃗ × 𝐁

Onde o símbolo ”×” significa produto vetorial. Não é uma multiplicação!


Módulo → 𝐹𝑚 = |𝑞|. 𝑣. 𝐵. 𝑠𝑒𝑛𝜃
⃗ e 𝑣.
Direção → Perpendicular ao plano determinado pelos vetores 𝐵
Sentido → Determinado pela “regra da mão direita” (também tem a “regra da mão esquerda”).
Como foi dito, para encontrar o vetor força magnética a partir dos vetores campo magnético e velocidade,
vamos utilizar a regra da mão esquerda ou a regra da mão direita (escolha qual você preferir).

Regra da mão direita


A força magnética será perpendicular ao plano da palma da mão.
⃗ ) caso a carga
Seu sentido será o mesmo do produto vetorial (𝑣 × 𝐵
tenha sinal positivo (𝑞 > 0). No caso da carga elétrica ser negativa
(𝑞 > 0) terá sentido contrário ao do produto vetorial.

Figura 02 – Regra da mão direita

1
Física

Regra da mão esquerda


O sentido da força magnética pode também ser determinado pela regra da mão
esquerda. Veja a figura abaixo. O dedo polegar fornece o sentido da força
magnética considerando 𝑞 > 0. Para 𝑞 < 0, o sentido da força magnética é
oposto.

Figura 03 – Regra da mão esquerda

Unidades no S.I:
Força (Fm) Carga elétrica (q) Velocidade (v) Campo magnético (B)
Newton (N) Coulomb (C) m/s Tesla (T)

Análise do movimento de uma partícula eletrizada lançada num campo magnético uniforme
1) Partícula eletrizada com carga 𝑞 > 0 lançada paralelamente às linhas de indução magnética do
campo (𝑉//𝐵).

Figura 04 – Velocidade paralela ao campo magnético

Sendo:
𝐅𝐦 = |𝐪|. 𝐯. 𝐁. 𝐬𝐞𝐧𝛉
e
𝛉 = 𝟎° 𝐨𝐮 𝛉 = 𝟏𝟖𝟎°, 𝐞𝐦 𝐚𝐦𝐛𝐨𝐬 𝐨𝐬 𝐜𝐚𝐬𝐨𝐬 𝐬𝐞𝐧𝛉 = 𝟎.
Sendo assim:
𝐅𝐦 = 𝟎, 𝐭𝐞𝐦𝐨𝐬 𝐞𝐧𝐭ã𝐨, 𝐮𝐦 𝐦𝐨𝐯𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐫𝐞𝐭𝐢𝐥í𝐧𝐞𝐨 𝐮𝐧𝐢𝐟𝐨𝐫𝐦𝐞 (𝐌𝐑𝐔).
2) Partícula eletrizada com carga 𝑞 > 0 lançada perpendicularmente às linhas de indução magnética do
campo (𝑉_|_𝐵).

Figura 05 – Velocidade perpendicular ao campo magnético

2
Física

Sendo
𝐅𝐦 = 𝐪. 𝐯. 𝐁. 𝐬𝐞𝐧𝛉

e
𝛉 = 𝟗𝟎°, 𝐭𝐞𝐦𝐨𝐬 𝐬𝐞𝐧𝟗𝟎° = 𝟏.
Sendo assim:
𝐅𝐦 = 𝐪. 𝐯. 𝐁

Atenção!
Sendo ⃗⃗⃗⃗⃗
Fm perpendicular à v
⃗ ao longo de todo o movimento, esta força tem sua atuação como resultante
centrípeta, não variando o módulo da velocidade, mas somente sua direção, obrigando a partícula eletrizada
à realizar um movimento circular uniforme (MCU).

⃗⃗⃗⃗⃗𝐦 = ⃗𝐑
𝐅 ⃗ centrípeta
⃗ → MCU
𝐯⃗_|_𝐁

Obs.: Cálculo do raio R da trajetória:


𝐯𝟐 𝐦𝐯
𝐅𝐦 = 𝐑 𝐜𝐩 → |𝐪|𝐯𝐁 = 𝐦 →𝐑=
𝐑 𝐪𝐁
Obs.: Cálculo do período T do movimento:
𝟐𝛑 𝐦𝐯 𝟐𝛑𝐦
𝐯 = 𝛚𝐑 → 𝐯 = 𝐑 → 𝐯𝐓 = 𝟐𝛑 →𝐓=
𝐓 𝐪𝐁 |𝐪|𝐁
Obs.: Cálculo da frequência f do movimento:
𝟏 |𝐪|𝐁
𝐟= →𝐟=
𝐓 𝟐𝛑𝐦
Obs.: Período e frequência não dependem da velocidade de lançamento.

Obs.: 𝐹𝑚 _|_ 𝑣 → a 𝐹𝑚 não realiza trabalho.

3) Partícula eletrizada com carga 𝑞 > 0 lançada obliquamente às linhas de indução magnética do
campo.

Figura 06 – Velocidade obliqua ao campo magnético

3
Física

Neste caso, decompomos a velocidade de lançamento v nas componentes: 𝑣1 (paralela a 𝐵 ⃗ ) e 𝑣2


⃗ ). Devido a 𝑣1 a partícula descreve um MRU e devido a 𝑣2 , um MCU. A composição de um
(perpendicular a 𝐵
MRU com um MCU resulta em um movimento uniforme com trajetória helicoidal.

Figura 07 – Movimento helicoidal

Força magnética sobre condutores retilíneos percorridos por corrente elétrica imersos num campo
magnético uniforme

Figura 08 – Força magnética em condutores retilíneos

Um condutor de comprimento 𝐿, percorrido pela corrente 𝑖, está imerso em um campo de indução magnética
⃗ uniforme. O ângulo entre 𝐵
𝐵 ⃗ e o fio é 𝜃. Vamos considerar 𝑄 a carga total livre que se movimenta no condutor.
Sendo assim:

𝐅𝐦 = 𝐐. 𝐯. 𝐁. 𝐬𝐞𝐧𝛉
Sabemos que:
∆𝐬 𝐋
𝐯= →𝐯=
∆𝐭 ∆𝐭
E que:
𝐐
𝐢= → 𝐐 = 𝐢. ∆𝐭
∆𝐭
Podemos então concluir que:
𝐋
𝐅𝐦 = 𝐢. ∆𝐭. . 𝐁. 𝐬𝐞𝐧𝛉 → 𝐅𝐦 = 𝐁. 𝐢. 𝐋. 𝐬𝐞𝐧𝛉
∆𝐭
A direção da ⃗⃗⃗⃗
𝐹𝑚 é perpendicular ao plano e o sentido é dado pela regra da mão direita (ou regra da mão
esquerda).

2
Física

Força magnética entre condutores retilíneos paralelos

Figura 09 – Correntes no mesmo sentido Figura 10 – Correntes em sentidos opostos

Correntes elétricas no mesmo sentido: Correntes elétricas em sentidos opostos:


Condutores se ATRAEM Condutores se REPELEM

Intensidade da força magnética entre os condutores:


𝐅𝐦 = 𝐁𝟏 . 𝐢𝟐 . 𝐋 𝐨𝐮 𝐅𝐦 = 𝐁𝟐 . 𝐢𝟏 . 𝐋
𝛍𝟎 𝐢𝟏 𝛍𝟎 𝐢𝟐
𝐜𝐨𝐦 𝐁𝟏 = 𝐞 𝐁𝟐 =
𝟐𝛑𝐫 𝟐𝛑𝐫

Assim, vem:
𝛍𝟎 𝐢𝟏 𝐢𝟐
𝐅𝐦 = 𝐋
𝟐𝛑𝐫

3
Física

Exercícios

1. Uma partícula de carga q, com velocidade 𝑣 e massa m dentro de um campo magnético 𝐵 ⃗ , fica sujeita
⃗⃗⃗⃗⃗⃗ pela ação desse campo. Sobre a situação, foram feitas três afirmações.
a uma força 𝐹𝑚
I. ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ depende do valor de q.
A intensidade da força 𝐹𝑚
II. ⃗⃗⃗⃗⃗⃗ depende do sinal de q.
O sentido da força 𝐹𝑚
⃗⃗⃗⃗⃗⃗ depende da velocidade v e da massa m da partícula.
III. A intensidade da força 𝐹𝑚

A afirmativa correta é:
a) I e III apenas
b) I e II apenas
c) II e III apenas
d) I, II e III

2. Uma pequena esfera carregada eletricamente com carga positiva e em queda livre penetra em uma
região onde um campo magnético horizontal atua uniformemente. O esboço que melhor representa a
trajetória da esfera no interior dessa região é:

a) c) e)

d)
b)

4
Física

3. Um feixe de raios catódicos, que nada mais é do que um feixe de elétrons, está preso a um campo
magnético girando numa circunferência de raio R = 2,0cm. Se a intensidade do campo é de 4,5x10 -3T e
sua carga é 1,6x10-19C e m = 9,11x10-31kg, podemos dizer que a velocidade dos elétrons, no feixe, vale:
a) 2,0x103 m/s
b) 1,6x103 m/s
c) 1,6x107 m/s
d) 2,0x107 m/s
e) 2,0x104 m/s

4. O acelerador LHC colidiu dois prótons, girando em trajetórias circulares com sentidos opostos, sendo
um no sentido horário e o outro no sentido anti-horário, veja a figura. Considere que as trajetórias dos
prótons antes da colisão eram mantidas circulares devido unicamente à interação de campos
magnéticos perpendiculares ao plano das órbitas dos prótons. Com fundamentos no
eletromagnetismo, é correto afirmar:

(01) A finalidade do campo magnético é apenas mudar a direção da velocidade dos prótons.
(02) A finalidade do campo magnético é aumentar a energia cinética dos prótons.
(04) O próton que está girando no sentido horário está submetido a um campo magnético que possui
um sentido que está entrando no plano da página.
(08) A força magnética aplicada em cada próton possui direção tangente à trajetória.
(16) A força magnética aplicada em cada próton não realiza trabalho.

A soma dos números das alternativas corretas da:


a) 6
b) 12
c) 24
d) 21
e) 3

5
Física

5. A figura a seguir representa uma partícula com carga elétrica q e velocidade 𝑣 , entrando em uma região
onde há um campo magnético 𝐵 ⃗ orientando para dentro da página e perpendicular a um campo elétrico
𝐸⃗ .

Essa configuração de campos elétrico e magnético funciona como um seletor de velocidade para
partículas carregadas. Desprezando-se a força gravitacional, a velocidade em que a partícula não sofre
desvio, ou seja, a força elétrica anula a força magnética, é dada por:
a) qE/B
b) E/B
c) B/q
d) B/E

6. A figura mostra a tela de um osciloscópio onde um feixe de elétrons, que provém perpendicularmente
da página para seus olhos, incide no centro da tela. Aproximando-se lateralmente da tela dois imãs
iguais com seus respectivos polos mostrados, verificar-se-á que o feixe:

a) será desviado para cima.


b) será desviado para baixo.
c) será desviado para a esquerda.
d) será desviado para a direita.
e) não será desviado.

7. Uma partícula com carga q = 2,0𝛍C, de massa m = 1,0x10-7kg penetra, com uma velocidade v = 20m/s,
num campo magnético uniforme de indução B = 4,0T através de um orifício existente no ponto O de um
anteparo. Determine a que distância do ponto O a partícula incide no anteparo.
a) 15 cm.
b) 30 cm.
c) 25 cm.
d) 45 cm.
e) 40 cm.

6
Física

8. Duas partículas, A e B, de massas e cargas elétricas desconhecidas, entram numa região onde há um
campo magnético uniforme, com velocidades idênticas e perpendiculares ao campo. Elas descrevem
trajetórias circulares de raios ra e rb, respectivamente, tais que ra > rb. A respeito de suas massas e
cargas, podemos dizer que:
a) qa > qb; ma = mb
b) qa = qb: ma < mb
c) ma/qa > mb/qb
d) ma/qa < mb/qb
e) ma/qa = mb/qb

9. Um condutor retilíneo é percorrido por uma corrente elétrica igual a 50A. Medindo 25m de comprimento,
esse condutor está totalmente imerso num campo magnético uniforme, cuja intensidade é B = 2,5x10-
5
T. Determine a direção, o sentido e a intensidade de força magnética sobre o condutor, sabendo que
ele forma um ângulo de 30° com a direção do campo.
a) 0,015625N; direção: horizontal e sentido: para a direita.
b) 0,043265N; direção: vertical e sentido: para baixo.
c) 0,043265N; direção: vertical e sentido: para cima.
d) 0,015625N; direção: perpendicular ao plano da folha e sentido: entrando na folha.
e) 0,015625N; direção: perpendicular ao plano da folha e sentido: saindo na folha.

10. A intensidade da força de interação eletromagnética entre dois condutores retilíneos, dispostos
paralelamente um ao outro e percorridos por correntes elétricas de intensidades i1 e i2 é dada pela
equação.
F = µ0.L.i1.i2/2πd

Dois condutores idênticos estão dispostos paralelamente um ao outro, como mostra figura, distantes
10,00cm um do outro. Se a distância entre estes condutores passar a ser o dobro da inicial, eles irão
___________com uma força de intensidade_____________.

a) repelir-se; 2F
b) repelir-se; F/2
c) atrair-se; 2F
d) atrair-se; F/2

e) atrair-se; √𝐹

7
Física

Gabarito

1. B

2. D

3. C
mv RqB 2. 10−2 . 1,6. 10−19 . 4,5. 10−3 m
R= →v= = −31
≅ 1,6. 107
qB m 9,11. 10 s

4. D

8
Física

5. B
Para a condição de equilíbrio da situação descrita, as duas forças (elétrica e magnética) devem se
equilibrar:
E
Fe = Fmag → Eq = qvB → v =
B

6. B
Pela regra da mão esquerda a força magnética estará para cima, mas como são eletros estará para baixo.

7. C
mv 10−7 . 20
R= = = 0,25 m = 25 cm
qB 2. 10−6 . 4

8. C

9. D
O módulo da força é calculado através da expressão:
F = Bilsenθ = 2,5. 10−5 . 50.25. sen30° = 1,5625. 10−5 N
0,015625n; direção: perpendicular ao plano da folha e sentido: entrando na folha.

10. D
Dobrando-se a distância r a força magnética passa a ter intensidade f/2 e tendo mesmo sentido os
condutores se atraem.

9
Física

Magnetismo: ímã

Resumo

Ímãs e magnetos
Um ímã é definido com um objeto capaz de provocar um campo magnético à sua volta. Podendo ser ele
natural ou artificial.

Figura 01 – Imã natural Figura 02 – Imã artificial

Um ímã natural é feito de minerais com substâncias magnéticas, como por exemplo, a magnetita. Já o ímã
artificial é feito de um material sem propriedades magnéticas, mas que pode adquirir permanente ou
instantaneamente características de um ímã natural.
Os ímãs artificiais também são subdivididos em: permanentes ou temporais:
• Um ímã permanente é feito de material capaz de manter as propriedades magnéticas mesmo após cessar
o processo de imantação, estes materiais são chamados ferromagnéticos.
• Um ímã temporal tem propriedades magnéticas apenas enquanto se encontra sob ação de outro campo
magnético, os materiais que possibilitam este tipo de processo são chamados paramagnéticos.
Polos magnéticos
São as regiões onde se intensificam as ações magnéticas. Um ímã é composto por dois polos magnéticos,
norte e sul, normalmente localizados em suas extremidades, exceto quando estas não existirem, como em
um ímã em forma de disco, por exemplo. Por esta razão são chamados dipolos magnéticos.

Figura 03 – Dipolos magnéticos

Para que sejam determinados estes polos, se deve suspender o ímã pelo centro de massa e ele se alinhará
aproximadamente ao polo norte e sul geográfico recebendo nomenclatura equivalente. Desta forma, o polo
norte magnético deve apontar para o polo norte geográfico e o polo sul magnético para o polo sul geográfico
(vamos nos aprofundar nisso durante o resumo).

1
Física

Atração e repulsão
Ao manusear dois ímãs percebemos claramente que existem duas formas de colocá-los para que estes sejam
repelidos e duas formas para que sejam atraídos. Isto se deve ao fato de que polos com mesmo nome se
repelem, mas polos com nomes diferentes se atraem, ou seja:

Figura 04 – Atração de imãs Figura 05 – Repulsão de imãs

Esta propriedade nos leva a concluir que os polos norte e sul geográficos não coincidem com os polos norte
e sul magnéticos. Na verdade eles se encontram em pontos praticamente opostos, como mostra a figura
abaixo:

Figura 06 – Polos magnéticos terrestres

A inclinação dos eixos magnéticos em relação aos eixos geográficos é de aproximadamente 191°, fazendo
com os seus polos sejam praticamente invertidos em relação aos polos geográficos.

Interação entre polos


Dois polos se atraem ou se repelem, dependendo de suas características, à razão inversa do quadrado da
distância entre eles. Ou seja, se uma força de interação 𝑭 é estabelecida a uma distância 𝒅, ao dobrarmos
esta distância a força observada será igual a uma quarta parte da anterior 𝑭/𝟒. E assim sucessivamente.

Inseparabilidade dos polos de um ímã


Esta propriedade diz que é impossível separar os polos
magnéticos de um ímã, já que toda vez que este for
dividido serão obtidos novos polos, então se diz que
qualquer novo pedaço continuará sendo um dipolo
magnético.

Figura 07 – Inseparabilidade dos polos

2
Física

Campo Magnético
É a região próxima a um ímã que influencia outros ímãs ou materiais
ferromagnéticos e paramagnéticos, como cobalto e ferro. Compare
campo magnético com campo gravitacional ou campo elétrico e
verá que todos estes têm as características equivalentes.
Também é possível definir um vetor que descreva este campo,
chamado vetor indução magnética e simbolizado por 𝐵 ⃗ . Se
pudermos colocar uma pequena bússola em um ponto sob ação do
⃗ terá direção da reta em que a agulha se alinha e
campo o vetor 𝐵
sentido para onde aponta o polo norte magnético da agulha. Figura 08 – Relação imã/bússola

Se pudermos traçar todos os pontos onde há um vetor indução magnética associado veremos linhas que são
chamadas linhas de indução do campo magnético. estas são orientados do polo norte em direção ao sul, e
⃗ tangencia estas linhas.
em cada ponto o vetor 𝐵

Figura 09 – Campo magnético

As linhas de indução existem também no interior do ímã, portanto são linhas fechadas e sua orientação
interna é do polo sul ao polo norte. Assim como as linhas de força, as linhas de indução não podem se cruzar
e são mais densas onde o campo é mais intenso.

Campo Magnético Uniforme


De maneira análoga ao campo elétrico uniforme, é definido como o campo ou parte dele onde o vetor indução
magnética 𝐵⃗ é igual em todos os pontos, ou seja, tem mesmo módulo, direção e sentido. Assim sua
representação por meio de linha de indução é feita por linhas paralelas e igualmente espaçadas.

Figura 10 – Campo magnético Uniforme

3
Física

Exercícios

1. Três barras, PQ, RS e TU, são aparentemente idênticas.

Verifica-se experimentalmente que P atrai S e repele T; Q repele U e atrai S. Então, é possível concluir
que:
a) PQ e TU são ímãs
b) PQ e RS são imãs
c) RS e TU são imãs
d) as três são imãs
e) somente PQ é imã

2. A figura mostra um pedaço de ferro nas proximidades de um dos polos de um imã permanente.

Selecione a alternativa que completa corretamente as lacunas nas seguintes afirmações sobre essa
situação. A extremidade L do pedaço de ferro é __________ pelo polo K do imã. Chamando o polo sul do
imã de S e o norte de N, uma possível distribuição dos polos nas extremidades K, L e M é,
respectivamente, __________.
a) atraída – N, N e S
b) atraída – N, S e N
c) repelida – N, S e N
d) repelida – S, S e N
e) repelida – S, N e S

4
Física

3. Na figura, um imã natural, cujos polos magnéticos norte, N, e sul, S, estão representados, equilibra dois
pregos 1 e 2. Os pontos A e B pertencem a 1 e os pontos C e D pertencem a 2.

a) B e C são polos norte


b) A é um polo norte e D um polo sul
c) A e D são polos sul
d) A é um polo sul e B um polo norte
e) B é um polo sul e D um polo norte

4. A Terra é considerada um imã gigantesco, que tem as seguintes características:

a) O polo Norte geográfico está exatamente sobre o polo sul magnético, e o Sul geográfico está na
mesma posição que o norte magnético.
b) O polo Norte geográfico está exatamente sobre o polo norte magnético, e o Sul geográfico está na
mesma posição que o sul magnético.
c) O polo norte magnético está próximo do polo Sul geográfico, e o polo sul magnético está próximo
do polo Norte geográfico.
d) O polo norte magnético está próximo do polo Norte geográfico, e o polo sul magnético está
próximo do polo Sul geográfico.
e) O polo Norte geográfico está defasado de um ângulo de 45º do polo sul magnético, e o polo Sul
geográfico está defasado de 45º do polo norte magnético.

5
Física

5. Uma agulha magnética atravessada numa rolha de cortiça flutua num recipiente que contém água, na
posição mostrada na figura 1, sob a ação do campo magnético terrestre.

Coloca-se, envolvendo o recipiente, um outro imã com seus polos posicionados como indicado na
figura 2:

A nova posição da agulha, sob a ação dos dois campos magnéticos, será:

a) d)

b) e)

c)

6
Física

6. Os ímãs 1, 2 e 3 foram cuidadosamente seccionados em dois pedaços simétricos, nas regiões


indicadas pela linha tracejada.

Analise as afirmações referentes às consequências da divisão dos ímãs:

I. todos os pedaços obtidos desses ímãs serão também ímãs, independentemente do plano de
secção utilizado;
II. os pedaços respectivos dos ímãs 2 e 3 poderão se juntar espontaneamente nos locais da
separação, retomando a aparência original de cada ímã;
III. na secção dos ímãs 1 e 2, os polos magnéticos ficarão separados mantendo cada fragmento um
único polo magnético.

Está correto o contido apenas em


a) I
b) III
c) I e II
d) I e III
e) II e III

7
Física

7. A figura representa um ímã em forma de barra, seus dois polos magnéticos Norte e Sul e algumas
linhas de indução, contidas no plano da figura, do campo magnético criado pelo ímã. Sobre essas linhas
estão assinalados os pontos de A até H.

Desprezando a ação de quaisquer outros campos magnéticos, o vetor campo magnético criado por
esse ímã tem a mesma direção e mesmo sentido em
a) B e H.
b) B e D.
c) E e G.
d) A e C.
e) D e H.

8. A magnetohipertermia é um procedimento terapêutico que se baseia na elevação da temperatura das


células de uma região específica do corpo que estejam afetadas por um tumor. Nesse tipo de
tratamento, nanopartículas magnéticas são fagocitadas pelas células tumorais, e um campo
magnético alternado externo é utilizado para promover a agitação das nanopartículas e consequente
aquecimento da célula.
A elevação de temperatura descrita ocorre porque

a) o campo magnético gerado pela oscilação das nanopartículas é absorvido pelo tumor.
b) o campo magnético alternado faz as nanopartículas girarem, transferindo calor por atrito.
c) as nanopartículas interagem magneticamente com as células do corpo, transferindo calor.
d) o campo magnético alternado fornece calor para as nanopartículas que o transfere às células do
corpo.
e) as nanopartículas são aceleradas em um único sentido em razão da interação com o campo
magnético, fazendo-as colidir com as células e transferir calor.

8
Física

9. O disco rígido de um computador é um meio magnético utilizado para armazenar informação em forma
digital. Sua superfície é dividida em trechos retangulares, muito pequenos, que funcionam como ímãs
microscópicos e podem ser orientados em dois sentidos opostos, ,
respectivamente.
Um modelo simplificado do processo de leitura da informação gravada no disco rígido envolve um

conjunto de bússolas I, II e III representado na figura. Se o polo norte da bússola aponta para cima, ( )

sua orientação é representada pelo dígito 1, se aponta para baixo ( ) representada pelo dígito 0.
Assinal a opção que representa a orientação das bússolas na situação da figura.

9
Física

10. Dois pequenos ímãs idênticos têm a forma de paralelepípedos de base quadrada. Ao su redor, cada um
produz um campo magnético cujas linhas se assemelham ao desenho esquematizado.

Suficientemente distantes um do outro, os ímãs são cortados de modo diferente. As partes obtidas são
então afastadas para que não haja nenhuma influência mútua e ajeitadas, conforme indica a figura
seguinte.

Se as partes do ímã 1 e do ímã 2 forem aproximadas novamente na região em que foram cortadas,
mantendo-se as posições originais de cada pedaço, deve-se esperar que
a) as partes correspondentes de cada ímã atraiam-se mutuamente, reconstituindo a forma de ambos
os ímãs.
b) apenas as partes correspondentes do ímã 2 se unam reconstituindo a forma original desse ímã.
c) apenas as partes correspondentes do ímã 1 se unam reconstituindo a forma original desse ímã.
d) as partes correspondentes de cada ímã sejam repelidas mutuamente, impedindo a reconstituição
de ambos os ímãs.
e) devido ao corte, o magnetismo cesse por causa da separação dos polos magnéticos de cada um
dos ímãs.

10
Física

Gabarito

1. A
P repele T → P e T são polos iguais de imãs (suponhamos que seja norte N).
Q repele U → Q e U são polos iguais de imãs (polo sul).

P atrai S → S pode ser um polo sul ou uma barra de ferro não imantada.
Q atrai S → S pode ser um polo norte ou uma barra de ferro não imantada.

Conclusão: PQ e TU são imãs e RS podem ser imãs, mas não tem como afirmar.

2. B
A extremidade L do pedaço de ferro é atraída pelo polo K do imã (imã atrai ferro independente da
polaridade) – uma das possibilidades é a da figura da questão.

3. B
A - Norte
B - Sul
C - Norte
D - Sul

4. C
O polo norte magnético está próximo ao polo sul geográfico, e o polo sul magnético está próximo ao sul
geográfico. Os polos magnéticos e geográficos não se coincidem, estando afastados 11,5º um do outro.

5. C
A alternativa mais coerente é a C, supondo as forças que a agulha troca com a Terra e com o imã
comparáveis.

6. A
I – Correta. Um ímã permanente é feito de material capaz de manter as propriedades magnéticas mesmo
após cessar o processo de imantação, estes materiais são chamados ferromagnéticos.
II – Falsa. Podemos perceber que depois do corte, teremos que:

E na situação 3 os imãs não retomariam à posição original.


III – Falsa. Como visto anteriormente na proposição II, somente as peças I e II retomam à posição original
pós-corte.

11
Física

7. E

8. B

9. A

12
Física

10. C

13
Física

Ondas: Fenômenos ondulatórios

Resumo

Reflexão
A reflexão ondulatória é a mesma da reflexão da óptica geométrica. Há apenas uma análise
diferenciada para alguns casos.

Ângulo de incidência = ângulo de reflexão.

Na reflexão pode ocorrer apenas mudança de direção. As outras grandezas se mantêm.

1
Física

Reflexão em cordas: pode ocorrer com uma corda fixa a uma parede ou livre para oscilar. Ao produzir
um pulso na corda, os pontos vibram para cima e para baixo. Desse modo o pulso tenta levantar e abaixar a
corda. Quando o pulso alcança a extremidade podemos ter duas situações:
Na corda fixa há a inversão de fase, pois a parede oferece resistência ao pulso que se propaga e tenta
"levantar" a parede. A parede exerce uma força contrária (ação e reação) e o pulso volta invertido.

Na corda livre não há inversão de fase, o pulso retorna do mesmo modo, pois a parte livre não oferece
resistência.

Refração
Refração é o fenômeno caracterizado pela mudança na velocidade da onda. Possui a mesma
estrutura da refração da óptica geométrica, com mais alguns detalhes.
• Não há variação de frequência ou período para uma onda que sofre refração. O comprimento de onda
é que varia de forma diretamente proporcional à velocidade.
• Não é preciso mudança de direção ou de meio para que ocorra refração. É preciso que ocorram
mudanças nas características do meio para que a velocidade modifique. Por exemplo, para uma onda
do mar, basta mudar a profundidade que teremos mudança de velocidade, para uma onda sonora a
velocidade no ar quente é diferente do ar frio.

2
Física

Refração em superfície

O desenho anterior ilustra ondas do mar vistas de cima que atingem um banco de areia (redução de
velocidade).

Refração em cordas
A mudança de velocidade de uma onda em uma corda ocorre quando há cordas de densidades
lineares diferentes.
Observe um pulso que se propaga de uma corda grossa para uma corda fina.

Na corda fina o pulso refratado terá maior velocidade e maior comprimento de onda. Observe que há
também o surgimento de um pulso refletido que retorna na mesma fase (a corda fina não oferece resistência,
funciona como reflexão de corda livre).

Observe um pulso que se propaga de uma corda fina para uma corda grossa.

3
Física

Na corda fina o pulso refratado terá menor velocidade e menor comprimento de onda. Observe que
há também o surgimento de um pulso refletido que retorna na fase oposta (a corda grossa oferece resistência,
funciona como reflexão de corda fixa).

A Lei de Snell também é valida, sendo seu uso através da relação de velocidade mais comum. Na
óptica seu uso comum é com o índice de refração

Difração
A onda contorna um obstáculo (ou abertura). Só ocorre quando o comprimento de onda tem
dimensões próximas do obstáculo (ou abertura).

Interferência
A interferência é o resultado da superposição entre ondas. Pode provocar um aumento na amplitude
(interferência construtiva) ou diminuição na amplitude (interferência destrutiva).

Interferência em cordas:
Fases iguais: as amplitudes se somam.

4
Física

Fases opostas: as amplitudes se subtraem

Interferência em superfície
Imagine uma fonte vibrando na superfície de um lago. Serão produzidas ondas circulares representadas por
suas cristas no desenho a seguir.

Agora imagine duas fontes (F1 e F2) produzindo ondas iguais.

Os pontos indicados representam interferências construtivas e destrutivas.

5
Física

A fórmula que identifica a interferência é:

onde o PF1 é a distância do ponto até a fonte F 1 e PF2 é a distância do ponto até a fonte F 2. O valor n é um
número inteiro (1, 2, 3...) e ⎣ é o comprimento de onda. Para saber a interferência no ponto deve-se descobrir
se o n é par ou ímpar. Fontes em fase são fontes ligadas simultaneamente e em oposição de fase há um
atraso entre elas, geralmente o exercício diz se estão ou não em fase.

Fontes em fase Fontes em oposição


de fase
N par Int. Construtiva Int. Destrutiva
N ímpar Int. Destrutiva Int. Construtiva

Polarização
A onda é forçada a se propagar em um único plano. Só ocorre com ondas transversais.

Pense em uma pessoa sacudindo uma corda presa em uma parede em um movimento circular.

Agora imagine que há uma fresta entre a pessoa e a parede. Do lado da pessoa a corda ficará girando,
mas do outro lado da fresta, a corda só poderá subir e descer. Assim será criada uma onda transversal que
se propaga apenas na direção da fresta.

O desenho a seguir ilustra uma onda que foi criada a partir de uma oscilação horizontal. Ao atravessar
a fenda vertical, a onda é anula, pois não há movimento vertical.

6
Física

Obs.: Uma onda luminosa que atravessa um polarizador ficará com apenas uma direção de
propagação. Se outro polarizador for colocado de maneira transversal ao primeiro, a onda luminosa não
atravessará, ficando a região comum entre os polarizadores sem luz.

Girando um dos polarizadores, a área comum escurece.

Girando 90o não passa luz

7
Física

Exercícios

1. (Enem 2016 2ª Aplicação) Nas rodovias, é comum motoristas terem a visão ofuscada ao receberem a
luz refletida na água empoçada no asfalto. Sabe-se que essa luz adquire polarização horizontal. Para
solucionar esse problema, há a possibilidade de o motorista utilizar óculos de lentes constituídas por
filtros polarizadores. As linhas nas lentes dos óculos representam o eixo de polarização dessas lentes.
Quais são as lentes que solucionam o problema descrito?

2. (Enem 2014) Ao sintonizarmos uma estação de rádio ou um canal de TV em um aparelho, estamos


alterando algumas características elétricas de seu circuito receptor. Das inúmeras ondas
eletromagnéticas que chegam simultaneamente ao receptor, somente aquelas que oscilam com
determinada frequência resultarão em máxima absorção de energia.
O fenômeno descrito é a
a) difração.
b) refração.
c) polarização.
d) interferência.
e) ressonância.

8
Física

3. (Enem PPL 2014) Ao assistir a uma apresentação musical, um músico que estava na plateia percebeu
que conseguia ouvir quase perfeitamente o som da banda, perdendo um pouco de nitidez nas notas
mais agudas. Ele verificou que havia muitas pessoas bem mais altas à sua frente, bloqueando a visão
direta do palco e o acesso aos alto-falantes. Sabe-se que a velocidade do som no ar é 340 m/s e que a
região de frequências das notas emitidas é de, aproximadamente, 20 Hz a 4000 Hz.
Qual o fenômeno ondulatório é o principal responsável para que o músico percebesse essa
diferenciação do som?
a) difração.
b) reflexão.
c) refração.
d) atenuação.
e) interferência.

4. (Enem 2013) Em viagens de avião, é solicitado aos passageiros o desligamento de todos os aparelhos
cujo funcionamento envolva a emissão ou a recepção de ondas eletromagnéticas. O procedimento é
utilizado para eliminar fontes de radiação que possam interferir nas comunicações via rádio dos pilotos
com a torre de controle.
A propriedade das ondas emitidas que justifica o procedimento adotado é o fato de
a) terem fases opostas.
b) serem ambas audíveis.
c) terem intensidades inversas.
d) serem de mesma amplitude.
e) terem frequências próximas.

5. (Enem 2010) As ondas eletromagnéticas, como a luz visível e as ondas de rádio, vijam em linha reta em
um meio homogêneo. Então, as ondas de rádio emitidas na região litorânea do Brasil não alcançariam
a região amazônica do Brasil por causa da curvatura da Terra. Entretanto, sabemos que é possível
transmitir ondas de rádio entre essas localidades devido à ionosfera. Com a ajuda da ionosfera, a
transmissão de ondas planas entre o litoral do Brasil e a região amazônica é possível por meio da
a) reflexão.
b) refração.
c) difração.
d) polarização.
e) interferência.

9
Física

6. (Enem PPL 2013) As moléculas de água são dipolos elétricos que podem se alinhar com o campo
elétrico, da mesma forma que uma bússola se alinha com um campo magnético. Quando o campo
elétrico oscila, as moléculas de água fazem o mesmo. No forno de micro-ondas, a frequência de
oscilação do campo elétrico é igual a frequência natural de rotação das moléculas de água. Assim, a
comida é cozida quando o movimento giratório das moléculas de água transfere a energia térmica às
moléculas circundantes.
HEWITT, P. Física Conceitual. Porto Alegre: Bookman, 2002 (adaptado).

A propriedade das ondas que permite, nesse caso, um aumento da energia de rotação das moléculas
de água é a
a) reflexão.
b) refração.
c) ressonância.
d) superposição.
e) difração.

7. (Enem cancelado 2009) A ultrassonografia, também chamada de ecografia, é uma técnica de geração
de imagens muito utilizada em medicina. Ela se baseia na reflexão que ocorre quando um pulso de
ultrassom, emitido pelo aparelho colocado em contato com a pele, atravessa a superfície que separa
um órgão do outro, produzindo ecos que podem ser captados de volta pelo aparelho. Para a observação
de detalhes no interior do corpo, os pulsos sonoros emitidos têm frequências altíssimas, de até 30 MHz,
ou seja, 30 milhões de oscilações a cada segundo.

A determinação de distâncias entre órgãos do corpo humano feita com esse aparelho fundamenta-se
em duas variáveis imprescindíveis:
a) a intensidade do som produzido pelo aparelho e a frequência desses sons.
b) a quantidade de luz usada para gerar as imagens no aparelho e a velocidade do som nos tecidos.
c) a quantidade de pulsos emitidos pelo aparelho a cada segundo e a frequência dos sons emitidos
pelo aparelho.
d) a velocidade do som no interior dos tecidos e o tempo entre os ecos produzidos pelas superfícies
dos órgãos.
e) o tempo entre os ecos produzidos pelos órgãos e a quantidade de pulsos emitidos a cada segundo
pelo aparelho.

10
Física

8. (Enem 2ª Aplicação 2010) Um garoto que passeia de carro com seu pai pela cidade, ao ouvir o rádio,
percebe que sua estação de rádio preferida, a 94,9 FM, que opera na banda de frequência de mega-
hertz, tem seu sinal de transmissão superposto pela transmissão de uma rádio pirata de mesma
frequência que interfere no sinal da emissora do centro de algumas regiões da cidade.
Considerando a situação apresentada, a rádio pirata interfere no sinal da rádio do centro devido à
a) atenuação promovida pelo ar nas radiações emitidas.
b) maior amplitude da radiação emitida pela estação do centro.
c) diferença de intensidade entre as fontes emissoras de ondas.
d) menor potência de transmissão das ondas emissoras pirata.
e) semelhança dos comprimentos de onda das radiações emitidas.

9. (Enem 2011) Ao diminuir o tamanho de um orifício atravessado por um feixe de luz, passa menos luz
por intervalo de tempo, e próximo da situação de completo fechamento do orifício, verifica-se que a luz
apresenta um comportamento como o ilustrado nas figuras. Sabe-se que o som, dentro de suas
particularidades, também pode se comportar dessa forma.

Em qual das situações a seguir está representado o fenômeno descrito no texto?


a) Ao se esconder atrás do muro, um menino ouve a conversa de seus colegas.
b) Ao gritar diante de um desfiladeiro, uma pessoa ouve a repetição do seu próprio grito.
c) Ao encostar o ouvido no chão, um homem percebe o som de uma locomotiva antes de ouvi-lo pelo
ar.
d) Ao ouvir uma ambulância se aproximando, uma pessoa percebe o som mais agudo do que quando
aquela se afasta.
e) Ao emitir uma nota musical aguda, uma cantora de ópera faz com que taça de cristal se despedace.

11
Física

10. Uma ambulância A em movimento retilíneo e uniforme aproxima-se de um observador O, em repouso.


A sirene emite um som de frequência constante f . O desenho ilustra as frentes de onda do som emitido
A

pela ambulância. O observador possui um detector que consegue registrar, no esboço de um gráfico, a
frequência da onda sonora detectada em função do tempo f (t), antes e depois da passagem da
o

ambulância por ele.

Qual esboço gráfico representa a frequência f (t) detectada pelo observador?


o

b) c)
a)

d) e)

12
Física

Gabarito

1. A

2. E

3. A

4. E

5. A

6. C

7. D

13
Física

8. E

9. A

10. D

14
Geografia

Organização e industrialização do Brasil

Resumo

Ciclos econômicos
As atividades econômicas desenvolvidas no Brasil colonial foram fundamentais para expansão territorial
brasileira. A economia era fundamentada em torno da produção de gêneros primários, voltados para
exportação. O que explica o caráter litorâneo da ocupação do território nacional. Essas atividades são
agrupas e estudas a partir dos ciclos econômicos:
• Ciclo do Pau Brasil: Nessa fase inicial destacou-se a prática predatória de extração de Pau Brasil, no
entanto, esse primeiro ciclo econômico não foi fundamental para a ocupação e organização do
território, uma vez que a atividade tinha caráter seminômade e predatório, sem o intuito de fixação
no lugar, acarretando apenas a construção de algumas vilas e povoados.
• Ciclo do Açúcar: muito importante para a criação dos primeiros povoados, principalmente pela
participação da figura dos bandeirantes. A necessidade de mão de obra para trabalhar nas lavouras
e no beneficiamento da cana-de-açúcar leva ao surgimento das bandeiras. A partir dessas expedições,
começa o processo de ocupação portuguesa em território espanhol, ultrapassando a linha do Tratado
de Tordesilhas.
• Ciclo do Ouro: com a competição externa ao açúcar brasileiro, a coroa Portuguesa decide voltar a
busca por metais preciosos. Os bandeirantes vão ter um papel fundamental abrindo caminho para a
descoberta do ouro em Minas Gerais, Mato Grosso e em Goiás. Esse ciclo vai ser importante para
ocupação de regiões interioranas. A partir dessa atividade vai ocorrer uma intensa migração em para
essas áreas de mineração proporcionando a criação de diversos povoados e cidades e o surgimento
de um mercado interno mais significativo. A capital é transferida para o Rio de Janeiro, e com isso o
Nordeste perde sua importância política e futuramente econômica com o ciclo do café.
• Ciclo do Café: a fase mais vigorosa ocorreu no século XIX e início do século XX. O café foi
fundamental para a consolidação do território nacional. O desenvolvimento da produção do café
exigiu uma infraestrutura moderna para escoar a produção, passando a ser atendida pelas ferrovias.
Essas futuramente passam até a ditar o caminho da ocupação pelo interior de São Paulo. A grande
contribuição é que atividade possibilitou um maior desenvolvimento e investimento em São Paulo e
Rio de Janeiro, de forma que a região sudeste assegurou a supremacia na economia nacional/

Arquipélagos econômicos
Quando observados todos esses ciclos econômicos, geograficamente, fica mais fácil entender que o
desenvolvimento do território brasileiro ocorreu em forma de arquipélago (ilhas), isto é, áreas que apresentam
certo desenvolvimento, porém sem articulação. As atividades econômicas se desenvolviam de formas
isoladas, basicamente buscando atender a demanda externa.

O início do processo de industrialização brasileiro e o destaque da região Sudeste


O ciclo do café foi o motor inicial para esse processo. O espaço geográfico brasileiro foi estruturado
exclusivamente ao redor do modelo primário-exportador. A partir do crescimento da economia cafeeira, o
processo de urbanização se intensificou, principalmente no Rio de Janeiro e em São Paulo. Resultando na
construção de uma infraestrutura (ferrovias) para escoar essa produção.

1
Geografia

Com o fim da escravidão e a chegada dos imigrantes, o mercado consumidor cresceu consideravelmente, o
que possibilitou a produção para o mercado interno e o desenvolvimento das indústrias. A concentração
desse processo na região Sudeste aumentou as disparidades inter-regionais.

Organização do espaço econômico brasileiro no século XVIII

Adaptado de: MARINA, Lúcia. Fronteiras da Globalização

2
Geografia

Exercícios

1. (Enem 2013)

Os mapas representam distintos padrões de distribuição de processos socioespaciais. Nesse sentido,


a menor incidência de disputas territoriais envolvendo povos indígenas se explica pela
a) fertilização natural dos solos.
b) expansão da fronteira agrícola.
c) intensificação da migração de retorno.
d) homologação de reservas extrativistas.
e) concentração histórica da urbanização.

3
Geografia

2. (Enem 2014)

Fon-Fon!, ano IV, n. 36, 3 set. 1910. Disponível em: objdigital.bn.br. Acesso em: 4 abr. 2014.
A charge, datada de 1910, ao retratar a implantação da rede telefônica no Brasil, indica que esta:
a) permitiria aos índios se apropriarem da telefonia móvel.
b) ampliaria o contato entre a diversidade de povos indígenas.
c) faria a comunicação sem ruídos entre grupos sociais distintos.
d) restringiria a sua área de atendimento aos estados do norte do país.
e) possibilitaria a integração das diferentes regiões do território nacional.

3. “Ao se avaliarem as características da urbanização brasileira em seu período mais recente, é


importante considerar os efeitos do processo de internacionalização da economia. [...] Uma das
tendências desse processo é reforçar a localização de atividades nas cidades “da região mais
desenvolvida do país, onde está localizada a maior parcela da base produtiva, que se moderniza mais
rapidamente, e onde estão as melhores condições locacionais.”
(Maria Luisa Catello Branco in As metrópoles e a questão social brasileira. Rio de Janeiro: Revan, 2007. p. 101. Adaptado)
A tendência mostrada no texto:
a) Dinamiza as redes urbanas em escala nacional.
b) Dá origem à formação de inúmeras metrópoles no interior do país.
c) Reforça as desigualdades espaciais no Brasil.
d) Minimiza a histórica concentração de riqueza em espaços reduzidos.
e) Destaca o papel das metrópoles no contexto da globalização.

4
Geografia

4. No século XXI, a participação do Produto Interno Bruto (PIB) do Nordeste no PIB brasileiro vem
aumentando paulatinamente, o que indica que a região passa por um ciclo de crescimento econômico.
Os principais fatores responsáveis por esse fenômeno são:
a) investimentos de grandes empresas em empreendimentos voltados para a promoção de
economias solidárias e para o desenvolvimento de atividades de pequenos produtores
agroextrativistas.
b) investimentos públicos em infraestrutura, concessões estatais de créditos e incentivos fiscais a
empresas, e o aumento do consumo da população mais pobre, que passa a ter acesso ao crédito.
c) investimentos de bancos privados em grandes obras de infraestrutura direcionadas para a
transposição do Rio São Francisco e para a melhoria dos sistemas de transporte rodoviário e
ferroviário da região.
d) investimentos de bancos estrangeiros em empreendimentos voltados para a aquisição de grandes
extensões de terras e para a instalação de rede hoteleira nas áreas litorâneas da região.
e) investimentos externos dos governos dos países desenvolvidos visando a formação de relações
amistosas com o Brasil tendo como interesse a aquisição de matérias-primas.

5. O conhecimento da industrialização no Brasil, isto é, das formas particulares da industrialização no


Brasil, deve estar, explícita ou implicitamente, apoiado na análise das relações entre o café e a indústria.
E a análise correta dessas relações é impossível se considerarmos café e indústria como elementos
opostos. É indispensável reunir café e indústria como partes da acumulação de capital no Brasil; mais
precisamente, como partes das novas formas de acumulação cuja formação encontra as suas origens
na década de 1880 a 1890.
(Sérgio Silva, Expansão cafeeira e origens da indústria no Brasil)
No contexto do Brasil da passagem do século XIX para o XX, acerca das relações entre a produção
cafeeira e a indústria, é correto considerar que
a) o avanço da produção industrial foi inversamente proporcional ao crescimento da produção
cafeeira, uma vez que a entrada de recursos derivada da exportação de café era reaplicada apenas
na produção cafeeira.
b) a ampliação do trabalho livre permitiu que parcelas dos capitais acumulados fossem investidas
nas atividades industriais, desse modo, a economia cafeeira e a indústria fazem parte de um
mesmo processo de desenvolvimento.
c) os empresários ligados à produção e exportação do café tinham representação política
hegemônica e seus interesses eram defendidos pelo Estado brasileiro, que impedia a inversão de
capitais cafeeiros na indústria.
d) os interesses dos cafeicultores e os dos industriais eram excludentes, visto que, com a expansão
cafeeira, as maciças exportações desse produto atrapalharam os investimentos na indústria.
e) a exportação cafeeira atrelou o comércio externo brasileiro às importações de produtos
industrializados da Europa e dos Estados Unidos, impedido o desenvolvimento da indústria no
Brasil antes de 1930.

5
Geografia

6. O processo de industrialização ocorrido no Brasil a partir de 1930 trouxe grandes transformações na


organização do território nacional, pois constituiu uma economia cujo crescimento depende
principalmente do dinamismo do mercado interno.
Com base no enunciado e nos conhecimentos de geografia do Brasil, assinale a afirmativa correta.
a) A alta concentração industrial nas regiões metropolitanas e cidades médias próximas dessas
áreas cria uma estrutura produtiva pouco integrada.
b) Como o mercado consumidor de bens industriais se concentra nas cidades localizadas até 150
km do litoral, a interiorização do desenvolvimento econômico continua a depender da
agropecuária.
c) A industrialização forjou uma rede urbana constituída por duas metrópoles globais, algumas
metrópoles nacionais e centros urbanos com áreas de influência regional ou local.
d) A agricultura de exportação vigente até 1930 criou uma economia estruturada em centro e periferia,
sendo o primeiro a então capital federal, Rio de Janeiro, e a segunda, as áreas de produção
agropecuária.
e) A concentração industrial cada vez mais alta no Sul e Sudeste reduz os níveis de integração
econômica do território brasileiro, que vai ficando cada vez mais desigual.

7. O Brasil foi, durante muitos séculos, um grande arquipélago, formado por subespaços, que evoluíram,
segundo lógicas próprias, ditadas em grande parte por suas relações com o mundo exterior. Havia, sem
dúvida, para cada um desses subespaços, polos dinâmicos internos. Estes, porém, tinham entre si
escassa relação, não sendo interdependentes.
Milton Santos. A urbanização brasileira, 1993. Adaptado.
Sobre o assunto tratado pelo geógrafo Milton Santos é correto afirmar:
a) A distribuição descontínua das atividades econômicas pelo território brasileiro originou as regiões
voltadas para o mercado externo.
b) A falta de integração entre os subespaços posteriormente foi rapidamente superada pela adoção
de uma extensa malha ferroviária.
c) O primeiro grande arquipélago econômico foi o do açúcar em Minas Gerais, depois o ciclo do café
no Nordeste e, posteriormente, o ciclo do ouro no Sudeste.
d) A maior parte do território brasileiro passou a se integrar à economia nacional somente no início
do século XX, sob o comando do eixo Rio - São Paulo.
e) A ocupação e a expansão do território brasileiro ocorreram inicialmente de Oeste para Leste,
começando pela Amazônia e estendendo-se para o litoral.

6
Geografia

8. Analise o mapa.

Hervé Théry e Neli Aparecida de Mello. Atlas do Brasil - disparidades e dinâmica do território, 2005. Adaptado.
A partir das informações do mapa, pode-se afirmar que a expansão geoeconômica do território
brasileiro, no período assinalado, anos 1890, mostrou que nesse século
a) havia uma importante corrente migratória para o norte, o que impulsionou o seu desenvolvimento.
Os vários focos econômicos, embora distantes entre si, tinham o centro de maior influência no
estado de Mato Grosso
b) havia vários focos econômicos distantes entre si, mas que o centro de maior influência econômica
estava centrado na atual região Norte.
c) havia vários focos econômicos interligados por malhas viárias, o que facilitava o desenvolvimento
do país.
d) o foco econômico de maior importância era localizado na região Nordeste.
e) havia vários focos econômicos distantes entre si, mas o maior centro estava localizado na atual
região Sudeste.

7
Geografia

9.

Adaptado de THÉRY, H.; MELLO, N. A. de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: EDUSP; Imprensa
Oficial do Estado de São Paulo, 2008.
A partir da análise do mapa, constata-se que o uso da metáfora do “arquipélago" no título da imagem
expressa a seguinte característica da organização espacial do Brasil naquele momento:
a) reduzida integração econômica do território colonial
b) desigual distribuição regional da atividade industrial
c) excessiva diluição política do poder governamental
d) acentuada fragmentação fundiária da propriedade rural
e) expressiva integração territorial das atividades econômicas

10. (...) ela foi responsável pelo povoamento do Sertão nordestino, da Bahia ao Maranhão. Foi um excelente
instrumento de expansão e colonização do Brasil. Com ela surgiram muitas feiras que deram origem a
importantes centros urbanos, como por exemplo a Feira de Santana, na Bahia".
Roberto César Cunha. Ocupação e o Desenvolvimento das duas Formações Socioespaciais o Maranhão.

Ao instrumento de expansão a que o texto se refere, pode ser associado a


a) pecuária.
b) mineração.
c) economia extrativa.
d) economia mineira.
e) produção açucareira.

8
Geografia

Gabarito

1. E
É possível observar no mapa 1 que as maiores aglomerações populacionais no Brasil se concentram na
faixa litorânea, que, neste caso, traduz-se como as áreas mais urbanizadas e que possuem um histórico
de ocupação. Ao observar o mapa 2 identifica-se que são exatamente nessas áreas onde os conflitos
pela posse da terra são menores.

2. E
Para a resolução desta questão é importante a leitura atenta das informações apresentadas pela imagem.
A questão fala sobre o encurtamento das distâncias possibilitado pelo avanço das comunicações como,
por exemplo, a implantação da rede telefônica no Brasil. A questão procura o desdobramento correto
deste processo, neste sentido, a opção E é a mais adequada pois apresenta a ideia de que o território
brasileiro estaria mais integrado, sendo possíveis as trocas entre as diversas regiões.

3. C
A questão trata da região Sudeste, onde o processo de industrialização teve início no Brasil, processo
esse decorrente do anterior desenvolvimento da produção de café na região. É destacada a questão do
reforço das desigualdades espaciais pois ainda hoje essa região é a que recebe os maiores investimentos
econômico, infra estrutural e outros.

4. B
O crescimento da região Nordeste referido no texto decorre de investimentos industriais captados por
incentivos ficais estaduais, além da mão de obra barata da região e o crescimento do mercado
consumidor local. Adiciona-se também o investimento público em infraestruturas (rodovias, portos,
transposição do rio São Francisco e ferrovia transnordestina).

5. B
A chegada dos imigrantes e a libertação dos homens e mulheres escravizados contribuíram para o início
da formação de um mercado interno no Brasil, o que por sua vez impulsionou a produção industrial no
país devido à crescente demanda por produtos em quantidade, e que pode ser atendida pois a atividade
de produção de café não demandava tantos gastos e gerava lucro, sendo assim, a atividade cafeeira e a
indústria possuem uma relação indissociável.

6. C
O processo de industrialização foi fundamental para a organização do território brasileiro a medida em
que contribuiu para a urbanização e para a constituição de uma rede urbana formada por centros urbanos
de diferentes níveis de destaque (local, regional, nacional e global) e que polarizam serviços e atividades.
Neste sentido, destacam-se, por exemplo, São Paulo e Rio de Janeiro como metrópoles globais, Salvador,
Belo Horizonte, Fortaleza, Brasília e outras como metrópoles nacionais, e São Luís, Maceió, Natal, Teresina,
João Pessoa, São José dos Campos, Ribeirão Preto e outras como metrópoles regionais/locais.

7. A
A economia brasileira durante muitos séculos se organizou em ilhas econômicas, isto é, regiões sem
integração, seguindo uma lógica econômica própria e voltadas para o mercado externo.

9
Geografia

8. E
A partir do mapa é possível perceber que a região Sudeste no período mencionado era a que possuía uma
dinâmica interna mais efetiva e se destacava no cenário econômico e político nacional.

9. A
O mapa indica o baixo nível de integração do território e da economia brasileira no século XIX, a partir de
diferentes atividades espalhadas pelo território que não se conectam.

10. A
A pecuária desenvolveu-se no sertão nordestino inicialmente em torno dos engenhos de cana-de-açúcar
e foi fundamental para o povoamento da região. O gado era utilizado para alimentação, produção de couro
para utensílios de trabalho e domésticos, além da tração animal nos trabalhos para a obtenção do açúcar.
Com a expansão dos latifúndios de açúcar a atividade pecuária também se expandia e iniciava-se assim
a formação de novos centros urbanos.

10
Geografia

Vargas e a substituição de importações

Resumo

A partir do crescimento da economia cafeeira, o processo de urbanização se intensificou, principalmente no


Rio de Janeiro e em São Paulo. Toda uma infraestrutura de ferrovias e portos foram instalados para escoar
essa produção. Com o fim da escravidão e a chegada dos imigrantes, o mercado consumidor também vinha
crescendo consideravelmente, possibilitando a produção para o mercado interno e o desenvolvimento de
algumas indústrias leves como a têxtil e a alimentícia. Dentre os fatores que beneficiaram a concentração
industrial na região Sudeste podemos destacar:
• Concentração de infraestrutura de energia, comunicação e transportes;
• Concentração de mão de obra qualificada (lembrando a entrada de mão de obra estrangeira, em sua
maior parte, já qualificada para os serviços fabris);
• Concentração de mercado consumidor;
• Rede bancária desenvolvida, por conta da presença de centros de produção de café.
É importante destacar o contexto mundial deste período. O mundo passava pelo fim da Primeira Guerra
Mundial, conflito em que muitos dos principais países produtores de produtos industrializados estavam
envolvidos, afetando o abastecimento mundial. Neste sentido, iniciou-se no Brasil a política de substituição
de importações, ou seja, passou-se a produzir aqui o que antes se importava de outros países. A partir de
Getúlio Vargas, pela primeira vez na história brasileira, o governo passa a investir massivamente na indústria
nacional, principalmente através da criação das indústrias de base, fundamentais para fornecer insumos para
outras indústrias, dentre as quais podemos destacar a Companhia Siderúrgica Nacional, a Vale do Rio Doce
e a Petrobrás. Outra questão muito importante em Vargas e fundamental em uma sociedade urbana e
industrial foi a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), em 1º de maio de 1943, introduzindo novos direitos
aos trabalhadores, regulamentando férias remuneradas, horários de trabalho, condições de segurança, salário
mínimo e a relação entre patrões e empregados.

1
Geografia

Exercícios

1. (Enem 2019 PPL) A depressão que afetou a economia mundial entre 1929 e 1934 se anunciou, ainda
em 1928, por uma queda generalizada nos preços agrícolas internacionais. Mas o fator mais marcante
foi a crise financeira detonada pela quebra da Bolsa de Nova Iorque.
Disponível em: http://cpdoc.fgv.br. Acesso em: 20 abr. 2015 (adaptado).

Perante o cenário econômico descrito, o Estado brasileiro assume, a partir de 1930, uma política de
incentivo à
a) industrialização interna para substituir as importações.
b) nacionalização de empresas estrangeiras atingidas pela crise.
c) venda de terras a preços acessíveis para os pequenos produtores.
d) entrada de imigrantes para trabalhar nas indústrias de base recém-criadas.
e) abertura de linhas de financiamento especial para empresas do setor terciário.

2. (Enem 2014) Ao deflagrar-se a crise mundial de 1929, a situação da economia cafeeira se apresentava
como se segue. A produção, que se encontrava em altos níveis, teria que seguir crescendo, pois os
produtores haviam continuado a expandir as plantações até aquele momento. Com efeito, a produção
máxima seria alcançada em 1933, ou seja, no ponto mais baixo da depressão, como reflexo das
grandes plantações de 1927-1928. Entretanto, era totalmente impossível obter crédito no exterior para
financiar a retenção de novos estoques, pois o mercado internacional de capitais se encontrava em
profunda depressão, e o crédito do governo desaparecera com a evaporação das reservas.
FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1997 (adaptado).
Uma resposta do Estado brasileiro à conjuntura econômica mencionada foi o(a)
a) atração de empresas estrangeiras.
b) reformulação do sistema fundiário.
c) incremento da mão de obra imigrante.
d) desenvolvimento de política industrial.
e) financiamento de pequenos agricultores.

2
Geografia

3. Com o crescimento econômico ocorrido durante o século XX, o Brasil pode ser considerado um país
industrializado, embora os males do subdesenvolvimento continuem presentes. O processo de
industrialização brasileiro contou com um agente de fundamental importância: o Estado Nacional.
RIBEIRO, Carine Pereira. Desenvolvimento e subdesenvolvimento segundo Celso Furtado: influência no debate sobre a
questão regional brasileira.
Sobre o papel do Estado no processo de industrialização brasileiro, é possível afirmar que:
a) Foi responsável pela construção dos setores de infraestrutura e transporte, pelo investimento
direto no setor industrial e pela criação de uma legislação trabalhista.
b) Foi responsável pelos investimentos em infraestrutura e transporte, porém não participou dos
investimentos diretos no setor industrial e se omitiu na criação de uma legislação trabalhista.
c) Agiu na criação de uma legislação trabalhista, porém não participou dos investimentos em
infraestrutura e transportes, bem como dos investimentos diretos no setor industrial.
d) Foi responsável pelos investimentos diretos no setor industrial, porém, por falta de recursos,
deixou a cargo das empresas privadas os investimentos na criação de infraestrutura e transportes.
e) Abriu mão do papel de empreendedor, não participando dos investimentos diretos no setor
industrial, nem dos investimentos em infraestrutura.

4. A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi fundada em abril de 1941, durante o governo Getúlio
Vargas, com o financiamento estadunidense, em troca da cessão do uso do porto de Natal (RN) como
base militar dos Estados Unidos no decorrer da Segunda Guerra Mundial.
PEREIRA, Pérola Mourão de S. S. A. As relações entre o Brasil e os estados unidos da américa durante a segunda guerra
mundial: atores e dinâmicas da construção da aliança (1939 – 1944)
Essa siderúrgica foi construída no município de
a) Cubatão, localizado no estado de São Paulo, entre a capital e o porto de Santos, maior porto
brasileiro na ocasião.
b) Carajás, no interior do estado do Pará, para aproveitar a maior reserva mundial de minério de ferro,
situada naquela localidade.
c) Volta Redonda, situado entre São Paulo e Rio de Janeiro, as duas maiores cidades brasileiras na
época, e próximo ao Quadrilátero Ferrífero.
d) São Paulo, capital do estado mais rico da federação naquele período e maior consumidor de
produtos siderúrgicos e metalúrgicos da América Latina.
e) Salvador, capital do país naquele momento, grande centro financeiro e industrial, cortado pelas
linhas da Rede Ferroviária Federal, que abasteciam os fomos da companhia.

3
Geografia

5. A industrialização brasileira tem como marco a década de 1930, com o processo de implantação de
setores de base. Isto não quer dizer que, antes daquela década, não houvesse indústrias no país. Elas
existiram, só que compuseram um setor de pouca monta.
MARSON, Michel D. A industrialização brasileira antes de 1930: uma contribuição sobre a evolução da indústria de máquinas
e equipamentos no estado de São Paulo. Estud. Econ. vol.45 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2015
Sobre as indústrias brasileiras anteriores a década de 1930, pode-se afirmar que:
a) se caracterizaram pela forte dependência a uma política de investimentos governamentais.
b) se basearam em capitais provenientes da exportação da borracha amazônica.
c) tiveram, na redução de tarifas de importação de manufaturados, seu principal fator de
competitividade.
d) estiveram ligadas à formação de um mercado consumidor representado pelo afluxo de imigrantes
europeus assalariados.
e) apresentaram forte concentração de investimentos nos setores de energia e transportes.

6. O processo de substituição de importações pode ser caracterizado por uma industrialização fechada,
ou seja, ser voltada para dentro visando prioritariamente o mercado interno e dependente de políticas
governamentais que protegessem a indústria nacional em relação aos seus concorrentes
internacionais.
CORONEL, Daniel Arruda. O processo de substituição de importações. Rev. Econ. Polit. vol.30 no.2 São Paulo Apr./June 2010
Em sua fase inicial, associada à substituição das importações, a industrialização brasileira ressentiu-
se principalmente
a) da falta de iniciativa estatal, uma vez que o Estado tinha interesse em manter a agroexportação do
café.
b) das dificuldades provocadas pela Grande Guerra que impossibilitavam a produção de bens, antes
importados.
c) da conjuntura internacional desfavorável, pois as grandes potências econômicas procuravam
manter o monopólio industrial.
d) da ausência de uma integração em nível de América Latina, o que dificultava o processo de criar
um mercado consumidor.
e) da falta de integração do território, reflexo de uma organização espacial ligada à exportação de
bens primários.

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Geografia

7. A Companhia Siderúrgica Nacional - Usina Presidente Vargas - e a cidade de Volta Redonda formam
desde os anos 1940 um só complexo. A cidade foi construída pelo Estado à imagem e semelhança da
usina, que traçou para o complexo a função de espaço disciplinar da massa trabalhadora nele
empregada, extensiva como exemplo a toda a classe trabalhadora brasileira. De uma certa forma, o
complexo vem para atuar como um grande laboratório de experiências necessárias à constituição da
moderna sociedade brasileira como uma sociedade do trabalho avançada.
MOREIRA, R. Formação espacial brasileira. Rio de Janeiro: Consequência, 2012, p. 213. Adaptado.
A formação desse complexo urbano-industrial expressa uma política territorial que
a) aplica preceitos do neoliberalismo econômico.
b) antecipa ações do nacional-desenvolvimentismo.
c) reforça valores da descentralização democrática.
d) refuta decisões de planejamento do governo central.
e) privilegia intervenções de expansão das exportações.

8. A consequência geral do desemprego na Europa e nos Estados Unidos foi uma drástica redução no
comércio internacional, que regrediu ao nível de 1913. Não havia compradores para o café do Brasil, o
trigo da Argentina, a lã da Austrália e a seda do Japão. Assim, a crise espalhava-se pelo mundo, com
seu trágico cortejo de falências, desemprego e fome. Apenas a União Soviética não foi atingida, uma
vez que estava isolada do mercado internacional pelo boicote dos países capitalistas.
(Mariana Martins, (ed.). Grandes Fatos do Século XX. Adaptado)
Tanto no Brasil, sob a presidência de Getúlio Vargas, quanto nos Estados Unidos, sob a presidência de
Roosevelt, foram tomadas medidas, até certo ponto semelhantes, para se combaterem os efeitos da
Crise de 29.
Sobre tais medidas, pode-se dizer que foram baseadas
a) no liberalismo econômico, ou seja, na total ausência do Estado na organização econômica dos
países, pois se acreditava na tese desenvolvida por Adam Smith de que o Estado não deve interferir
na economia.
b) no intervencionismo estatal, a partir da criação de uma legislação trabalhista e da injeção de
dinheiro público na economia, com a realização de grandes obras nos Estados Unidos e com a
compra e queima de estoques de café no Brasil.
c) em processos de privatizações que, ao mesmo tempo em que capitalizaram o Estado e permitiram
ao governo desenvolver programas de combate à miséria, tornaram as empresas mais
competitivas.
d) no incentivo às atividades agrícolas que visavam tornar o país autossuficiente e, por consequência,
menos dependente das relações comerciais com os demais países, seriamente atingidos pela
crise.
e) na busca, por parte do Brasil, de uma balança comercial favorável que gerasse superávit para o
governo pagar, aos Estados Unidos, a dívida acumulada desde o término da 1ª Guerra Mundial.

5
Geografia

9. Esse produto percorreu ampla região, desde o Morro da Tijuca, no Rio de Janeiro, no primeiro quartel
do século XIX, até o norte do Paraná, onde praticamente cessou sua marcha na década de 1970. Nesse
período, seu percurso deixou marcas significativas na paisagem: vasta rede urbana e densa malha
ferroviária, solos empobrecidos pela erosão, florestas dizimadas e extensivas pastagens, quase
sempre de baixa produtividade.
(Jurandyr L. S. Ross. Ecogeografia do Brasil, 2009. Adaptado.)
O excerto refere-se à produção do espaço brasileiro relacionada ao ciclo econômico
a) da borracha.
b) da cana-de-açúcar.
c) do café.
d) do ouro.
e) do algodão.

10. O Brasil, até então, basicamente agrário e exportador, foi-se transformando numa nação urbana e
industrial. Promotor da industrialização e interventor nas diversas esferas da vida social, o Estado
voltou-se para a consolidação de uma indústria de base e passou a ser o agente fundamental da
modernização econômica.
Repensando o Estado Novo. Organizadora: Dulce Pandolfi. Rio de Janeiro: Ed. Fundação Getulio Vargas, 1999. 345 p.
No período do Estado Novo, Vargas impulsionou o desenvolvimento da indústria de base no Brasil. Para
tanto, foi necessário:
a) o desmantelamento do setor agroindustrial e a desapropriação dos grandes latifúndios.
b) o enfraquecimento do controle estatal e o direcionamento da atividade industrial para o setor
privado.
c) a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e a
Companhia Hidrelétrica de São Francisco.
d) a criação de comunas rurais ao longo do sertão brasileiro.
e) a criação de laços econômicos com companhias latino-americanas, visando assim a uma
associação pan-americanista industrial.

6
Geografia

Gabarito

1. A
O Estado brasileiro assumiu a responsabilidade do processo de industrialização brasileiro. Que resultou
em um salto interno de 2% para 11% do PIB entre as décadas de 1930 e 1940.

2. D
A postura adotada pelo governo Vargas nesse contexto de crise, em que os estoques brasileiros estavam
cheios de café e não se tinha mais os mercados estrangeiros para compra-lo, foi a substituição de
importações, ou seja, começar a produzir o que antes comprava de outros países com o capital oriundo
da comercialização do café.

3. A
As bases da industrialização brasileira foram estabelecidas nos governos Vargas e JK, os quais
investiram, entre outros aspectos, nas indústrias de base, na criação de legislações trabalhistas para o
trabalhador urbanos (CLT) e no setor de transportes, especificamente, o rodoviarismo.

4. C
A CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) foi implantada no governo de Getúlio Vargas e fazia parte de
uma estratégia de intervenção do Estado na economia para estimular a industrialização do país. A CSN
está localizada no Vale do Paraíba, no município de Volta Redonda, Rio de Janeiro.

5. D
Antes do efetivo início do processo de industrialização no Brasil, houveram os chamados surtos
industriais, tentativas isoladas de industrialização que não se consolidaram por conta da força dos
grandes ruralistas, entre outras razões. Neste período, as “ilhas” que compunham o arquipélago
econômico brasileiro, centrados na agroexportação e cuja força de trabalho e mercado consumidor era
composta essencialmente por imigrantes europeus (sobretudo na produção cafeeira), exerciam grande
influência na balança comercial brasileira.

6. E
Inicialmente a produção brasileira era basicamente de produtos agrícolas – tais como algodão, açúcar,
fumo, café, cacau e borracha – e minérios. Esta produção era voltada para atender o mercado externo e
por isso a produção se concentrava no litoral do país de forma a facilitar o escoamento. A expressão
Arquipélagos Econômicos se deve ao fato que entre estas atividades não havia integração territorial
encontrando-se isoladas umas das outras.

7. B
Na década de 1940, a industrialização do Brasil foi caracterizada por importante intervenção do Estado
na economia através da criação de empresas estatais de bens intermediárias (indústria pesada). Era o
nacional-desenvolvimentismo no estilo keynesiano com substituição de importações e protecionismo
durante a Era Vargas.

8. B
Uma das características do governo Vargas foi a forte presença do Estado liderando a economia e o
processo de industrialização do país a partir do investimento na indústria de base e na criação de
legislações trabalhistas (CLT).

7
Geografia

9. C
O café foi cultivado no Vale do Paraíba no século XIX, deslocando-se para o norte do Paraná na década
de 1950, e principalmente para Minas Gerais e Espírito Santo na década de 1970. Nesse processo, foi o
responsável pela dinâmica econômica dessas regiões, atrelando a elas a implantação de infraestrutura e
urbanização, ao mesmo tempo que provocava expressivo impacto ambiental.

10. C
Para iniciar o processo de industrialização do Brasil, Vargas optou por desenvolver as indústrias de base
que serviriam para um posterior desenvolvimento de polos industriais consolidados. A energia necessária
e as peças para as novas indústrias seriam então produzidas por essas empresas.

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Guia do Estudo Perfeito

Existe chance para o erro?

Resumo

O erro faz parte do processo!! Essa é uma frase bem comum e que muita gente não entende seu real
significado e, por medo, deixa de fazer um montão de coisas. Errar faz parte e, muitas vezes, não tem como
evitar. Você pode aprender muito com seus erros! Já falamos do conceito de Growth Mindset e como a
mentalidade do crescimento é fundamental para você superar seus desafios. Não lembra? Confira o vídeo
abaixo!!

Desenvolva a garra
Muito provavelmente, você já ouviu várias histórias de superação de atletas. Temos um excelente exemplo
que é o Ronaldo. Se você não conhece a história, é só clicar no vídeo.
A grande questão é entender o que faz essas
pessoas, mesmo na adversidade, se superarem.
É nesse sentido que a pesquisadora Angela
DuckWorth escreveu o livro Garra: o poder da
paixão e da perseverança. O que diferencia um
grande atleta, um grande empresário, uma
pessoa de sucesso é a forma como buscam suas
conquistas. Para ela, o esforço é muito mais
importante que o talento ou a habilidade. É
necessário buscar evoluir todo dia e aprender
cada vez mais com os erros e as adversidades.

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Guia do Estudo Perfeito

É um erro não aprender com o erro


Ser médico é uma das profissões em que um erro pode custar uma vida e gerar diversos outros impactos.
Muitos médicos são influenciados por uma cultura de negação e vergonha que os impede de falar sobre isso.
Todo médico pode errar, mas é como se eles não pudessem falar sobre o assunto. É nesse sentido que o
médico Brian Goldman defende uma postura mais aberta na medicina para que eles possam conversar sobre
os erros e se desenvolver a partir disso. Clique no vídeo abaixo e assista a este TED incrível!!

Ao fazer uma lista de exercícios ou uma prova antiga do Enem, você errará algumas questões e isso é normal.
Não fique nervoso com essa situação. Encontre valor no erro, aprenda e evolua com ele. Quer saber como
outros alunos encaram os erros? Confira as publicações abaixo!!

Leitura recomendada

Matthew Philip Syed é um jornalista britânico de 45 anos a serviço do The Times


londrino desde 1999. Defende que um bom começo para obter sucesso é se
preparar para fracassos (e aprender com eles). Clique na imagem ao lado e leia o
texto na íntegra.

2
Guia do Estudo Perfeito

Exercício

1. Que tal um exercício de reflexão e vulnerabilidade? Ao longo da sua semana, contabilize os erros na
resolução dos exercícios. Quantos erros foram até agora? Anote no papel o que você aprendeu com
eles!! O objetivo é aumentar sua percepção sobre a importância do erro!! Vamos juntos construir essa
visão?!?!

2. Vamos monitorar nossa autoestima? Na próxima página, existe um “diário” para registrar os momentos
significativos durante o seu dia. Vamos começar a registrar esses momentos e utilizá-los para
aumentar nossa confiança e motivação?!?!

3
Guia do Estudo Perfeito

Diário da Autoestima
O “diário” é uma forma de registro do seu dia a dia. Pesquisas revelaram que a autorreflexão positiva sobre o
seu dia e as anotações em forma de diário são recursos para melhorar a autoestima e o bem-estar geral. A
autoestima, portanto, reflete a avaliação emocional geral de uma pessoa sobre si mesma.
Use o Diário da Autoestima para registrar momentos significativos durante o seu dia. Reflita criticamente
sobre essas experiências e descubra um pouco mais sobre você. Ocasionalmente, releia suas respostas
anteriores e tome nota de qualquer mudança nas suas emoções.

Data Comando Resposta

10 coisas que me trouxeram


paz hoje:

Eu me senti empoderado
quando:

Eu me diverti quando:

Data Comando Resposta

Meus entes queridos estão


orgulhosos de mim porque:

5 coisas que foram bem hoje:

Eu me sinto mais feliz


quando:

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Guia do Estudo Perfeito

Data Comando Resposta

Minha melhor qualidade é:

3 coisas que fazem me sentir


especial são:

A melhor parte de hoje foi:

Data Comando Resposta

Estou ansioso para:

10 pessoas ou coisas pelas


quais eu sou grato são:

Eu me sinto mais forte


quando:

Data Comando Resposta

Eu me sinto melhor sobre


mim quando:

Minha maior realização hoje


foi:

3 coisas que mais amo sobre


minha vida são:

5
História

O mundo entre guerras: ascensão do fascismo

Resumo

Apesar de vitoriosa na Primeira Guerra, a Europa não pôde evitar a crise generalizada causada pela
desorganização econômica e o avanço das ideias comunistas após a Revolução Russa. Nessa conjuntura,
verificou-se a formação de movimentos de caráter extremamente autoritário, com forte apelo nacionalista,
como o fascismo, na Itália, e o nazismo, na Alemanha. Inimigos do marxismo e da democracia, o fascismo e
o nazismo souberam capitalizar o ressentimento social e nacional nas duas nações.

Fascismo italiano
Apesar de ter combatido na Primeira Guerra ao lado da Entente, a Itália não conseguiu – ao fim da guerra –
anexar todos os territórios pretendidos, o que provocou grande descontentamento contra as principais
potências mundiais. Além disso, no plano social, o país sofria com a recessão, o desemprego e a inflação, em
um período marcado por uma grave crise econômica. Nesse contexto, o movimento sindical italiano se
radicalizou e o Partido Socialista conquistou milhares de adeptos. A ampliação das greves e do movimento
de trabalhadores fez com que os anos entre 1918 e 1920 ficassem conhecidos como Biênio Vermelho.
Temendo o fortalecimento do movimento operário, a burguesia italiana passou a olhar com simpatia para o
fascio di Combattimento, uma organização paramilitar fundada em Milão em 1919 por Benito Mussolini. O
nome do movimento estava relacionado a um dos símbolos do Império Romano, um feixe (fascio) de varas.
Ao adotá-lo, Mussolini pretendia sugerir que seu movimento – o fascismo – resgataria a grandeza perdida da
Itália. Organizados como um corpo militar, uniformizados com camisas negras, os militantes fascistas
distinguiam-se pela rígida disciplina. Diante do contexto de crise e fortalecimento das ideias de esquerda, os
fascistas rapidamente se espalharam pelo país se opondo ao movimento operário e as ideias defendidas
pelos comunistas.
Em 1921, eles se transformaram no Partido
Nacional Fascista, com cerca de 200 mil filiados.
Em 1922, milhares de fascistas saíram em
manifestação em um episódio conhecido como
“Marcha sobre Roma”, que pode ser
considerado uma demonstração de força do
Partido. Pouco tempo depois, o rei italiano Vitor
Emanuel III nomeou Mussolini para o cargo de
primeiro-ministro.

A Marcha sobre Roma

Assim que assumiu o controle do governo, Mussolini criou a Milícia Voluntária para Segurança Nacional,
incorporando os esquadrões dos Camisas Negras e promovendo violentos ataques contra opositores.
Manipulando eleições, conseguiram dois terços do legislativo italiano e passaram a impor uma série de leis
de exceção, dissolvendo partidos de oposição e fechando seus jornais. Deputados oposicionistas foram
expulsos do Parlamento, presos e deportados.
Mussolini passou a ser chamado de Duce (guia) e a governar mediante decretos, pondo em prática todo o seu
autoritarismo. Uma de suas principais medidas foi a Carta Del Lavoro (Carta do Trabalho), um eficiente
instrumento de controle da classe operária. Com ela, o governo fascista sistematizou uma legislação
trabalhista, combinando concessões aos trabalhadores com medidas repressivas.

1
História

Por um lado, estabeleceu a jornada de 8 horas de trabalho, por outro, proibiu greves e eliminou os sindicatos.
O princípio da Carta del Lavoro era o corporativismo. Segundo esse sistema, os sindicatos deveriam
desaparecer e dar lugar às corporações, organismos que reuniriam patrões e empregados.
Ao mesmo tempo, Mussolini procurou resolver a disputa entre o Estado italiano e a Igreja, oriunda das lutas
de Unificação Italiana. O papa se recusava a reconhecer a autoridade do Rei sobre territórios que haviam
pertencido à Igreja, com a chamada Questão Romana. Ela foi resolvida por Mussolini através do Tratado de
Latrão de 1929, através do qual a Itália concedeu ao Vaticano o status de Estado Pontifício independente e,
além disso, pagou cerca de 2 bilhões de liras como indenização à igreja pelos territórios perdidos. Em troca,
o papa reconheceu a Unificação italiana. Essas decisões ampliaram ainda mais a popularidade do fascismo.
No plano econômico, depois de um período inicial de recuperação, a Itália foi atingida pela crise de 1929.
Multiplicaram-se as falências, cresceu o desemprego e ressurgiram as ameaças grevistas. Para afastar o
perigo, os fascistas reforçaram a vigilância e lançaram uma política de construção de obras públicas, assim
como aumentaram a produção bélica. Com o objetivo de formar um império colonial, em 1935 enviou tropas
à África e conquistou a Etiópia.
Características gerais do fascismo:
• Totalitarismo: Com a concentração do poder nas mãos de uma única pessoa, o Estado totalitário
exerce uma política de total controle das esferas política, econômica, social e cultural, seguindo as
exigências de quem se encontra no poder.
• Militarismo: Tanto o nazismo quanto o fascismo construíram sociedades militarizadas por onde
passaram, preparando a população para políticas de expansão, de retomada de territórios
anteriormente perdidos e, consequentemente, para a proteção contra inimigos.
• Nacionalismo: valorização exacerbada da cultura, símbolos (bandeiras, hinos, heróis nacionais) e
valores da nação.
• Anti-comunismo: os comunistas foram culpados pelos nazifascistas como sendo os grandes
responsáveis pelos problemas sociais e econômicos existentes. Muitos comunistas foram
perseguidos, presos e executados pelos nazifascistas da Alemanha e Itália.
• Anti-liberalismo: Após os impactos no liberalismo, causados pela Grande Guerra e pela Crise de 1929,
o nazifascismo se fortaleceu como uma crítica e oposição a este modelo do capitalismo, justamente
por sua proposta de intervenção estatal na economia.
Um dos pilares do fascismo foi a propaganda, com o objetivo de fortalecer seus preceitos e valorizar o culto
ao líder. Abaixo, algumas propagandas fascistas que evidenciam as principais características do movimento:

Propaganda fascista: o anticomunismo (Ilustração de Gino Propaganda fascista: militarismo


Boccasile) (Ilustração de Gino Boccasile)

2
História

Exercícios

1. (Enem 2009) Os regimes totalitários da primeira metade do século XX apoiaram-se fortemente na


mobilização da juventude em torno da defesa de ideias grandiosas para o futuro da nação. Nesses
projetos, os jovens deveriam entender que só havia uma pessoa digna de ser amada e obedecida, que
era o líder. Tais movimentos sociais juvenis contribuíram para a implantação e a sustentação do
nazismo, na Alemanha, e do fascismo, na Itália, Espanha e Portugal. A atuação desses movimentos
juvenis caracterizava-se:
a) pelo sectarismo e pela forma violenta e radical com que enfrentavam os opositores ao regime.
b) pelas propostas de conscientização da população acerca dos seus direitos como cidadãos.
c) pela promoção de um modo de vida saudável, que mostrava os jovens como exemplos a seguir.
d) pelo diálogo, ao organizar debates que opunham jovens idealistas e velhas lideranças
conservadoras.
e) pelos métodos políticos populistas e pela organização de comícios multitudinários.

2. (Enem 2011) Os três tipos de poder representam três diversos tipos de motivações: no poder tradicional,
o motivo da obediência é a crença na sacralidade da pessoa do soberano; no poder racional, o motivo
da obediência deriva da crença na racionalidade do comportamento conforme a lei; no poder
carismático, deriva da crença nos dotes extraordinários do chefe.
BOBBIO, N. Estado, Governo, Sociedade: para uma teoria geral da política. São Paulo: Paz e Terra, 1999 (adaptado)

O texto apresenta três tipos de poder que podem ser identificados em momentos históricos distintos.
Identifique o período em que a obediência esteve associada predominantemente ao poder carismático:
a) República Federalista Norte-Americana.
b) República Fascista Italiana no século XX.
c) Monarquia Teocrática do Egito Antigo.
d) Monarquia Absoluta Francesa no século XVII.
e) Monarquia Constitucional Brasileira no século XIX.

3. “O que distingue a variedade fascista de intervencionismo é a sua recorrência à ideia de estabilidade


para justificar a ampliação do poder do estado. Sob o fascismo, grandes empresários e poderosos
sindicatos se aliam entusiasticamente ao estado para obter estabilidade contra as flutuações
econômicas, isto é, as expansões e contrações de determinados setores do mercado em decorrência
das constantes alterações de demanda por parte dos consumidores. A crença é a de que o poder estatal
pode suplantar a soberania do consumidor e substituí-la pela soberania dos produtores e sindicalistas,
mantendo ao mesmo tempo a maior produtividade gerada pela divisão do trabalho.”
Rockwell, Lew. O que realmente é o fascismo. IMB.
Partindo da opinião de Rockwell, o modelo econômico típico do fascismo pode ser encarado como
contrário:
a) ao corporativismo empresarial;
b) às relações escusas entre Estado, grandes empresas e sindicatos.
c) ao intervencionismo exacerbado do Estado no mercado.
d) à submissão dos consumidores à vontade de cartéis econômicos.
e) à livre iniciativa e ao livre mercado.

3
História

4. “Agora estamos enterrando o liberalismo econômico”


(Benito Mussolini, 1933. Apud Mazower, Mark. Continente sombrio:a Europa no século XX. São Paulo, Companhia das Letras,
2001)
A declaração de Mussolini representa um dos ideários do pensamento da extrema direita europeia.
Assinale a opção que expressa as idéias políticas do fascismo europeu nos anos 20 e 30:
a) anticomunismo e democracia;
b) tolerância racial e militarismo;
c) totalitarismo e anticomunismo;
d) nacionalismo e pluripartidarismo;
e) fundamentalismo religioso e coletivismo

5. (Enem 2009) A primeira metade do século XX foi marcada por conflitos e processos que a inscreveram
como um dos mais violentos períodos da história humana. Entre os principais fatores que estiveram na
origem dos conflitos ocorridos durante a primeira metade do século XX estão
a) a crise do colonialismo, a ascensão do nacionalismo e do totalitarismo.
b) o enfraquecimento do império britânico, a Grande Depressão e a corrida nuclear.
c) o declínio britânico, o fracasso da Liga das Nações e a Revolução Cubana.
d) a corrida armamentista, o terceiro-mundismo e o expansionismo soviético.
e) a Revolução Bolchevique, o imperialismo e a unificação da Alemanha.

6. (UNESP 2013)
Itália deseja a paz, mas não teme a guerra.
Justiça sem a força é uma palavra sem sentido.
Nós sonhamos com a Itália romana.
Os três lemas acima foram amplamente divulgados durante o governo de Benito Mussolini (1922-1943)
e revelam características centrais do fascismo italiano:
a) a perseguição aos judeus, a liberdade de expressão e avalorização do direito romano.
b) o culto ao corpo, o pacifismo e a ânsia de voltar ao passado.
c) o nacionalismo, a valorização do espírito clássico e o materialismo.
d) a beligerância, o culto à ação e o esforço expansionista.
e) o revanchismo, a socialização da economia industrial e a perseguição aos estrangeiros.

4
História

7. “Os judeus tinham que usar uma estrela amarela, [...] tinham que entregar as bicicletas, [...] não podiam
andar de bonde, [...] ficavam proibidos de dirigir automóveis.[...] só podiam fazer compras das três às
cinco horas e só em casas que tivessem placa dizendo ‘casa israelita’. Os judeus deviam recolher-se
às suas casas às oito da noite [...]. Ficavam proibidos de ir a teatros, cinemas e outros lugares de
diversão.”
FRANK, Anne. Diário de uma jovem. São Paulo: Editora Mérito S. A., 1958, p. 14, 3ª edição.

Esse trecho, que foi retirado do diário de uma adolescente judia prisioneira num campo de
concentração, na Alemanha, onde morreu em 1945, revela
a) poucas e distorcidas informações para se compreender o que foi a 2ª Guerra Mundial.
b) detalhes das perseguições sofridas pelos judeus na Alemanha, durante a 1ª Guerra Mundial.
c) ideias falsas, pois os alemães não podiam abrir mão do dinheiro que os judeus gastavam em locais
como cinemas e teatros.
d) aspectos importantes para nossa compreensão acerca das perseguições sofridas pelos judeus,
desde a 2ª Guerra Mundial até os ano de 1960, com o fim do apartheid.
e) a importância desse diário como documento histórico que registrou, para a posteridade, a
perseguição sofrida pelos judeus durante a 2ª Guerra Mundial.

8. A primeira produção cinematográfica de propaganda nitidamente antissemita foi “Os Rotschilds”


(1940), de Erich Waschneck. Ambientado na Europa conturbada pelas guerras napoleônicas, o filme
mostrava como essa importante família de banqueiros judeus beneficiou-se das discórdias entre as
nações europeias, acumulando fortuna à custa da guerra, do sofrimento e da morte de milhões de
pessoas. O judeu é retratado como uma criatura perigosa, de mãos aduncas, rosto encarniçado e olhar
sádico e maléfico.
PEREIRA, W. Cinema e genocídio judaico: dimensões da memória audiovisual do nazismo e do holocausto. In: Educando para
a cidadania e a democracia. 6ª Jornada Interdisciplinar. Rio de Janeiro: SME; UERJ, jun. 2008 (fragmento).

“Os Rotschilds” foi produzido na Alemanha nazista. A partir do texto e naquela conjuntura política, o
principal objetivo do filme foi
a) defender a liberdade religiosa.
b) controlar o genocídio racial.
c) aprofundar a intolerância étnica.
d) legitimar o expansionismo territorial.
e) contestar o nacionalismo autoritário.

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História

9. (FAMERP 2020) Dentro e fora dos campos [de concentração], as SS levaram até as últimas
consequências a política racista e expansionista do nazismo. A princípio, os presos políticos eram os
mais visados para serem enviados aos campos. Esse tratamento era também dispensado aos grevistas,
sabotadores e adeptos da resistência, mesmo nos territórios estrangeiros. O leque de perseguidos
abriu-se na direção de judeus, ciganos, presos comuns, doentes mentais, padres e clérigos,
homossexuais.
(Alcir Lenharo. Nazismo, o triunfo da vontade, 1986.)

O trecho analisa a atuação das SS, tropas nazistas, e estabelece um vínculo entre sua
a) concepção de militarização da sociedade alemã e a disposição de aliar-se a grupos políticos de
esquerda.
b) ação de controle político e social e o conjunto de valores e princípios excludentes que movia o
nazismo.
c) proposta de disciplinarização da sociedade alemã e o respeito às práticas econômicas e políticas
liberais.
d) intenção de implantar uma ditadura na Alemanha e a ideologia marxista que servia de base ao
pensamento nazista.
e) articulação com sindicatos de trabalhadores e o posicionamento político direitista que
caracterizava o nazismo.

10. “Eu poderia ter transformado esta sala num campo armado de ‘camisas negras’, um acampamento
para cadáveres. Eu poderia ter costurado as portas do Parlamento. “
Benito Mussolini, 16/11/1922
Esse discurso
a) instaurou um governo nacional socialista e democrático na Itália, em oposição ao governo fascista
do Rei Vitor Emanuel III.
b) atacou a inoperância do Parlamento Socialista Italiano, que emperrava as reformas políticas e
sociais propostas pelo Partido Fascista Socialdemocrata italiano.
c) marcou a despedida do cargo de deputado exercido por Mussolini, que, a partir daquele momento,
começou a lutar na região de Piemonte para derrubar o Rei.
d) defendeu o fim do governo absolutista do Rei Vitor Emanuel III e a criação de uma Monarquia
Parlamentar nos moldes da República francesa.
e) instaurou um novo governo, cuja maioria pertencia ao Partido Fascista Italiano, o qual ocasionou
o fim da democracia parlamentar e a formação de uma ditadura fascista.

6
História

Gabarito

1. A
O nazifascismo cresceu sobretudo através da atuação de grupos de jovens, organizados nas ruas e
uniformizados. Praticavam diversas formas de violência e embates com outros grupos de ideologias
opostas, como os comunistas.

2. B
O nazifascismo se caracterizou pela ascensão de líderes carismáticos, que realizavam discursos
públicos, exaltavam sua própria imagem e se posicionavam como líderes infalíveis.

3. E
O Fascismo surge justamente em um período de questionamento e crítica ao liberalismo pós-Grande
Guerra e durante a Crise de 1929. Assim, esta ideologia se torna uma forma de resposta ao modelo liberal
que falira na década de 1920, pois propunha intervenções do Estado na economia, a união entre grandes
corporações, cooptação de sindicatos e o poder autoritário do Estado, ou seja, medidas opostas ao livre-
mercado.

4. C
Contrário ao liberalismo, o fascismo que vai emergir durante o “entre guerras” tinha um caráter totalitário
com o poder concentrado na mão de um único líder e anticomunista, que inclusive promoverá uma
perseguição a esses e outros opositores políticos levando-os aos campos de concentração.

5. A
A crise no colonialismo que levou ao imperialismo e o neocoloniasmo, assim como a Primeira e a
Segunda Guerra Mundial foram fatores que ocorreram mediante a inflamação do sentimento nacionalista
e da chegada ao poder de governos totalitaristas.

6. D
As frases de Mussolini reproduzidas no comando da questão referem-se ao projeto expansionista do
fascismo, embasado no nacionalismo (tomando como modelo a Roma Imperial e seu Mare Nostrum),
na ideia de que a Itália fora injustiçada em suas reivindicações territoriais, ao término da Primeira Guerra
Mundial, e na presunção de que poderia recorrer à guerra para “fazer justiça.

7. E
A política desenvolvida pelo partido nazista durante a Segunda Guerra Mundial e um pouco antes,
baseava-se na superioridade da raça germânica, tida como pura. Deste modo, os judeus foram
acusados de macularem a pureza da raça alemã. Através das chamadas Leis de Nüremberg, Hitler foi
sistematicamente cerceando os direitos e liberdades dos judeus, proibindo-os de sentarem em bancos
de praça, tomarem transporte coletivo, terem rádios até a solução extrema de serem confinados em
campos de concentração e serem sistematicamente exterminados com usos de gás venenoso, nas
chamadas câmara da morte. O relato de Anne Frank narra como ela e a população judia estava sentindo
os efeitos da política de perseguição dos nazistas.

7
História

8. C
Umas das principais “frentes” do Nazismo de Hitler era o racismo, praticado, principalmente, contra
judeus, africanos e ciganos. Esses grupos eram acusados de serem os responsáveis pelos males da
Alemanha e, por isso, eram perseguidos, torturados e mortos. Estima-se que o Nazismo tenha matado 5
milhões de judeus.

9. B
O controle politico e social foi Extremante forte dentro da Alemanha nazista. Hittler e sua tropas
promoviam uma perseguição a todos aqueles que fossem considerados inimigos da Alemanha e a todos
aqueles considerados de raça inferior.

10. E
A “Marcha sobre Roma” de 1922 marcou o início da ditadura fascista na Itália, com a ascensão de Benito
Mussolini e seus seguidores, os chamados “camisas negras”. A Monarquia Constitucional, com o rei Vítor
Emanuel III, foi mantida, porém o poder concentrou-se nas mãos de Mussolini – o “Duce” –, que teve seu
governo marcado pelo nacionalismo extremado, militarismo e expansionismo. Caracterizado como um
Estado totalitário de direita, o primeiro a surgir na Europa, o fascismo era ainda anticomunista e
antidemocrático. Perseguiu ferozmente a oposição e instituiu o unipartidarismo. As atividades do
Parlamento sofreram restrições contínuas, especialmente após o assassinato do deputado socialista
Matteotti.

8
História

O mundo entre guerras: crise de 1929 e New Deal

Resumo

Os loucos anos 20
Ao estourar em 1914, a 1º Guerra Mundial abalou profundamente as estruturas globais e colocou em dúvida
as antigas certezas construídas ao longo do século XIX. O mundo que nascia após a guerra convivia com uma
escassez de referências e inspirações, pois a velha Europa, que antes se posicionava como a guardiã da
modernidade e da civilização, agora estava enterrada nas trincheiras. Embora o mundo estivesse em crise,
novas potências surgiram ao fim da guerra, outras formas de ver e entender o mundo afloraram e o período
entre guerras marcou assim o colapso das antigas ideias liberais.
Visto isso, dentre as novas potências surgidas com o fim da
Grande Guerra, destaca-se principalmente o crescimento dos
Estados Unidos da América, que se consolidava como uma
grande nação capitalista desde o final do século XIX. O país, que
tinha como presidente Woodrow Wilson, aproveitou a crise
mundial e o caos no Velho Mundo para se industrializar ainda
mais e ocupar os mercados consumidores que a Europa já não
conseguia mais abastecer. O modelo taylorista, marca da
segunda fase da Revolução Industrial, tornou-se fundamental
para uma expansão da produção em massa e para o crescimento
das empresas americanas.
Somado ao aumento da produção, o período pós guerra nos E.U.A também contou com altos índices de êxodo
rural e de imigração, sobretudo por parte dos soldados camponeses, que ao retornarem para a América
passaram a ocupar os centros urbanos, e por imigrantes europeus, que chegavam no continente em busca de
oportunidades em obras, fábricas, comércio e outros setores. O ritmo frenético do crescimento econômico
americano, a industrialização, a urbanização e as propagandas desse novo país, realizadas sobretudo pelo
cinema e pela rádio, conquistaram essas massas com a ideia de um American Way of Life, que criava a ilusão
de uma sociedade perfeita, que conseguia equilibrar, liberdade, trabalho, consumo e felicidade.
De fato, durante a década de 1920, o estilo de vida norte-americano foi baseado em um frenético consumismo
de diversos tipos de produtos, em uma maior liberdade individual e também na explosão cultural, sobretudo
com os cinemas, teatros e salões de jazz.
Apesar de toda a propaganda em cima do novo modo de vida americano, a ilusão dessa sociedade perfeita
não durou muito tempo. As desigualdades sociais ainda eram latentes, mesmo com bons índices de
empregabilidade e não havia ao longo dos anos um aumento real dos salários. Outra questão também
importante neste período foi o aumento da criminalidade no país. Em 1920, visando reduzir o consumo de
bebidas alcoólicas, foi aprovada a chamada Lei Seca, que proibia a manufatura, a importação e a exportação
de bebidas.
A Lei Seca, assim, afetou diretamente nos índices de criminalidade, afinal, a proibição não reduziu o consumo
e, por outro lado, organizações criminosas passaram a obter lucros exorbitantes com o tráfico e a produção,
o que acabou criando poderosas máfias locais e grandes criminosos com poder econômico e influência
política, como o famoso Al Capone, em Chicago.

1
História

A quinta-feira negra
O acentuado ritmo de crescimento e a produção industrial norte-americana não cessavam, contudo, ao longo
da década de 1920, o valor real dos salários não crescia, o consumo interno reduzia e os países europeus
recuperavam suas economias e seus lugares no mercado global. Essa conjuntura, naturalmente, não
favorecia as indústrias americanas, muito menos a massiva quantidade de produtos lançadas no mercado
graças a produção em massa do taylorismo.
Em julho de 1929, a produção industrial americana já demonstrava os
impactos que sofria com essas mudanças na conjuntura econômica
global. Há queda de produção, os gastos e os baixos lucros provocaram
nesse período uma série de demissões e uma leve recessão econômica.
A situação desfavorável dessas empresas assombrava a burguesia
industrial, que viu nos meses seguintes os preços de suas ações
despencarem e suas dívidas contraídas com empréstimos e créditos em
bancos ampliarem.
Assim, em setembro, com a falência de algumas empresas, a confiança de muitos investidores começou a
desandar e, como uma bola de neve, a instabilidade econômica cresceu rapidamente com falências, dívidas
e desempregos, até que, no dia 24 de outubro de 1929, na chamada quinta-feira negra, a bolsa de valores de
Nova Iorque registrou a maior queda de valores de ações da história, que provocou o chamado crash da bolsa
e a iniciou a crise de 1929.
A quebra da bolsa de Nova Iorque piorou ainda mais a situação econômica, afinal, desesperadas, muitas
pessoas começaram a retirar seus investimentos das empresas e dos bancos, deixaram de pagar dívidas e
de consumir. Da noite para o dia, milhares de pessoas perderam tudo o que tinham, outros cometeram suicídio
e muitos passaram a viver nas ruas.
Essa crise também teve como consequência, na Europa, o fortalecimento do nazifascismo, afinal o colapso
do liberalismo foi utilizado como justificativa para as mudanças políticas na Alemanha. No caso brasileiro,
como o café nacional era vendido principalmente para os Estados Unidos, há economia do país também
acaba afetada com a suspensão das compras e o acúmulo de estoques do produto. Por outro lado, um dos
poucos países do mundo que não sofreram com essa quebra econômica foi a União Soviética, que vivia em
uma economia fechada e socialista, por conta das mudanças realizadas por Stálin.

O New Deal e o resgate da economia


A solução definitiva para a Grande Depressão que abateu os Estados Unidos em 1929 foi implementada
apenas em 1933, com um pacote de leis e medidas econômicas do presidente Franklin D. Roosevelt, o
chamado New Deal.
A demora na tomada de medidas eficazes contra a crise aconteceu pela crença do então presidente Hoover
na recuperação natural da economia. Assim, pautado ainda nos princípios liberais, Hoover defendia que não
deveria haver uma intervenção do Estado na economia, apenas o auxílio a bancos e grandes empresas, para
que essas se recuperassem, mas sem um controle estatal. A crença de Hooever, entretanto, aprofundou a
crise iniciada em 1929 e apenas com a eleição de Roosevelt que uma nova postura foi adotada em 1933.
Enfim, o novo projeto doi inspirado nas teorias do economista John M. Keynes, que defendia um maior
controle da economia pelo Estado e a criação de um estado de bem-estar social, com políticas públicas
voltadas para a assistência social. O New Deal, portanto, se opunha ao antigo liberalismo e colocava o Estado
de forma atuante nas relações econômicas.

2
História

Através do New Deal, portanto, para reverter a grave crise econômica, o governo americano promoveu:
• Criação de previdências sociais;
• Obras públicas, visando aumentar a oferta de empregos;
• A concessão de créditos e subsídios a pequenos produtores rurais
• Criação de empresas estatais;
• A redução de importações e o maior controle do mercado.

3
História

Exercícios

1. (Enem 2017) O New Deal visa restabelecer o equilíbrio entre o custo de produção e o preço, entre a
cidade e o campo, entre os preços agrícolas e os preços industriais, reativar o mercado interno — o
único que é importante —, pelo controle de preços e da produção, pela revalorização dos salários e do
poder aquisitivo das massas, isto é, dos lavradores e operários, e pela regulamentação das condições
de emprego.
CROUZET, M. Os Estados perante a crise. ln: História geral das civilizações. São Paulo: Difel, 1977 (adaptado).
Tendo como referência os condicionantes históricos do entre guerras, as medidas governamentais
descritas objetivavam
a) flexibilizar as regras do mercado financeiro.
b) fortalecer o sistema de tributação regressiva.
c) introduzir os dispositivos de contenção creditícia.
d) racionalizar os custos da automação industrial mediante negociação sindical.
e) recompor os mecanismos de acumulação econômica por meio da intervenção estatal.

2. (Enem 2017) Mas a Primeira Guerra Mundial foi seguida por um tipo de colapso verdadeiramente
mundial, sentido pelo menos em todos os lugares em que homens e mulheres se envolviam ou
faziam uso de transações impessoais de mercado. Na verdade, mesmo os orgulhosos EUA, longe
de serem um porto seguro das convulsões de continentes menos afortunados, se tornaram o
epicentro deste que foi o maior terremoto global medido na escala Richter dos historiadores
econômicos - a Grande Depressão do entre guerras.
HOBSBAWM, E. J. Era dos extremos: o breve século XX (1914-1991 São Paulo: Cia. das Letras, 1995.
A Grande Depressão econômica que se abateu nos EUA e se alastrou pelo mundo capitalista deveu-se
ao(à)
a) produção industrial norte-americana, ocasionada por uma falsa perspectiva de crescimento
econômico pós-Primeira Guerra Mundial.
b) vitória alemã na Primeira Grande Guerra e, consequentemente, sua capacidade de competição
econômica com os empresários norte-americanos.
c) desencadeamento da Revolução Russa de 1917 e a formação de um novo bloco econômico, capaz
de competir com a economia capitalista.
d) Guerra Fria, que caracterizou o período de entre guerras, provocando insegurança e crises
econômicas no mundo.
e) tomada de medidas econômicas pelo presidente norte-americano Roosevelt, conhecidas como
New Deal, que levaram à crise econômica no mundo.

4
História

3. (Enem 2009 – Prova cancelada) A depressão econômica gerada pela Crise de 1929 teve no
presidente americano Franklin Roosevelt (1933-1945) um de seus vencedores. New Deal foi o nome
dado à série de projetos federais implantados nos Estados Unidos para recuperar o país, a partir da
intensificação da prática da intervenção e do planejamento estatal da economia. Juntamente com
outros programas de ajuda social, o New ajudou a minimizar os efeitos da depressão a partir de
1933. Esses projetos federais geraram milhões de empregos para os necessitados, embora parte
da força de trabalho norte-americana continuasse desempregada em 1940. Aentrada do país na
Segunda Guerra Mundial, no entanto, provocou a queda das taxas de desemprego, e fez crescer
radicalmente a produção industrial. No final daguerra, o desemprego tinha sido drasticamente
reduzido.
EDSFORD, R. America's response to the Great Depression. Blackwell Publishers, 2000 lradução adaptada)
A partir do texto, conclui-se que
a) o fundamento da política de recuperação do país foi a ingerência do Estado, em ampla escala,
na economia.
b) a crise de 1929 foi solucionada por Roosevelt, que criou medidas econômicas para diminuir a
produção e o consumo.
c) os programas de ajuda social implantados na administração de Roosevelt foram ineficazes no
combate à crise econômica.
d) o desenvolvimento da indústria bélica incentivou o intervencionismo de Roosevelt e gerou uma
corrida armamentista.
e) a intervenção de Roosevelt coincidiu com o início da ‘Segunda Guerra Mundial e foi bem
sucedida, apoiando-se em suas necessidades.

4. "A crise atingiu o mundo inteiro. O operário metalúrgico de Pittsburgo, o plantador de café brasileiro,
o artesão de Paris e o banqueiro de Londres, todos foram atingidos".
Paul Raynaud - LA FRANCE A SAUVÉ L'EUROPE, T. I. Flamarion.

O autor se refere à crise mundial de 1929, iniciada nos Estados Unidos, da qual resultou:

a) o abalo do liberalismo econômico e a tendência para a prática da intervenção do Estado na


economia.
b) o aumento do número das sociedades acionárias e da especulação financeira.
c) a expansão do sistema de crédito e do financiamento ao consumidor.
d) a imediata valorização dos preços da produção industrial e fim da acumulação de estoques.
e) o crescimento acelerado das atividades de empresas industriais e comerciais, e o pleno emprego.

5
História

5. (Enem 2014) Ao deflagrar-se a crise mundial de 1929, a situação da economia cafeeira se


apresentava como se segue. A produção, que se encontrava em altos níveis, teria que seguir
crescendo, pois os produtores haviam continuado a expandir as plantações até aquele momento.
Com efeito, a produção máxima seria alcançada em 1933, ou seja, no ponto mais baixo da
depressão, como reflexo das grandes plantações de 1927-1928. Entretanto, era totalmente
impossível obter crédito no exterior para financiar a retenção de novos estoques, pois o mercado
internacional de capitais se encontrava em profunda depressão, e o crédito do governo
desaparecera com a evaporação das reservas.
FURTADO, C. Formação econômica do Brasil. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1997 (adaptado).
Uma resposta do Estado brasileiro à conjuntura econômica mencionada foi o(a)
a) atração de empresas estrangeiras.
b) reformulação do sistema fundiário.
c) incremento da mão de obra imigrante.
d) desenvolvimento de política industrial.
e) financiamento de pequenos agricultores.

6. No fim da década de 20, anos de prosperidade, uma grave crise econômica, conhecida como a
Grande Depressão, começou nos EUA e atingiu todos os países capitalistas. J. K. Galbraith,
economista norte-americano, afirma que “à medida que o tempo passava tornava-se evidente que
aquela prosperidade não duraria. Dentro dela estavam contidas as sementes de sua própria
destruição.”
Dias de boom e de desastre in J.M. Roberts (org), História do Século XX.

A aparente prosperidade teve como consequência:


a) o aumento da produção automobilística, a expansão do mercado de trabalho e a falta de
investimentos em tecnologia.
b) a destruição dos grandes estoques de mercadorias, o aumento dos preços agrícolas e o
aumento dos salários
c) a cultura de massa com a venda de milhões de discos, as dívidas de guerra dos EUA e o
aumento do número de empregos.
d) a crise de superprodução, a especulação desenfreada nas bolsas de valores e a queda da
renda dos trabalhadores.
e) o aumento do mercado externo, o mito do American way of life e a intervenção do Estado na
economia.

6
História

7. No período entre guerras (1919-1939), as dificuldades econômicas e sociais geradas pela crise do
capitalismo, somadas às consequências da Revolução Russa de 1917, constituíram o quadro em
que se revelaremos descontentamentos com a situação vigente. Nessa época o capitalismo foi
questionado, variando, contudo, as interpretações quanto às soluções a serem adotadas; a fascista
e a socialista. Porém, ambas tinham em comum a oposição:
a) Ao Estado liberal;
b) Ao Nacionalismo;
c) À classe operária;
d) À social-democracia;
e) Ao Estado Intervencionista.

8. (Enem 2012)
Texto I
A Europa entrou em estado de exceção, personificado por obscuras forças econômicas sem rosto
ou localização física conhecida que não prestam contas a ninguém e se espalham pelo globo por
meio de milhões de transações diárias no ciberespaço.
(ROSSI, C. Nem fim do mundo nem mundo novo. Folha de S.Paulo, 11 dez. 2011 –Adaptado)

Texto II
Estamos imersos numa crise financeira como nunca tínhamos visto desde a Grande Depressão
iniciada em 1929 nos Estados Unidos.
(Entrevista de George Soros. Disponível em: www.nybooks.com. Acesso em: 17 ago. 2011 –Adaptado)

A comparação entre os significados da atual crise econômica e do crash de 1929 oculta a principal
diferença entre essas duas crises, pois
a) o crash da Bolsa em 1929 adveio do envolvimento dos EUA na I Guerra Mundial e a atual crise
é o resultado dos gastos militares desse país nas guerras do Afeganistão e Iraque.
b) a crise de 1929 ocorreu devido a um quadro de superprodução industrial nos EUA e a atual crise
resultou da especulação financeira e da expansão desmedida do crédito bancário.
c) a crise de 1929 foi o resultado da concorrência dos países europeus reconstruídos após a I
Guerra e a atual crise se associa à emergência dos BRICS como novos concorrentes
econômicos.
d) o crash da Bolsa em 1929 resultou do excesso de proteções ao setor produtivo estadunidense
e a atual crise tem origem na internacionalização das empresas e no avanço da política de livre
mercado.
e) a crise de 1929 decorreu da política intervencionista norte-americana sobre o sistema de
comércio mundial e a atual crise resultou do excesso de regulação do governo desse país sobre
o sistema monetário.

7
História

9. (UFRGS 2016) Leia o segmento abaixo, sobre a história da América Latina no século XX
“A Grande Depressão da década de 1930 terminou a demolição do neocolonialismo e energizou
movimentos nacionalistas por toda a América Latina. Nos anos após o colapso da Bolsa de Nova
York, de 1929, o volume do comércio internacional latino-americano reduziu-se à metade, em um
violento espasmo. Com o avanço da década de 1930, ocorreu um importante fenômeno, um efeito
colateral positivo do colapso do comércio internacional.”
CHASTEEN, J. América Latina:uma história de sangue e fogo. Rio de Janeiro: Campus, 2001. p. 187.

O segmento faz referência a um importante fenômeno histórico na América Latina.Assinale a


alternativa que indica esse fenômeno.
a) Industrialização por substituição de importações, modelo econômico que se tornaria
predominante na região até os anos 1980.
b) Dependência das exportações do setor primário, com a consequente ampliação das
monoculturas nos países latino-americanos.
c) Desindustrialização local decorrente do colapso do comércio internacional com os Estados
Unidos, principais compradores dos manufaturados latino-americanos.
d) Adoção de políticas neoliberais, como privatizações de empresas públicas e cortes de gastos
sociais, no período subsequente à Grande Depressão.
e) Transformação da América Latina na região mais industrializada do globo, a partir do colapso
completo das indústrias europeias e norte-americanas, durante a década de 1930.

10.

Disponível em www.bricabrac.com.br
Quanto ao Super-Homem, criado em 1938, pode-se afirmar que cumpriu o papel de
a) estimular a conciliação entre americanos e nazistas.
b) restabelecer os valores que orientaram a formação dos EUA.
c) difundir o ideário da participação coletiva própria do capitalismo liberal.
d) produzir reflexão crítica a respeito do individualismo burguês.
e) fortalecer a autoestima da sociedade abalada pela depressão econômica.

8
História

Gabarito

1. E
Com o New Deal o Estado norte americano passa a intervir em determinados setores da economia para
solucionar a crise.

2. A
A falsa perspectiva de crescimento levou a uma corrida de investimentos que causou uma
superprodução que tece efeitos no mercado financeiro, o que levou ao “crash” da bolsa de valores em
1929.

3. A
A solução encontrada pelo presidente americano foi o New Deal, que dentre diversas medidas incluía a
interferência do Estado na economia.

4. A
Com o fim da Grande Guerra, o liberalismo sofria seu primeiro impacto e encerrava os áureos tempos da
Belle époque, no entanto, foi apenas com a Crise de 1929 que o modelo econômico passou a ser
definitivamente questionado e criticado. A crise, além de impactar economicamente diversos países,
também criou um movimento de maior intervencionismo estatal na economia ao redor do mundo. O
surgimento de modelos como o próprio Nazifascismo, o crescimento do socialismo e uma maior
presença de Estados autoritários, como o de Getúlio Vargas, são reflexos dessa nova política econômica.

5. D
O investimento na industrial interna será uma alternativa para sanar a crise no Brasil uma vez que o país
era completamente dependente dos produtos externos, entretanto é importante salientar que um tímido
processo de industrialização já havia começado antes da quebra da bolsa de NY.

6. D
A superprodução das indústrias, aliada à expansão de crédito exponencial e à especulação financeira,
levou o país a uma onda de falências e desempregos que gerou a crise de 1929.

7. A
Ambos são caracterizados como regimes autoritários, que se opunham a tendência liberal.

8. B
A questão é interdisciplinar e trabalha tanto história quanto geografia ao comparar a Crise de 1929 a
crise mais recente do sistema capitalista pedindo para o aluno apontar a causa de cada uma delas. A
crise de 29 foi ocasionada pelo aumento significativo na produção, uma redução brusca no consumo e
uma forte especulação financeira, enquanto a crise mais recente também foi causada pela especulação
financeira, mas principalmente por uma concessão de créditos bancários que não foram pagos.

9. A
Com a crise de 29, os países da America Latina passam por um processo de investimento maior em
industrialização interna para não ficar totalmente a mercê dos Estados Unidos e da Europa.

10. E
O personagem do super-homem vai surgir no final de uma década conhecida como A Grande Depressão,
onde os EUA começavam a se recuperar da crise de 29 e o super-herói vai acabar sendo utilizado como
uma forma de mostrar a grandiosidade dos americanos.

9
Literatura

Semana de Arte Moderna

Resumo

Antecedentes da “revolução” estética


No início do século XX, apesar de algumas inovações dos pré-modernos, a literatura brasileira ainda bebia nas
fontes da tradição e do purismo das tendências clássicas, na essência e na linguagem, principalmente com
consonância com a linha parnasiana. Novas proposições estéticas eram raras e a arte brasileira estava
atrasada em relação aos movimentos das Vanguardas Europeias.
A mudança urgia, para que a arte do Brasil não ficasse para trás. Intelectuais brasileiros que tiveram contato
com ideias vanguardistas pretendiam realizar uma mudança drástica, mas encontraram grandes obstáculos
entre os tradicionalistas acadêmicos da arte. O jornalista Oswald de Andrade, que regressou da Europa em
1912, foi um dos pioneiros a divulgar, através da imprensa paulista, os ideais de renovação artística. “Nós não
sabemos o que queremos, mas sabemos o que não queremos”, afirmava Andrade: jovens escritores se
organizaram para agredir o tradicionalismo do qual a Academia Brasileira de Letras era representante. As ideias
de atualização e renovação começaram a circular no ambiente artístico e, em janeiro de 1921, O Correio
Paulistano publicou um texto de Menotti Del Pecchia no qual se expunham as novas diretrizes do novo grupo
de escritores.

A Semana de Arte Moderna


A Semana de Arte moderna foi uma agressiva reação contra a monotonia sufocante das convenções que
regiam as artes — pintura, escultura, literatura, música. Ela serviu para que artistas se unissem em prol de uma
mesma causa, encorajando a cada um a ousar mais, a pensar criativa e independentemente.
Nos dias 13, 15 e 17 de Fevereiro de 1922, realizou-se, no Teatro Municipal de São Paulo, a Semana de Arte
Moderna, organizada por Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Paulo Prado, Graça Aranha, Menotti del Pechia,
Di Cavalcanti, Ronald Carvalho, entre outros escritores, músicos e pintores.
A Semana de Arte Moderna, apesar de ter sofrido duras críticas, obteve êxito e atingiu seus objetivos:
• divulgar os ideais de uma nova geração de artistas que lutava pela renovação da arte brasileira,
rejeitando o tradicionalismo e as convenções antiquadas;
• impulsionar decisivamente a atualização da cultura no Brasil;
• levar o país ao alinhamento com as novas coordenadas culturais, políticas e socioeconômicas da
nova era: o mundo moderno — técnica, mecanização e velocidade.

Revistas e Manifestos Brasileiros


A propagação dos princípios estéticos e a difusão das propostas de renovação
artísticas, que foram apresentados na Semana de Arte moderna, serviram de alicerce
consistente para a incorporação do modernismo no Brasil. Por meio de revistas e
manifestos, grupos de diversos estados brasileiros aderiram às novas ideias do
fazer artístico.

• Revista Klaxon (1922) - publicação do grupo paulista da Semana de Arte


Moderna, contou com nove edições contendo artigos críticos, anúncios,
gravuras, crônicas, etc. Klaxon é uma palavra de origem francesa e
significa buzina.

1
Literatura
• Manifesto da poesia Pau-Brasil (1924): organizada pelo grupo Pau-Brasil (Oswald de Andrade,
Tarsila do Amaral, Alcântara Machado, Raul Blopp e Mário Andrade), defendeu o apego ao que era
simples, ao primitivismo e a crítica ao nacionalismo ufanista. A obra mais famosa dessa corrente foi
o livro Pau-Brasil, de Oswald de Andrade.
• Revista Belo Horizonte (1925): teve apenas três publicações (de julho de 1925 a janeiro de 1926).
Seu objetivo era deixar os mineiros atualizados acerca das novas tendências. Era organizada por
Carlos Drummond de Andrade e colaboradores.
• Grupo Verde-Amarelo (1925): composto por Menotti del Picchia, Plínio Salgado, Guilherme de
Almeida, e Cassiano Ricardo. Fazia oposição ao grupo Pau-Brasil. Acreditavam num nacionalismo
primitivo de tendência ufanista. Em 1929, transformou-se em grupo Anta. a obra mais representativa
dessa corrente é Martim Cererê, livro de Cassiano Ricardo.
• Manifesto Regionalista (1926): organizado pelo grupo de Recife sob o comando de Gilberto Freire.
Foi apresentado no primeiro Congresso Brasileiro de Regionalismo, em Recife.
• Revista Festa (1927) - Publicada no Rio de Janeiro e organizada por Tasso da Silveira, Murilo Araújo,
Gilka Machado, Cecília Meireles e Murilo Mendes. Rompeu com o radicalismo precursor do
Modernismo e apresentava pensamentos católicos, adaptados às temáticas modernas mais
moderadas e com forte carga espiritualista. Publicações em prosa e verso.
• Manifesto Antropofágico (1928): Foi a proposta mais radical, que propunha devorar, culturalmente,
as ideias e técnicas importadas e reinventá-las com autonomia a fim de que se pensasse em uma
arte tipicamente brasileira: transformar o importado em exportável. Foi lançado por Oswald de
Andrade, Tarsila do Amaral e Raul Blopp.

As Vanguardas Europeias
Como vimos há algumas aulas, as vanguardas europeias representam uma gama de movimentos artísticos e
literários que modificaram toda a forma de produção de arte. Iniciaram no final do século XIX, perdurando até
a metade do século XX. Vamos relembrar algumas das principais correntes:
• Vanguarda: Conjunto de tendências que se opõem às vigentes.
• Futurismo: Exaltação da vida moderna, culto da máquina e da velocidade; vida urbana agitada por
causa do trabalho, o elogio da guerra é visto como única higiene possível para o mundo; desprezo
pelo passado e destruição dos meios tradicionais de expressão literária; defesa da autonomia de
expressão: palavras em liberdade, verso totalmente livre; preferência pela síntese e desconstrução
da sintaxe tradicional; desprezo pela arte clássica.
• Expressionismo: abandono do conceito clássico de beleza; Inquietação religiosa e social;
deformação do real em nome da expressividade e aumento da subjetividade; valorização do eu
artístico; Excesso de metáforas, vocabulário sugestivo.
• Cubismo: Começa na França, em 1907, com a pintura de Picasso; objetivava sugerir a coisa retratada
a partir de todos os seus ângulos possíveis; aspecto fracionado para a representação do real;
Destruição da perspectiva natural para a sua recriação geométrica; na literatura: linguagem seca,
recortada, angular, rápida.
• Dadaísmo: Terrorismo cultural; deboche, escárnio, humor grosseiro, niilismo (redução de tudo ao
nada); “dadá” não possui significado; destruição do presente, do passado, da sociedade; negação de
tudo, pois nada tem serventia, tentativa de abolir o futuro e a lógica; apologia do absurdo e do
incoerente; antiarte; antiliteratura.
• Espiritonovismo: fidelidade ao dever, à ordem; proposta de uma arte construtiva dentro de um novo
espírito estético; bom-senso herdado dos classicistas; surpresa ao recriar as coisas tradicionais com
uma visão moderna.
• Surrealismo: tentativa de elaborar uma nova cultura; método de escrita automática, sem
preocupações com a ordem, ilógica; liberdade de criação; o onírico é exaltado: no inconsciente, real
e irreal, lógico e ilógico coexistem perfeitamente; humor negro; anticonvencionalismo como forma de
reagir contra a realidade. Principais artistas: Salvador Dali e Frida Kahlo.

2
Literatura
Textos de apoio

Texto 1

Os sapos
Enfunando os papos, Diz: — ” Meu cancioneiro
Saem da penumbra, É bem martelado.
Aos pulos, os sapos. —
A luz os delumbra. Vede como primo
— Em comer os hiatos!
Em ronco que a terra, Que arte! E nunca rimo
Berra o sapo-boi: Os termos cognatos.
— “Meu pai foi à guerra!” —
— “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!” O meu verso é bom
— Frumento sem joio.
O sapo-tanoeiro Faço rimas com
Parnasiano aguado,
Consoantes de apoio. Urra o sapo-boi:
— — “Meu pai foi rei” — “Foi!”
Vai por cinquenta anos — “Não foi!” — “Foi!” — “Não foi!”
Que lhes dei a norma —
Reduzi sem danos Brada em um assomo
A formas a forma. O sapo-tanoeiro:
— — “A grande arte é como
Clame a saparia Lavor de joalheiro
Em críticas céticas: —
Não há mais poesia, Ou bem de estatutário.
Mas há artes poéticas…” Tudo quanto é belo,

Tudo quanto é vário, A noite infinita
Canta no martelo.” Verte a sombra imensa;
— —
Outros, sapos-pipas Lá, fugido ao mundo,
(Um mal em si cabe), Sem glória, sem fé,
Falam pelas tripas: No perau profundo
–“Sei!” — “Não sabe!” — “Sabe!” E solitário, é
— —
Longe dessa grita, Que soluças tu,
Lá onde mais densa Transido de frio
Sapo-cururu
Da beira do rio…

Manuel Bandeira

3
Literatura

Texto 2
Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem normalmente as coisas e em conseqüência disso
fazem arte pura, guardando os eternos rirmos da vida, e adotados para a concretização das emoções
estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. Quem trilha por esta senda, se tem gênio, é Praxíteles
na Grécia, é Rafael na Itália, é Rembrandt na Holanda, é Rubens na Flandres, é Reynolds na Inglaterra, é
Leubach na Alemanha, é Iorn na Suécia, é Rodin na França, é Zuloaga na Espanha. Se tem apenas talento vai
engrossar a plêiade de satélites que gravitam em torno daqueles sóis imorredouros. A outra espécie é
formada pelos que vêem anormalmente a natureza, e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão
estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. São produtos de
cansaço e do sadismo de todos os períodos de decadência: são frutos de fins de estação, bichados ao
nascedouro. Estrelas cadentes, brilham um instante, as mais das vezes com a luz de escândalo, e somem-se
logo nas trevas do esquecimento.
Embora eles se dêem como novos precursores duma arte a ir, nada é mais velho de que a arte anormal ou
teratológica: nasceu com a paranóia e com a mistificação. De há muitos já que a estudam os psiquiatras em
seus tratados, documentando-se nos inúmeros desenhos que ornam as paredes internas dos manicômios. A
única diferença reside em que nos manicômios esta arte é sincera, produto ilógico de cérebros transtornados
pelas mais estranhas psicoses; e fora deles, nas exposições públicas, zabumbadas pela imprensa e
absorvidas por americanos malucos, não há sinceridade nenhuma, nem nenhuma lógica, sendo mistificação
pura. Todas as artes são regidas por princípios imutáveis, leis fundamentais que não dependem do tempo
nem da latitude. As medidas de proporção e equilíbrio, na forma ou na cor, decorrem de que chamamos sentir.
Quando as sensações do mundo externo transformam-se em impressões cerebrais, nós "sentimos"; para que
sintamos de maneiras diversas, cúbicas ou futuristas, é forçoso ou que a harmonia do universo sofra
completa alteração, ou que o nosso cérebro esteja em "pane" por virtude de alguma grave lesão. Enquanto a
percepção sensorial se fizer anormalmente no homem, através da porta comum dos cinco sentidos, um artista
diante de um gato não poderá "sentir" senão um gato, e é falsa a "interpretação" que o bichano fizer um "totó",
um escaravelho ou um amontoado de cubos transparentes. Estas considerações são provocadas pela
exposição da Sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no
sentido das extravagâncias de Picasso e companhia.
LOBATO, Monteiro. “Paranoia ou mistificação”. São Paulo: Brasiliense, 1964

4
Literatura

Exercícios

1. Sobre a Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo, todos os textos a seguir estão corretos,
exceto:
a) A obra literária que marcou o início do movimento Modernista na literatura foi o livro de Mário de
Andrade, Pauliceia Desvairada. O livro revelou a poesia urbanista e fragmentária e retratou, numa
visão anti-romântica, uma São Paulo cosmopolita e egoísta, com sua população heterogênea e sua
burguesia cínica.
b) O movimento Modernista tinha como objetivo o rompimento com o tradicionalismo (Parnasianismo,
Simbolismo e a arte acadêmica), a libertação estética, a experimentação constante e,
principalmente, a independência cultural do país.
c) Cada vez mais popular após as críticas do escritor Monteiro Lobato (que destruiu seus quadros a
bengaladas!), Anita Malfatti desfiará todo seu expressionismo em 22 obras. Mário de Andrade é
um de seus fãs.
d) A Semana de Arte Moderna aconteceu no Teatro Municipal, entre os dias 11 e 18 de março de 1922.
Nela, o Brasil pôde reafirmar a liberdade de expressão e criatividade, em perfeita harmonia com os
movimentos e preceitos das vanguardas europeias, que guardavam consigo as tendências
culturais do Expressionismo, Futurismo, Cubismo, Dadaísmo, Surrealismo e Parnasianismo.
e) Foi o principal movimento contra a cultura do Romantismo, instaurada na metade do século XIX no
cenário brasileiro. Em outras palavras, buscou combater a busca pela identidade, uma vez que os
preceitos recém instaurados pelas vanguardas europeias deveriam ser seguidos pelos demais
artistas do mundo.

5
Literatura

2. Sobre a exposição de Anita Malfatti, em 1917, que muito influenciaria a Semana de Arte Moderna,
Monteiro Lobato escreveu, em artigo intitulado Paranóia ou Mistificação:
Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem as coisas e em conseqüência fazem arte
pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas,
os processos clássicos dos grandes mestres. (...) A outra espécie é formada dos que vêem
anormalmente a natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das
escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...). Estas considerações são
provocadas pela exposição da sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma
atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso & cia.
O Diário de São Paulo, dez./1917.

Em qual das obras abaixo identifica-se o estilo de Anita Malfatti criticado por Monteiro Lobato no artigo?

6
Literatura

3.

(Tarsila do Amaral, Operários, 1933, óleo sobre tela, 150x205 cm, (P122), Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo
do Estado de São Paulo)
Desiguais na fisionomia, na cor e na raça, o que lhes assegura identidade peculiar, são iguais enquanto
frente de trabalho. Num dos cantos, as chaminés das indústrias se alçam verticalmente. No mais, em
todo o quadro, rostos colados, um ao lado do outro, em pirâmide que tende a se prolongar infinitamente,
como mercadoria que se acumula, pelo quadro afora.
(Nádia Gotlib. Tarsila do Amaral, a modernista.)

O texto aponta no quadro de Tarsila do Amaral um tema que também se encontra nos versos transcritos
em:
a) “Pensem nas meninas
d) “Não sou nada.
Cegas inexatas
Nunca serei nada.
Pensem nas mulheres
Não posso querer ser nada.
Rotas alteradas.”
À parte isso, tenho em mim todos os
(Vinícius de Moraes)
sonhos do mundo.”
(Fernando Pessoa)
b) “Somos muitos severinos
iguais em tudo e na sina:
e) “Os inocentes do Leblon
a de abrandar estas pedras
Não viram o navio entrar (...)
suando-se muito em cima.”
Os inocentes, definitivamente
(João Cabral de Melo Neto)
inocentes tudo ignoravam,
mas a areia é quente, e há um óleo
c) “O funcionário público
suave
não cabe no poema
que eles passam pelas costas, e
com seu salário de fome
aquecem.”
sua vida fechada em arquivos.”
(Carlos Drummond de Andrade)
(Ferreira Gullar)

7
Literatura

4. Cândido Portinari (1903-1962), em seu livro Retalhos de Minha Vida de Infância, descreve os pés dos
trabalhadores.
Pés disformes. Pés que podem contar uma história. Confundiam-se com as pedras e os espinhos. Pés
semelhantes aos mapas: com montes e vales, vincos como rios. (...) Pés sofridos com muitos e muitos
quilômetros de marcha. Pés que só os santos têm. Sobre a terra, difícil era distingui-los. Agarrados ao
solo, eram como alicerces, muitas vezes suportavam apenas um corpo franzino e doente.
(Cândido Portinari, Retrospectiva, Catálogo MASP)

As fantasias sobre o Novo Mundo, a diversidade da natureza e do homem americano e a crítica social
foram temas que inspiraram muitos artistas ao longo de nossa História. Dentre estas imagens, a que
melhor caracteriza a crítica social contida no texto de Portinari é

a) c) e)

b) d)

5. A Semana de Arte Moderna, ou Semana de 1922, marcou a entrada do Modernismo artístico e literário
no Brasil. Em 22/02/1922, A Gazeta publicou a seguinte notícia:

“Ao público chocado diante da nova música tocada na Semana, como diante dos quadros expostos e
dos poemas sem rima (...): sons sucessivos, sem nexo, estão fora da arte musical: são ruídos, são
estrondos; palavras sem nexos estão fora do discurso: são disparates como tantos e tão cabelos que
nesta semana conseguiram desopilar os nervos do público paulista [...]”.
A Gazeta em 22-02-1922: In Emília Amarela e outros. Cit. Pág. 67
O teor de tal repercussão demonstra:
a) uma “demolição” das convenções estéticas tradicionais.
b) uma retomada da estética parnasiana, considerada superficial.
c) a modernidade urbana introduzida pelo crescimento industrial.
d) a relevância de aspectos nacionalistas vistos na quebra de antigos paradigmas.
e) Uma vivência do antigo clássico, considerada como a única arte erudita.

8
Literatura

6. Cândido Portinari (1903-1962), um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, tratou de
diferentes aspectos da nossa realidade em seus quadros.

Sobre a temática dos “Retirantes”, Portinari também escreveu o seguinte poema:

(....)
Os retirantes vêm vindo com trouxas e embrulhos
Vêm das terras secas e escuras; pedregulhos
Doloridos como fagulhas de carvão aceso
Corpos disformes, uns panos sujos,
Rasgados e sem cor, dependurados
Homens de enorme ventre bojudo
Mulheres com trouxas caídas para o lado
Pançudas, carregando ao colo um garoto
Choramingando, remelento
(....)
Cândido Portinari. Poemas. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1964.

Das quatro obras reproduzidas, assinale aquelas que abordam a problemática que é tema do poema.
a) 1e2
b) 1e3
c) 2e3
d) 3e4
e) 2e4

9
Literatura

7. Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura
nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para
mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de
criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e outros modernistas
a) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a
originalidade e os temas nacionais.
b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a
criação artística nacional.
c) representavam a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a
prática educativa.
d) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade artística
ligada à tradição acadêmica.
e) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados.

8. O trovador
Sentimentos em mim do asperamente
dos homens das primeiras eras…
As primaveras do sarcasmo
intermitentemente no meu coração arlequinal…
Intermitentemente…
Outras vezes é um doente, um frio
na minha alma doente como um longo som redondo…
Cantabona! Cantabona!
Dlorom…
Sou um tupi tangendo um alaúde!

ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade.


Belo Horizonte: Itatiaia, 2005.

Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na poesia de Mário de


Andrade. Em O trovador, esse aspecto é
a) abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que, evocando o
carnaval, remete à brasilidade.
b) verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por Mário de Andrade
em suas viagens e pesquisas folclóricas.
c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “Sentimentos em mim do asperamente”
(v. 1), “frio” (v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde “Dlorom” (v. 9).
d) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese nacional
que seria proposta no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade.
e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” para mostrar
o orgulho brasileiro por suas raízes indígenas.

10
Literatura

9.

AMARAL, Tarsila do. O mamoeiro. 1925, óleo sobre tela, 65x70, IEB//USP.

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte
Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como
referência o quadro O mamoeiro, identifica-se que, nas artes plásticas, a
a) imagem passa a valer mais que as formas vanguardistas.
b) forma estética ganha linhas retas e valoriza o cotidiano.
c) natureza passa a ser admirada como um espaço utópico.
d) imagem privilegia uma ação moderna e industrializada.
e) forma apresenta contornos e detalhes humanos.

10. “O modernismo de 1922 quisera-se atual (aberto ao mundo) e nacional (ficando no solo pátrio), porém,
na prática, levou algum tempo até concretizar-se plenamente esse sonho bicéfalo. O fruto maduro da
semente então plantada foi a Antropofagia oswaldiana, para a formulação da qual a pintura de Tarsila,
sua companheira, contribui em primeiríssima linha, sobretudo a partir de 1924. Para Oswald, o Brasil,
rico de sua própria seiva (…), necessitava assumir a urgência de uma estratégia regeneradora.”
PONTUAL, Roberto. In.: Modernidade: arte brasileira do século XX. São Paulo: MEC/MAM, 1988. p. 26.

O texto acima aponta uma estratégia regeneradora para o movimento modernista. Assinale a
alternativa que indica essa estratégia regeneradora proposta por Oswald de Andrade.
a) Absorver as novidades da vanguarda europeia, porém expressando a realidade brasileira.
b) Romper com os padrões de pensamento dos modernistas europeus.
c) Valorizar o pensamento racional e o caráter científico na estrutura da pintura.
d) Importar passivamente os modelos surrealista e cubista das vanguardas europeias.
e) Apropriar-se da estética naturalista e da concepção positivista da cultura.

11
Literatura

Gabarito

1. D
A Semana de Arte Moderna foi um dos principais movimentos para a busca de uma identidade nacional.
De modo a recuperar vertente das escolas literárias mais antigas, foi utilizada como uma forma de
evidenciar a face do brasileiro.

2. E
A única imagem que foge dos padrões estéticos anteriores ao Modernismo é a representada na
alternativa E, por suas formas angulosas e deformadas.

3. B
Trecho de “Morte e Vida”, retrata a perda de identidade pessoal, social e individual pela qual o indivíduo
passa em meio a massificação e situações adversas.

4. E
A imagem modernista da alternativa E é a que mais representa o que é descrito no texto por sua carga de
crítica social.

5. A
A iconoclastia é a principal característica da primeira fase do Modernismo no Brasil, e a Semana de Arte
Moderna, considerada o marco desse movimento, representou bem essa atitude, causando, no entanto,
revolta e furor em grande parte do público. A depreciação da arte moderna pôde ser observada também
entre a crítica, como evidenciado na notícia de “A Gazeta”.

6. C
As imagens 2 e 3 mostram situações de miséria, de migração, de extrema pobreza, caracterizando a trama
encontrada no poema em questão. Assim, ambos se interligam por meio das temáticas principais.

7. A
É a única alternativa que apresenta as características e propostas modernistas. Não havia limitação de
cor, nem cópia fiel da natureza, nem limites temáticos.

8. D
O Manifesto Antropofágico tinha como objetivo deglutir e aglutinar as características e correntes
europeias para que se tivesse uma arte legítima brasileira, sem imitações.

9. B
Baseando-se na imagem, percebemos que não há uma preocupação com fidelidade de representar de
forma realista as figuras pintadas. Os traços apresentam muitos elementos cubistas, angulosos e
geométricos. A temática é de elementos do cotidiano.

10. A
A alternativa apresenta as características do Movimento Antropofágico, encabeçada por artistas fortes
na época artística, como Oswald e Mário de Andrade.

12
Matemática

Cônicas: hipérbole

Resumo

Hipérbole
Hipérbole é o lugar geométrico dos pontos P(x, y) de um plano tal que a diferença (em módulo) de suas
distâncias a dois pontos fixos F1 e F2 é constante (2a < 2c), com F1 F2 = 2c.

Elementos de uma Hipérbole

• F1, F2: focos. A distância entre os focos é igual a 2c, denomina-se distância focal.
• O: Centro da hipérbole. È o ponto médio do segmento F1 F2.
• Eixo real ou transverso: é o segmento A1 A2 e cujo comprimento é 2a.
• Eixo imaginpario ou conjugado: é o segmento B1B2 e cujo comprimento é 2b.

Eixo de simetria coincide com o eixo x

Sejam:
• P(x, y) um ponto genérico da hipérbole.
• F1 (-c, 0)
• F2 (c, 0)

1
Matemática

Por definição:
|d(P, F1) - d(P, F2)| = 2ª

Considerando o centro O (x0, y0)

Eixo de simetria coincide com o eixo y

O posicionamento da hipérbole no sistema cartesiano fornece:


• F1 (-c, 0)
• F2 (c, 0)

De forma análoga demonstra-se que para um ponto P(x, y) pertencente à elipse tem-se a equação:

Considerando o centro O (x0, y0)

2
Matemática

Exercícios

1. O fisiologista inglês Archibald Vivian Hill propôs, em seus estudos, que a velocidade V de contração de
um músculo ao ser submetido a um peso p é dada pela equação (p + a) (v +b) = K, com a, b e K
constantes. Um fisioterapeuta, com o intuito de maximizar o efeito benéfico dos exercícios que
recomendaria a um de seus pacientes, quis estudar essa equação e a classificou desta forma:

O fisioterapeuta analisou a dependência entre v e p na equação de Hill e a classificou de acordo com


sua representação geométrica no plano cartesiano, utilizando o par de coordenadas (p. V). Admita que
K> 0. O gráfico da equação que o fisioterapeuta utilizou para maximizar o efeito dos exercícios é do
tipo
a) Semirreta oblíqua.
b) semirreta horizontal.
c) ramo de parábola.
d) arco de circunferência.
e) ramo de hipérbole.

3
Matemática
1
2. Considere a hipérbole de equação 𝑦 = mostrada na figura abaixo:
𝑥

Quais são os pontos de interseção entre a hipérbole e a reta de equação y – 2 + 2? ?

a) (−2 + 5, 2 + 5) e (−2 − 5, 2 − 5)

b) (−2 + 2 5, 2 + 2 5) e (−2 − 5, 2 − 5)

c) (−2 + 5, 2 + 5) e (−2 − 2 5, 2 − 2 5)

d) (−2 + 2 5, 2 + 2 5) e (−2 − 2 5, 2 − 2 5)

e) (− 5 + 2, − 5 − 2) e ( 5 + 2, 5 − 2)

3. Um aluno desenhou, em um plano cartesiano, duas cônicas (elipse ou hipérbole), uma de excentricidade
0,8 e outra de excentricidade 2,4, tendo ambas como foco o par de pontos (-12,0) e (12,0) . Qual
alternativa está ERRADA?
a) A cônica de excentricidade 0,8 é uma hipérbole.
b) A cônica de excentricidade 2,4 passa pelo ponto (5,0).
c) As cônicas descritas possuem quatro pontos em comum.
𝑥² 𝑦²
d) + 81 = 1 é uma equação para a cônica de excentricidade 0,8.
225

e) A cônica de excentricidade 0,8 passa pelo ponto (0,9).

4
Matemática

4. A equação 4x2 – y2 – 32x + 8y + 52 = 0, no plano xy, representa:

a) Duas retas.
b) Uma circunferência.
c) Uma elipse.
d) Uma hipérbole.
e) Uma parábola.

5. A representação no sistema cartesiano ortogonal da equação 9x2 – y2 = 36x + 8y – 11 é dada por


a) Duas retas concorrentes.
b) Uma circunferência.
c) Uma elipse.
d) Uma parábola.
e) Uma hipérbole.

6. A catedral de Brasília foi projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Sua estrutura se destaca pela beleza
e pela forma, um hiperbolóide de rotação. A figura abaixo, destaca os principais elementos da hiperbole
associada à forma da catedral e é possível perceber que ela tem como base um círculo de diâmetro d.

𝑥² 𝑦²
Supondo que a equação dessa hipérbola seja − = 1 e que a medida do diâmetro tenha 10 a
225 400
mais que a distância focal. Dessa maneira, o valor de d é
a) 40
b) 50
c) 60
d) 70
e) 80

5
Matemática
5
7. Qual é a equação de uma hipérbola de focos 𝐹1 (−10,0), 𝐹2 (10,0) e excentricidade ?
3

a) 16x2 – 9y2 = 576


b) 11x2 – 9y2 = 1
c) 16x2 – 7y2 = 576
d) 11x2 – 7y2 = 1
e) 9x2 – 7y2 = 576

8. As equações x2 – 9y2 – 6x – 18y – 9 =0, x2 + y2 – 2x + 4y + 1 = 0 e -4x – 4y + 8 = 0 representam,


respectivamente, uma:
a) Hipérbole, uma elipse e uma parábola.
b) Hipérbole, uma circunferência e uma reta.
c) Hipérbole, uma circunferência e uma parábola.
d) Elipse, uma circunferência e uma parábola.
e) Elipse, uma circunferência e uma reta.

9. Qual é a equação da hipérbole tal que os vértices do eixo real são A1(-2,0) e A2 (2,0) e a hipérbole é
equilátera?
x² y ²
− =1
a) 4 4
x² y ²
− =1
b) 4 1
x² y ²
− =1
c) 1 4
y ² x²
− =1
d) 4 4
x² y ²
− =1
e) 2 2

6
Matemática

10. Os vértices imaginários da hipérbole de equação abaixo são:


( x − 1) ² −
( y − 1) ² = 1
4
a) (2,1) e (2,3)
b) (2,0) e (2,2)
c) (2,0) e (1,2)
d) (1,1) e (1,2)
e) (1,1) e (1,2)

7
Matemática

Gabarito

1. E
Como v é a velocidade de contração de músculo ao ser submetido a um peso p, temos v ≥ 0 e p ≥0.
Assim, da equação (p + a). (v + b) = K, com a, b e K constantes, vem:
pv + pb + av + ab + ab = K  v . (p + a) = K – pb – ab  v . (p + a) = K – b . (p + a)
𝐾
v= – b, que é um ramo de hipérbole.
𝑝+𝑎

2. A

8
Matemática

3. A

4. D

9
Matemática

5. E

6. C
Desde que c2 = 225 + 400, vem c = 25. Logo, temos d = 2 . 25 + 10 = 60 m

7. A

8. B
I. A primeira equação é de uma hipérbole, pois o termo de y² possui sinal negativo.
II. A segunda equação é de uma circunferência, já que os coeficientes do termo x² e y² é o mesmo.
III. A terceira equação é uma reta uma vez que não apresenta termos ao quadrado.

9. A
Sabemos que a distância entre os vértices equivale a 2a. Assim, temos:

2a = 2 − ( −2 ) = 4  a = 2
 x² y ²
  − =1
b = a = 2
 4 4
Temos que a = b, pois a hipérbole é equilátera.

10
Matemática

10. E
O primeiro passo é identificar as informações contidas na equação da hipérbole:
O centro é (1,1)
a=2eb=1
Com as informações acima, podemos desenhar a seguinte hipérbole:

Nele é possível observar que os eixos imaginários B1 e B2 são, respectivamente, (1,2) e (1,0).

11
Matemática

Progressão geométrica: definição, termo geral e termo médio

Resumo

Seja a sequência numérica dada por:

Essa sequência não é uma progressão aritmética, pois a diferença entre dois termos consecutivos não é
uma constante. Contudo, podemos destacar outro padrão para essa sequência numérica, já que cada termo
é o triplo do termo anterior. Essas sequências são chamadas progressões geométricas.

Progressão Geométrica
Chamamos de progressão geométrica, com primeiro termo igual a 𝑎1 𝜖 ℝ , e a razão 𝑞 ∈ ℝ , toda sequência
numérica com a seguinte lei:

Assim, temos:

E assim sucessivamente.
Nesse caso, a razão, representada por q, é dada por:

Desse modo, dizemos que uma sequência numérica é uma progressão geométrica (PG) se, e somente se, a
razão entre um termo, com n > 1, e seu antecessor for uma constante.

Classificação quando ao crescimento


● Progressão geométrica crescente: a1 > 0 e q > 1
● Progressão geométrica decrescente: a1 > 0 e 0<q<1
● Progressão geométrica alternada: a1 ≠ 0 e 1 < 0
● Progressão geométrica constante: q = 1

Termo Geral
Seja (a1, a2, a3, ....an) uma progressão geométrica de razão 𝑞 ∈ ℝ . Assim, para n > 1, temos:

1
Matemática

Esta é a expressão do termo geral de uma progressão geométrica calculado com base nos valores de a1, q e
n. Contudo, podemos determinar uma expressão para o termo geral a partir de um termo ak qualquer:

Propriedades de progressões geométricas


Termos consecutivos da PG:
Dados três termos consecutivos de uma PG, então o termo médio é igual à média geométrica dos outros
dois. Assim, se os termos consecutivos são dados por (an-1, an, an+1), então 𝑎𝑛 = √𝑎𝑛−1 . 𝑎𝑛+1 .

Termo central:
Seja (a1, a2, a3, ....an) uma progressão geométrica em que o número de termos n é ímpar. Assim, existe um
termo central para essa sequência representado por ac. Em uma progressão geométrica com n termos, sendo
n igual a um número ímpar, o termo central é indicado por ace é calculado da seguinte forma:

Termos equidistantes:
Seja (a1, a2, a3, ..., an-2, an-1, an) uma progressão geométrica. Dizemos que dois termos são equidistantes aos
extremos quando o número de termos que antecede o primeiro é igual ao número de termos que sucede o
segundo. A seguir, temos alguns pares de termos que expressam termos equidistantes aos extremos a1 e
an :
a2 e an-1 são termos equidistantes aos extermos.
a3 e an-2 são termos equidistantes aos extermos.
a4 e an-3 são termos equidistantes aos extermos.

A propriedade dos termos equidistantes aos extremos de uma PG é dada por:


“Em uma PG, o produto de dois termos equidistantes aos extremos é igual ao produto dos extremos”.

2
Matemática

Exercícios

1. Pesquisas indicam que o número de bactérias X é duplicado a cada quarto de hora. Um aluno resolveu
fazer uma observação para verificar a veracidade dessa afirmação. Ele usou uma população inicial de
105 bactérias X e encerrou a observação ao final de uma hora. Suponha que a observação do aluno
tenha confirmado que o número de bactérias X se duplica a cada quarto de hora.
Após uma hora do início do período de observação desse aluno, o número de bactérias X foi de

a)

b)

c)

d)

e)

2. Na música, usam-se sinais gráficos chamados figuras de duração para indicar por quanto tempo se
deve emitir determinado som.
As figuras de duração usadas atualmente são: semibreve, mínima, semínima, colcheia, semicolcheia,
fusa e semifusa.
Essas figuras não possuem um valor (tempo) fixo. Elas são proporcionais entre si. A duração de tempo
de uma semibreve é equivalente à de duas mínimas, a duração de uma mínima é equivalente à de duas
semínimas, a duração de uma semínima equivale à de duas colcheias e assim por diante, seguindo a
ordem dada.
Considere que a semibreve tem a duração de tempo de uma unidade.

A sequência que indica a duração de tempo de uma mínima, de uma semínima, de uma colcheia, de
uma semicolcheia, de uma fusa e de uma semifusa é:
a) 2, 4, 8, 16, 32, 64.
b) 1, 2, 4, 8, 16, 32.

c)

d)

e)

3
Matemática

3. Torneios de tênis, em geral, são disputados em sistema de eliminatória simples. Nesse sistema, são
disputadas partidas entre dois competidores, com a eliminação do perdedor e promoção do vencedor
para a fase seguinte. Dessa forma, se na 1ª fase o torneio conta com 2n competidores, então na 2ª
fase restarão n competidores, e assim sucessivamente até a partida final. Em um torneio de tênis,
disputado nesse sistema, participam 128 tenistas. Para se definir o campeão desse torneio, o número
de partidas necessárias é dado por
a) 2 X 128
b) 64 + 32 + 16 + 8 + 4 + 2
c) 128 + 64 + 32 + 16 + 8 + 4 + 2 + 1
d) 128 + 64 + 32 + 16 + 8 + 4 + 2
e) 64 + 32 + 16 + 8+ 4 + 2+ 1

4. O padrão internacional ISO 216 define os tamanhos de papel utilizados em quase todos os países,
com exceção dos EUA e Canadá. O formato-base é uma folha retangular de papel, chamada de A0,
cujas dimensões são 84,1 cm x 118,9 cm. A partir de então, dobra-se a folha ao meio, sempre no lado
maior, obtendo os demais formatos, conforme o número de dobraduras. Observe a figura: A1 tem o
formato da folha A0 dobrada ao meio uma vez, A2 tem o formato da folha A0 dobrada ao meio duas
vezes, e assim sucessivamente.

Quantas folhas de tamanho A8 são obtidas a partir de uma folha A0?


a) 8
b) 16
c) 64
d) 128
e) 256

4
Matemática

5. Um quebra-cabeça consiste em recobrir um quadrado com triângulos retângulos isósceles, como


ilustra a figura.

Uma artesã confecciona um quebra-cabeça como o descrito, de tal modo que a menor das peças é
um triângulo retângulo isósceles cujos catetos medem 2 cm. O quebra-cabeça, quando montado,
resultará em um quadrado cuja medida de lado, em centímetro, é:
a) 14
b) 12
c) 7√2
d) 6 + 4√2
e) 6 + 2√2

6. O acréscimo de tecnologias no sistema produtivo industrial tem por objetivo reduzir custos e aumentar
a produtividade. No primeiro ano de funcionamento, uma indústria fabricou 8 000 unidades de um
determinado produto. No ano seguinte, investiu em tecnologia adquirido novas máquinas e aumentou
a produção em 50%. Estima-se que esse aumento percentual se repita nos próximos anos, garantindo
um crescimento anual de 50%. Considere P a quantidade anual de produtos fabricados no ano t de
funcionamento da indústria. Se a estimativa for alcançada, qual é a expressão que determina o número
de unidades produzidas P em função de t, para t 1?

a)

b)

c)

d)

e)

5
Matemática

7. Pesquisas indicam que o número de bactérias X é duplicado a cada quarto de hora. Um aluno resolveu
fazer uma observação para verificar a veracidade dessa afirmação. Ele usou uma população inicial de
105 bactérias X e encerrou a observação ao final de uma hora. Suponha que a observação do aluno
tenha confirmado que o número de bactérias X se duplica a cada quarto de hora. Após uma hora do
início do período de observação desse aluno, o número de bactérias X foi de:

a)

b)

c)

d)

e)

8. Um garrafão contém 3 litros de vinho. Retira-se um litro de vinho do garrafão e acrescenta-se um litro
de água, obtendo-se uma mistura homogênea. Retira-se, a seguir, um litro da mistura e acrescenta-
se um litro de água, e assim por diante. A quantidade de vinho, em litros, que resta no garrafão, após
5 dessas operações, é aproximadamente igual a
a) 0,396
b) 0,521
c) 0,676
d) 0,693
e) 0,724

9. Suponha que o preço de um automóvel se desvaloriza 10% ao ano nos seus 5 primeiros anos de uso.
Se este automóvel novo custou R$ 10.000,00, qual será o seu valor em reais após os 5 anos de uso?
a) 5.550,00
b) 5.804,00
c) 6.204,30
d) 5.904,90
e) 5.745,20

6
Matemática

10. O abandono escolar no ensino médio é um dos principais problemas da educação no Brasil. Reduzir
as taxas de abandono tem sido uma tarefa que exige persistência e ações continuadas dos
organismos responsáveis pela educação no país. O gráfico apresentado a seguir mostra as taxas
percentuais de abandono no ensino médio, para todo o país, no período de 2007 a 2010, em que se
percebe uma queda a partir de 2008. Com o objetivo de reduzir de forma mais acentuada a evasão
escolar são investidos mais recursos e intensificadas as ações, para se chegar a uma taxa em torno
de 5,2% ao final do ano de 2013.

Qual a taxa de redução anual que deve ser obtida para que se chegue ao patamar desejado para o final

de 2013? Considere = 0,51.


a) 10%
b) 20%
c) 41%
d) 49%
e) 51%

7
Matemática

11. Uma maneira muito útil de se criar belas figuras decorativas utilizando a matemática é pelo processo
de autossemelhança, uma forma de se criar fractais. Informalmente, dizemos que uma figura é
autossemelhante se partes dessa figura são semelhantes à figura vista como um todo. Um exemplo
clássico é o Carpete de Sierpinski, criado por um processo recursivo, descrito a seguir:
• Passo 1: Considere um quadrado dividido em nove quadrados idênticos (Figura 1). Inicia-se o
processo removendo o quadrado central, restando 8 quadrados pretos (Figura 2).
• Passo 2: Repete-se o processo com cada um dos quadrados restantes, ou seja, divide-se cada um
deles em 9 quadrados idênticos e remove-se o quadrado central de cada um, restando apenas os
quadrados pretos (Figura 3).
• Passo 3: Repete-se o passo 2.

Admita que esse processo seja executado 3 vezes, ou seja, divide-se cada um dos quadrados pretos
da Figura 3 em 9 quadrados idênticos e remove-se o quadrado central de cada um deles.
O número de quadrados pretos restantes nesse momento é:
a) 64
b) 512
c) 568
d) 576
e) 648

8
Matemática

12. Fractal (do latim fractus, fração, quebrado) – objeto que pode ser dividido em partes que possuem
semelhança com o objeto inicial. A geometria fractal, criada no século XX, estuda as propriedades e o
comportamento dos fractais – objetos geométricos formados por repetições de padrões similares. O
triângulo de Sierpinski, uma das formas elementares da geometria fractal, pode ser obtido por meio
dos seguintes passos:
1. comece com um triângulo equilátero (figura 1);
2. construa um triângulo em que cada lado tenha a metade do tamanho do lado do triângulo anterior
e faça três cópias;
3. posicione essas cópias de maneira que cada triângulo tenha um vértice comum com um dos
vértices de cada um dos outros dois triângulos, conforme ilustra a figura 2;
4. repita sucessivamente os passos 2 e 3 para cada cópia dos triângulos obtidos no passo 3 (figura
3).

De acordo com o procedimento descrito, a figura 4 da sequência apresentada acima é:

e)
a) c)

d)
b)

9
Matemática

Gabarito

1. E
4
Uma hora corresponde a de hora. Logo, ao fimde uma hora, o número de bactéria X foi de 24.105.
4

2. E

3. E
O número de partidas disputadas decresce segundo uma progressão geométrica de primeiro termo
128/2 = 64 e razão ½. Portanto, a resposta é 64 + 32 + 16 + 8 + 4 + 2 + 1

4. E

5. A
Observe que as hipotenusas dos triângulos retângulos crescem segundo uma P.G. de primeiro termo
2√2 e razão √2.

Portanto, de acordo com a figura, a resposta é 12 + 12 = 14 cm

6. E

10
Matemática

7. E

8. B

9. B

10. C
O número de triângulos pretos em cada passo constitui a PG (1, 3, 9, 27,...). A alternatica © é a única
que apresenta 27 triângulos pretos.

11
Matemática

Progressão Geométrica: Soma dos finitos e infinitos termos

Resumo

Seja a sequência numérica dada por:


(2, 6, 8, 54...)

Essa sequência não é uma progressão aritmética, pois a diferença entre dois termos consecutivos não é
uma constante. Contudo, podemos destacar outro padrão para essa sequência numérica, já que cada termo
é o triplo do termo anterior. Essas sequências são chamadas progressões geométricas.

Progressão Geométrica
Chamamos de progressão geométrica, com primeiro termo igual a a 1 ∈ ℝ, e a razão q ∈ ℝ, , toda sequência
numérica com a seguinte lei:

Assim, temos:

E assim sucessivamente.
Nesse caso, a razão, representada por q, é dada por:

Desse modo, dizemos que uma sequência numérica é uma progressão geométrica (PG) se, e somente se, a
razão entre um termo, com n > 1, e seu antecessor for uma constante.

Classificação quanto ao crescimento


● Progressão geométrica crescente: a1 > 0 e q > 1
● Progressão geométrica decrescente: a1 > 0 e 0 < q < 1
● Progressão geométrica alternada: a1 ≠ 0 e q < 0
● Progressão geométrica constante: q = 1

Termo Geral
Seja (a1, a2, a3...an) uma progressão geométrica de razão q ∈ ℝ . Assim, para n > 1, temos:

Esta é a expressão do termo geral de uma progressão geométrica calculado com base nos valores de a1, q e
n. Contudo, podemos determinar uma expressão para o termo geral a partir de um termo a k qualquer:

1
Matemática

Propriedades de progressões geométricas


Termos consecutivos da PG
Dados três termos consecutivos de uma PG, então o termo médio é igual à média geométrica dos outros
dois. Assim, se os termos consecutivos são dados por (a n-1, an, an+1), então

Termo central
Seja (a1, a2, a3...an) uma progressão geométrica em que o número de termos n é ímpar. Assim, existe um
termo central para essa sequência representado por ac. Em uma progressão geométrica com n termos, sendo
n igual a um número ímpar, o termo central é indicado por a c e é calculado da seguinte forma:

Termos equidistantes
Seja (a1, a2, a3...an-2, an-1, an) uma progressão geométrica. Dizemos que dois termos são equidistantes aos
extremos quando o número de termos que antecede o primeiro é igual ao número de termos que sucede o
segundo. A seguir, temos alguns pares de termos que expressam termos equidistantes aos extremos a1 e
an :
a2 e an-1 e são termos equidistantes aos extermos.
a3 e an-2 são termos equidistantes aos extermos.
a4 e an-3 são termos equidistantes aos extermos.
A propriedade dos termos equidistantes aos extremos de uma PG é dada por:
“Em uma PG, o produto de dois termos equidistantes aos extremos é igual ao produto dos extremos”.

Soma dos n primeiros termos (Sn)


Dada uma PG (a1, a2, a3...an-2, an-1, an) cuja razão q é diferente de 1, a soma de seus n primeiros termos é
representada por Sn, isto é:

• No caso em que q = 1, então a soma dos termos da PG é igual a Sn = n . a


• Para os casos em que q ≠ 1, temos:

Soma dos infinitos termos (𝐬∞ )


Para alguns tipos de progressões geométricas, podemos calcular o valor do limite da soma de seus infinitos
termos. Essas sequências são chamadas de progressões geométricas convergentes e se caracterizam por
ter a razão entre -1 e 1, ou seja, - 1 < q < 1. . Para calcularmos a soma de seus infinitos termos, usamos a
fórmula abaixo:

Produto dos n primeiros termos (Pn)


Dada uma PG (a1, a2, a3...an-2, an-1, an), podemos calcular o produto de seus n primeiros termos a partir da
fórmula:

2
Matemática

Exercícios

1. O paradoxo de Zenão
O filósofo Zenão de Eleia (século V a.C.) propôs o paradoxo de Aquiles e a tartaruga, um dos paradoxos
mais famosos do mundo matemático.
Existem vários enunciados do paradoxo de Zenão. O escritor argentino Jorge Luis Borges o apresenta
da seguinte maneira:
“Aquiles, símbolo de rapidez, tem de alcançar a tartaruga, símbolo de morosidade. Aquiles corre dez
vezes mais rápido que a tartaruga e lhe dá dez metros de vantagem. Aquiles corre esses dez metros,
a tartaruga corre um; Aquiles corre esse metro, a tartaruga corre um decímetro; Aquiles corre esse
decímetro, a tartaruga corre um centímetro; Aquiles corre esse centímetro, a tartaruga um milímetro;
Aquiles corre esse milímetro, a tartaruga um décimo de milímetro, e assim infinitamente, de modo que
Aquiles pode correr para sempre, sem alcançá-la.”
Fazendo a conversão para metros, a distância percorrida por Aquiles nessa fábula é igual a

É correto afirmar que:


a) d = ∞
b) d = 11,11
c) d = 91/9
d) d = 12
e) 100/9

2. Um menino propôs a seu pai que lhe desse R$1,00 no dia 1º de dezembro e fosse, a cada dia, dobrando
o valor da quantia diária, até o dia 24 de dezembro. No dia 25 de dezembro, ele daria ao pai, com o
dinheiro acumulado, um presente de natal. O pai aceitou a proposta, desde que o filho lhe desse um
presente que custasse o dobro da quantia que o filho recebesse no dia 24. Se o acordo entre os dois
for firmado, o menino dará ao pai um presente com, exatamente, o seguinte valor:
a) metade do que receber
b) o dobro do que receber
c) toda a quantia recebida
d) toda a quantia recebida mais R$1,00
e) um terço do que receber

3
Matemática

3. A sequência representada, na figura abaixo, é formada por infinitos triângulos equiláteros. O lado do
primeiro triângulo mede 1, e a medida do lado de cada um dos outros triângulos é 2/3 da medida do
lado do triângulo imediatamente anterior.

A soma dos perímetros dos triângulos dessa sequência infinita é


a) 9.
b) 12.
c) 15.
d) 18.
e) 21.

4. Carl Friedrich Gauss (1777 - 1855) é considerado um dos maiores matemáticos de todos os tempos.
Aos 10 anos de idade, ele apresentou uma solução genial para somar os números inteiros de 1 a 100.
A solução apresentada por Gauss foi 5050, obtida multiplicando-se 101 por 50, como sugere a figura
abaixo.

Usando a ideia de Gauss como inspiração, responda quanto vale o produto:


1 × 2 × 4 × 8 × 16 × 32 × 64 × 128
129
a) 4
b) 4128
c) 1294
d) 1284

4
Matemática

5. Dudu quer se tornar um youtuber famoso, mas, em seu primeiro vídeo, ele obteve apenas 5 inscritos
em seu canal. Obstinado que é, Dudu pretende, a cada novo vídeo, dobrar a quantidade de inscritos
em seu canal. Se no primeiro mês ele postar 10 vídeos e conseguir atingir a meta estabelecida, ao fim
deste mês, seu canal terá
a) 1024 inscritos
b) 5120 inscritos
c) 5115 inscritos
d) 1023 inscritos
e) 310 inscritos

6. A figura abaixo representa parte do gráfico da função (fora de escala)


16
𝑓(𝑥) = 𝑥
2

A soma das áreas dos infinitos retângulos assinalados é igual a:


a) 16
b) 8
c) 24
d) 32
e) 12

7. Sabendo que o primeiro termo de uma progressão Geométrica é a1=2 e a razão q = 3, determine a
soma dos 5 primeiros termos dessa progressão:
a) 80
b) 141
c) 160
d) 242
e) 322

5
Matemática

8. Na progressão geométrica (1, 2, 4, 8, ...) sendo an o n-ésimo termo e Sn a soma dos n primeiros termos,
podemos concluir que:
a) Sn = 2 . a n
b) Sn = a n + 1
c) Sn = an+1 +1
d) Sn = an+1 -1
e) Sn = 2 . an+1

9. Os termos da soma S = 4+8+16+...+2048 estão em progressão geométrica. Assinale o valor de S.


a) 4092
b) 4100
c) 8192
d) 65536
e) 196883

10. Em uma PG estritamente crescente, o terceiro termo é 98 e o quinto é 4802. Se x é a soma dos dois
primeiros termos dessa PG, então o valor de log8 x é:
a) 3/4
b) 1/2
c) 2/3
d) 1/4
e) 4/3

11. Vamos empilhar 5 caixas em ordem crescente de altura. A primeira caixa tem 1m de altura, cada caixa
seguinte tem o triplo da altura da anterior. A altura da nossa pilha de caixas será:
a) 121 m
b) 81 m
c) 32 m
d) 21 m
e) 15 m

6
Matemática

Gabarito

1. E
Temos uma PG de a1 = 10 e r = 1/10
Assim, calculamos a soma infinita

2. D
O problema relata uma PG de 24 termos e razão = 2 e 1º termo = 1 e an = 24º termo.
Observe que no 24º dia o filho receberia 8 338 608 reais.
veja:

Caso o acordo fosse firmado, o presente deveria ter o dobro desse valor, que seria:
2 x 8 388 608 = 16 777 216. Para saber o quanto essa quantia representa do valor recebido durante os
24 dias, precisa - se fazer a soma dos 24 termos dessa PG:

valor recebido durante o período R$ 16 777 215


valor do presente R$ 16 777 216
Então, o valor do presente deveria ter o valor de toda quantia recebida pelo filho, mais R$ 1,00.

3. A
A soma pedida é igual a

4. D
Repare que os termos equidistantes, ao serem multiplicados, tem como resultado 128.
1 x 128 = 128
2 x 64 = 128
4 x 32 = 128
8 x 16 = 128
Assim, temos 1284

5. C
O número de inscritos no canal de Dudu cresce em Progressão Geométrica de razão 2. Para solucionar
a questão devemos considerar a soma dos 10 primeiros termos das P.G abaixo:
(5, 10, 20, 40, 80,...)

7
Matemática

6. A
Desde que todos os retângulos têm bases congruentes e de medida igual a 1, segue que o resultado é
dado por f(1) + f(2) + f(3) + ... = 8 + 4 + 2 +...
8
= 1
1−
2
= 16

7. D

8. D

9. A

8
Matemática

10. E

11. A
A altura da pilha é igual a 1+ 3 + 9 + 27 + 81 = 121m.

9
Matemática

Cônicas: Elipse

Resumo

Elipse
Elipse é o conjunto de todos os pontos de um plano cuja soma das distâncias a dois pontos fixos desse
plano é constante.

d + d’ = constante = 2a

Elementos de uma elipse

Pela figura, vemos que 𝒂² = 𝒃² + 𝒄². Esta igualdade mostra que b < a e c < a.

• Focos: são os pontos F1 e F2.


• Distância focal: é a distância 2c entre os focos.
• Centro: é o ponto médio C do segmento F1F2.
• Eixo maior: é o segmento A 1A2 de comprimento 2a.
• Eixo menor: é o segmento B1B2 de comprimento 2b e perpendicular a A1A2 no seu ponto médio.
c
• Excentricidade: é o número real e = (0<e<1)
a
Obs..: A excentricidade é responsável pela “forma” da elipse: elipses com excentricidade perto de 0 são
aproximadamente circulares, enquanto que elipses com excentricidade próxima de 1 são “achatadas”.

1
Matemática

Equação Reduzida
Eixo maior é paralelo ao eixo x:

( x − h)² ( y − k )²
+ =1
a² b²
Eixo maior é paralelo ao eixo y:

( x − h)² ( y − k )²
+ =1
b² a²

2
Matemática

Exercícios

1. Bira adquiriu uma cabra que pasta em um campo retangular. Para delimitar o gramado, ele pretende
traçar uma elipse inscrita num terreno retangular de 10 m por 8 m. Para isso, ele deve utilizar um fio
esticado preso por duas estacas M e N, conforme mostra a figura.

Qual deve ser a distância entre as estacas M e N?


a) 5
b) 4
c) 8
d) 6
e) 9

2. Sobre a curva 9x² + 25y² – 36x + 50y – 164 = 0, assinale a alternativa correta.
a) Seu centro é (– 2,1).
b) A medida do seu eixo maior é 25.
c) A medida do seu eixo menor é 9.
d) A distância focal é 4.
e) Sua excentricidade é 0,8.

3
Matemática

3. Um arquiteto projetou, para um salão de dimensões 22 m por 18 m, um teto de gesso em formato de


elipse com o eixo maior medindo 20 m e o eixo menor, 16 m, conforme ilustra a figura abaixo.

O aplicador do gesso afirmou que saberia desenhar a elipse, desde que o arquiteto informasse as
posições dos focos. Para orientar o aplicador do gesso, o arquiteto informou que, na direção do eixo
maior, a distância entre cada foco e a parede mais próxima é de
a) 3 m.
b) 4 m.
c) 5 m.
d) 6 m.

4. Sendo m o maior valor real que x pode assumir na equação analítica (x-2)²+4(y+5)²=36 e n o maior
valor real que y pode assumir nessa mesma equação, então, m+n é igual a
a) 8.
b) 7.
c) 6.
d) 4.
e) 3.

5. No plano, com sistema de coordenadas cartesianas usual, a equação x ² + 4 y ² = 4 x representa:


a) Uma circunferência.
b) Duas retas.
c) Uma parábola.
d) Uma elipse.

4
Matemática

6. Os valores reais de n para os quais a reta (t)y = x + n seja tangente à elipse de equação 2x2+ 3y2 = 6
são iguais a:
a) −√5 e√5
b) −√3 e√3
c) – 3 e 3.
d) – 2 e 2.
e) – 5 e 5.

7. Com relação as equações 25𝑥² + 16𝑦² + 150𝑥 + 256𝑦 − 351 = 0 e 16𝑥² + 25𝑦² − 96𝑥 − 200𝑦 + 144 =
0 , podemos afirmar que:
a) As elipses têm centros coincidentes.
b) As elipses têm a mesma distância focal.
c) As elipses têm a mesma excentricidade.
d) As elipses têm focos sobre o eixo das abcissas.
e) O eivo maior de uma delas é o dobro do eixo menor da outra.

8. Uma figura mostra um plano cartesiano no qual foi traçada uma elipse com eixos paralelos aos eixos
coordenados.

Valendo-se das informações contidas neta representação, qual é a equação reduzida da elipse?

( x − 2)2 ( y − 3)2
a) − =1
4 9
( x − 2)2 ( y − 3)2
b) + =1
4 9
( x − 2)2 ( y − 3)2
c) − =1
2 3
( x − 2)2 ( y − 3)2
d) + =1
2 3
( x − 3)2 ( y − 2)2
e) + =1
4 9

5
Matemática

9. No plano, com sistema de coordenadas cartesiano usual, a área do quadrilátero convexo cujos vértices
são os pontos de interseção das elipses representadas pelas equações 𝑥 2 + 2𝑦 2 = 2 e 2𝑥 2 + 𝑦 2 = 2 é:
a) 9/2
b) 8/3
c) 7/3
d) 5/3

10. Num estádio de futebol em forma de elipse, o gramado é o retângulo MNPQ, inscrito na cônica,
conforme mostra a figura. Escolhendo o sistema de coordenadas cartesianas indicado e tomando o
metro como unidade, a elipse é descrita pela equação:
x2 y2
+ =1
362 602
Sabe-se também que os focos da elipse estão situados em lados do retângulo MNPQ.

Assim, a distância entre as retas MN e PQ é:


a) 48 m
b) 68 m
c) 84 m
d) 92 m
e) 96 m

6
Matemática

Gabarito

1. D
A figura descrita pela cabra é uma elipse com semieixo maior medindo 5 m e semieixo menor medindo
4m.

Aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo assinalado, temos:


c2 + 42 = 52
c=3
MN = 2.c
MN = 6m.

2. E

Equação de uma elipse com centro no ponto (2, - 1), eixo maior igual a 10, eixo menor igual a 6, distância
focal igual a 8 e excentricidade igual a 4/5 = 0,8.

7
Matemática

3. C
Adotando convenientemente um sistema de coordenadas cartesianas, com origem no ponto médio do
segmento F1F2, considere a figura.

Temos A1 = (-10, 0), A2 = (10, 0), B1 = (0,8), B2 = (0, -8), F1 = (0, c), com c > 0. Logo, da relação fundamental
da elipse, vem:

Portanto, a distância pedida é dada por

4. C
Reescrevendo a equação (x-2)2 + 4(y + 5)2 = 36, obtemos

Que é a equação de uma elipse centrada em (2, -5), com o semieixo maior paralelo ao eixo das abscissas.
Logo, como a = 6 e b = 3, temos m = 2+6 = 8 e n = -5 +3 = - 2. Portanto, m + n = 8 + (-2) = 6.

5. D
Completando os quadrados, obtemos:

Trata-se de uma elipse com centro em (2, 0) e eixo maior paralelo ao eixo x.

8
Matemática

6. A

7. C

9
Matemática

8. B
Centro da elipse: C (2,3)
Semieixo paralelo ao eixo x: a = 2
Semieixo paralelo ao eixo y: b = 3
Logo, a equação da elipse será dada por:

9. B

10. E

10
Português

Revisão geral: exercícios de morfologia e sintaxe

Exercícios

1. Daqui estou vendo o amor


Irritado, desapontado”
Carlos Drummond de Andrade

Identifique a alternativa que traz, respectivamente, a classe gramatical e a função sintática das
palavras destacadas:
a) verbo – objeto direto.
b) adjetivo – predicativo.
c) verbo – predicativo.
d) advérbio – objeto direto.
e) substantivo – predicativo

2. Em “Ninguém parecia disposto ao trabalho naquela manhã de segunda-feira”, o termo sublinhado


classifica-se como:
a) predicativo.
b) complemento nominal.
c) objeto indireto.
d) adjunto adverbial.
e) adjunto adnominal

3. Em: “– Perdi a mala! – um diz de cara acabrunhada”, “um” tem a função sintática de:
a) adjunto adnominal
b) sujeito simples
c) adjunto adverbial
d) aposto
e) numeral

1
Português

4. Em: “Eu era enfim, senhores, uma graça de alienado”, os termos em destaque são, respectivamente:
a) adjunto adnominal, vocativo, predicativo do sujeito.
b) adjunto adverbial, aposto, predicativo do objeto.
c) adjunto adverbial, vocativo, predicativo do sujeito.
d) adjunto adverbial, vocativo, objeto direto.
e) adjunto adnominal, aposto, predicativo do objeto.

5. CPFL Energia apresenta: Planeta Sustentável


É buscando alternativas energéticas renováveis que a gente traduz nossa preocupação com o meio
ambiente
Sustentabilidade é um conceito que só ganha força quando boas ideias se transformam em grandes
ações. É por acreditar nisso que nós, da CPFL, estamos desenvolvendo alternativas energéticas
eficientes e renováveis e tomando as medidas necessárias para gerar cada vez menos impactos
ambientais.
A utilização da energia elétrica de forma consciente, o investimento em pesquisa e o desenvolvimento
de veículos elétricos, o emprego de novas fontes, como a biomassa e a energia eólica, e a utilização
de créditos de carbono são preocupações que há algum tempo já viraram ações da nossa busca:
contribuir para a qualidade de vida de nossos consumidores e oferecer a todos o direito de viver em
um planeta sustentável.
Revista Veja. 30 dez. 2009

Releia o segundo parágrafo do texto e observe os substantivos: “utilização”, “investimento” e


“emprego”, que, em todas as situações, exigem o seguinte termo sintático como complemento:
a) objeto direto.
b) objeto indireto.
c) adjunto adverbial.
d) complemento nominal.
e) adjunto adnominal.

6. Apesar de
Não lembro quem disse que a gente gosta de uma pessoa não por causa de, mas apesar de. Gostar
daquilo que é gostável é fácil: gentileza, bom humor, inteligência, simpatia, tudo isso a gente tem em
estoque na hora em que conhece uma pessoa e resolve conquistá-la. Os defeitos ficam guardadinhos
nos primeiros dias e só então, com a convivência, vão saindo do esconderijo e revelando-se no dia a
dia. Você então descobre que ele não é apenas gentil e doce, mas também um tremendo casca-grossa
quando trata os próprios funcionários. E ela não é apenas segura e determinada, mas uma chorona
que passa 20 dias por mês com TPM. E que ele ronca, e que ela diz palavrão demais, e que ele é
supersticioso por bobagens, e que ela enjoa na estrada, e que ele não gosta de criança, e que ela não
gosta de cachorro, e agora? Agora, convoquem o amor para resolver essa encrenca.
MEDEIROS, M. Revista O Globo, n. 790, 12 jun. 2011 (adaptado).

Há elementos de coesão textual que retomam informações no texto e outros que as antecipam. Nos
trechos, o elemento de coesão sublinhado que antecipa uma informação do texto é
a) “Gostar daquilo que é gostável é fácil [...]”.
b) “[...] tudo isso a gente tem em estoque [...]”.
c) “[...] na hora em que conhece uma pessoa [...]”.
d) “[...] resolve conquistá-la.”
e) “[...] para resolver essa encrenca.”

2
Português

7. Aumento do efeito estufa ameaça plantas, diz estudo.


O aumento de dióxido de carbono na atmosfera, resultante do uso de combustíveis fósseis e das
queimadas, pode ter consequências calamitosas para o clima mundial, mas também pode afetar
diretamente o crescimento das plantas. Cientistas da Universidade de Basel, na Suíça, mostraram que,
embora o dióxido de carbono seja essencial para o crescimento dos vegetais, quantidades excessivas
desse gás prejudicam a saúde das plantas e têm efeitos incalculáveis na agricultura de vários países.
O Estado de São Paulo, 20 set. 1992, p.32.

O texto acima possui elementos coesivos que promovem sua manutenção temática. A partir dessa
perspectiva, conclui-se que
a) a palavra “mas”, na linha 2, contradiz a afirmação inicial do texto: linhas 1 e 2.
b) a palavra “embora”, na linha 4, introduz uma explicação que não encontra complemento no
restante do texto.
c) as expressões: “consequências calamitosas”, na linha 2, e “efeitos incalculáveis”, na linha 6,
reforçam a ideia que perpassa o texto sobre o perigo do efeito estufa.
d) o uso da palavra “cientistas”, na linha 3, é desnecessário para dar credibilidade ao texto, uma vez
que se fala em “estudo” no título do texto.
e) a palavra “gás”, na linha 5, refere-se a “combustíveis fósseis” e “queimadas”, nas linhas 1 e 2,
reforçando a ideia de catástrofe.

8. Há qualquer coisa de especial nisso de botar a cara na janela em crônica de jornal ‒ eu não fazia isso
há muitos anos, enquanto me escondia em poesia e ficção. Crônica algumas vezes também é feita,
intencionalmente, para provocar. Além do mais, em certos dias mesmo o escritor mais escolado não
está lá grande coisa. Tem os que mostram sua cara escrevendo para reclamar: moderna demais,
antiquada demais.
Alguns discorrem sobre o assunto, e é gostoso compartilhar ideias. Há os textos que parecem passar
despercebidos, outros rendem um montão de recados: “Você escreveu exatamente o que eu sinto”,
“Isso é exatamente o que falo com meus pacientes”, “É isso que digo para meus pais”, “Comentei com
minha namorada”. Os estímulos são valiosos pra quem nesses tempos andava meio assim: é como
me botarem no colo ‒ também eu preciso. Na verdade, nunca fui tão posta no colo por leitores como
na janela do jornal. De modo que está sendo ótima, essa brincadeira séria, com alguns textos que iam
acabar neste livro, outros espalhados por aí. Porque eu levo a sério ser sério… mesmo quando parece
que estou brincando: essa é uma das maravilhas de escrever. Como escrevi há muitos anos e continua
sendo a minha verdade: palavras são meu jeito mais secreto de calar.
LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de janeiro: Record, 2004.

Os textos fazem uso constante de recurso que permitem a articulação entre suas partes. Quanto à
construção do fragmento, o elemento
a) “nisso” introduz o fragmento “botar a cara na janela em crônica de jornal”.
b) “assim” é uma paráfrase de “é como me botarem no colo”.
c) “isso” remete a “escondia em poesia e ficção”.
d) “alguns” antecipa a informação “É isso que digo para meus pais”.
e) “essa” recupera a informação anterior “janela do jornal”.

3
Português

9. O mundo é grande
O mundo é grande e cabe
Nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
Na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
No breve espaço de beijar.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983

Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e
expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases.
Essa conjunção estabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido de:
a) comparação
b) conclusão.
c) oposição.
d) alternância.
e) finalidade.

10.

Assinale a alternativa que apresenta uma análise correta.

a) Os termos “calmo”, “triste” e “magro” (v.2) acrescentam circunstâncias de modo ao verbo “ter”
(do primeiro verso), exercendo, pois, a função de adjuntos adverbiais de modo.
b) A oração “que nem se mostra” (v.8) está sintaticamente ligada ao substantivo coração,
caracterizando-o; portanto, essa oração exerce a função sintática de adjunto adnominal.
c) O verbo “dar” (v. 9) significa notar, perceber e classifica-se como verbo transitivo direto, embora
esteja ligado a seu complemento por meio de preposição.
d) O pronome pessoal “se” (v. 8) é recíproco e funciona como complemento do verbo mostrar; já o
pronome “que” (v.11) é relativo e funciona como adjunto adverbial de lugar.

4
Português

11. TEXTO I
Eu estava deitado num velho sofá amplo. Lá fora, a chuva caía com redobrado rigor e ventava
fortemente. A nossa casa frágil parecia que, de um momento para outro, ia ser arrasada. Minha mãe
ia e vinha de um quarto próximo; removia baús, arcas; cosia, futicava. Eu devaneava e ia-lhe vendo o
perfil esquálido, o corpo magro, premido de trabalhos, as faces cavadas com os malares salientes,
tendo pela pele parda manchas escuras, como se fossem de fumaça entranhada. De quando em
quando, ela lançava-me os seus olhos aveludados, redondos, passivamente bons, onde havia raias de
temor ao encarar-me. Supus que adivinhava os perigos que eu tinha de passar; sofrimentos e dores
que a educação e inteligência, qualidades a mais na minha frágil consistência social, haviam de atrair
fatalmente. Não sei que de raro, excepcional e delicado, e ao mesmo tempo perigoso, ela via em mim,
para me deitar aqueles olhares de amor e espanto, de piedade e orgulho.
LIMA BARRETO. Recordações do escrivão Isaías Caminha. Rio de Janeiro; Belo Horizonte: Livraria Garnier, 1989. p.26-27.

TEXTO II
TEIA de aranha, galho seco da roseira,
quem sou?
Luz calçada em alpargatas de prata
rapta as flores da fronha,
quem sou?
Pássaro que mora na neblina
destila seu canto de água limpa
– longe, sozinho –
me diga quem sou.
ROQUETTE-PINTO, Claudia. Corola. São Paulo: Ateliê Editorial, 2000. p. 67.

No texto I, vários recursos gramaticais são usados para garantir a progressão, a coesão e a coerência.
Observe no texto o uso das expressões “Lá fora” (linha 1) e “De quando em quando” (linha 5). Em
seguida identifique a função sintática exercida por cada uma;
a) adjunto adverbial-adjunto adverbial.
b) Adjunto adverbial-sujeito.
c) objeto indireto - objeto indireto.
d) adjunto adnominal- sujeito.
e) sujeito- objeto direto.

5
Português

12. SONETO
[Moraliza o poeta nos ocidentes do sol
a inconstância dos bens do mundo]

Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,


Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém se acaba o Sol, por que nascia?


Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,


Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,


E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
MATOS, Gregório. Obras completas de Gregório de Barros. Salvador. Janaína, 1967, 7 volumes

De forma recorrente, o Barroco lança mão de figuras de sintaxe como recurso expressivo.Classifique,
quanto à função sintática, os constituintes sublinhados do último verso da primeira estrofe.
a) Adjunto adnominal-objeto direto.
b) Sujeito-objeto indireto.
c) Objeto direto- adjunto adverbial.
d) Adjunto adverbial- sujeito.
e) Sujeito- sujeito.

6
Português

13. Mulher ao espelho


Hoje que seja esta ou aquela,
pouco me importa.
Quero apenas parecer bela,
pois, seja qual for, estou morta.

Já fui loura, já fui morena,


já fui Margarida e Beatriz.
Já fui Maria e Madalena.
Só não pude ser como quis.

Que mal faz, esta cor fingida


do meu cabelo, e do meu rosto,
se tudo é tinta: o mundo, a vida,
o contentamento, o desgosto?

Por fora, serei como queira


a moda, que me vai matando.
Que me levem pele e caveira
ao nada, não me importa quando.

Mas quem viu, tão dilacerados,


olhos, braços e sonhos seus
e morreu pelos seus pecados,
falará com Deus.

Falará, coberta de luzes,


do alto penteado ao rubro artelho.
Porque uns expiram sobre cruzes,
outros, buscando-se no espelho.
Cecília Meireles

Considere os pares de palavras: loura, morena/ Maria, Madalena. Indique a classe gramatical de cada
um desses pares de palavras na 2ª estrofe do poema.
a) Substantivo abstrato- substantivo próprio
b) Adjetivo- Substantivo próprio.
c) Verbo- Adjetivo.
d) Substantivo próprio- numeral.
e) Advérbio- substantivo próprio.

7
Português

14. OS LUSÍADAS, VI, 8

No mais interno fundo das profundas


Cavernas altas, onde o mar se esconde,
Lá donde as ondas saem furibundas,
Quando às iras do vento o mar responde,
Netuno mora e moram as jucundas
Nereidas e outros Deuses do mar, onde
As águas campo deixam às cidades
Que habitam estas úmidas Deidades.
in: CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas. Lisboa: Imprensa Nacional, 1971. p. 195.

A ONDA
a onda anda
aonde anda
a onda?
a onda ainda
ainda onda
ainda anda
aonde?
aonde?
a onda a onda
in: BANDEIRA, Manuel. Estrela da Vida Inteira. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1966. p. 286.

Na Língua Portuguesa, a colocação das palavras e dos termos nas orações apresenta certa
flexibilidade, o que permite aos escritores buscar efeitos estilísticos e expressivos pela alteração da
ordem usual, ou também, como no caso dos dois últimos versos da estrofe de Camões, obter o número
de sílabas e o ritmo desejados. Releia esses dois versos e, a seguir, indique a função sintática exercida
pelo termo “campo” na oração que constitui o sétimo verso, e qual a função sintática exercida pelo
termo “estas úmidas Deidades”, no oitavo verso.
a) Objeto direto e sujeito.
b) Complemento nominal e adjunto adnominal.
c) Objeto indireto e complemento nominal.
d) Sujeito e objeto direto.
e) Verbo e objeto direto.

8
Português

15. Comida é o nome de uma das músicas dos Titãs. Leia um fragmento dela.

“A gente não quer só comida


A gente quer comida
Diversão e arte
A gente não quer só comida
A gente quer saída
Para qualquer parte” (...)
Arnaldo Antunes / Marcelo Fromer / Sérgio Britto) (http://tinyurl.com/lwl3v2c Acesso em: 31.07.2014. Adaptado

Podemos afirmar que os termos “comida, diversão e arte”, nesse trecho, exercem sintaticamente a
função de:
a) complemento nominal.
b) sujeito composto.
c) objeto indireto.
d) objeto direto.
e) aposto.

9
Português

Gabarito

1. B
Os termos destacados no poema pertencem à classe gramatical dos adjetivos e na frase estão
assumindo a função sintática de predicativo do objeto, pois qualifica do termo “o amor”, objeto direto de
“vendo”.

2. B
Ninguém parecia disposto ao trabalho naquela manhã de segunda-feira”. Nesse caso, a única função
que o termo “ao trabalho” poderia assumir é a de complemento nominal, pois está completando o sentido
do termo “disposto” que é um adjetivo (nome).

3. B
“Um” exerce a função de sujeito, pois remete a uma pessoa (agente da ação verbal).

4. C
O termo “Enfim” assume a função de ADJUNTO ADNOMINAL do verbo “ser”, pois acrescenta a ele uma
informação acessória que conota de tempo. O segundo, “senhores”, trata-se de um VOCATIVO, pois está
invocando o interlocutor. O terceiro termo assume a função de PREDICATIVO DO SUJEITO, pois se refere
ao sujeito “eu” caracterizando- o.

5. D
“Utilização”, “investimento’ e “emprego” são nomes transitivos e exigem complementos nominais.

6. A
A palavra “daquilo” é anteposta ao que ela se refere: “que é gostável é fácil”.

7. C
As expressões em destaque reafirmam e intensificam a mensagem que está sendo passada pelo texto.

8. A
O pronome “nisso” antecipa o fragmento “botar a cara na janela em crônica de jornal”, ou seja, é um
pronome catafórico porque indica algo que será mencionado.

9. C
a conjunção “E” não é aditiva, mas adversativa, podendo ser trocada sem prejuízo de sentido por “mas”.

10. b
“A oração “que nem se mostra” (v.8) está sintaticamente ligada ao substantivo coração, caracterizando-
o; portanto, essa oração exerce a função sintática de adjunto adnominal.” Essa afirmativa é verdadeira,
a oração em destaque é adjunto adnominal e pode ser substituída por uma adjetivo como “escondido”,
por exemplo.

11. A
A expressão “lá fora” é adjunto adverbial de lugar e “de quando em quando” é adjunto adverbial de tempo.
Ou: ambas são adjuntos adverbiais.

10
Português

12. D
“Em contínuas tristezas” exerce função sintática de adjunto adverbial e “a alegria”, função de sujeito.

13. B
Em “loura, morena” a classe de palavras é adjetivo e exerce função sintática de predicativo do sujeito,
enquanto nos vocábulos “Maria, Madalena” a classe de palavras é substantivo próprio e exerce função
de predicativo do sujeito.

14. A
Os termos “campos” e “estas úmidas Deidades” exercem função sintática, respectivamente, de objeto
direto e de sujeito.

15. D
“Comida, diversão e arte” são complementos verbais do verbo transitivo direto “querer”; portanto, os
termos são objetos diretos .

11
Química

Equilíbrio iônico: Kh, efeito do íon comum e tampão

Resumo

Hidrólise Salina
Como sabemos, existem ácidos e bases de caráter forte ou fraco, dependendo do seu grau de ionização (no
caso dos ácidos) ou de dissociação (no caso das bases). Sabemos, ainda, que a reação de um ácido com
uma base gera um sal – com cátion derivado da base reagente e ânion derivado do ácido reagente – e água,
conforme vemos na reação genérica abaixo:
HX + YOH → YX + H2O
Onde:
X = ânion do ácido hipotético HX;
Y = cátion da base hipotética YOH;
YX = sal de cátion Y e ânion X resultante.

Da mesma maneira, ao colocarmos para reagirem um sal e a água, a reação inversa ocorre, gerando
novamente o ácido e a base que deram origem a este sal. A essa reação damos o nome de hidrólise salina.
A hidrólise do sal YX, por exemplo, seria assim:

YX + H2O ⇌ HX + YOH

Como a força dos ácidos e das bases variam, os sais que deles decorrem também terão graus de acidez e
basicidade diversos. Mas se a acidez de um meio é determinada pela concentração de H+, e a basicidade,
pela concentração de OH–, como um sal pode ter caráter ácido/básico? Pois bem, as formas como a hidrólise
dos sais ocorrem também variam. Vejamos:

Hidrólise de sal de ácido forte e base fraca:


Como o ácido é muito forte, ele se encontra totalmente (ou quase totalmente) ionizado. Já a base, muito
fraca, encontra-se muito pouco dissociada, ou seja, praticamente não dissociada. Repare como a reação de
hidrólise ocorrerá:
NH4Cl (aq) + H2O (l) ⇌ NH4OH (aq) + H+ (aq) + Cl– (aq)

A melhor maneira de representarmos isso é considerando a hidrólise do cátion da base separadamente, por
ser o íon do eletrólito fraco (essa é a chamada equação iônica de hidrólise):
NH4+ (aq) + H2O (l) ⇌ NH4OH (aq) + H+ (aq)

Íon do eletrólito
Excesso de íon H+
fraco
Note que a sobra de íons H+ na solução tornam o meio ácido, motivo pelo qual sais derivados de ácido forte
e base fraca possuem caráter ácido.

OPA, eletrólito?
É toda espécie química que, em meio aquoso, libera íons, ganhando, desse modo, capacidade de conduzir
eletricidade. Por isso, em vez de dizermos “íon do ácido ou da base fraca ou do sal”, podemos evitar a fadiga
dizendo “íon do eletrólito fraco”, já nos deixando entendidas/os que nos referíamos tanto a ácido como a
base e a sal.

1
Química

Hidrólise de sal de ácido fraco e base forte


Como a base é muito forte, ela se encontra totalmente (ou quase totalmente) dissociada. Já o ácido, muito
fraco, encontra-se muito pouco ionizado, ou seja, praticamente não ionizado. Repare como a reação de
hidrólise ocorrerá:
Na2CO3 (aq) + 2 H2O (l) ⇌ 2 Na+ (aq) + 2 OH– (aq) + H2CO3 (aq)

A melhor maneira de representarmos isso é considerando a hidrólise do ânion do ácido separadamente, por
ser o íon do eletrólito fraco (olha a equação iônica de hidrólise aí de novo):

CO32– (aq) + 2 H2O (l) ⇌ H2CO3 (aq) + 2 OH– (aq)

Íon do eletrólito
Excesso de íon OH–
fraco

Note que a sobra de íons OH– na solução tornam o meio básico, motivo pelo qual sais derivados de base
forte e ácido fraco possuem caráter básico.

Hidrólise de sal de ácido e base fracos


Como tanto o ácido como a base são muito fracos, encontram-se muito pouco ionizados, ou seja,
praticamente não ionizados. Repare como a reação de hidrólise ocorrerá:
NH4CN (aq) + H2O (l) ⇌ NH4OH (aq) + HCN (aq)

A melhor maneira de representarmos isso é considerando a hidrólise dos íons dos dois eletrólitos fracos
(equação iônic... já tá ficando repetitivo, né não?):
NH4+ (aq) + CN– (aq) + H2O (l) ⇌ NH4OH (aq) + HCN (aq)

Íons dos
eletrólitos
Note que, em teoria, não houve sobra fracos
de íons H+ nem OH–, na solução. No entanto, sabemos que, embora
ambos os eletrólitos sejam muito fracos, certamente um possui grau de ionização, logo constante de
ionização, maior que o do outro. Isto indica que, mesmo que não possamos visualizar pela reação ideal de
hidrólise, na prática haverá, sim, sobra de íon H+ ou OH–.
Mas como saber quem ioniza mais? Simples: comparando suas constantes de ionização (Ka/Kb). O que tiver
Ki maior, terá força maior, e será, portanto, responsável pela sobra de íons. No caso utilizado, K a = 4,9.10–10
e Kb = 1,8.10–5 (Kb > Ka), o que diz que a base é mais forte que o ácido (mas não muito, ok?).
Conclusão: o meio fica ligeiramente básico. Caso K a fosse maior que Kb, o meio ficaria ligeiramente ácido.
Caso Ka e Kb fossem iguais, o meio ficaria neutro.

Dissolução de sal de ácido e base fortes


Como tanto a base como o ácido originários do sal são muito fortes, ambos se encontram totalmente (ou
quase totalmente) ionizados. Ou seja, o que há é apenas uma dissolução do sal, sem formação de ácido nem
de base, sem haver hidrólise – reparou que não tá escrito “hidrólise” no ponto “d”? ;).
Olha só:
NaCl (s) + H2O (l) ⇌ Na+ (aq) + Cl– (aq) + H+ (aq) + OH– (aq)

2
Química

Repare que as concentrações dos íons H+ e OH– são iguais entre si e iguais à da água “reagente” (entre aspas
porque, neste caso, na verdade, é apenas solvente). Concluímos, pois, que a solução será neutra. Veja como
a reação fica com cara de dissolução quando cortamos a água reagente com a água produto:

H2O
NaCl (s) → Na+ (aq) + Cl– (aq)
Obs:
• A seta de reação reversível não cabe aqui, uma vez que o que ocorreu foi a dissociação total dos
íons do sal. Sendo assim, não há sentido inverso da reação;
• Aqui, obviamente, não houve a famosa equação iônica de hidrólise (aêêê).

Constante de Hidrólise (Kh)


Se não envolver alguma constante, a gente nem acredita que se trate de equilíbrio químico, não é mesmo?
Pois bem, aqui também temos a constante de hidrólise, que, como toda constante, nos informa o padrão
com que a hidrólise de um sal específico ocorre, em cada valor de temperatura.

Para encontrarmos o Kh de um sal, é importante sabermos que, entre a quantidade de íons dissociados, a
quantidade dos que sofrem hidrólise varia. Às vezes, 70 em cada 100 íons – do eletrólito fraco, claro – são
hidrolisados, isto é, 70% deles; às vezes, 1 em cada 10 (10%); etc. Conclusão, cada sal, em cada temperatura,
tem seu grau de hidrólise (α), um valor percentual que, como qualquer outro, pode ser representado também
em valor decimal. Calculamos assim:
α = nº de mols de íons hidrolisados / nº de mols de íons dissolvidos

A expressão do Kh de um sal pode ter a forma de um Kc (molaridade de produtos sobre molaridade de


reagentes), ou pode ser em função do Kw e do Ki do eletrólito fraco (Ka se for de ácido fraco, Kb se for de base
fraca; se forem ambos fracos, será Ka.Kb). Vamos ver cada uma dessas formas:
Exemplo 1: Kh do sal Na2CO3 → como Kh é a constante apenas da hidrólise, a reação utilizada será a de
hidrólise do íon do eletrólito fraco (que, neste caso, é o ânion CO 32–, do ácido), ou seja, a equação iônica de
hidrólise, da qual tanto já falamos neste material. Aqui está ela:
CO32– (aq) + 2 H2O (l) ⇌ H2CO3 (aq) + 2 OH– (aq)
Kh = [H2CO3][OH–]²/[CO32–] ou Kh = K w / K a

Forma 1 Forma 2
Obs: Não preciso mais lembrar você de que a água, por ser líquido puro, não entra na expressão da constante,
né?
Exemplo 2: Kh do sal NH4Cl → a equação iônica de hidrólise, neste caso, é a do NH4+ (cátion da base, por ser
o íon do eletrólito fraco). Olha:
NH4+ (aq) + H2O (l) ⇌ NH4OH (aq) + H+ (aq)
Kh = [NH4OH][H+]²/[NH4+] ou Kh = Kw / Kb
Forma 1 Forma 2

Exemplo 3: Kh do sal NH4CN → a equação iônica de hidrólise, neste caso, é tanto a do NH4+ (cátion da base)
como a do CN– (ânion do ácido), por serem ambos íons de eletrólitos fracos. Olha:
NH4+ (aq) + CN– (aq) + H2O (l) ⇌ NH4OH (aq) + HCN (aq)
Kh = [NH4OH][HCN]/[NH4+][CN–] ou Kh = Kw / Ka.Kb
Forma 1 Forma 2

3
Química

Obs: Se o sal for de ácido forte e base forte, o que não ocorre mesmo? Hidrólise. Por que sais de ácido e base
fortes não têm Kh mesmo? Porque não ocorre hidrólise.

Efeito do Íon Comum


Ao adicionarmos a uma solução um composto que possua um íon comum ao do soluto preexistente, o
equilíbrio se desloca no sentido de consumir esse íon – já que a constante KPS não sofre variação a não ser
com mudança de temperatura –, formando mais precipitado, se se tratar de um soluto sólido. Exemplo:
Solução de AgCl em equilíbrio → adiciono HCl, que se ioniza na solução, gerando íons H+ e Cl– → a
concentração de Cl– aumenta na solução → equilíbrio se desloca no sentido de consumir o excesso de Cl –
→ forma-se mais AgCl puro e sólido. Observe:

AgCl (s) ⇌ Ag+ (aq) + Cl– (aq)


Alteração

Efeito
Solução Tampão
Soluções tampão são aquelas que resistem a variações de pH, quando nelas são adicionados ácidos e bases.
Existem tampões ácidos e básicos, mas ambos resistem à adição tanto de ácidos como de bases. Nosso
sangue, por exemplo, mantém seu pH entre 7,35 e 7,45, mesmo quando bebemos um refrigerante, que
possuem alta concentração de H+. Qual é a composição de uma solução tampão? Vamos ver separadamente
os tampões ácido e básico.

Tampão ácido
Composto por um ácido fraco e um sal derivado dele.
Exemplo: H2CO3 (ácido carbônico, fraco) e NaHCO3 (bicarbonato de sódio, sal derivado). Esses compostos
formam os seguintes equilíbrios, respectivamente:
H2CO3 (aq) ⇌ H+ (aq) + HCO3– (aq)
NaHCO3 (aq) ⇌ Na+ (aq) + HCO3– (aq)

Com esses dois equilíbrios ocorrendo ao mesmo tempo no meio, se adicionarmos:


Um ácido: A concentração de H+ aumenta, mas como o equilíbrio se desloca rapidamente no sentido de
consumir esse cátion – e, ao mesmo tempo, de formar a forma não ionizada do ácido –, o pH não se altera,
isto é, o efeito da alteração é tamponado.
Obs: A presença de NaHCO3 no sistema é importante porque oferece mais íons HCO3– para reagirem com o
H+, formando H2CO3 e mantendo o pH. Se aumentássemos a concentração de H+ e não houvesse HCO3–
suficiente para consumi-lo, o pH diminuiria.
Uma base: A concentração de OH– aumenta e reage com os íons H+ da solução, formando água. Isso
obviamente geraria uma redução na concentração de H+ do sistema, mas como o equilíbrio se desloca
rapidamente no sentido de o repor, o pH não aumenta, isto é, o efeito da alteração é tamponado.

Tampão básico
Composto por uma base fraca e um sal derivado dela.
Exemplo: NH4OH (hidróxido de amônio, fraco) e NH4Cl (cloreto de amônio, sal derivado). Esses compostos
formam os seguintes equilíbrios, respectivamente:
NH4OH (aq) ⇌ NH4+ (aq) + OH– (aq)
NH4Cl (aq) ⇌ NH4+ (aq) + Cl– (aq)

4
Química

Com esses dois equilíbrios ocorrendo ao mesmo tempo no meio, se adicionarmos:


Uma base: A concentração de OH– aumenta, mas como o equilíbrio se desloca rapidamente no sentido de
consumir esse ânion – e, ao mesmo tempo, de formar a forma não dissociada da base –, o pH não se altera,
isto é, o efeito da alteração é tamponado.
Obs: A presença de NH4Cl no sistema é importante porque oferece mais íons NH4+ para reagirem com o OH–,
formando NH4OH e mantendo o pH. Se aumentássemos a concentração de OH– e não houvesse NH4+
suficiente para consumi-lo, o pH aumentaria.
Um ácido: A concentração de H+ aumenta e reage com os íons OH– da solução, formando água. Isso
obviamente geraria uma redução na concentração de OH– do sistema, mas como o equilíbrio se desloca
rapidamente no sentido de o repor, o pH não diminui, isto é, o efeito da alteração é tamponado.

Importante à beça:
Existe uma zona de tamponagem, que, se for ultrapassada, o tampão “quebra”. Ou seja, se adicionarmos
muito muito muito ácido ou muita muita muita base ao sistema, provavelmente o pH se alterará, uma vez
que o tampão não fará efeito.

Matematicamente falando:
Existe uma fórmula que nos permite calcular o valor do pH/pOH de uma solução tampão, quando sabemos
o Ki do ácido ou da base, a concentração do ácido ou da base e a concentração do sal derivado.
• Tampão ácido:
pH = pKa + log[sal]/[ácido]
pKa = – logKa

• Tampão básico:
pOH = pKb + log[sal]/[base]
pKb = – logKb

Obs: Transformamos o Ki em potencial de Ki (pKi) pelo mesmo motivo que transformamos a concentração
de H+ por potencial hidrogeniônico (pH), por exemplo → para não utilizarmos valores tão pequenos nas
contas, o que facilita a nossa vida. Repare que pKi é calculado de forma idêntica à do pH/pOH.
Trazendo para a vida:
Como já vimos, o sangue humano possui valores de pH que, em seu estado de normalidade, variam de 7,35
a 7,45. Valores que não se encontram nesse intervalo acusam acidose (se for <7,35) ou alcalose (se for
>7,45) sanguíneas, que precisam ser revertidas a fim de que o organismo não seja prejudicado. Valores de
pH superiores a 7,95 e inferiores a 6,85 já podem levar uma pessoa à morte.
O tampão sanguíneo é esse:
CO2 (aq) + H2O (l) ⇌ H2CO3 (aq) ⇌ H+ (aq) + HCO3– (aq)
Obs: A proporção de HCO3– para H2CO3 não é 1:1, como sugere a equação. O íon bicarbonato, na verdade, se
encontra em quantidade muito superior à do ácido, devido à presença de sais derivados dele, o que faz desse
tampão ligeiramente básico.

• Acidose respiratória: Ocorre quando há excesso de CO2 no sangue, por não termos exalado gás
carbônico suficiente, o que aumenta a pressão parcial desse gás (pCO 2). Assim, o equilíbrio se desloca
no sentido de consumir CO2, aumentando a concentração de ácido, que se ioniza mais em H+ e HCO3– e
diminui o pH;

5
Química

• Alcalose respiratória: Ocorre quando há carência de CO2 no sangue, por termos exalado mais gás
carbônico que o aceitável, o que diminui a pressão parcial desse gás (pCO 2). Assim, o equilíbrio se
desloca no sentido de produzir CO2, diminuindo a concentração de ácido, que se ioniza menos em H+ e
HCO3– e aumenta o pH;

• Acidose metabólica: Ocorre quando há baixa concentração de HCO3–, o que aumenta a ionização do
ácido e diminui o pH;

• Alcalose metabólica: Ocorre quando há alta concentração de HCO3–, o que diminui a ionização do
ácido e aumenta o pH.

6
Química

Exercícios

1. Em três frascos A, B e C, dissolvemos, em água pura, respectivamente: cloreto de sódio (NaCℓ), cloreto
de amônio (NH4Cℓ) e acetato de sódio (NaC2H3O2). Sabendo-se que somente os íons Na+ e Cℓ - não
sofrem hidrólise, podemos afirmar que o(a)
a) pH da solução do frasco A situa-se entre 8,0 e 10,0.
b) pH da solução do frasco B situa-se entre 11,0 e 13,0.
c) pH da solução do frasco C situa-se entre 2,0 e 4,0.
d) solução do frasco A é mais ácida do que a do frasco B.
e) solução do frasco B é mais ácida do que a do frasco C.

2. Hidrólise é uma reação entre um ânion (A) ou um cátion (C + ) e água, com fornecimento de íons OH -

ou H + para a solução. Assim, a hidrólise do NH4CN pode ser representada pelas equações:

cujos valores das constantes de hidrólise são:

Portanto, a solução resultante da hidrólise do cianeto de amônio deverá ser:


a) fortemente ácida.
b) fortemente básica.
c) neutra.
d) fracamente ácida.
e) fracamente básica

3. O processo de calagem consiste na diminuição da acidez do solo usando compostos inorgânicos,


sendo o mais usado o calcário dolomítico, que é constituído de carbonato de cálcio (CaCO3) e
carbonato de magnésio (MgCO3). Além de aumentarem o pH do solo, esses compostos são fontes de
cálcio e magnésio, nutrientes importantes para os vegetais. Os compostos contidos no calcário
dolomítico elevam o pH do solo, pois
a) são óxidos inorgânicos.
b) são fontes de oxigênio.
c) o ânion reage com a água.
d) são substâncias anfóteras.
e) os cátions reagem com a água.

7
Química

4. Para aumentar efetivamente a concentração de íons carbonato no equilíbrio:

dever-se-ia adicionar:
a) HCℓ
b) H2SO4
c) NaOH
d) H2O
e) CH3COOH

5. O manejo adequado do solo possibilita a manutenção de sua fertilidade à medida que as trocas de
nutrientes entre matéria orgânica, água, solo e o ar são mantidas para garantir a produção. Algumas
espécies iônicas de alumínio são tóxicas, não só para a planta, mas para muitos organismos como as
bactérias responsáveis pelas transformações no ciclo do nitrogênio. O alumínio danifica as
membranas das células das raízes e restringe a expansão de suas paredes, com isso, a planta não
cresce adequadamente. Para promover benefícios para a produção agrícola, é recomendada a
remediação do solo utilizando calcário (CaCO3).
BRADY, N. C.; WEIL, R. R. Elementos da natureza e propriedades dos solos. Porto alegre: Bookman, 2013 (adaptado).

Essa remediação promove no solo o(a)


a) diminuição do pH, deixando-o fértil.
b) solubilização do alumínio, ocorrendo sua lixiviação pela chuva.
c) interação do íon cálcio com o íon alumínio, produzindo uma liga metálica.
d) reação do carbonato de cálcio com os íons alumínio, formando alumínio metálico.
e) aumento da sua alcalinidade, tornando os íons alumínio menos disponíveis.

6. A adição de cianeto de sódio sólido em água estabelece o equilíbrio químico:


CN— + H20 ⇄ HCN + OH —
A constante desse equilíbrio é conhecida como
a) produto iônico da água (Kw).
b) produto de solubilidade (Kps).
c) constante de ionização de ácido (Ka).
d) constante de ionização de base (Kb).
e) constante de hidrólise de sal (Kh).

8
Química

7. Mares absorvem grande parte do CO2 concentrado na atmosfera, tornando-se mais ácidos e quentes,
segundo cientistas. A Royal Society, do Reino Unido, começou um estudo para medir os níveis de
acidez dos oceanos sob a influência do aumento da concentração de dióxido de carbono. O CO 2
concentrado na atmosfera é responsável pelo efeito estufa. Na água, elevando a acidez, o gás interfere
na vida de corais e seres dotados de conchas, assim como diminui a reprodução do plâncton,
comprometendo a cadeia alimentar de animais marinhos.
Estado de S. Paulo, 24/08/2004.

Em uma solução aquosa 0,10 mol/L de carbonato de sódio, ocorre a hidrólise do íon carbonato:
CO32- (aq) + H2O(l) ⇄ HCO3—(aq) + OH— (aq)
Constante de hidrólise, K(h) = 2,5 · 10–4 . Calculando-se, para essa solução, o valor de [OH– ] em mol/L,
encontra-se:
a) 5 · 10–3
b) 4 · 10–3
c) 3 · 10–3
d) 2 · 10–3
e) 1 · 10–3

8. Analise os dados da tabela abaixo. As afirmativas abaixo se referem aos dados da tabela acima.
Analise-as.

I. A constante de hidrólise do sal NaCℓO é numericamente maior que a do CHO 2Na.


II. Em meio aquoso, o íon C4H3N2O3 - protoniza-se mais facilmente que o íon CN.
III. Como o pKa do ácido fórmico é menor que o pKa do ácido acético, o formiato tem menor avidez
pelo próton que o acetato.
IV. A hidrólise do cianeto de amônio origina um meio com propriedades alcalinas.
São verdadeiras apenas as afirmativas:
a) I e II
b) II e III
c) I, II e III
d) II, III e IV
e) I, III e IV

9
Química

9. Em um recipiente adequado são misturados 100 cm3 de solução aquosa de ácido acético 0,1 M e 100
cm3 de solução aquosa de acetato de sódio 0,1 M. Sobre o sistema resultante são feitas as afirmações
abaixo. Assinale a correta.
a) A ionização do ácido não é afetado pelo acetato de sódio.
b) O acetato de sódio presente no sistema favorece a ionização do ácido acético.
c) A adição de 0,1 cm3 de solução aquosa de NaOH 0,1 M não deve ocasionar variação significativa
de pH no sistema.
d) A adição de 0,1 cm3 de solução aquosa de HCℓ 0,1M vai ocasionar uma variação significativa de
pH no sistema.
e) O pH do sistema independe da quantidade de acetato de sódio presente.

10. Considere um litro de solução aquosa 0,10 mol/L de ácido acético (CH 3COOH). Para obter-se uma
solução-tampão (aquela cujo pH não se altera pela adição de ácidos ou bases), pode-se misturar essa
solução com um litro de solução aquosa 0,10 mol/L de
a) ácido sulfúrico (H2SO4).
b) hidróxido de sódio (NaOH).
c) cloreto de sódio (NaCℓ).
d) amônia (NH3).
e) acetato de sódio (CH3COONa)

11. Soluções tampão são utilizadas para evitar uma variação brusca de pH e são constituídas por um
ácido fraco (ou uma base fraca) e o sal do seu par conjugado. Para produzir uma solução tampão,
deve-se misturar:
a) CH3COOH e H2SO4
b) NH4OH e KOH
c) CH3COOH e CH3COONa
d) KOH e NaCl
e) HCl e KOH

10
Química

Gabarito

1. E
A: NaCl → não hidrolisa → pH = 7
B: NH4Cl → sal de ácido e base fraca → pH < 7
C: NaC2H3O2 → sal de ácido fraco e base forte → pH > 7

2. E
Como a Kh (CN) > Kh (NH4 + ), logo a solução resultante é fracamente básica

3. C
Os compostos contidos no calcário dolomítico elevam o pH do solo, pois o ânion reage com a água
deixando o meio básico.
CaCO3 → Ca2+ + CO32−

CO32− + H2O ⎯
⎯⎯→ HCO3− +
⎯ OH−
(meio básico)

MgCO3 → Mg2+ + CO32−

CO32− + H2O ⎯
⎯⎯→ HCO3− +
⎯ OH−
(meio básico)

4. C
A adição de NaOH aumenta a concentração dos íons OH- do equilíbrio pelo efeito do íon comum,
deslocando o equilíbrio para a direita, aumentando a concentração dos íons carbonato.

5. E
Fazendo-se a hidrólise do CaCO3 , vem:
CaCO3 ⎯⎯→ Ca2+ + CO32−

Ca2+(aq) + CO32−(aq) + H2O( ) ⎯


⎯⎯→ Ca2+(aq) + OH−(aq) + HCO3(aq)

Meio
básico
O meio ficará básico, ou seja, ocorrerá aumento de alcalinidade.
A 3+
(aq) + 3 OH−(aq) ⎯
⎯⎯→ A (OH)
⎯ 3(s)

( ) ( )
O cátion alumínio A 3 + será retirado do solo na forma precipitada A ( OH)3(s) .

6. E
O equilíbrio indicado refere-se à hidrólise do íon cianeto, onde a constante do equilíbrio denomina-se
constante de hidrólise.

7. A

11
Química

8. E
I. Verdadeira. Como Ka do ácido hipocloroso é menor que Ka do ácido fórmico e Kh = Kw/Ka, conclui-
se que Kh do sal NaCℓO é numericamente maior que Kh do sal CHO 2Na.
II. Falsa. Como o ácido cianídrico, HCN, é mais fraco que o ácido barbitúrico, HC 4H3N2O3 (menor valor
de Ka), o íon CNprotoniza-se mais facilmente que o íon C4H3N2O3 - .
III. Verdadeira. Como pKa do ácido fórmico é menor que pKa do ácido acético, Ka do ácido fórmico é
maior que Ka do ácido acético (tabela). Portanto, sendo o ácido fórmico mais forte, o formiato tem
menor avidez pelo próton que o acetato.
IV. Verdadeira. Como a amônia é mais forte que o ácido cianídrico, na hidrólise do cianeto de amônio
prevalece o caráter alcalino.

9. C
tampão ácido é constituído por um ácido fraco (CH3COOH) e um sal que contenha o cátion proveniente
do ácido fraco (CH3COONa). O pH varia pouco devido ao efeito tampão.

10. E
Sistema tampão ácido é constituído por um ácido fraco (CH3COOH) e um sal que contenha o cátion
proveniente do ácido fraco (CH3COONa)

11. C
Deve-se misturar um ácido fraco e um sal solúvel deste ácido com base forte: CH3COOH e CH3COONa
CH3 − CH2 − COOH H+ + CH3 − CH2 − COO−
CH3 − CH2 − COONa Na+ + CH3 − CH2 − COO−

Observe:
HA H+ + A − (pequena ionização do ácido)
HA predomina na solução.
CA C+ + A − (dissociação total do sal)
C+ e A − predominam na solução.

Ao misturarmos um ácido qualquer a esta solução, ele liberará cátions H+ onde serão consumidos pelo
equilíbrio HA H+ + A − que será deslocado para a esquerda, no sentido de HA. Consequentemente, a
acidez não aumenta e o pH não varia. Percebemos que não faltarão ânions A–, pois a dissociação do sal
fabrica uma grande quantidade deles, garantindo a formação do ácido (HA).

Analogamente, se misturarmos uma base qualquer a esta solução, ela liberará ânions OH– onde serão
consumidos pelos cátions H+, formados pela ionização do ácido H+ + OH− H2O. Consequentemente,
a basicidade não aumenta e o pH não varia. Não faltarão cátions H para reagirem com os ânions OH–
+

da base, pois o ácido é fraco e por isso existirão muitas moléculas HA inteiras que continuarão a sofrer
ionização, fornecendo mais cátions H+.

Uma solução tampão apresentará pH estável até que todo o ácido e todo o sal sejam consumidos.

12
Química

Equilíbrio iônico: Kw, pH e pOH

Resumo

Equilíbrio iônico da água (Kw)


A água é capaz de se auto ionizar e gerar íons H+ e OH-. A partir desta ionização seremos capazes de calcular
a constante de ionização da água, que será chamada de Kw.
A 25°C o Kw terá sempre o valor de 10-14, visto que:

H2O + H2O ⇄ H3O+ + OH-


[H3O+] = [OH-] = 1,0 x 10-7 mol/L 25ºC
Kw = [H3O+] [OH-]
= (1,0 x 10-7 mol/L) (1,0 x 10-7)
= 1,0 x 10-14

Obs.: H3O+ = H+
Com a variação da temperatura há a variação do Kw da água.

Temperatura (°C) Kw
0 0, 11.10-14
10 0, 29 .10-14
20 0, 69 . 10-14
25 1, 01 . 10-14
30 1, 48 . 10-14
40 3, 02 . 10-14
60 9, 33 . 10-14
80 23, 40 . 10-14

pH e pOH
Afim de medir a concentração de H+ e OH- em soluções foi criado um artifício matemático para facilitar o
cálculo destas espécies químicas, pois concentrações de H+ e OH- são representados valores muitos
pequenos. Tal artifício foi introduzir esses valores de concentração em escala logarítmica. Determinou-se que
o pH, ou potencial hidrogeniônico é:
pH = - log [H+]
E o pOH, ou potencial hidroxiliônico é:
pOH = - log [OH-]
E que a 25°C e Kw = 10-14 :
pOH < 7 - Meio básico
pOH = 7 - Meio neutro
pOH > 7 - Meio ácido

1
Química

pH < 7 - Meio ácido


pH = 7 - Meio neutro
pH > 7 - Meio básico
Exemplo:
A partir disso e levando em consideração o valor de Kw (constante de ionização da água), chegou a conclusão
de que:
pH + pOH = 14
Portanto:
Se o pH é igual 4, o pOH seria igual a 10. E assim é possível encontrar os valores de pH em função de pOH e
vice-versa.

Exemplo:
A concentração hidrogeniônica do suco de limão puro é 10-3 mol/L. Qual o pH de um refresco preparado com
20 mL de suco de limão e água suficiente para completar 200 mL?

Resolução:
A concentração inicial era de 10-3 mol/L.
Antes da diluição:
10-3 mol de H+ _________1000 mL
X _____________20 mL
X = 2 . 10-5 mol de H+ em 20 mL

Depois da diluição:
2 . 10-5 mol de H+______200 mL
Y __________1000 mL
Y = 10-4 mol de H+ em 1000 mL ou 10-4 mol/L

pH = - log [H+]
pH = - log [10-4]
pH = - (-4)
pH = 4

2
Química

Exercícios

1. O aproveitamento integral e racional das matérias-primas lignocelulósicas poderá revolucionar uma


série de segmentos industriais, tais como o de combustíveis, mediante a produção de bioetanol de
segunda geração. Este processo requer um tratamento prévio da biomassa, destacando-se o uso de
ácidos minerais diluídos. No pré-tratamento de material lignoclulósico por via ácida, empregou-se uma
solução de ácido sulfúrico, que foi preparada diluindo-se 2.000 vezes uma solução de ácido sulfúrico,
g
de concentração igual a 98  , ocorrendo dissociação total do ácido na solução diluída. O quadro
L
apresenta os valores aproximados de logaritmos decimais.

Número 2 3 4 5 6 7 8 9 10
log 0,3 0,5 0,6 0,7 0,8 0,85 0,9 0,95 1

Disponível em: www.cgee.org.br. Acesso em: 3 ago. 2012 (adaptado).


Sabendo-se que as massas molares, em g/mol, dos elementos H, O e S são, respectivamente, iguais a
1,16 e 32, qual é o pH da solução diluída de ácido sulfúrico preparada conforme descrito?
a) 2,6
b) 3,0
c) 3,2
d) 3,3
e) 3,6

2. Cinco indústrias de ramos diferentes foram instaladas ao longo do curso de um rio. O descarte dos
efluentes dessas indústrias acarreta impacto na qualidade de suas águas. O pH foi determinado em
diferentes pontos desse rio, a 25°C e os resultados são apresentados no quadro.

Pontos de coleta Valor do pH


Antes da primeira indústria 5,5
Entre a primeira e a segunda indústria 5,5
Entre a segunda e a terceira indústria 7,5
Entre a terceira e a quarta indústria 7,0
Entre a quarta e a quinta indústria 7,0
Após a quinta indústria 6,5

A indústria que descarta um efluente com características básicas é a


a) primeira.
b) segunda.
c) terceira.
d) quarta.
e) quinta.

3
Química

3. A tabela lista os valores de pH de algumas bebidas consumidas pela população.


Bebida pH
Refrigerante 5,0
Café 3,0
Vinho 4,5
Suco de limão 2,5
Chá 6,0
O esmalte dos dentes é constituído de hidroxiapatita (Ca5 (PO4)3 OH), um mineral que sofre
desmineralização em meio ácido, de acordo com a equação química:

Ca5 (PO4 )3 OH(s) 5Ca2+ (aq) + 3PO34− (aq) + OH− (aq)


Das bebidas listadas na tabela, aquela com menor potencial de desmineralização dos dentes é o
a) chá.
b) café.
c) vinho.
d) refrigerante.
e) suco de limão.

4. O equilíbrio iônico da água pura pode ser representado de maneira simplificada por:
H2O(l) ⇄ H+ (aq) + OH- (aq)

O produto iônico da água é Kw = [H+] [OH−], cujo valor é 1 x 10−14 a 25 °C. Ao se adicionar 1,0 mL de
NaOH 1,0 mol/L (base forte) a um copo bécher contendo 99 mL de água pura, o pH da solução será
aproximadamente igual a
a) 2.
b) 5.
c) 8.
d) 10.
e) 12.

4
Química

5. Os refrigerantes têm-se tornado cada vez mais o alvo de políticas públicas de saúde. Os de cola
apresentam ácido fosfórico, substância prejudicial à fixação de cálcio, o mineral que é o principal
componente da matriz dos dentes. A cárie é um processo dinâmico de desequilíbrio do processo de
desmineralização dentária, perda de minerais em razão da acidez. Sabe-se que o principal componente
do esmalte do dente é um sal denominado hidroxiapatita. O refrigerante, pela presença da sacarose,
faz decrescer o pH do biofilme (placa bacteriana), provocando a desmineralização do esmalte dentário.
Os mecanismos de defesa salivar levam de 20 a 30 minutos para normalizar o nível do pH,
remineralizando o dente. A equação química seguinte representa esse processo:

GROISMAN, S. Impacto do refrigerante nos dentes é avaliado sem tirá-lo da dieta. Disponível em: http://www.isaude.net.
Acesso em: 1 maio 2010 (adaptado).
Considerando que uma pessoa consuma refrigerantes diariamente, poderá ocorrer um processo de
desmineralização dentária, devido ao aumento da concentração de
a) OH—, que reage com os íons CA2+, deslocando o equilíbrio para a direita.
b) H+, que reage com as hidroxilas OH—, deslocando o equilíbrio para a direita.
c) OH—, que reage com os íons CA2+, deslocando o equilíbrio para a esquerda.
d) H+, que reage com as hidroxilas OH—, deslocando o equilíbrio para a esquerda.
e) CA2+, que reage com as hidroxilas OH—, deslocando o equilíbrio para a esquerda.

6. O pH do solo pode variar em uma faixa significativa devido a várias causas. Por exemplo, o solo de
áreas com chuvas escassas, mas com concentrações elevadas do sal solúvel carbonato de sódio
(Na2CO3 ), torna-se básico devido à reação de hidrólise do íon carbonato, segundo o equilíbrio:

Esses tipos de solo são alcalinos demais para fins agrícolas e devem ser remediados pela utilização
de aditivos químicos.
BAIRD, C. Química ambiental. São Paulo: Artmed, 1995 (adaptado).
Suponha que, para remediar uma amostra desse tipo de solo, um técnico tenha utilizado como aditivo
a cal virgem (CaO). Nesse caso, a remediação
a) foi realizada, pois o caráter básico da cal virgem promove o deslocamento do equilíbrio descrito
para a direita, em decorrência da elevação de pH do meio.
b) foi realizada, pois o caráter ácido da cal virgem promove o deslocamento do equilíbrio descrito
para a esquerda, em decorrência da redução de pH do meio.
c) não foi realizada, pois o caráter ácido da cal virgem promove o deslocamento do equilíbrio descrito
para a direita, em decorrência da redução de pH do meio.
d) não foi realizada, pois o caráter básico da cal virgem promove o deslocamento do equilíbrio
descrito para a esquerda, em decorrência da elevação de pH do meio.
e) não foi realizada, pois o caráter neutro da cal virgem promove o deslocamento do equilíbrio
descrito para a esquerda, em decorrência da manutenção de pH do meio.

5
Química

7. A tabela abaixo relaciona as constantes de acidez de alguns ácidos fracos.

Ácido Constante

HCN 4,9  10−10


HCOOH 1,8  10−4
CH3 COOH 1,8  10−5

A respeito das soluções aquosas dos sais sódicos dos ácidos fracos, sob condições de concentrações
idênticas, pode-se afirmar que a ordem crescente de pH é
a) cianeto < formiato < acetato.
b) cianeto < acetato < formiato.
c) formiato < acetato < cianeto.
d) formiato < cianeto < acetato.
e) acetato < formiato < cianeto.

8. Uma solução preparada a partir da dissolução de ácido acético em água destilada até completar o
volume de um litro apresenta pH igual a 3,0 A quantidade de matéria de ácido acético inicialmente
dissolvida é aproximadamente igual a
Dados: K a  do CH3 COOH = 2,0 × 10−5  mol. L−1
a) 1 x 10-6 mol
b) 1 x 10-3 mol
c) 5 x 10-2 mol
d) 1 x 10-2 mol

9. Seca na Paraíba
A Paraíba, bem como todo o Nordeste, passa pela pior seca dos últimos cinquenta anos. A situação
hídrica está em nível crítico, com mais da metade dos mananciais monitorados abaixo de 20% da
capacidade de armazenamento da água. Esta diminuição do volume de água armazenada impede que
seja utilizada para consumo humano. Além disso, as águas de poços artesianos que ainda resistem
também têm concentração elevada de sais. Com a finalidade de classificar as águas quanto a seus
usos, de acordo com a quantidade presente de determinados substâncias, o Conselho Nacional do
Meio Ambiente (CONAMA) resolveu editar Resolução 357, de 17 de março de 2005.

Pela Resolução 357 citada no texto, o nitrogênio amoniacal é padrão de classificação das águas
naturais e padrão de emissão de esgoto. Além disso, a quantidade máxima de nitrogênio amoniacal
total em águas doces, classe 1, sofre alteração de acordo com o pH da água, conforme a tabela a
seguir.

6
Química

Quantidade máxima permitida (mg/L) de


Faixa de PH
nitrogênio amoniacal total
pH  7,0 3,7
7,0  pH  7,5 3,0
7,5  pH  8,0 2,0
8,0  pH  8,5 1,0
pH  8,5 pH 0,5

Qual o limite máximo permitido de nitrogênio amoniacal total se a temperatura da água, em pH=8,1,

( ) (
passar de 25 K W = 1,0  10−14 para 40C K W = 2,9  10−14 ? )
a) 2,0 mg/L
b) 1,0 mg/L
c) 3,7 mg/L
d) 0,5 mg/L
e) 3,0 mg/L

10. A mistura de 0,1 mol de um ácido orgânico fraco (fórmula simplificada RCOOH) e água, suficiente para
formar 100 mL de solução, tem pH 4 a 25 °C. Se a ionização do ácido em água é dada pela equação
abaixo, a alternativa que tem o valor mais próximo do valor da constante de ionização desse ácido, a
25 °C, é:
RCOOH(aq) →RCOO−(aq) + H+(aq)
a) 10−2
b) 10−4
c) 10−6
d) 10−8
e) 10−10

7
Química

Gabarito

1. B

Preparação: empregou-se uma solução de ácido sulfúrico, que foi preparada diluindo-se 2.000 vezes
g
uma solução de ácido sulfúrico, de concentração igual a 98 , ocorrendo dissociação total do ácido na
L
solução diluída.
H2SO4 = 2  1 + 32 + 4  16 = 98
MH2SO4 = 98 g mol
Vinicial = V
Vfinal = 2.000 V
Cinicial = 98 g L
Cinicial = M H2SO4  M H2SO4
Cinicial 98
M H2SO4 = = = 1mol L
M H2SO4 98
Minicial  V = M final  2.000 V
1mol L  V = M final  2.000 V
1
M final = = 5  10−4 mol L
2.000
H2SO4 ⎯⎯→ 2H+ + SO24−
5  10−4 mol L 2  5  10−4 mol L
10−3 mol L

H+  = 10−3 mol L


 
pH = − log H+ 
 
pH = − log10−3 = 3,0

2. B
pH  7 implica em características básicas.

Pontos de coleta Valor do pH


Entre a segunda e a terceira indústria 7,5 (básico)
Entre a terceira e a quarta indústria 7,0 (neutro)

De acordo com a tabela fornecida, a indústria que descarta um efluente com características básicas é a
segunda.

3. A
Das bebidas listadas na tabela, aquela com menor potencial de desmineralização dos dentes é o chá, pois
a concentração de cátions H+ nesta bebida é o menor (10−6 mol / L).

8
Química

4. E
A concentração inicial da base é 1 mol/L, que foi diluída 100 vezes.
Como a concentração é inversamente proporcional ao volume, concluímos que, se o volume aumentou
100 vezes, a concentração diminuirá 100 vezes.
CINICIAL  VINICIAL = CFINAL  VFINAL
1 0,001 = CFINAL  0,1
CFINAL = 0,01 mol/L = 1 10-2 mol/L

A dissociação de uma base forte é 100%. Assim:


NaOH (s) → Na+ (aq) + OH- (aq)
1 10-2 mol/L 1 10-2 mol/L 1 10-2 mol/L

Agora vamos calcular a concentração de H+


1 10-14 = [H+ ]  [OH-1]
1 10-14 = [H+ ]  1 10-2
[H+ ] = 1 10-12 mol/L

Finalmente calcularemos pH:


pH = - log(1 10-12 ) = 12,0  pH = 12.

5. B
Considerando que uma pessoa consuma refrigerante diariamente, poderá ocorrer um processo de
desmineralização dentária, devido ao aumento da concentração de H+ , que reage com as hidroxilas
OH− , deslocando o equilíbrio para a direita.
vmineralização = K[Ca2+ ]5 [PO34− ]3 [OH− ]

+ −
Como H(aq) + OH(aq) → H2 O( ) , os íons OH− são consumidos e a velocidade de mineralização diminui,
ou seja, o equilíbrio desloca para a direita.

6. D
Com a adição de CaO ao solo, teríamos a seguinte reação:
CaO + H2O → Ca(OH)2
Consequentemente o equilíbrio:

seria deslocado para a esquerda.

9
Química

7. C
[HCN] [HCOOH] [CH3 COOH]
Supondo : = = =R
− −
[CN ] [HCOO ] [CH3 COO − ]
⎯⎯
HCN ⎯→ H+ + CN− K a = 4,9  10 −10

[H+ ][CN− ] [HCN]


Ka =  [H+ ] = 4,9  10−10 
[HCN] [CN− ]
[H+ ] = 4,9  10−10  R
⎯⎯
HCOOH ⎯→ H+ + HCOO− K a = 1,8  10−4

[H+ ][HCOO− ] [HCOOH]


Ka =  [H+ ] = 1,8  10−4 
[HCOOH] [HCOO− ]
[H+ ] = 1,8  10−4  R
⎯⎯
CH3 COOH ⎯→ H+ + CH3 COO − K a = 1,8  10 −5

[H+ ][CH3 COO− ] [CH3 COOH]


Ka =  [H+ ] = 1,8  10−5 
[CH3 COOH] [CH3 COO− ]
[H+ ] = 1,8  10−5  R
1,8  10−4  R  1,8  10−5  R  4,9  10−10  R

Quanto maior for a concentração de cátions H+ , menor será o valor do pH numa solução aquosa dos
respectivos sais sódicos.
Conclusão: formiato (HCOO− ) < acetato (CH3 COO− ) < cianeto (CN− ).

8. C
pH = 3  [H+ ] = 10 −3 mol / L
CH3 COOH → H+ + CH3 COO− K a = 2,0  10−5 mol  L−1
 0 0 (início)
−  +  +  (durante)
−  + + (equilíbrio)
10−3 mol/L 10 −3 mol/L 10 −3 mol/L
M
+
[H ][CH3COO− ]
Ka =
[CH3 COOH]
10−3  10 −3
2,0  10−5 =
[CH3 COOH]
[CH3 COOH] = 5  10−2 mol / L
Em 1 L :
n = 5  10−2 mol

10
Química

9. A
Em águas amoniacais a reação que ocorrerá será:
NH3 + H2O → NH4+ + OH−

O aumento da temperatura de 25°C para 40°C aumenta a ionização da água, aumentando a quantidade
de íons H+ e OH− . O aumento de íons hidroxila, deslocará o equilíbrio para a esquerda, ou seja, para o
sentido de produção de amônia.
De acordo com a tabela, à medida que se aumenta a concentração de amônia, o pH vai caindo, ficando
próximo da neutralidade, como essa variação é pequena, ficaria na faixa entre 8,0 e 7,5, assim a
concentração de amônia fique em torno de 2,0mg  L−1.

10. D
Cálculo da concentração inicial de ácido:
0,1 mol de ácido 0,1 L
n 1L
n = 1 mol/L
Vamos considerar as seguintes concentrações das espécies em equilíbrio:

(Consideramos que a concentração de equilíbrio é aproximadamente igual à concentração inicial, pois o


ácido é fraco).
A constante de equilíbrio é dada por:
[ +]  [RCOO−] 10 −4  10 −4
K eq = H = = 10 −8
[RCOOH] 1

11
Redação

Eixo temático: educação e juventude

Resumo

Dentre os muitos assuntos que sempre discutimos nas aulas de redação, um dos mais importantes é a ideia
de educação e como ela pode fazer a diferença na vida do indivíduo. Sabemos que nossa sociedade,
basicamente, se desenvolveu a partir de uma construção de conhecimento e de diversidade de costumes
oriundos de partes de todo o mundo, dessa forma, é possível perceber as polêmicas envolvidas com os
traços educacionais da história e sua importância para a prova do vestibular. Veremos, a seguir, como o
ENEM cobrou isso em 2017, cujo tema foi “Desafios para a formação educacional dos surdos no Brasil”:

Como visto no exemplo acima, é possível perceber que diversas questões sociais contemplam o que
podemos chamar de educação social, ou seja, educação de uma grande maioria, são elas cultura, identidade
nacional, comportamento usual e outras influências. Assim, se vê como solução para o foco de

1
Redação

problemáticas que envolvam educação, o envolvimento com a juventude e as mudanças para apresentar
uma melhoria em problemáticas pertinentes. Por isso, o tema da nossa aula de hoje é educação, juventude
e suas questões. Vamos conversar?

“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.

Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados
são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados
sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem
para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce
dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.”

A citação do educador e psicanalista Rubem Alves consegue nos direcionar ao pensamento sobre a aula de
hoje. Como vemos a relação do jovem com a educação nos dias atuais? Qual é a responsabilidade que a
escola tem, no cenário hodierno, sobre a criação moral e ética em um ser humano, em comparação com a
família? É possível perceber que as instituições de ensino ganharam um papel importante sobre o
desenvolvimento humano de cada aluno e, dessa forma, uma responsabilidade maior, devido às mudanças
da contemporaneidade e as condições de trabalho.

Assim, no que tange estas inversões de valores, podemos perceber a importância da discussão desta
temática e suas questões envolventes. A seguir, faremos alguns exercícios para contextualizar esta
temática importante para o Enem.

2
Redação

Exercícios

1. "Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo".

A frase de Paulo Freire destaca um papel importante da educação, desde o início dos tempos: o de
transformar a sociedade. Indique de que forma isso pode ser feito, apresentando, inclusive, exemplos
concretos.

2. "Uma caixa de sapatos é enviada para Clay (Dylan Minnette) por Hannah (Katheriine Langford), sua
amiga e paixão platônica secreta de escola. O jovem se surpreende ao ver o remetente, pois Hannah
acabara de se suicidar. Dentro da caixa, há várias fitas cassete, onde a jovem lista os 13 motivos que
a levaram a interromper sua vida - além de instruções para elas serem passadas entre os demais
envolvidos."
Disponível em: http://www.adorocinema.com/series/serie-19941/

A série "13 porquês" retrata o dia a dia de um grupo de alunos, depois do suicídio de uma de suas
colegas: Hannah Baker. Dentre as motivações do crime, percebe-se um dos grandes problemas da
escola atual: o bullying.
a) No que consiste essa prática?
b) Na série, é clara a negligência por parte da instituição de ensino, que tenta, o tempo inteiro,
esconder o que aconteceu de verdade com a estudante. Como a escola poderia ajudar nessa
questão e por que não faz isso?
c) Entrou em vigor, em 2016, uma lei relacionada a essa questão. Que lei é essa e o que ela propõe?

3. Um dos grandes estimuladores dessa prática de bullying, entre os adolescentes, é o chamado sexting.
A prática é muito comum nos Estados Unidos e, recentemente, chegou ao Brasil.
a) Defina sexting, diga como a escola pode alimentá-lo e em que momento o bullying aparece, nesse
contexto.
b) Estabeleça uma relação entre o fenômeno do sexting e o hedonismo tão presente na juventude
atual, levando em consideração a ética existente no meio juvenil e a moral predominante na
sociedade.

4. Sobre as diferenças, Paulo Freire, importante filósofo e educador brasileiro, afirmou, certa vez, que a
escola precisa estimular uma "cultura da paz". Defina essa cultura e aponte de que maneira isso pode
ser feito.

5. Uma das grandes novidades no mundo da educação, hoje, é a disponibilização de ferramentas


tecnológicas. De projetores a tablets, as novas formas de se mostrar o conteúdo têm tomado conta
da sala de aula e da vida dos alunos.
a) Mostre as vantagens da utilização dessas tecnologias em sala e fora dela.
b) Parece que, nos últimos tempos, muitas escolas têm evitado aderir a essas tecnologias. Aponte
alguns motivos para isso.

3
Redação

6. No mundo da educação hoje, um dos assuntos mais discutidos é a possibilidade de se inserir, no


nosso meio, o conceito de sala de aula invertida (flipped classroom, em inglês). Defina essa ferramenta
e mostre de que maneira pode alavancar os resultados nas instituições de ensino.

7. “Não é aceitável um modelo educacional em que alunos do século XXI são 'ensinados' por professores
do século XX, com práticas do século XIX." A frase é de José Pacheco, idealizador da famosa Escola
da Ponte, em Portugal. Explique a frase, apontando os problemas citados.

8. "O novo modelo depende ainda da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) que está em elaboração
e será homologada em 2017. A BNCC será obrigatória e irá nortear os currículos das escolas de ensino
médio. Após essa etapa, no primeiro ano letivo subsequente à data de publicação da BNCC, os
sistemas de ensino deverão estabelecer um cronograma de implantação das principais alterações da
lei e iniciar o processo de implementação, conforme o referido cronograma, a partir do segundo ano
letivo."
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=40361#nem_03

Entrarão em vigor, em 2019, as regras do novo Ensino Médio, reforma sancionada em fevereiro deste
ano. No debate sobre as mudanças, há prós e contras que precisam ser levados em consideração.
Levando em consideração suas pesquisas, aponte no que consiste essa reforma, que pontos levanta
e como isso influencia, diretamente, a vida da escola e de seus alunos.

Texto para as questões 9, 10 e 11

Enquanto a Campanha Nacional pelo Direito à Educação realiza, em parceria com a Faculdade de
Educação da USP (Universidade de São Paulo) o importante seminário “Nem herói, nem culpado. Professor
tem que ser valorizado”, a diretora do Ministério da Educação da Finlândia, Jaana Palojärvi, visita o Brasil.
Como não poderia ser diferente, a presença da gestora finlandesa por aqui tem causado certo frisson. Seu
país, no curso dos últimos anos, tem sido a principal referência no PISA (Programme for International Student
Assessment ou Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), da OCDE (Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico). E, diante disso, ninguém resiste à pergunta: qual é o segredo
da Finlândia? (…)
A gestora educacional considera que duas reformas foram responsáveis pela melhoria da educação
finlandesa: uma na década de 1970 e outra nos anos 1990. Na década de 70 a educação ganhou centralidade
na agenda pública nacional. Já a partir do início da década de 90, o sistema educacional foi descentralizado.
Os municípios, escolas e, principalmente, os professores passaram a ter mais autonomia, recebendo
condições adequadas de trabalho.
“Fé e confiança têm papel fundamental no sistema finlandês. Descentralizamos, confiamos e damos
apoio, assim que o sistema funciona. O controle não motiva o professor a dar o melhor de si. É simples,
somos pragmáticos, gostamos de coisas simples.” (…)
Disponível em: http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/blog-daniel/as-licoes-da-finlandia-para-o-b rasil-289995-1.asp

4
Redação

9. A frase “Nem herói, nem culpado, professor tem que ser valorizado” reflete em que tipo de
comportamento social sobre o trabalho do professor? Analisar.

10. Qual a percepção educacional da gestora finlandesa sobre um sucesso no processo de aprendizado?

11. Desenvolva uma comparação entre o ensino brasileiro e o finlandês a partir da frase da educadora “O
controle não motiva o professor a dar o melhor de si. É simples, somos pragmáticos, gostamos de
coisas simples. ”

Disponível em: https://latuffcartoons.files.wordpress.com/2013/10/professores-passado-presente.gif

12. Analise a charge, apesar de ser desenvolvida em 2013, como pode ser relacionada com os movimentos
de greve e ocupações dos últimos anos?

Texto para as questões 13 e 14

A presidente Dilma Rousseff elegeu a educação como prioridade das prioridades. O Bom Dia Brasil
mostrou no último ano os problemas em série nas escolas e nas universidades brasileiras. Problema não
falta e nem dá para dizer que são novos.
Serão muitos os desafios nos próximos quatro anos na área de educação. De acordo com
especialistas ouvidos pelo Bom Dia Brasil, as soluções também não são novas, e passam pela valorização
dos professores e pela integração de projetos e ações entre os governos federal, estadual e municipal. (…)
O piso salarial do professor é de R$ 1697. Muitos não ganham nem isso. Para a Unesco, é uma das
profissões mais desrespeitadas no Brasil. “Em outros países onde realmente a educação funciona bem, o
professor é valorizado e respeitado. Aqui no Brasil, infelizmente nós caminhamos para o inverso. Temos
que recuperar isso. É um aspecto que tem que ser a prioridade das prioridades, é o professor”, lamenta a
coordenadora da Unesco no Brasil, Maria Rebeca Otero. (…)
Disponível em: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2015/01/valorizacao-do-professor-e-esse ncial-para-melhora-
da-educacao-diz-unesco.html

13. Quais são esses “problemas em série” que podemos citar nas escolas e universidades brasileiras?

5
Redação

14. Tendo em vista os textos vistos nas questões acima e o seu conhecimento sobre o ensino brasileiro,
qual é a problemática principal para a falta de efetivação das escolas?

Disponível em: http://1.bp.blogspot.com/-9f-


f5PGaw5U/Uq5M64Oa_VI/AAAAAAAAARE/rCY2H79Hix4/s1600/armandinho5.png

15. A tirinha de Armandinho reflete no contexto da sociedade a partir de uma visão contemporânea do que
é valorizado no Brasil. Desenvolva seu pensamento a partir da reflexão da imagem.

6
Redação

Gabarito

1. A educação pode ser transformadora a partir de uma visão ampla de mundo e sociedade, primeiramente,
vendo os alunos como seres em construção e não apenas receptores de conhecimento. Ademais, a
valorização do ensino, sobretudo do professor para cativar os estudantes é essencial para uma
compreensão plena no que tange as matérias e as outras áreas de aprendizado.

2.
a) Bullying é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas, feitas de
maneira repetitiva, por um ou mais alunos contra um ou mais colegas
b) A escola pode auxiliar os alunos através de palestras de educação sobre o bullying e as
consequências que isso pode trazer. Também pode incentivar os pais a conversarem com seus
filhos sobre este tipo de falta de respeito com o próximo e, além disso, sempre estarem atentos às
mudanças comportamentais das crianças em relação às outras.
c) A Lei nº 13.185 determina que será considerada intimidação sistemática (bullying) todo ato de
violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado
por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la,
causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes
envolvidas.

3.
a) Sexting é a prática de enviar mensagens, imagens e áudios com conteúdo sexual. É previsto que se
encaixa no bullying quando há a divulgação seguida de difamação das pessoas envolvidas neste
tipo de mensagens.
b) A juventude é a época de descobertas de sexualidade e conhecimento sobre o corpo, tendo em vista
essa fase do desenvolvimento, os jovens utilizam o sexting como forma de elevação dessas
vontades de modo exacerbado e sem fiscalização, uma vez que as mensagens podem ser
disseminadas para as redes sem controle, podendo classificar, muitas vezes, como bullying,

4. A “cultura da paz”, levantada por Paulo Freire, pode ser classificada a partir de uma visão igualitária entre
os alunos, assim, é possível entender que a prática do bullying e de outros assuntos discriminatórios
podem ser evitados a partir de uma postura escolar de entendimento de diversidade e desenvolvimento
de atividades que prevaleçam esse conhecimento.

5.
a) As vantagens que as tecnologias podem apresentar dentro do ambiente escolar é através de uma
linguagem mais próxima dos jovens com a contemporaneidade. Além disso, trazer o ambiente
desses alunos, através de vídeos do Youtube, jogos interativos, garante uma percepção ainda maior
do conteúdo a ser passado e um interesse ainda maior para o aprendizado.
b) Muitas escolas optam por não aderir os meios tecnológicos por ter o entendimento de que pode ser
dissipada a concentração do aluno e que, pode desvalorizar o ensino. O necessário é atualizar o
professor para essa nova linguagem, de modo a trazê-lo para dentro do ambiente tecnológico e,
assim, compreendendo as formas de ensino.

7
Redação

6. O formato de aula invertida, o professor grava vídeos de curta duração (5 a 15 minutos) em que apresenta
os conceitos fundamentais de um determinado conteúdo. Os alunos assistem às apresentações fora da
sala e do período de aula – em casa ou na própria escola, caso não tenham computador ou acesso à
web. Na aula seguinte, os estudantes usam os conceitos apresentados no vídeo para solucionar
problemas, com a ajuda do professor e de seus colegas. Assim, o que é entendido como aula no esquema
tradicional (a exposição de conceitos) transforma-se em “lição de casa”, e a resolução de questões para
aprofundamento e sistematização, antes feita em casa, passa a ser a uma das atividades em sala de
aula. As vantagens podem ocorrer a partir do momento em que se dá autonomia para o aluno sobre sua
conduta escolar e seus ganhos e perdas a partir de seu desempenho escolar.

7. O modelo escolar tradicionalista carrega, desde o século XIX, um grande conservadorismo em relação
aos métodos de ensino. Dentro desse âmbito, o jovem é apenas um receptor de conteúdos transmitidos
pelo professor, detentor do que chamamos de “verdade absoluta em sala de aula”. Apesar de, atualmente,
o ensino ter se tornado apostilado, é perceptível a hierarquia entre o professor e o aluno, sem haver a
possibilidade de troca de conhecimentos.

8. Segundo o Ministério da Educação, a reforma é um conjunto de novas diretrizes para o ensino que
consistirão em ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e sociais aplicadas, formação
técnica e profissional, linguagens e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias, sendo que,
apenas 60% desta base curricular é obrigatório para o aluno, os 40% restantes serão optativos de acordo
com sua preferência e disponibilidade da instituição. (A influência da reforma nos alunos consiste em
uma percepção pessoal, não tendo, portanto, gabarito)

9. A frase demonstra a perspectiva que o professor tem sobre a sociedade, uma vez que não há valorização
salarial e de recursos necessárias para um bom desempenho no trabalho, afetando os alunos.

10. Para a educadora, um ensino de sucesso se dá a partir da autonomia do aluno, ou seja, a relação do
professor deve ser apenas em facilitar o aprendizado e promover, através de atividades, a própria análise
do estudante sobre o assunto, dando a liberdade para contextualizar com outros conteúdos, relacionar
com outras teorias e experiências.

11. A situação do Brasil em relação ao ensino é desenvolvida a partir de uma pequena valorização dos
professores em relação ao salário e aos incentivos de ensino, em contraposição ao da Finlândia que
procurou se preocupar com a situação de ensino e dar ênfase à base de conhecimento dos jovens.

12. A charge pode ser entendida como uma falta de liberdade de expressão dos professores por parte do
governo, tendo em vista que antigamente era respeitada a importância de lecionar e, atualmente, há uma
visão de que o professor produz certa influência negativa sobre o ensino dos alunos.

13. Falta de investimento para o funcionamento destas instituições (como luz, água, matérias escolares),
falta de investimento para o salário dos professores, desvalorização do projeto pedagógico dos docentes
sobre um ensino apostilado, entre outros.

14. O problema principal se dá a partir do momento em que o professor não é incentivado devidamente, de
acordo com sua retribuição salarial e possibilidade de autonomia nos projetos escolares.

15. O mundo hodierno visa o trabalho exacerbado e a concentração de riquezas, fato que consolidou a partir
das primeiras revoluções industriais. Assim, entende-se que profissões que geram grandes quantias de

8
Redação

dinheiro devem ser valorizadas para concentrar mais lucro, em contraposição a profissão dos
professores que, além de não ter tanto conhecimento no Brasil, não é valorizado totalmente em
remuneração. Portanto, entende-se que a tirinha trouxe uma reflexão do que necessita de atenção no
cenário atual.

9
Sociologia

Mobilidade social

Resumo

A mobilidade social é um conceito sociológico que diz respeito à mudança de posição dos indivíduos ou
grupos sociais no âmbito de uma determinada estrutural social hierárquica. A palavra mobilidade é
proveniente do verbo latino movere, que significa deslocar, colocar em movimento. Comumente a
mobilidade social é medida em termos quantitativos, ou seja, traduzida em mudanças de ordem econômica
como o incremento de renda ou mudanças ocupacionais. Também se pode medir a mobilidade pela
utilização do conceito de classe social para analisar a mobilidade social.
É importante observar que a mobilidade social é típica das sociedades modernas, já que outros modelos de
estratificação (como o de castas, estamentos) não permitiam aos indivíduos mudar de posição que era
definida em seu nascimento. Com o estabelecimento de relações de produção mais estáveis, a ideia de
ascensão social foi utilizada muitas vezes como motivadora das classes trabalhadoras. Enquanto a rigidez
de modelos de estratificação anteriores se baseava em justificativas ideológicas, no sistema de classes é a
possibilidade de mobilidade social que garante, em parte, a manutenção da hierarquia social, já que estudos
comprovam que o advento de mobilidade social de caráter radical é extremamente raro.
Entre os pesquisadores não se tem um consenso sobre o nível desejável de mobilidade social. Uma
mobilidade exagerada produziria uma instabilidade social, ao passo que pouca mobilidade leva a estagnação
social. Nos dois caso pode haver um processo de anomia social já que instituições sociais teriam dificuldade
para se formar ou para dar conta da adesão dos indivíduos. Contudo, observa-se uma clara relação entre
desigualdade e mobilidade numa proporção inversa.
Outro fator importante a se pontuar é que a mobilidade social é o movimento dos indivíduos na hierarquia
social, ou seja, na estratificação. Disso já sabemos, mas, o que provavelmente está passando desapercebido
é que a mobilidade dependerá de fatores estruturantes da estratificação. Através da interpretação weberiana,
por exemplo, o fluxo entre estratos sociais pode se dar por diferentes fatores, como prestígio e poder, além
de renda. Bourdieu também interpreta as relações sociais como dinamizadas por ativos sociais que são os
diferentes tipos de capitais (social, econômico, cultural e simbólico). Qualquer um desses capitais pode ser
útil no movimento entre os estratos, ressaltando que, para ambos os autores, cada contexto histórico prioriza
um capital em específico.
Há dois tipos principais de mobilidade social: Mobilidade social horizontal e mobilidade social vertical. Este
último tipo de mobilidade social, por sua vez, pode ser dividido ainda em mobilidade social ascendente e
mobilidade social descendente.
A mobilidade social horizontal é aquela na qual uma pessoa ou grupo adquire uma certa mobilidade social
sem, no entanto, mudar seu estrato social. Por exemplo: Uma pessoa que ascende socialmente, mas que
continua pertencendo ao mesmo estrato do qual já fazia parte. Nesse caso temos, portanto, uma mobilidade
social horizontal. Por outro lado, a mobilidade social vertical ocorre quando a mudança social é suficiente
para deslocar aquela pessoa ou grupo de pessoas para outro estrato social. Nesse caso, a mobilidade social
pode ser ascendente - quando pessoa ou pessoas ascendem socialmente, ou seja, quando sobem um ou
mais degraus na escala social – ou descendente – quando pessoa ou pessoas descendem socialmente, ou
seja, quando descem um ou mais degraus na escala social.
Essas classificações podem ser observadas sob duas perspectivas, a da mobilidade intergeracional e
intrageracional. Na mobilidade intergeracional é observada a trajetória de indivíduos através de diferentes
gerações, enquanto a mobilidade intrageracional observa o movimento dos indivíduos na hierarquia social

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Sociologia

numa única geração. É importante notarmos que quanto mais estratificada é uma sociedade, mais difícil se
torna o processo de mobilidade social. Por exemplo: Na sociedade feudal, que era uma sociedade onde os
papéis sociais eram rigidamente definidos, era impossível a mobilidade social. Nesse sentido, no período
medieval, quem nascia nobre, morreria sendo nobre; quem nascia servo, morreria servo; quem fazia parte do
clero, permaneceria como membro do clero.

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Sociologia

Exercícios

1. Leia o texto a seguir:

Fonte: Datafolha/nov.2013. Obs.: A soma não chega a 100%, pois parte dos entrevistados se nega a declarar a renda. Acesso
em: junho 2015.

O conceito sociológico contido no texto faz referência à maneira pela qual os indivíduos se
organizam socialmente, com base em fatores econômicos, políticos, históricos, religiosos, etc.
Portanto, o texto se constitui por
a) um meio de divisão igualitária de gênero.
b) uma homogeneidade cultural.
c) uma distribuição igualitária do poder.
d) um aumento mensal da renda familiar.
e) uma organização social de base econômica.

2. Leia o texto a seguir:

Ao estudarmos a estratificação, temos que considerar não apenas as diferenças entre


posições econômicas ou ocupações, mas também o que acontece com os indivíduos que as ocupam.
O termo mobilidade social refere-se ao movimento de indivíduos e grupos entre diferentes posições
socioeconômicas.
GIDDENS, Anthony. Sociologia. 6. ed. Porto Alegre: Penso, 2012, p. 332.

Com base nesse conceito sociológico, qual dos estratos sociais a seguir NÃO permite a
mobilidade social?
a) Estamento
b) Estado
c) Classe social
d) Castas
e) Proletariado

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Sociologia

3. A mudança de posição social de uma pessoa ou de um grupo de pessoas num determinado sistema
de estratificação social é denominada de mobilidade social. Na sociedade capitalista atual, existem
várias maneiras para que um indivíduo mude de um estrato social para outro. Acerca desse assunto,
como podemos classificar a passagem ou o deslocamento de um indivíduo de um grupo social para
outro, localizado num estrato social diferente e superior?
a) Mobilidade social horizontal.
b) Mobilidade social vertical ascendente.
c) Mobilidade social vertical descendente.
d) Mobilidade social estrutural.
e) Mobilidade social circular.

4. A noção de “classe social” tornou-se uma ferramenta conceitual importante para o desenvolvimento
das ciências sociais na medida em que permitiu a descrição e a análise de diferentes relações sociais
nas sociedades modernas. Considerando as variadas perspectivas sociológicas sobre as “classes
sociais”, assinale a alternativa incorreta.
a) O termo “classe social” é equivalente ao termo “classe de consumo”, pois a sociologia entende
que a posição social das pessoas deve ser explicada pela sua capacidade de comprar ou de
consumir bens.
b) A ideia de “classes sociais” refere-se a uma forma de classificar e de descrever as relações
sociais, pois remete às diferentes posições ou estratificações sociais que os indivíduos e os
grupos ocupam em uma sociedade.
c) O conceito de “classes sociais” não sugere apenas a existência de diferenças ou de variações
individuais entre as pessoas, mas principalmente a produção de desigualdades entre as posições
sociais que elas ocupam.
d) O termo “luta de classes” está ligado ao reconhecimento de desigualdades e de hierarquias na
formação e na organização das sociedades que podem levar a conflitos e a disputas entre os
distintos grupos que as compõem.
e) Quando o conceito de “classe social” é utilizado para descrever um grupo de indivíduos, o seu
uso indica que essas pessoas possuem algumas características em comum que podem
identificá-las enquanto parte de um grupo social.

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Sociologia

5. O status social é o lugar ou posição que a pessoa ocupa na estrutura social. Isso implica direitos,
deveres, prestígios e/ou privilégios, de acordo com o valor que a sociedade atribui a cada posição
ocupada pelo indivíduo. Sobre esse assunto, assinale a alternativa que indica uma situação social em
que o status é atribuído.
a) João é filho de operário, pois seu pai é funcionário de uma fábrica têxtil.
b) Ana Maria optou por se casar com seu ex-noivo, pois não se sentia bem com o atual namorado.
c) Paulo estudou e se formou técnico em mecânica, embora seus pais "desejassem" um
filho formado em medicina.
d) Adriana é militante de um partido político da cidade onde mora, pois tem as mesmas ideias de
transformação da sociedade.
e) Carlos conseguiu a vaga de emprego que esperava depois de aprovado na seleção.

6. A sociedade organizada por meio do processo de estratificação tem origem na posição hierárquica
dos indivíduos em setores com interesses por melhoria no estilo de vida e nas oportunidades sociais.
Isso é determinado pela participação desses indivíduos na distribuição desigual das recompensas
socialmente valorizadas (riqueza, poder e prestígio). As formas de desigualdades sociais surgem
dessa organização e refletem as relações entre as pessoas nas diferentes sociedades.

Sobre esse assunto, assinale a alternativa correta.


a) A Índia tradicional é um exemplo de estratificação social por estamentos, pois essa forma de
organização não permite a mobilidade social dos indivíduos.
b) As classes sociais têm como principal característica os prestígios como elemento importante na
localização social do indivíduo.
c) O capitalismo industrial da sociedade europeia é um exemplo de ordem estamental da relação
entre os indivíduos.
d) Os aspectos que definem a posição de um indivíduo nas classes sociais são mais claros que nas
sociedades estratificadas em castas ou em estamentos.
e) A posição dos indivíduos na hierarquia social com base na herança e proibição da mobilidade
social é uma característica das castas.

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7. Observe a charge a seguir:

Disponível em: <http://praticandoredacao.blogspot.com.br>.

Ela se refere a um fenômeno sociológico, que torna os indivíduos diferentes pela posição financeira
que ocupam na sociedade.
Sobre esse tema, assinale a alternativa correta.
a) Embora a geração de empregos tenha aumentado nos últimos anos, graças ao crescimento da
economia, ainda existem milhões de brasileiros desempregados.
b) A distância entre pobres e ricos é provocada pela grande quantidade de políticas públicas para
os indivíduos das classes menos favorecidas.
c) No Brasil, a relação entre pobres e ricos é compreendida pelo valor do salário mínimo, pois esse
reflete o nível de igualdade econômica vivida pela população.
d) O desemprego é causado pela ausência de uma política de assistência ao trabalhador brasileiro.
Nesse caso, a Bolsa Família é um recurso usado pelo governo federal para diminuir esse efeito.
e) O número de mendigos diminuiu no Brasil com as políticas de assistência à população de baixa
renda. Isso é percebido pelos índices que medem o aumento do consumo no país.

8. Apesar de se verificar a existência de escravos no decorrer dos séculos em quase todas as partes do
mundo, a escravidão, em termos de instituição essencial da sociedade, só seria encontrada na Grécia
e na Roma antigas. Em sua versão moderna, no interior do processo de expansão do capitalismo, ela
ocorreu no Brasil, no Caribe e no sul dos atuais EUA. O mundo contemporâneo está carregado de
contradições, contrastes e diferenças que se manifestam nas esferas social, política e econômica.
Esses aspectos não são exclusividade da sociedade presente, tendo se manifestado nas formações
sociais que a precederam.
Adaptado de: FARAONI, Alexandre. Sociologia, ensino médio. São Paulo: Edições SM, 2010. p. 148-149.

Com base em seus conhecimentos sobre estratificação social e modos de produção ao longo da
história, é correto afirmar que:

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Sociologia

a) No Ocidente, é possível observar a sucessão e o predomínio de três modos de produção: o


escravista, o feudal e o capitalista – sendo que apenas no modo de produção feudal existia a
estratificação social.
b) Na sociedade de classe, a associação principal se estabeleceu entre os proprietários dos meios
de produção e os não proprietários, de maneira que esses dois grupos se mesclaram no decorrer
da Idade Moderna e Contemporânea e se tornaram um só ao final do século XIX.
c) O modo de produção escravista caracterizou-se pela oposição entre os senhores ou nobres e os
camponeses dos feudos, chamados de servos da gleba – hierarquicamente abaixo dos próprios
escravos.
d) Na sociedade escravista da Roma antiga, o escravo não possuía direito algum e era considerado
propriedade privada do senhor. Nessas sociedades, jamais ocorreram rebeliões escravas, dado o
rígido controle exercido pelos ricos proprietários.
e) A mobilidade social faz das sociedades de classes sistemas estratificados abertos, em oposição
aos sistemas fechados das sociedades escravistas e estamentais.

9. Observe as fotos a seguir.

Foto 2
Foto 1 Disponível em:
Disponível em: <www.flickr.com/photos/grafite <www.flickr.com/photos/diadefoto
cidadao/5170519380>. /3492455224>.

Elas mostram duas paisagens sociais da cidade do Recife. Percebem-se diferentes elementos, que
caracterizam as desigualdades sociais ao longo da cidade. Sobre os aspectos sociais apresentados
nas fotos, assinale a alternativa incorreta.
a) Percebe-se, nas duas fotos, uma distribuição desigual da renda. Isso se reflete na
organização habitacional e na situação de classe dos membros desses grupos sociais.
b) Consideram-se, na aferição do Índice de Desenvolvimento Humano, os fatores
econômicos, culturais, sociais e políticos, que influenciam na qualidade de vida humana.
c) É foco da orientação transformadora de exclusão social o grupo pertencente à foto 1,
pois, embora esteja incluído no sistema, sofre com as condições precárias de vida.
d) Está presente, na análise das desigualdades sociais dos referidos contextos, a questão étnico-
racial. Esse aspecto é esquecido pelo capitalismo na formação dessas paisagens.
e) Elaboram-se políticas de distribuição de renda no âmbito nacional para os indivíduos
em interação na foto 1, com o objetivo de retirar da miséria grupos que foram
historicamente excluídos da sociedade brasileira.

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10. (UEL – 2004) Leia a letra da canção.


“Tinha eu 14 anos de idade quando meu pai me chamou
Perguntou-me se eu queria estudar filosofia
Medicina ou engenharia
Tinha eu que ser doutor
Mas a minha aspiração era ter um violão
Para me tornar sambista
Ele então me aconselhou:
‘Sambista não tem valor nesta terra de doutor’
E seu doutor, o meu pai tinha razão
Vejo um samba ser vendido, o sambista esquecido
O seu verdadeiro autor
Eu estou necessitado, mas meu samba encabulado
Eu não vendo não senhor!”
(Canção “14 anos” de Paulinho da Viola, do álbum Na Madrugada, 1966).

De acordo com a letra da canção, assinale a alternativa correta.


a) O sambista vê na comercialização do samba, ou seja, na sua mutação em mercadoria, um
processo que valoriza mais o criador que a coisa produzida.
b) Os termos ‘sambista’ e ‘doutor’ servem para qualificar e/ou desqualificar os indivíduos na
rigorosa hierarquia social vigente no Brasil.
c) A filosofia, enquanto conhecimento humanístico voltado à crítica social é desqualificada em
relação aos conhecimentos direcionados às profissões liberais.
d) Para o sambista, o valor objetivo da música como mercadoria, medido pelo reconhecimento
econômico, é mais relevante do que sua condição de criação artística subjetiva.
e) A expressão ‘terra de doutor’ está relacionada à disseminação generalizada dos cursos
superiores no Brasil, responsáveis por uma elevação do nível cultural dos setores populares.

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Gabarito

1. E
O texto e a imagem apresentam a forma de divisão da sociedade brasileira a partir do critério de renda
das famílias. Demonstra o predomínio da desigualdade econômica na qual grande parte das pessoas
possuem renda baixa ao passo que alguns poucos possuem renda muito alta. As sociedades podem
ser divididas em vários critérios, que não apenas o econômico, como por exemplo a religião, a posição
de nascimento, o sexo, etc. No caso específico predominou o aspecto econômico, sendo correta a
alternativa E.

2. D
a) Incorreta. Estamento é um sistema de divisão social no qual os grupos organizam-se de forma
rígida, mas que não os impedem de ascender de uma posição a outra.
b) Incorreta. Estado não é uma forma de estratificação, mas sim de organização sociopolítica.
c) Incorreta. Classe social é um conceito de divisão da sociedade em grupos de afinidade e
semelhança, geralmente por motivos econômicos, não indicando uma posição fixa.
d) Correta. As sociedades de castas, como a indiana, não permitem que o indivíduo saia de seu grupo
social e adentre em outro, sendo obrigado a permanecer em uma mesma posição do nascimento
até a morte.
e) Incorreta. Proletariado e determinado grupo de classe, formado pelos trabalhadores, na divisão feita
por Karl Marx, e possui mobilidade social.

3. B
Quando há a mudança de um indivíduo de um grupo social inferior socialmente para um superior,
dizemos que há uma ascensão social. Portanto, estamos falando de mobilidade social vertical
ascendente.

4. A
a) Incorreta. O termo "classe social" está relacionado ao papel que o membro da sociedade exerce
dentro dos diferentes grupos sociais.
b) Correta. O termo "classe social" remete a uma forma de classificação dos grupos sociais.
c) Correta. Pelas divisões em classes podemos perceber as formas de desigualdade que um
determinado grupo social apresenta.
d) Correta. As lutas de classes se originam dos embates de interesses dos diferentes grupos de classe.
e) Correta. O termo "classe social" é distintivo de um agrupamento de pessoas de características
semelhantes.

5. A
Ao falar em "atribuição de status social", o enunciado se refere ao fato de que tal status não passou por
uma escolha da pessoa que o possui, mas sim que lhe foi atribuído pela sociedade baseado em uma
posição ocupada independente dela. Desta forma:
a) Correta. O status foi atribuído a João pelo simples fato de ser filho de alguém que ocupa certa
posição.
b) Incorreta. Não se trata de uma situação de status social atribuído, mas de uma escolha individual.

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c) Incorreta, pelo mesmo motivo que em B.


d) Incorreta, pelo mesmo motivo que em B e C.
e) Incorreta. A situação apresentada não expõe um caso de exemplificação de status social atribuído
ou não.

6. E
a) Incorreta. Na Índia tradicional existe uma divisão em castas sociais e não estamentos sociais,
sendo a diferença entre os dois a mobilidade, inexistente no primeiro tipo.
b) Incorreta. As classes sociais são marcadas por posição econômica e não de prestígio.
c) Incorreta. Este é um exemplo de sociedade dividida em classes.
d) Incorreta. Nas sociedades divididas em classes estes aspectos são menos claros, podendo cada
membro do grupo social transitar de um grupo para outro.
e) Correta. O sistema de castas barra a mobilidade social dos indivíduos, que permanecem presos ao
seu grupo de origem.

7. A
a) Correta. O desemprego no Brasil, ainda que em menor escala que em outras épocas e em outros
países do presente, existe.
b) Incorreta. São estas políticas que buscam diminuir estas distâncias.
c) Incorreta. O salário mínimo não é um padrão para aferir esta desigualdade e nem todos os
brasileiros o recebem.
d) Incorreta. O Bolsa Família é utilizado para diminuir a miséria e pobreza do país, e não como política
pública voltada ao trabalhador.
e) Incorreta. A relação apresentada não apresenta fundamento lógico.

8. E
As sociedades modernas que gradualmente desenvolveram uma lógica de produção mercantilizada
chegando até o capitalismo contemporâneo são sociedades conhecidas por admitir um maior trânsito
de indivíduos entre estratos sociais, ao contrário de outros modelos de estratificação que comumente
tinham uma justificativa ideológica fundada em mitos e religiões e determinavam o estrato do indivíduo
no seu nascimento.

9. D
a) Correta. A distribuição de renda desigual fica evidente nas moradias e na urbanização do local.
b) Correta. O IDH é obtido pela conjugação de vários indicadores de desenvolvimento social.
c) Correta. É nos membros do grupo pertencente à foto 1 que é focada a ação governamental para
dirimir desigualdades sociais, pois eles necessitam de intervenção estatal para correção de
desigualdades que estão além de suas possibilidades.
d) Incorreta. A questão étnico-racial faz parte da análise da desigualdade social, mas também interfere
na visão de investimento do capitalismo, que busca focar nos grupos sociais com maior poder
aquisitivo que podem lhe dar mais retorno.
e) Correta. Esses programas sociais servem para tentar fazer um ajuste nas desigualdades sociais de
origem histórica em nosso país.

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10. B
Essa questão visa evidenciar a polaridade brasileira entre ricos e pobres, estudiosos e analfabetos e
qualquer outra forma de desigualdade social. A música faz menção ao hábito brasileiro de só valorizar
saberes acadêmicos e desprezar qualquer tipo de manifestação cultural advinda das camadas mais
pobres da sociedade. Ao usar o termo “terra de doutor”, a canção tenta dizer que neste país a única
forma de mobilidade social é pelo estudo.

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