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ADVOCACIA

MÁRCIO SALES FALCÃO – OAB/SP Nº 336.982

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA

___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE BARRETOS – SÃO PAULO.

URGENTÍSSIMO

ALEXANDRA RODRIGUES DOS SANTOS,

brasileira, solteira, educadora, portadora da Cédula de Identidade RG de nº

40.504.981 SSP/SP e do CPF de nº 215.690.448-05, residente e domiciliada

nesta cidade de Barretos/SP na Rua Candido José de Paulo, nº 828 - Bairro

Barretos II – CEP: 14.781-268, por seu advogado (procuração em anexo), vem,

respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 5º inc

X da CF, arts. 186 e 927 do Código Civil, propor a presente:

AÇÃO COMUM C.C. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS COM PEDIDO

DE TUTELA DE URGENCIA ANTECIPADA

em face do: BANCO SANTANDER S.A, instituição financeira inscrita no CNPJ

nº 90.400.888/0001-42, localizada na Rua Amador Bueno nº 474, Santo

Amaro, na cidade de São Paulo – Estado de São Paulo – CEP: 04.752-005 ,

pelos fatos e fundamentos jurídicos que a seguir passa a expor:

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.I - DOS FATOS:-

A Requerente é educadora da Prefeitura Municipal de

Barretos, em virtude do vinculo empregatício, a mesma percebe sua

remuneração pelo Banco Requerido por exigência da Prefeitura onde a mesma

trabalha, através da conta corrente 01-007956-0, Agência 0820 – Barretos,

conforme se verifica pelo extrato ora juntados, conforme se verifica pelos

documentos inclusos.

Acontece que o Banco Requerido, descontou diretamente

da conta salário da Requerente:

Extrato Março
2.015   Debitados
     
Crédito de R$ R$
Salário 748,47 749,18

As quantias acima são referentes à recuperação de credito

em atraso, que não se sabe ao certo do que se trata, tal valor torna sua conta

negativa eo Banco Requerido se nega a devolver tal valor, deixando a

Requerente SEM SALÁRIO, SEM DINHEIRO e ainda com saldo devedor.

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É de se destacar Excelência, que a Requerente percebe

mensalmente já com os descontos e tributos, a quantia em média R$ 748,47

(setecentos e quarenta e oito reais e quarenta e sete centavos), e o Banco

Requerido absurdamente reteve todo o seu salário, deixando a Requerente

sem salário para sobreviver.

Excelência, não existe autorização nenhuma por parte da

Requerente para que o Banco Requerido proceda da forma que vem procedendo,

tais descontos estão causados sérios transtornos para a Requerente inclusive

de caráter alimentar, pois a mesma não está conseguindo honrar seus

compromissos, devido à bola de neve que o banco Requerido sempre vem

cobrando da Requerente por saldo negativo, entre outros, deixando a

Requerente sem salário.

Na verdade, o salário e também quaisquer depósitos da

Requerente esta sendo literalmente seqüestrado pelo Banco Requerido

ilegalmente, ato unilateral do mesmo, pois, ele não tinha essa autorização e nem

poder para fazer esse confisco, pois o confisco realizado está sendo para

quitar débito referente crédito em atraso e juros sobre juros.

O que temos Excelência é que o Requerido agiu e vem

agindo por conta própria, fazendo um verdadeiro tribunal de exceção, lançando

valores junto à conta corrente da Requerente para saldar dívida em atraso, e

pior, sem a devida autorização.

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Assim temos que o ato praticado pelo Banco Requerido,

vem gerando, como já gerou a Requerente grandes transtornos, como abalo

emocional, sendo que diante de tais fatos, podemos concluir que o Banco

Requerido agiu e esta agindo de forma negligente, pois jamais poderia ter

crédito valores referente a dívida de crédito em atraso, sendo descontado

diretamente na conta corrente da Requerente, pois inexisti autorização para

tanto, deixando claro que o Banco Requerido tem um serviço totalmente

defeituoso, falho e desumano.

Esses são os fatos em síntese.

.II - DO DIREITO:-

O Novo Código Civil, em seu artigo 186 é muito claro,

“in verbis”:

“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,

negligência ou imprudência, violar direito e causar dano

a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato

ilícito.”

Vejamos o artigo 927, § único do Novo Código Civil:

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e

187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.

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§ único. Haverá obrigação de reparar o dano,

independentemente de culpa, nos casos especificados

em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida

pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco

para os direitos de outrem.”

Além dos dispositivos invocados acima, o Requerido

também infringiu o Código de Defesa do Consumidor (art. 71) 1.

O ato de seqüestrar (reter, confiscar) o salário da

Requerente praticado pelo Requerido é manifestamente ilegal, já que o salário é

impenhorável, por força do artigo 649, inciso IV, do Código de Processo Civil.

A jurisprudência é esmagadora nesse sentido, anotamos:

“PENHORA – Bloqueio de numerário em conta corrente

- Constrição incidente sobre salário - Impossibilidade

- Art. 649, Inc. IV do Código de Processo Civil -

Existência de penhora nos autos suficiente para

garantir a execução - Desbloqueio determinado -

Recurso provido. (1º TACSP – AI 7005274-7 – (59239) –

São Paulo – Rel. Juiz Edgard Jorge Lauand – J.

03.05.2005).”
1
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmações
falsas, incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificada-
mente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:
Pena - Detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano e multa.

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“AGRAVO DE INSTRUMENTO – SALÁRIO –

IMPENHORABILIDADE – LEI – O salário é

impenhorável por força de Lei, não podendo ser

contristado para pagamento de dívida decorrente de

execução. (TJRO – AI 100.014.2001.009818-0 – 2ª C.Cív.

– Rel. Des. Miguel Monico Neto – J. 01.02.2006)”

A instituição financeira que faz a retenção de salário do

correntista para cobrir saldo devedor, seja de cheque especial, seja de cartão

de crédito, seja de seguro, seja qualquer tipo de dívida, sem a devida

autorização, pratica ato ilegal e indevido, além de gerar o dano moral, que in

casu é presumido.

A ilegalidade praticada pelo Requerido é latente no caso,

bem como, o dano moral sofrido pela Requerente.

Não há dúvida que o Banco Requerido constituiu-se em

verdadeiro Tribunal de Exceção, quando confiscou o salário da Requerente para

saldar débito. Ressalva-se, o Requerido não podia ter feito isso, como não tinha

autorização nem poder para realizar essa operação, retendo o salário da

Requerente.

Os danos morais na sua melhor definição é de sentido lato,

abrangendo toda a qualquer lesão, tanto que também é denominado imaterial, é

o que se dá em bem jurídico não material integrante do bem patrimonial.

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Dano Moral é o prejuízo resultante da ofensa à integridade

psíquica ou à personalidade moral, com possível ou efetivo prejuízo do

patrimônio.

A Carta Magna, promulgada em 05 de outubro de 1988, em

seu artigo 5º, inciso V, garante a todos os brasileiros e estrangeiros residentes

nesta nação, o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização

por dano material, moral ou a imagem. Porém já o inciso X, é de forma mais

amplo, declarando invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra das pessoas,

assegurando o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente da

violação sofrida.

Como se vê, toda a pretensão da Requerente, além de estar

amparada pelo ordenamento jurídico, tem esteio expresso de entendimento de

instanciais superiores, conferindo assim, verdadeira irresponsabilidade da

Requerida em praticar o ato acima descrito e demonstrado com farta

documentação.

E ainda o entendimento “data maxima venia” é, com inteira

razão, que a indenização deve ocorrer tendo em vista dois objetivos; compensar

o constrangimento sofrido pela vítima e atuar como uma advertência para

que o transgressor no sentido de que tal espécie de conduta não seja

praticada novamente.

Ademais, não obstante ao caráter ressarcitório da

indenização por danos morais, torna-se imprescindível acrescentar que a mesma

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desempenha também a função de punir e previnir para que o ofensor não

pratique, novamente, o ato danoso, em razão da denominada TEORIA DO

VALOR DO DESESTÍMULO (Apud, RUI STOCCO, in "Responsabilidade Civil e

Sua Interpretação Jurisdicional", 3ª edição, São Paulo: Ed. RT, 1997).

DA TUTELA DE URGÊNCIA ANTECIPADA

O artigo 294, parágrafo único do Novo Código de Processo

Civil, aduz que:

Art. 294: A tutela provisória pode fundamentar-se em

urgência ou evidência.

Parágrafo único: A tutela provisória de urgência,

cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter

antecedente ou incidental.

No que tange a sua concessão, disciplina o artigo 300 do

Novo Código de Processo Civil:

Art. 300: A tutela de urgência será concedida quando

houver elementos que evidenciem a probabilidade do

direito e o perigo de dano ou risco o resultado útil do

processo.

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Assim, os requisitos para a concessão da tutela de urgência,

funda-se no periculum in mora e no fumus boni iuris, segundo expressa

disposição do Código de Processo Civil em seu artigo 300 acima transcrito.

O periculum in mora e o fumus boni iuris , no caso em

testilha é patente, na medida em que a Requerente se encontra sem seu salário,

não podendo honrar seus compromissos diários, que são muitos, como o

pagamento de água, luz, telefone e outros comezinhos.

Assim estão presentes os requisitos necessários para


concessão da tutela de urgência de natureza antecipada.

Diante de todo exposto, requer-se:

Que seja deferida tutela de urgência no sentido que Vossa

Excelência determine que o Banco Requerido faça a imediata devolução das

quantias sequestradas do salário da Autora, totalizando a quantia de R$

749,18 (setecentos e quarenta e nove reais e dezoito centavos), quantia

esta que fora depositado na conta corrente n.° 01-007956-0, agência

0820, pelo seu empregador, deixando a quantia disponível para saque.

Expedindo-se o competente ofício.

No mais, requer ainda que seja deferida a tutela de

urgência no sentido de que o Banco Requerido não faça mais nenhum tipo de

desconto referente ao crédito em atraso, empréstimos ou juros junto a conta

da Requerente, sob pena de multa diária, expedindo-se ofício competente.

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Ademais, que seja arbitrada multa diária em caso de não

cumprimento da liminar, no valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais).

.III - DOS PEDIDOS:-

Em face do exposto requer:

A PROCEDÊNCIA da presente ação, para declarar a

nulidade do ato que transferiu (reteve/seqüestrou) todo o salário percebido

pela Autora junto a conta corrente n.º 01-007956-0, agência 0820, para saldar

créditos em atraso, disponibilizando assim a referida quantia de R$ 749,18

(setecentos e quarenta e nove reais e dezoito centavos) , para a Requerente,

bem como que o Banco Requerido abstenha de realizar novos seqüestros, e

por fim, que seja condenado o Requerido ao pagamento da indenização por

danos morais, sendo que o quantum indenizatório ficam postulados desde já

em R$ 20.000,00 (Vinte e Mil Reais), do qual deverá ser devidamente

atualizada na forma da Lei, a partir de sua fixação até o efetivo pagamento,

bem como os acréscimos legais, condenando ainda o Requerido ao pagamento de

honorários advocatícios, e demais cominações de estilo;

Ao final torne definitiva a tutela de urgência antecipada

acima vindicada;

Protesta provar o alegado, por todos os meios de prova em

direito admitidas, e desde já requeridas, principalmente pelo depoimento

pessoal do representante legal do requerido, sob pena de revelia e confesso,

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oitiva de testemunhas que posteriormente serão arroladas, juntada de novos

documentos, exames, perícias, expedição de ofícios e demais provas

necessárias para elucidar o feito.

Requer que Vossa Excelência inverta ônus da prova para o

Requerido por força do artigo 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor.

Por fim, diante de toda documentação juntada, informa

que NÃO TEM INTERESSE em realização de audiência de conciliação ou

mediação;

Dá-se a causa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais),

Nestes termos,

Pede deferimento.

Barretos/S.P., 18 de Março de 2016.

Márcio Sales Falcão

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