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Marco Teórico
Foi Dupré no início do século XX que criou o termo “Psicomotricidade”.
Conceitua-la hoje se torna um grande desafio. Primeiro porque se constitui em três
instâncias que se une que é o corpo, a mente e o movimento; Segundo por admitir uma
visão sistêmica sobre seu objeto de estudo, na tentativa de atender aproximadamente às
demandas da sociedade.
A Psicomotricidade busca conhecer o corpo nas suas relações múltiplas:
perceptivas, imaginarias e simbólicas, pretendendo assim, transformá-lo num
instrumento de ação sobre o mundo e num instrumento de relação e expressão com os
outros. Subentende uma concepção holística de aprendizagem, com o corpo vivido e
controlado, integrado e orientado no tempo e no espaço, aberto e disponível ao diálogo
com os objetos e com o outro, que tem por finalidade associar dinamicamente o ato ao
sentimento, ao pensamento, ao gesto, a palavra e o símbolo ao conceito. (VIEIRA et alii,
2005, p14).
A definição acima parece privilegiar o corpo em detrimento da mente, mas nos
deixa escapar elementos que são psíquicos, por exemplo: perceptivas, imaginarias e
simbólicas. Mostrando-nos que a comunicação (não)-verbal do corpo perpassa por uma
significação, seja ela por via da aprendizagem e da socialização. E que esta significação
se dar em movimento. Fonseca sendo citado por Vieira (idem,2005, p15) diz que em
Psicomotiridade, o psíquico e o motor não são uma conseqüência linear um do outro,
mas são os dois componentes, complementares, solidários e dialéticos, da mesma
totalidade sistêmica, encarando o corpo e a motricidade como componentes essenciais
da estrutura psicológica do Eu, na medida em que é na ação que toma consciência de si
próprio e do mundo.
Diversas escolas teóricas se apropriavam do termo Psicomotricidade,
contribuindo de maneira sistêmica na sua construção. Poderemos por assim citar as
seguintes abordagens:
• Neuropsicológica;
• Psicopatológica;
• Psiquiátrica;
• Genética;
• Bio-Psicológica;
• Yôga;
• Psicológica do Conhecimento;
• Psicanalítica
Para facilitar o jogo espontâneo simbólico são introduzidos alguns objetos nas
sessões de Psicomotricidade Relacional, de modo que facilite como objeto transicional e
objeto substitutivo. Para isto, utilizamos alguns materiais clássicos nas vivências, tais
como bolas, bambolês, cordas, bastões (macarrões), tecidos, jornais, caixas, pára-quedas,
etc. Além dos objetos propostos poderemos nos deparar com os objetos trazidos pela
criança, podendo ser simbolicamente a aceitação da criança em si mesma, com seus
medos, suas angustias, como também com seu poder, assim como propor outras
possibilidades, pode levá-la a ampliar suas condições para relacionar-se com o mundo.
(VIEIRA, 2005, p66).
Dois elementos que facilita este jogo espontâneo simbólico um é o espaço
simbólico. Que deve ser um lugar livre de julgamento de valor, seguro, com condições
adequadas para preservar o sigilo, com características essencialmente afetivas.
(VIEIRA, 2005, p97). E outro é a expressividade psicomotora do Psicomotricista
Relacional que vai facilitar o diálogo tônico com a criança, adolescente ou adulto. Para
isto se faz necessário seu trabalho pessoal, além da formação didática.
Os principais mediadores corporais usados para entrar na relação são: o gesto, a
voz, o olhar, a escuta, a colaboração e o acordo, a surpresa, a afirmação, a frustração, a
afetividade, etc.
Entre outras áreas de atuação, o que caracteriza a Psicomotricidade Relacional na
Escola? Sabendo que a interseção entre todas as áreas é por prezar uma abordagem de
promoção à saúde, com uma perspectiva qualitativa e, portanto com ênfase na saúde, não
na doença.
Segundo Piaget sendo citado por Vieira (2005, p139) “conhecer não consiste em
copiar a realidade, mas atuar sobre ela para transformá-la”. Muito antes de Jesus Cristo,
Heráclito já afirmava que tudo se movia. Aristóteles também não desconhecia tal
realidade. Por isso dava suas lições caminhando, no qual seus discípulos eram chamados
de Peripatéticos. Diferente de Platão inventor das academias e dos bancos escolares.
Como desde cedo o nosso conhecimento é através do corpo e dos sentidos,
Aristóteles acreditava que se o desejo de conhecimento estiver aquecido produziria um
prazer muito grande nos sentidos. Poderemos por assim dizer que através da brincadeira
é estimulado jogo espontâneo simbólico, desenvolvendo “a relação afetiva com o outro,
de acordo com as possibilidades e limites de cada um, em comum acordo com todos”.
Psicomotricidade Relacional nas Escolas “pretende promover a expressão de
professores e crianças em sua plenitude, recriando uma escola que se abre o espaço para
vivências de aspectos afetivos que permeiam a evolução da personalidade e a inserção
social”. (idem, p.140).
Leopoldo Vieira no IX Congresso Brasileiro de Psicomotricidade cita quatro
funções que normalmente se fazem visíveis:
• A prevenção de problemas nas relações interpessoais (comportamentos
agressivos, inibidos, passivos);
• Potencializar a socialização (desenvolvimento da conduta social baseado
em valores humanos éticos);
• Favorecer uma aprendizagem mais significativa onde às novas
informações e conhecimento, são conseqüências de novas estratégias
vividas nas relações durantes as sessões de Psicomotricidade Relacional.