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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO
DE ESTUDOS E PESQUISA..................................................................................................................... 6
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
FAMÍLIA................................................................................................................................................ 11
CAPÍTULO 1
FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA..................................................................................................... 11
CAPÍTULO 2
NÚCLEO FAMILIAR................................................................................................................... 13
CAPÍTULO 3
MATRICIALIDADE FAMILIAR...................................................................................................... 20
CAPÍTULO 4
NOVAS CONFORMAÇÕES FAMILIARES.................................................................................... 25
CAPÍTULO 5
CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA................................................................................ 29
UNIDADE II
POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA.................................................................................................................. 30
CAPÍTULO 1
FAMÍLIA E POLÍTICAS PÚBLICAS – SUAS..................................................................................... 30
CAPÍTULO 2
A FAMÍLIA E O SERVIÇO SOCIAL.............................................................................................. 42
CAPÍTULO 3
FAMÍLIA E DIREITO SOCIAL....................................................................................................... 47
CAPÍTULO 4
A FAMÍLIA COMO QUESTÃO SOCIAL NO BRASIL....................................................................... 55
CAPÍTULO 5
FAMÍLIA E POLÍTICAS PÚBLICAS – PNAS................................................................................... 58
UNIDADE III
FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE........................................................................................................ 62
CAPÍTULO 1
FAMÍLIA E SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA – VIOLÊNCIA, VIOLÊNCIA DOMÉSTICA,
HOMOSSEXUALIDADE/HOMOAFETIVIDADE............................................................................... 62
CAPÍTULO 2
FAMÍLIA E SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA – MERCADO DE TRABALHO E MULHER, PRIMEIRO
EMPREGO, DESEMPREGO....................................................................................................... 73
CAPÍTULO 3
FAMÍLIA E SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA – ALCOOLISMO E OUTRAS DROGAS, GRAVIDEZ NA
ADOLESCÊNCIA, IDOSOS........................................................................................................ 77
UNIDADE IV
MATERNIDADE E PATERNIDADE.............................................................................................................. 86
CAPÍTULO 1
MATERNIDADE: CONCEITOS CONTEMPORÂNEOS.................................................................... 86
CAPÍTULO 2
PATERNIDADE: CONCEITOS CONTEMPORÂNEOS..................................................................... 90
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 94
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
A pluralidade na contemporaneidade, o crescimento progressivo de arranjos culturais,
monogâmicos ou poligâmicos, hierárquicos e nucleares, têm sido foco de estudos, e
atualmente nos deparamos com a intenção de reorganizar e compreender o modo de
pensar sobre as novas formas de se relacionar e vivenciar a atual parentalidade, que é
o que vamos trabalhar durante toda esta apostila.
Ao lidar com os modos de ser, a novidade e o que já não é tão novo têm coexistência
temporal, dificultando uma melhor compreensão do significado único que a
define. Maior liberdade de valores leva a família a novas maneiras de medir seus
relacionamentos, papéis e funções. No entanto, na prática, a incorporação das
mudanças se dá de forma lenta e complexa, principalmente quando se trata de uma
divisão sexual do trabalho doméstico, na qual é importante acompanhar a cabeça se
comparada ao ser humano.
8
além de enfatizar a capacidade de cada um para criar novos vínculos e novas relações.
Dentro da teoria das relações, o desenvolvimento dessa capacidade de criar vínculos
está diretamente ligado à subjetividade do indivíduo. Pensando nas experiências,
teremos a vida e a adolescência como um contexto familiar para os demais ambientes
que contribuem para sua formação e maturação até a idade adulta.
Nas transformações do momento, notamos uma busca por referências que tenham
um relato da história da família atual, sobrepondo-se a uma questão biológica ou
vinculante.
Objetivos
» Refletir sobre o conceito de família e as configurações contemporâneas.
9
10
FAMÍLIA UNIDADE I
CAPÍTULO 1
Família contemporânea
Família é uma palavra única, permeada de diversos significados. As pessoas têm muitas
maneiras de definir uma família e o que ser parte de uma família significa para elas. As
famílias diferem em termos econômicos, culturais, sociais e muitas outras facetas, mas
o que todas têm em comum é o fato de darem muita importância aos familiares.
11
UNIDADE I │ FAMÍLIA
A família tradicional cujo termo era utilizado para um casal heterossexual com filhos
biologicamente relacionados está em declínio. Em vez disso, um número crescente
de crianças é adotado por pais, mães, pais solteiros e padrastos, com muitas crianças
entrando e saindo de diferentes estruturas familiares à medida que crescem. Essas
famílias são muitas vezes referidas coletivamente como “famílias não tradicionais”.
resultado principalmente da separação ou divórcio dos pais e da formação de novos
relacionamentos coabitantes ou conjugais.
O termo “novas famílias” é usado para se referir a formas de família que ou não existem
ou foram escondidos da sociedade até a última parte do século XX e que representam
um afastamento mais fundamental das estruturas familiares tradicionais do que
fazer famílias não tradicionais formadas por relacionamentos diversos. Estes incluem
famílias criadas por tecnologias de reprodução assistida que envolvem Fertilização In
Vitro (FIV), doação de óvulos, inseminação de dadores, doação de embriões e sub-
rogação, bem como famílias de mães, pais homoafetivos e mães solteiras por escolha.
A FIV tem atraído muita publicidade, visto que a reprodução assistida envolve a doação
reprodutiva, ou seja, a doação de gametas (espermatozoides ou óvulos), embriões
ou a gravidez para outra mulher e isso teve um impacto fundamental na família.
Filhos nascidos por meio de doação de óvulos carecem de um link genético para sua
mãe, enquanto crianças nascidas por meio de doação de esperma (inseminação de
doadores) não têm uma conexão genética com o pai. Com doação de embriões, tanto o
óvulo quanto o esperma são doados, e nenhum dos pais é geneticamente relacionado
à criança. Isso envolve uma mulher que hospeda uma gravidez para outra mulher, e
os filhos não têm vínculo gestacional com a mãe deles. Eles também não têm um link
genético com sua mãe se o ovo do substituto foi usado em sua concepção.
12
CAPÍTULO 2
Núcleo familiar
Considerar que os amigos são tão próximos ou mais próximos do que os familiares
extensos (ou imediatos) é uma prática comum na contemporaneidade. As pessoas
que perderam membros próximos da família podem criar uma unidade familiar
de amigos com interesses e metas semelhantes para se tornarem substitutos ou
melhorias na falta de estrutura familiar. Esse tipo de unidade familiar, embora não
seja tradicional, pode ser tão próximo, se não mais próximo, do que uma estrutura
tradicional. Amigos são escolhidos por um indivíduo; às vezes, essas pessoas podem
ser mais especiais ou importantes do que a família com a qual uma pessoa nasceu.
Além disso, algumas pessoas que têm famílias de apoio também têm uma extensa
rede de amigos que consideram ser uma segunda família ou como adições ao seu
sangue ou parentes legais.
13
UNIDADE I │ FAMÍLIA
Uma das funções primárias da família envolve fornecer uma estrutura para a produção
e reprodução de pessoas biologicamente e socialmente. Isso pode ocorrer por meio do
compartilhamento de substâncias materiais (como alimentos); dar e receber cuidados e
nutrir (nutrir o parentesco); direitos e obrigações legais; e laços morais e sentimentais.
Assim, a experiência de alguém da família muda ao longo do tempo. Do ponto de vista
das crianças, a família é “família de orientação”: a família serve para localizar as crianças
socialmente e desempenha um papel importante na sua enculturação e socialização. Do
ponto de vista dos pais, a família é uma “família de procriação”, cujo objetivo é produzir
e socializar as crianças. No entanto, produzir crianças não é a única função da família.
Em sociedades com divisão sexual do trabalho, o casamento relação resultante entre
duas pessoas, é necessário para a formação de um agregado familiar economicamente
produtivo.
Uma família monoparental é aquela em que um dos pais vive junto com seus
filhos, em que o pai ou é viúvo, divorciado e não se casou novamente ou nunca se
casou. Os pais podem ter a custódia exclusiva dos filhos ou os pais podem ter um
arranjo parental compartilhado, em que os filhos dividem seu tempo igualmente
entre duas famílias monoparentais diferentes ou entre uma família monoparental
e uma família mista. O bem-estar físico, mental e social é menor para os filhos de
custódia exclusiva, em comparação com as crianças em famílias nucleares ou com
os arranjos parentais compartilhados. O número de famílias monoparentais tem
aumentado, e cerca de metade de todas as crianças nos Estados Unidos viveu em
famílias monoparentais em algum momento antes de atingirem a idade de 18 anos.
As famílias são chefiadas por uma mãe, mas o número de famílias monoparentais
chefiadas por pais está aumentando.
14
FAMÍLIA │ UNIDADE I
Uma família “matrifocal” é aquela em que uma mãe vive somente com seus filhos.
Geralmente, essas crianças são seus descendentes biológicos, embora a adoção de
crianças seja uma prática em quase todas as sociedades. Esse tipo de família ocorre
comumente onde as mulheres têm recursos para criar seus filhos sozinhas ou onde os
homens são mais móveis do que as mulheres. Como definição, “um grupo familiar ou
doméstico é matrifocal quando centrado em uma mulher e seus filhos. Nesse caso, o(s)
pai(s) dessas crianças estão intermitentemente presentes na vida do grupo e ocupam
um lugar secundário. A mãe das crianças não é necessariamente a esposa de um dos
pais das crianças”.
O termo família mista ou família adotiva descreve famílias com pais heterossexuais:
um ou ambos os pais se casaram novamente, trazendo filhos da antiga para a nova
família. Também na sociologia, a família tradicional refere-se a uma família de classe
média com um pai que exerce a atividade remunerada e uma mãe que se ocupa das
atividades de gestão doméstica, casados entre si e educando seus filhos biológicos e não
tradicionais às exceções dessa regra.
Uma família monogâmica é baseada em uma monogamia legal ou social. Nesse caso,
um indivíduo tem apenas um parceiro (oficial) durante a vida ou a qualquer momento
(por exemplo, monogamia em série). Isso significa que uma pessoa pode não ter vários
cônjuges legais ao mesmo tempo, pois isso é geralmente proibido pelas leis da bigamia,
em jurisdições que exigem casamentos monogâmicos.
15
UNIDADE I │ FAMÍLIA
A poliandria é uma forma de casamento em que uma mulher relaciona-se com dois
ou mais maridos ao mesmo tempo. A poliandria fraterna, em que dois ou mais irmãos
são casados com a mesma esposa, é uma forma comum de poliandria. A poliandria era
tradicionalmente praticada em áreas das montanhas do Himalaia, entre os tibetanos no
Nepal, em partes da China e em partes do norte da Índia. A poliandria é mais comum em
sociedades marcadas por altas taxas de mortalidade masculina ou em que os homens
muitas vezes estarão separados do resto da família por um considerável período.
Graus de parentesco
Um parente de primeiro grau é aquele que compartilha 50% do seu DNA por meio de
herança direta, como um irmão completo, pai ou progênie.
Tabela 1. Parentescos.
16
FAMÍLIA │ UNIDADE I
Essas famílias, por vezes, enfrentam problemas difíceis, além do fato de terem
que criar seus filhos por conta própria, por exemplo baixa renda, dificultando o
pagamento de aluguel, cuidados infantis e outras necessidades para um lar saudável
e seguro. Os membros das famílias nucleares de membros da própria família nuclear
(antiga) podem ser classificados como lineares ou como colaterais.
17
UNIDADE I │ FAMÍLIA
» Avó:
» Neto:
Para parentes colaterais, termos mais classificatórios entram em jogo, termos que não
se baseiam nos termos usados na família nuclear:
Quando outras gerações intervêm (em outras palavras, quando os parentes colaterais
pertencem à mesma geração que os avós ou netos), os prefixos “grande” ou “grandioso”
modificam esses termos. Além disso, como acontece com os avós e netos, à medida que
mais gerações intervêm, o prefixo se torna “bisavó”, acrescentando outro “grande” para
cada geração adicional. A maioria dos parentes colaterais nunca foi membro da família
nuclear dos membros da própria família nuclear.
18
FAMÍLIA │ UNIDADE I
Primos de uma geração mais velha (em outras palavras, os primos de primeiro grau
de seus pais), embora tecnicamente primos de primeiro grau uma vez removidos,
são frequentemente classificados como “tias” e “tios”. Da mesma forma, uma
pessoa pode se referir a amigos próximos dos pais como “tia” ou “tio”, ou pode se
referir a amigos próximos como “irmão” ou “irmã”, usando a prática do parentesco
fictício.
19
CAPÍTULO 3
Matricialidade familiar
A PNAS é uma política que, junto com as políticas setoriais, considera as desigualdades
socioterritoriais, visando ao seu enfrentamento, à garantia dos mínimos sociais, ao
provimento de condições para atender à sociedade e à universalização dos direitos
sociais.
Assim, a nova concepção de assistência social como direito à proteção social, direito
à seguridade social tem duplo efeito: o de suprir sob dado padrão pré-definido um
recebimento e o de desenvolver capacidades para maior autonomia. Nesse sentido,
ela é aliada ao desenvolvimento humano e social e não tuteladora ou assistencialista,
ou ainda tão só provedora de necessidades ou vulnerabilidades sociais.
A Assistência Social tem como foco principal a proteção social. O que antes era
benefício dos que, de alguma maneira, contribuíam, atualmente é direito de todos,
mesmo que os que nunca contribuíram têm por obrigação prover o mínimo social
garantindo as Necessidades Humanas Básicas (NHB).
20
FAMÍLIA │ UNIDADE I
Como tornar direta a opção PNAS em colocar a família em foco assistência social, tem
uma adoção do princípio da matri-sociofamiliar, entre os que governam o Sistema Único
de Assistência Social (SUAS). Segundo a PNAS, a matricidade sociofamiliar refere-se
à centralidade da família como núcleo social fundamental para a eficácia de todas as
ações e serviços da política de assistência social.
21
UNIDADE I │ FAMÍLIA
A PNAS tem por princípio a vulnerabilidade e análise dos riscos sociais e como diretriz
a proteção social das pessoas, bem como o núcleo de apoio desse indivíduo (“família”)
e as circunstâncias de onde vive.
A Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), no art. 1o, descreve que a assistência social
é algo de direito do indivíduo e dever do Estado; não cabe contribuição este deve ofertar
o mínimo de sobrevivência humana, sendo que os princípios entram em consonância
com a LOAS no art. 4º:
22
FAMÍLIA │ UNIDADE I
Como diretriz, a PNAS deve prever o que se tem na Constituição Federal de 1988
e na Loas, com:
» descentralização político-administrativa;
» participação da população;
» ciclos de vida;
23
UNIDADE I │ FAMÍLIA
Nesse sentido, somos instigados a pensar a família de sua jornada, sua inserção
e seus direitos sociais e, como consequência, uma intervenção em bases teórico-
metodológicas e técnico-operativas que tome essa perspectiva de análise. Essa
causa traz novos debates para entender uma família PNAS, uma vez que deixa de
ser um dos pilares das ações de cuidado e ser agente principal na formulação e
implementação da política pública de assistência social, com foco pela busca de
justiça social.
24
CAPÍTULO 4
Novas conformações familiares
Atualmente a evolução do Direito de Família traz uma reflexão, já que passamos por
uma inversão de valores, pela liberação sexual das mulheres, pela igualdade jurídica
dos cônjuges e dos companheiros, pela modificação dos padrões de conduta social e
das estruturas de convívio familiar, e tantos outros fatos que demonstram a relevância
e atualidade do tema versado.
Observa-se que a atualidade traz a família com novos conceitos, tendo como elemento
identificador a afetividade, situação que ocasionou o aparecimento de outras
conformações e terminologias familiares, tais como: entidade familiar, união estável,
uniões homoafetivas, família monoparental, família anaparental, reprodução assistida,
concepção homóloga, heteróloga, filiação socioafetiva e outras.
25
UNIDADE I │ FAMÍLIA
Assim como os valores sociais mudam, o Direito, como ciência jurídica dinâmica
que é, deve também acompanhar essas mutações e encontrar soluções viáveis
utilizando-se de todos os recursos que lhes são postos à disposição.
A reflexão acerca do novo cenário da família atual se faz necessária para trazer à
tona a necessidade de se ter um entendimento interdisciplinar sobre a temática,
observando a mudança de comportamento dos membros familiares ao longo dos
tempos e a análise da sexualidade humana, pois deve-se refletir sobre Ciências para
que sejam rompidos os obstáculos para o reconhecimento dos direitos a esses novos
arranjos familiares.
26
FAMÍLIA │ UNIDADE I
adolescência e mães solteiras e casamento entre pessoas do mesmo sexo, além de maior
interesse na adoção. Movimentos sociais como o movimento feminista e o pai de dona
de casa contribuíram para a criação de formas familiares alternativas, gerando novas
versões da família.
Uma mãe ou pai solteira(o) é uma mãe/pai que cuida de um ou mais filhos sem a
assistência do outro pai/mãe biológico(a). Historicamente, famílias monoparentais
muitas vezes resultaram da morte de um cônjuge, por exemplo, no parto. Esse termo
pode ser dividido em dois tipos: pai/mãe solteira(o) e co-pai/mãe. Um pai/mãe
sozinho(a) está gerenciando todas as responsabilidades da criação dos filhos por conta
própria, sem assistência financeira ou emocional. Um pai único pode ser um produto de
abandono ou morte do outro progenitor, ou pode ser uma única adoção ou inseminação
artificial. Um co-pai (mãe) é alguém que ainda recebe algum tipo de assistência com a
criança/ filhos.
Tipos de parentesco
Patrilinear
27
UNIDADE I │ FAMÍLIA
herança de propriedade, direitos, nomes ou títulos por pessoas relacionadas por meio
de parentes masculinos.
Uma patrilina (“linhagem paterna”) é o pai de uma pessoa e ancestrais adicionais que
são traçados apenas por machos. A patrilinha é, portanto, um registro da descendência
de um homem no qual os indivíduos de todas as gerações intermediárias são do sexo
masculino. Na antropologia cultural, uma patrilinhagem é um grupo de parentesco
masculino e feminino consanguíneo, cada um dos quais é descendente do ancestral
comum por meio de antepassados masculinos.
Matrilineal
Também pode se correlacionar com um sistema social em que cada pessoa é identificada
com sua matrilina, a linhagem de sua mãe e que pode envolver a herança de propriedade
e títulos. Uma matrilina é uma linha de descendência de um ancestral feminino para
um descendente em que os indivíduos de todas as gerações intermediárias são mães em
outras palavras, uma “linhagem materna”.
Descendência bilateral
28
CAPÍTULO 5
Convivência familiar e comunitária
Cabe ressaltar que esse plano visa também a romper com a visão fragmentada de
crianças e adolescentes, e suas ações e estratégias devem ser de modo articulado
com os diversos setores públicos e as demais entidades ligadas a infância, com
vistas a emancipação deles e de suas famílias e o estímulo a convivência, sentimento
de pertencimento a sua comunidade e cuidado protetivo.
CAPÍTULO 1
Família e políticas públicas – SUAS
30
POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA │ UNIDADE II
O CNAS foi instituído pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS (Lei no 8742, de
7 de dezembro de 1993), como órgão superior de deliberação colegiada, vinculado à
estrutura do órgão da Administração Pública Federal responsável pela coordenação da
Política Nacional de Assistência Social (atualmente, o Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome), cujos membros, nomeados pelo Presidente da República,
têm mandato de 2 (dois) anos, permitida uma única recondução por igual período.
A gestão das ações na área de assistência social é organizada sob a forma de sistema
descentralizado e participativo, denominado: Suas, Sistema público não contributivo,
descentralizado e participativo, destinado à gestão da Assistência Social, por meio
da integração das ações dos entes públicos (União, Estados, Municípios e DF) e das
entidades privadas de assistência social.
31
UNIDADE II │ POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA
A Assistência Social não é uma política exclusiva de proteção social, ela articula os
serviços e benefícios com as demais políticas, estabelecendo a Seguridade Social como
um grandioso sistema.
Assim, o povo brasileiro tem garantias constitucionais que garante mínimos sociais
como direitos e não mais como benesse governamental voltado a todos aqueles que
precisarem, porém o fato se firma na deslegitimação dos direitos sociais em que
coloca as regulamentações normativas presas aos vieses burocráticos e políticos
em que engessam o atendimento aos cidadãos carentes.
Logo, vale ressaltar sobre o real significado da seguridade social para a vida
brasileira, propondo perceber a assistência social como um direito real voltado
32
POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA │ UNIDADE II
A assistência social tem como principal alicerce da seguridade social combater os males
ocasionados pela expansão latente da questão social e suas expressões na sociedade
capitalista brasileira.
A Constituição Federal de 1988 ainda se tem por deslegitimado esse direito e, por
isso, não se tem como perceber essa tranquilidade pelas famílias brasileiras haja
vista a inexistência da cultura do direito de modo empírico-material.
Nessa direção, cabe situar também que esse direito garantido constitucionalmente
não se faz como uma benesse Estatal, mas corresponde a uma tentativa de minimizar
os efeitos do neoliberalismo implantado na sociedade brasileira, bem como uma
33
UNIDADE II │ POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA
Paralelo a essa assertiva, expõe-se também que esse direito não emerge sem fundamento,
mas decorre do pensamento do Estado de Bem-Estar Social em que, ao mesmo tempo
em que promove os direitos, coloca-os sobre a responsabilidade do custeio por parte da
própria sociedade.
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
34
POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA │ UNIDADE II
O Suas tem um enfoque na proteção social, sendo que organiza suas ações por
níveis de complexidade, o que estabelece dois tipos de proteção social:
» Básica (PSB); e
35
UNIDADE II │ POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA
humana e à família, assim como referentes aos laços afetivos e relacionais. Requer,
portanto, a antecipação de situações de risco por meio do conhecimento prévio
do território e das famílias, das demandas sociais e dos níveis de desproteção
social a que estão expostos aqueles que vivem em situação de vulnerabilidade
social, decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo
acesso aos serviços públicos, entre outros) e/ou fragilização de vínculos afetivos –
relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero
ou por deficiências, entre outras).
Assim, pode-se dizer que ela se destina àqueles que necessitam dessas ofertas
devido a vivência de situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza,
privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, entre
outros) e/ou fragilização de vínculos afetivos relacionais e de pertencimento
social.
36
POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA │ UNIDADE II
37
UNIDADE II │ POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA
Fonte: <https://fpabramo.org.br/acervosocial/wp-content/uploads/sites/7/2017/08/009capa.jpeg>.
O Suas é organizado pela União, por meio de seu ministério, que até 2018 tinha um
ministério próprio para cuidar da política de assistência social que era o MDS Ministério
do Desenvolvimento Social e combate à fome, a partir de 2019, com a nova gestão, todo
o desenvolvimento e gestão da PNAS/SUAS foi incorporado ao Ministério da Cidadania,
coordenado pela Secretaria Nacional de Assistência Social.
» órgãos gestores;
Também são parte do sistema todos os trabalhadores que planejam e operam a política
em todo o território nacional.
38
POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA │ UNIDADE II
Logo, entre as funções PNAS cabe garantir proteção social, prevenir/reduzir situações
de risco social e pessoal; proteger pessoas e famílias em situação de vulnerabilidade,
considerando a multidimensionalidade da pobreza; criar medidas e possibilidades
de socialização e inclusão social; efetuar vigilância socioassistencial; monitorar as
exclusões e os riscos sociais da população; assegurar direitos socioassistenciais
Na PNAS (2004) e na NOB (2005), a Proteção Social Básica está referida a ações
preventivas, que reforçam a convivência, a socialização, o acolhimento e a inserção,
e possuem um caráter mais genérico e voltado prioritariamente para a família; e visa
desenvolver potencialidades, aquisições e fortalecimento de vínculos familiares e
comunitários e se destina a populações em situação de vulnerabilidade social.
A definição dos campos de proteção social (básica ou especial) que compete à assistência
e às demais políticas sociais é fundamental, não por mero preciosismo conceitual, mas
por outras razões. Primeiro porque o sentido de proteção social extrapola a possibilidade
de uma única política social e requer o estabelecimento de um conjunto de políticas
39
UNIDADE II │ POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA
Desse modo, à Assistência Social não se pode atribuir a tarefa de realizar exclusivamente
a proteção social. Esta compete, articuladamente, às políticas de emprego, saúde,
previdência, habitação, transporte e assistência, nos termos do art. 60 da Constituição
Federal.
40
POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA │ UNIDADE II
Nessa direção, cabe refletir mais acentuadamente o que vem a ser o direito
a Assistência Social, refletindo ,a partir daí, as razões de ser um direito público
negligenciado.
O centro de ação da política de assistência social é a família, vista como elo integrador
das ações e como foco de programas específicos. Todos os programas que visam à
inserção e à reinserção familiar são prioritários na política de assistência social.
41
CAPÍTULO 2
A família e o serviço social
Havia dois tipos de família: nobre e camponesa. A nobre era a senhoria, e a camponesa
era composta dos agricultores. O século XVIII é marcado pelo surgimento da família
nuclear: pai, mãe e filhos; em que o pai era o provedor e a mãe o cuidador.
Cabe aqui fazer um breve destaque a respeito do trabalho técnico social desenvolvido
no Brasil em relação a família: eram sempre atividades direcionadas a partir de uma
moral normatizadora e disciplinadora e destinadas geralmente à mulher.
42
POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA │ UNIDADE II
Nessa lógica, dentro da política de assistência social, por meio de sua inserção nos
serviços e programas nos três níveis de proteção social, há o papel de fornecer suporte
a famílias e indivíduos, por meio da escuta qualificada, da acolhida e do atendimento
social sistematizado com vistas a enfrentar vários desafios e riscos.
A PNAS, tendo como referência o Paif, Serviço de atendimento integral à família, que
é desenvolvido no âmbito do CRAS, na proteção social básica, destaca a concepção
de família como conjunto de pessoas que se acham unidas por laços consanguíneos,
afetivos e/ou de solidariedade”; portanto, partem de uma visão ampliada de família,
reconhecendo que não há um único modelo e/ou formação de família (BRASIL,
2004).
43
UNIDADE II │ POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA
Diante do exposto, por intermédio do trabalho nas diversas áreas, pode fortalecer
a luta emancipatória dos usuários por meio de sua escolha teórico-metodológica e
ético-política.
Contudo, pode-se dizer que a profissão vem avançando no que tange a seu papel dentro
do trabalho social que se exige a política pública. No sentido de romper com velhas
concepções, deslocadas da realidade, em uma visão de Serviço Social não delimita essa
forma de reconhecimento de uma profissão que não é assumir o determinante histórico
que é a social questão.
44
POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA │ UNIDADE II
espaço social. Essa questão faz sentido de uma das mais recentes perspectivas sobre o
futuro.
45
UNIDADE II │ POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA
Fonte: <https://www.mundonovo.ms.gov.br/2019/03/22/cras-sao-jorge-realizou-reuniao-mensal-com-familias-do-paif/>.
Cabe ainda dizer que deve-se pensar e criar estratégias de ações a partir do reconhecimento
destas enquanto sujeitos de direitos e que estão passando por momentos em que,
com o acompanhamento social realizado de acordo com suas demandas, podem ter
possibilidades de superação e, assim, alcançar sua emancipação, buscar sempre formas
de fortalecer e encorajar as famílias e, no âmbito institucional, estar disponível para
debater e melhorar constantemente o atendimento prestado por meio das políticas
públicas sociais.
46
CAPÍTULO 3
Família e direito social
Essas relações sociais podem existir em uma multiplicidade de diferentes tipos de redes,
que existem em diferentes escalas sociais. Estes variam de laços familiares a outras redes
informais (incluindo amigos e companheiros de trabalho), a relações comunitárias ou
“sociais” que as pessoas têm com pessoas que não conhecem pessoalmente.
O capital social de nível familiar tem sido o foco de pesquisadores, que observam que a
importância do capital social nas famílias traz uma série de resultados positivos para os
membros, particularmente nos resultados de educação e emprego dos jovens. Quando
falamos de capital social da família, estamos falando de laços familiares que confiam
e se apoiam mutuamente. Embora a coesão familiar seja um conceito mais amplo, o
capital social familiar está intimamente relacionado a qualidades particulares de coesão
familiar, como vínculo, envolvimento afetivo, apoio e ajuda.
Embora tenha sido dada alguma atenção ao capital social nas famílias, este na comunidade
mais ampla tem sido frequentemente o foco da literatura. As relações familiares eram
mais eficazes para reforçar as normas do grupo e sancionar o comportamento não
recíproco quando a família estava inserida em uma rede de laços comunitários densos.
47
UNIDADE II │ POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA
de valores compartilhados. Esse tipo de capital social é visto como um bem público,
pensado para gerar resultados positivos para comunidades inteiras.
Há um sentido em que o papel da família foi idealizado como o local mais produtivo
do capital social e, portanto, um pilar da virtude cívica e da democracia. A natureza
dessa idealização é que se presume que as famílias fornecerão modelos de bons
relacionamentos e virtudes cívicas.
Enquanto os mecanismos pelos quais as famílias geram capital social nas comunidades
raramente são articulados, acredita-se que eles incluam o papel das famílias na criação
de redes sociais e na transmissão de normas comportamentais. Por exemplo, é provável
que onde as crianças experimentam conexões de boa qualidade com a comunidade e a
sociedade civil por meio de suas famílias, isso levará a uma maior propensão para essas
crianças se tornarem cidadãos engajados e ativos na idade adulta. Geralmente, quando
as crianças são expostas ao comportamento cooperativo no início da vida, elas são mais
propensas a se tornarem adultos cooperativos.
Em termos gerais, a família pode ser vista como uma instituição intermediária por
meio da qual os indivíduos estão ligados à sociedade. O relacionamento e a formação
da família podem ser importantes transições de vida a esse respeito. A formação de
relacionamentos não apenas une dois indivíduos, mas também, tipicamente, suas
48
POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA │ UNIDADE II
A extensão em que as crianças são um canal para o capital social na comunidade também
foi explorada em pesquisas anteriores, mas as descobertas foram misturadas.
Nas últimas quatro décadas, as famílias foram transformadas pelas altas taxas de
separação e divórcio, aumentando a popularidade da coabitação, os posteriores anos no
casamento e os níveis decrescentes de fertilidade. Isso levou a mudanças dramáticas na
forma familiar, com um aumento substancial no número de famílias monoparentais e
famílias de famílias isoladas, e os agregados familiares agora sendo consideravelmente
menores.
As normas que regem a vida familiar também estão passando por mudanças, sendo
principalmente obrigatórias para negociação. Os papéis em mudança de homens
e mulheres significaram maior liberdade e flexibilidade de entrada e saída de
relacionamentos, na definição de relacionamentos e na organização de responsabilidades
profissionais e familiares, pelo menos em algumas famílias.
Uma mudança em direção ao “relacionamento puro”, pelo qual ele quer dizer: “uma
relação social que é assumida por si mesma, pelo que pode ser derivado por cada pessoa
de uma associação sustentada com outra; e que é continuado apenas na medida em
que se pensa que ambas as partes entregam satisfações suficientes para cada indivíduo
permanecer nela.
49
UNIDADE II │ POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA
O que isso significa na prática é que os relacionamentos são cada vez mais baseados
em estruturas normativas negociadas e são altamente individualizados – as pessoas
decidem como querem viver juntas e como desejam colaborar e se comunicar. E a
intimidade negociada não se restringe aos casais. O domínio das relações de parentesco é
também cada vez mais negociado, em vez de governado por regras estritas e expectativas
normativas, sendo baseado em empatia e afinidade, em vez de obrigação e dever.
Para elaborar, a tese declínio da família vê aumento das taxas de divórcio e separação,
aumento do número de famílias monoparentais, aumento da participação da força
de trabalho das mulheres e aumento do individualismo nas relações, como um
enfraquecimento dos laços familiares e normas de confiança e reciprocidade (capital
social) na vida familiar.
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POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA │ UNIDADE II
O que pode, por sua vez, relacionar-se com o capital social da comunidade. Por
exemplo, o divórcio está associado a tensão financeira e a problemas de saúde, e
esses fatores, por sua vez, restringem a capacidade de um indivíduo em participar
de várias atividades comunitárias. Outro exemplo é que o aumento da participação
da força de trabalho das mulheres pode estar ligado ao declínio do capital social da
comunidade, porque as restrições de tempo associadas ao emprego remunerado
podem dificultar outras formas de participação comunitária e atividade voluntária.
Pesquisas anteriores fornecem algum suporte para essa explicação. Isso mostra que
as mães com filhos, sem a presença do marido, têm menores níveis de educação e
recursos financeiros do que as mães do casal, e que esses recursos são um importante
preditor do capital social da comunidade.
As mulheres que trabalhavam em tempo parcial eram as que mais confiavam e eram
engajadas – mais do que as mulheres que trabalhavam em período integral e as
mulheres que não trabalhavam fora de casa.
Isso sugere que o emprego remunerado das mulheres não é um problema em si, mas
que longas horas de trabalho remunerado podem não ser conducentes a altos níveis
de confiança e participação da comunidade entre as mulheres. No entanto, para
os homens, mais horas de trabalho remunerado estavam vinculadas a um maior
envolvimento da comunidade.
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UNIDADE II │ POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA
Também é possível que essas mudanças na vida familiar não estejam de fato relacionadas,
ou positivamente relacionadas, ao capital social da comunidade. Os teóricos da família
que interpretam as mudanças na vida familiar em uma luz positiva apontam que,
embora alguns laços familiares possam ter enfraquecido, outros podem ter se tornado
mais fortes.
Por exemplo, enquanto as mulheres podem dedicar mais tempo ao trabalho remunerado,
os homens se envolveram mais na educação de seus filhos. E, embora o divórcio possa
envolver o enfraquecimento de alguns vínculos, ele pode fortalecer os relacionamentos
entre outros membros da família e abrir oportunidades para a formação de novos
relacionamentos.
Finalmente, uma perspectiva alternativa sobre a relação entre o capital social familiar
e comunitário evidencia as possíveis tensões entre os dois. Dessa perspectiva, a família
pode, de fato, ser opositora ao capital social na comunidade. Em circunstâncias de
“familismo”, os laços e obrigações familiares e de parentesco são elevados acima de
outros tipos de laços e obrigações sociais, e a lealdade à família “afasta” os laços mais
fracos da comunidade.
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POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA │ UNIDADE II
A questão abrangente que essa temática quer apresentar é como a vida familiar
se relaciona com o capital social da comunidade. Ao fazer isso, planejamos
especificamente testar a tese do declínio da família, que gera três hipóteses-chave.
A primeira hipótese é que várias características-chave da família que se tornaram
cada vez mais comuns estarão associadas a níveis mais baixos de capital social da
comunidade. Em particular:
Além disso, de acordo com a tese de declínio da família, a principal razão para essas
características familiares estarem associadas a níveis mais baixos de capital social da
comunidade é porque elas estão associadas a um declínio do capital social dentro das
famílias e o capital social familiar é uma fonte-chave de comunidade. Consistente com
a tese do declínio, esperamos descobrir que:
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UNIDADE II │ POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA
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CAPÍTULO 4
A família como questão social no Brasil
Por conta da crise dos padrões de produção, do trabalho e das recentes transformações
da sociedade, entendemos que a questão social reverbera a partir dos processos de
industrialização tendo como apoio as relações antagônicas entre o sistema capitalista e
o trabalho no interior dos processos de produção (NETTO, 2004)
A origem da questão social está no trabalho coletivo e o fruto desse trabalho coletivo, não
sendo compartilhado de forma igualitária a quem o produziu, e, por conseguinte, esse
resultado do trabalho coletivo, sendo privado a quem detém o capital. (IAMAMOTO,
2013).
Esses programas são foco de intervenção de vários profissionais com formação na área
das ciências sociais e humanas. É nesse contexto que floresce o debate sobre a questão
social e suas expressões, como violência, fome, conflitos, entre outros.
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UNIDADE II │ POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA
E a centralidade das famílias nas políticas sociais, exige novas formas de sociabilidade
via programas sociais.
O assistente social tem, na questão social, base de sua fundação enquanto especialização
do trabalho; ou seja, tem nela o elemento central do seu fazer profissional ante a
realidade cotidiana.
Nessa interface, os assistentes sociais são chamados a intervir nas relações sociais
cotidianas, visando à ampliação e consolidação da cidadania na garantia dos direitos
civis, políticos e sociais aos segmentos menos favorecidos e mais vulnerabilizados
socialmente trabalhadores, crianças, adolescentes, idosos, pessoas com deficiência,
mulheres, pessoas de diversos grupos étnicos e raciais, população LGBTQI+ famílias
nas suas amplas e diversas configurações.
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POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA │ UNIDADE II
A atual desregulamentação das políticas públicas e dos direitos sociais desloca a atenção à
pobreza para a iniciativa privada ou individual, impulsionada por motivações solidárias
e benemerentes, submetidas ao “arbítrio do indivíduo isolado, e não à responsabilidade
pública do Estado.
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CAPÍTULO 5
Família e Políticas Públicas – PNAS
Entende-se que o trabalho com famílias deve considerar novas referências para a
compreensão dos diferentes arranjos familiares, superando o reconhecimento de um
modelo único baseado na família nuclear, e partindo do suposto de que são funções
básicas das famílias: prover a proteção e a socialização dos seus membros; constituir-se
como referências morais, de vínculos afetivos e sociais; de identidade grupal, além de
ser mediadora das relações dos seus membros com outras instituições sociais e com o
Estado.
Funções da PNAS
Dentre as funções da PNAS, cabe destacar a função econômica e a socializadora.
A primeira refere-se ao dever de uma família de prover suas necessidades de
sobrevivência, o qual deve ser incorporado no processo de geração de tais provedores,
seja dentro ou fora da unidade familiar e tendo uma base determinada na família.
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POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA │ UNIDADE II
Além disso, como funciona a família, a PNAS hoje traz um novo conjunto de arranjos
familiares, ao mesmo tempo em que a linguagem nuclear foi modificada em conjunto
com as transformações da sociedade, que é uma relação condicionada intrinsecamente
e dialeticamente às transformações.
Uma superação do conceito tradicional de família significa, como um todo, estar atentos
às transformações da sociedade. Esse fato deve ser contemplar uma série de arranjos
familiares que são constantes, já que a família é um grupo histórico e socialmente
construído.
A defesa da criação de uma nova sociabilidade em que a família não deva ser uma
instituição obrigatória, com relações forçosas, mas que seja possível a diversificação
das relações sociais, abolindo a estrutura atual de família e possibilitando a criação de
novas formas de grupos familiares.
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UNIDADE II │ POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA
Ao dizer que a família é fundamental na área de proteção social, ela ganha destaque,
uma vez que agora se torna o foco principal da PNAS, as dificuldades, fraquezas
e exclusões sofridas por aquelas famílias como expressões das contradições da
sociedade, que agora se refletem no relações familiares, causam grandes impactos,
que retornam à sociedade por meio de consequências das violações dos direitos da
família.
Segundo a PNAS, a centralidade na família é feita de forma primordial, uma vez que
é no espaço do grupo familiar que existe a proteção e a socialização primária de seus
Estados-Membros. Dessa forma, a família, como refúgio de seus membros, precisa
de cuidados equivalentes.
A contradição entre cuidar e proteger a família ou fornecer meios para que ela
cuide dos seus membros está posta. Assim, há sempre o reforço das funções da
família; ajudá-las a cuidar de seus membros é o ponto forte da política; espera-
se que independentemente de seus formatos ou modelos, de sua condição de
vulnerabilidade ou risco, das condições materiais e subjetivas de vida, a função de
cuidadora e socializadora seja prevalecida.
Deixa-se claro que as ações que são desenvolvidas pela PNAS, embora sejam um
avanço para a sociedade, ainda se configuram em uma representação da ordem
vigente, pois não se está buscando uma independência da família em relação aos
papéis que tradicionalmente foram lhe atribuídos, o que, por sua vez, acaba exigindo
mais responsabilidades do grupo familiar.
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POLÍTICA SOCIAL E FAMÍLIA │ UNIDADE II
A PNAS deve ter uma tarefa universal e contar com o efetivo compromisso do
Estado, como conduzir os procedimentos básicos de prestação de serviços e os
benefícios como direito de todos, da inclusão social e da manutenção dessa inclusão,
estimulando a qualidade de vida e cidadania.
61
FAMÍLIA E UNIDADE III
CONTEMPORANEIDADE
CAPÍTULO 1
Família e sociedade contemporânea
– violência, violência doméstica,
homossexualidade/homoafetividade
Tal fato pressupõe a realização de uma cuidadosa avaliação psicológica que parta do
conhecimento geral da problemática e do potencial impacto na criança ou jovem dessa
exposição à violência, avaliação essa que consiga determinar objetivos, estratégias e
áreas prioritárias de intervenção.1
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FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE │ UNIDADE III
Vale ressaltar que nem sempre essa omissão é decorrente da situação de pobreza em
que a família vive. Uma das maneiras mais perversas de violência contra a criança
e o adolescente é o abuso sexual. Mais comum do que se acredita, ele acarreta
fortes traumas nessas pessoas. Destacamos ainda que todas as formas de violência
doméstica estão presentes em todas as classes sociais, entretanto, quando se trata
de famílias mais abastardas, tendem a ser silenciadas e/ou veladas. Cabe ressaltar
que a maioria das crianças e adolescentes sofrem abusos sexuais no âmbito de
suas residências e por parte das pessoas que deveriam cuidar e zelar deles.
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UNIDADE III │ FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE
Vale notar que essa omissão nem sempre se deve à situação de pobreza em que vive
uma família.
Dados
Em suas diversas formas (física, sexual, psicológica e resultante da negligência),
a violência doméstica é um fenômeno complexo e completo como um problema
já existente como espaço privado, mas atende a conflitos nas relações sociais
e de gênero, em que os pais, os familiares ou os impulsionadores de seu poder
disciplinador colocam a criança em uma situação de abuso e opressão.
Mais recentemente, foi promulgada a Lei n o 13.010, de 2014, que dispõe sobre o
tema da ECA para garantir o direito da criança e do adolescente a serem educados
e cuidados sem o uso de exercícios físicos ou tratamentos cruéis ou degradantes no
ambiente familiar.
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FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE │ UNIDADE III
65
UNIDADE III │ FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE
Já foi marcado pelo ano de 1990 devido às mulheres, seja por causa da contenção
fiscal do estado ou por causa do surgimento dos Juizados Especiais Criminais
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FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE │ UNIDADE III
Em resumo, o Código Penal inclui: art. 215-A, que tipifica o assédio sexual; art. 218-
C, que trata da disseminação de estupro e vulnerabilidade e sexo ou pornografia
sem o consentimento dos envolvidos; art. 217-A, que diz que o consentimento e a
experiência sexual dos vulneráveis são irrelevantes para a caracterização do crime;
art. 226 para aumentar um terço de uma caneta de formas coletivas e corretivas. A
pena foi superior a um ano, foi dada a outras condições, houve a possibilidade de
suspensão processual, art. 89 da Lei no 9.099, de 1995.
Desse modo, pode-se afirmar que o crime de importunação sexual tem o verbo
nuclear para praticar, o que, segundo a definição lexical, significa perceber, fazer,
agir, cometer, desenvolver, efetivar perpetrar. É o crime comum, que pode ser
praticado por qualquer pessoa, com seu sujeito passivo. Incrível malicioso, comissivo,
unissubjetivo, multipersistente, e que é consumido com práticas libidinosas sem o
consentimento da vítima, com o propósito de satisfação da própria luxúria ou de
terceiros. O objeto legal do crime é a dignidade sexual da pessoa humana.
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UNIDADE III │ FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE
Quebra de
Lesão Difamação Estupro de Sequestro medida
corporal vulnerável protetiva
Violação
Violação sexual
Perturbação
Injuria Dano de mediante
domicílio fraude
Importunação Perigo de
Ameaça
Assédio ofensiva ao contágio
sexual Importunação
pudor venéreo
Esse novo livro publicado no art. 218-C é formado por nove verbos nucleares,
chamado crime plurinuclear, um tipo alternativo misto, de conteúdo variado, ou
mesmo uma ofensa de ação, configurando um crime único se praticado sem o
mesmo contexto fático. O software faz fotografia, vídeo ou registro audiovisual que
contém uma série de características de vulnerabilidade e um número fundamental
de áudio, expor a qualidade de um objeto, que é geralmente o concurso de
material de crime, art. 69 do Código Penal, entrando agora na cena do sistema de
acumulação material, com uma soma de plumas cominadas.
Outra era da lei não é a de que se estabeleçam leis penais contra a lei sexual e
crimes virtuais à vulnerabilidade, que agora prossegue usando ação peniculada
incondicionada. Isto é o que é tomar nota do fato, Porting, doravante, tem
uma ação criminal incondicional, independentemente da idade, em crimes de
estupro, anulação sexual por fraude, assédio sexual, assédio sexual, estupro de
vulnerabilidade, corrupção de menores, comunidade pela presença de filhos
adolescentes, favorecendo a prostituição ou outra exploração sexual da criança ou
adolescente ou vulnerável.
68
FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE │ UNIDADE III
do direito penal, dispositivos do ECA, bem como a Lei dos Crimes Hediondos. Em
todos esses casos, o intento primordial do Legislador foi o de punir com maior
severidade os que cometem crimes desse jaez contra crianças ou adolescentes, em
vista da proteção integral que tais sujeitos merecem.
Percebe-se, pois, que hoje não mais se exige a conjunção carnal para a configuração
desse crime, de modo que se configura com a prática de qualquer ato libidinoso, seja ou
não a conjunção carnal. Ademais, a nova redação do tipo penal não distingue o gênero
da vítima, podendo se caracterizar o estupro masculino. Por tal motivo, foi abolido o
crime de atentado violento ao pudor, cujas elementares passam a integrar o art. 231,
estando integralmente revogado o art. 214.
Por sua vez, a corrupção de menores, prevista no art. 218 do Código Penal, foi
remodelada pela nova lei e agora ocorre somente quando a vítima for menor de catorze
anos. Com efeito, dada a importância de se punir com maior rigor aqueles crimes que
introjetam no ser em desenvolvimento impulsos e desejos incompatíveis com a sua
condição de ser em desenvolvimento, houve por bem o Legislador aprimorar o tipo
penal, inviabilizando, com o aumento das penas abstratas, benesses como a suspensão
69
UNIDADE III │ FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE
Homossexualidade/homoafetividade
2 A redação antiga do dispositivo penal era: “Art. 218. Corromper o facilitar a corrupção de pessoa maior de quatorze e menor
de dezoito anos, com ela praticando ato de libidinagem, ou induzindo-a a praticá-lo ou presenciá-lo: pena – reclusão de um a
quatro anos”. A atual é: “Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem: pena – reclusão
de 2 (dois) a 5 (cinco) anos”.
70
FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE
Por outro lado, a ocultação da orientação sexual pode levar a sérios problemas
de várias ordens, como problemas sociais, comportamentais e psicológicos, que
limitam o acesso à busca de apoio social e causam baixa autoestima.
Deve-se notar que o processo de assumir sua orientação sexual e a identidade gênero
é justificado por uma série de questões sociais, como o sigilo da homossexualidade
com os colegas de trabalho ou para ser incluído em um grupo específico.
72
CAPÍTULO 2
Família e sociedade contemporânea
– mercado de trabalho e mulher,
primeiro emprego, desemprego
Essas experiências diferentes, por sua vez, geram uma série de outras disparidades,
incluindo níveis mais baixos de riqueza, segurança de aposentadoria reduzida
e acesso mais limitado a programas de rede de segurança social vinculados ao
trabalho, como o seguro-desemprego, compreendendo todas essas questões com
a desigualdade histórica que permeiam os gêneros.
73
UNIDADE III │ FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE
74
FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE │ UNIDADE III
A participação feminina na força de trabalho é maior em alguns dos países mais pobres
e ricos do mundo e menor em países com renda nacional média.
75
UNIDADE III │ FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE
A implicação, então, é que, mesmo que as diretrizes sejam seguidas de perto para
incluir todas as formas possíveis de atividades econômicas, ainda haverá um
número importante de mulheres trabalhadoras excluídas das estatísticas da força
de trabalho. E essas exclusões são ainda mais evidentes se considerarmos que, em
muitos países, a medição real se desvia das diretrizes.
76
CAPÍTULO 3
Família e sociedade contemporânea –
alcoolismo e outras drogas, gravidez na
adolescência, idosos
A teoria do conflito de grupo pressupõe que o direito penal é moldado pelo conflito
entre os vários grupos sociais na sociedade que existem por causa das diferenças
de raça e etnia, classe social, religião e outros fatores. Dado que esses grupos
competem por poder e influência, os grupos mais poderosos tentam aprovar
leis que proíbem comportamentos nos quais grupos subordinados tendem a se
engajar e tentam usar o sistema de justiça criminal para suprimir membros do
grupo subordinado. Um exemplo histórico amplamente citado dessa visão é a
proibição, que foi o resultado de anos de esforços de defensores da temperança, a
maioria deles de origem branca, anglo-saxônica, rural e protestante, para proibir
a fabricação, a venda e o uso de álcool.
Embora esses defensores pensassem que o uso de álcool era um pecado e acarretava
grandes custos sociais, sua hostilidade em relação ao álcool também foi motivada
por sua hostilidade em relação aos tipos de pessoas que costumavam usar álcool:
pobres, urbanos, imigrantes católicos. O uso de meios legais para proibir o álcool
pelos defensores da Temperança foi, com efeito, uma “cruzada simbólica” contra
as pessoas contra as quais esses defensores mantinham atitudes preconceituosas.
77
UNIDADE III │ FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE
Gravidez na adolescência
78
FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE │ UNIDADE III
Muitas vezes, a gravidez é escondida por meses, resultando em uma falta de cuidados
pré-natais adequados e resultados perigosos para os bebês.
Os fatores que determinam quais mães são mais propensas a ter um novo nascimento
com intervalos curtos incluem casamento e educação: a probabilidade diminui com o
nível de educação da jovem ou de seus pais e aumenta se ela se casar.
Idoso
Para a maior parte do mundo, cuidar dos idosos é um assunto de família. O cuidado
familiar para os idosos, no entanto, é substancialmente desafiador, especialmente
em sociedades em que a estrutura e os relacionamentos familiares tradicionais
mudaram devido às influências da demografia, urbanização, economia política e
mudanças culturais.
79
UNIDADE III │ FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE
Apesar dos esforços para representar as famílias idosas de forma mais holística,
a pesquisa empírica nessa área ainda tende a ser segmentada por tipo relacional,
especificamente afiliações entre pais e filhos adultos, avós e netos, maridos e esposas
e irmãos.
Os filhos adultos dos avós não são os únicos atores mediadores de relacionamentos
no sistema familiar de três gerações. Os netos desempenham uma função de ligação
em relação às duas gerações mais antigas. A simples presença de um neto jovem na
família mostrou aumentar a quantidade de contato entre os pais e os avós daquelas
crianças.
A viúva é uma transição seguida de perto pela reconfiguração e adaptação dos papéis
e funções familiares.
80
FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE │ UNIDADE III
Os valores culturais que enfatizam o dever filial estão de acordo com a ausência de
recursos públicos, pois as famílias sobrevivem por meio do intercâmbio mútuo entre
gerações.
A elasticidade das normas filiais foi observada em nações tradicionais, mas em rápido
desenvolvimento. Evidências do Brasil rural revelaram que a congestão intergeracional
81
UNIDADE III │ FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE
Nós nos concentramos em características sociais que foram encontradas para diferenciar
os níveis de envolvimento em atividades de cuidado e que levam a resultados diferenciais
em cuidadores.
Embora uma implicação óbvia do envelhecimento seja que adultos maduros tendem a
se tornar recipientes de cuidados ao longo do tempo, os adultos mais velhos também
são os principais provedores de cuidados familiares.
O cuidado familiar para pessoas idosas com deficiências tornou-se cada vez mais
comum, já que a expectativa de vida quase dobrou no último século. Cuidar representa
uma ampla gama de atividades, incluindo cuidados pessoais, tarefas domésticas,
preparação de refeições, compras, cuidado das finanças, companheirismo, verificação
regular da organização e supervisão de atividades e serviços externos e coordenação da
assistência médica.
O cuidado é cada vez mais visto como um esforço de equipe, com múltiplos membros
da família (e não membros) trocando e coordenando seus esforços de cuidado. Embora
a estrutura de prestação de cuidados seja tipicamente hierárquica, com um prestador
de cuidados principal que coordena os esforços de cuidadores subordinados, a pesquisa
82
FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE │ UNIDADE III
Mesmo que os irmãos encontrem uma maneira de lidar equitativamente com suas
responsabilidades de cuidar, diretrizes antecipadas para os cuidados de saúde que
envolvam a nomeação de uma procuração durável para uma criança podem minar as
relações das crianças umas com as outras.
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UNIDADE III │ FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE
Os caminhos para o cuidado que envolvem abuso de drogas e/ou álcool na geração
parental produzem os resultados psicológicos mais negativos dos avós de custódia, o
que fornece evidências de desvantagens acumuladas nesse grupo ao longo do tempo.
Evidências sugerem que a alta demanda de assistência aos netos afeta o bem-estar físico
e mental dos avós de custódia.
Como os netos que estão sendo cuidados pelos avós correm um risco particularmente
alto de apresentar problemas comportamentais e emocionais, não é de surpreender
que os cuidadores de avós tenham níveis ainda mais elevados de estresse do que os
cuidadores parentais.
84
FAMÍLIA E CONTEMPORANEIDADE │ UNIDADE III
seu papel de custódia do que os avós de culturas sem essa tradição. As avós de
custódia americanas, por exemplo, eram mais capazes de conhecer outros que
criavam netos e de terem sido criados pelos avós, legitimando, assim, essa forma
de família.
O cuidado suplementar fornecido pelos avós foi encontrado para ter efeitos
positivos em relacionamentos intergeracionais. Por exemplo, os netos que
receberam cuidados precoces dos avós tenderam a ter relações mais próximas
com eles na idade adulta do que os netos que não receberam tais cuidados.
85
MATERNIDADE E UNIDADE IV
PATERNIDADE
CAPÍTULO 1
Maternidade: conceitos
contemporâneos
Sabe-se que a gestação e o puerpério são períodos da vida da mulher que necessitam
de atenção especial, pois, durante esse período, ocorrem muitas mudanças físicas,
hormonais e psicológicas e estão relacionadas à participação social, que refletem
diretamente na saúde da mulher.
O puerpério inicia uma a duas horas após a expulsão da placenta. Seu final não é
fixo, pois, no período da amamentação, o organismo da mãe continua a sofrer um
processo de modificação, e o retorno dos ciclos menstruais é altamente variável.
Vale ressaltar que o tipo de parto e as complicações decorrentes podem influenciar
diretamente no período pós-parto.
O modo como cada mulher lida com essas mudanças está relacionado à subjetividade
e à percepção de seu próprio corpo e de si mesmos.
86
MATERNIDADE E PATERNIDADE │ UNIDADE IV
É direito de toda mãe sobreviver à gravidez e ao parto e ter um parto seguro. Famílias,
comunidades, governos locais e nacionais têm a responsabilidade de prevenir
suas mortes. A morte materna é um indicador importante para avaliar o alcance
de serviços de saúde pública eficazes para os pobres. Prevenir mortes associadas à
gravidez e ao parto é um dos maiores desafios enfrentados pela nação no século 21.
87
UNIDADE IV │ MATERNIDADE E PATERNIDADE
Evidências mostram que as mortes maternas podem ser evitadas com a presença de um
profissional capacitado no momento do parto. O bem-estar e as necessidades de uma
mãe e de seu filho são primordiais e devem ser o foco principal ao considerar o modelo
de cuidado de maternidade.
As mulheres devem ter um serviço de maternidade sem par, apoiado por um modelo
integrado de cuidados obstétricos. A maioria dos cuidados de maternidade deve ser
baseada na comunidade ao planejar modelos de cuidados obstétricos.
As mulheres devem ter acesso fácil a um profissional de saúde capacitado para sua
assistência pré-natal e ter acesso 24 horas a aconselhamento e apoio quando entrar em
trabalho de parto.
88
MATERNIDADE E PATERNIDADE │ UNIDADE IV
89
CAPÍTULO 2
Paternidade: conceitos
contemporâneos
Pela falta de evidências empíricas fortes, os estudiosos têm sugerido duas possibilidades:
A idade das crianças é um contexto que merece mais atenção. A natureza e os níveis
de encargos e recompensas de ser pai ou mãe podem variar consideravelmente se as
crianças estiverem em idade escolar, se forem adolescentes ou adultos jovens. No
entanto, poucas pesquisas investigaram variações no bem-estar dos pais por idade
das crianças além da simples dicotomia de crianças menores ou adultas. Com base
em outras pesquisas que enfatizaram o estresse das rotinas diárias de cuidar de
crianças em idade escolar, os pesquisadores tendem a supor que o bem-estar dos
pais pode ser pior antes de as crianças irem à escola.
90
MATERNIDADE E PATERNIDADE │ UNIDADE IV
crianças trazem para a vida dos adultos. Uma noção popular é que as demandas
podem superar as recompensas quando as crianças são menores, enquanto as
recompensas podem exceder as demandas quando as crianças estão na idade adulta.
A qualidade do relacionamento entre pais e filhos, medida pela satisfação dos pais
com esse relacionamento, teve maior influência no bem-estar psicológico dos pais
do que medidas objetivas de contextos como a idade das crianças. Do ponto de vista
da demanda-recompensa, a satisfação do relacionamento com a criança reflete um
elemento importante das recompensas de ser pai ou mãe. Argumenta-se que essa
91
UNIDADE IV │ MATERNIDADE E PATERNIDADE
Os pais com crianças em idade pré-escolar podem ter uma probabilidade maior de os
pais com filhos em idade escolar, adolescente ou adultos jovens experimentarem níveis
mais altos de satisfação de relacionamento com as crianças, podendo, assim, relatar
melhor bem-estar psicológico.
Esse tipo de abuso é bastante difícil de definir e avaliar em comparação com o abuso
físico e pode ser descrito como abuso verbal, punições severas não físicas ou ameaças
de abuso. Ele descreve um padrão repetido de comportamento de adulto para criança
(geralmente um dos pais) que faz a criança sentir-se sem valor, falha, não amada,
indesejada, ameaçada ou apenas de valor para atender às necessidades de outra pessoa.
Pesquisas recentes também mostraram que crianças que sofreram abuso psicológico
exibem problemas comuns de saúde mental, incluindo depressão, ansiedade, baixa
autoestima e distúrbios alimentares. Por sua vez, esses problemas estão associados a
92
MATERNIDADE E PATERNIDADE │ UNIDADE IV
problemas de saúde física, incluindo saúde física geral inadequada, risco aumentado de
doença cardíaca e comportamentos autolesivos.
Esse tipo de abuso pode ser extremamente destrutivo e tem sido associado a uma
série de desfechos adversos da criança, incluindo desajuste emocional, depressão,
baixa autoestima, problemas de conduta, agressão, incapacidade de confiar e baixo
rendimento.
No caso de um pai não casado com a mãe de uma criança, dependendo das leis
da jurisdição:
93
Referências
94
REFERÊNCIAS
DELMANTO, Celso. Código penal comentado. 9. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo:
Saraiva, 2016, p. 713. 2016.
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