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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

CENTRO TECNOLÓGICO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Relatório Técnico

ATIVIDADES NA MODALIDADE DE ENSINO REMOTO PARA SUBSTITUIR AS


PRÁTICAS DE CAMPO: NIVELAMENTE GEOMÉTRICO

Aluna: Maria Julia Kravulski Kormann

Disciplina: Topografia Aplicada

Professora: Liane Ramos da Silva

Blumenau

2022
SUMÁRIO:
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................3
2. DESENVOLVIMENTO.........................................................................................3
2.1. LEITURA DA MIRA.............................................................................................3
2.2. NIVELAMENTO GEOMÉTRICO......................................................................4
2.2.1. PROCEDIMENTOS DE CAMPO..................................................................6
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................7
4. REFERÊNCIAS .....................................................................................................9
1. INTRODUÇÃO

A área da topografia responsável por estudar os métodos e instrumentos necessários


para a determinação do relevo de um terreno é denominada altimetria. Assim, na altimetria, as
medições são realizadas considerando-se um plano vertical, obtendo-se, portanto, distâncias
verticais ou diferenças de nível. Nesse sentido, dá-se o nome de levantamento altimétrico, ou
nivelamento, ao conjunto de operações de campo realizadas com o fim de se obter altitudes,
cotas ou diferenças de altura entre pontos. Portanto, pode-se resumir o conceito de nivelamento
como a determinação da diferença de nível entre dois ou mais pontos do terreno.

A respeito dos métodos de nivelamento, pode-se dividi-los entre métodos diretos, como
o nivelamento geométrico, realizado através do nível, e indiretos, como o nivelamento
trigonométrico, feito com o auxílio de uma estação, os receptores satélites (GPS) e a
taqueometria, que se utiliza de um teodolito. O presente relatório tem como objetivo descrever
e explicar os procedimentos realizados durante o levantamento topográfico altimétrico do tipo
nivelamento geográfico.

2. DESENVOLVIMENTO
2.1. LEITURA DA MIRA

O nivelamento geométrico é um dos métodos de nivelamento mais utilizados devido à


sua alta precisão, que fica na ordem dos milímetros. Contudo, é um método bastante trabalhoso
e que exige muita atenção. A diferença de nível é determinada através de um equipamento que
forneça visada no plano horizontal, onde será realizada a leitura da mira, também chamada de
baliza topográfica ou régua graduada, e que consiste em um instrumento que serve para elevar
o ponto topográfico e torná-lo visível nas operações de nivelamento. O comprimento desses
instrumentos varia de 2 a 5m e o diâmetro de 16 a 20mm. Podem ser confeccionados em
madeira ou ferro e, normalmente, são pintados de cores contrastantes para que a leitura à
distância seja facilitada.

De acordo com a construção, as miras convencionais, também denominadas miras


falantes, podem ser classificadas em mira de dobrar – formada por duas peças de madeira
graduadas e unidas por meio de dobradiças, possibilitando a articulação. Para o transporte, a
mira é fechada, escala contra escala métrica, por meio de alça de couro. Quando em uso, a mira
é aberta e a fixação da articulação é feita com auxílio de parafuso próprio, situado em um
dispositivo metálico existente na sua face posterior – e mira de encaixe – constituída de três
peças de madeira, sendo que a primeira se encaixa na segunda, e o conjunto na terceira. Quando
em uso, as peças são desencaixadas até o ponto de ajuste do dispositivo, que pode chegar a 4m.
Para leituras em distâncias menores não há necessidade de desencaixar todas as peças, sendo
possível trabalhar apenas com a parte inferior, por exemplo. Em virtude da maior facilidade de
transporte e manejo, as miras de encaixe costumam ser mais utilizadas. Em ambos os casos,
deverá ser realizada a leitura de quatro algarismos distintos: os valores correspondentes ao
metro, centímetro, decímetro e milímetro – sendo o último deduzido por meio de estimativas,
enquanto os outros são lidos diretamente na mira. Deve ser considerada na medição a leitura do
fio médio e, para confirmar a precisão dos resultados, deve-se comparar a medida do fio médio
com os fios inferior e superior, uma vez que a média dos valores desses dois fios deve ser
numericamente igual ao valor observado no fio médio.

Figura 1: ilustração dos fios estadimétricos inferior, médio e superior na mira (fonte:
http://www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquivos/07-34-04-infraestrutura-topografia2.pdf)

A leitura do valor do metro é obtida através dos algarismos romanos, e/ou da observação
do símbolo acima dos números que indicam o decímetro. A leitura do decímetro é realizada
através dos algarismos arábicos. A leitura do centímetro é obtida através da graduação existente
na mira, sendo que os Traços escuros correspondem a um valor de centímetro ímpar, enquanto
os traços claros correspondem a um valor par. Por fim, a leitura do milímetro é estimada
visualmente.

Indicação de metro (2m)

Indicação de cm par

Indicação de cm ímpar

Indicação de decímetro (9 dm)


Figuras 2 e 3: identificação das possibilidades de componentes na leitura da mira (fonte: slides da professora)

2.2. NIVELAMENTO GEOMÉTRICO

O método de nivelamento geométrico se baseia na medição da diferença de nível entre


diferentes pontos dos terreno por meio de visadas horizontais, obtidas com um nível, em miras
posicionadas verticalmente nos pontos determinados. Suas principais aplicações se referem a
operações de terraplanagem, construção de canais, ferrovias, rios, barragens, cálculo de
volumes e determinação de alturas. Um aspecto importante acerca desse método é o fato de que
as distâncias entre os instrumentos e os pontos a serem medidos devem ser equidistantes, ou
seja, iguais. Existe uma norma técnica, A NBR – 13.133, que determina que a distância máxima
entre os pontos e os instrumentos não pode ultrapassar 80 metros, ainda que na prática esse
valor não costume ultrapassar os 60 metros, ficando normalmente entre 40 e 50. Isso evita erros
de refração, causados pela curvatura da terra, e, assim, mellhora a exatidão do levantamento,
uma vez que facilita a leitura da mira.

Ainda, esse tipo de nivelamento pode ser subdividido em duas categorias: simples e
composto. O nivelamento geométrico simples é realizado com uma única estação. Assim, essa
estação será suficiente para determinar as diferenças de nível dos pontos. Acerca desse tipo de
nivelamento, existem alguns conceitos a serem definidos:

A visada de ré é a primeira realizada durante o levantamento – no caso dos


levantamentos simples, existirá apenas uma visada de ré – e aquela realizada no referencial de
nível, que consiste em um ponto de altitude conhecida. A vante pode ser definida como a visada
nos pontos cujas altitudes ou cotas se deseja determinar. O plano de referência equivale à soma
da altura do ponto visado em ré e a altura da mira no mesmo ponto. A cota, ou a altitude,
corresponde à diferença entre o plano de referência e a altura da mira no mesmo ponto.

Figura 4: ilustração do procedimento de realização do nivelamento geométrico simples


Contudo, devido às irregularidades dos terrenos e à extensão dos pontos que se deseja
nivelar, muitas vezes é necessário posicionar o instrumento em mais de uma posição – situação
que constitui o nivelamento geométrico composto, ou seja, aquele que é feito por meio de um
caminhamento. Esse tipo de nivelamento nada mais é do que uma série de nivelamentos
geométricos simples, realizados em sequência, e é utilizado nos casos em que a diferença de
nível é superior ao comprimento da régua, isso é, 4 metros. Nesse caso, a diferença de nível
será dada pela diferença entre o somatório das leituras de ré e o somatório das leituras de vante.
Uma diferença negativa significa que o terreno está em declive, já uma diferença positiva indica
um terreno em aclive, de ré para vante.

Nos trabalhos de nivelamento geométrico composto, recomenda-se, para maior


facilidade no cálculo das diferenças de nível e de outros necessários ao projeto, que os
elementos determinados no campo sejam devidamente anotados, nas cadernetas próprias, e as
diferenças de nível calculadas, em função das cotas ou altitudes dos pontos nivelados. Com este
procedimento, obtêm-se as denominadas diferenças de nível acumuladas, com relação ao ponto
inicial do nivelamento.

Figura 5: exemplo de caderneta de campo com nivelamento geométrico composto (fonte:


http://irapuama.dominiotemporario.com/doc/TOPOGRAFIA%7BALTIMETRIA%7D.pdf)

2.2.1. PROCEDIMENTOS DE CAMPO

Uma vez entendida a parte teórica do nivelamento geométrico, podem ser explorados
os procedimentos de campo que devem ser realizados durante a prática do método. Para a
realização do nivelamento geométrico simples, deve-se, em primeiro lugar, instalar o
equipamento (nível), abrir e posicionar a mira em suas respectivas posições. Em seguida, deve-
se realizar a leitura de ré e anotar os resultados visualizados dos fios estadimétricos na caderneta
de campo. É importante anotar os resultados dos fios superior e inferior para que se possa
realizar a conferência do fio médio. O próximo passo consiste em posicionar a mira nos
respectivos pontos em que se deseja realizar as medições e executar as leituras de vante.
Novamente, deve-se tomar nota dos fios estadimétricos na caderneta de campo para a
conferência dos valores.

No nivelamento geométrico composto os procedimentos permanecerem essencialmente


os mesmo, porém, o nível assumirá diferentes posições ao longo do terreno. Contudo, deve-se
tomar alguns cuidados: é interessante posicionar o nível óptico estrategicamente, levando em
conta a configuração do terreno, uma vez que, dependendo da posição em que forem instalados
os equipamento, o plano de referência do nível poderá ultrapassar o limite de leitura da mira.
Dessa forma, pode-se ter uma visualização mais proveitosa da mira em diferentes posições.
Como o nível será movimentado, para evitar erros, antes da realização da leitura de ré, deve-se
estimar a distância entre o equipamento e a mira – o que pode ser feito contando-se os passos
entre um objeto e o outro. Assim, quando a mira for posicionada no local onde será realizada a
leitura de vante, deve-se procurar manter essa mesma distância, contando que seja possível
realizar a leitura através dos fios estadimétricos. Outra observação útil é a utilização da sapata.
A sapata consiste em um acessório de três ou quatro pés que deve ser colocado no solo e
acoplado à parte inferior da mira, permitindo que seja realizada a sua rotação ao redor do eixo
do pino da sapata, evitando o deslocamento indesejado do instrumento. Essa rotação serve para
transformar um determinado ponto, onde esteja colocada a mira, de vante para ré, ou vice-versa.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da visualização e interpretação dos vídeos, bem como do entendimento do


material disponibilizado pela professora e de outras fontes externas, é possível compreender as
características do levantamento altimétrico, ou nivelamento, do tipo geométrico. Além disso, o
relatório também aborda o passo a passo para leitura das miras, processo fundamental para a
medição correta das diferenças de nível em um terreno. Por fim, conclui-se que o levantamento
topográfico altimétrico do tipo nivelamento geométrico exerce um papel de grande importância
no contexto prático da Topografia e suas áreas de influência, permitindo e auxiliando, por
exemplo, operações de terraplanagem, o cálculo de volumes, a determinação de alturas e a
construção de diversas estruturas, como canais, ferrovias e barragens. Ainda, pode-se
compreender a importância de se ter cuidado ao instalar e manusear o equipamento de
nivelamento, bem com da atenção ao analisar-se os resultados medidos na mira pelos fios
estadimétricos, uma vez que a precisão dos resultados obtidos está diretamente relacionada à
esses cuidados.
4. REFERÊNCIAS
Passo a passo da leitura da mira:
https://www.youtube.com/watch?v=FouPzB6COpA
Nivelamento geométrico simples (teoria):
https://www.youtube.com/watch?v=DzhASShmDj4
https://www.youtube.com/watch?v=ERPpOShfAhc
https://www.youtube.com/watch?v=AQQU8hDVIKE
Nivelamento geométrico composto (teoria):
https://www.youtube.com/watch?v=2MKUf8Zx0ic
https://www.youtube.com/watch?v=WCqE6_T_K24
Procedimentos de campo:
https://www.youtube.com/watch?v=TuCcBEnBjTE
https://www.youtube.com/watch?v=PvJ_ADKR1bk
https://www.youtube.com/watch?v=6baCyZUTyjw
Outras referências (introdução e teoria):
http://www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquivos/07-34-04-infraestrutura-topografia2.pdf
https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/4974381/mod_resource/content/3/Aula%2004_Altimetri
a.pdf (slides da professora)

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