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O papel da criatividade no sofrimento

Mirtzi Lima Ribeiro


mirtzi@gmail.com

Toda dor e sofrimento, em função de sentimentos ou circunstâncias desfavoráveis,


algumas vezes até mesmo como as penúrias de uma guerra, da morte de parentes e
amigos, das mortes coletivas em situações ímpares, podem ser transformadas de uma
maneira positiva.
Primeiro é preciso viver o luto, a dor, senti-la em sua plenitude e depois organizar os
mecanismos de sobrevivência e de renascimento interno, para ressignificar e
transformar com criatividade em arte: em prosa, contos, peças teatrais, filmes, poesia,
versos, desenhos, pinturas, charges, escultura, música ou artesanato.
Quando a pessoa não se livra dessas emoções negativas no viés na criatividade e
inventividade, ela absorve essa obscuridade e somatiza essas sensações, convertendo
isso em doença, cujo grau e intensidade variarão de acordo com o nível e a profundidade
da comoção.
Observemos quantos versos, livros clássicos imortalizados, quantas músicas e letras
belíssimas, retratam e retrataram as dores humanas de modo comovente, esclarecedor,
profundo.
Essa dor CONVERTIDA em arte, serve ao bem da humanidade, serve à vida de CADA
PESSOA que consegue ou conseguiu se ver e se sentir naquela mensagem lúdica, e,
compreender que também precisa transcender sua própria história, abrindo-se à
libertação de si mesma de todo o lixo que ficou das dores vertidas e sentidas.
Que consigamos ver beleza como fruto de nossas mazelas pessoais, nossas perdas e
danos, nossos dissabores, nossas decepções, nossas dores e até mesmo na morte que
chegamos a ver de perto, de modo individual ou coletivo.

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