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Efeitos da Decisão
Efeitos Processuais:
Efeitos Substantivos:
I ) A irrevogabilidade da decisão, decorrente do Irrevogabilidade da decisão
esgotamento do poder jurisdicional do juiz quanto à Os efeitos substantivos podem ser a
matéria decidida -art. 613.º, n.º 1 do CPC; vs. Caso Julgado
determinação de pontos antes
indeterminados da situação jurídica:
Excepção: possibilidade da rectificação de erros materiais, do São realidades distintas.
suprimento de nulidades e da reforma da decisão (art. 613.º, n.º 2; cf. Exemplo: o conteúdo da prestação devida pelo
art. 614.º a 617.º); A irrevogabilidade da decisão réu (fixado, regra geral, por critérios de
decorre do esgotamento do poder equidade: art. 339.º, n.º 2, 462.º, 496.º, n.º 3,
II) O caso julgado formal (art. 620.º e 628.º) e jurisdicional do juiz sobre a matéria 566.º, n.º 3, 883.º, n.º 1 2.ª parte, 993.º, n.º 1 2.ª
III. Efeitos da decisão
material (art. 619.º), decorrente do trânsito em decidida (art. 613.º, n.º 1). Portanto parte, e 1158.º, n.º 2 do CC), o prazo da
julgado da decisão, que se 1. verifica quando esta não
Generalidades dirige-se ao juiz – a decisão é prestação (cf. art. 777.º, n.º 2 e 3, CC) ou o
seja susceptível de recurso ordinário ou de inalterável para o juiz. prazo para a repartição da herança ou do legado
reclamação para rectificarAerrosdecisão dopara
materiais, tribunal
suprir produz efeitos muito importantes, quer ao
(art.nível
2182.º, processo,
n.º 3, CC). quer no
uma nulidade ou para a reformar quanto a custas e a O caso efeitos
julgado são
significa que as apenas à decisão transitada
multa ou quantoplano a lapsosdo manifestos
direito substantivo.
do juiz (art. Alguns destes atribuídos
partes já não podem impugnar a
628.º; cf. art. 613.º, Efeitos Normativos:
emn.ºjulgado,
2); ou seja, nos termos do art. 628.º,(art.
decisão insusceptível de recurso ordinário ou de reclama-
628.º). Portanto
dirige-se às partes. Depois de Quando a decisão produz um efeito
III) A extinção da ção.relação jurídica processual (artigo transitado em julgado as partes
277/al.a) do CPC; - só a decisão final normativo – ou seja – quando integra
deixam de a poder impugnar a
(sentença/despacho saneador-sentença) produz decisão.
a previsão de uma norma.
este efeito;
Vícios da Decisão
O erro material pode ser objecto de O erro judicial pode ser Tramitação: se só for admissível a
A decisão, ainda que não
reclamação, o juiz profere decisão
padeça dos desvalores de rectificação, por iniciativa das impugnado através:
definitiva sobre a nulidade (artigo
inexistência ou nulidade, partes ou do próprio juiz (art. 613.º, 617/6/1ªparte do CPC.
n.º 2, e 614.º, n.º 1 do CPC). Reclamação: se não couber recurso
pode ser ineficaz.
ordinário (art. 616/n.º 1 e 2 do CPC. Se tiver sido interposto recurso,
Como se trata de uma rectificação, incumbe ao juiz apreciar a alegada
É o caso da segunda decisão não é permitido (como o permite a Recurso ordinário: se couber, o nulidade no despacho em que
sobre a mesma pretensão (art. anulação) alterar o que ficou decidido. recurso de apelação , se for interposto aprecia a admissibilidade do recurso
625.º, n.º 1 do CPC) ou sobre Não sendo interposto recurso, a da 1.ª instância para a Relação – artigo (617/1 + 641/1.º do CPC)
a mesma questão concreta da rectificação pode ter lugar a todo o 644.º/1 do CPC, ou de revista se for
Se o juiz não suprir a nulidade,
relação processual (art. 625.º, tempo (art. 614.º, n.º 3), cabendo interposta da Relação para o STJ não cabe recurso autónomo do
n.º 2). recurso, nos termos gerais, do (artigo 671.º 1 do CPC); indeferimento – 617.º, n.º1 parte
despacho de rectificação (art. 644.º, final. (mantêm-se inalterado o recurso
n.º 2, al. g)) O erro na decisão secundária sobre interposto).
custas e multa é atacável pedindo a
Se o juiz suprir a nulidade: a magia do
reforma da decisão (art. 616.º, n.º 1). artigo 617/2.º do CPC;
A nulidade da sentença tem de ser invocada, não é de conhecimento oficioso - art. 615.º, n.º 4 do CPC. Assim, se a parte não
invocar a nulidade no recurso interposto, o tribunal ad quem não pode conhecer dela. Há, no entanto, uma excepção: se faltar a
fundamentação do julgamento da matéria de facto, a Relação pode ordenar, mesmo oficiosamente, que o tribunal de 1.ª instância a
fundamente ( art. 662.º, n.º 2, al. d)).
Trânsito em Julgado –
Decisão Final/Sentença art. 628.º do CPC
Neste lapso temporal de 30 dias (art. 638.º/1 do CPC) as partes podem
Artigo 613.º do CPC – fica interpor recurso (art. 627.º, 629.º), logo para as partes a decisão final CASO JULGADO
imediatamente esgotado o poder ainda não tem carácter de imutabilidade, porque pode ser
jurisdicional do juiz. Ele não se impugnada! Passado o momento em que tal
pode mais pronunciar. tipo de alteração ainda é possível
Neste lapso de tempo a sentença também pode ser alterada através dos (OS 30 DIAS – 638.º do CPC)
Efeito da irrevogabilidade da mecanismos previstos no artigo 614.º a 617.º do CPC (artigo 613/2.º do diz-se que a sentença transita em
decisão; CPC). julgado:
Caso Julgado Formal – art. 620.º do CPC Caso Julgado Material – art. 619.º do CPC
O caso julgado formal traduz a força obrigatória O caso julgado material é limitado à decisão de mérito,
dentro do processo. Isto significa o quê? isto é, à decisão sobre a relação material controvertida (art.
619.º, n.º 1). A decisão dada a certa questão é vinculativa
Se o juiz no Despacho Saneador (595.º /1, al. a)/3.º do CPC) fora do processo; nenhum juiz se pode afastar dela se se
se pronunciar sobre uma exceção dilatória, e fundamentar voltar a pôr em juízo questão idêntica objectiva – por
porque é que a exceção é procedente ou improcedente, não identidade de pedido e de causa de pedir – e subjectivamente
pode vir depois na sentença contrariar o que decidiu no – por identidade das partes (art. 619.º, n.º 1, 580.º e 581.º).
despacho saneador, por causa do caso julgado formal!
O caso julgado material produz a vinculação ao
Exemplo: Se o juiz no despacho saneador decidir que uma parte é conteúdo da decisão de mérito e realiza:
legítima e fundamentar porquê, então não pode na sentença vir alegar que
essa mesma parte é ilegítima.
A sentença deve
corresponder à situação
existente no momento do
encerramento da discussão. Imaginem que depois do encerramento da discussão e entre a decisão
final do juiz, acontece um facto novo. Este facto ainda integra o caso julgado,
se mudar radicalmente a decisão final? Não!
Ou seja: este facto novo, como não integra o caso julgado (vamos supor que o réu
afinal cumpriu com a obrigação que o autor alegou em juízo), pode ser alvo de uma
nova ação.
Exceções – Limites Objetivos; O direito processual civil estabelece dois mecanismos de exclusão
de um terceiro do âmbito subjectivo do caso julgado:
MTS: o fundamento não pode valer autonomizado da decisão
para efeitos de caso julgado, o que implica que a decisão também
não pode valer autonomizada do seu fundamento. – Um deles resulta da imposição a uma das partes do ónus
de chamamento do terceiro, sob pena de o caso julgado da
A regra segundo a qual o caso julgado não se estende aos fundamentos decisão não lhe vir a ser oponível ( art. 320.º); é o que
da decisão comporta algumas excepções. Estas são justificadas por uma sucede, por exemplo, quanto a um possível litisconsorte de qualquer das
especial conexão entre os objectos de duas acções (artigo 91.º/2 do CPC partes da acção (cf. art. 316.º) e quanto a um eventual obrigado a um direito
– quanto à competência absoluta do tribunal para esta exceção poder de regresso (cf. art. 317.º, n.º 1, e 323.º, n.º 4);
operar).
– O outro mecanismo é a faculdade de o terceiro impugnar
I) Relações Sinalagmáticas; um caso julgado com base na simulação processual
realizada pelas partes do processo no qual foi proferida a
Quando o réu invoca uma excepção modificativa. Suponha-se, por decisão entretanto transitada (art. 696.º, al. g).
exemplo, que o réu alega excepção de não cumprimento, art. 428.º, n.º 1,
CC e que, na sequência dessa alegação, aquele demandado é condenado a Conclusão quanto aos limites subjetivos:
cumprir a sua obrigação perante o autor quando esta parte cumprir a sua
obrigação perante o demandado; a existência deste dever de cumprimento I) A autoridade de caso julgado significa que as partes têm de
do autor também fica abrangida pelo caso julgado material daquela aceitar, num processo posterior, a decisão transitada que foi
decisão condenatória. proferida num processo anterior. Por exemplo: se, numa primeira
acção, o tribunal considerou que o autor é o proprietário do bem, não pode
Por exemplo: se o vendedor intentar uma acção para obter o pagamento o mesmo demandado, na posterior acção de indemnização procurar
do preço em dívida e a acção for considerada improcedente pela nulidade convencer o tribunal de que, afinal, é ele o proprietário do imóvel.
do contrato celebrado entre as partes, esta nulidade não pode deixar de
ser considerada na acção proposta pelo comprador contra o vendedor II) É diferente a posição de um terceiro perante a autoridade do
para obter a entrega do bem comprado; de outro modo, ter-se-ia de caso julgado: o terceiro só está vinculado à autoridade de caso
admitir que o vendedor pode não receber o preço e ficar vinculado a julgado se não for titular de uma situação incompatível com
entregar a coisa alienada. aquela que foi definida na sentença transitada em julgado.
Ou seja quando não tiver direito a ser ouvido em juízo para defesa daquela situação. Por
II) Relações de prejudicialidade; exemplo: o reconhecimento de que o autor da acção é credor do demandado não significa
III) Subsidiariedade Legal; que um terceiro não possa procurar demonstrar que, afinal, é ele o credor do devedor
(podendo até procurar fazê-lo na acção pendente através da intervenção como opoente:
IV) Absolvição temporária; cf. art. 333.º, n.º 1), aqui a autoridade do caso julgado não afeta este terceiro porque ele
tem legitimidade para agir em juízo.