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Modernidade: entre Ilustração e Romantismo

Resumo
 Características Comuns (Vaz/Horta)
o Renovação da cultura;
o Crítica – a quem se opõe à renovação.
 Ilustração:
o Todorov  3 bases:
 Autonomia: privilegiar o que escolhemos e decidimos por nós
mesmos em detrimento daquilo que nos é imposto por uma
autoridade externa.
 Emancipação: subtrair-se de toda tutela imposta pelos
homens de fora;
 Libertação e Construção de Novas Normas.
 Finalidade Humana dos Nossos Atos;
 Antropocentrismo/Humanismo.
 Direitos inalienáveis.
 Universalidade:
 Igualdade entre os homens implica universalidade.
o Lima Vaz:
 Razão capaz de emancipar o homem
 Libertar o homem pela ciência.
 Caráter pedagógico.
 Humanidade como valor supremo.
 História: melhor tempo vivido é o presente.
 As Três Ilustrações:
 Inglesa: empirismo, liberalismo e deísmo;
 Francesa: caráter crítico – crítica do absolutismo e
apologia à tolerância.
o Mayos: mais atrasada, mais agitada, exaltada e
radical nas formas (ainda que não no conteúdo)
 Alemã: programa de modernização da cultura.
o Formação da Cultura.
o Mayos: mais acadêmica e menos agressiva
contra a religião.
o Berlin:
 Newton;
 A única maneira de se responder a essas questões é pela razão
– agindo dedutivamente como na matemática e indutivamente
como nas ciências da natureza.
 O que Newton fez com a física pode ser feito à ética e
à política.
 Fontenelle: “um trabalho de política, moralidade ou
criticismo, talvez até de literatura, será melhor,
considerando tudo, se feito pelas mãos de um
geômetra”.
o Mayos:
 Muitos pensadores do século XVIII começaram a manifestar
algo básico e comum: orientando-se a uma espécie de
paradigma, episteme, mentalidade, cosmovisão, uma atitude
mais ou menos psicológica ou, pelo menos, um espírito ou
estilo comuns e compartilhados.
 Os propagandistas da Ilustração foram franceses, mas seus
santos padroeiros e pioneiros foram ingleses.
 Ilustração (exceção da Alemanha: Wolff): separar metafísica
de ciência; renúncia de sistemas totalizadores.
 Discurso menos sistemático: o tratado é substituído
pelo panfleto.
 Romantismo:
o Uma grande quebra na consciência europeia (Berlin)
o Característica mais Clara: Crítica ao Racionalismo (Horta)
 Recuperar as dimensões passionais, emocionais e simbólicas.
 Razão como desumanizante (Vaz).
 Primazia da intuição e sentimento (Vaz).
 Emocional (Horta)
 Reivindicação global das faculdades humanas (Mayos)
 “Unidade vital do Humano” (Mayos)
 Valorização do gênio e criação artística (Reale).
 Schlegel.
 Preponderância do subjetivo – inverter a subjetividade como
o único verdadeiro e autêntico. (Mayos)
 Religião: diálogo íntimo estabelecido na própria
consciência.
 Desde a interioridade e espontaneidade do sujeito se
constrói e valida toda a realidade.
 Não se pode exercer a razão separa das outras faculdades ou
completamente além da experiência real e vital concreta de
cada indivíduo (Mayos)
 Ilustração identificava o humano com a razão (Mayos)
o “Todo romântico tem sede de infinito” (Reale e Berlin)
o Volta à natureza (Vaz);
o Organicismo: primazia do orgânico sobre o mecânico (Vaz)
 Sociedade precede o indivíduo (Vaz).
 Rejeição do mecanicismo ilustrado (Horta)
o Nostalgia do passado e do futuro (Horta).
 Ligação com a história e tradição (Horta)
o Também é plural (Horta).
o Liberdade (Reale).
o Integridade, Sinceridade, Dedicação a um ideal (Berlin).
 Viver por si próprio (Hartmann)
 Autenticidade sobre o objetivo (Mayos)
o Hartmann:
 Mais poesia que filosofia;
 Ver a vida num sentido novo.
 Ilustração e Romantismo e a Subjetivação:
o Tanto Ilustração como o Romantismo têm um papel chave na
progressiva acentuação dos processos de subjetivação.
 Progressiva aprofundação no papel decisivo do sujeito.
o Projeto Moderno: renunciar toda pretensão que não pudesse ser
validade desde o estritamente humano.
 Razão + Sujeito.
 Até que ponto esse projeto deve se basear exclusivamente no
sujeito pensante e em uma razão meramente instrumental –
modelo de conhecimento científico.
 Descartes: a racionalidade do mundo só pode ser
fundamentada rigorosamente a partir do sujeito pensante.
o Iluminismo:
 Acentuada Subjetivação em Kant:
 Ética e Revolução Copernicana;
 A racionalidade é validada pelo foco crítico do
sujeito e este deve constituir-se e validar-se graças
àquela racionalidade.
 Confiança na razão de alcançar um acordo
intersubjetivo universal.
 O subjetivismo se equilibra com a universalidade – só
a razão alcança o acordo intersubjetivo.
 Põe a própria subjetivação por cima de qualquer
objetividade que não tenha sido validada por e desde
uma racionalidade que, a sua vez, se valida mediante a
íntima e privada subjetivação ou a pessoal faculdade
do entendimento.
 Prioridade da subjetivação sobre o dado e institucionalizado.
 Julgar o mundo e as instituições desde si mesma.
o Romantismo:
 Novo Conceito de Sujeito:
 Destrói o instável equilíbrio ilustrado;
 Não é pura razão: é emoção, é intuição;
o O conceito iluminista de homem é muito
pobre.
o A diversidade e proliferante riqueza do
humano coloca em xeque o equilíbrio ilustrado
e o domínio absoluto da razão.
 A objetividade é determinada pelo
sujeito – só que este não é mais mera
razão, mas sentimento e intuição.
 Não conhecer valores, mas cria-
los (Berlin)
 Não há mais a racionalidade
intersubjetiva para balancear.
 O mundo não é mero objeto: todo orgânico.
 O individualismo romântico se opõe ao universalismo
da razão.
o O Romantismo anseia por nova unidade: compatibilizar a autonomia
radical da subjetivação com a comunhão com o supraindividual.
 Indivíduo e coletividade;
 Razão e sentimento;
 Homem e Natureza;
 Sujeito e Objeto.
 Alguns Pensadores Românticos:
o Schlegel:
 Arte e Filosofia: chegar ao infinito pelo finito.
 Arte: síntese do finito e infinito.
 Ironia: sentido de inadequação em relação à infinitude
exercendo nela o elemento do humor.
o Schleiermacher:
 Religião: intuição e sentimento do infinito.
 Intuir o universo.
o Holderlin:
 “O que para mim não é o todo, e eterno todo, não é nada para
mim”.
 Dialética: entusiasmo e aflição;
 Esperanças de plenitude e totalidade – o divino em
nós;
o Divino como imanente;
 Superar a cisão entre homem e divino.
 Homens mortais e divina
natureza.
o A miséria humana consiste no esquecimento
do divino que permanentemente nos envolve.
 Negatividade: a inevitabilidade do fracasso;
o Cisão homem-divino.
o A negatividade não se exorciza.
o Contra o fracasso do processo de emancipação,
ele só tem o mesmo processo.
 Tirar força de sua fraqueza e voltar
para o entusiasmo.
 Esperança: houve uma época em que
não era assim (Grécia Antiga) e há de
retornar este momento.
 A idade de ouro é a única
alternativa à cisão.
 Emancipação: exortação emancipatória à fraternidade
universal no entusiasmo.
 Poeta: oferece ideais divinos ao homem;
o Conduzir à reconciliação da finitude com
infinitude.
o Abandonado em um mundo de onde sumiu o
divino.
 Ideal emancipatório fadado ao fracasso.
 Projeto Político: ligado à união
de homens entusiastas,
dionisíacos e felizmente
apaixonados.
o Herói: volta-se à humanidade em sua solidária
vontade emancipatória.
 Natureza como descanso momentâneo.
 Amor pela grecidade;
o Schiller:
 Amor à liberdade: política, social e moral.
 “Só se chega à liberdade através da beleza”.
 Educação estética: educação da liberdade através da
liberdade.
o Herder:
 Valorização das Características Individuais e Comunitárias;
 Expressionismo: uma das funções fundamentais do ser
humano é se expressar.
 Vinculação Natural à Comunidades:
 Instituições Naturais v. Construções Artificiais;
o Organicidade: todos os indivíduos gozam de
seu próprio lugar e são membros do conjunto
social como todo orgânico que se autorregula e
busca a harmonia global.
o O ser humano só pode ser definido a partir de
sua integração em uma coletividade natural.
o O que o homem fez (instituições artificiais) o
homem mesmo pode desfazer – especialmente
quando vão contra a natureza.
 Horta: Ilustração e Romantismo – contradição estrutural da
modernidade/tensão constitutiva da modernidade.
Linhas Gerais: Padre Vaz
 Características Comuns:
o Renovação da Cultura;
o Crítica do que se opunha à renovação.
 Ilustração:
o Razão capaz de emancipar o homem;
 Passagem da minoridade para maioridade histórica.
 Tornar viável o conceito de humanidade como valor supremo
dos próprios homens e da cultura.
 Ciência: libertar o homem pela ciência.
 Ideal da ilustração inglesa.
 Razão sobretudo na forma de Razão Científica
(paradigmática);
 Instrumento por excelência de humanização.
 Educar a humanidade.
 Caráter Pedagógico
o Época e História: oposição com a ideia de que o mundo antigo é
melhor;
 Melhor tempo vivido até então é o presente.
o Cultura:
 Caráter Crítico:
 Característico da Ilustração Francesa;
 Crítica do absolutismo e apologia à tolerância
 Uma nova cultura fundada na razão:
 Ilustração Alemã: programa de modernização a
cultura  aspecto pedagógico;
 Formação da Cultura.
 Romantismo:
o Razão como desumanizante
o Volta à natureza
o Felicidade e sentimento individual.
o O importante não é conhecer a história através da Razão, mas através
das vicissitudes da vida humana;
o Organicismo: primazia do orgânico sobre o mecânico;
o Intuição e Sentimento;
 Primazia da intuição e sentimento sobre razão analítica 
Hegel: nova concepção de Razão que não exclua o aspecto
dialético da vida.
o Pensar a sociedade holisticamente:
 Sociedade precede o indivíduo;
 Crítica ao individualismo.
 Estado como organismo vivo ao qual os indivíduos se
integram.
 Crítica ao contratualismo.

Ilustração frente ao Romantismo no marco da Subjetivação Moderna: Mayos


 Projeto Moderno: Sujeito e Racionalidade;
o Projeto Constitutivo da Modernidade: partindo do sujeito pensante se
chegar à garantia da certeza/verdade em função de um método
rigoroso.
 Descartes: a modernidade adquire consciência de que ao
descobrir a racionalidade do mundo só se pode partir do
sujeito pensante.
o Até que ponto se deveria fiar o projeto moderno exclusivamente na
evidência autônoma do sujeito pensante e em uma razão cada vez
mais reduzida a meramente instrumental e no modelo de
conhecimento científico: aqui, a oposição entre Romantismo e
Ilustração adquire seu verdadeiro valor.
o Parece ter um conflito: sujeito absolutamente autônomo e subsistente
e o ideal de racionalidade e cientificidade.
 O choque está presente nos dois movimentos.
 Relação com a Ciência:
o Ilustração:
 A Ilustração bebeu intensamente do sono científico moderno.
 Nunca se esquece da ciência moderna: modelo superior de
racionalidade e grande esperança.
o Romantismo:
 A ciência objetivizante e analítica rompia com a unidade vital
do ser humano: impedia concebê-lo como um sujeito ativo e
livre que se expressa coerentemente em tudo o que faz, diz ou
conhece.
 Subjetivação:
o Iluminismo:
 Radicalização da Subjetivação  Kant:
 Revolução copernicana;
 Ética: subjetivação como elemento chave da
moralidade kantiana.
o Homem como senhor de si mesmo;
 Nova Subjetivação: julgar o mundo e as instituições a partir
de si mesma.
 Prioridade da subjetivação frente ao dado e o
institucionalizado.
o Romantismo:
 Aprofundação na subjetivação moderna como uma grande
rebelião frente à ciência e sua racionalidade analítica.
 Oposição à cisão ilustrada entre indivíduo e sociedade,
homem e natureza.
 Revolução Romântica: preponderância do subjetivo como o
único verdadeiro e autêntico.
 A mais radical preponderância do subjetivo sobre o
objetivo destrói o instável equilíbrio que a Ilustração
lutava para manter.
 Autenticidade.
 Expressionismo: uma das funções fundamentais do ser humano é se
expressar;
o Ilustração: o sujeito se expressa, mas a expressão adequada manifesta
a universal e comum racionalidade da humanidade.
o Romantismo:
 Não está claro que a expressão autêntica e livre do sujeito seja
estritamente homologável com o conjunto de sua sociedade e
da humanidade.
 O decisivo é a necessidade de expressão  autenticidade e
sinceridade subjetiva – independente da homologação
intersubjetiva.
 Foco no momento criativo.
 A interioridade e espontaneidade do sujeito se constrói e
valida toda realidade.
 A confiança na unidade, universalidade e coerência das
criações humanas se vê atacada.
 Nem todos os ideais podem ser compatíveis e
conciliados;
 Os ideais não são plenamente integráveis.
o Contra o ideal ilustrado de uma humanidade
baseado em uma clara identidade unidade e
coerência, um conceito mais complexo, rico,
versátil e variável.
 Crítica a Ilustração e Humanidade:
 A ilustração não é universal;
 A humanidade é mais rica e versátil.
o Unidade complexa.
o Não é um conceito fechado, mas em devir.
o Não se pode reduzir a humanidade, natureza
ou vida a nenhuma de suas formas concretas.
 Desequilíbrio dos Ideais Modernos (Sujeito e Razão):
o Ilustração: equilíbrio entre a individualidade e universalidade,
particular/específico e comum/geral.
 Kant: o mais perfeito equilíbrio;
 A racionalidade fica validada por e desde o foco
crítico do sujeito e este deve constituir-se e validar-se
graças aquela racionalidade.
 A racionalidade se valida desde a faculdade subjetiva
do entendimento, mas remete a normas universais ou
intersubjetivas e universalizantes.
 Crença que a razão pode alcançar um acordo
intersubjetivo universal.
 Dualismos:
 Dualismo Sujeito-Objeto;
o Distinção sujeito pensante e objeto pensado.
 Identificação do humano com a razão.
o Distinção do humano e animal;
o Distinção razão e outras faculdades.
o Romantismo: em busca de um novo equilíbrio;
 Razão:
 Colocam em xeque o universalismo da razão;
 Evitar que a razão isole a si mesma e o homem da
experiência universal;
 A razão não pode se separar do resto do humano ou
tiranizá-lo  A natureza humana é um organismo
complexo.
 Visão mais sintética: conciliação e unificação que equilibre
ou subordine as diferenças;
 Momento sintético superior ao analítico;
 Tendência harmonizadora:
o Busca incessante da conciliação e síntese entre
a dualidade sujeito-objeto.
 Ilustração repressiva da subjetividade humana;
 Organicidade do mundo: se negam a trata-lo como um mero
objeto.
 Hen Kai Pan: restaurar a comunidade e enlace entre sujeito e
objeto, eu e mundo, particular/singular e universal, indivíduo
e todo, sociedade e natureza, microcosmo e macrocosmo.
 Nova Síntese: compatibilizar a autonomia radical da
subjetividade e a comunhão com o supraindividual – a
natureza, a sociedade, o povo, a história, a vida.
 Equilíbrio distinto do ilustrado.
o Harmonização: indivíduo e coletividade, razão
e sentimento, homem e natureza, entendimento
e vontade, alma e corpo, poder e vida, sujeito e
objeto, análise e síntese.
o Equilíbrio Ilustrado: domínio absoluto da
razão;
 Romantismo: diversidade e proliferante
riqueza do humano.
 O Equilíbrio romântico ameaça
perigosamente, para o ilustrado, a
unidade da humanidade e a
universalidade da razão.
 Reivindicação Global das Faculdades Humanas.
 Sujeito:
o Tanto Ilustração como o Romantismo têm um papel chave na
progressiva acentuação dos processos de subjetivação.
 Equilíbrio entre sujeito e objeto, subjetivo e objetivo, mundo
e eu.
 Equilíbrio entre subjetivação e racionalidade
intersubjetiva.
 O Romantismo vai mais além na subjetivação.
 O ser humano não é visto mais como mero sujeito
pensante, mas também sujeito volitivo, agente,
criador, impulsor, profundamente emotivo.
 A razão deixa de ser aliada e se torna um peso que o
impede de continuar sendo o que é: sujeito.
 Vontade: não se trata de conhecer valores, mas cria-
los – criamos nossa própria visão de mundo.
o A crítica romântica a uma razão separada e menosprezadora do resto
das faculdades – sentidos, sentimento, imaginação, paixões, gênio -se
irá muito além do espírito romântico, estigmatizando totalmente a
razão, vilipendiando-a, ridicularizando-a.
 Projeto Moderno: renunciar toda pretensão que não pudesse ser validade
desde o estritamente humano.
o Partia do sujeito pensante: Sujeito e Razão
 Ilustração e Romantismo são momentos em que estes ideais
entrarão em colisão.
 O conflito está nos dois momentos.
 Iluminismo:
o Subjetivação em Kant:
 Ética e Revolução Copernicana;
 Usar a sua razão.
o Kant: mais perfeito equilíbrio ente sujeito e racionalidade:
 A racionalidade é validada pelo foco crítico do sujeito e este
deve constituir-se e validar-se graças àquela racionalidade.
 O indivíduo ilustrado, desde sua pessoal faculdade da razão,
deve determinar a validez racional de todo o dado.
 Confiança na razão de alcançar um acordo intersubjetivo
universal.
 O subjetivismo se equilibra com a universalidade – só a razão
alcança o acordo intersubjetivo.
 Romantismo:
o Uma nova subjetivação:
 Destrói o instável equilíbrio que a ilustração luta para manter.
 Expressionismo: uma das funções fundamentais do homem é
se expressar.
 Desde a interioridade e espontaneidade do sujeito se constrói
e valida toda realidade.
 Esse novo sujeito não é pura razão (razão não é identificada
com o sujeito): é emoção, é intuição.
 O conceito iluminista de homem é muito pobre.
o O romantismo deixa evidente a instabilidade do equilíbrio entre a
prioridade do sujeito e a intersubjetividade garantida pela razão.
 A diversidade e proliferante riqueza do humano coloca em o
equilíbrio ilustrado e o domínio absoluto da razão.
o O Romantismo quer (e não atinge) uma nova unidade: compatibilizar
a autonomia radical da subjetivação com a comunhão com o
supraindividual.
Iluminismo: Todorov
 Não é fácil dizer em que consiste exatamente o projeto das Luzes.
 Três Bases do Projeto:
o Autonomia:
 É preciso subtrair-se de toda tutela imposta aos homens de
fora e deixar-se guiar pelas leis, normas e regras desejadas por
aqueles a quem elas se dirigem.
 Emancipação;
 Religião:
o Deísmo.
 Movimento de liberação com relação às normas impostas de
fora e de construção das novas normas;
 O bom cidadão (Rousseau) é aquele que sabe “agir
segundo as máximas de seu próprio julgamento”.
 Kant: “Tenha coragem de servir-te de teu próprio
entendimento. Eis o lema das Luzes”.
 Autonomia coletiva e individual
o Finalidade Humana de Nossos Atos:
 O espírito das luzes não se reduz unicamente à exigência de
autonomia, mas traz também seus próprios meios de
regulação.
 Humanismo.
 Todos seres humanos possuem, por natureza humana, direitos
inalienáveis.
o Universalidade:
 Se todos seres humanos possuem um conjunto de direitos
idênticos, decorre que sejam iguais em direitos: a demanda de
igualdade decorre da universalidade.
Constelação de Modernidades: Horta
 Romantismo plural como ilustração;
 Relação dúbia com a Revolução;
 Marca mais evidente: crítica ao racionalismo
o Recuperar as dimensões passionais, emocionais e simbólicas da
experiência humana como objeto do filosofar. Se a razão é uma
potência, não menos vigorosa será a força do sentimento.
o Sentimento: ligação com a história e tradição;
 Nostalgia do Passado e do Futuro: nostalgia é a marca romântica por
excelência;
o O romântico parece dissolver o tempo em um processo de tradição no
qual passado, presente e futuro se articulam em razão de um sentido
histórico e se permitem reescrever à luz deste sentido.
 O romantismo reinventa o passado, idealizando aspectos e
mitos.
 Se o racionalismo moderno buscava todas as formas de fundamentação ética
e filosófica da racionalidade humana, o Romantismo recupera seu lado
passional, intuitivo, emocional, simbólico.

Romantismo: Hartmann
 O romantismo não tem um dogma, nem princípio, nem objetivo, nem
programa, nada que se situe dentro dum pensamento definido ou dum
sistema de conceitos. O romantismo puro como tal é tudo menos filosofia;
mais próximo dele se encontra a poesia.
 O romantismo é uma atitude vital de índole própria.
 Ver a vida num sentido novo.
 Viver por si próprio, verdadeiramente, sem máscaras nem mentiras.
 O romantismo no seu ser mais profundo é semelhante à mística e adversário
natural do Iluminismo. Defronta apaixonada e ardorosamente a falta de
ideias do racionalismo prosaico, a desespiritualização do mundo levada a
efeito pelo «bom senso»; a sua vida é totalmente a da Ideia.
 Filosofia?  Cada um deu às suas intuições um cunho mais ou menos
conceptual

Pensadores Românticos
 Herder (Mayos):
o O que o homem fez, não a natureza, ou seja, as instituições artificiais,
o homem mesmo pode desfazer ou refazer se assim se desejar.
o O homem plenamente integrado na comunidade, consciente de que
coincidem o bem comum e o bem-estar pessoal, tem o direito e dever
de liberar-se dos males que afligem a ele e à coletividade.
 Holderlin (Mayos):
o Holderlin se atreve a pensar – a cantar se se prefere – tanto um ideal
emancipatório universal e sem limites (o divino), como seu inevitável
e racial fracasso. Não faz concessão nenhuma aos dois extremos: aqui
está sua grandeza.
o Podemos interpretar toda obra de Holderlin a partir da coerência de
seu ponto de partida: o que para mim não é o todo, e eterno todo, não
é nada para mim.
o Plena Emancipação Humana: no entusiasmo (endeusamento), que
conduz o homem (filósofo e poeta) mais além de si mesmos – de
deus limites.
 Na fogosidade do ânimo, está o homem verdadeiramente em
si mesmo.
o A finitude, a miséria de nossa situação caída, consiste precisamente
no esquecimento – a ausência de percepção ou empatia – do divino
que permanentemente nos envolve.
o Para Holderlin, há um momento de negatividade. Mas ele não é,
como em Hegel, um momento para ser superado alcançando um
ponto de partida superior.
 A negatividade não se exorciza em Holderlin. A negatividade,
o fracasso do projeto emancipatório entusiasta, se impõe de
maneira radical e não se deixa dissolver facilmente em uma
superação racional. Holderlin se vê forçado a absolutamente a
inevitabilidade do fracasso, do suplício ante a perda do
entusiasmo liberador e divinizador.
 Holderlin não tem ante o desalento nenhuma outra esperança
que a convicção – posta sempre a prova – de que o mundo
não pode ser sempre assim, que houve uma época – essa
Idade de Ouro da Grécia Clássica – na qual não foi assim e
que há de retornar o momento que que não será assim.
 Contra o fracasso do seu projeto emancipatório, Holderlin não
tem nada mais que este mesmo projeto.
o O homem está só – só consigo mesmo – nesta dialética (projeto
emancipatório e seu fracasso) e ante a negatividade. Se quer
evitar ser absorvido pelo nada, o sobra unicamente o recurso de
tirar forças da fraqueza de si mesmo. Armar-se de valor, confiar
que há deuses, que nele habita um deus, que está destinado à
divina infinitude e tentar uma vez e outra vez.
o A Pátria Buscada: um refúgio, o único e último refúgio, mas
temporal, momentâneo e supletório.
o Os ideais holderlianos de Vereinung (unificação) e hen kai pan
indicam que só se pode sair da cisão com o entusiasmo fraterno e
universal. A idade de ouro é a única alternativa a esta cisão e à
miséria do presente.
o O homem está condenado a reiniciar uma e outra vez o mesmo
projeto fraterno-emancipatório, mais além dos sucessivos fracassos e
uma vez curado das feridas e tendo recuperado a coragem.
o Holderlin é sobretudo o cantor poético de uma intermitente
exortação emancipatória do homem.
 Exortação emancipatória à fraternidade universal do
entusiasmo.
o Tarefa dos poetas: unir os dois mundos, fazer humanos os deuses e
divinos os homens, conduzi-los pelos sagrados caminhos da
infinitude.
 A divindade não é transcendente – como não é o labor dos
poetas. Ambas são mundanas (no sentido físico) e se
inscrevem imanentemente neste mundo e não mais além no
transcendente.
 O poeta é o titã que intenta unir o mundo infinito e o finito –
com o risco que intentos desta envergadura sempre
apresentam e que Holderlin sempre está consciente. Assim, se
esforça por fechar a ferira que há dividido o homem.
 O poeta deve conduzir em último extremo à reconciliação da
finitude com a infinitude.
o O ideal emancipatório não é de fácil realização, mas está condenado
ao mais trágico fracasso. O presente miserável, o triste agora,
condena os poetas aos fracassos e à perda de suas virtualidades.
o O eterno retorno – intermitente, mas inevitável – marca de forma
indelével o canto e a personalidade de Holderlin.
o O poeta (que aspira lucidamente, mas de maneira irrevocável, à
plenitude) se encontra só, abandonado em um mundo onde há fugido
o divino. Mas ainda assim Holderlin não se rende: o poeta pode
recorrer ao sonho, à poesia, e desde ela elevar seu canto outra vez.
Será um canto triste e derrotado, mas também um canto renovado
para a emancipação, indicando sempre o caminho até a divindade, até
a plenitude.
o A política de Holderlin é uma política de entusiasmo, de uma união
íntima e no sentimento que projeta os homens mais além de si
mesmos.
 E se há um projeto político coletivo, este está intimamente
unido à união fraternal de homens entusiastas, dionisíacos e
felizmente apaixonados. Para Holderlin, não há um projeto
político sem um projeto fraterno, entusiasta e passional.
o Holderlin parte de uma aspiração hiperbólica típica no romantismo e
que poderíamos qualificar de fáustica: parte sempre de um anelo pela
superação da cisão que impede os homens de ser e se sentir divinos.
Este anelo é tão irredutível quando predestinado ao fracasso e intuído
como impossível.
o Frente ao mal estar que o dessossego pela cisão que percebe em sua
época, na Alemanha, o autor se propõe a restauração da época grega,
da pátria grega de todos homens entusiasticamente divinos.
o O espírito humano parece incapaz de superar a cisão que o marca. O
homem é, no universo, o único ser caído.
o O Herói:
 É para o povo, para a humanidade. Sua tarefa se volta
tragicamente em favor da humanidade em uma solidária
vontade emancipatória.
 Superar a oposição: a contradição entre mundo humano e
divino, entre homens mortais e a divina natureza.
 O herói nasce na cisão e a sua primeira sensação de dor
coincide com a consciência da cisão. Toda sua vida será,
desde então, uma luta para superar a dolorosa oposição.
Romantismo: Reale
 Características Gerais:
o Desejo irrealizável que anseia o infinito, sentido e raiz do finito.
 Filosofia e Arte.
 Desejo que aspira algo a mais.
 “Todo romântico tem sede de infinito”
o Natureza: vida que cria eternamente; grande organismo do todo afim
ao organismo humano.
 Importância fundamental – oposição à concepção mecanicista
o Senso de pertença ao uno-todo
o Gênio e criação artística são elevados à expressão suprema do
verdadeiro e do absoluto.
o Anelo pela liberdade.
o Grecidade: revisitada e idealizada.
 Schlegel:
o Arte e Filosofia: chegar ao infinito pelo finito.
 Arte: síntese do finito e infinito.
o Ironia: sentido de inadequação em relação à infinitude exercendo nela
o elemento do humor.
 Novalis:
o Idealismo Mágico: magia – o eu gerando o não eu;
o Superação: cristianismo – revalorização da Idade Média.
 Schleiermacher:
o Religião: intuição e sentimento do infinito.
 Intuir o universo.
 Holderlin:
o Amor pela grecidade;
o Primado espiritual da beleza e da poesia como únicas capazes de
captar o infinito-uno;
o Divinização da natureza.
 Schiller:
o Amor à liberdade: política, social e moral.
o “Só se chega à liberdade através da beleza”.
 Educação estética: educação da liberdade através da
liberdade.
Berlin
 O movimento romântico foi uma gigante e radical transformação;
o Uma grande quebra na consciência europeia.
 Valores:
o Integridade;
 Sinceridade;
 Dedicar a vida a um ideal;
 Martírio.
 Pureza de coração;
 Devoção;
 Dedicação;
o Desejo pelo infinito.
 Crenças do Ocidente:
o Todas questões genuínas podem ser respondidas;
o Todas as respostas são conhecíveis;
o Todas respostas devem ser compatíveis umas com as outras.
o O romantismo quebra com essa lógica.
o O iluminismo vai considerar que a única maneira de se responder a
essas questões é pela razão – agindo dedutivamente como na
matemática e indutivamente como nas ciências da natureza.
 O que Newton fez com a física pode ser feito à ética e à
política.
 Fontenelle: “um trabalho de política, moralidade ou
criticismo, talvez até de literatura, será melhor, considerando
tudo, se feito pelas mãos de um geômetra”.
 J. Georg Hamann:
o O que o homem deseja é criar.
 Criação é o inefável.
 O iluminismo mata o que está vivo nos seres humanos.
 Deus não é um geomêtra, é um poeta.
 O século XVIII foi o triunfo da ciência.
 Herder:
o Expressionismo: uma das funções fundamentais do ser humano é se
expressar.
 A obra de arte é a expressão de alguém: é a voz de um
homem dizendo algo a outro homem.
 Os objetos não podem ser descritos sem referência ao
propósito de quem o fez.
o Pertença: todo homem visa pertencer a um grupo ou já pertence e
fora desse grupo não se sentirá em casa.
 Todo homem deseja expressar-se com palavras – mas estas
não são sua invenção, são passadas a ele por uma corrente
herdada de imagens tradicionais, que foi alimentada por
outros homens expressando a si mesmos.
 O homem tem algo impalpável comum com outros
homens que a natureza pôs perto deles.
 A uma qualidade de Gestalt particular que qualifica
certos grupos humanos.
o Orgânico.
o Os ideais de povos diferentes se chocam e não quer dizer que um é
superior a outro.
 Pontos Centrais:
o A criação de valores é o que o homem deseja.
 Invenção e criação.
o Não há estrutura das coisas – não há um padrão a se adaptar.
Mayos: Razão Geométrica
 Na primeira modernidade, aparece um novo tipo de racionalidade que
destaca a matematização como sua característica mais evidente e diferencial.
o O real e o verdadeiro são identificados essencialmente por sua
capacidade de serem tratáveis e redutíveis a procedimentos
matemáticos.
 Abandono de qualquer qualidade que não pode ser
quantificada;
 Matemática como instrumento humano para o controle do
meramente objetual.
 Os racionalistas nunca renunciam a colocarem questões metafísico-radicais,
mas estas são inseparáveis das perspectivas técnico-científicas e de sua
fundamentação última.
o Construir um sistema omnicompreensivo.
o Há um essencial impulso metafísico na razão geométrica.
o A razão é essencialmente subsistente e autofundamentadora –
completamente autossuficiente.
 A razão é o que está por trás (como fundamento) do sujeito, já
que este não é nada além de pensamento estruturado
racionalmente.
o Ontoteológica: não querem isolar a questão da racionalidade, do ser e
da realidade da questão do ente perfeitíssimo.
 Discípulos de Newton – ruptura: ciência sem metafísica.
o Isso vai chegar na Ilustração.

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