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Boa noite, professora.

Depois de uma breve análise da poesia pós-modernista, proposta pela professora, de


ambos os poetas latino-americanos, selecionei o poema “Dois Corpos” de Octávio
Paz, do livro “Antologia poética”.
Optei por este poema, primeiramente, pelo seu título, deixou-me curioso o porquê
de o poeta utilizar a palavra “corpos” em vez de pessoas ou algo similar. Razão para
tal? Poderá ser para levar o leitor a pensar que esta “relação” entre os “dois corpos”
fosse principalmente física.
Outra razão pela minha escolha, foi pela sua beleza ao refletir a “relação” utilizando
metáforas, para comparar fenómenos naturais com os dois corpos com a finalidade
de ilustrar vários estados do relacionamento.
Achei também curiosa a maneira bela como o poema termina, ao comparar a ligação
entre os dois corpos a dois astros que caiem num céu vazio, que, no meu ponto de
vista, retrata o amor em que nós somos os “astros” e estamos a cair num vazio
desconhecido, ou seja, o amor.
Cumprimentos,
David Natal

DOIS CORPOS

Dois corpos frente a frente


são às vezes duas ondas
e a noite um oceano

Dois corpos frente a frente


são às vezes duas pedras
e a noite um deserto

Dois corpos frente a frente


são às vezes raízes
na noite enlaçadas

Dois corpos frente a frente


são às vezes navalhas
e a noite um relâmpago

Dois corpos frente a frente


são dois astros que caem
num céu vazio

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