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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Textos Expositivos Argumentativos

Paula Paulino Rapaz

708211153

Licenciatura em Ensino de Geografia


Técnica de Expressão da Língua portuguesa
1º Ano, Turma: M

Nampula, Janeiro, 2022


Universidade Católica de Moçambique
Instituto de Educação à Distancia

Textos Expositivos Argumentativos

Licenciatura em Ensino de Geografia

Trabalho de carácter avaliativo apresentado na


cadeira de Técnica de Expressão da Língua
portuguesa, 1ᵒ Ano, Turma: M, orientado pelo:

Tutor: Agostinho Uanieque

Nampula, Janeiro, 2022


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Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação Subtota
do
máxima l
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura  Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
Referências  Rigor e coerência das
6ª edição em
Bibliográfica citações/referências 2.0
citações e
s bibliográficas
bibliografia
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Folha para recomendações de melhoria:A ser preenchida pelo tutor

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Índice
Introdução...................................................................................................................................5
1. Texto expositivo - argumentativo........................................................................................6
1.1. Conceito da Argumentação..........................................................................................6
1.2. Tipos de argumentos....................................................................................................8
1.3. Exemplo de texto expositivo – argumentativo...........................................................11
Conclusão..................................................................................................................................12
Referências Bibliográficas........................................................................................................13
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Introdução
Desde a antiguidade, a filosofia e a política recorreram à argumentação, discutindo e aduzindo
razões para fazerem valer as suas ideias e opiniões. Os sofistas eram mestres da
fala; Sócrates ouvia e apresentava objecção aos argumentos; Aristóteles dizia que se conhecer
era formar proposições (afirmações), tornava-se necessário examinar os modos como elas
eram construídas; através de "silogismos" (raciocínios) procurava encadear as proposições
(premissa maior e premissa menor) até formar o conhecimento (conclusão).

Na época medieval, a argumentação partia de uma disputa que exigia a formulação de um


problema e argumentos a favor e contra, uma solução e respectiva fundamentação e, por fim,
respostas às objecções encontradas ou supostas. Nos nossos dias, a argumentação ainda utiliza
regras desta arte filosófica

O texto argumentativo procura defender uma tese, apresentando dados e observações que a
confirmem. Deve expor com clareza e precisão as razões que levam à defesa de uma opinião
sobre o tema. Convém, na construção do texto, ser concreto e objectivo, evitando pormenores
desnecessários; fazer raciocínios correctos e claros, incidindo no que é importante; evitar
argumentos pouco explícitos.

Este trabalho apresentara a seguinte estrutura: Introdução (onde serão arrolados os objectivos
e as metodologia a serem usadas para tornar possível a concretização do mesmo,
Desenvolvimento (parte que se recheara de conceitos, tipologia e exemplo de texto expositivo
-argumentativo), Conclusão/considerações finais e finalmente as Referências Bibliográficas.

O Objectivo Geral deste trabalho é Abordar o tema Investigação Cientifica e seus Desafios de
forma detalhada e tem como Objectivos específicos:

 Caracterizar um texto expositivo - argumentativo;


 Descrever as fases de um argumento;
 Dar exemplo de um texto expositivo - argumentativo.

Para concretização deste trabalho, foi usada uma Pesquisa Bibliográfica que consiste
desenvolver o trabalho a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e
artigos científicos.
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1. Texto expositivo - argumentativo


1.1. Conceito da Argumentação
A argumentação visa persuadir o leitor acerca de uma posição. Quanto mais polémico for o
assunto em questão, mais dará margem à abordagem argumentativa. Pode ocorrer desde o
início quando se defende uma tese ou também apresentar os aspectos favoráveis e
desfavoráveis posicionando-se apenas na conclusão.

Argumentar é um processo que apresenta dois aspectos: o primeiro ligado à razão, supõe
ordenar ideias, justificá-las e relacioná-las; o segundo, referente à paixão, busca capturar o
ouvinte, seduzí-lo e persuadí-lo.

Os argumentos devem promover credibilidade. Com a busca de argumentos por autoridade e


provas concretas, o texto começa a caminhar para uma direcção coerente, precisa e
persuasiva. Somente o facto pode fortalecer o texto argumentativo. Não podemos confundir
facto e opinião. O facto é único e a opinião é variável. Por isso, quando ocorre generalização
dizemos que houve um “erro de percurso”.

Segundo Rei (1990:88) “Um argumento é um raciocínio destinado a provar ou refutar uma
afirmação destinada a fazer admitir outra.”

Ainda de acordo com o mesmo autor, a teoria da argumentação estuda as técnicas discursivas
que permitem provocar ou aumentar a adesão dos espíritos às teses que apresentamos ao seu
consentimento. Sem se afastar da dialéctica, da lógica e da retórica. A argumentação investiu
no campo da psicologia, da sociologia e da teoria geral da informação, indo nestes campos
procurar alguma luz sobre como reage o homem, quando exposto às mensagens persuasivas,
como altera as suas convicções e o seu comportamento.

A argumentação pode ser definida como uma organização discursiva com características


próprias que a diferenciam de outros modos de organização de discurso, como a narração,
a descrição e a explicação. Dentre suas características principais, a argumentação inclui a
negociação de argumentos a favor e contrários a um ponto de vista, objectivando chegar a
uma conclusão. Argumentar significa reflectir sobre o que era objecto de certeza
do pensamento ao ser destacado o que é susceptível a debate

Até agora, a argumentação foi abordada na forma de sua condição de processo, no caso,
discursivo; porém o termo argumentação também se refere a um campo interdisciplinar de
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pesquisa no qual convergem áreas tais como a filosofia, a linguística, a psicologia e


as ciências da educação. Isto é, argumentação seria conversar, debater o assunto.

No que se refere a argumentação científica, há uma distinção entre o ato de argumentar e o de


promover orientações discursivas, neste caso, os conceitos de contraposição de ideias e de
justificações, para fundamentar a proposição de dois importantes marcadores para identificar
argumentações, adaptados dos conceitos anteriores.

São eles a contraposição de ideias (opiniões)  e as justificações recíprocas dessas ideias. Os


marcadores propostos são o embrião da base analítica para identificação dos aspectos que
diferenciam a argumentação de outras orientações discursivas.

De forma bem específica, a argumentação no ensino de ciências pode ser melhor entendida a
partir de dois modelos de pensamentos. Esses dois modelos para análise de argumentação, que
agem adaptando se para situações discursivas de ensino de ciências: o modelo de Toulmin
(1958) e o modelo de Van Eemeren et al. (1987). O primeiro modelo é bastante utilizado na
literatura em ensino de ciências para investigar os aspectos estruturais de argumentos
produzidos por alunos, principalmente em situações experimentais (Driver & Newton, 1997;
Jiménez Aleixandre, 1998; Capecchi & Carvalho, 2000). Estes estudos, utilizando o modelo
de Toulmin, têm evidenciado alguns aspectos através dos quais os alunos relacionam os
dados, obtidos em situações experimentais, com conclusões, a partir de teorias “científicas”.
Entretanto, vale ressaltar que estes trabalhos se baseiam em estudos de situações
cuidadosamente planejadas para desenvolver a argumentação “científica” nos alunos. Desta
forma foi necessário introduzir o segundo modelo em nossas análises devido à necessidade de
incorporar um contexto discursivo mais amplo ao estudo da argumentação dos alunos em
situações de ensino de ensino de ciências não planejadas especificamente para este fim. 

O Padrão de Toulmin é o de maior evidência e empregabilidade no meio académico científico


para construir e analisar a argumentação científica, dadas as suas especificidades. Segundo o
modelo de Toulmin (1958), os elementos que compõem a estrutura de um argumento são:
1) o dado (D);
2) a conclusão (C);
3) a justificativa (J);
4) os qualificadores modais (Q)
5) a refutação (R) e;
6) o conhecimento básico (B).
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Entretanto um argumento completo pode ser apresentado utilizando-se apenas os três


primeiros elementos citados acima. Assim a estrutura básica de um argumento pode ser
apresentada na seguinte forma: "a partir de D, já que J, então C". Os demais elementos não
precisam necessariamente estar presentes na estrutura argumentativa que ainda pode conter
especificações das condições necessárias para que uma dada justificativa seja válida. Neste
caso são acrescentados à estrutura básica os chamados qualificadores modais (Q). portanto, é
possível identificar elementos que determinam as condições para que uma dada justificativa
não seja válida ou suficiente para dar suporte à conclusão. Este elemento é chamado de
refutação (R). Os qualificadores e as refutações dão os limites de actuação de uma
determinada justificativa, complementando a “ponte” entre dado e conclusão. Finalmente, a
justificativa que apresenta um carácter hipotético pode ser apoiada em um conhecimento de
carácter teórico que a fundamenta. Este conhecimento pode proceder de fontes distintas como
de um livro didáctico, do professor ou até mesmo da elaboração própria do locutor. Este
último elemento que pode compor um argumento é denominado conhecimento básico (B).

1.2. Tipos de argumentos 


Existem quatro (4) tipos mais universais e que são comummente aceitos em provas como
vestibular, são eles:

1.  Argumento de valor universal:  é a expressão de um raciocínio lógico por meio da


relação entre dados conhecidos, e, dessa forma, torna-se possível chegar a uma
conclusão.

2.  Dados colhidos da realidade: para confirmar o ponto de vista do autor, são


apresentadas informações de conhecimento geral, que fazem parte do repertório
sociocultural que autor e leitor compartilham. Nesse tipo, incluem-se as ilustrações, os
exemplos, os resultados de pesquisas e o conhecimento de diversas áreas de estudo.

3.  Referências e citações: utilizando as relações intertextuais, apresenta-se o discurso


produzido por outras pessoas que corroboram o ponto de vista defendido pelo autor.
Aqui, incluem-se os argumentos de autoridade, os depoimentos e menções a
personagens e obras da literatura em geral.
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4.  Contra-argumentação: o autor visa apresentar argumentos contrários ao ponto de


vista defendido, a fim de refutá-los e mostrar que estes não são válidos ou têm
validade limitada.

Para construíres um texto expositivo - argumentativo deverás ter em atenção os seguintes


aspectos:

1 - Estrutura do texto/ progressão temática:

Introdução - parte inicial onde se apresenta o ponto de vista a defender, de modo claro e bem
definido.
Desenvolvimento - explicitação do ponto de vista; apresentação de argumentos que provam a
sua veracidade: factos, exemplos, citações, testemunhos, e.t.c.

Conclusão - parte final, constituída por uma síntese da demonstração feita no


desenvolvimento.

2- Escolha e ordenação dos argumentos:

 tenta encontrar os argumentos adequados.


 recorre à exemplificação, à citação, às relações causa - efeito (...)
 organiza os argumentos por ordem crescente de importância.

3- Adequação do texto ao objectivo e ao destinatário:

 usa um registo adequado à situação e ao destinatário.


 refere contextos/ situações que sejam eventualmente do conhecimento do destinatário.

4- Articulação e programação do discurso tem sempre em atenção:


 a correcta estruturação e ordenação das frases.
 o uso correcto dos conectores de discurso.
 o respeito pelas regras da concordância.
 o uso adequado dos pronomes, que evitam as repetições do nome.
 a utilização de um vocabulário variado, com recurso a sinónimos, antónimos,
hiperónimos e  hipónimos.
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A progressão e a articulação do texto é conseguida sobretudo através do uso dos conectores


ou articuladores do discurso, que vão fazendo progredir o texto de uma forma permanente e
articulada.

Assim, tens, como articuladores argumentativos:

para reiterar, reafirmar retomando a questão, penso  que, a meu ver, creio que, estou
certo, em nosso entender
para concordar, provar, exprimir efectivamente, com efeito
certeza
para refutar, manifestar oposição, no entanto, mas, todavia, contudo, porém, apesar de, em sentido
restringir ideias contrário, refutando, pelo contrário, ao contrário, por outro lado,
com a ressalva de
para exemplificar por exemplo, como se pode  ver, assim, tome-se como exemplo,
é o caso de, é o que acontece com
para explicitar significa isto que, explicitando melhor, não se pretende com 
isto, quer isto dizer, a saber, isto é, por outras palavras
para concluir finalmente, enfim, em conclusão, concluindo,  para terminar,
em suma, por conseguinte, por consequência
para estabelecer conexões de então, após, depois, antes, anteriormente, em seguida,
tempo seguidamente, quando, até que, a princípio, por fim
para referenciar espaço aqui, ali, lá, acolá, além, naquele lugar, o lugar onde, ao lado de,
à esquerda, à direita, ao centro, no meio, mais adiante
para indicar ordem em primeiro lugar, primeiramente, em segundo lugar,
seguidamente, em seguida, começando por, antes de mais, por
último, por fim
para estabelecer conexões de porque, visto que, dado que, uma vez que
causa
para estabelecer conexões de de tal modo que, de forma que, tanto que, e por isso
consequência
para expressar condição, hipótese se, a menos que, a não ser que, desde que, supondo que, se por
hipótese, admitindo que, excepto se, se por acaso
para estabelecer conexões de fim para que, para, com o fim de, a fim de que, com o intuito de
para estabelecer relações aditivas e, ora, e também, e ainda
para estabelecer relações ou, ou então, seja...seja, quer...quer
disjuntivas
para expressar semelhança, do mesmo modo, tal como, pelo mesmo motivo, pela mesma
comparação razão, igualmente, assim como
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1.3. Exemplo de texto expositivo – argumentativo


Tema: “A importância da música na minha vida”

Tese: a música é indispensável no meu dia-a-dia.

Argumentos: música como forma de expressão e criatividade; calmante em alturas difíceis.

Contra-argumentos: a música que passa nas rádios é repetitiva; nem sempre é do gosto
pessoal.

“Companhia diária”

A música desempenha um papel muito importante na minha vida, tendo-se tornado


indispensável.

Efectivamente, funciona como uma companheira de todos os dias: desde de manhã ao


acordar, em que uma canção calma funciona como um bom despertador, até antes de deitar,
de forma a relaxar.

De facto, a música é um óptimo remédio para aquelas alturas em que me encontro triste e
deprimida, ou até mesmo para passar um bom bocado com os amigos.

Na verdade, aprecio e admiro música. É uma forma de exprimir o meu estado de espírito, de
ser criativa e de libertar a mente de todos os problemas que me atormentam, podendo abstrair-
me deles, por um só momento que seja.

No entanto, das poucas vezes que ouço canções, através de algumas estações de rádio, estas
tornam-se repetitivas e acontece frequentemente duas estações estarem a transmitir a mesma
canção.

Por outro lado, há rádios locais que se limitam a transmitir certo tipo de música, por exemplo,
música folclórica, que não é muito do meu agrado. As rádios portuguesas não são muito
diversificadas quanto ao tipo de música que transmitem. É por isso que eu não costumo ouvir
música através da rádio, prefiro trazer as minhas músicas comigo, no meu telemóvel.

Em suma, a música faz parte da minha rotina, funcionando como uma amiga que me
acompanha ao longo do dia.
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Conclusão
Feita a pesquisa sobre o tema em abordagem, chegou-se a conclusão que, os argumentos são,
portanto, elementos abstractos, cuja disposição no discurso dependerá da sua força
argumentativa, aparecendo, assim, no texto, numa disposição crescente, decrescente ou
dispersa.

Há que salientar que, argumentar é um processo que apresenta dois aspectos: o primeiro
ligado à razão, supõe ordenar ideias, justificá-las e relacioná-las; o segundo, referente à
paixão, busca capturar o ouvinte, seduzí-lo e persuadí-lo.
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Referências Bibliográficas
1. Leitão, Selma (2011). O lugar da argumentação na construção do conhecimento em
sala de aula. Em S. Leitão & M.C. Damianovic (Orgs.), Argumentação na escola: o
conhecimento em construção. Campinas, SP: Pontes Editores.
2. Santibañez, C. & Riffo, B. (2007). Teorías y aplicaciones en el campo de la
argumentación. Un esbozo del estado del arte. Concepción: Editorial Universidad de
Concepción.
3. Cano-Ortiz, M. (2010). Argumentació i construcció del coneixement: Estratègies
argumentatives dels estudiants universitaris en situació de debat. Tese de Doutorado.
Universitat Ramon Llull. Barcelona.
4. VILLANI,, Carlos Eduardo Porto (2016). «A argumentação e o ensino de ciências:
uma actividade experimental no laboratório didáctico de física do ensino
médio». Investigações em ensino de Ciências.

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