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Uma Noite de Chuva

Por: Thaina Chamelet da Silva

Era feriado, saímos do elevador encharcados pela chuva. Eu queria estar na minha casa com meu
chuveiro, minha mãe, mas estava ali, toda molhada esperando ele abrir a porta do apartamento. Eu
não tinha roupas, meu celular estava morto, sem bateria, sem área, sem absolutamente nada.
Molhada ate a alma, literalmente, tudo, desde minha sobrancelha ate minhas roupas de baixo. Eu
me sentia tomada pela total desesperança de ficar seca e confortável.
Ele abriu a porta e um cheiro de madeira nova logo chegou a mim, era como se chegássemos a um
paraíso, todo sequinho, cheiroso e limpo. Eu sabia que tanto sua mãe como seu pai estavam fora de
casa já fazia quase uma semana, mas a casa estava impecável e não haviam contratado uma
empregada, isso era quase certeza.
Fiquei com dó do carpete, iria ficar imundo assim que colocássemos nossos pés nele. Ele ficou me
olhando, esperando que eu entrasse, estendeu o braço num convite e então não pude evitá-lo,
passei por ele e adentrei pela primeira vez aquele apartamento.
Ele pegou minha bolsa, me fez soltá-la de meu ombro. Fiquei olhando em volta tentando me
familiarizar com o ambiente, a madeira escura contrastando com as paredes branquinhas.
- Eu pensei em te dar uma toalha, mas acho que não vai adiantar nada...
Olhei pra ele entendendo aos poucos o que ele queria dizer
- Humm
- Se você quiser pode tomar um banho lá em cima
- Mas eu não tenho o que vestir
Ele me deu um sorriso bobo, como se estivesse dizendo que isso é muito simples de se resolver
- E então?
- Eu tenho roupas, ta?
- Mas são de menino!
- Seria pior se eu vestisse roupas suas... – ele pegou meu braço delicadamente e foi me guiando pela
escada – você conseguiu ficar mais molhada que eu!
- Pois é! Tem um probleminha...
- Mais um?!
Tive que rir do rosto surpreso dele
- Mais um!
- E qual seria? – ele se aproximou de mim com um sorriso de lado irresistível
- Eu... – como eu ia dizer que não tinha calcinha pra vestir? Será que ele ia me emprestar uma cueca?
Ri de meu próprio pensamento: vestir uma cueca dele
- Que foi? Não vai me dizer o que é?
- Eu tenho vergonha – desviei meus olhos dos dele
- Vergonha? De mim?
- Não é bem isso, é que... Eu estou sem roupa de baixo pra vestir... – levantei o rosto pra ver a
expressão dele, eu sabia que dizer isso havia sido um erro, mas o que eu poderia fazer?
- Isso é realmente um problema – ele mordeu o lábio inferior pensando no assunto – só se você usar
uma da minha mãe...
Aquilo não me agradava nem um pouco, a mãe dele já não gostava muito de mim, ela não iria gostar
muito que eu usasse roupas de baixo dela.
- Tá, né... – olhei pra ele desanimada
Ele acelerou o passo na escada e continuou ate o fim do corredor, ouvi gavetas se abrindo e
fechando enquanto eu terminava de subir, em seguida ele voltou com uma calcinha vermelha nas
mãos. Tinha que ser logo vermelha?
Tomei em minhas mãos sem ânimo, ele estava com um sorriso zombeteiro.
- Posso te beijar agora? – dei um sorriso brincalhão
- Por que não?
Ele foi se aproximando, tocou meus cabelos molhados e foi penetrando seus dedos entre os fios,
toquei seus lábios sendo mais atrevida do que o normal. Eu havia resistido a ele a tarde toda, não
gostava que ele me beijasse quando estávamos acompanhados, era estranho e ele parecia ter a
mesma opinião que eu nesse sentido
Beijamos-nos sem muita intensidade, um beijo suave, curtindo cada centímetro daqueles lábios finos
e doces, eu poderia prolongar aquele beijo para o resto dos meus dias, mas ele se afastou devagar,
me deixando com um rosto pidão.
- Vai tomar banho, menina!
- E quem me garante que você não vai invadir meu chuveiro? – tentei parecer brava, mas minha voz
soou como de uma criança mimada.
- Bem... O banheiro tem tranca e eu vou tomar banho no meu quarto. Não confia em mim?
Abracei-o rindo, ele me rodou em seus braços e foi parar atrás de mim, foi me empurrando em
direção à porta que ficava do lado do quarto da mãe dele.
- Espere um pouco, vou buscar uma toalha – ele entrou no quarto que ficava do outro lado do
corredor, ouvi portas se abrindo e fechando, gavetas voltando a seus trilhos. E ele voltou com uma
toalha azul marinho no braço, uma camiseta preta e uma calça de moletom um pouco desbotada.
- Obrigada – dei-lhe um sorriso
- Qualquer coisa é só gritar.
Ele seguiu para o próprio quarto enquanto eu fechava a porta do meu banheiro
Tirei a roupa molhada do corpo enquanto analisava meu rosto no espelho, meus olhos se realçavam
em um castanho bem claro ate que charmoso. Comecei a olhar-me num todo, meu corpo não era
feio, era de uma garota normal em seus quinze anos e pouco, definido, não perfeito, mas jovial.
Tomei um banho rápido, estava cansada demais, aquele dia tinha realmente sido longo, mas mesmo
assim não podia demorar muito mais no chuveiro, a casa não era minha
Fiquei pensando se realmente era necessário usar a calcinha da mãe dele, mas isso era tão obvio que
não demorei muito tempo pra me decidir. Vesti as roupas dele e me olhei no espelho, se não fosse
pelo perfume dele misturado ao de roupa limpa, toda aquela situação seria no mínimo desagradável.
Desci as escadas, com a toalha em meus braços, um cheiro de açúcar queimado vinha da cozinha
- Que merda! – ele tirou uma das panelas do fogão e correu com ela ate a pia, jogou água sobre toda
a bagunça e me olhou analisando todos os pontos possíveis do meu corpo – ficou bom
Dei-lhe um sorriso
- Onde coloco isso? – levantei a toalha
- Ah! – ele olhou em volta, pegou a toalha de minha mão e estendeu sobre o encosto de uma das
cadeiras, outra toalha, possivelmente a dele, também estava do mesmo modo na cadeira ao lado.
- Você está com algum problema com aquela panela? – apontei pra pia
Ele franziu a testa
- Faz um favor pra mim?
- Depende!
- Boba, bem... Olha as panelas pra mim enquanto eu cuido dessa sujeira?
- Ok
Ele ficava lindo daquele jeito desleixado, correndo pela cozinha, com os cabelos claros brilhando sob
a luz estéril da cozinha.
Jantamos juntos, com a TV ligada baixo para tentar ver as noticias sobre a chuva, a cidade estava o
caos, todas as vias que davam acesso para a minha santa casa estavam alagadas, simplesmente não
havia como chegar a casa.
- Acho melhor você ligar pra sua mãe e avisar que não vai conseguir chegar em casa.
- É né – qualquer garota ficaria animada com a idéia de passar a noite com o namorado, sozinhos em
casa, mas sabe, aquilo me soava estranho, era como uma imposição divina para que acontecesse
algo a mais
Ele me deu o telefone já com o numero discado, o qual ele já sabia de cor, pois todas as noites ele
me ligava e me desejava boa noite. Eu simplesmente amava nossa relação, nossa cumplicidade e
tudo que ele fazia por mim, cada detalhe que não lhe passava em branco só aumentava minha
admiração e meu amor por ele.
Na verdade eu nunca liguei muito para o assunto sexo. Sei lá! Nunca me foi uma coisa que merecesse
atenção. Não sou contra, nem a favor, só desejava que fosse uma coisa natural, sem esse negocio de
“Tenho que perder a virgindade antes do dezoito anos” ou “Só vou fazer sexo depois do casamento”.
Meu pensamento sobre o primeiro beijo foi exatamente igual, sempre achei que as coisas têm que
acontecer, sem pressão, sem expectativas que podem levar a uma frustração desnecessária.
Falei com minha mãe, ela não pareceu feliz com a idéia de eu dormir fora de casa, ainda mais na casa
do meu namorado, minha sorte era que ela não sabia que os pais dele estavam viajando, senão ela
teria surtado.
Conversamos sobre nosso dia durante o jantar, ele sorria pra mim o tempo todo.
Sequei a louça enquanto ele a lavava
- Não parece um sonho? – olhei pra ele confusa, sem entender o que ele queria dizer com aquilo
- O que?
Ele secou a mão no mesmo guardanapo que eu com um sorriso lindo e brincalhão
- Você, eu, como um casal, não é perfeito?
Sorri pra ele
- Agora você vai ter que me pedir em casamento... – mostrei a língua pra ele
- Se você quiser...
Ele foi se aproximando e me beijou, podia sentir seus lábios levemente repuxados num sorriso
quando me tocaram, meus dedos foram subindo ao longo de seu braço ate o pescoço, as costas. Ele
me puxou pra mais perto pela minha cintura e beijou minha bochecha, senti seu hálito se
aproximando da minha orelha
- Eu amo você!
- Amo muito!
Ele foi descendo, escorregando os lábios em milhões de beijos através do meu pescoço, ate chegar a
minha clavícula, afundou o rosto em meio aos meus cabelos molhados e apertou minha cintura.
Minha mão em suas costas estava apertada e firme, não me surpreenderia se estivesse marcada,
soltei meu peso sobre seu corpo e senti-o todo contra o meu. Cada pedaço dele estava contra minha
pele.
E ele cada vez mais descia os lábios em meu colo, ate que a camiseta que ele havia emprestado virou
um impedimento. Eu sabia muito bem o que se passava em seus pensamentos naquele momento,
ele sabia que não encontraria mais nada depois daquele pano negro, sabia que meu corpo estava nu,
apenas protegido por um fino tecido de algodão. Só de pensar nisso senti minhas bochechas se
inflamarem, podia sentir o já quente sangue correndo em meu rosto.
Ele se afastou um pouco, sem me soltar, apenas para poder me olhar nos olhos. Desviei meu rosto de
seu olhar, não queria que ele visse minha expressão de descontrole, desejo.
Aquela não era a primeira, muito menos seria a ultima vez que eu me sentia dominada por algo,
aquilo que a maioria das pessoas chama de desejo, mas falando assim parece que é algo que você
pode ignorar. Isto que me domina é melhor comparável a um animal feroz quando é finalmente solto
num parque de diversões cheio de pessoas suculentas e com a barriga vazia. O chamado desejo pra
mim é um verdadeiro impulso.
Ele me soltou devagar e deixou uma distancia pequena entre nós.
- Que foi?
- Nada
Ele segurou meu rosto entre seus dedos, me fazendo olhar diretamente dentro de seus olhos.
- Fala – a voz dele era tão clara, que se soassem anjos junto a ela eu nem notaria
Abri um sorriso
- Eu não sei! – minha voz saiu acompanhada por uma nota risonha.
Ele tocou minha cintura com a ponta dos longos dedos, fazendo com que eu me contorcesse na
direção dos seus braços, fazendo com que eu risse. O mais engraçado é que toda vez que ele fazia
isso ele ria mais do que eu.
Abraçou-me e me balançou como se eu fosse um bichinho de pelúcia, como se soubesse que eu
pertencia a ele.
E então a luz da cozinha falhou, ficou tudo escuro por trinta longos segundos, nenhum de nós se
atreveu a dizer qualquer palavra ate que a cozinha voltasse a ser iluminada pela luz fraca e a TV
voltasse a emitir sons sem nenhum sentido para nós.
Ele me olhou assustado, tendo os mesmos pensamentos que eu. Então me soltou e começou a correr
pela casa tirando todos os equipamentos das tomadas.
- Procura as velas nos armários da cozinha, por favor?
- Claro! Ta em qual?
- Eu não sei! – a voz dele estava ficando um tanto desesperada, então comecei a abrir todos os
armários, no terceiro havia uma caixa de sapatos sem tampa, tirei-a e apoiei sobre a mesa. Havia um
pouco de tudo nela, copos descartáveis, isqueiro, caixas de fósforo, canetas, camisinha... O que?
Peguei, aquilo era justamente o que eu não queria ter achado essa noite!
- O que é isso? – ele perguntou assim que tirei da caixa
Olhei pra ele com uma expressão confusa, eu não entendi nem ao menos o que eu pensei.
Ele foi se aproximando e pegou a embalagem da minha mão.
- Nossa! – ele olhava admirado
Olhei com desdém e duvida
- O que tem tão fantástico nisso?
Tirei da mão dele e joguei de volta na caixa e tirei alguns envelopes de carta do lugar, podendo assim
encontrar as tão almejadas velas.
Fomos para a sala, ignorando a caixa alaranjada sobre a mesa. Sentamos no sofá e admiramos por
alguns segundos o reflexo das lâmpadas na TV desligada, ate que fomos novamente engolidos pela
escuridão.
- Que beleza! – depois de quase dois minutos no escuro ficou bem certo de que a luz não voltaria tão
cedo
Toquei seu braço
- E agora?
- Dormir né? É só isso que resta! – ele estava revoltado, ninguém que não o conhecesse notaria isso,
mas eu sabia
- É... – fui subindo minha mão ao longo do seu braço, sentindo os músculos se contraírem com o
arrepio que eu lhe causava, sorri no escuro pra mim mesma.
- Para... – ele segurou minhas mãos com uma só.
- Humm
Ele riu de um jeito doce
- Você não tem jeito mesmo, né? – ele me deu um beijo no rosto
- Ah! Eu?!
- Você! – ele colocou minhas mãos sobre meu colo e me soltou.
Ouvi o couro do sofá se esticar e em seguida uma luz avermelhada feriu meus olhos, desviei o olhar
enquanto ele acendia as velas, se levantou e foi ate a cozinha. MEU DEUS! O que esse menino foi
fazer na cozinha?!
Segurei meu impulso de correr atrás dele. Ouvi a porta de um dos armários se abrirem e em seguida
ouvi seus passos e sua silhueta alongada pela chama tímida em suas mãos passar pelo batente e vir
em minha direção com um sorriso malvado e risonho nos lábios.
Deixei a expressão seria predominar em minha face
Ele colocou a vela que agora tinha um pires como base e deitou um pouco de cera da outra vela
sobre o pires que ele trazia junto. Levantou-se e colocou a outra vela perto da escada. Fiquei
observando as sombras na parede. O cenário estava começando a ficar amedrontador, os moveis
escuros pareciam vultos por toda a parte e podiam-se ouvir os trovões e o céu se acendendo,
iluminando toda a sala em segundos.
- Dá pra brincar de sombras! – foi o comentário mais bobo que eu consegui formular
- De bexiga também!
- Bexiga? – olhei pra ele me perguntando de onde ele havia tirado essa, foi quando ele me jogou uma
embalagem escura e pequena.
- Ah, não! – deixei a embalagem passar por entre meus dedos, que num impulso foram pegar a tal
embalagem, assim que entendi o que era aquilo
- Brincadeira, é só pra te irritar um pouquinho! – ele deu a volta no sofá e se sentou ao meu lado
- Aham, sei... – me arrastei um pouco no sofá para chegar mais perto dele.
Ele passou o braço em volta dos meus ombros. A chama da vela oscilava as sombras na parede.
-Que horas são? – parecia que já fazia uma eternidade que estávamos dentro daquele apartamento,
já estava começando a ficar com sono
- Não importa – disse rindo enquanto tentava enxergar o relógio da cozinha no escuro.
- Bobo!
Coloquei uma de minhas mãos sobre o abdome dele e fiquei ali quietinha no aconchego daqueles
braços, sentindo a respiração dele no meu pescoço. Eu sabia que ele estava me olhando, mas eu não
queria nada, só queria ficar ali em silencio esperando o sono tomar conta.
- Ei! – ele cutucou entre minhas costelas e eu me encolhi.
Inclinei minha cabeça pra trás sem desapoiar meu ouvido do seu peito
- Que foi? – ele ficou olhando pra mim sorrindo
- Eu amo tanto estar com você...
Sorri pra ele e ergui meu corpo, dei-lhe um selinho, mas ele colocou os dedos entre meus cabelos e
me puxou de volta. Tocou meus lábios com a ponta da língua e eu estremeci por completo, minha
mão em seu abdome se fechou segurando firme o pedaço de tecido que o cobria.
Ele soltou minha mão de sua camiseta e a ergueu discretamente deixando minha mão escorregar
sobre sua pele quente. Minha mão subiu ao longo de seu corpo com o tecido travando meus
movimentos.
Mordi o lábio inferior dele. Seus dedos se afrouxaram no meu cabelo e uma de suas mãos puxou
minha cintura com força. Meus seios estavam colados ao seu peito, e isso era preocupante.
E então ele invadiu meus lábios, tomou conta de minha boca de um jeito louco. Senti minha perna
subindo ao longo da dele e parando por cima de suas coxas, ele a segurou com força, sentia seus
dedos amassando minha pele.
Ele foi descendo os lábios dando mordidas fracas em meu pescoço, agradeci pela falta de luz, eu
odiaria que alguém, mesmo que fosse ele, visse minha expressão agora. Eu sentia meu corpo todo
pulsando junto ao meu coração descontrolado.
Joguei minha cabeça pra trás enquanto ele mordia de um jeito quase selvagem meu pescoço, foi
descendo ao longo de meu colo ate a gola da blusa, então ele a mordeu como se estivesse me
avisando que ela estava prestes a ser arrancada. Fui descendo minha mão sobre seu abdome ate
encontrar seu umbigo, fui acompanhando o desenho de seu corpo ate encontrar o seu jeans. Ergui
minha cabeça para encará-lo, ele me olhava surpreso enquanto eu abria um sorriso malicioso para
ele.
Foi ai que a luz acendeu.
- Ai! – fiquei vermelha na hora e desviei meus olhos. Meu corpo inteiro começou a tremer. O que eu
estava fazendo?!
Ele levou a mão aos olhos e fez uma careta terrível.
Levantei e fui ao banheiro quase correndo, fechei a porta e apoiei meu corpo contra ela. Eu estava
arfando, poderia muito bem morrer ali sem conseguir respirar, morrer de vergonha!
Minhas pernas bambearam só de pensar em ter que sair daquele banheiro e olhar pra cara dele
depois dos últimos cinco minutos
- Linda? – meu coração deu um salto – ta tudo bem?
Eu não iria conseguir responder nunca, minha respiração ficou descontrolada. Depois de dois
minutos ele bateu na porta
- Você ta bem? – simplesmente destravei a porta e desapoiei dela – Posso entrar? – puxei a
maçaneta levemente deixando subentendido a autorização
Ele entrou devagar, fazendo a porta ranger levemente. Levantei meu rosto na sua direção, tentando
ler sua expressão, ele tinha os olhos brilhantes e um semblante tristonho. Segurou de leve uma de
minhas mãos
- O que foi?
Olhei dentro de seus olhos
- Eu te amo tanto – eu sabia que dizer isso agora era inapropriado, não combinava com o momento,
mas pelo menos ia pegá-lo de surpresa.
- Eu também! Mas...?
- Mas?
- Nada não – ele havia entendido o que eu queria: que ele esquecesse aquilo.
Aproximei-me dele e toquei meus lábios nos seus, ele riu
- Você ta meio descontrolada hoje, não acha?
- Ra Ra Ra! Ainda bem que sou só eu!
- Boba! – ele me abraçou forte – desculpe tá?
- Pelo que? – eu sabia do que ele estava falando, mas tive que me fazer de inocente
- Por ter me esquecido de desligar justamente o interruptor da sala
Soltei-me de seu abraço e o olhei com uma cara de descrença e incredulidade
- Brincadeira, você tem que parar de acreditar em todas as merdas que eu falo, sabia?
- Cada coisa que eu ouço!
Ele apertou a ponta do meu nariz e foi me puxando pra fora do banheiro
- Que vamos fazer agora? – essa era uma bela pergunta
Ergui e soltei os ombros, senti meus seios tocando a blusa, lembrei que ele estava olhando-me, rosei
- Só sei que não quero ficar de frente pra você – fiz uma cara de psicopata e fui em direção ao sofá,
dando-lhe as costas. Dei três passos e ele me puxou pela cintura, toda vez que aquelas mãos
tocavam meu corpo eu senti um arrepio bom percorrer-me por completo
Foi chegando com os lábios em meu ombro e me mordeu
- Ai, menino!
Ele riu e me abraçou, cruzando seus dedos na minha barriga, isso me fez pensar em gravidez, fiquei
meio atordoada. Ele foi subindo a mão em meu corpo se aproximando discretamente de meus seios
e eu a travei precariamente com o cotovelo
- Não! – minha voz ficou parecendo um miado de tão baixo
- Foi sem querer – ele se segurou para não rir
- Foi... Para de me tarar menino!
Virei-me pra ele e o encarei por alguns segundo, seu rosto a poucos centímetros do meu, ele era tão
irresistível, sorri.
- Você é tão linda! – abaixei os olhos e ele tocou meu rosto com delicadeza fazendo-me mirar seu
rosto tão perfeito pra mim.
Ele deu mais um passo em minha direção. Segurei seu rosto.
Como eu o amava! Em nenhum lugar do universo existe alguém mais completa e mais feliz do que
eu!
Ele beijou minha testa e voltou a me derreter com aquele olhar mágico.
- Acho melhor nos ajeitarmos pra dormir... – ele olhou o relógio pelo rabo do olho – tá tarde
Fiz uma careta
- Tá, né!
Subimos a escada curtindo a moleza que já nos abatia, ele foi puxando-me degrau por degrau de
costas pelas mãos me encarando, queria só ver se ele caísse, eu iria bater nele depois que
chegássemos ao pé da escada.
- Onde eu vou dormir?
- Comigo, ué!
Parei de subir e encarei-o, fiz uma cara bem feia, ele tropeçou no degrau e se apoiou em mim pra
não cair
- Que foi?
- Eu não vou dormir com você – fiz um bico e uma cara de teimosa só pra enfatizar.
- Para de ser maliciosa, menina! – ele me deu um tapinha na testa e voltou a me puxar pela escada
- É serio!
- O que?!
- Onde eu vou dormir?
- No meu quarto
- No seu quarto?
- É. A água da chuva te afetou? – ele ficou me analisando, aquele palhaço
- Para!
- É sono?
Fechei a cara
- É, vai encarar?!
Ele riu e me fez cócegas
- Para, que coisa! – estava me contorcendo – dá pra você subir logo?
Ele parou, ficou me olhando, se curvou e me pegou no colo
- Me solta! – balançava minhas pernas sem muita intensidade para que ele não me soltasse, ele
subiu os últimos três degraus e seguiu pelo corredor, entrou pela porta do quarto dele e me colocou
suavemente sobre a cama dele.
O quarto era todo branco, com detalhes azuis escuros, a cama ficava encostada a parede oposta a
uma grande janela de onde dava pra ver a chuva correndo intensamente.
Ergui meu corpo, e me sentei
- Espera ai, eu já volto! – ele saiu do quarto, ouvi seus passos pelo corredor, abrindo a porta do
quarto da mãe dele e depois dos armários e em poucos minutos ele estava de volta com alguns
lençóis e cobertores
Escorreguei meus pés pra fora da cama e me apoiei para me levantar
- Onde você pensa que vai? – ele me olhou tentando fazer cara de serio, em vão.
- Hum, eu ia te ajudar...?
- Fica ai vai – e empurrou meus pés de volta ao colchão. Abaixou-se e puxou parte de baixo da bi
cama.
- Legal! – fiquei feliz ao ver aquilo, eu ia ter um colchão só pra mim, ia poder dormir em paz.
- Nem é pra tanto – ele colocou o lençol azul claro sobre o colchão e jogou a coberta sobre a cama,
olhou pensativo – um travesseiro... – em seguida saiu do quarto, fiquei acompanhando o movimento
e aproveitei pra me levantar, olhei os títulos dos livros enfileirados sobre a cômoda, alguns eu
mesma já havia pego emprestado, mas eu não conhecia o interesse dele por clássicos.
- Ei! – dei um salto.
- Ai!
- Que você ta aprontando? – ele colocou o travesseiro dele pra baixo e o outro sobre a cama.
- Só olhando – olhei pra ele interessada em seus lábios, ele notou
- É bom mesmo! – ele fez uma cara de mandão e envolveu minha cintura me erguendo do chão.
- Não, não! Dá agonia!
- Que bom – ele mordeu o lábio e aproximou o rosto do meu, tocou meus lábios com a ponta dos
dedos – eu te amo tanto – sua voz era um encanto, em perfeita harmonia com aqueles olhos doces.
Foi tocando, descendo os dedos ate meu queixo, e deslizando em direção a minha orelha,
embrenhou-se em meus cabelos, apertando e marcando meu pescoço de um jeito suave.
- Essa expressão quer dizer o que? – ele olhava curioso enquanto eu deitava minha cabeça na direção
de sua mão
- Que expressão? – falei sem abrir os olhos
- Essa de gata manhosa
- Nada... – soltei um suspiro bobo
- Nada?
- Só que eu estou ficando mole e que se você me soltar agora eu vou facilmente para o chão – minha
voz saiu seguida de um bocejo longo
Ele fez que ia me largar, mas antes tocou meus lábios e riu
- Isso é bom pra mim – eu não precisava nem ter aberto os olhos pra perceber o sorriso malicioso
que se formava rapidamente em seu rosto
Senti seu hálito em meu pescoço e uma risada baixa, seus dentes tocaram a base do meu pescoço
com selvageria, gemi e me encolhi sobre seu corpo. O toque de meus seios em seu peito me
surpreendeu e de repente minha lucidez voltou, meu cansaço e sono acumulados durante todo o dia
ficaram encostados em segundos.
Assim que ele me ouviu, apertou meu corpo pra mais perto do seu, eu podia sentir meu governo
vazando de todo o meu corpo, me deixando tomada apenas pela luxuria e por ele.
Ele foi me empurrando ate o pedaço de mesa vazio ao lado do computador, enquanto beijava meu
pescoço me fazendo ficar sem ar. Apertei seu ombro, e fui escorregando minha mão ao longo de
suas costas, ele me prendeu na escrivaninha e me olhou com um sorriso malvado enquanto
começava a beijar o outro lado de meu pescoço.
Apertei sua cintura enquanto sentia minha respiração falhando de tão intensa.
Ele me levantou por cima da mesa e ouvi algo caindo sobre o carpete, me encarou nos olhos com
uma expressão fora de qualquer controle e desceu a mão que segurava fortemente minha cintura ao
longo de minhas pernas, abriu-as e se encaixou entre elas, chegando com o corpo mais próximo ao
meu, ficou me olhando analisando meu corpo e as possibilidades
Envolvi seu quadril entre minhas pernas, senti então uma pressão contra minha virilha, ele olhava
fixo meu colo.
Ergui meu corpo e colei-me a ele, toquei seus lábios suavemente, e fui selando meus lábios ao longo
de suas bochechas, seu pescoço. Ele me apertou contra si, marcando minha cintura entre seus dedos
longos.
Desceu as mãos firmes em meu quadril, ate a barra de minha camiseta, penetrou-as em minhas
costas e foi subindo
- Não! – soltei minhas pernas de seu quadril e puxei suas mãos pra fora de minha blusa.
Ele me olhou confuso e deu um passo pra trás, abaixou o rosto e levou uma das mãos a nuca sem
saber o que dizer e eu não sabia sequer o que pensar.
Desci da escrivaninha e o abracei, senti a proporção do desejo, mas ele não veria meus seios, não
poderia me ter assim.
- To com fome
- Fome? – ele ficou espantado
- É – era verdade, minha barriga estava meio vazia
- Ta né – ele deu de ombros com uma expressão exausta
Descemos as escadas em silencio, ele evitou me encarar quando chegamos à cozinha. Abriu a
geladeira e tirou uma bolacha recheada de chocolate e me entregou.
- Senta... – ele bocejou, puxou uma das cadeiras e em seguida outra.
Comi em silencio olhando minhas próprias mãos, eu não gostava de ficar nesse clima, mas não sabia
o que dizer, não sabia se devia ignorar o que havia quase acontecido, se esperava ele puxar assunto,
se falava sobre aquilo, minha cabeça estava dando nós sobre nós
- Desculpa.
Balancei a cabeça
- Você não tem pelo que pedir desculpas.
- Tenho sim – a voz dele foi diminuindo, ele levantou os olhos da mesa
Toquei seu rosto com vontade de pegá-lo no colo, dizer que aquilo não tinha importância, por mais
inacreditável que fosse, qualquer coisa que ele fizesse de ruim tinha milhões de motivos para não ter
peso nenhum e aquilo não havia sido bem o que eu chamaria de ruim
- A culpa não foi só sua – olhei pra ele enquanto partia a ultima bolacha do pacote e estendia pra ele.
Ele me deu um sorriso de lado, tímido e pegou a bolacha, ficamos um bom tempo apenas nos
olhando
- Acho melhor a gente ir deitar – ele torceu o nariz enquanto afastava a cadeira, coloquei minha mão
por cima da sua
- Eu te amo, viu? Não importa – ele me lançou um olhar doce e beijou delicadamente meus lábios,
olhou-me por mais alguns segundo, eu podia ver seus olhos refletindo os meus, sorri.
Ele se levantou.
- Vamos?
Peguei minha bolsa sobre o sofá e fui seguindo-o ate o quarto, coloquei minha bolsa sobre o colchão
de baixo e me agachei para pegar minha escova de dente.
- Tira a bolsa da minha cama, mocinha! Que invasão é essa? – ele me olhou brincalhão
- Sua cama?
- Minha!
- Sua cama é a de cima!
- Não! Você é quem vai dormir em cima, você é visita, portanto tem prioridade
- Ta, não vou discutir, ta muito tarde pra isso
- Isso, obedece!
Dei um tapa leve em sua testa e segui para o banheiro, ele foi atrás de mim cutucando minhas
costas.
Colocou pasta na escova dele e em seguida colocou uma montanha na minha com um sorriso
malvado e pontuado por risadas forçadas, apertei suas bochechas quando ele colocou a escova na
boca.
- Pa.. r... a! – bolinhas saiam pelo canto de sua boca
- Que gracinha! – comecei a rir, ele cuspiu e passou a escova cheia de espuma na minha testa –
Bobo!
Passei a mão na testa encenando a maior cara de nojo. Ele olhou pra mim com um falso desdém e
voltou a se virar para o espelho. Parei atrás dele, passei cada braço de um lado dele e abri a torneira,
molhei a escova e comecei a escovar os dentes fazendo caretas para o espelho.
- Você não tava com sono? – ele falou com a boca toda cheia
- Da onde você tirou essa idéia? – cuspi me enrolando nele
- Você não disse isso?
- Sei lá! – continuei escovando os dentes encarando ele no espelho, ele desviou os olhos e tentou
evitar ficar vermelho, mas não conseguiu. Ele era tão perfeito!
- Ta pensando em quê?
- Em como tudo na minha vida ficou perfeita assim que te conheci
- Linda!
Ele me deu um selinho com pasta de dente, aquilo me fez rir.
Terminei de escovar os dentes enquanto ele esperava eu parar de enrolar
- Vai logo, to cansado – ele fez cara de serio e depois um sorriso zombeteiro se formou em seu
semblante
- Mané – belisquei sua barriga e ele se encolheu
- Ai! – veio pra cima de mim, com as mãos em minha cintura e me beijou rindo, eu adorava quando
ele não sabia se me beijava ou se ria, era como se eu absorvesse cada momento de felicidade que
existe no mundo.
Ele me segurou pela cintura com um sorriso lindo de presente pra mim
- Eu sou louco por você, completamente!
E eu era por ele. Beijei-o como nunca antes havia feito, a doçura e a selvageria competiam. Ele se
afastou um pouco de mim e beijou minha testa. Seguimos pelo corredor.
- Espera um pouco, vou trocar de calça – encostei-me à parede enquanto ele fechava a porta.
Fechei os olhos, o rosto dele estava gravado em meu pensamento, deixei-me viajar sobre a memória
das ultimas três horas. As silhuetas alongadas nas paredes da sala, suas mãos tocando meu corpo de
um jeito enlouquecedor, sua boca colada a minha, era simplesmente algo de outro mundo, uma
sensação gostosa percorreu cada centímetro do meu corpo naqueles poucos segundos, apenas
pensando nele.
A porta rangeu em seu batente e eu voltei meus olhos para ele, o amor da minha vida.
- Que foi? – ele abriu um sorriso assim que me viu
- O que?
- Esse rosto lindo perdido em pensamentos...
- Perdidos em você
Ele se aproximou de mim e selou meus lábios com os seus, me apertou suavemente em seus braços.
Deitei sobre sua cama e puxei o lençol fino e branco sobre mim, olhei pra ele que me observava
pensativo
- Para...
- O que?
- Não sei! – dei uma risada baixa e sonolenta. Ele começou a se arrumar para deitar, apagou a luz,
ouvi seus passos terminarem próximos a mim, o farfalhar do lençol sendo esticado sobre o corpo, o
estrado se acomodando ao novo peso.
- Boa Noite
- Boa Noite, minha linda!
- Amo você
- Também
Virei-me e deixe o sono penetrar em minha mente inquieta. Eu queria sentir de novo aquela
sensação de ser dele de todas as formas, queria seus braços em meu entorno, sua respiração
próxima ao meu ouvido.
Fiquei olhando as horas passando no relógio que brilhava onde eu achava que deveria estar a
escrivaninha, o quarto estava em total penumbra e eu já começava a perder a noção do espaço
quando ouvi a voz rouca e baixa dele vinda de baixo
- Amor, ta acordada?
- Aham
- Te acordei?
- Não – balancei a cabeça no escuro
- Ai, que bom!
O silencio ocupou alguns instantes de nossos sussurros
- Não ta conseguindo dormir?
- Não – ele se mexeu na cama, senti que ele havia se virado na minha direção
- Chega mais pra lá! – ele se moveu um pouco e eu desci minha mão para perceber o espaço,
escorreguei minhas pernas para baixo e fui caindo aos pouco ao seu lado, virei-me para ele
desejando ver seus olhos em meio à escuridão.
Ele tocou meu rosto de um jeito precário, descobrindo onde eu estava, tocou meus cabelos e
enrolou uma mecha nos dedos.
Puxei seu lençol por cima de mim e ele riu
- Já ta dominando...
- Sim – coloquei minha mão em seu pescoço e o afaguei – Obrigada
- Pelo quê?
- Por você ser tudo pra mim, ideal, real e tão perfeito
- Linda... – ele sussurrou, senti seu hálito em meu rosto e me aproximei – eu é que te agradeço você
poderia estar com qualquer outra pessoa do mundo, mas fica me aturando...
- Poderia – deixei o silencio tornear a continuação – mas não seria nem de perto tão feliz quanto sou
agora.
Beijei seus lábios, seu mel misturado ao gosto de hortelã, seus dentes brincando com meus lábios,
fazendo um arrepio percorrer minhas costas. Ele se aproximou de mim
- Eu quero você
Tomou meus lábios para si, interrompendo o beijo para respirar. Minhas pernas foram subindo por
cima das dele sem que eu sequer planejasse, ele desceu a mão espalmada, fazendo os pelos do meu
braço se erguerem ao seu toque suave que contornava as curvas de meu corpo, puxou minha perna
ate seu quadril com intensidade, foi descendo os lábios ate meu colo de um jeito carinhoso, atento a
cada reação de meu corpo.
Escorreguei minha mão ao longo de seus braços em direção a sua barriga. Deixei minha mão parada
sobre seu abdome sem conseguir me concentrar em nada, apenas em seus dentes mordendo cada
centímetro do meu pescoço, me deixando totalmente sem ar. Deixei um suspiro baixo e satisfeito
sair lentamente de minha boca.
Ele me mordeu, deixando obvio que havia entendido meus sinais, jogando seu peso sobre meu
corpo, ele integralmente sobre mim, ele segurou minha perna que antes estava sobre suas pernas
por cima de seu quadril e devorou vorazmente meu pescoço, meus lábios.
Puxei o tecido de sua camiseta e ele ergueu o corpo para que eu a tirasse, deslizei minhas mãos de
seus ombros ao seu umbigo, admirando as ondulações suaves de seu corpo
Cheguei com minha boca perto de seu ouvido
- Já me tem – e mordi o óbolo de sua orelha, molhando todo o entorno com a ponta da língua
Ele apertou de um jeito violento meu ombro, foi descendo cada vez mais ate chegar na base da
minha barriga, puxou a camiseta com os dentes de foi beijando meu umbigo, subindo ao longo de
meu corpo cada vez mais o tecido que impedia nossas peles de se tocarem totalmente.
Ele mordeu minha cintura e foi me beijando ao longo de meu corpo, arrepiando minha pele com sua
respiração descompassada, afastando cada vez mais minha camiseta, fui invadida por um momento
de duvida, mas àquela altura eu não tinha mais nenhum pensamento lógico, não existia tempo nem
espaço e muito menos restrições.
Ele escorregou o tecido sobre minha pele ate que conseguiu finalmente arrancar de modo tão
almejado a camiseta e jogando-a longe, ouvi um barulho vindo do outro lado do quarto, algo caindo,
mas ignorei, quem tinha que se preocupar com seus patrimônios era ele e ele não parecia nem um
pouco interessado naquilo.
Ele tocou levemente meu corpo com a ponta dos dedos, tratando de minha pele como se fosse uma
jóia inestimável, beijou cada centímetro de meu colo enquanto eu acariciava suas costas, curtindo
seus contornos, seu toque. Desci minhas mãos ate seu shorts, empurrando-as pra baixo,
aproximando meu rosto do dele.
Minha respiração ofegante batia contra seu peito nu, ele escorregou a mão em meus quadris
afastando a calça de moletom dele, deixando a calcinha vermelha da mãe dele sozinha em meu
corpo.
- Espere – ele tirou seu peso de mim e saiu num estado quase frenético em direção a porta, seus
passos sobre os degraus. Santo Deus! A essa altura ele me lembra disso!
Seus passos subiram rapidamente e ele entrou, ouvi um barulho de plástico. Ele era simplesmente
inacreditável!
Tateou a beirada da cama e senti sua pele roçar em meu braço, seu simples toque deixou meu corpo
em um êxtase que jamais havia sentido. Ele deitou-se ao meu lado e foi beijando meu rosto de um
jeito intenso, seu corpo começou a pesar sobre o meu.
Ele correu os dedos por minhas pernas. Sentei-me puxando-o pra mim, ele me segurou firme pela
cintura. Sem nenhuma piedade empurrei seu corpo para a cama, o estrado da cama rangeu
ameaçadoramente, ouvi seu riso.
Escorregamos nossas mãos ao longo dos quadris afastando em perfeita harmonia a ultima peça que
nos cobria.
Engatinhei sobre seu corpo querendo chegar a seus lábios e tomá-los para mim, mordi seu peito,
beijando suavemente depois e contornando suavemente sua boca ate que seus dentes cravaram
sobre meu indicador
- Ai! – me afastei um tanto, ele me puxou de volta e senti seu sexo tocar de leve o meu. Meu corpo
estremecer sobre ele, minhas pernas bambearam naquele momento e ele aproveitou minha
fragilidade.
Ele aproximou meu corpo do seu, fazendo que meu corpo se apoiasse sobre ele, guiou minha cintura
alinhando meu corpo. Fui sua morada mais ritmada, com seu peito colado ao meu enquanto beijava
cada pedaço do meu corpo me fazia sua como em nenhum sonho poderia supor. Naquele momento
éramos um só.
A penumbra já não era a mesma, a intensidade de seus movimentos e seus beijos foi aumentando,
deixando meu corpo sob seu total controle, ele tocava meu corpo de modo intenso, sons sem
sentido saiam de nossos lábios ate que espasmos incontroláveis dominaram meu corpo, minhas
pernas tremiam ferozmente, mordi seu ombro enquanto gritava baixo, sentindo o prazer em seu
ápice. Ele aumentou seu ritmo, meu corpo relaxou sobre o seu enquanto ele me abraçou exausto,
sentia meu corpo pulsando sobre o seu
Beijei seus lábios delicadamente enquanto o encaixe de nossos corpos foi se desfazendo lentamente
sem soltar em momento nenhum meu corpo.
O sol já penetrava suavemente pelas bordas da grande janela quando finalmente minha respiração
começou a se normalizar. Ele pousou sua mão sobre meu umbigo e me afagou com os olhos cobertos
de carinho, a claridade discreta banhava as curvas de suas pernas e meu ventre descoberto, ele
deslizou a ponta de seus dedos sobre meu corpo, formando pequenas ondas quentes, nossos lábios
se tocaram cobertos de ternura e ele abraçou-me protetor.
Sua mão pousou sobre um de meus braços enquanto a outra enrolava uma mecha curta de meus
cabelos
- Eu amo você... – Selei suas palavras com um beijo, sentindo novamente o doce que eu tanto amava
presente naqueles lábios.
Ele olhou em meus olhos, via um tom agradecido em cada linha de seu corpo em cada célula ao tocar
as minhas. Ele tocava minha alma como ninguém jamais poderia fazer.
Sentia meu peito tão coberto de alegria, meu coração tão completo de amor. Eu poderia explodir de
tanto carinho e gratidão nutridos pela pessoa mais maravilhosa de todo o planeta, a pessoa mais
importante e mais amada por mim estava com os olhos perdidos nos meus.
Minhas pálpebras foram pesando, sentia meu corpo flutuar com minha pele encostada na sua, seus
dedos se enroscavam entre os fios espalhados sobre o travesseiro, e ele tinha um sorriso delicado
nos olhos encontrados nos meus.

- Linda... – uma voz angelical soava em meus ouvidos, abri meus olhos me acostumando com a
claridade.
- Bom dia! – olhei seus olhos reluzindo sobre a luz do sol. Seus lábios foram ao encontro dos meus.
- Bom dia, meu amor! Tá com fome? – ele disse isso sorrindo. Como ele era perfeito!
- Aham! – bocejei
- Eu fiz pão esquentado com manteiga na frigideira – ele apontou as mãos para si como se estivesse
se coroando
- Não queimou nada?
- Não – ele mostrou a língua e foi saindo do quarto
- Aonde você vai?
- Eu? – assinalei com a cabeça – ah! Vou ver se suas roupas estão secas
Fiquei olhando ele sair do quarto, olhei em volta, estava tudo em seu lugar, o lençol de minha cama
estava esticado e dobrado sobre o colchão. Eu havia dormido demais, levantei e ao ver-me refletida
pelo tímido espelho, notei meu corpo descoberto, a noite invadiu minha mente, com todas as
sensações e lembranças, senti minha pele se arrepiar ao leve pensamento.
As roupas que me vestiam na noite anterior não estavam em minha visão, ouvi seus passos
caminhando pelo curto corredor. Sem pensar muito puxei o lençol azul claro sobre a frente de meu
corpo, escondendo minha pele descoberta com ingênua destreza.
- Sua blusa e a calcinha estão secas, mas o restante... – ele se aproximou de mim, me esquivei de
suas mãos em instante impensado – o que foi? – sua expressão me penalizou de modo maciço, dei
um passo em sua direção, lembrando do efeito de sua pele junto ao meu corpo nu.
- Desculpe, foi só um impulso... – meus lábios ficaram entreabertos, as palavras me fugiram a boca, e
ele mirando fundo meus olhos, tocou suavemente meus lábios com a ponta dos dedos, beijei-os
cobrindo com o carinho mais intenso cada gesto. Sua boca tomou a minha, um arrepio sandeu
percorreu meu corpo, toquei sua nuca prendendo de leve o tecido em meus braços.
Suas mãos envolveram minha cintura e me puxaram vigorosamente para si, seus dentes se cravaram
em meus lábios, minhas mãos subiram ao longo de suas costas, sentindo cada traço de meu corpo.
Percebi seus dedos tocando minhas costas e afastando o lençol de meu ventre. Um impulso
percorreu meu corpo, meus batimentos se aceleraram repentinamente, aproximei-me ainda mais
deixando meu peso sobre seu corpo.
Seu desejo estava latente sobre o tecido que o cobria. Mordidas contornaram meu pescoço e sua
língua banhou minha orelha delicadamente, sua respiração turbulenta como a minha em meu colo
me deixou tomada por um frenesi incontrolável
- Promete que vai ser minha pra sempre? – sua boca escorregou em meu colo
Um suspiro desejoso saiu sufocado entre meus dentes semicerrados
- Pra sempre! – minha voz mal saiu junto a minha respiração ofegante
Ele me empurrou a beira da cama e afastou bruscamente o lençol que cobria minha nudez, um rubor
leve me tomou, mas em poucos instantes todos os pensamentos racionais foram afugentados de
mim.
Nossos corpos banhados pela luz do sol foram tomados pelo deleite que somente nosso amor podia
nos suprir.

- Eu amo você! Eu amo-te tanto que nada nesse mundo pode ser comparado ao sentimento único
que habita em mim
Sua voz em meus ouvidos me lembrava anjos e flores delicadas, olhei em seus olhos com um sorriso
tímido diante de perfeita declaração
- Amo você!
Fiquei observando a luz dançando ternamente sobre o carpete escuro, admirei os contornos de seu
corpo tocando docemente o meu e recebi maravilhada aquela nova manhã ensolarada chuvosa
Ele beijou meus lábios sorrindo deliciosamente, seus braços me envolveram enquanto o sono cobria
meus olhos dentro dos seus, tocou meus cabelos e embalou meus sonhos com sua respiração suave

Thaina Chamelet S.

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