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‫ע ֹזֽב ׃‬
ֲ ַ ‫ֽל־‬ ‫כ ֑ם ֽ ֝ ָרתִ֗ י‬
ֶ ‫ל‬
ָ ‫ל ֣קַ ח ֭ט ב נ ָתַ ֣ ִ י‬
ֶ ‫ִ ֤י‬
Pois eu vos dou boa doutrina (conhecimento); não abandoneis a minha Torah (Ensino).
Mishlei (Provérbios) 4:2
Shabat Shalom! Yom Rishon shel Pessahh – 15 de Nissan de 5772 (07/04/2012) Ano-5 N-252
O grande e santo Ari Z"L costumava dizer que a redenção do Egito era a redenção da fala. Pois, no início, Moshê
tinha “boca e língua pesadas”, e também o povo de Israel não sabia expressar suas dores. Somente após o êxodo é que
passaram a se expressar com a fala de forma correta, e isto ocorreu com os “Asseret HaDib'rot – os 10 Pronunciamentos”.
Existe uma história muito bonita que o Rishon LeTsion Rabbi Mordechai Eliyahu Z"L costumava contar, e, como toda história
de Pessahh, era oportuna para contar para as crianças. Contudo, ela tem uma profunda mensagem, o que a torna necessária de
ser passada aos adultos também. Essa história teria sido contada a ele pelo Rabbi Menashê Z"L, que a teria ouvido do próprio
Resh Galuta de Babel HaRav Yossef Hhaim de Bagdá, o Ben Ish Hhai, Zechutô Yagen Aleinu – que o seu mérito nos proteja. O
filho do Rei fora feito cativo por ladrões... Quando os ladrões viram que seqüestraram o filho do Rei, recearam que alguém das
redondezas reconhecesse a vítima e os denunciasse ao Rei. Eles, então, feriram a face do filho do Rei, desfigurando-o de certa
forma, para que ninguém reconhecesse o cativo. Enquanto isso, o Rei enviara patrulhas para encontrar seu amado filho,
principalmente entre as zonas sabidas de ladrões e seqüestradores, mas não o encontravam, pois procuravam um tipo físico
específico e os ladrões tiveram sucesso em deixá-lo irreconhecível. Por meio de informações e investigação, os soldados do
Rei isolavam cada vez mais o provável cativeiro do príncipe, e o Rei, então, passou a liderar pessoalmente as buscas, mas não
o encontrava. Eles descobriram a cidade onde estaria o filho do Rei, e a cercaram e fizeram com que todos os moradores da
cidade saíssem de suas casas. Certamente, o filho do Rei estaria na multidão! O Rei chamava por seu filho defronte àquele mar
de pessoas. O príncipe, ao ouvir a voz de seu pai, encheu seu coração de esperança de ser salvo. Contudo, o rapaz sabia que seu
pai não iria reconhecê-lo devido ao que os criminosos fizeram ao seu rosto. O que ele fez? Enchendo os pulmões ele bradou:
“pai, pai, sou eu!”. O pai logo reconheceu a voz de seu filho e passou a perseguir a origem da voz para encontrá-lo. Os
seqüestradores, rapidamente, fizeram o possível para calar o príncipe, mas não lograram êxito. O Rei encontrou-os e vingou
duplamente o sofrimento que causaram a seu filho, tanto pelo cativeiro quanto pelos ferimentos que lhe causaram fisicamente.
O Rei, então, retornou com seu filho ao palácio e tratou seus ferimentos, com médicos especialistas que conseguiram restaurar
a face do príncipe ao seu estado original. Assim foi com o povo de Israel no Egito. Tanto os egípcios nos afligiram e
maltrataram que ficamos desfigurados (chegamos ao 49o. nível de impureza) de nosso estado original! Contudo, nossa voz era
a mesma de antes, não mudara. Por isso, escreve a Torah: “e gritamos ao Eter-no, D-us de nossos pais, e Escutou o Eter-no
nossa voz e viu nossa pobreza e nossa fadiga [...], e nos tirou o Eter-no do Egito com mão forte e braço estendido e com
grandes sinais [...], e nos trouxe a este lugar e nos deu esta terra, terra que emana leite e mel”. Nossos sábios nos ensinam que
não é à toa que o “vilão” se chama Par'óo – Faraó. Divida a palavra e teremos “Pe rá” – boca má, pois sua boca era
deteriorada e cheia de mentiras e palavras duras; blasfêmias como “Quem é o Eterno para que eu O obedeça, não O conheço”;
uma boca cheia de orgulho, como quando ele disse: “Para mim é o Nilo, e eu o fiz”. Esse é o sentido da explicação de nossos
sábios de que os Egípcios nos escravizaram “befarech – bepe rach, com uma boca doce”, pois o Faraó nos seduziu com belos
elogios e palavras bonitas: “venham e construam o Egito conosco!” ele dizia. “Sois visitantes aqui e assim passarão a ser
sócios nossos com direitos idênticos”. Essas palavras doces atingiram seu objetivo e o povo de Israel aderiu em massa
(excluindo a tribo de Levi) ao chamado real e trabalharam com disposição acima do normal, pois estavam empolgados com a
situação e com as expectativas de futuro no Egito. E a essa quota que eles produziram naquele dia, que foi acima do que seria
normal, obrigou-os a produzir como mínimo todos os dias. E com Moshê ele, também, usou a sua boca de forma negativa,
sendo irônico e mentindo que enviaria o povo diversas vezes. Por sua vez, a fala de Moshê e do povo era “defeituosa”. E o
povo não conseguia orar a D-us e expressar corretamente seu sofrimento, visando despertar a Misericórdia Divina. Até que,
finalmente, conseguiram e D-us escutou sua voz, como na história acima, e lembrou do pacto dos patriarcas. Um dos motivos
da dureza da escravidão se dava pelo fato de que o Faraó sabia da força da fala de Israel e não queria que eles rezassem. Por
isso os extenuava até o limite, de modo que, quando chegavam em casa, mal tinham forças – como iriam rezar? Queriam
apenas descansar pois, no dia seguinte, recomeçariam tudo de novo! Somente quando conseguiram libertar sua voz da prisão e
esta atingiu o Trono Celestial é que a Gueulah – redenção – se iniciou. Por isso a festa se chama Pessahh: “Pe sahh”, que
podemos traduzir como “boca que fala”. Pois toda a festa é ligada com a fala. A escravidão se iniciou com a fala. A redenção
também. E o povo, que antes não conseguia rezar, saiu do Egito entoando Cânticos no mar. E o Faraó se submeteu ao Poder
Divino e indagou: “quem és como Tu [...] Eter-no?”. O povo foi redimido pela fala e, como recompensa, recebeu a Torah e
ouviu os 10 pronunciamentos. Por esses motivos, a Mitsvá principal de Pessahh é “contar aos nossos filhos a história do nosso
êxodo”. Um Mandamento ligado à fala. Pois, conforme ensinou o Ari Z"L, a saída do Egito foi a libertação da fala. Hhag
Sameahh e, no ano que vem, em Yerushaláim! (Adaptado do discurso do Rabbi Sh'muel Eliyahu Shlit"a, filho do Rishon LeTsion Rabbi Mordechai Eliyahu
Z"L, Rabino-chefe de Tsfat, para o informativo semanal Kol Tsoffaihh No. 625 – Vaicrá 5772) Por Jaime Boukai (Hhazak Ubaruch)
Curiosidade da Semana:
O Ben Ish Hhai (Rabbi Yossef Hhaim de Bagdá, 1833-1909) observa que há quem coloque a Matsá e os outros
“Simanim” do Seder – Zero'a, Karpás, Maror , etc. – diretamente sobre a mesa, e não sobre uma bandeja separada. Ele escreve
que isso é incorreto. A Ke'ará, ou bandeja do Sêder, é um dos utensílios sagrados que devem ser usados no Sêder, e, segundo o
Gratuito! Contém termos de Torah, trate com respeito! Não transporte em Shabat e Yom Tob! Visite o site www.lekachtob.xpg.com.br!
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ensinamento cabalístico, corresponde ao conceito de “Malchut”. É preciso, portanto, garantir o uso de uma bandeja no Sêder,
em vez de colocar os alimentos especiais diretamente sobre a mesa. O Ben Ish Hhai também registra o costume entre os
Hhasidim Ve'ansheh Ma'aseh (judeus excepcionalmente piedosos) de beijar os dois “ke'zetim” da Matsá com que eles
cumprem a Mitsvá da Matsá no Sêder, e a Matsá de Afikoman. Este costume, explica ele, serve para demonstrar nosso amor
pela Mtisvá, semelhante ao costume do Shela (Rabbi Yeshayahu Horowitz, 1565-1630) para beijar o Tsitsit. Depois de recitar
as Berachot de “Hamotsi” e “Al achilat Matsá” no Sêder, deve-se comer imediatamente um pouco da Matsá, de modo a não
fazer qualquer interrupção entre a Berachá e o consumo, e, em seguida, beijar a Matsá. Note-se que os cabalistas descrevem a
Matsá como “o pão da Emuná”, capaz de infundir na pessoa um grau especial de fé em Hashem. A Matsá também é descrita
como “Nahama D'asvata – o pão da cura”, já que ela tem a capacidade de trazer uma cura física e espiritual para a pessoa.
Como tal, é uma prática adequada beijar a Matsá para demonstrar nosso amor e carinho por esta Mitsvá especial. De acordo
com o Ben Ish Hhai, quando chegamos à passagem da Hagadá de “Dam Ve'esh Ve'timrot Ashan”, deve-se manter uma bacia
especialmente designada e despejar três gotas de vinho do nosso copo na bacia (uma para “Dam”, uma segunda para “Va'esh”,
e uma terceira enquanto se recita “Ve'timrot Ashan”). Em seguida, derrama-se uma gota para cada uma das dez makkot
(pragas) e, depois, mais três gotas quando recitamos os acrósticos “Dasach”, “Adash” e “Be'ahab”. Deve-se derramar uma
quantidade maior de vinho no final, ao se recitar “Be'ahab”. As dezesseis vertidas de vinho correspondem às catorze
articulações das mãos, a palma da mão e o antebraço, que têm significância de acordo com o pensamento cabalístico. É
costume não olhar para a bacia ou para as gotas de vinho enquanto se as derrama, e, em vez disso, virar a cabeça. Alguns têm o
costume de anunciar “Rahamana Yatsilan – o Todo-Poderoso deve salvar-nos” depois de mencionar cada praga. O Ben Ish
Hhai escreve que o utensílio em que se derrama o vinho enquanto se mencionam as pragas deve ser um pouco quebrado; ele
não deve ser um utensílio íntegro e elegante. Se a pessoa não tem um utensílio quebrado, ela deve quebrar um utensílio antes
do Yom Tob. O Ben Ish Hhai cita este costume do Sidur do Rabbi Zalman, e acrescenta que este utensílio não deve ser lavado
antes de ser usado para esta finalidade, mesmo que esteja sujo, em contraste com o copo utilizado para o Kidush, que deve ser
lavado antes do Kidush. (Baseado no “Daily Halacha” do Rabbi Eli Mansour.) Por Maurício Cagy (Hhazak Ubaruch)
Este Ano, Em Jerusalém
No último Pessahh, milhões de pessoas cantaram juntas. Pessoas de Los Angeles a Nova Iorque, Paris a Bombaim, e
até Jerusalém, todas estavam unidas em melodia. Quatro palavras – tão simples, tão poderosas: “No Próximo Ano, em
Jerusalém!”. O misticismo judaico ensina que Jerusalém é o barômetro do mundo. Não pode estar em paz se o mundo está em
guerra, e aquilo que ocorre dentro de suas muralhas afeta toda a humanidade. Todas as preces viajam através de Jerusalém até
os Céus; simultaneamente, D-us derrama bênçãos sobre Jerusalém, e de lá elas se irradiam para o mundo. Ela é lembrada todos
os dias em cada uma de nossas preces, em casamentos, funerais e em cada ocasião judaica. Todas as sinagogas do mundo estão
voltadas em sua direção. Embora nossos ancestrais fossem exilados de Jerusalém há 2.000 anos, ela jamais nos deixou. Não é
tão significativo que o mundo inteiro esteja preocupado com aquilo no qual os judeus têm se concentrado por milhares de
anos? O Midrash conta a história de dois irmãos que moravam em lados separados de uma montanha. Um era abençoado com
esposa e filhos, mas era pobre; o outro era abençoado com riqueza, mas não tinha família. Eles se tornaram sócios numa
fazenda, e repartiam irmãmente a produção. Como se amavam, cada um sentia o sofrimento do outro. O irmão rico pensava:
“Meu irmão tem uma família grande. Precisa ganhar mais que eu...” e, durante a noite, movia secretamente parte de sua
produção para o setor pertencente ao irmão. O irmão com família pensou: “Meu irmão é tão solitário, não tem ninguém que
olhe por ele. Precisa mais do que eu...” e, secretamente, deslocava parte de sua produção para o setor do irmão. Cada qual ficou
surpreso ao ver que, não importava de quanto abrisse mão, sua produção não diminuía. Sabendo que D-us age de maneiras
misteriosas, não questionavam muito. Então, certa vez, já tarde da noite, deram de encontro um com o outro no alto da
montanha. Ambos estavam carregando parte da produção. Caíram nos braços um do outro e choraram. Suas ações, tão puras e
altruístas, afetaram a própria montanha onde estavam. D-us prometeu que Sua presença jamais deixaria este local. A fazenda,
mais tarde, tornou-se uma aldeia, depois uma cidade e, por fim, a capital da Nação Judaica sob o Rei David. Seu nome:
Jerusalém. Estes atos de bondade que fizeram nascer Jerusalém a sustentam até o dia de hoje. Ao contrário de qualquer outra
cidade, ela representa um estado de conscientização ao qual todos podemos aspirar. De fato, a Torah fala do dia em que
Jerusalém se estenderá por todo o globo. O Zohar ensina que o mundo está agora no limiar desta conscientização, e que as
forças das trevas e desespero não se elevarão para impedir sua alvorada. Particularmente nessa época crítica, cada pensamento
nosso, palavra e ação pode iluminar o mundo. Como ensina o Lubavitcher Rebe: “Tudo que é necessário é uma boa ação para
mudar o mundo para melhor”. Neste Pessahh, o mundo inteiro está cantando pela segurança e bem-estar de Jerusalém. Não é à
toa que terminamos nosso Sêder com quatro poderosas palavras da canção. Nós a temos dentro de nós mesmos, para tornar o
mundo inteiro uma cidade de paz e bondade. A maior esperança da humanidade – este sonho, esta conscientização, esta cidade
– está à distância apenas de nosso próximo ato de bondade. “Este ano em Jerusalém!” (Chabad.org)
Por Mair Haim Nigri (Hhazak Ubaruch)
Dedicado à pronta e total recuperação de Hhaim David ben Messodi, Shaul Eliahu ben Chana Rivka, Sh’muel ben Nehhama Dinah e Renee bat
Sarita.
Em memória e elevação das almas de Rachel Hadid Khalili Bat Guilson, Victor Salim Nigri Ben Sara, Haim Zeitune Ben Latife, Linda Salomão Bat
Sarina, Mauricio Ibrahim Balassiano Ben Saniar, Ephraim Shelomô Nigri Ben Amar, Moysés Nissim Zeitune Ben Rachel, Sara Zebulum Zeitune Bat
Aneta, Adélia Elias Balassiano, Egini Khalili Boukai Bat Rahel, Sara Scvirer Bat Rifca, Abraham Boukai Khalili Ben Simha, Elias Isaac Jair Ben
Leá, Tere Nigri Bat Faridel, Salomão Isaac Beniste Ben Sarina e Semita Credmann Zebulum Bat Jamile.
A Equipe agradece ao Templo Sidon e a Gerson e Teresa Bergher pela colaboração na impressão e na distribuição ao público. Tizkú LaMitsvot!

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