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Patologias da Coluna

Tóraco-
Lombar

Disciplina: CLÍNICA EM
TRAUMATOLOGIAEAORTOPEDIA

Hérnia de Disco Torácica


• A incidência para hérnias discais torácicas
corresponde a apenas 0,2 a 1%.

• Quadro clínico: depende da localização.

Em geral pacientes entre 40-60 anos,


apresentando quadro de dor radicular do tipo
lateral no caso de hérnias laterais ou quadro
neurológico decorrente de compressão
medular nas hérnias centrais (parestesia,
espasticidade e alterações esfincterianas).
Diagnóstico

• Ressonância Magnética Nuclear

• Raio X

• Descartar demais patologias: tumor no SN


(quadro clínico semelhante), afecções
viscerais torácicas e abdominais, doenças
neurológicas.
Tratamento

• Conservador: hérnias laterais sem compressão


medular.

• Cirúrgico: compressão medular


Hérnia de Disco Lombar
• Mais freqüente

• Pode provocar quadros de dor lombar,


lombociatalgia ou síndrome da cauda equina
(raramente).

• 63% da população entre 45-50 anos tem ou já


tiveram ao menos um episódio de dor lombar e
37% da população tem ou já tiveram um
episódio de dor irradiada para o MMII.
Diagnóstico

• Diferenciar das outras patologias (patologias


proximais ao disco, ao nível do próprio disco,
ao nível da pelve e das afecções dos nervos
periféricos)

• Ressonância Magnética Nuclear

• Tomografia Computadorizada
Tratamento
• 75% dos casos de dor irradiada para os MMII
melhoram com o tratamento conservador em 1030
dias.

• Lombociatalgias: o tratamento conservador deve


ser a primeira opção (duração de 6-8 semanas).

• Cirurgia: síndrome da cauda eqüina (hérnia de


grande volume comprimindo as raízes e levando a
um quadro de anestesia e alteração dos
esfíncteres); déficit neurológico progressivo;
falha no tto conservador e episódios recorrentes
freqüentes que limitem as AVDs de forma
importante.
Espondilólise x Espondilolistese
Definição
• A espondilólise é definida como um defeito
anatômico que provoca a descontinuidade dos
pares interarticulares (L5), podendo ser
unilateral ou bilateral e estar associada ou não
à espondilolistese.

• Raramente ocorre em L4.

• A espondilolistese é caracterizada por um


deslizamento ou deslocamento anterógrado da
5° vértebra lombar e da coluna vertebral
sobre o sacro, ou menos comumente, da 4°
vértebra lombar e da coluna sobre a 5°
vértebra.
Espondilólise
Pedículo

Lâmina
verteral

Arco posterior da vértebra = formado


pelos pedículos e pelas lâminas
vertebrais
Causas
• Movimentos de extensão da coluna vertebral
combinado a flexão lateral, aumenta o stress de
cisalhamento (forças aplicadas em sentidos
opostos) nos pares interarticulares.

• A evidência para essa teoria é a elevada


associação desses movimentos em ginastas do
sexo feminino, atacantes de futebol americano
e soldados carregando pesadas mochilas, os
quais apresentavam as patologias na coluna
vertebral
• A espondilólise pode vir desde um defeito
congênito até uma fratura intra-uterina ou
pósparto precoce, sendo considerada uma
fragilidade do arco neural que predispõe à
listese.
• Repetidas pressões feitas sobre o complexo
L5S1 resultam em uma fratura da parte
interarticular.
Classificação:
• Displásica: refere-se a anormalidades congênitas
(+ comum: L5 e sacro)
• Ístmica: a lesão ocorre por fratura decorrente
da fadiga da parte interarticular
• Degenerativa: apresenta-se por uma lesão
resultante de uma instabilidade intersegmentar
de longa duração, sendo mais freqüente em
mulheres e (+ comum: L4-L5)
• Traumática: ocorre devido a fraturas agudas em
alguma outra parte da vértebra que permite o
seu deslocamento
• Patológica: estará presente uma doença óssea
localizada ou generalizada, sendo esse subtipo de
raro acontecimento.
Dependendo da gravidade do deslocamento da
vértebra de cima em relação à de baixo a
espondilolistese pode ser classificada em:
• Grau I: ocorre um deslizamento de 25%

• Grau II: deslizamento de 50%

• Grau III: 75%

• Grau IV: que apresenta deslizamento completo


(pode ser chamada de espondiloptose).

Sinais e Sintomas
• Dor à palpação na área da espondilólise ou
espondilolistese, tendo um início insidioso como uma
dor intermitente e surda na parte inferior das costas,
a qual se agrava na posição ortostática e na
deambulação.

• Com a evolução, a dor passa a acometer as nádegas e


coxas, podendo ou não ocorrer uma ciática unilateral
associada a sintomas sensitivos e motores, os quais
podem ser causados por protusão de um disco
intervertebral.

• Em maiores graus de deslizamento pode ser palpado


um desnível na região afetada, havendo também
aumento da lordose lombar
Diagnóstico

• Ao exame físico o indivíduo apresenta


movimentos completos e indolores de tronco,
porém há hesitação da amplitude de
movimento na flexão e extensão de tronco e
referência de dor lombossacral quando os
extremos de amplitude são mantidos por 15 a
30 segundos.
• Mobilidade de tronco e reflexo aquileu
diminuídos
• Apresenta o Teste de Laségue e Spurling
positivos
• diagnóstico pode ser feito por radiografias
simples, tomografias que visualizam esse
pedículo, o qual parece fraturado.
Alterações Posturais
Postura
• “Postura é um composto das posições das
diferentes articulações do corpo num dado
momento”.

• “A postura correta é a posição na qual um mínimo


de estresse é aplicado em cada articulação”
(Magee, 2002).

• “A postura correta consiste no alinhamento do


corpo com eficiências fisiológica e biomecânicas
máximas, o que minimiza os estresses e as
sobrecargas sofridas ao sistema de apoio pelos
efeitos da gravidade” (Palmer & Apler, 2000).
Vista Lateral:
Alinhamento ideal

Ponto de referência
fixo é levemente
anterior ao maléolo
externo e representa
o ponto básico do plano médio-coronal do corpo em
alinhamento ideal.
Vista Posterior:
Alinhamento ideal

Na vista posterior, o ponto


fica a meio caminho entre
os calcanhares e
representa o ponto básico do plano médio sagital do
corpo em alinhamento ideal.

Principais causas de uma postura incorreta

• Traumatismo;

• Patologias que limitam a perda funcional da


força muscular e a mobilidade;
• Hábitos de postura viciosa;

• Fraqueza muscular;

• Hereditariedade;
Hiperlordose

• É uma curvatura anterior


excessiva da coluna
vertebral

• Exagero das curvas


normais da coluna
cervical e lombar
Os mecanismos que
levariam esses
pacientes a sofrer dor poderiam ser
entendidos por:

• As facetas articulares se aproximam e a


compressão excessiva levaria à dor;
• Os orifícios intervertebrais têm seu diâmetro
diminuído e as raízes nervosas que se dirigem
aos músculos, articulações e ligamentos são
comprimidas;
• O disco faz protrusão posterior (ou
anteriormente), pressionando o ligamento
longitudinal posterior (ou anterior) e irritando
terminações nervosas.
Hiperlordose Cervical
É causada, geralmente, pela hipertrofia da
musculatura posterior do pescoço.

Como corrigir (pouca evidência): É necessário


um trabalho de força na musculatura anterior do
pescoço (esternocleidomastóideo, escalenos e
pré-vertebrais) e um trabalho de alongamento da
musculatura posterior.
Exercícios: Procurar encostar a coluna cervical
na parede, contraindo a musculatura anterior do
pescoço sem desencostar a cabeça da parede;
flexão de pescoço em decúbito dorsal com a
cabeça pendente.
Hiperlordose Lombar
Caracterizada por um aumento no ângulo
lombossacro (que é idealmente 30 graus), um
aumento na lordose lombar e um aumento na
inclinação pélvica anterior e flexão de
quadril.
Desequilíbrios musculares:
(1) Músculos flexores do quadril retraídos
(iliopsoas, tensor da fáscia lata, reto
femoral) e músculo extensores lombares
(eretores da espinha).
(2) Músculo abdominais alongados e fracos (??)
(reto abdominal, oblíquo interno e externo).
Causas:
- Alterações Posturais
- Má postura mantida
- Abdome pesado (excesso de peso, gravidez)
- Mecanismos compensadores acarretados por
outra deformidade (cifose)
- Contratura em flexão de quadril
- Espondilolistese
- Osteoartrose
- Problema congênito (Luxação congênita
bilateral de quadril)
- Moda (sapato alto)
Encurtamento de iliopsoas (Causa ou
consequência)
Exemplos de posturas hiperlordóticas
transitórias que podem provocar dor:

• Gravidez
• dormir em DV em colchão mole
• usar calçados com saltos altos (projeta o
corpo para frente e obriga a postura
hiperlordótica para reequilibrá-lo) (às vezes,
reduz quadro álgico nas hérnias de disco)
• sentar-se em cadeiras sem encosto adequado
Como Corrigir:
• Alongar músculos flexores do quadril
(iliopsoas, tensor da fáscia lata, reto
femoral) e músculos extensores lombares
(eretores da espinha).
• Fortalecer músculo abdominais alongados e
fracos (Músculos alongados são fracos??)
(reto abdominal, oblíquo interno e externo).
• Fortalecer Transverso do abdome e
multífido lombar (Autocrescimento também)
Exercícios: Abdominal, encostar a coluna lombar
na parede fazendo movimento de
retroversão do quadril
Hipercifose Torácica
• Caracterizado por uma curvatura torácica
aumentada
Protração
escapular (ombros
curvos) e,
geralmente uma
protração de cabeça
acompanhado.

Causas
• Pode ser resultado de uma doença ou de um
problema congênito. Pode ocorrer em crianças,
adolescentes ou adultos. É rara a ocorrência em
recém-nascidos.
• Nos adolescentes a cifose pode ocorrer devido à
doença de Scheuermann ou cifose idiopática.

• A doença de Scheuermann se caracteriza pela


necrose da epífise de crescimento dos corpos
vertebrais das 6ª a 9ª vértebra dorsal, gerando uma
deformidade em encunhamento do corpo vertebral,
fazendo com que haja uma acentuação da curvatura
torácica.

• Infecção
• Inflamação ou degeneração do disco
intervertebral
• Alterações musculares
• Osteoporose das vértebras (mais freqüente no
idoso)
• Artrite
• Fraturas por compressão das vértebras
• Tuberculose
• Postura incorreta (passividade)
• Pós-operatório
Fontes potenciais de dor

• Sobrecarga no ligamento longitudinal


posterior

• Fadiga nos músculos eretores da espinha


torácicos e rombóide (mudança nas
característas morfofuncionais)

• Síndromes posturais cervicais


• Sobrecargas vertebrais por passividade
postural
Desequilíbrios musculares observados (?)

• Músculos retraídos: do tórax anterior


(músculos intercostais), músculos do membro
superior originários do tórax (peitoral maior e
menor, grande dorsal e serrátil anterior),
músculos da coluna cervical e cabeça inseridos
na escápula (levantadores das escápulas e
trapézio superior) e músculos da região
cervical.

• Músculos eretores da coluna torácicos e


retratores da escápula (rombóide e trapézio
superior e inferior) alongados e fracos (??).
Escoliose
• Escoliose é a curvatura lateral da coluna
vertebral e rotação axial das vértebras, com
angulações maiores que 10 graus pelo método
de Cobb.
• É o tipo de deformidade mais visível,
especialmente em suas
formas graves.
• O exemplomais famoso de
escoliose é o “corcunda
de Notre Dame”

Corcunda ou Giba
Descrição da Curvatura
• Convexidade: D= Destro E= Sinistro

• Localização: Torácica Lombar

• Simples (Forma de C) / Composta (Forma de


S)

• Origem: Quando em S (a 1° curva é a maior)


• Há rotação fixa das vértebras no sentido da
convexidade da curva (rotação do corpo da
vértebra)

• Na coluna torácica, as costelas rodam com as


vértebras de modo que ocorre proeminência
anteriormente no lado da concavidade

• Aparece a gibosidade (assimetria da parte


posterior): lado convexo.
Tipos de escoliose:
Não estrutural:

• Postural

• Compensatória (discrepância de diferença de tamanho


de MMII)

• Não é progressiva
• A flexão lateral é simétrica

• A curva escoliótica desaparece com a flexão anterior.

Estrutural:

• É progressiva

• O paciente não apresenta flexibilidade normal e


a flexão lateral torna-se assimétrica
• A curva não desaparece com a flexão anterior

• Uma giba posterior nas costelas é detectada


durante a inclinação para frente.
• Causas comuns: escoliose estrutural

Doenças ou distúrbios neuromusculares (como


paralisia cerebral, lesão medular ou musculares
progressivas), distúrbios osteopáticos (como
hemivértebras, raquitismo ou fratura), e
distúrbios idiopáticos,emque a causa é
desconhecida;

• Causas comuns: escoliose não estrutural

Discrepância entre o comprimento das pernas ,


proteção muscular reflexa ou espasmo devido a
estímulos dolorosos na região lombar ou cervical
e posturas habituais ou assimétricas.
Fontes potenciais de dor :
• Fadiga muscular e torções ligamentares no lado
da convexidade

• Irritação nervosa no lado da concavidade


Desequilíbrios Musculares

• Estruturas retraídas no lado côncavo da


curvatura (???)
• Estruturas alongadas e enfraquecidas nos lados
convexos da curvatura (???)
Idiopática

• Principais fatores: déficit de controle postural


pelo SNC, alterações anômalas entre hormônios
envolvidos no processo de crescimento
(melatonina), herança poligênica, deficiência de
estrógeno, sobrecargas assimétricas, dentre
outros.
• Pode ser classificada em três tipos: infantil,
juvenil e do adolescente.
Idiopática

• Infantil: Menores de três anos, é benigna e de


resolução espontânea em 90% dos casos;

• Juvenil: Entre quatro e 10 anos;


• Do adolescente: Entre os 10 anos e a
maturidade do sistema esquelético (90% das
idiopáticas) .
Idiopática do adolescente

• Mais frequente nas meninas: entre 10 e 20


graus (1,3:1), entre 20 e 30 (5:1) e maiores
que 30 (7:1);

• Maior prevalência de problemas na coluna


quando adultos;
Idiopática do adolescente

• Geralmente, desenvolve-se nas fases em que


o crescimento é mais acelerado: antes dos
três anos e durante o estirão.
• Programas de rastreamento nas escolas são
altamente recomendados pela definição do
estágio, evitar e minimizar deformidades
severas, indicação de tto, diminuição de
cirurgias e menor custo;
Idiopática do adolescente

• Teste de Adams: flexão anterior de tronco


com os MMII estendidos, braços soltos e
estendidos com a mão solta- produz uma
acentuação da deformidade.

• Escoliômetro: permite a mensuração objetiva
do ângulo de rotação do tronco (ART) na
flexão anterior (documentação quantitativa);
Idiopática do adolescente

• Exame radiográfico de incidência


ânteroposterior: metodologia padrão que
estabelece diagnóstico, etiologia e
severidade (Caro e danoso à saúde,
principalmente a crianças e adolescentes);

Fisioterapia
Objetivos:

• Corrigir e evitar a progressão da curvatura e


deformidade principal
• Corrigir seqüelas compensatórias
• Conscientização postural

1. Fisioterapia (0 a 30°)
2. Fisioterapia + órtese (30 a 60°)
3. Cirúrgico (maior que 60°)
• Colete Milwaukee é o mais utilizado:

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