INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3
Prezado aluno,
Bons estudos!
1 DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: ASPECTOS HISTÓRICOS E
CONCEITUAIS
Fonte: diariodainclusaosocial.com
4
1999). Em uma primeira tentativa de organizar uma linguagem universal sobre
lesões e deficiências, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou o
conceito de deficiência: substantivo atribuído a toda perda ou anormalidade de
uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, temporária ou
permanente, e pode ser classificada em cinco grupos: física, auditiva, visual,
intelectual ou múltipla (GARGHETTI; MEDEIROS; NUERNBERG, 2013).
De acordo com o Decreto de nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999
(BRASIL, 1999), a deficiência mental é um “[...] funcionamento intelectual
significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e
limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais
como: (a) comunicação, (b) cuidado pessoal, (c) habilidades sociais, (d)
utilização dos recursos da comunidade, (e) saúde e segurança, (f) habilidades
acadêmicas, (g) lazer e (h) trabalho”.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2004),
atualmente coexistem dois modelos de compreensão da deficiência: o modelo
médico e o modelo social. Para o primeiro modelo, a incapacidade é “um
problema da pessoa, causado diretamente pela doença, trauma ou outro
problema de saúde, que requer assistência médica sob a forma de tratamento
individual por profissionais” (p. 18). O segundo modelo, por sua vez, compreende
a incapacidade como um problema social permanentemente relacionado à
funcionalidade expressa pela pessoa, ou seja, é “o resultado de uma relação
complexa entre a condição de saúde do indivíduo e os fatores pessoais, com os
fatores externos que representam as circunstâncias nas quais o indivíduo vive”
(OMS, 2004, p. 15).
Até o século XVIII, deficiência intelectual era confundida com doença
mental e estas eram tratadas integralmente pela medicina por meio da
institucionalização, a característica dessa é retirar as pessoas com deficiência
de suas comunidades de origem, mantendo-as em instituições situadas em
localidades distantes de suas famílias, permanecendo isoladas do resto da
sociedade, seja para proteção, tratamento ou educação (ARANHA, 2001).
Conforme GARGHETTI; MEDEIROS; NUERNBERG (2013) explicam, a
partir do século XIX, as pessoas começaram a considerar as potencialidades da
pessoa que apresentava algum tipo de deficiência e, aos poucos, estudiosos da
5
área da psicologia e da pedagogia começaram a intervir nesta questão,
realizando as primeiras intervenções educativas, principalmente em países
europeus. No entanto, foi apenas na década de 1960 que foi proposto um
paradigma sustentado na integração das pessoas com deficiência. Nas escolas,
vêm sendo implementadas as recomendações da educação inclusiva, que é um
processo de transformação da concepção teórica e da prática da Educação
Especial (Glat, Fontes & Pletsch, 2006), passando o atendimento educacional a
ser realizado em classes especiais. Na década de 1980, um novo modelo foi se
fortalecendo, caracterizado pelo direito à convivência não isolada e acesso aos
recursos disponíveis para outros cidadãos.
Em suma, a deficiência intelectual não é um transtorno médico, nem um
transtorno mental, embora possa ser codificada em uma classificação médica
das doenças ou em uma classificação de transtornos mentais. Também não é
uma condição estática e permanente. Refere-se a um estado particular de
funcionamento que começa na infância, é multidimensional e é afetado
positivamente pelos apoios individualizados (AAMR, 2006). Mas, mesmo
tendo se avançado no entendimento dessa condição, o processo de inclusão das
crianças/adolescentes com deficiência ainda tem encontrado resistência na
sociedade (GARGHETTI; MEDEIROS; NUERNBERG, 2013).
Segundo Mazzotta (2001), a primeira APAE foi fundada no Brasil no ano
de 1954, na cidade do Rio de Janeiro, contando com apoio, estímulo e orientação
do casal norte americano Beatrice e George Bemis, membros da National
Association for Retarded Chidren (NARC). Essa associação acabou
impulsionando as autoridades do executivo e legislativo a olharem pelos
deficientes, propondo algumas leis em seu benefício. A APAE também se
espalhou pelo país e atualmente tem como principal objetivo ser um centro de
Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Os tratamentos dado a deficiência, são de diferentes formas, dependendo
do contexto e período histórico, no período que antecede a era cristã, Barroco
(2007) explica que, as pessoas com deficiência nestes locais e momento
histórico eram intocáveis embora quem decidia sobre a continuidade da vida do
nascido na condição de deficiente fosse o pai ou a parteira. Em um segundo
tratamento conforme explica Almeida e Tartuci (2015) seria o menosprezo e
6
extermínio do incapacitado. Esta situação, mais próxima da conhecida
civilização atual, esteve presente em diferentes momentos da história como
garantia da manutenção do padrão humano tido como aceitável em determinada
cultura
Em 2010, a AAMR, atual Associação Americana de Deficiência Intelectual
e do Desenvolvimento – AAIDD modificou a terminologia “Retardo mental” para
“Deficiência intelectual” e apresentou a seguinte conceituação.
7
No DSM-V (2014), o termo “Retardo Mental” foi substituído por
“Deficiência Intelectual” e se enquadrou dentro dos “Transtornos do
Neurodesenvolvimento”, apresentando como características déficits no
desenvolvimento que acarretam prejuízo no funcionamento pessoal, social,
acadêmico ou profissional, manifestando-se antes da idade escolar (Leijoto &
Kassar, 2017).
A literatura nacional e internacional indica que não existe uma
concordância em relação ao conceito da DM, o que implica na dificuldade de sua
compreensão, definição e nas próprias características da deficiência (TEIXEIRA;
NAGLIATE, 2009). Contudo, pode-se dizer que DM “é uma condição
heterogênea que identifica diferentes grupos de pessoas, revelando associações
diversas de deficiências que afetam, mais ou menos intensamente, o
funcionamento individual e o relacionamento social” (MEC/SEESP, 2002, p. 47).
No Brasil, a definição mais recente de DM adotada pelo Ministério da
Educação considera as pessoas com deficiências múltiplas aquelas que têm “[...]
duas ou mais deficiências associadas, de ordem física, sensorial, mental,
emocional ou de comportamento social” (BRASIL, 2006, p.11). Todavia, não é o
somatório dessas alterações que definem a sua ocorrência, “[...] mas sim o nível
de desenvolvimento, as possibilidades funcionais, de comunicação, interação
social e de aprendizagem que determinam as necessidades educacionais
dessas pessoas (BRASIL, 2006, p.11) ”.
Conforme pesquisa elaborada por Azevedo (2017), “A deficiência
intelectual, de acordo com o DSM-5, pode estar associada a uma síndrome
genética que em alguns casos apresenta uma aparência física característica,
como é o caso da Síndrome de Down; noutras formas, as evidências costumam
ser expressas exclusivamente no comportamento. De maneira geral, a
deficiência intelectual não tem prognóstico ruim, ou seja, não se apresenta de
forma progressiva. No entanto, em algumas doenças genéticas (Síndrome de
Rett), há períodos de piora seguidos de estabilização; em outras (Síndrome de
San Phillippo), ocorre piora progressiva da função intelectual. ”
8
Conforme explicado no site Instituto Neuro Saber (2017), alguns dos
sinais indicativos de deficiência intelectual são:
Falta de interesse pelas atividades dadas em sala de aula;
Pouca interação com os colegas e com a professora;
Dificuldade em coordenação motora (grossa e fina);
Dificuldade para identificar letras, desenvolver a fala de maneira
satisfatória (a comunicação é uma das faculdades afetadas);
Dificuldade em se adaptar aos mais variados ambientes;
Quando a criança perde ou esquece o que já havia aprendido (e
demonstrado habilidade);
Outros.
Ferreira (2014) em sua pesquisa, elucida que, em 1959 identificou-se que
a DI envolvia alterações no processo de maturação, aprendizagem e ajuste
social (HARRISON, OAKLAND, 2008) ocasionando um déficit intelectual e danos
no comportamento adaptativo das pessoas. Assim, o quadro da DI é
essencialmente marcado por um nível intelectual geral comprometido,
ocasionado um restrito raciocínio lógico, reduzida capacidade de planejamento,
solução de problemas deficitários, dificuldades em pensamento abstrato,
memória comprometida e dificuldade nas interações sociais (DI NUOVO;
BUONO, 2007; OLIVEIRA; DUARTE, 2001; ROSADAS, 1984; SANTOS, 2012).
Devido a esses fatores as pessoas com DI podem apresentar dificuldades em
entender, aprender, e realizar atividades consideradas comuns por outras
pessoas. Além disso, pode haver dificuldades de estabelecer a comunicação que
decorre da não estruturação das representações simbólicas (GONÇALVES et
al., 2004). Pode ocorrer ainda atenção limitada, dificuldade na aquisição da fala
e baixa criatividade em decorrência das defasagens nas ações intelectuais
(OLIVEIRA; DUARTE, 2001; ROSADAS, 1984).
O autor ainda completa a pesquisa citando outros autores que explicam,
“As crianças com DI também podem apresentar déficits nas habilidades sociais,
sendo essas um indicador de outros problemas, tais como problemas de
comportamento, déficits de habilidades pró-sociais e agressão que pode
desencadear um relacionamento empobrecido com seus pares” (BELLANTI,
BIERMAN, 2000). Bruno (1981) e Markoski (1983) sugerem a existência de
9
dificuldades específicas, que causam um impacto no funcionamento social, por
exemplo, dificuldade em interpretar adequadamente as situações sociais,
incluindo compreender os sinais sociais verbais e não verbais. Além disso, tem
sido sugerido que as crianças com DI podem apresentar níveis mais baixos de
interações sociais durante o jogo com os seus pares e consequentemente mais
isoladas durante o jogo, o que proporciona dificuldades no relacionamento com
seus pares (KOPP; BAKER; BROWN, 1992).
3 DIAGNOSTICO E TRATAMENTOS
Fonte: www.abc.med.br
10
“De acordo com ambos DSM e CID, três critérios básicos devem ser
atendidos para que haja um diagnóstico de deficiência intelectual (ou
retardo mental):
• Funcionamento intelectual significativamente abaixo da média (QI de
70 ou inferior)
• Déficits concomitantes ou prejuízos no funcionamento adaptativo em
pelo menos duas das seguintes áreas: comunicação, autocuidados,
vida doméstica, habilidades sociais/interpessoais, uso de recursos
comunitários, auto direção, habilidades acadêmicas funcionais,
trabalho, lazer, saúde e segurança
• O início é antes dos 18 anos. ”
11
Seu diagnóstico necessita do envolvimento de grupos de fatores
biomédicos, etiológicos, comportamentais, sociais e educacionais
4 AÇÕES PREVENTIVAS
12
lucrativos, que tem como missão social “prevenir a deficiência, facilitar o bem-
estar e a inclusão social da pessoa com deficiência intelectual”. (APAE DE SÃO
PAULO, 2009a).
Fonte: g1.globo.com
13
Para Soares (2000, p.3)
15
6 O DESENVOLVIMENTO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Fonte: revistarotarybrasil.com.br
16
despertar de processos internos e pela formação das funções psicológicas
superiores, que são culturalmente organizadas e especificamente humanas.
Mendonça (2013) elucida que a criança com deficiência apresenta um
desenvolvimento peculiar, para obter avanços em seu aprendizado, ela percorre
caminhos diferentes, utilizando, de modo distinto, diversos meios e ferramentas
mediacionais. Por isso, Santos e Barbato (2006) ressaltam que o professor
precisa estar atento às possibilidades de cada criança para construir, com ela,
estratégias de compensação em seu desenvolvimento.
Por muito tempo, até se efetivarem as propostas de uma educação
inclusiva, os alunos com deficiência intelectual foram segregados em instituições
de ensino especial por apresentarem um desenvolvimento cognitivo diferenciado
ou em desacordo com os padrões esperados (Glat, Machado & Braun, 2006
apud Mendonça 2013).
Segundo Glat & Fernandes (2005), de um modo geral, o modelo médico
e clínico plantou os fundamentos educacionais e norteia o atendimento aos
sujeitos com deficiência intelectual até os dias de hoje. Acreditava-se, na década
de 1960, por exemplo, que a pessoa com deficiência intelectual necessitava de
terapias individualizadas, em instituições especializadas, o que gerou a criação
acelerada de centros de reabilitação. A ideia central era de que as habilidades
suprimidas pela deficiência poderiam ser ativadas e de que era preciso melhorar
as pessoas deficientes para adequá-las à sociedade (Sassaki, 1999).
A partir da década de 1970, com a institucionalização da educação
especial, houve uma mudança do modelo médico para o modelo educacional no
atendimento às pessoas com deficiência. Na busca de uma afirmação prático-
teórica, apreenderam-se os avanços da pedagogia e da psicologia da
aprendizagem, especialmente o enfoque comportamental, adotando-se métodos
e técnicas de ensino baseadas na modificação de comportamento e no controle
de estímulos. Os pressupostos eram de que o meio poderia oferecer condições
adequadas para promover a aprendizagem e de que o deficiente tinha condições
de aprender (Glat & Fernandes, 2005).
Vigotski (1997, p. 104)
17
deficiência e a insuficiência em si mesmas (ou o defeito), mas a reação
de sua personalidade em desenvolvimento no enfrentamento das
dificuldades decorrentes da deficiência.
Fonte: playtable.com.br
18
oferecidos pela sociedade, pela cultura, escola, tecnologias, etc.,
influenciam determinantemente nos processos de aprendizagem e
desenvolvimento da pessoa. Entretanto, as limitações do indivíduo
com deficiência tendem a tornar-se uma barreira a estes processos.
Desenvolver recursos de acessibilidade, a chamada Tecnologia
Assistiva, seria uma maneira concreta de neutralizar as barreiras
causadas pela deficiência e inserir esse indivíduo nos ambientes ricos
para a aprendizagem e desenvolvimento, proporcionados pela cultura.
(GALVÃO FILHO e DAMASCENO, 2003)
19
direito à Diversidade e o Programa de Formação em Educação
Inclusiva
20
ferramentas, linguagens, tecnologias que concorram para diminuir/eliminar as
barreiras ou se interpõem aos processos de ensino e de aprendizagem”
(BRASIL, 2007b, p. 49).
BERSCH (2017) explicam que, tecnologia assistiva (TA) é bastante
confundida com outras tecnologias, diferenciadas temos, conforme a autora, a
tecnologia no campo da saúde que visa facilitar e qualificar a atividade dos
profissionais em procedimentos de avaliação e intervenção terapêutica. São
equipamentos utilizados no diagnóstico de saúde, no tratamento de doenças ou
na atividade específica de reabilitação, como melhorar a força muscular de um
indivíduo, sua amplitude de movimentos ou equilíbrio. Estes equipamentos não
são tecnologia assistiva e sim tecnologia médica ou de reabilitação. A
tecnologia educacional também é facilmente confundida com a Tecnologia
Assistiva. Um aluno com deficiência física nos membros inferiores e que faz uso
de cadeira de rodas, utilizará o computador com o mesmo objetivo que seus
colegas: pesquisar na web, construir textos, tabular informações, organizar suas
apresentações etc.
Ainda conforme BERSCH (2017), a tecnologia é considerada assistiva
quando é utilizada por um aluno com deficiência e tem por objetivo romper
barreiras sensoriais, motoras ou cognitivas que limitam/impedem seu acesso às
informações ou limitam/impedem o registro e expressão sobre os conhecimentos
adquiridos por ele; quando favorecem seu acesso e participação ativa e
autônoma em projetos pedagógicos; quando possibilitam a manipulação de
objetos de estudos; quando percebemos que sem este recurso tecnológico a
participação ativa do aluno no desafio de aprendizagem seria restrito ou
inexistente. São exemplos de TA no contexto educacional os mouses
diferenciados, teclados virtuais com varreduras e acionadores, softwares de
comunicação alternativa, leitores de texto, textos ampliados, textos em Braille,
textos com símbolos, mobiliário acessível, recursos de mobilidade pessoal etc.
21
8 EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO ESCOLAR
Fonte: www.unicef.org
Prieto, Pagnez, Gonzalez (2014) explicam que foi no final de 2004, por
meio de dois instrumentos normativos: Decreto n. 45.415 (São Paulo, 2004a) e
Portaria n. 5.718 (São Paulo, 2004b), a Secretaria Municipal de Educação de
22
São Paulo – SME-SP – firmou sua política de educação especial para alunos
“[...] cujas necessidades educacionais se relacionem com diferenças
determinadas, ou não, por deficiências, limitações, condições e/ou disfunções no
processo de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação” a serem
encaminhados para serviços de educação especial “após avaliação educacional
do processo ensino-aprendizagem” (São Paulo, 2004a, art. 4º, p. 1).
As diretrizes da RME-SP, desde então, expressam que se deve dar
primazia à matrícula desse alunado em classes comuns, garantindo- -lhes todos
os direitos extensivos aos demais alunos e atendimento educacional
especializado, em conformidade com diretrizes e orientações nacionais. O
Decreto n. 45.415 (São Paulo, 2004a, art. 3°, p. VIII) também cria os seguintes
serviços para o atendimento desses alunos:
23
social e das demandas locais. Dentre os principais resultados
destacamos que:
Alunos com deficiência intelectual ou múltipla não estão
desenvolvendo processos de ensino e aprendizagem que garantam o
efetivo desenvolvimento.
Muitos alunos com deficiência intelectual, por não terem sido
alfabetizados, acabam sendo encaminhados para classes de
Educação de Jovens e Adultos (EJA), denominadas pelas redes de
ensino de “EJA especial”.
As redes, de maneira geral, exigem o laudo para garantir o
atendimento educacional especializado. Neste caso, verificamos a falta
de clareza sobre a avaliação e identificação desses sujeitos, o que
pode impactar na distribuição de recursos e, sobretudo, no
encaminhamento e nos suportes educacionais oferecidos a esses
alunos.
Em grande medida, as redes de ensino optaram pela manutenção
das instituições especializadas (escolas especiais), que acabam sendo
usadas como espaços de “preparação” dos alunos para posterior
inserção em classe comum ou em outros espaços sociais como, por
exemplo, no mercado de trabalho.
24
9 TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO
Fonte: mosqueteirasliterarias.comunidades.net
25
recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades
restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse grupo estudantes
com autismo, síndromes do espectro do autismo e psicose infantil.
(BRASIL, 2008, p. 11)
26
Filho e Cunha (2010) explicam que o Transtorno Global do
Desenvolvimento não diz respeito apenas ao autismo. Sob essa classificação se
descrevem diferentes transtornos que têm em comum as funções do
desenvolvimento afetadas qualitativamente. São eles:
Autismo
O termo autismo foi introduzido no meio psiquiátrico por Plouller, quando
o mesmo estudou pacientes com o diagnóstico de demência precoce em 1906,
cinco anos depois Bleuler definiu o termo autismo como “perda de contato com
a realidade, causada pela impossibilidade ou grande dificuldade na comunicação
interpessoal. ” (BRAUNSTEIN, 2012)
Síndrome de Rett
Sindrome de Rett, descrita em 1966 pelo neutologista Andréas Rett em
Viena, tem causa genética relacionada ao cromossomo X, que, embora apareça
na primeira infância, tem um período de aproximadamente 36 meses de
funcionamento normal. (BRAUNSTEIN, 2012)
Transtorno ou Síndrome de Asperger
Prejuízo persistente na interação social. Desenvolvimento de padrões
restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades. Diferentemente
do Autismo, podem não existir atrasos clinicamente significativos no
desenvolvimento cognitivo, na linguagem, nas habilidades de autoajuda
apropriadas à idade, no comportamento adaptativo, à exceção da interação
social, e na curiosidade pelo ambiente na infância. (BRAUNSTEIN, 2012)
Transtorno Desintegrativo da Infância
Muito raro e muito menos comum do que o Autismo, apresentam déficits
sociais e comunicativos e aspectos comportamentais geralmente observados no
autismo. (BRAUNSTEIN, 2012)
Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação
Existe prejuízo severo no desenvolvimento da interação social recíproca
ou de habilidades de comunicação verbal e não verbal ou comportamentos,
interesses e atividades estereotipados. (BRAUNSTEIN, 2012)
27
10 PRÁTICAS DE ENSINO PARA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Fonte: www.psicologoeterapia.com.br
28
regular (VALERA, 2015; FELICIO, PEDROSO; 2014; GREGORIS, 2009;
LOPES, 2010 apud ARAÚJO, 2019).
Capellini (2018 apud ARAÚJO, 2019) ao descrever e comparar as
adaptações curriculares nas práticas educativas de uma escola brasileira e uma
espanhola, destaca que existem lacunas na consolidação de propostas
educacionais que subsidiam alternativas e procedimentos de ensino capazes de
promover a ascensão acadêmica dos alunos com deficiência, situação que
exigirá dos professores a organização de ajustes curriculares para os alunos
público-alvo da educação especial.
O entendimento de Silva (2001) quanto aos múltiplos gestores-atores:
29
11 O TRABALHO COM A FAMÍLIA DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA
INTELECTUAL
30
Muitas legislações atuais contribuem para a inclusão da pessoa com
deficiência no mundo do trabalho. Os maiores problemas encontrados são
barreiras atitudinais que ainda impedem a plena realização participativa e
produtiva dessa pessoa na sociedade (FENAPAES, 2007 apud ALECRIM,
2015).
Neves-Silva et al. (2015) apontam a família como impeditivos para a
realização da inclusão das pessoas com deficiência intelectual no mercado de
trabalho, diante disso estes ressalvam:
31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
32
Especial, p. 612-623, 2013. Disponível em:
https://periodicos.unb.br/index.php/rgs/article/view/293. Acesso em: 17 dez.
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Glat, R., Fontes, R. de S. & Pletsch, M.D. (2006). Uma breve reflexão sobre o
papel da Educação Especial frente ao processo de inclusão de pessoas com
34
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TÉDDE, Samantha. Crianças com deficiência intelectual: a aprendizagem e a
inclusão / Samantha Tédde. – Americana: Centro Universitário Salesiano de São
Paulo, 2012. 99 f.
38