Guia do Participante
Abril de 2018
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBIO
Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca – APABF
Programa GEFMAR - Elaboração do Plano de Manejo da APABF
II Oficina de Planejamento Participativo (OPP) - Guia do Participante - Laguna, 16 a 19 de Abril de 2018 2
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Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca – APABF
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EQUIPE RESPONSÁVEL
2015-2018
Coordenação de Elaboração e revisão do Plano de Manejo (COMAN/DIMAN/ICMBIO): Ana Rafaela
D’Amico
Supervisão do Plano de Manejo (ICMBIO): Andrea von der Heyde Lamberts, Carina Tostes Abreu.
Colaboraram anteriormente com a supervisão: Felipe Mendonça, Cibele Munhoz, Carlos Henrique
Fernandes Velasques.
Coordenação do Plano de Manejo na APABF (ICMBIO): Cecil Roberto de Maya Brotherhood de Barros,
Ronaldo Cataldo Costa, Deisi Cristiane Balensiefer
Consultorias: Deisiane Delfino, Sandra Severo
Geoprocessamento: Luiz Pimenta (CONAPABF), Lucila Araújo Freire (Bolsista GEFMar/APABF), José
Wilson da Silva Júnior (APABF), João Quoos (IFSC Garopaba).
GT Plano de Manejo: a) ICMBIO: Celcil Roberto de Maya Brotherhood de Barros, Ronaldo Cataldo Costa,
Deisi Cristiane Balensiefer, Walter Steenbock; Andrea Lamberts. b) CONAPABF: Maria Elizabeth da Rocha,
Sandra Severo, , Carlyle Torres de Menezes, Maria Aparecida Ferreira, Karina Groch, Luiz Pimenta Castor,
Maria Malise, Ademar do Espírito Santo, Patricia Sunye, Rode Martins, Pedro Castilho. c) Colaboração
externa: Simão Marrul Filho (servidor aposentado do ICMBIO).
Colaboram anteriormente com o GT: Enise Bezerra Ito (servidora aposentada do ICMBIO); Miguel Von
Behr (APABF/ICMBIO); Morgana Heltz Sérgio Netto, José Luiz Miguel Nieto, Carina Leitorles pelo
CONAPABF;
Equipe APABF: Jonatas Prado, Victor Fernando Volpato Pazin, Christian Dietrich, Luciana Magnabosco de
Paula Moreira, José Wilson da Silva Júnior, Wagner Cardoso.
Com envolvimento do Conselho Gestor da APABF (CONAPABF) ao longo de todo o processo de
elaboração do PM.
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SUMÁRIO
1 Informações Gerais ................................................................................................................ 05
1.1 Programação geral da OPP ............................................................................................. 06
2 Marco Legal, conceitual e metodológico ............................................................................... 07
2.1 Marco legal e normativo: a APA da Baleia Franca .......................................................... 07
2.2 Marco conceitual: conceitos fundamentais que nortearam a construção do PM
APABF .................................................................................................................................... 09
2.3 Marco metodológico: principais etapas da construção do PM 10
2.4 Cronograma de execução 2015-2018 ............................................................................. 12
2.5 Informações complementares sobre a APA da Baleia Franca ........................................ 12
3 Caracterização, Missão, Visão e Objetivos estratégicos ......................................................... 15
3.1 Caracterização ................................................................................................................ 15
3.2 Missão ............................................................................................................................. 16
3.3 Visão ................................................................................................................................ 16
3.4 Objetivos Estratégicos ..................................................................................................... 16
4 Mapa situacional (problemas, conflitos e potencialidades) .................................................... 17
4.1 Problemas apontados na I OPP ....................................................................................... 17
4.2 Conflitos apontados na I OPP .......................................................................................... 17
4.3 Potencialidades apontados na I OPP .............................................................................. 18
4.4 Priorização de conflitos e problemas da I OPP ............................................................... 19
5 Oficinas setoriais (informações principais, problemas e conflitos) ......................................... 21
6 Síntese das oficinas intrassetoriais e intersetoriais (encaminhamentos principais) ............... 27
7 Proposta de diretrizes a partir das oficinas setoriais . ............................................................ 29
8 Proposta de zonas e normas a partir das oficinas setoriais .................................................... 33
9 Recomendações de diretrizes e normas da equipe do ICMBIO ............................................. 37
Estimados Conselheiros e convidados,
Este guia contém informações que irão orientar a construção coletiva durante a II Oficina de
Planejamento Participativo (OPP) para a elaboração do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental
(APA) da Baleia Franca. O guia está dividido em nove sessões, organizadas da seguinte forma:
2.1 MARCO LEGAL E NORMATIVO: A APA DA BALEIA FRANCA
A APA da Baleia Franca é uma unidade de conservação (UC) federal de uso sustentável criada pelo
Decreto s/n, de 14 de setembro de 2000, com o propósito de:
i. Proteger a baleia franca austral (Eubalaena australis) em águas brasileiras
ii. Ordenar e garantir o uso racional dos recursos naturais da região;
iii. Ordenar a ocupação e utilização do solo e das águas;
iv. Ordenar o uso turístico e recreativo;
v. Ordenar as atividades de pesquisa;
vi. Ordenar o tráfego local de embarcações e aeronaves.
Na APA da Baleia Franca ficam sujeitas à regulamentação específica dos órgãos competentes as seguintes
atividades, dentre outras, conforme os objetivos expostos acima:
a) A realização de campeonatos náuticos, no período de maio a dezembro, envolvendo o uso de
embarcações a motor de qualquer natureza (iv e vi);
b) O uso de explosivos e a realização de atividades que envolvam prospecção sísmica, no período de
maio a dezembro (i);
c) A retirada de areia e material rochoso (ii);
d) A exploração de serviços turísticos voltados à observação das baleias francas e demais espécies
de cetáceos, bem como o acesso às ilhas públicas englobadas em seu perímetro (i, iv e vi);
e) A implantação ou alteração de estruturas físicas e atividades econômicas na faixa de marinha e
no espaço marinho (i e iii);
f) A implantação de projetos de urbanização, novos loteamentos e a expansão daqueles já
existentes (iii);
g) A implantação ou ampliação de atividades de maricultura (i, ii e iii);
h) A construção de edificações nas ilhas englobadas em seu perímetro, ressalvadas as destinadas à
segurança da navegação conforme determinar a Marinha do Brasil (i, iii e vi);
i) A pesca (i e ii);
j) A implantação ou execução de qualquer atividade potencialmente degradadora do ambiente (i e
iii);
k) A abertura de vias de circulação e canais (i, iii e vi);
l) A drenagem de áreas úmidas (i e iii).
A APA da Baleia Franca possui 156.100 hectares e abrange nove municípios do litoral centro-sul
catarinense: Florianópolis (sul da Ilha), Palhoça, Paulo Lopes, Garopaba, Imbituba, Laguna, Tubarão,
Jaguaruna e Balneário Rincão (litoral norte do município).
Na APA da Baleia Franca também são encontradas espécies da fauna brasileira atualmente ameaçadas
de extinção (quadro pág. 14), além da baleia franca, dentre as principais estão: toninha (Pontoporia
blainvillei), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), raia-viola
(Rhinobatos horkelii) e trinta-réis-real (Thalasseus maximus).
2.3 MARCO METODOLÓGICO: PRINCIPAIS ETAPAS DA CONSTRUÇÃO DO PLANO DE MANEJO
O Plano de Manejo da APA da Baleia Franca está sendo construído com base no enfoque participativo e
na construção de acordos sociais para que se cumpram os objetivos desta unidade de conservação.
O enfoque participativo possibilita desenvolver um processo de diálogo ativo, de forma a envolver todos
os atores na problematização e elaboração de uma proposta adequada à realidade, baseada na
participação integral, na negociação de conflitos e na proposição de consensos e acordos.
Tendo como base elementos de Planejamento Estratégico, foi construído um modelo para a elaboração
do plano de manejo constituído das seguintes etapas principais:
1) Caracterização da unidade - optou-se por uma caracterização e não por diagnóstico exaustivo
que, no entanto, contenha elementos mínimos para nortear a tomada de decisão quanto às
ações de gestão. Esta caracterização foi elaborada por pesquisadores, conselheiros voluntários,
servidores e ex-servidores da UC.
2) Etapa Declaratória - realização da I Oficina de Planejamento Participativo (OPP) em agosto de
2016, com o Conselho Gestor da APA da Baleia Franca (CONAPABF), equipe APABF, convidados e
COMAN/ICMBIO. Na I OPP foram construídos a missão, a visão, o mapa situacional (problemas,
conflitos e potencialidades) e os objetivos estratégicos para o Plano de Manejo.
3) Normatização e zoneamento
a. Realização de 22 oficinas participativas com representantes dos seguintes setores:
Pesquisa científica, ONG’s ambientalistas, pesca artesanal, pesca industrial, esportes,
turismo, agricultura familiar, rizicultura, imobiliário, indústria e comércio e setor público.
Nas oficinas foram construídos, coletivamente, painéis com a caracterização da atividade,
conflitos e problemas existentes por setor a partir da vivência e experiência dos atores
envolvidos. Tais painéis subsidiaram a proposição de diretrizes, normas e zonas para a
unidade de conservação, elaboradas pelos atores durante as oficinas.
b. Sistematização dos dados das setoriais: Nesta etapa o GT Plano de Manejo, equipe APABF
e consultorias para elaboração do plano trabalharam na análise e consolidação das
propostas de zonas e normas vindas dos setores da sociedade, identificando consenso,
legislação pertinente e buscando construir consenso entre setores, nos casos de
propostas diferentes para os mesmos recursos e ambientes.
c. Oficinas intrassetoriais e intersetoriais: Realização de uma oficina intrassetorial da pesca
artesanal com representantes de todas as oficinas realizadas nas comunidades
pesqueiras do território, para construir uma proposta única do setor. Realização de uma
oficina intersetorial entre pesca artesanal e surf para tratar do conflito específico sobre o
surf na época da tainha em determinadas praias dos municípios de Imbituba e Garopaba.
Figura 1 - Esquema metodológico das etapas principais da elaboração do Plano de Manejo da APA da Baleia Franca
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2.4 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 2015-2018
Data Atividade N. de pessoas
21 e 22/07/2015 Reunião GT Plano de Manejo e COMAN 19
02 à 05/08/2016 I Oficina de Planejamento Participativo (OPP) 48
27/10/2016 Workshop de Pesquisadores 36
22/11/2016 Oficina setorial Pesca artesanal Garopaba 9
24/11/2016 Oficina setorial Pesca artesanal Ibiraquera (Imbituba) 17
29/11/2016 Oficina setorial Pesca artesanal Imbituba (Itapirubá) 5
06/12/2016 Oficina setorial Pesca artesanal Pinheira-Guarda (Palhoça) 9
13/12/2016 Oficina setorial ONGs ambientalistas 12
02/02/2017 Reunião GT Plano de Manejo e COMAN 10
21/03/2017 Oficina setorial Pesca artesanal Ponta das Pedras (Laguna) 5
23/03/2017 Oficina setorial Pesca artesanal Farol Santa Marta (Laguna) 15
29/03/2017 Oficina setorial Pesca artesanal Garopaba do Sul (Jaguaruna) 8
30/03/2017 Oficina setorial Pesca artesanal Balneário Rincão 12
06/04/2017 Oficina setorial Esportes 20
12/04/2017 Oficina setorial Pesca artesanal Pinheira-Guarda (Palhoça) 22
18/04/2017 Oficina setorial Pesca industrial 23
04/05/2017 Oficina setorial Rizicultura 12
23/05/2017 Oficina setorial Turismo 38
27/06/2017 Oficina setorial Indústria e Comércio e mineração 20
28/06/2017 Oficina setorial Setor Público e Infraestrutura 46
06/07/2017 Oficina setorial Agricultura familiar 25
05/09/2017 Oficina setorial Pesca artesanal Pântano do Sul (Florianópolis) 22
26/09/2017 Oficina setorial Imobiliário 66
25/09/2017 GT Plano de Manejo – sistematização e consolidação dos dados 15
à 30/11/2017
29/11/2017 Reunião equipe APABF e COMAN 12
20/02/2018 Oficina Intrassetorial Pesca artesanal 30
12/03/2018 Intrassetorial do setor público (ICMBIO + FATMA) 6
19/03/2018 Oficina setorial Pesca Industrial (CT isca-viva) 4
20/03/2018 Oficina setorial Pesca Industrial (CT arrasto) 5
20/03/2018 Oficina setorial Pesca Industrial (CT emalhe) 2
23/03/2018 Reunião COMAN e equipe APABF 10
27/03/2018 Oficina Intersetorial Pesca artesanal e surf 38
16 à 19/04/2018 II Oficina de Planejamento Participativo (OPP) 60
2.5 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE A APA DA BALEIA FRANCA
a) Áreas frágeis ou sensíveis identificadas nas oficinas setoriais, GT Plano de Manejo e equipe APABF:
- Áreas úmidas, lagoas e desembocaduras de rios (áreas úmidas, lagoas costeiras, complexo
lagunar em Laguna, barras, estuário Rio da Madre);
- Vegetação (APPs, vegetação de restinga e várzea, manguezal);
- Dunas (dunas, dunas e praias);
- Ilhas Costeiras;
- Patrimônio Histórico (sítios arqueológicos, sambaquis, oficinas líticas, arquitetura local, cultura,
costumes locais, naufrágios);
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- Espaço marinho (mar, animais marinhos em geral, baleia franca, botos de laguna, toninha, fauna,
espécies migratórias).
- Áreas específicas apontadas em diferentes oficinas: Lagoa de Ibiraquera, Aquífero Farol Santa
Marta, Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (PEST).
Dentre os atributos culturais a APABF possui patrimônio imaterial e atividades tradicionais a serem
protegidos, tais como: Oficinas líticas e pinturas rupestres, Sambaquis, Pesca artesanal, Pesca cooperativa
e o Extrativismo do butiá.
3.1 CARACTERIZAÇÃO
Relação dos artigos científicos elaborados para compor a caracterização do Plano de Manejo da APA da
Baleia Franca. Os textos revisados já foram compartilhados com o conselho gestor via e-mail.
Artigo Autores
Histórico de criação da APA da Baleia Franca Miguel Von Behr
Aspectos Geográficos do Território da APABF Luiz Pimenta Castor
Vegetação e Flora Cláudio Augusto Mondin
Avifauna da APA da Baleia Franca: Subsídios para o Danielle Paludo, Guilherme Tavares Nunes,
planejamento da UC Patrícia Pereira Serafini
Baleia Franca Austral na Área de Proteção Ambiental Karina Rejane Groch
da Baleia Franca: Informações Preliminares
Diagnóstico Faunístico da Porção Terrestre Erica Naomi Saito, Tobias Saraiva Kunz,
Maurício Eduardo Graipel, Jorge José Cherem
Lagoas Costeiras da Área de Proteção Ambiental da Sérgio Antônio Netto
Baleia Franca
Características Oceanográficas da Área de Proteção Sérgio Antônio Netto
Ambiental da Baleia Franca
Pinípedes na Área de Proteção Ambiental da Baleia Cristiane K. M. Kolesnikovas
Franca
Tartarugas Marinhas no contexto da APA da Baleia Eron Paes e Lima, Gilberto Sales, Camila
Franca Trentin Cegoni, Daniel Wagner Rogério
Biologia e Conservação da Toninha (Pontoporia Jonatas H. F. Do Prado
Blainvillei)
Aspectos Socioeconômicos no Território da APA da Deisiane Delfino, Simão Marrul Filho
Baleia Franca
Caracterização Cultural dos municípios pertencentes à Ana Paula Cittadi, Vladimir Fernando Stello, et
Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca al.
Os Valores do Território na APA da Baleia Franca: para Deisiane Delfino
além dos valores naturais e ecológicos
A Pesca na Área de Proteção Ambiental da Baleia Patrícia Sfair Sunye
Franca
Uso e Ocupação do solo e problemas ambientais Miguel von Behr
urbanos na APA da Baleia Franca (em revisão)
Caracterização do Ecoturismo (Turismo Comunitário, Rede TOBTerra
Cultural, de Aventura e de Natureza): Território da
APABF e imediações (em revisão)
3.4 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
1. Promover ações de conservação da baleia franca e do seu habitat, bem como o reconhecimento
da espécie como valor identitário do território.
2. Promover ações de conservação e valorização do patrimônio natural do território da APABF.
3. Articular políticas de conservação, valorização e divulgação do patrimônio cultural do território
da APABF.
4. Promover a articulação socioeconômica para o desenvolvimento de atividades que valorizem o
patrimônio cultural territorial.
5. Identificar, incentivar e divulgar atividades socioeconômicas sustentáveis realizadas no território
da APABF.
6. Promover o ordenamento do uso do solo e das águas, bem como, das atividades econômicas
correlacionadas no território da APABF.
7. Promover a articulação e a integração de iniciativas, planos, programas e políticas
governamentais e setoriais no território da APABF com o seu Plano de Manejo, visando a
conservação do patrimônio cultural e ambiental.
8. Fortalecer e instrumentalizar o Conselho Gestor da APABF, de forma que a instituições
conselheiras sejam agentes multiplicadores e articulares nos municípios e setores que
representam.
9. Promover e incentivar programas e ações de educação transformadora com foco na conservação
do patrimônio ambiental do território da APABF.
10. Incentivar a criação, ampliação e gestão integrada de áreas protegidas em diferentes escalas.
4.1 PROBLEMAS APONTADOS NA I OPP
a) Patrimônio natural: Supressão de vegetação nativa; Espécies exóticas invasoras; Invasão de Áreas de
Preservação Permanente (APPs); Desmatamento e ocupação dos morros; Extração irregular de areia das
dunas; Retificação e assoreamento dos rios; Aterro e drenagem de nascentes e banhados; Manutenção
de canais artificiais nas margens das lagoas (Lagoa Santa Marta-Camacho-Garopaba do Sul);
Contaminação dos recursos hídricos por metais pesados na bacia do rio Urussanga; Contaminação dos
recursos hídricos pela suinocultura na bacia do rio Tubarão; Contaminação dos recursos hídricos por
agrotóxicos nas bacias do rio Tubarão e rio da Madre; Contaminação dos recursos hídricos por cemitérios;
Falta de saneamento básico; Destino inadequado do lixo e resíduos sólidos; Poluição das praias; Interação
negativa com golfinhos em Laguna que ameaçam a espécie (uso de jetski, esgoto doméstico, poluição
industrial).
c) Mamíferos marinhos: Provável morte de baleias Jubarte por redes (Pesca x baleia); Colisão de
embarcações e baleias.
g) Comunicação: Falta de conhecimento sobre a APA da Baleia Franca; Ausência de sinalização dos limites
da APA; Pouca visibilidade/reconhecimento das iniciativas sustentáveis.
b) Patrimônio Natural e Cultural: Circulação e estacionamento de carros nas praias e nas restingas; Uso
das dunas e sambaquis por auto motores; Ocupação irregular e desmatamento de APPs (restinga/300 m)
diferenças de entendimentos legais; Abertura não autorizada/indiscriminada de barras das lagoas do
território.
c) Mamíferos marinhos: Divergência sobre o Turismo de Observação de Baleia Embarcado (TOBE) que
ainda estava suspenso.
d) Uso do solo: Uso e ocupação do solo urbano, conflito com os planos diretores.
b) Patrimônio Cultural: Oficinas Líticas; Sambaquis; Arquitetônico; Naufrágios; Modo de fazer local,
saberes locais, valores humanos da sociedade local; Manifestações culturais e religiosas; Engenhos de
farinha de mandioca; Interação do Boto (Tursiops truncatus) com o Pescador em Laguna; Comunidades
quilombolas e indígenas próximas ao território; Gastronomia local (acervo gastronômico natural e
cultural); Ferrovia Tereza Christina; Museus; Porto de Pesca tradicional Porto Novo, localizado na Praia do
Rosa Sul em Imbituba.
c) Uso Social: Esporte náutico; Marinas e trapiches; Surf; Pesca esportiva e amadora; Trilhas e caminhos
históricos.
d) Produtivo: Potencial de exploração mineral; Atividade retro portuária; Pesca artesanal; Aquicultura;
Agropecuária e agricultura orgânica; Serviços; Geração de energia limpa; Extrativismo vegetal; Potencial
produtivo de geração de renda e emprego em torno dos esportes de aventura radical e de natureza;
Atividade portuária, o Porto de Imbituba.
e) Produtivo ligado ao Turismo: Observação de baleias franca por terra e por mar; Turismo de base
comunitária; Observação de aves; Esporte de aventura e radical (incluindo atividades aéreas); Turismo
religioso; Promoção de eventos de aventura, radicais e de natureza; Artesanato local; Praias; Setor
turístico organizado, Marca APA da Baleia Franca.
g) Valorização do território pela ocupação sustentável: Planos Diretores articulados ao Plano de Manejo;
Projeto Orla implementado no Norte e no Sul do território; Possibilidade de a APA da Baleia Franca ser
uma referência de relação harmoniosa entre sociedade e natureza.
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h) Estético: Valorização da paisagem.
i) Natural: Dunas; Cordões arenosos; Costões; Restinga; Mata Atlântica; Lagoas; Áreas úmidas
(banhados); Nascentes e rios; Medicina natural.
A priorização de conflitos e problemas na I OPP foi realizada pela votação por pareto e foi classificada por
prioridade através do cálculo por atribuição de pesos.
Prioriade alta
Ocupação irregular em áreas frágeis x Planos Diretores x legislação
Pesca x mamíferos
Pesca industrial x pesca artesanal
Mineração em área de dunas
Prioridade média
Pesca artesanal x surf
Turismo de Observação de Baleia
Pesca amadora x industrial x artesanal
Pesca da tainha artesanal, emalhe anilhado x outros artesanais
Prioridade baixa
Colisão de embarcações e baleias
Esportes náuticos x pesca artesanal
Abertura de barras de lagoas
Prioridade alta
Deficiência na fiscalização
Uso das dunas e sambaquis por automotores
Falta de saneamento
Falta de consciência da sociedade sobre o seu próprio consumo x
indústria do lixo
Carros nas praias
Sobreexplotação de recursos pesqueiros
Aterro de nascentes
Ocupação em APP
Poluição das praias
Contaminação por agrotóxicos
5 - OFICINAS SETORIAIS
AGRICULTURA FAMILIAR
Onde: Ribanceira (Imbituba). Problemas: Uso de herbicida no plantio de mandioca e para controle de
vegetação urbana; butiazais da Ribanceira em área urbana (fora da APABF); limites da área urbana no
Plano Diretor de Imbituba; substituição de áreas agricultáveis pela urbanização e indústrias; cobrança de
IPTU em áreas rurais de Imbituba e cobrança de imposto urbano e rural sobre a mesma propriedade;
perda de área de plantio, desvalorização dos saberes tradicionais; extinção dos butiás; criação da RDS da
Ribanceira. Conflitos Principais: Delimitação de área urbana e rural nos Planos Diretores de Garopaba e
Imbituba, que não correspondem a realidade.
ESPORTE
Onde: Garopaba (com representantes de Garopaba, Imbituba, Laguna, Jaguaruna). Problemas:
Fechamento de caminhos tradicionais por propriedades privadas; degradação das dunas por quadriciclos
na Gamboa; degradação de dunas, vegetação de restinga e sambaquis por motocross e trilheiros; uso
intensivo de equipamentos náuticos na lagoa de Ibiraquera; regramento do Towin na Laje do Campo
Bom; poluição combustível das lagoas, excesso de velocidade; poluição gerada pelo Porto de Imbituba
(coque, barrilha, grãos); contaminação dos recursos hídricos pela rizicultura em Paulo Lopes; esgoto no
entorno da Lagoa de Ibiraquera; balneabilidade nas praias; fiscalização sobre ambulantes nas praias e
liberação de alvarás para estabelecimentos comerciais e eventos esportivos; regramento do uso da orla
marítima. Principais conflitos: Conflito com pescadores na Lagoa de Ibiraquera e na safra da tainha em
Garopaba e Ibiraquera.
IMOBILIÁRIO
Onde: Garopaba (com representantes de Garopaba, Imbituba, Laguna, Jaguaruna). Problemas: Falta de
diretrizes claras para empreendimentos dentro da APA da Baleia Franca; construções irregulares; falta de
parques e praças verdes e de lazer; ocupação e degradação de APPs; fragilidade dos planos diretores no
aspecto ambiental; confusão sobre definição de restinga como APP; insegurança jurídica quanto à falta
de clareza das normas; limitação do mercado imobiliário pelas restrições ambientais; embargo da
comunidade da Galheta. A comunidade da Galheta se apresentou nesta oficina com significativo número
de representantes. Conflitos principais: Conflito entre os órgãos públicos federal/estadual/municipal.
INDÚSTRIA E COMÉRCIO
Onde: Tubarão (com representantes de Garopaba, Imbituba, Jaguaruna). Problemas: Falta de
regramento para o setor turístico; vendedores ambulantes na praia; estacionamento e circulação de
veículos nas praias; falta de estrutura turística; planos de gestão conflitantes (Plano
Diretor/Gerenciamento Costeiro/Plano de Manejo); insegurança jurídica nos licenciamentos ambientais
para as atividades econômicas; instalação da empresa Catalini em Imbituba; falta de saneamento básico,
depósitos de lixo e cemitérios. Ressaltaram a importância e vantagens de estar numa UC como a APABF
(principalmente, promoção do desenvolvimento territorial sustentável e agregação de valor às marcas).
Principais conflitos: Atuação divergente dos órgãos ambientais licenciadores; divergência dos Planos
Diretores com os objetivos da APABF e do Plano de Manejo, uso e ocupação do solo urbano.
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MINERAÇÃO
Onde: Tubarão (com representantes de Jaguaruna). Problemas: Ausência de normas claras sobre a
manifestação da APABF em relação ao funcionamento da atividade; presença de componente ideológico
forte contrário a mineração no território; impacto à paisagem x processos de recuperação da mesma;
insegurança jurídica; Principais conflitos: Conflito entre os próprios órgãos ambientais (FATMA x ICMBIO)
em relação ao licenciamento da atividade.
ONGS AMBIENTALISTAS
Onde: Garopaba (com representantes de Garopaba, Imbituba, Palhoça, Laguna). Problemas: Uso e
ocupação no entorno da Lagoa de Ibiraquera; falta de saneamento básico, presença de lixo na lagoa;
pesca predatória na Lagoa; planejamento urbano focado no adensamento; construções irregulares;
aterro de áreas úmidas; contaminação dos recursos hídricos pela rizicultura e mineração na bacia do rio
da Madre; redes fantasmas nos costões; turismo desordenado; sobreposição entre a APABF e PEST, uma
vez que são unidades de categorias diferentes, proteção integral e uso sustentável; carros nas praias;
degradação das dunas frontais; assoreamento da Lagoa de Garopaba; pesca da isca-viva pelos atuneiros;
desvio da função dos ranchos de pesca; desarticulação dos condutores ambientais; degradação das
oficinas líticas e sambaquis; proibição do TOBE; tráfego de jetski e embarcações que afetam os animais
marinhos; enredamento de animais marinhos; ausência de manejo da pesca; contaminação dos recursos
hídricos pela rizicultura na bacia do rio Tubarão; degradação dos recursos naturais por eventos esportivos
nas praias e lagoas. Principais conflitos: Conflito da abertura da barra da Lagoa de Garopaba; uso e
ocupação do solo urbano, planos diretores.
PESCA ARTESANAL
Onde: Florianópolis (Pântano do Sul), Palhoça (Pinheira e Guarda do Embaú), Garopaba, Imbituba Norte
(Ibiraquera), Imbituba Centro-Sul, Laguna (Ponta das Pedras), Laguna (Farol), Jaguaruna (Garopaba do
Sul) Balneário Rincão. Problemas: Esgoto/saneamento nas lagoas; emalhe de baleias e colisão com
embarcações; desvio da função dos ranchos de pesca; pesca de espécies proibidas; colocação de redes de
caceio nos parcéis; proibição do TOBE; retirada de semente de marisco nos costões; existência de redes
fantasma; enredamento dos botos (Tursiops truncatus) em Laguna; ocupação irregular/ilegal em APP e
área de marinha; abertura de valas, canais e servidões para embarcações na lagoa de Garopaba do Sul;
uso de agrotóxico na agricultura e contaminação dos recursos hídricos; assoreamento dos rios pela
mineração; lixo nas praias e ilhas; lançamento de esgoto na praia do Farol; falta de fiscalização; gestão da
carteira de pescador; falta de valorização da mulher na pesca; relação com os órgãos públicos; uso de
jetski nas lagoas e no mar; acesso à praia no Balneário Rincão pelos pescadores que usam caminhões.
Conflitos principais: Conflito com esportes náuticos nas lagoas e com o surf na época da tainha; pesca de
arrasto; pesca de isca-viva; pesca de emalhe; pesca subaquática e pesca fundeada nos costões; abertura
da barra de Garopaba.
PESCA INDUSTRIAL
Onde: Itajaí, com representantes das câmaras técnicas da isca-viva, emalhe e arrasto de peixes, camarão
rosa e camarão sete barbas do Sindicato dos Pescadores Industriais (SINDIPI). Problemas relacionados à
isca-viva: Ilegalidade das embarcações em todas as modalidades; aumento da temperatura da água pode
estar influenciando o estoque do atum e da própria isca-viva; falta de sistematização dos dados da pesca
fornecidos pelos mapas de bordo, PREPS criado para geração de conhecimento utilizado unicamente para
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fiscalizar; Falta de estudos, pesquisas e monitoramento. Conflitos Principais da isca-viva: Conflito com
pescadores artesanais, disputa por território. Problemas relacionados ao arrasto: Falta de estudos para
compreender melhor os impactos da atividade e estoques; falta de estatística pesqueira; contaminação
dos recursos hídricos; aplicação de agrotóxicos na agricultura; ocupação irregular no complexo lagunar;
descarte dos resíduos da limpeza de navios e embarcações; estuários não são respeitados; arrasto duplo
pegou muita viola na temporada de 2018 e teve muito descarte. Conflitos principais do arrasto:
Autuação pela marinha de embarcações que se refugiam no Porto de Imbituba; atualmente a pesca da
tainha ser regulamentada pela promotoria. Problemas relacionados ao emalhe: O defeso por espécie é
pouco discutido; pescadores artesanais não param no defeso da corvina no litoral do RS; descarte das
espécies ameaçadas capturadas incidentalmente; tamanho das embarcações dos pescadores artesanais
próximo a 20 AB, eles possuem estrutura e capacidade de pesca semelhante à industrial, mas se
enquadram como artesanal, com menor custo. Conflitos principais do emalhe: Conflito com os
pescadores de anchova no Farol de Santa Marta.
PESQUISA
Onde: Garopaba (participação das principais universidades do território e do estado de SC). Problemas:
Drenagem de áreas úmidas; expansão da urbanização sobre lagoas e várzeas com vegetação de restinga;
Empreendimentos eólicos em áreas de marismas e gamboas; Esgoto urbano industrial, saneamento;
desajustes entre os limites da APABF e as funções e processos ecológicos e sistêmico; Limite deixa parte
das Lagoa de Ibiraquera e Garopaba de fora da unidade; Conflitos fundiários; Contaminação dos recursos
hídricos pela rizicultura e mineração de conchas calcárias e carvão; Drenagem do rio Tubarão com bota
fora na área úmida (contaminação por lixo, carvão); Loteamento na região de recarga do aquífero e de
vegetação de restinga no Farol de Santa Marta; interferência antrópica na abertura e fechamento das
barras, principalmente Lagoa da Encantada em Garopaba, de Ibiraquera em Imbituba, do Camacho em
Jaguaruna; Especulação imobiliária, loteamento e urbanização em APPs; Silvicultura, plantio de plantas
exóticas e invasoras sem controle; Espécies nativas ameaçadas de extinção (Butiá por exemplo); Última
ocorrência de manguezal no Brasil em Laguna, carência de informação sobre seu estado de conservação;
Erosão e remoção de vegetação de dunas ativas; Circulação de veículos nas praias e dunas; Trilhas feitas
com motos, jipes e gaiolas sobre dunas; Mineração de areia, rebaixamento do lençol freático (conflito
socioambiental); Ilhas Costeiras, sobrepesca em áreas de recife rochosos; espécies endêmicas; nidificação
de aves; Pesca acidental, emalhe; Retirada de sementes de mariscos nos costões rochosos; degradação
dos sítios arqueológicos. Áreas frágeis: Áreas úmidas, lagoas e desembocaduras de rios (Áreas úmidas,
Lagoas Costeiras, Complexo Lagunar em Laguna, Barras, Estuário do Rio da Madre); Vegetação (APPs,
Vegetação de restinga e várzea, Manguezal); Dunas (Dunas, Dunas e Praias, Areia); Ilhas Costeiras;
Patrimônio Histórico (Sítios arqueológicos, Sambaquis, Oficinas líticas, arquitetura local, cultura,
costumes locais); Espaço marinho (Mar, Animais marinhos em geral, Baleia Franca, Botos de Laguna,
Toninha, Fauna, espécies migratórias).
RIZICULTURA
Onde: Tubarão. Problemas: Falta de água no rio Riachinho; assoreamento da Barra do Camacho;
fechamento do canal entre Santa Marta e Camacho; não cabe agricultura orgânica na bacia do rio
Tubarão em função do tamanho das propriedades; plantam 20 mil hectares, dos quais 10 mil são grandes
propriedades e cerca de 1200 hectares estão dentro da APABF e são licenciados (propriedades com mais
de 50ha de tamanho). Conflitos Principais: Conflito com o mercado imobiliário por demanda de novas
áreas para expansão urbana (fora da APABF).
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SETOR PÚBLICO
Onde: Tubarão (com representantes de Garopaba, Imbituba, Jaguaruna, Laguna e grande representação
da comunidade da Galheta de Laguna). Problemas: Falta de esclarecimentos sobre as competências,
inclusive nas prefeituras; falta de comunicação entre prefeituras e APABF; extensão da porção terrestre
em Jaguaruna; construção de loteamentos e ocupações irregulares em Jaguaruna; degradação do
patrimônio arqueológico, sambaquis; manutenção da barra do Camacho; zoneamento do Plano Diretor
em Laguna diverge das leis ambientais; loteamento na Praia do Sol; embargo da comunidade da Galheta.
A comunidade da Galheta se apresentou nesta oficina com significativo número de representantes e
entregou um documento com suas demandas ao chefe da APABF. Principais conflitos: Uso e ocupação do
solo urbano, planos diretores e divergências entre os órgãos ambientais e prefeituras.
TURISMO
Onde: Garopaba (com representantes de Garopaba, Imbituba, Jaguaruna). Problemas: Falta de
normatização e valorização dos guias de turismo e condutores ambientais; falta de infraestrutura para o
turismo; desvalorização do patrimônio cultural, histórico e arqueológico; presença de esgoto, lixo e falta
de saneamento básico; degradação da paisagem pela especulação imobiliária; parcelamento irregular do
solo urbano; gentrificação (expulsão dos nativos em detrimento do mercado imobiliário). Principais
conflitos: TOBE (Turismo de Observação de Baleia Embarcado); conflito entre esportes náuticos e
pescadores nas lagoas.
Quadro Comparativo: Ocorrência dos principais problemas e conflitos identificados no processo
participativo (I OPP e oficinas setoriais)
Agricultura
Imobiliário
Mineração
Rizicultura
Artesanal
Industrial
Comércio
Indústria
Pesquisa
Turismo
Familiar
Esporte
Tema Público
ONGs
Pesca
Pesca
I OPP
Encaminhamentos principais
INTRASSETORIAL DA PESCA ARTESANAL
Onde: Em Garopaba, com representantes de todas as oficinas setoriais de pesca artesanal realizadas
anteriormente. Objetivo: Confirmar propostas de zonas, normas e diretrizes feitas pelo setor durante o
processo de elaboração do PM da APABF e fechar uma proposta única para a pesca artesanal.
Metodologia: Todas as normas e zonas propostas nas oficinas de pesca foram apresentadas e debatidas
com o grupo, fazendo um paralelo com a solicitação de cada comunidade pesqueira e a legislação
existente. Resultados: As normas e zonas consensuais resultantes da oficina intrassetorial constam nos
capítulos 7 e 8 deste documento. Abaixo seguem apenas as normas e zonas as quais os pescadores NÃO
chegaram a um consenso.
INTRASSETORIAL SETOR PÚBLICO (ICMBIO/FATMA)
Onde: Florianópolis. Objetivo: Tratar do conflito apontado nas oficinas setoriais sobre a falta de atuação
integrada entre os órgãos ambientais. Metodologia: reunião institucional com participação do presidente
da FATMA, Coordenação Regional do ICMBIO, chefe e subchefe da APABF, Gerente Regional da FATMA
em Tubarão. Resultados: encaminhamentos para a criação do comitê tripartite no Estado de Santa
Catarina e estabelecimento de cronograma de trabalho entre APABF e FATMA.
ORDENAMENTO URBANO, TERRITORIAL E MARINHO-COSTEIRO
GEOPROCESSAMENTO
• Avaliar momento para produção de um mapa de qualidade ambiental para o interior da APABF,
considerando os planos diretores e os planos de desenvolvimento territorial e os atributos, isto é,
mapas que dirão qual é a qualidade visada para cada espaço do território (p. ex. qualidade do ar,
qualidade dos recursos hídricos, etc.). Assim, as atividades feitas no entorno não poderão
prejudicar a qualidade estabelecida no interior da UC para determinado recurso.
PESCA ARTESANAL
EXTRATIVISMO
• Realizar estudo sobre a situação dos butiazais na APABF para propor manejo e zonas de proteção.
• Prever imunidade de corte do butiá, proteção especial de butiazais na APABF.
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• Promover articulação com os atores do setor para proteção dos butiazais (COMDEMA Imbituba,
ACORDI, etc).
• Ampliação da APABF para englobar butiazais na região.
• Incentivar criação de unidades de conservação para proteção dos butiazais.
• Apoiar criação da RDS da Ribanceira em processo.
• Mapear áreas da união e outras áreas dentro da APABF que possam receber plantio de butiás a
título de recuperação, oriundos de outras áreas de fora da UC.
PECUÁRIA
• Não há informações sobre pecuária. Não foram mobilizados representantes do setor para as
oficinas. O tema apareceu de forma muito superficial nas oficinas de rizicultura, agricultura
familiar e pesca artesanal na comunidade de Garopaba do Sul, em Jaguaruna. Seria necessário
buscar mais informações. Não há dados sobre se ocorre pecuária de média e grande produção
diretamente dentro dos limites da UC, no entanto, sabe-se que existe pecuária de pequena
produção.
RIZICULTURA
• Priorizar, dentro das suas competências da APABF, a articulação com os órgãos competentes para
a melhoria e ampliação do sistema de saneamento no território.
TURISMO
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
NORMAS GERAIS
• Na aplicação do Plano de Manejo serão sempre consideradas as normas federais como diretrizes
gerais em matéria ambiental.
• Para fins de resolução de conflitos relacionados ao licenciamento de empreendimentos no
território da APABF, se recorrerá a Comissão Tripartite, estabelecida entre ICMBIO (APABF), IMA
(FATMA) e instituição de meio ambiente municipal ou secretaria municipal equivalente do
município sede do empreendimento.
o O empreendedor e outros entes, quando couber em caso de licenciamento, serão
convidados para participar dos debates atinentes ao conflito a ser resolvido.
o Na resolução dos conflitos, a comissão tripartite objetivará diminuir a insegurança
jurídica, dar eficiência aos procedimentos e uniformizar entendimentos.
o O órgão gestor poderá publicar Padrões de Sustentabilidade, por iniciativa própria ou
incorporação da proposta de terceiros, para cada categoria de atividade e o submeterá à
Comissão Tripartite, que uma vez aprovados, deverão ser observados como condição à
implantação dos projetos.
o É obrigatória a remessa de estudo prévio de impacto ambiental (EIA), termo de
referência (TR) de EIA e estudo ambiental simplificado (EAS) das atividades
ambientalmente licenciáveis ao órgão gestor da unidade de conservação para
manifestação nas áreas zoneadas para tal finalidade.
• As atividades a serem implantadas no interior da APABF deverão incorporar as boas práticas
pertinentes, quando existirem.
o Para as atividades dispensadas de licenciamento ambiental, o órgão gestor
publicará as recomendações de boas práticas (a serem criadas) dando
conhecimento ao Município e demais entidades com reconhecida capacidade de
informar o setor pertinente.
o Nos processos de licenciamento ambiental, independentemente de necessidade
de manifestação prévia do órgão gestor da APABF, compete ao proponente
informar a existência de boas práticas e sua respectiva incorporação ao projeto,
sem prejuízo de publicação própria nos termos do §1º.
o No conflito entre normas de conduta de boas práticas não oficiais, prevalecerá
aquela publicada pelo órgão gestor, salvo impossibilidade de cumprimento ou
excessiva onerosidade.
• Realizar estudos com vistas a criar o SELO APA DA BALEIA FRANCA a ser concedido às
atividades/empreendimentos que apresentarem medidas ambientais adicionais além daquelas
obrigatórias em decorrência de norma jurídica, técnica ou prevista neste Plano de Manejo.
ATIVIDADES PORTUÁRIAS
• Criar uma zona no mapa com as áreas de exclusão de fundeio do porto, atividades portuárias e
retroportuárias nos municípios de Imbituba e Laguna.
MANEJO DE BARRAS
• O manejo de barras deverá ocorrer mediante processo negociado com a comunidade, usuários e
órgão envolvidos e necessitará de anuência da APABF.
RIZICULTURA
PESCA ARTESANAL
Normas Gerais
PESCA INDUSTRIAL
o É proibido o arrasto de peixe dentro das 3Mn no território da APABF.
• As atividades não letais com cetáceos, dentre elas o Turismo de Observação de Baleias
Embarcado (TOBE) ficam permitidas segundo regulamentação própria, conforme Portaria sob
análise da Procuradoria Federal Especializada (PFE) do ICMBIO.
• Ficam reconhecidas como áreas refúgio os setores constantes na Instrução Normativa IBAMA
102/2006 e a Enseada da Ribanceira, entre os meses de junho e novembro, no período de
ocorrência da Baleia Franca no litoral da APA.
• Proibir o acesso de veículos motorizados (quadriciclos, motos) nas dunas do território.
• Zonear e normatizar uso dos espaços para atividades esportivas x banhistas (Zoneamento
Espacial Marinho).
• Estabelecer zonas, áreas de restrição e normas de uso; estabelecer normas sup x baleias x
banhistas x pescadores (Zoneamento Espacial Marinho).
• Normatizar instalação de pier, zonas de embarque, atracamento de embarcações, por exemplo
(Zoneamento Espacial Marinho).
• Mapear zonas de pesca e zonas de surf. Normatizar, regulamento específico safra tainha.
• Estabelecer zoneamento de acordo com tamanho do evento (tipo de evento, localização, número
de pessoas, número de quadras).
• Instituir as seguintes zonas e suas normas dentro do zoneamento do PM APABF:
o Áreas refúgio da Baleia Franca
§ Ficam proibidas embarcações motorizadas e atividades náuticas de acordo com a
IN IBAMA 102/2006 e a Portaria ICMBio xxx que regulamentará o TOBE na APABF
(em análise jurídica do ICMBio) entre os meses de junho a novembro, no período
de ocorrência da Baleia Franca no litoral da APABF nas seguintes praias: da Vila,
D’Água e do Luz, em Imbituba; Silveira, Garopaba e Gamboa, em Garopaba.
NORMAS GERAIS
• Não deve ser permitida a construção de estruturas que sirvam como obstáculos à visualização ou
ao acesso a atrativos turísticos de importância ecológica, histórico-cultural ou paisagístico. Os
responsáveis por imóveis que possuam obstáculos com estas características deverão ser
identificados pela APABF e notificados para remoção da estrutura.
• É proibida a instalação e funcionamento de indústrias potencialmente poluidoras e capazes de
afetar os mananciais de água. (Lei nº 6.902/81).
• Loteamentos, conjuntos habitacionais e áreas comerciais deverão dispor de sistemas de
tratamento de efluentes e de resíduos sólidos próprios ou compartilhados.
• Fica proibida a retirada de areia das praias e dunas, assim como extração mineral de rocha no
interior da APABF.
• É proibida a manobra de aeronaves e máquinas no interior da UC ou mesmo parte delas quando
envolvidas na aplicação de defensivos agrícolas químicos (agrotóxicos e biocidas).
• Deverão ser adotadas medidas de recuperação das áreas de preservação permanente de cursos
d"água naturais ou retificados e margens de lagoas em áreas de pastagem e criação extensiva de
bovinos e bubalinos.
• É proibido retirar, mover ou danificar qualquer objeto, peça, construção e vestígio do patrimônio
cultural, histórico e arqueológico da UC, bem como o tráfego de veículos motorizados, exceto
para fins de pesquisa com autorização da administração.
• Em todo o território da APABF é vedada a interdição do acesso de pedestres aos monumentos
históricos, às cachoeiras de uso público consagrado, às praias, e à faixa de marinha.
• Fica vedada a interdição, estreitamento ou desvio das trilhas de acesso e servidões de margem de
lagoa e sarilhos de pesca no interior da APABF. Estas trilhas são servidão oficial da população
local.
• Novas pousadas no interior da APABF deverão possuir:
a) Drenagem pluvial: captação, canalização e armazenamento de 100% da água pluvial do
total de áreas impermeabilizadas;
b) Baixo consumo de água potável;
c) Utilização de técnicas de aproveitamento de água da chuva (captação e armazenamento);
d) Coleta seletiva de resíduos sólidos: 100% do lixo separado seletivamente;
e) Caixa de gordura com capacidade adequada ao empreendimento;
f) Utilização de materiais e técnicas construtivas reconhecidas como de baixo impacto
ambiental;
g) Estação de tratamento de efluentes, compartilhada ou individual. As pousadas já
estabelecidas deverão se adequar aos itens a, b, c, d, e g, caso ainda não estejam.
Loteamentos urbanos
Tráfego Náutico
• É permitida a prática de esportes náuticos, desde que não interfiram no comportamento dos
cetáceos e nas atividades pesqueiras tradicionais.
• Deverão ser adotadas medidas de ordenamento e manejo pela UC, caso seja comprovado risco
local/regional de ameaça à conservação das espécies da flora.
Licenciamento Ambiental
Águas de Lastro
• Não é permitida a troca de água de lastro no interior da APABF, considerando Resolução A.868
(20-IMO) da Marinha do Brasil, Resolução ANVISA-RDC no 72/2009 e Normam 20/2005 que
indica que as embarcações deverão realizar a troca da água de Lastro a pelo menos 200mn da
terra mais próxima e em águas com pelo menos 200m de profundidade.
Áreas de Preservação Permanente