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II

Oficina de Planejamento Participativo


Plano de Manejo da APA da Baleia Franca

Guia do Participante


Abril de 2018



Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBIO
Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca – APABF
Programa GEFMAR - Elaboração do Plano de Manejo da APABF



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Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca – APABF
Programa GEFMAR - Elaboração do Plano de Manejo da APABF

EQUIPE RESPONSÁVEL

2015-2018


Coordenação de Elaboração e revisão do Plano de Manejo (COMAN/DIMAN/ICMBIO): Ana Rafaela
D’Amico
Supervisão do Plano de Manejo (ICMBIO): Andrea von der Heyde Lamberts, Carina Tostes Abreu.
Colaboraram anteriormente com a supervisão: Felipe Mendonça, Cibele Munhoz, Carlos Henrique
Fernandes Velasques.

Coordenação do Plano de Manejo na APABF (ICMBIO): Cecil Roberto de Maya Brotherhood de Barros,
Ronaldo Cataldo Costa, Deisi Cristiane Balensiefer
Consultorias: Deisiane Delfino, Sandra Severo
Geoprocessamento: Luiz Pimenta (CONAPABF), Lucila Araújo Freire (Bolsista GEFMar/APABF), José
Wilson da Silva Júnior (APABF), João Quoos (IFSC Garopaba).
GT Plano de Manejo: a) ICMBIO: Celcil Roberto de Maya Brotherhood de Barros, Ronaldo Cataldo Costa,
Deisi Cristiane Balensiefer, Walter Steenbock; Andrea Lamberts. b) CONAPABF: Maria Elizabeth da Rocha,
Sandra Severo, , Carlyle Torres de Menezes, Maria Aparecida Ferreira, Karina Groch, Luiz Pimenta Castor,
Maria Malise, Ademar do Espírito Santo, Patricia Sunye, Rode Martins, Pedro Castilho. c) Colaboração
externa: Simão Marrul Filho (servidor aposentado do ICMBIO).
Colaboram anteriormente com o GT: Enise Bezerra Ito (servidora aposentada do ICMBIO); Miguel Von
Behr (APABF/ICMBIO); Morgana Heltz Sérgio Netto, José Luiz Miguel Nieto, Carina Leitorles pelo
CONAPABF;

Equipe APABF: Jonatas Prado, Victor Fernando Volpato Pazin, Christian Dietrich, Luciana Magnabosco de
Paula Moreira, José Wilson da Silva Júnior, Wagner Cardoso.

Com envolvimento do Conselho Gestor da APABF (CONAPABF) ao longo de todo o processo de
elaboração do PM.







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SUMÁRIO


1 Informações Gerais ................................................................................................................ 05
1.1 Programação geral da OPP ............................................................................................. 06

2 Marco Legal, conceitual e metodológico ............................................................................... 07
2.1 Marco legal e normativo: a APA da Baleia Franca .......................................................... 07
2.2 Marco conceitual: conceitos fundamentais que nortearam a construção do PM
APABF .................................................................................................................................... 09
2.3 Marco metodológico: principais etapas da construção do PM 10
2.4 Cronograma de execução 2015-2018 ............................................................................. 12
2.5 Informações complementares sobre a APA da Baleia Franca ........................................ 12

3 Caracterização, Missão, Visão e Objetivos estratégicos ......................................................... 15
3.1 Caracterização ................................................................................................................ 15
3.2 Missão ............................................................................................................................. 16
3.3 Visão ................................................................................................................................ 16
3.4 Objetivos Estratégicos ..................................................................................................... 16

4 Mapa situacional (problemas, conflitos e potencialidades) .................................................... 17
4.1 Problemas apontados na I OPP ....................................................................................... 17
4.2 Conflitos apontados na I OPP .......................................................................................... 17
4.3 Potencialidades apontados na I OPP .............................................................................. 18
4.4 Priorização de conflitos e problemas da I OPP ............................................................... 19

5 Oficinas setoriais (informações principais, problemas e conflitos) ......................................... 21

6 Síntese das oficinas intrassetoriais e intersetoriais (encaminhamentos principais) ............... 27

7 Proposta de diretrizes a partir das oficinas setoriais . ............................................................ 29

8 Proposta de zonas e normas a partir das oficinas setoriais .................................................... 33

9 Recomendações de diretrizes e normas da equipe do ICMBIO ............................................. 37



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1 - INFORMAÇÕES GERAIS


Estimados Conselheiros e convidados,

Este guia contém informações que irão orientar a construção coletiva durante a II Oficina de
Planejamento Participativo (OPP) para a elaboração do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental
(APA) da Baleia Franca. O guia está dividido em nove sessões, organizadas da seguinte forma:

• Informações Gerais aos participantes sobre a OPP.


• Marco legal, conceitual e metodológico que embasaram a construção do Plano de Manejo.
• Caracterização, Missão, Visão e Objetivos Estratégicos construídos na I OPP, realizada em agosto
de 2016.
• Mapa situacional (problemas, conflitos e potencialidades) construídos na I OPP, realizada em
agosto de 2016.
• Oficinas setoriais (informações principais, problemas e conflitos) realizadas entre outubro de
2016 e março de 2018.
• Síntese das oficinas intersetoriais e intrassetoriais, encaminhamentos principais, realizadas em
fevereiro e março de 2018.
• Propostas de Diretrizes para o território e por setor, construídas a partir das oficinas setoriais
• Propostas de zonas e normatização, construídas a partir das oficinas setoriais.
• Diretrizes e normas gerais propostas pela equipe do ICMBIO (APABF/COMAN).

A II OPP ocorrerá entre 16 a 19 de abril no Hotel Ravena, Laguna, em regime de imersão, ou seja,
entraremos no hotel no dia 16/04 a partir das 16 horas e só sairemos no dia 19/04 às 19 horas.

Abaixo seguem algumas recomendações gerais:


- O check in no Hotel e receptivo será no período das 16h às 18h de segunda-feira (16/04).
- A abertura da OPP acontece às 18h.
- Os custos de hospedagem e alimentação (café da manhã, almoço e jantar e 02 coffees diários) de todo o
evento serão custeados pelo Plano de Manejo. Exceto bebidas alcoólicas e consumo do frigobar.
- Conselheiros e convidados que podem ofertar carona solidária, comuniquem no grupo do conselho ou
para execonapa@gmail.com.
- O hotel oferece estacionamento gratuito.
- As acomodações são em quartos duplos com ar condicionado, frigobar, TV e Wi Fi.
- Violão e instrumentos de percussão serão bem vindos para os momentos de lazer à noite.
- O hotel oferece piscinas (aberta e coberta) e quadra poliesportiva. Levem roupas apropriadas para as
respectivas atividades.
- Tragam ainda disposição, alegria, tolerância e bom humor.

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- O check out no hotel deverá ser feito até as 12h de quinta-feira (19/04), no entanto, permaneceremos
no local até as 19h do mesmo dia.
- Aqui você pode visitar previamente a homepage do Ravena Hotel http://ravenacassinohotel.com.br/
- Endereço do Hotel: Av. Rio Grande do Sul, 700, Mar Grosso – Laguna – SC.


1.1 Agenda da II OPP

Dia Horário Atividade


Segunda (16/04) 18:00 às 21:00 Abertura oficial e integração
Palestra com Walter Steenbock (Cepsul/Icmbio)
Jantar de abertura
Terça (17/04) 08:30 às 19:00 Nossa caminhada até aqui: revisitando missão, visão, mapa
situacional e objetivos
Trabalhos em grupos
Quarta (18/04) 08:30 às 19:00 Próximos passos: construindo ações de conservação
Trabalhos em grupos
Quinta (19/04) 08:30 às 19:00 Construindo propostas de zonas e normas
Trabalhos em grupos
Avaliação e encerramento

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2 - MARCO LEGAL, CONCEITUAL E METODOLÓGICO


2.1 MARCO LEGAL E NORMATIVO: A APA DA BALEIA FRANCA

A APA da Baleia Franca é uma unidade de conservação (UC) federal de uso sustentável criada pelo
Decreto s/n, de 14 de setembro de 2000, com o propósito de:
i. Proteger a baleia franca austral (Eubalaena australis) em águas brasileiras
ii. Ordenar e garantir o uso racional dos recursos naturais da região;
iii. Ordenar a ocupação e utilização do solo e das águas;
iv. Ordenar o uso turístico e recreativo;
v. Ordenar as atividades de pesquisa;
vi. Ordenar o tráfego local de embarcações e aeronaves.
Na APA da Baleia Franca ficam sujeitas à regulamentação específica dos órgãos competentes as seguintes
atividades, dentre outras, conforme os objetivos expostos acima:
a) A realização de campeonatos náuticos, no período de maio a dezembro, envolvendo o uso de
embarcações a motor de qualquer natureza (iv e vi);
b) O uso de explosivos e a realização de atividades que envolvam prospecção sísmica, no período de
maio a dezembro (i);
c) A retirada de areia e material rochoso (ii);
d) A exploração de serviços turísticos voltados à observação das baleias francas e demais espécies
de cetáceos, bem como o acesso às ilhas públicas englobadas em seu perímetro (i, iv e vi);
e) A implantação ou alteração de estruturas físicas e atividades econômicas na faixa de marinha e
no espaço marinho (i e iii);
f) A implantação de projetos de urbanização, novos loteamentos e a expansão daqueles já
existentes (iii);
g) A implantação ou ampliação de atividades de maricultura (i, ii e iii);
h) A construção de edificações nas ilhas englobadas em seu perímetro, ressalvadas as destinadas à
segurança da navegação conforme determinar a Marinha do Brasil (i, iii e vi);
i) A pesca (i e ii);
j) A implantação ou execução de qualquer atividade potencialmente degradadora do ambiente (i e
iii);
k) A abertura de vias de circulação e canais (i, iii e vi);
l) A drenagem de áreas úmidas (i e iii).

A APA da Baleia Franca possui 156.100 hectares e abrange nove municípios do litoral centro-sul
catarinense: Florianópolis (sul da Ilha), Palhoça, Paulo Lopes, Garopaba, Imbituba, Laguna, Tubarão,
Jaguaruna e Balneário Rincão (litoral norte do município).
Na APA da Baleia Franca também são encontradas espécies da fauna brasileira atualmente ameaçadas
de extinção (quadro pág. 14), além da baleia franca, dentre as principais estão: toninha (Pontoporia
blainvillei), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), raia-viola
(Rhinobatos horkelii) e trinta-réis-real (Thalasseus maximus).

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A paisagem da unidade é resultado de uma combinação de fatores naturais e antrópicos justapostos
entre si ao longo dos tempos: dunas, vegetação de restinga, lagoas costeiras, banhados, ilhas, ensedas,
baías, sambaquis, oficinas líticas, comunidades tradicionais e históricas e urbanizações mais recentes.
Em 23 de junho de 2006 foi criado o Conselho Gestor da APA da Baleia Franca (CONAPABF) com a
finalidade de apoiar a implementação da UC e cumprimento de seus objetivos. O CONAPABF dispõe de
42 cadeiras, sendo distribuídas paritariamente, 1/3 do setor público, 1/3 dos usuários dos recursos e 1/3
de Organizações não-Governamentais (ONGs) de todo o território.
A APA da Baleia Franca e o CONAPABF são regulamentados de acordo com o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação (SNUC), lei 9.985/2000 e Decreto 4340/2002.
De acordo com o SNUC e as orientações da Coordenação de Elaboração e Revisão de Plano de Manejo do
ICMBIO:
- Área de Proteção Ambiental: é uma área em geral extensa, com um certo grau de ocupação
humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente
importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas, e tem como
objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e assegurar
a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

- Plano de Manejo: é o documento técnico que descreve a missão da unidade de conservação ao
identificar o seu propósito, a sua significância, os seus recursos e valores fundamentais e seus
temas interpretativos. Também define seu zoneamento e normas, avalia as necessidades de
planejamento e dados para a UC, além de identificar seus atos legais (ou regras específicas) e
seus atos administrativos previamente existentes. Um plano de manejo serve como referência
fundamental para as decisões de manejo e planejamento em uma UC.

- Zoneamento: definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de
manejo e normas específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que
todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz. O
zoneamento constitui um instrumento de ordenamento territorial, usado como recurso para se
atingir melhores resultados no manejo de uma UC, pois identifica áreas com características
naturais , usos e finalidades similares, que podem ser ou não complementares. Ao mesmo tempo,
o zoneamento estabelece usos diferenciados para cada zona, segundo seus objetivos. Uma zona
é uma parte da área da UC com os usos, suas normas, o grau de proteção e ações de manejo
específicas, a fim de garantir que as ações tomadas sejam compatíveis com a missão e visão da
UC e levem à proteção de seus objetivos específicos. Toda a área da APA da Baleia Franca deve
pertencer a alguma zona.

- Normas: normas do plano de manejo são regras acordadas com todos os atores envolvidos, que
se aplicam à unidade de conservação visando cumprir sua missão, e atingir sua visão de futuro e
proteger seus objetivos específicos. As normas podem ser aplicadas a toda a área da UC ou ser
restrita a uma ou mais zonas.

- Diretrizes: são orientações gerais que guiam as ações de gestão unidade de conservação. Podem
ser gerais para toda a UC, ou específicas para zonas e para atividades relativas aos setores.

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2.2 MARCO CONCEITUAL: CONCEITOS FUNDAMENTAIS QUE NORTEARAM A CONSTRUÇÃO DO PLANO
DE MANEJO DA APA DA BALEIA FRANCA

A APA da Baleia Franca encontra-se num perímetro geográfico que define um conjunto de
territorialidades (relações sociais se apropriando do espaço e seus recursos, modificando-os e sendo por
eles modificadas) que atendem aos atributos que devem ter uma APA.
Porém, tais territorialidades se inserem em uma lógica de apropriação do espaço e seus recursos que
apontam, em seu conjunto, para um modelo de desenvolvimento que vai contra os fundamentos da
sustentabilidade e da justiça ambiental.
Há que se registrar, de maneira clara, que uma APA é uma categoria de Unidade de Conservação que não
exclui: não exclui os seres humanos, não exclui a propriedade privada, não exclui e não dissolve os entes
federativos (estado e municípios) e suas funções, suas obrigações e seu corpo legal.
Desta forma, a APA se constitui no instrumento de planejamento e ação da sociedade para a construção
de novas relações sociais, que tenham como fonte primária a sustentabilidade no acesso e uso dos
recursos ambientais.
Diante desta premissa, o Plano de Manejo da APA da Baleia Franca tem os seguintes elementos como
fundamentos conceituais (SNUC, 2000; KNOUCHI, 2014, MARRUL FILHO, 2016):
a) Conservação da natureza: “O manejo do uso humano da natureza, compreendendo a preservação, a
manutenção, a utilização sustentável, a restauração e a recuperação do ambiente natural, para que possa
produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações, mantendo seu potencial de
satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a sobrevivência dos seres vivos
em geral” (SNUC, art. 2°, inciso I).

b) Formas de manejo do uso humano da natureza reconhecidas como ações de conservação:

• Preservação do ambiente natural.


• Manutenção do ambiente natural.
• Utilização sustentável do ambiente natural.
• Restauração do ambiente natural.
• Recuperação do ambiente natural.
c) Finalidade da conservação:

• Produzir o maior benefício, em bases sustentáveis, às atuais gerações


• Manter o potencial da natureza de satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras
• Garantir a sobrevivência dos seres vivos em geral

d) Propósito de toda Unidade de conservação: conservar a natureza.


e) Propósito da UC de uso sustentável: compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável
de parcela dos seus recursos naturais.
f) Razões da existência de uma APA: Proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação
e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
g) Atributos de uma APA: Área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de
atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e
o bem-estar das populações humanas constituída por terras públicas e privadas.
h) Conflitos Ambientais: são aqueles envolvendo grupos sociais com modos diferenciados de apropriação,
uso e significação do território, tendo origem quando pelo menos um dos grupos tem ameaçada a
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continuidade de suas formas de apropriação, ameaçada por impactos indesejáveis em decorrência do
exercício das práticas de outros grupos. O conflito pode derivar da disputa por apropriação de uma
mesma base de recursos, ou de bases distintas, interconectadas pelas interações ecossistêmicas.
i) Problemas: Situações em que o espaço e/ou os recursos apropriados apontam para a
insustentabilidade, sem que sejam disputados por grupos sociais.
j) Potencialidades: estruturas do espaço e seus recursos que podem ser apropriadas, acessadas ou usadas
de forma sustentável por um ou diversos grupos sociais.


2.3 MARCO METODOLÓGICO: PRINCIPAIS ETAPAS DA CONSTRUÇÃO DO PLANO DE MANEJO

O Plano de Manejo da APA da Baleia Franca está sendo construído com base no enfoque participativo e
na construção de acordos sociais para que se cumpram os objetivos desta unidade de conservação.
O enfoque participativo possibilita desenvolver um processo de diálogo ativo, de forma a envolver todos
os atores na problematização e elaboração de uma proposta adequada à realidade, baseada na
participação integral, na negociação de conflitos e na proposição de consensos e acordos.
Tendo como base elementos de Planejamento Estratégico, foi construído um modelo para a elaboração
do plano de manejo constituído das seguintes etapas principais:
1) Caracterização da unidade - optou-se por uma caracterização e não por diagnóstico exaustivo
que, no entanto, contenha elementos mínimos para nortear a tomada de decisão quanto às
ações de gestão. Esta caracterização foi elaborada por pesquisadores, conselheiros voluntários,
servidores e ex-servidores da UC.
2) Etapa Declaratória - realização da I Oficina de Planejamento Participativo (OPP) em agosto de
2016, com o Conselho Gestor da APA da Baleia Franca (CONAPABF), equipe APABF, convidados e
COMAN/ICMBIO. Na I OPP foram construídos a missão, a visão, o mapa situacional (problemas,
conflitos e potencialidades) e os objetivos estratégicos para o Plano de Manejo.
3) Normatização e zoneamento
a. Realização de 22 oficinas participativas com representantes dos seguintes setores:
Pesquisa científica, ONG’s ambientalistas, pesca artesanal, pesca industrial, esportes,
turismo, agricultura familiar, rizicultura, imobiliário, indústria e comércio e setor público.
Nas oficinas foram construídos, coletivamente, painéis com a caracterização da atividade,
conflitos e problemas existentes por setor a partir da vivência e experiência dos atores
envolvidos. Tais painéis subsidiaram a proposição de diretrizes, normas e zonas para a
unidade de conservação, elaboradas pelos atores durante as oficinas.
b. Sistematização dos dados das setoriais: Nesta etapa o GT Plano de Manejo, equipe APABF
e consultorias para elaboração do plano trabalharam na análise e consolidação das
propostas de zonas e normas vindas dos setores da sociedade, identificando consenso,
legislação pertinente e buscando construir consenso entre setores, nos casos de
propostas diferentes para os mesmos recursos e ambientes.
c. Oficinas intrassetoriais e intersetoriais: Realização de uma oficina intrassetorial da pesca
artesanal com representantes de todas as oficinas realizadas nas comunidades
pesqueiras do território, para construir uma proposta única do setor. Realização de uma
oficina intersetorial entre pesca artesanal e surf para tratar do conflito específico sobre o
surf na época da tainha em determinadas praias dos municípios de Imbituba e Garopaba.

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4) Planejamento – realização da II OPP com conselheiros, representantes das oficinas setoriais,
equipe APABF e COMAN com o propósito de consolidar a proposta final de zonas, normas e
diretrizes e construir as ações estratégicas para o plano de manejo desta unidade de
conservação. Com as definições da II OPP, a equipe APABF, o GT Plano de Manejo e a COMAN
consolidarão os dados para o Plano de Manejo.


Figura 1 - Esquema metodológico das etapas principais da elaboração do Plano de Manejo da APA da Baleia Franca









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2.4 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 2015-2018

Data Atividade N. de pessoas
21 e 22/07/2015 Reunião GT Plano de Manejo e COMAN 19
02 à 05/08/2016 I Oficina de Planejamento Participativo (OPP) 48
27/10/2016 Workshop de Pesquisadores 36
22/11/2016 Oficina setorial Pesca artesanal Garopaba 9
24/11/2016 Oficina setorial Pesca artesanal Ibiraquera (Imbituba) 17
29/11/2016 Oficina setorial Pesca artesanal Imbituba (Itapirubá) 5
06/12/2016 Oficina setorial Pesca artesanal Pinheira-Guarda (Palhoça) 9
13/12/2016 Oficina setorial ONGs ambientalistas 12
02/02/2017 Reunião GT Plano de Manejo e COMAN 10
21/03/2017 Oficina setorial Pesca artesanal Ponta das Pedras (Laguna) 5
23/03/2017 Oficina setorial Pesca artesanal Farol Santa Marta (Laguna) 15
29/03/2017 Oficina setorial Pesca artesanal Garopaba do Sul (Jaguaruna) 8
30/03/2017 Oficina setorial Pesca artesanal Balneário Rincão 12
06/04/2017 Oficina setorial Esportes 20
12/04/2017 Oficina setorial Pesca artesanal Pinheira-Guarda (Palhoça) 22
18/04/2017 Oficina setorial Pesca industrial 23
04/05/2017 Oficina setorial Rizicultura 12
23/05/2017 Oficina setorial Turismo 38
27/06/2017 Oficina setorial Indústria e Comércio e mineração 20
28/06/2017 Oficina setorial Setor Público e Infraestrutura 46
06/07/2017 Oficina setorial Agricultura familiar 25
05/09/2017 Oficina setorial Pesca artesanal Pântano do Sul (Florianópolis) 22
26/09/2017 Oficina setorial Imobiliário 66
25/09/2017 GT Plano de Manejo – sistematização e consolidação dos dados 15
à 30/11/2017
29/11/2017 Reunião equipe APABF e COMAN 12
20/02/2018 Oficina Intrassetorial Pesca artesanal 30
12/03/2018 Intrassetorial do setor público (ICMBIO + FATMA) 6
19/03/2018 Oficina setorial Pesca Industrial (CT isca-viva) 4
20/03/2018 Oficina setorial Pesca Industrial (CT arrasto) 5
20/03/2018 Oficina setorial Pesca Industrial (CT emalhe) 2
23/03/2018 Reunião COMAN e equipe APABF 10
27/03/2018 Oficina Intersetorial Pesca artesanal e surf 38
16 à 19/04/2018 II Oficina de Planejamento Participativo (OPP) 60


2.5 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES SOBRE A APA DA BALEIA FRANCA

a) Áreas frágeis ou sensíveis identificadas nas oficinas setoriais, GT Plano de Manejo e equipe APABF:

- Áreas úmidas, lagoas e desembocaduras de rios (áreas úmidas, lagoas costeiras, complexo
lagunar em Laguna, barras, estuário Rio da Madre);
- Vegetação (APPs, vegetação de restinga e várzea, manguezal);
- Dunas (dunas, dunas e praias);
- Ilhas Costeiras;
- Patrimônio Histórico (sítios arqueológicos, sambaquis, oficinas líticas, arquitetura local, cultura,
costumes locais, naufrágios);
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- Espaço marinho (mar, animais marinhos em geral, baleia franca, botos de laguna, toninha, fauna,
espécies migratórias).
- Áreas específicas apontadas em diferentes oficinas: Lagoa de Ibiraquera, Aquífero Farol Santa
Marta, Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (PEST).

b) Valores e potencialidades do território da APABF mapeados no processo participativo e


caractereização:

Grupo de valores Valores e potencialidades mapeados


Baleia Franca; Boto-Pescador; Tainha; dunas; lagoas; vegetação (floresta ombrófila
densa, de várzea, de restinga e mangue), áreas úmidas; outras áreas protegidas
Valores Naturais e
municipais, estaduais e federais; costões; a desembocadura dos rios nas praias
ecológicos
(Barra de Ibiraquera, Camacho, Laguna e Urussanga); Monumento geológico da
Pinheira; zonas de refúgio da Baleia.
Baleia Franca; Boto-Pescador; Beleza cênica ligada ao Mar, lagoas, montanha,
Valores estéticos
vegetação local, enseadas e baías e de dunas.
Pesca artesanal; Turismo de sol e praia; turismo cultural e gastronômico
relacionado a cultura açoriana; turismo de observação de Baleias, do Boto-
Pescador e de aves; turismo de base comunitária; artesanato local; turismo
Valores produtivos
ecológico; esportes náuticos; agricultura orgânica e familiar; rizicultura; Porto de
Imbituba; Ferrovia Tereza Christina; geração de energias renováveis (solar e eólica),
potencial para exploração mineral, aquicultura.
Cultura açoriana; sítios arqueológicos (sambaquis); oficinas líticas; comunidades
tradicionais açorianas; comunidades quilombolas; engenhos de farinha de
mandioca; Farol do cabo de Santa Marta; Patrimônio arquitetônico de Laguna;
Valores históricos
Ferrovia Tereza Christina; naufrágios; interação do Boto com os pescadores
artesanais; comunidade indígena próxima; museus; Porto de pesca tradicional,
centro histórico de Garopaba.
Praias; surf; esportes náuticos no mar e nas lagoas; trilhas e caminhos ecológicos;
Valores de uso
apresentações culturais; terapias alternativas; pesca esportiva e amadora; esporte
social
de aventura e radical.
Festas religiosas nas comunidades; Igreja Santo Antônio dos Anjos em Laguna;
Valores espirituais e
Festa do Divino Espírito Santo em Jaguaruna; Festa de Nossa Senhora dos
religiosos
Navegantes em Garopaba.
Identidade e cultura açoriana; comunidades tradicionais; vida simples; pesca
Valores simbólicos
artesanal; artesanato local; festas religiosas; gastronomia local; qualidade de vida;
e identitários
segurança.
Fonte: adaptado de Delfino (2017)

c) Lista de espécies ameaçadas no território da APABF:

Categoria da ameaça Classe Espécie Nome comum


Criticamente em perigo Mamíferos Pontoporia blainvillei Toninha
Criticamente em perigo Peixes Cetorhinus maximus Tubarão-peregrino
Criticamente em perigo Peixes Rhinobatos horkelii Raia-viola
Criticamente em perigo Répteis Dermochelys coriacea Tartaruga-de-couro
Criticamente em perigo Répteis Eretmochelys imbricata Tartaruga-de-pente
Criticamente em perigo Répteis Liolaemus occipitalis Lagartixa-das-dunas
Criticamente em perigo Répteis Tropidurus imbituba Lagartinho-de-imbituba
Criticamente em perigo Aves Ortalis guttata Aracuã-pintado
Criticamente em perigo Aves Penelope superciliaris Jacupemba
Criticamente em perigo Aves Calidris canutus Maçarico-de-papo-vermelho
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Em perigo Aves Thalassarche chlororhynchos
Albatroz-de-nariz-amarelo
Em perigo Aves Thalasseus maximus Trinta-réis-real
Em perigo Aves Formicivora acutirostris
Bicudinho-do-brejo
Em perigo Mamíferos Eubalaena australis Baleia-franca-austral
Em perigo Répteis Caretta caretta Tartaruga-cabeçuda
Em perigo Répteis Lepidochelys olivacea Tartaruga-oliva
Em perigo Plantas Hippeastrum breviflorum Açucena
Em perigo Plantas Noticastrum hatschbachii Margaridinha
Em perigo Plantas Noticastrum malmei Margaridinha
Em perigo Plantas Noticastrum psammophilum Margaridinha
Em perigo Plantas Aechmea kertesziae Bromélia, monjola
Em perigo Plantas Dyckia marítima Gravatá
Em perigo Plantas Wittrockia superba Bromélia
Em perigo Plantas Peixotoa catarinensis
Vulnerável Anfíbios Melanophryniscus dorsalis
Sapinho-de-barriga-vermelha
Vulnerável Aves Procellaria aequinoctialis
Pardela-preta
Vulnerável Aves Procellaria conspicillata
Pardela-de-óculos
Vulnerável Aves Sterna hirundinacea Trinta-réis-de-bico-vermelho
Vulnerável Aves Calidris subruficollis Maçarico-acanelado
Vulnerável Aves Sterna hirundinacea Trinta-réis-de-bico-vermelho
Vulnerável Aves Tangara peruviana Saíra-sapucaia
Vulnerável Mamíferos Physeter macrocephalus Cachalote
Vulnerável Mamíferos Ctenomys minutus Tuco-Tuco
Vulnerável Peixes Epinephelus marginatus Garoupa-verdadeira
Vulnerável Répteis Chelonia mydas Tartaruga-verde
Vulnerável Répteis Liolaemus occipitalis Lagartixa-da-praia
Quaresma, araticum,
Vulnerável Plantas Annona maritima araticum-da-praia
Vulnerável Plantas Neomitran thescordifolia Guamirim
Vulnerável Plantas Cattleya intermedia Orquídea
1
Plantas Butia catharinensis Butia
1
Fonte: Textos caracterização com base nas normativas: Port. MMA 444/ 2014, Port. MMA 445/2014; Resolução
Consema 002/2011).

Dentre os atributos culturais a APABF possui patrimônio imaterial e atividades tradicionais a serem
protegidos, tais como: Oficinas líticas e pinturas rupestres, Sambaquis, Pesca artesanal, Pesca cooperativa
e o Extrativismo do butiá.

Os seguintes ambientes também precisam ser observados durante o processo de zoneamento e


planejamento do PM da unidade: lagoas, cursos d'água, nascentes, aquíferos, manguezal, marismas,
praias, banhados, dunas, restinga, mata atlântica, ilhas, costões e promontórios.

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3 – CARACTERIZAÇÃO, MISSÃO, VISÃO E OBJETIVOS ESTRATÉGICOS


3.1 CARACTERIZAÇÃO

Relação dos artigos científicos elaborados para compor a caracterização do Plano de Manejo da APA da
Baleia Franca. Os textos revisados já foram compartilhados com o conselho gestor via e-mail.

Artigo Autores
Histórico de criação da APA da Baleia Franca Miguel Von Behr
Aspectos Geográficos do Território da APABF Luiz Pimenta Castor
Vegetação e Flora Cláudio Augusto Mondin
Avifauna da APA da Baleia Franca: Subsídios para o Danielle Paludo, Guilherme Tavares Nunes,
planejamento da UC Patrícia Pereira Serafini
Baleia Franca Austral na Área de Proteção Ambiental Karina Rejane Groch
da Baleia Franca: Informações Preliminares
Diagnóstico Faunístico da Porção Terrestre Erica Naomi Saito, Tobias Saraiva Kunz,
Maurício Eduardo Graipel, Jorge José Cherem
Lagoas Costeiras da Área de Proteção Ambiental da Sérgio Antônio Netto
Baleia Franca
Características Oceanográficas da Área de Proteção Sérgio Antônio Netto
Ambiental da Baleia Franca
Pinípedes na Área de Proteção Ambiental da Baleia Cristiane K. M. Kolesnikovas
Franca
Tartarugas Marinhas no contexto da APA da Baleia Eron Paes e Lima, Gilberto Sales, Camila
Franca Trentin Cegoni, Daniel Wagner Rogério
Biologia e Conservação da Toninha (Pontoporia Jonatas H. F. Do Prado
Blainvillei)
Aspectos Socioeconômicos no Território da APA da Deisiane Delfino, Simão Marrul Filho
Baleia Franca
Caracterização Cultural dos municípios pertencentes à Ana Paula Cittadi, Vladimir Fernando Stello, et
Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca al.
Os Valores do Território na APA da Baleia Franca: para Deisiane Delfino
além dos valores naturais e ecológicos
A Pesca na Área de Proteção Ambiental da Baleia Patrícia Sfair Sunye
Franca
Uso e Ocupação do solo e problemas ambientais Miguel von Behr
urbanos na APA da Baleia Franca (em revisão)
Caracterização do Ecoturismo (Turismo Comunitário, Rede TOBTerra
Cultural, de Aventura e de Natureza): Território da
APABF e imediações (em revisão)

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3.2 MISSÃO
Promover, de forma participativa, ações de conservação do patrimônio natural e cultural no território da
Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca.

3.3 VISÃO
Ser um território onde as práticas humanas sejam desenvolvidas com base em ações sustentáveis
decorrentes de pactos sociais.


3.4 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
1. Promover ações de conservação da baleia franca e do seu habitat, bem como o reconhecimento
da espécie como valor identitário do território.
2. Promover ações de conservação e valorização do patrimônio natural do território da APABF.
3. Articular políticas de conservação, valorização e divulgação do patrimônio cultural do território
da APABF.
4. Promover a articulação socioeconômica para o desenvolvimento de atividades que valorizem o
patrimônio cultural territorial.
5. Identificar, incentivar e divulgar atividades socioeconômicas sustentáveis realizadas no território
da APABF.
6. Promover o ordenamento do uso do solo e das águas, bem como, das atividades econômicas
correlacionadas no território da APABF.
7. Promover a articulação e a integração de iniciativas, planos, programas e políticas
governamentais e setoriais no território da APABF com o seu Plano de Manejo, visando a
conservação do patrimônio cultural e ambiental.
8. Fortalecer e instrumentalizar o Conselho Gestor da APABF, de forma que a instituições
conselheiras sejam agentes multiplicadores e articulares nos municípios e setores que
representam.
9. Promover e incentivar programas e ações de educação transformadora com foco na conservação
do patrimônio ambiental do território da APABF.
10. Incentivar a criação, ampliação e gestão integrada de áreas protegidas em diferentes escalas.



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4 – MAPA SITUACIONAL

(Problemas, Conflitos e Potencialidades)



4.1 PROBLEMAS APONTADOS NA I OPP

a) Patrimônio natural: Supressão de vegetação nativa; Espécies exóticas invasoras; Invasão de Áreas de
Preservação Permanente (APPs); Desmatamento e ocupação dos morros; Extração irregular de areia das
dunas; Retificação e assoreamento dos rios; Aterro e drenagem de nascentes e banhados; Manutenção
de canais artificiais nas margens das lagoas (Lagoa Santa Marta-Camacho-Garopaba do Sul);
Contaminação dos recursos hídricos por metais pesados na bacia do rio Urussanga; Contaminação dos
recursos hídricos pela suinocultura na bacia do rio Tubarão; Contaminação dos recursos hídricos por
agrotóxicos nas bacias do rio Tubarão e rio da Madre; Contaminação dos recursos hídricos por cemitérios;
Falta de saneamento básico; Destino inadequado do lixo e resíduos sólidos; Poluição das praias; Interação
negativa com golfinhos em Laguna que ameaçam a espécie (uso de jetski, esgoto doméstico, poluição
industrial).

b) Pesca e aquicultura: Captura incidental na pesca artesanal; Sobre-exploração de recursos pesqueiros;


Pesca ilegal (inclusive de espécies ameaçadas); Cultivo de camarão exótico; Desvio de finalidade de
ranchos de pesca, usados de forma irregular como bares, restaurantes, moradias de verão.

c) Mamíferos marinhos: Provável morte de baleias Jubarte por redes (Pesca x baleia); Colisão de
embarcações e baleias.

d) Atividades econômicas: Ausência de políticas públicas que fomentem a economia sustentável na


região; impactos ambientais da mineração (calcário, areia, carvão); Extração de areia para construção
civil; Ampliação área industrial de Imbituba; Relação porto-cidade; Embarcações x óleo x poluição do mar.

e) Ordenamento Territorial e Marítimo: Existência de campings desordenados nas praias; Falta de


infraestrutura adequada; Ausência de controle de zoonoses; Carros nas praias; Operações portuárias e
retro portuárias;

f) Patrimônio Cultural: Desvalorização dos fazeres tradicionais; Destruição do patrimônio arqueológico


(sítios) e arquitetônico; Caminhos tradicionais fechados.

g) Comunicação: Falta de conhecimento sobre a APA da Baleia Franca; Ausência de sinalização dos limites
da APA; Pouca visibilidade/reconhecimento das iniciativas sustentáveis.

4.2 CONFLITOS APONTADOS NA I OPP




a) Pesca: Pesca x mamíferos (interação com rede de pesca artesanal e industrial) na temporada das
baleias; Pesca artesanal x Esportes Náuticos no mesmo espaço, sobretudo na safra da pesca; Pesca de
isca-viva (industrial x artesanal_atuneiros); Pesca amadora x industrial x artesanal, disputa pelos recursos
do território; Pesca da tainha artesanal (emalhe anilhado x outros artesanais); Pesca industrial x artesanal

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(tainha, corvina, anchova); Pesca artesanal x surf, disputa do espaço no período da tainha, desrespeito
aos acordos estabelecidos.

b) Patrimônio Natural e Cultural: Circulação e estacionamento de carros nas praias e nas restingas; Uso
das dunas e sambaquis por auto motores; Ocupação irregular e desmatamento de APPs (restinga/300 m)
diferenças de entendimentos legais; Abertura não autorizada/indiscriminada de barras das lagoas do
território.

c) Mamíferos marinhos: Divergência sobre o Turismo de Observação de Baleia Embarcado (TOBE) que
ainda estava suspenso.

d) Uso do solo: Uso e ocupação do solo urbano, conflito com os planos diretores.

4.3 POTENCIALIDADES APONTADAS NA I OPP




a) Institucional: Instituições conselheiras como articuladoras junto às comunidades; Integração com o
Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (PEST); Integração com outras UC; Articulação com os municípios;
Articulação com as universidades e centros de ensino e pesquisa; Diferentes fontes de recursos para
potencializar a gestão do território; Projeto Fortalecimento do turismo do SEBRAE; Projeto
Desenvolvimento Territorial Sustentável (DTS) da Epagri; Coletivo Turismo de Observação de Baleias por
Terra (TOB Terra); Educação ambiental, cultural, patrimonial; Capital social local; Protocolo de Encalhe de
Baleias da APA da Baleia Franca e instituições parceiras; presença do Instituto Federal de Santa Catarina
(IFSC); Condutores ambientais formados.

b) Patrimônio Cultural: Oficinas Líticas; Sambaquis; Arquitetônico; Naufrágios; Modo de fazer local,
saberes locais, valores humanos da sociedade local; Manifestações culturais e religiosas; Engenhos de
farinha de mandioca; Interação do Boto (Tursiops truncatus) com o Pescador em Laguna; Comunidades
quilombolas e indígenas próximas ao território; Gastronomia local (acervo gastronômico natural e
cultural); Ferrovia Tereza Christina; Museus; Porto de Pesca tradicional Porto Novo, localizado na Praia do
Rosa Sul em Imbituba.

c) Uso Social: Esporte náutico; Marinas e trapiches; Surf; Pesca esportiva e amadora; Trilhas e caminhos
históricos.

d) Produtivo: Potencial de exploração mineral; Atividade retro portuária; Pesca artesanal; Aquicultura;
Agropecuária e agricultura orgânica; Serviços; Geração de energia limpa; Extrativismo vegetal; Potencial
produtivo de geração de renda e emprego em torno dos esportes de aventura radical e de natureza;
Atividade portuária, o Porto de Imbituba.

e) Produtivo ligado ao Turismo: Observação de baleias franca por terra e por mar; Turismo de base
comunitária; Observação de aves; Esporte de aventura e radical (incluindo atividades aéreas); Turismo
religioso; Promoção de eventos de aventura, radicais e de natureza; Artesanato local; Praias; Setor
turístico organizado, Marca APA da Baleia Franca.

f) Geração do conhecimento científico: Conhecimento científico do ambiente marinho; Manguezal como


último ponto austral.

g) Valorização do território pela ocupação sustentável: Planos Diretores articulados ao Plano de Manejo;
Projeto Orla implementado no Norte e no Sul do território; Possibilidade de a APA da Baleia Franca ser
uma referência de relação harmoniosa entre sociedade e natureza.
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h) Estético: Valorização da paisagem.

i) Natural: Dunas; Cordões arenosos; Costões; Restinga; Mata Atlântica; Lagoas; Áreas úmidas
(banhados); Nascentes e rios; Medicina natural.

4.4 PRIORIZAÇÃO DE CONFLITOS E PROBLEMAS DA I OPP

A priorização de conflitos e problemas na I OPP foi realizada pela votação por pareto e foi classificada por
prioridade através do cálculo por atribuição de pesos.

a) Priorização dos conflitos

Prioriade alta
Ocupação irregular em áreas frágeis x Planos Diretores x legislação
Pesca x mamíferos
Pesca industrial x pesca artesanal
Mineração em área de dunas

Prioridade média
Pesca artesanal x surf
Turismo de Observação de Baleia
Pesca amadora x industrial x artesanal
Pesca da tainha artesanal, emalhe anilhado x outros artesanais

Prioridade baixa
Colisão de embarcações e baleias
Esportes náuticos x pesca artesanal
Abertura de barras de lagoas

b) Priorização dos problemas

Prioridade alta
Deficiência na fiscalização
Uso das dunas e sambaquis por automotores
Falta de saneamento
Falta de consciência da sociedade sobre o seu próprio consumo x
indústria do lixo
Carros nas praias
Sobreexplotação de recursos pesqueiros
Aterro de nascentes
Ocupação em APP
Poluição das praias
Contaminação por agrotóxicos

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Ausência de sinalização dos limites da APA
Desvalorização dos fazeres tradicionais
Desvio da função dos ranchos de pesca
Caminhos tradicionais fechados
Ausência de políticas públicas que fomentam a economia sustentável na
região
Espécies exóticas invasoras
Prioridade Média
Assoreamento dos rios
Risco relacionado a trânsito de embarcações de grande porte
Desmatamento de ocupação dos morros
Eventos esportivos e outros
Aterro e drenagem de banhados
Destruição do patrimônio arqueológico e arquitetônico
Supressão de vegetação nativa
Contaminação de metais pesados
Operações portuárias
Extração manual irregular de areia
Prioridade baixa

Pouca visibilidade e reconhecimento das boas iniciativas sustentáveis
Ausência de controle de zoonoses
Retificação dos rios
Cercas nos rios
Cemitério
Captura incidental na pesca
Contaminação suinocultura
Existência de campings desordenados nas praias

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5 - OFICINAS SETORIAIS

Informações principais, problemas e conflitos por setor


AGRICULTURA FAMILIAR
Onde: Ribanceira (Imbituba). Problemas: Uso de herbicida no plantio de mandioca e para controle de
vegetação urbana; butiazais da Ribanceira em área urbana (fora da APABF); limites da área urbana no
Plano Diretor de Imbituba; substituição de áreas agricultáveis pela urbanização e indústrias; cobrança de
IPTU em áreas rurais de Imbituba e cobrança de imposto urbano e rural sobre a mesma propriedade;
perda de área de plantio, desvalorização dos saberes tradicionais; extinção dos butiás; criação da RDS da
Ribanceira. Conflitos Principais: Delimitação de área urbana e rural nos Planos Diretores de Garopaba e
Imbituba, que não correspondem a realidade.

ESPORTE
Onde: Garopaba (com representantes de Garopaba, Imbituba, Laguna, Jaguaruna). Problemas:
Fechamento de caminhos tradicionais por propriedades privadas; degradação das dunas por quadriciclos
na Gamboa; degradação de dunas, vegetação de restinga e sambaquis por motocross e trilheiros; uso
intensivo de equipamentos náuticos na lagoa de Ibiraquera; regramento do Towin na Laje do Campo
Bom; poluição combustível das lagoas, excesso de velocidade; poluição gerada pelo Porto de Imbituba
(coque, barrilha, grãos); contaminação dos recursos hídricos pela rizicultura em Paulo Lopes; esgoto no
entorno da Lagoa de Ibiraquera; balneabilidade nas praias; fiscalização sobre ambulantes nas praias e
liberação de alvarás para estabelecimentos comerciais e eventos esportivos; regramento do uso da orla
marítima. Principais conflitos: Conflito com pescadores na Lagoa de Ibiraquera e na safra da tainha em
Garopaba e Ibiraquera.

IMOBILIÁRIO
Onde: Garopaba (com representantes de Garopaba, Imbituba, Laguna, Jaguaruna). Problemas: Falta de
diretrizes claras para empreendimentos dentro da APA da Baleia Franca; construções irregulares; falta de
parques e praças verdes e de lazer; ocupação e degradação de APPs; fragilidade dos planos diretores no
aspecto ambiental; confusão sobre definição de restinga como APP; insegurança jurídica quanto à falta
de clareza das normas; limitação do mercado imobiliário pelas restrições ambientais; embargo da
comunidade da Galheta. A comunidade da Galheta se apresentou nesta oficina com significativo número
de representantes. Conflitos principais: Conflito entre os órgãos públicos federal/estadual/municipal.

INDÚSTRIA E COMÉRCIO
Onde: Tubarão (com representantes de Garopaba, Imbituba, Jaguaruna). Problemas: Falta de
regramento para o setor turístico; vendedores ambulantes na praia; estacionamento e circulação de
veículos nas praias; falta de estrutura turística; planos de gestão conflitantes (Plano
Diretor/Gerenciamento Costeiro/Plano de Manejo); insegurança jurídica nos licenciamentos ambientais
para as atividades econômicas; instalação da empresa Catalini em Imbituba; falta de saneamento básico,
depósitos de lixo e cemitérios. Ressaltaram a importância e vantagens de estar numa UC como a APABF
(principalmente, promoção do desenvolvimento territorial sustentável e agregação de valor às marcas).
Principais conflitos: Atuação divergente dos órgãos ambientais licenciadores; divergência dos Planos
Diretores com os objetivos da APABF e do Plano de Manejo, uso e ocupação do solo urbano.
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MINERAÇÃO
Onde: Tubarão (com representantes de Jaguaruna). Problemas: Ausência de normas claras sobre a
manifestação da APABF em relação ao funcionamento da atividade; presença de componente ideológico
forte contrário a mineração no território; impacto à paisagem x processos de recuperação da mesma;
insegurança jurídica; Principais conflitos: Conflito entre os próprios órgãos ambientais (FATMA x ICMBIO)
em relação ao licenciamento da atividade.


ONGS AMBIENTALISTAS
Onde: Garopaba (com representantes de Garopaba, Imbituba, Palhoça, Laguna). Problemas: Uso e
ocupação no entorno da Lagoa de Ibiraquera; falta de saneamento básico, presença de lixo na lagoa;
pesca predatória na Lagoa; planejamento urbano focado no adensamento; construções irregulares;
aterro de áreas úmidas; contaminação dos recursos hídricos pela rizicultura e mineração na bacia do rio
da Madre; redes fantasmas nos costões; turismo desordenado; sobreposição entre a APABF e PEST, uma
vez que são unidades de categorias diferentes, proteção integral e uso sustentável; carros nas praias;
degradação das dunas frontais; assoreamento da Lagoa de Garopaba; pesca da isca-viva pelos atuneiros;
desvio da função dos ranchos de pesca; desarticulação dos condutores ambientais; degradação das
oficinas líticas e sambaquis; proibição do TOBE; tráfego de jetski e embarcações que afetam os animais
marinhos; enredamento de animais marinhos; ausência de manejo da pesca; contaminação dos recursos
hídricos pela rizicultura na bacia do rio Tubarão; degradação dos recursos naturais por eventos esportivos
nas praias e lagoas. Principais conflitos: Conflito da abertura da barra da Lagoa de Garopaba; uso e
ocupação do solo urbano, planos diretores.

PESCA ARTESANAL
Onde: Florianópolis (Pântano do Sul), Palhoça (Pinheira e Guarda do Embaú), Garopaba, Imbituba Norte
(Ibiraquera), Imbituba Centro-Sul, Laguna (Ponta das Pedras), Laguna (Farol), Jaguaruna (Garopaba do
Sul) Balneário Rincão. Problemas: Esgoto/saneamento nas lagoas; emalhe de baleias e colisão com
embarcações; desvio da função dos ranchos de pesca; pesca de espécies proibidas; colocação de redes de
caceio nos parcéis; proibição do TOBE; retirada de semente de marisco nos costões; existência de redes
fantasma; enredamento dos botos (Tursiops truncatus) em Laguna; ocupação irregular/ilegal em APP e
área de marinha; abertura de valas, canais e servidões para embarcações na lagoa de Garopaba do Sul;
uso de agrotóxico na agricultura e contaminação dos recursos hídricos; assoreamento dos rios pela
mineração; lixo nas praias e ilhas; lançamento de esgoto na praia do Farol; falta de fiscalização; gestão da
carteira de pescador; falta de valorização da mulher na pesca; relação com os órgãos públicos; uso de
jetski nas lagoas e no mar; acesso à praia no Balneário Rincão pelos pescadores que usam caminhões.
Conflitos principais: Conflito com esportes náuticos nas lagoas e com o surf na época da tainha; pesca de
arrasto; pesca de isca-viva; pesca de emalhe; pesca subaquática e pesca fundeada nos costões; abertura
da barra de Garopaba.

PESCA INDUSTRIAL
Onde: Itajaí, com representantes das câmaras técnicas da isca-viva, emalhe e arrasto de peixes, camarão
rosa e camarão sete barbas do Sindicato dos Pescadores Industriais (SINDIPI). Problemas relacionados à
isca-viva: Ilegalidade das embarcações em todas as modalidades; aumento da temperatura da água pode
estar influenciando o estoque do atum e da própria isca-viva; falta de sistematização dos dados da pesca
fornecidos pelos mapas de bordo, PREPS criado para geração de conhecimento utilizado unicamente para
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fiscalizar; Falta de estudos, pesquisas e monitoramento. Conflitos Principais da isca-viva: Conflito com
pescadores artesanais, disputa por território. Problemas relacionados ao arrasto: Falta de estudos para
compreender melhor os impactos da atividade e estoques; falta de estatística pesqueira; contaminação
dos recursos hídricos; aplicação de agrotóxicos na agricultura; ocupação irregular no complexo lagunar;
descarte dos resíduos da limpeza de navios e embarcações; estuários não são respeitados; arrasto duplo
pegou muita viola na temporada de 2018 e teve muito descarte. Conflitos principais do arrasto:
Autuação pela marinha de embarcações que se refugiam no Porto de Imbituba; atualmente a pesca da
tainha ser regulamentada pela promotoria. Problemas relacionados ao emalhe: O defeso por espécie é
pouco discutido; pescadores artesanais não param no defeso da corvina no litoral do RS; descarte das
espécies ameaçadas capturadas incidentalmente; tamanho das embarcações dos pescadores artesanais
próximo a 20 AB, eles possuem estrutura e capacidade de pesca semelhante à industrial, mas se
enquadram como artesanal, com menor custo. Conflitos principais do emalhe: Conflito com os
pescadores de anchova no Farol de Santa Marta.


PESQUISA
Onde: Garopaba (participação das principais universidades do território e do estado de SC). Problemas:
Drenagem de áreas úmidas; expansão da urbanização sobre lagoas e várzeas com vegetação de restinga;
Empreendimentos eólicos em áreas de marismas e gamboas; Esgoto urbano industrial, saneamento;
desajustes entre os limites da APABF e as funções e processos ecológicos e sistêmico; Limite deixa parte
das Lagoa de Ibiraquera e Garopaba de fora da unidade; Conflitos fundiários; Contaminação dos recursos
hídricos pela rizicultura e mineração de conchas calcárias e carvão; Drenagem do rio Tubarão com bota
fora na área úmida (contaminação por lixo, carvão); Loteamento na região de recarga do aquífero e de
vegetação de restinga no Farol de Santa Marta; interferência antrópica na abertura e fechamento das
barras, principalmente Lagoa da Encantada em Garopaba, de Ibiraquera em Imbituba, do Camacho em
Jaguaruna; Especulação imobiliária, loteamento e urbanização em APPs; Silvicultura, plantio de plantas
exóticas e invasoras sem controle; Espécies nativas ameaçadas de extinção (Butiá por exemplo); Última
ocorrência de manguezal no Brasil em Laguna, carência de informação sobre seu estado de conservação;
Erosão e remoção de vegetação de dunas ativas; Circulação de veículos nas praias e dunas; Trilhas feitas
com motos, jipes e gaiolas sobre dunas; Mineração de areia, rebaixamento do lençol freático (conflito
socioambiental); Ilhas Costeiras, sobrepesca em áreas de recife rochosos; espécies endêmicas; nidificação
de aves; Pesca acidental, emalhe; Retirada de sementes de mariscos nos costões rochosos; degradação
dos sítios arqueológicos. Áreas frágeis: Áreas úmidas, lagoas e desembocaduras de rios (Áreas úmidas,
Lagoas Costeiras, Complexo Lagunar em Laguna, Barras, Estuário do Rio da Madre); Vegetação (APPs,
Vegetação de restinga e várzea, Manguezal); Dunas (Dunas, Dunas e Praias, Areia); Ilhas Costeiras;
Patrimônio Histórico (Sítios arqueológicos, Sambaquis, Oficinas líticas, arquitetura local, cultura,
costumes locais); Espaço marinho (Mar, Animais marinhos em geral, Baleia Franca, Botos de Laguna,
Toninha, Fauna, espécies migratórias).

RIZICULTURA
Onde: Tubarão. Problemas: Falta de água no rio Riachinho; assoreamento da Barra do Camacho;
fechamento do canal entre Santa Marta e Camacho; não cabe agricultura orgânica na bacia do rio
Tubarão em função do tamanho das propriedades; plantam 20 mil hectares, dos quais 10 mil são grandes
propriedades e cerca de 1200 hectares estão dentro da APABF e são licenciados (propriedades com mais
de 50ha de tamanho). Conflitos Principais: Conflito com o mercado imobiliário por demanda de novas
áreas para expansão urbana (fora da APABF).


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SETOR PÚBLICO
Onde: Tubarão (com representantes de Garopaba, Imbituba, Jaguaruna, Laguna e grande representação
da comunidade da Galheta de Laguna). Problemas: Falta de esclarecimentos sobre as competências,
inclusive nas prefeituras; falta de comunicação entre prefeituras e APABF; extensão da porção terrestre
em Jaguaruna; construção de loteamentos e ocupações irregulares em Jaguaruna; degradação do
patrimônio arqueológico, sambaquis; manutenção da barra do Camacho; zoneamento do Plano Diretor
em Laguna diverge das leis ambientais; loteamento na Praia do Sol; embargo da comunidade da Galheta.
A comunidade da Galheta se apresentou nesta oficina com significativo número de representantes e
entregou um documento com suas demandas ao chefe da APABF. Principais conflitos: Uso e ocupação do
solo urbano, planos diretores e divergências entre os órgãos ambientais e prefeituras.

TURISMO
Onde: Garopaba (com representantes de Garopaba, Imbituba, Jaguaruna). Problemas: Falta de
normatização e valorização dos guias de turismo e condutores ambientais; falta de infraestrutura para o
turismo; desvalorização do patrimônio cultural, histórico e arqueológico; presença de esgoto, lixo e falta
de saneamento básico; degradação da paisagem pela especulação imobiliária; parcelamento irregular do
solo urbano; gentrificação (expulsão dos nativos em detrimento do mercado imobiliário). Principais
conflitos: TOBE (Turismo de Observação de Baleia Embarcado); conflito entre esportes náuticos e
pescadores nas lagoas.


Quadro Comparativo: Ocorrência dos principais problemas e conflitos identificados no processo
participativo (I OPP e oficinas setoriais)
Agricultura

Imobiliário

Mineração

Rizicultura

Artesanal

Industrial
Comércio
Indústria

Pesquisa

Turismo
Familiar

Esporte

Tema Público
ONGs

Pesca

Pesca
I OPP

Abertura das barras de lagoas x x x x x x


Assoreamento dos rios e lagoas x x x x x x
Aterro de nascentes x
Aterro e drenagem de banhados x x
Ausência de sinalização dos x x x x
limites da APABF
Ausência de normas claras x
sobre uso e ocupação do solo, e
realização de atividades no
território da APABF
Baixa valorização do turismo de x
base comunitária e dos
condutores e guias ambientais
Balneabilidade das praias x
Captura incidental de espécies x x x x
ameaçadas
Circulação e estacionamento de x x x x x x x
carros nas praias

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Circulação de animais nas praias x
Colisão de embarcações com x x x
cetáceos
Conflito pesca artesanal e surf x x x
na época da tainha
Conflito entre os órgãos x x x x
ambientais (federal, estadual,
municipal), divergência sobre
competências na posições sobre
licenciamentos
Conflito pela disputa por x x
território entre pescadores
artesanais e pescadores
industriais
Contaminação dos recursos x x x x x x
hídricos por agrotóxicos da
rizicultura
Contaminação dos recursos x x x
hídricos por metais pesados da
mineração do carvão
Deficiência na fiscalização x x x x
Degradação da área de x x
manguezal remanescente no
território
Desmatamento e ocupação dos x x
morros
Destino inadequado dos x x x x
resíduos sólidos
Degradação do patrimônio x x x x x
arqueológico (sambaquis,
oficinas líticas) e arquitetônico
histórico
Desvalorização da cultura das x x x x
comunidades tradicionais
Desvalorização da mulher x x
pescadora
Desvio de função dos ranchos x x x
de pesca
Dragagem do rio Tubarão x x x x
Dragagem da barra do Camacho x x x
Emalhe incidental de cetáceos x x x
Falta proteção das espécies x x
ameaçadas de extinção (fauna e
flora)
Falta de regramento de eventos x x x
esportivos
Falta de infraestrutura para o x x
turismo
Falta de saneamento básico x x x x x x
Fechamento de caminhos e x
trilhas tradicionais
Interação negativa com os x x
botos-da-tainha em Laguna
Limites da área urbana nos x
Planos Diretores sobre áreas
rurais
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Mineração de conchas calcárias x x
Mineração de areia em dunas x x x
Ocupação irregular e x x x x x x x x x
crescimento urbano
desordenado da zona costeira
Ocupação e degradação de APPs x x x x x
e áreas sensíveis
Ocupação irregular, x x x x
desordenada no entorno da
Lagoa de Ibiraquera e
contaminação por esgoto
Operações portuárias e x x
retroportuárias
Planos de gestão conflitantes x
entre si (Planos Diretores x
Gerenciamento Costeiro x Plano
de Manejo)
Pesca da Isca-viva por atuneiros x x
Poluição das praias x x x
Presença de espécies exóticas x x x
invasoras
Proibição do Turismo de x x x
Observação de Baleia
Embarcado
Redes abandonadas (fantasmas) x x
nos costões
Retificação de rios e abertura de x x
canais artificiais
Retirada de mariscos dos x x
costões
Sobreexplotação dos recursos x x x x
pesqueiros
Supressão de vegetação nativa x x
Tráfego de jetski no mar e x x x x
lagoas
Turismo de massa e x x x x x
desordenado
Utilização intensiva de x x
herbicidas para controle da
vegetação urbana
Veículos nas dunas e sambaquis x X
Zoneamento e índice de x x x x x x x x x
ocupação previstos nos Planos
Diretores não respeitam as
restrições ambientais legais

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6 - SÍNTESE DAS OFICINAS INTRASSETORIAIS E INTERSETORIAIS

Encaminhamentos principais



INTRASSETORIAL DA PESCA ARTESANAL
Onde: Em Garopaba, com representantes de todas as oficinas setoriais de pesca artesanal realizadas
anteriormente. Objetivo: Confirmar propostas de zonas, normas e diretrizes feitas pelo setor durante o
processo de elaboração do PM da APABF e fechar uma proposta única para a pesca artesanal.
Metodologia: Todas as normas e zonas propostas nas oficinas de pesca foram apresentadas e debatidas
com o grupo, fazendo um paralelo com a solicitação de cada comunidade pesqueira e a legislação
existente. Resultados: As normas e zonas consensuais resultantes da oficina intrassetorial constam nos
capítulos 7 e 8 deste documento. Abaixo seguem apenas as normas e zonas as quais os pescadores NÃO
chegaram a um consenso.

• Área de restrição de pesca (não consensuadas)


o É proibida a pesca de emalhe de fundo a menos de 300m dos costões rochosos, ilhas e
lajes na APA da Baleia Franca. Atualmente a lei proíbe no período de 1 de maio a 31 de
dezembro. Os pescadores não chegaram ao consenso se mantém a lei ou se amplia para
o ano todo.
o É proibido o uso de rede de emalhe de superfície no período noturno na área da APABF
compreendida entre os municípios de Imbituba e Balneário Rincão.
o Não permitir rede boiada sozinha a noite.


INTRASSETORIAL SETOR PÚBLICO (ICMBIO/FATMA)
Onde: Florianópolis. Objetivo: Tratar do conflito apontado nas oficinas setoriais sobre a falta de atuação
integrada entre os órgãos ambientais. Metodologia: reunião institucional com participação do presidente
da FATMA, Coordenação Regional do ICMBIO, chefe e subchefe da APABF, Gerente Regional da FATMA
em Tubarão. Resultados: encaminhamentos para a criação do comitê tripartite no Estado de Santa
Catarina e estabelecimento de cronograma de trabalho entre APABF e FATMA.

INTERSETORIAL DA PESCA ARTESANAL X SURF


Onde: Em Garopaba, com representantes dos surfistas e com representantes dos pescadores artesanais
dos municípios de Imbituba e Garopaba. Objetivo: Compreender o conflito entre surfistas e pescadores
artesanais no período da tainha. Metodologia: Um representante dos surfistas e um representante dos
pescadores relataram ao grupo sua visão sobre o conflito e sobre o acordo existente. Após foi promovido
um debate entre os participantes para que todos pudessem expor sua percepção sobre o que foi
relatado. Durante o debate, tanto os surfistas e os pescadores indicaram sugestões de como resolver o
conflito, ambos apontando para a mesma proposta de solução. Resultados:
a) Proposta de restrição do surf na época da tainha, feita pelos surfistas primeiramente e depois pelos
pescadores, nas seguintes praias: Luz, Vermelha, Ouvidor, Praia do Rosa - porção sul da Praia do Rosa a
partir da barra da Lagoa do Meio, Praia de Ibiraquera - trecho desde a boca da barra de Ibiraquera
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sentido sul até início da Ribanceira, Ferrugem - trecho a partir dos 250 metros do costão norte sentido
sul, incluindo a praia da Barra.
b) Criação de um comitê para implementação do acordo, com um representante do surf (Ricardo Sefton),
um representante dos pescadores de cada município (Lédio da Silveira – Ibiraquera/Imbituba; e Manuel
da Silva Bento – Ferrugem/Garopaba), um representante do ICMBio/APABF, um representante do
CONAPABF, um representante das secretarias de pesca e turismo de Imbituba e de Garopaba.

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7 – PROPOSTA DE DIRETRIZES DE GESTÃO PARA O TERRITÓRIO
E POR SETOR A PARTIR DAS OFICINAS SETORIAIS


ORDENAMENTO URBANO, TERRITORIAL E MARINHO-COSTEIRO

• O órgão gestor incentivará a implementação de projetos de ordenamento costeiro e a respectiva


gestão integrada de políticas e instâncias administrativas, assim como estudos de capacidade de
suporte das atividades e ou microrregiões.
• A APABF com base em seu zoneamento emitirá um termo de referência mínimo visando a
salvaguarda do patrimônio ambiental e arqueológico e a pacificação social nos processos de
regularização fundiária.
• A APABF elaborará um documento orientativo, visando adoção de estratégia de valorização das
áreas com forte potencial de conservação, estimulando o proprietário a conservá-las, com criação
de mecanismos para promoção da conservação da função ecossistêmica dos ambientes, tais
como concentração e liberação de solo, transferência de potencial, outorga onerosa, etc.
• Com base no zoneamento deste Plano de Manejo, a APABF articulará com cada Município a
avaliação de revisão do seu respectivo plano diretor, se necessário, buscando a redução de
impacto sobre áreas sensíveis.
• Criar fundo de apoio a projeto de conservação.
• Elaborar Zoneamento Espacial Marinho para o território da APABF.

GEOPROCESSAMENTO

• Avaliar momento para produção de um mapa de qualidade ambiental para o interior da APABF,
considerando os planos diretores e os planos de desenvolvimento territorial e os atributos, isto é,
mapas que dirão qual é a qualidade visada para cada espaço do território (p. ex. qualidade do ar,
qualidade dos recursos hídricos, etc.). Assim, as atividades feitas no entorno não poderão
prejudicar a qualidade estabelecida no interior da UC para determinado recurso.

PESCA ARTESANAL

• Cadastro de pescadores, barcos e caminhões (no caso de Balneário Rincão) da APABF.


• Reconhecimento das mulheres como pescador artesanal e não apenas como auxiliares da pesca.
• Regulamentar banheiros secos nos ranchos de pesca.
• Criar restrições para uso de herbicida em regiões litorâneas (afeta os mariscos coletados pelas
mulheres).
• Propor manutenção do gabarito de 2 pisos em Garopaba.
• Produção de rizicultura orgânica no entorno das lagoas na região da APABF.
• Delimitar áreas de pesca e área de turismo na faixa de praia no Balneário Rincão.
• Apoiar medidas propostas pelo grupo de trabalho de conservação do boto da tainha que estão
sendo encaminhadas pelo município de Laguna, ONGs e demais articuladores. Articulação
institucional para conservação da espécie.
• Demanda por inclusão de toda a lagoa de Ibiraquera e de Garopaba nos limites da APABF.

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PESCA INDUSTRIAL
- Realização de pesquisa com o apoio dos barcos de pesca e do Sindicato de armadores e das
Indústrias da Pesca de Itajaí e região (SINDIPI).
- Coleta de dados de monitoramento a partir de metodologias construídas em conjunto com o
setor e com capacitação dos mesmos.
- Experimentação com métodos/dispositivos de redução de fauna acompanhante, buscando
integração com REBYC/FAO.
- Sistematização dos dados para pesquisa a partir do Programa Nacional de Rastreamento de
Embarcações Pesqueiras por satélite (PREPS) e dos mapas de bordo das embarcações, bem como,
do Observatório (FIESC)
- Promover diálogo entre os pescadores artesanais e industriais (CT isca-viva) para pensar num
acordo para a época da tainha.
- Promover ações articuladas entre o governo e o setor pesqueiro.
- Aumentar o diálogo entre ICMBIO e o setor.
- Buscar representação do setor da pesca industrial junto ao CONAPA.
- Definir melhor a categorização entre pescador artesanal e pescador industrial dentro da APABF.
- Discussão da revisão da INI 10 e aplicação diferenciada da INI 10 e INI 12 no território da APABF
conforme a realidade e os dados do monitoramento.
- Proteger os estuários da pesca, indicada pelos pescadores de emalhe, como a área
compreendida nas 4Mn da costa.

AGRICULTURA FAMILIAR

• Desincentivar o uso de pulverização aérea de agrotóxicos em toda a APABF.


• Incentivar agricultura orgânica no território.
• Necessidade de reconhecimento das populações tradicionais.
• Incentivar indicação geográfica para os produtos da agricultura familiar.
• Incentivar turismo relacionado à agricultura familiar.
• Trabalhar pela regularização fundiária.
• Atuar na revisão de Plano Diretor (de Imbituba) para dar atenção às áreas agrícolas e com
características rurais.
• Apoiar criação de Fórum da sociedade civil para discutir agricultura (Imbituba).
• Articular com a sociedade para rever a incidência de tributos municipais (IPTU) sobre áreas
agrícolas (Imbituba).
• Proteção de nascentes e outras APP e da vegetação nativa.
• Reforçar a aplicação do conceito de desenvolvimento sustentável em todo o território da APABF.
• Dialogar com municípios para revisão de Planos Diretores e com estado sobre planos de
desenvolvimento estadual.
• Identificação de engenhos de farinha e alambiques dando proteção especial como patrimônio
cultural da APABF.
• Área de influência:
- Atuar junto às prefeituras, associações de agricultores e órgãos de controle da agricultura
para minimizar impactos e limitar o uso de agrotóxicos em áreas fora da UC, que podem
atingir a APABF, como bacia dos rios D’una e do Tubarão).


EXTRATIVISMO

• Realizar estudo sobre a situação dos butiazais na APABF para propor manejo e zonas de proteção.
• Prever imunidade de corte do butiá, proteção especial de butiazais na APABF.
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• Promover articulação com os atores do setor para proteção dos butiazais (COMDEMA Imbituba,
ACORDI, etc).
• Ampliação da APABF para englobar butiazais na região.
• Incentivar criação de unidades de conservação para proteção dos butiazais.
• Apoiar criação da RDS da Ribanceira em processo.
• Mapear áreas da união e outras áreas dentro da APABF que possam receber plantio de butiás a
título de recuperação, oriundos de outras áreas de fora da UC.

PECUÁRIA

• Não há informações sobre pecuária. Não foram mobilizados representantes do setor para as
oficinas. O tema apareceu de forma muito superficial nas oficinas de rizicultura, agricultura
familiar e pesca artesanal na comunidade de Garopaba do Sul, em Jaguaruna. Seria necessário
buscar mais informações. Não há dados sobre se ocorre pecuária de média e grande produção
diretamente dentro dos limites da UC, no entanto, sabe-se que existe pecuária de pequena
produção.

RIZICULTURA

• Compreender melhor a atividade, fragilidades e potencialidades para aprimorar as diretrizes.


• Aproximação do ICMBio/APABF com o setor.
• Utilização do modelo Produção Integrada de Arroz – PIA.
• Adotar sistema de cultivo com menor utilização de Recursos hídricos.
• Incentivar uso de biofertilizantes, em substituição a fertilizantes químicos.
• Incentivar Rizicultura orgânica na APABF.
• Arrozeiros deveriam fazer ajuste de conduta. Já existe um TAC, sendo preciso verificar os termos
e o cumprimento.
• Manejo de reservatórios, comportas, lagoas e barras de forma a conciliar interesse do setor com
a conservação da biodiversidade.


SANEAMENTO BÁSICO

• Priorizar, dentro das suas competências da APABF, a articulação com os órgãos competentes para
a melhoria e ampliação do sistema de saneamento no território.

TURISMO

• Estimular a elaboração dos projetos orla pelos municípios.


• Definir áreas especiais de uso (incluir sítios arqueológicos).
• Zonear áreas passíveis de obter chancela paisagística, estabelecer normas de uso para estas
zonas.
• Estimular construção de acordos para o uso de caminhos tradicionais localizados em áreas
particulares.
• Estimular o turismo relacionado à unidade de conservação, sobretudo, o turismo de base
comunitária com valorização das comunidades tradicionais e sua cultura.
• Ordenar atividade de condutor e guia dentro da APABF.

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• Promover ações visando a restrição de circulação e estacionamento de carros nas praias, com
exceção, para pescadores por exemplo.

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

• Apoiar criação de outras UCs no território, tais como:


o Reserva Extrativista (RESEX) Ibiraquera.
o Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Ribanceira.
o Botos de Laguna.
o Monumento Natural (MONA) Farol de Santa Marta.
o Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).

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8 – PROPOSTA DE ZONEAMENTO E NORMAS A PARTIR DAS OFICINAS SETORIAIS




NORMAS GERAIS

• Na aplicação do Plano de Manejo serão sempre consideradas as normas federais como diretrizes
gerais em matéria ambiental.
• Para fins de resolução de conflitos relacionados ao licenciamento de empreendimentos no
território da APABF, se recorrerá a Comissão Tripartite, estabelecida entre ICMBIO (APABF), IMA
(FATMA) e instituição de meio ambiente municipal ou secretaria municipal equivalente do
município sede do empreendimento.
o O empreendedor e outros entes, quando couber em caso de licenciamento, serão
convidados para participar dos debates atinentes ao conflito a ser resolvido.
o Na resolução dos conflitos, a comissão tripartite objetivará diminuir a insegurança
jurídica, dar eficiência aos procedimentos e uniformizar entendimentos.
o O órgão gestor poderá publicar Padrões de Sustentabilidade, por iniciativa própria ou
incorporação da proposta de terceiros, para cada categoria de atividade e o submeterá à
Comissão Tripartite, que uma vez aprovados, deverão ser observados como condição à
implantação dos projetos.
o É obrigatória a remessa de estudo prévio de impacto ambiental (EIA), termo de
referência (TR) de EIA e estudo ambiental simplificado (EAS) das atividades
ambientalmente licenciáveis ao órgão gestor da unidade de conservação para
manifestação nas áreas zoneadas para tal finalidade.
• As atividades a serem implantadas no interior da APABF deverão incorporar as boas práticas
pertinentes, quando existirem.
o Para as atividades dispensadas de licenciamento ambiental, o órgão gestor
publicará as recomendações de boas práticas (a serem criadas) dando
conhecimento ao Município e demais entidades com reconhecida capacidade de
informar o setor pertinente.
o Nos processos de licenciamento ambiental, independentemente de necessidade
de manifestação prévia do órgão gestor da APABF, compete ao proponente
informar a existência de boas práticas e sua respectiva incorporação ao projeto,
sem prejuízo de publicação própria nos termos do §1º.
o No conflito entre normas de conduta de boas práticas não oficiais, prevalecerá
aquela publicada pelo órgão gestor, salvo impossibilidade de cumprimento ou
excessiva onerosidade.
• Realizar estudos com vistas a criar o SELO APA DA BALEIA FRANCA a ser concedido às
atividades/empreendimentos que apresentarem medidas ambientais adicionais além daquelas
obrigatórias em decorrência de norma jurídica, técnica ou prevista neste Plano de Manejo.

ATIVIDADES PORTUÁRIAS

• Criar uma zona no mapa com as áreas de exclusão de fundeio do porto, atividades portuárias e
retroportuárias nos municípios de Imbituba e Laguna.

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AGRICULTURA FAMILIAR

• Proibir o uso de herbicidas em áreas urbanas (articular com as prefeituras).


MANEJO DE BARRAS

• O manejo de barras deverá ocorrer mediante processo negociado com a comunidade, usuários e
órgão envolvidos e necessitará de anuência da APABF.

RIZICULTURA

• As lavouras de arroz ou empreendimentos de rizicultura localizados no interior da APABF


deverão estar adequadas ao modelo PIA.


PESCA ARTESANAL
Normas Gerais

• Normatizar e regulamentar jetski:


o Proibir o uso de jetski, Kite e wind surf a menos de 500 m da linha de costa.
o Proibir o uso de jetsky em todas as lagoas dentro da APABF.
• Norma para Itapirubá Norte: aperfeiçoar a delimitação de área de acesso de embarcações na
praia de Itapirubá Norte;
• Normatizar e criar regramento para circulação de carros nas praias;
• Proibir a retirada de marisco de mergulho e de sementes de marisco em todo o território da
APABF.
o A retirada de marisco para comercialização deve ser feita por pescadores artesanais
locais devidamente cadastrados e autorizados, com controle.
• Proibir o despejo de resíduos sem tratamento nas praias da APABF.

Normas para Lagoas
• Reforçar a proibição da pesca de tarrafa de arrasto (berimbau) na Lagoa de Garopaba do Sul, que
já é proibido por lei e é realizada por turistas.
o Reforçar a fiscalização.
• Limitar tamanhos de rede de pesca nas lagoas do território da APABF.
o Fazer cumprir a lei e pensar em diminuir o tamanho das redes usadas nas lagoas do
território.
• A abertura da barra da Lagoa da Encantada somente ocorrerá mediante decisão do comitê
constituído para esta finalidade.
o Apoiar a criação do comitê da barra da Encantada, o qual está em fase de criação.
• A abertura da barra de Ibiraquera somente ocorrerá mediante decisão do comitê constituído
para esta finalidade.
o O PM reconhece a existência e institui o comitê de abertura da barra de Ibiraquera, o
qual tem como função definir os critérios de abertura da mesma.
• Criar medidas de proteção do Boto;
o Apoiar o município de Laguna e instituições locais na criação da Área de Proteção do
Boto-da-tainha.
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• Estabelecimento de áreas livres para uso da pesca artesanal ao redor das lagoas (esticar redes,
secar, etc.) no interior da APABF.

• Norma para Pesca de Emalhe
No período de 15 de junho a 15 de novembro (temporadas das baleias-franca na APABF)
as redes de emalhe de fundo deverão ser monitoradas permanentemente pelo pescador
enquanto permanecerem na água.
Proibir rede de caceio e pesca da anchova fundeada.
Proibir pesca de caceio a 150m ao redor dos parcéis e nas Ilhas Três Irmãs o ano todo.


• Instituir as seguintes zonas e suas normas dentro do mapa de zoneamento do PM APABF:

• Área de proteção da tainha na Lagoa de Ibiraquera e Garopaba do Sul
o É proibida a pesca de tarrafa a 100m de extensão nas margens adjacentes a
desembocadura da lagoa de Ibiraquera no período de 1º de maio a 31 de julho, quando a
barra estiver aberta.

• Área de criadouro de fauna marinha
o É proibida a prática da pesca subaquática na faixa de 500m, a partir da linha de base, ao
redor da Ilha do Batuta, do parcel do Ouvidor e da Laje do Campo Bom.
o É proibida qualquer tipo de pesca na faixa de 100m, a partir da linha de base, ao redor da
Laje do Campo Bom.
o É proibida a pesca da tainha na faixa de 100m, a partir da linha de base, na parte
posterior da Ilha do Batuta (que está de frente para o oceano) e na faixa de 30m, a partir
da linha de base, na parte anterior da Ilha do Batuta (de frente para o continente).

• Área exclusiva da pesca artesanal
o No período de 1º de maio a 31 de julho, a prática de esportes aquáticos e atividades
náuticas, fica proibida nas seguintes praias durante a safra da tainha: Luz, Vermelha,
Ouvidor, Barrinha (Ferrugem Sul), praia do Rosa Sul.
§ Reforçar o acordo das bandeiras na safra da tainha nas demais praias do
território, com prioridade em Garopaba, Imbituba e Praia do Cardoso, em
Laguna.

• Área de proteção do pescado
o É proibida qualquer forma de arrasto tracionado por meio mecânico a menos de xMN da
costa no interior da APA da Baleia Franca. (Falta definir se nas 3MN ou em todo o
território da APABF, não houve consenso na oficina intrassetorial da pesca artesanal).

PESCA INDUSTRIAL
o É proibido o arrasto de peixe dentro das 3Mn no território da APABF.

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TURISMO E ESPORTE

• As atividades não letais com cetáceos, dentre elas o Turismo de Observação de Baleias
Embarcado (TOBE) ficam permitidas segundo regulamentação própria, conforme Portaria sob
análise da Procuradoria Federal Especializada (PFE) do ICMBIO.
• Ficam reconhecidas como áreas refúgio os setores constantes na Instrução Normativa IBAMA
102/2006 e a Enseada da Ribanceira, entre os meses de junho e novembro, no período de
ocorrência da Baleia Franca no litoral da APA.
• Proibir o acesso de veículos motorizados (quadriciclos, motos) nas dunas do território.
• Zonear e normatizar uso dos espaços para atividades esportivas x banhistas (Zoneamento
Espacial Marinho).
• Estabelecer zonas, áreas de restrição e normas de uso; estabelecer normas sup x baleias x
banhistas x pescadores (Zoneamento Espacial Marinho).
• Normatizar instalação de pier, zonas de embarque, atracamento de embarcações, por exemplo
(Zoneamento Espacial Marinho).
• Mapear zonas de pesca e zonas de surf. Normatizar, regulamento específico safra tainha.
• Estabelecer zoneamento de acordo com tamanho do evento (tipo de evento, localização, número
de pessoas, número de quadras).
• Instituir as seguintes zonas e suas normas dentro do zoneamento do PM APABF:

o Áreas refúgio da Baleia Franca
§ Ficam proibidas embarcações motorizadas e atividades náuticas de acordo com a
IN IBAMA 102/2006 e a Portaria ICMBio xxx que regulamentará o TOBE na APABF
(em análise jurídica do ICMBio) entre os meses de junho a novembro, no período
de ocorrência da Baleia Franca no litoral da APABF nas seguintes praias: da Vila,
D’Água e do Luz, em Imbituba; Silveira, Garopaba e Gamboa, em Garopaba.


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Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca – APABF
Programa GEFMAR - Elaboração do Plano de Manejo da APABF

9 – RECOMENDAÇÕES DE DIRETRIZES E NORMAS DA EQUIPE DO ICMBIO




NORMAS GERAIS

• Não deve ser permitida a construção de estruturas que sirvam como obstáculos à visualização ou
ao acesso a atrativos turísticos de importância ecológica, histórico-cultural ou paisagístico. Os
responsáveis por imóveis que possuam obstáculos com estas características deverão ser
identificados pela APABF e notificados para remoção da estrutura.
• É proibida a instalação e funcionamento de indústrias potencialmente poluidoras e capazes de
afetar os mananciais de água. (Lei nº 6.902/81).
• Loteamentos, conjuntos habitacionais e áreas comerciais deverão dispor de sistemas de
tratamento de efluentes e de resíduos sólidos próprios ou compartilhados.
• Fica proibida a retirada de areia das praias e dunas, assim como extração mineral de rocha no
interior da APABF.
• É proibida a manobra de aeronaves e máquinas no interior da UC ou mesmo parte delas quando
envolvidas na aplicação de defensivos agrícolas químicos (agrotóxicos e biocidas).
• Deverão ser adotadas medidas de recuperação das áreas de preservação permanente de cursos
d"água naturais ou retificados e margens de lagoas em áreas de pastagem e criação extensiva de
bovinos e bubalinos.
• É proibido retirar, mover ou danificar qualquer objeto, peça, construção e vestígio do patrimônio
cultural, histórico e arqueológico da UC, bem como o tráfego de veículos motorizados, exceto
para fins de pesquisa com autorização da administração.
• Em todo o território da APABF é vedada a interdição do acesso de pedestres aos monumentos
históricos, às cachoeiras de uso público consagrado, às praias, e à faixa de marinha.
• Fica vedada a interdição, estreitamento ou desvio das trilhas de acesso e servidões de margem de
lagoa e sarilhos de pesca no interior da APABF. Estas trilhas são servidão oficial da população
local.
• Novas pousadas no interior da APABF deverão possuir:
a) Drenagem pluvial: captação, canalização e armazenamento de 100% da água pluvial do
total de áreas impermeabilizadas;
b) Baixo consumo de água potável;
c) Utilização de técnicas de aproveitamento de água da chuva (captação e armazenamento);
d) Coleta seletiva de resíduos sólidos: 100% do lixo separado seletivamente;
e) Caixa de gordura com capacidade adequada ao empreendimento;
f) Utilização de materiais e técnicas construtivas reconhecidas como de baixo impacto
ambiental;
g) Estação de tratamento de efluentes, compartilhada ou individual. As pousadas já
estabelecidas deverão se adequar aos itens a, b, c, d, e g, caso ainda não estejam.


Loteamentos urbanos

• O estabelecimento de novos loteamentos e a regularização daqueles já existentes e não


regularizadas deverão ser precedidas de estudos sobre ocorrência de sítios reprodutivos e áreas
de forrageamento de espécies raras, endêmicas e ameaças de extinção.
• É proibida a instalação e funcionamento de indústrias potencialmente poluidoras e capazes de
afetar os mananciais de água. (Lei nº 6.902/81)
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• Loteamentos, conjuntos habitacionais e áreas comerciais deverão dispor de sistemas de
tratamento de efluentes e de resíduos sólidos próprios ou compartilhados. (COMAN)


Tráfego Náutico

• É permitida a prática de esportes náuticos, desde que não interfiram no comportamento dos
cetáceos e nas atividades pesqueiras tradicionais.

• Deverão ser adotadas medidas de ordenamento e manejo pela UC, caso seja comprovado risco
local/regional de ameaça à conservação das espécies da flora.

Licenciamento Ambiental

• Os empreendimentos ou atividades não sujeitos a licenciamento ambiental, conforme


posicionamento do órgão licenciador, localizados na APABF e que possam, a critério do ICMBio,
causar impactos à unidade de conservação deverão ser previamente autorizados por meio de
Autorização Direta, nos termos da IN ICMBio nº 04/2009. Caberá ao interessado consultar
previamente a administração da APABF quanto à necessidade de requerimento da referida
autorização.

Resíduos sólidos e efluentes

• Fica vedado o despejo de quaisquer resíduos poluentes, químicos ou orgânicos, líquidos ou


sólidos, nas águas marinhas do território da APABF.
• Fica vedado o armazenamento ou despejo de quaisquer resíduos, químicos ou orgânicos, líquidos
ou sólidos sem processamento prévio, separação ou acondicionamento que permita sua
reciclagem em todo o território da APABF.
• Os responsáveis pela organização de eventos no território da APABF são obrigados a acondicionar
adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos produzidos no local do evento, bem
como no entorno, e são responsáveis pela destinação final.

Águas de Lastro

• Não é permitida a troca de água de lastro no interior da APABF, considerando Resolução A.868
(20-IMO) da Marinha do Brasil, Resolução ANVISA-RDC no 72/2009 e Normam 20/2005 que
indica que as embarcações deverão realizar a troca da água de Lastro a pelo menos 200mn da
terra mais próxima e em águas com pelo menos 200m de profundidade.

Áreas de Preservação Permanente

• Deverão ser adotadas medidas de recuperação de áreas de preservação permanente no interior


da APABF.
• É proibida a caça, a guarda ou a venda de animais silvestres nos termos da Lei no 9.605/1998, dos
Crimes Ambientais.
• É proibida a condução de armadilhas, de armas ou de qualquer instrumento para caça ou captura
de animais silvestres no interior da APA, sob pena de apreensão imediata.

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Créditos das fotos: Projeto Baleia Franca e Deisiane Delfino


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