UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

Randy Rodrigo Gonçalves dos Santos

Resenha do texto “O Espaço como palavra-chave” de David Harvey
IA289 Introdução à Geociências | Professor Andre Santos da Rocha
Rio de Janeiro, 2020

O texto de David Harvey aborda o espaço como uma palavra de infinitas variações e
significados, sendo assim, a palavra “espaço” passa por constantes alterações.
Comentando um pouco sobre a forma do texto, David Harvey começa com uma
introdução na qual ele começa citando o acadêmico Raymond Williams, fala um
pouco sobre a palavra “espaço” e as modificações (como dito a cima) e fala sobre o
ponto de partida que escolheram para esta investigação. Além da introdução, ele
divide o texto em 5 subtítulos e uma conclusão, na qual será falado um pouco de
cada nessa resenha.

O objetivo do texto é discutir, do ponto de vista do geógrafo, a complexidade da

palavra espaço e ele começa abordando uma consideração de uma divisão tripartite
que é bem sustentada. Que seria o espaço absoluto, espaço relativo e espaço
relacional.

Lembrando que quando ele cita o espaço: absoluto, relativo e relacional, vale
ressaltar que são coisas totalmente distintas. Fazendo um breve comentário
expondo exemplo do que seria cada tipo de espaço, o espaço relatvo compreende
que não há uma pré-existência do espaço, mas só o que é dado pelas coisas que o
formam (como propôs Einstein). Já a ideia de espaço absoluto, podemos entender
que incluem se, neste espaço, todas as coisas, e não apenas o que se relaciona
com o outro. Tudo está contido, e não somente o que está para outro. Um exemplo
de espaço absoluto relativo seria a possibilidade de criarmos mapas completamente
diferentes diferentes de localizações relativas diferenciando apenas o modo de
transporte (carro, bicicleta ou skate).

Logo depois David Harvey comenta sobre o aporte de Henri Lefebvre, talvez numa
campo literária ou científica. Falando sobre três espaços distintos que é o espaço
material: que seria o espaço quanto matéria, espaço físico. o espaço de
representação: o espaço sendo vivido de sensações, a imaginação, um espaço que
lhes representa algo na infância, tomando como exemplo. A representação do
espaço: como descrevemos o espaço vivido, palavras, imagens, desenhos.
David Harvey apresente um subtítulo no qual ele denomina “Entre História e
Memória”, nessa parte é possível pensar o espaço e o espaço-tempo como palavra
chave nos ajuda a definir certas condições de possibilidade para o engajamento
crítico e além disso, nos incita a considerar a maneira como moldamos fisicamente
nosso meio. Nesse trecho podemos evidenciar duas coisas, que é: impossível
confirmar-se a uma modalidade de pensamento espaço-temporal e que existe um
problema prático que seria organizar o espaço físico a fim de produzir um efeito
emocional e, ao mesmo tempo, compatibiliza lo com certas expectativas sobre o
como o espaço poderia ser vivido.

Em outra parte, Harvey comenta sobre o espaço na tradição marxista é evidenciado

o “Valor”. Sendo um conceito relacional que internaliza toda a geografia histórica de
inumeráveis processos de trabalho condicionados em relação a acumulação de
capital no espaço tempo do mercado mundial, que é imaterial mas objetivo e
interage dialeticamente. No texto, Valor é dito também como uma relação social,
impossível de ser medido a não ser por seus efeitos.

Por fim, é exposta a sua conclusão diante de todo o conteúdo dialogado ao decorrer
do texto que são apresentadas ideias que podemos tirar como conclusões. A
primeira é que há confusões sobre a relação global-local, que se tem uma ignorância
ao se compreender as diferentes espaços temporalidades envolvidas. A segunda é
que o trabalho teórico implica inevitavelmente se mover minuciosa e dialeticamente
sobre todos os pontos da matriz. A terceira é que as tensões dialéticas não devem
apenas ser mantidas intactas, como devem ser continuadamente expandidas. E a
quarta é o pensamento relacional na concepção do espaço, podemos debater
relacionalidade dos espaços (movimentos políticos, direitos), mas uma hora algo
precisa ser materializado numa forma física.